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DIREITO TRIBUTÁRIO II - Parte introdutória até processo administrativo tributário (1)

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DIREITO TRIBUTÁRIO II
Profª. Maryny D. B. Alves Brandão
2019.1
EMENTA
IMPOSTOS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO VIGENTE. ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TAXAS E CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS. A CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA E O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA. AÇÕES TRIBUTÁRIAS. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Impostos federais, estaduais e municipais - Leandro Paulsen, José Eduardo Soares de Melo.
Contribuições sociais no Sistema Tributário – José Eduardo Soares de Melo.
Processo Judicial Tributário – Execução fiscal e ações tributárias – Mauro Luís Rocha Lopes.
Processo Tributário – Hugo de Brito Machado Segundo.
1. REVISANDO CONCEITOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO I
Conceito de Tributo
CTN. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
* Prestação pecuniária – em dinheiro (pecúnia);
* Compulsória – decorre de imposição do Poder Estatal;
* Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – reforça a ideia de pagamento em dinheiro ou valor correspondente (Ex.: dação em pagamento);
* Que não constitua sanção de ato ilícito – tributo não pode ter como hipótese de incidência um ato ilícito, este é hipótese da penalidade (Ex.: multa de ofício);
* Instituída em lei – decorre do princípio da legalidade;
* Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – processo administrativo tributário.
1.2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
1.2.1. Espécies tributárias (Teoria pentapartite):
* Imposto - tributo não vinculado à atividade estatal específica relativa ao contribuinte, cujo fato gerador é alguma situação que tenha significado econômico, todas previstas na CF/88. Ex.: IR, ITR, IPTU, etc;
* Taxa – tributo vinculado à atividade estatal específica em relação ao contribuinte, consistente em prestação de serviço público (Ex.: Taxa de coleta domiciliar de lixo) ou exercício do Poder de Polícia (Ex. Taxa de alvará, taxa de localização, etc);
* Contribuição de melhoria – tributo vinculado à atividade estatal específica consistente em realização de obra pública que importe em valorização de imóvel do contribuinte;
* Empréstimo compulsório – tributo não vinculado à atividade estatal específica em relação ao contribuinte, mas de arrecadação destinada para: o atendimento de despesas extraordinárias em caso de guerra e/ou calamidade pública; e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional;
* Contribuições especiais (sociais, interventivas, corporativas e de iluminação pública) – tributo não vinculado, mas de destinação específica (seguridade social, saúde, educação, intervenção no domínio econômico, etc).
1.2.2. Limitações ao Poder de Tributar 
Princípios e imunidades
1.2.3. Repartição da competência tributária – CF/88
Competência tributária– Privativa, comum e cumulativa:
Competência privativa (Materialidades foram definidas na Constituição Federal de 1988).
* União - II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF e I. Residual (Impostos); Empréstimos compulsórios; Contribuições sociais (exceto dos servidores públicos).
* Estados - ICMS, IPVA e ITCMD (Impostos); Contribuição para a Previdência Própria Estadual;
* Municípios – IPTU, ITBI e ISS (Impostos); Contribuição para a Previdência Própria Municipal; Contribuição de iluminação pública;
Competência Comum – taxas e contribuições de melhoria;
Cumulativa – para o Distrito Federal e Territórios (Art.147, CF):
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
1.3. TRIBUTOS FISCAIS, EXTRAFISCAIS E PARAFISCAIS
* Tributo de natureza fiscal tem por principal objetivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado (Ex. IR e IOF).
* Tributo de natureza extrafiscal tem como função primordial a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros (Ex. II, IE)
* Tributo de natureza parafiscal tem por objetivo a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas.
1.4. FORMAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
HI – Hipótese de incidência;
FG – Fato gerador
OT – Obrigação tributária
L – Lançamento
CT – Crédito tributário
* Sequência lógica de constituição do crédito tributário: HI – FG – OT – L – CT
1.5. FATO GERADOR DO TRIBUTO
* aspecto material
* aspecto temporal
* aspecto espacial
* aspecto subjetivo
* aspecto quantitativo
2. IMPOSTOS EM ESPÉCIE
* IMPOSTOS FEDERAIS
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. (...)
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF e IResidual.
* Os impostos federais II, IE, IPI, IOF e ITR, têm função preponderante extrafiscal.
* Prevalece, quanto ao IR, o caráter fiscal.
* IGF nunca foi criado.
* IResidual 
2.1. Imposto de Importação
2.1.1. Normas
* Legislação - DL 37/66 e DL 2.472/88;
* Decreto 6.759/09 - regulamenta a administração das atividades aduaneiras e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior (Regulamento Aduaneiro). 
* Decreto 92.930/86 - promulga o Acordo sobre a Implementação do artigo VII do GATT2 – sobre valoração aduaneira.
* Decreto 660/92 - criou o SISCOMEX – Sistema de Comércio Exterior –, sistema informatizado de controle das importações e exportações.
2.1.2. Fato gerador
* Aspecto material – base econômica – importação de produtos estrangeiros – entrada no país.
“ Concede à União a possibilidade de instituir imposto sobre a entrada no território nacional, para incorporação à economia interna, de bem destinado ou não ao comércio, produzido, pela natureza ou pela ação humana, fora do território nacional” (PAUSELN; MELO, 2015).
OBS.: Mercadoria estrangeira que ingressa no território nacional para uso comercial, industrial ou consumo, não aquela em trânsito, destinada a outro país.
* Aspecto temporal – data do registro da declaração de importação.
* Aspecto espacial - território geográfico, as aeronaves e as embarcações brasileiras.
* Aspecto subjetivo/pessoal – sujeito ativo é a União e passivo é o importador ou quem a lei a ele equiparar (ex. destinatário de remessa postal).
* Aspecto quantitativo – Base de cálculo x alíquota
a) Alíquota ad valorem – BC = valor da importação; alíquota é um percentual a incidir.
b) Alíquota específica – BC x alíquota = unidade de medida adotada pela lei tributária, relacionada ao montante considerado devido por unidade de medida do produto (quantidade, peso ou volume).
2.2. Imposto de exportação
2.2.1. Normas
* Decreto-Lei 1.578/77, que instituiu o imposto, dispondo sobre todos os elementos da sua hipótese de incidência;
* Lei 9.716/98 e pela MP 2.158-35/01.
2.2.2. Fato gerador
* Aspecto material – exportação de produtos nacionais ou nacionalizados. 
- Saída para fins de incorporação à economia interna de outro país.
- Nacionalizados são os produtos que tenham sido importados para o território nacional e, após desembaraçados, são considerados nacionalizados.
OBS.: DL 288/67. Art. 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportaçãopara o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro. (Exportação no âmbito interno).
* Aspecto temporal - ato da expedição da guia de exportação ou documento equivalente (Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX). 
* Aspecto espacial - território geográfico, as aeronaves e as embarcações brasileiras. 
* Aspecto subjetivo/pessoal - sujeito ativo é a União e passivo é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.
* Aspecto quantitativo - Base de cálculo x alíquota
a) Alíquota ad valorem – BC = valor da importação; alíquota é um percentual a incidir.
b) Alíquota específica – BC x alíquota = unidade de medida adotada pela lei tributária, relacionada ao montante considerado devido por unidade de medida do produto (quantidade, peso ou volume).
II e IE – Observações:
* Atenuação da legalidade;
* Exceções às anterioridades de exercício e nonagesimal mínima previstas no art. 150, inciso III, b e c, da CF – II, IE.
2 3. Imposto de Renda
2.3.1. Normas
* Pessoa física (IRPF) - Leis 7.713/88 e 9.250/95.
* Pessoa jurídica (IRPJ) - Leis 8.981/95 e 9.430/96.
2.3.2. Fato gerador
* Aspecto material - renda e proventos de qualquer natureza. A renda é o acréscimo patrimonial produto do capital ou do trabalho. Proventos são os acréscimos patrimoniais decorrentes de uma atividade que já cessou.
Súmula 125 do STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda.
Súmula 136 do STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda.
Súmula 386 - STJ: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional.
IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE AUXÍLIOALIMENTAÇÃO, AUXÍLIO-TRANSPORTE. 2. Esta Corte já se pronunciou no sentido de que não incide imposto de renda sobre os auxílios alimentação e transporte, por possuírem natureza indenizatória. (STJ, 2ª T. Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, REsp 1278076, 2011).
Súmula 498-STJ: Não incide Imposto de Renda sobre a indenização por danos morais.
Súmula 556 – STJ.: É indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei n. 9.250/1995. (Súmula 556, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12//2015, DJe 15/12/2015).
Súmula 590 - Constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do imposto de renda, em caso de liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualizadas e corrigidas. (Súmula 590, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017).
* Aspecto temporal:
- IRPF, considera-se ocorrido o fato gerador em 31 de dezembro do ano-calendário. Até 30 de abril do subsequente, verifica-se o imposto sobre a renda e proventos efetivamente devido, compensando-se o montante que já foi objeto de adiantamentos mensais (carnê-leão ou retenção), apurando-se, então, o saldo a restituir (em caso de pagamento antecipado a maior) ou a pagar (em caso de pagamento antecipado a menor), efetuando-se o recolhimento, se for o caso, à vista ou parceladamente.
- IRPJ - apuração trimestral, podendo, a pessoa jurídica que pagar com base no lucro real, optar pelo período anual, com antecipações mensais.137 No imposto trimestral, considera-se ocorrido o fato gerador ao final de cada trimestre civil; no anual, em 31 de dezembro do ano-calendário
* Aspecto espacial – alcança fatos geradores ocorridos dentro do território nacional e fora dele, desde que o contribuinte tenha domicílio tributário no Brasil (extraterritorialidade ou universalidade).
* Aspecto subjetivo/pessoal – sujeito ativo é a União. Sujeito passivo é a pessoa física residente ou domiciliada no Brasil (IRPF) e as pessoas jurídicas e firmas individuais (IRPJ).
* Aspecto quantitativo - Base de cálculo x alíquota
BC: 
IRPF – Rendimento bruto
IRPJ – montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
Alíquotas: 
IRPJ – 7%, 15%, 22,5% e 27%
IRPJ – legislação específica
2.4. Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
2.4.1. Normas
* Lei 4.502/64 - instituiu o IPI;
* Decreto 7.212/10 - regulamentou a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI (RIPI);
* Decretos 6.006/06, 6.890/09 e 7.543/2011 – instituíram a Tabela de Incidência do IPI (TIPI), estabelecendo as alíquotas aplicáveis a cada produto.
2.4.2. Fato gerador
* Aspecto material – operações com produtos industrializados, pressupõe a industrialização e a saída do produto do estabelecimento industrial.
CTN. Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
OBS.: STF. Min. Dias Tofolli – “A base econômica do IPI é única, devendo ser analisada à luz do art. 153, inciso IV e § 3º, inciso II, da Constituição Federal. A incidência do tributo ocorre sobre operações com produtos industrializados, ou seja, sobre negócios jurídicos que tenham por objeto bem submetido a processo de industrialização por um dos contratantes” (RE 643525 AgR).
* Aspecto temporal – como regra geral, a saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro ou a saída do estabelecimento industrial. Há ficções trazidas pela legislação específica, a exemplo do momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial.
* Aspecto espacial – território nacional e, indiretamente, o local do estabelecimento fornecedor estrangeiro o quando se tratar de produto de origem estrangeira.
* Aspecto subjetivo/pessoal – sujeito ativo é a UNIÃO. Sujeitos passivos são: o importador; o industrial ou quem a lei a eles equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; e o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Responsáveis tributários – são aqueles que, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei – o transportador, em relação aos produtos tributados que transportar, desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência; o possuidor ou detentor, em relação aos produtos tributados que possuir ou mantiver para fins de venda ou industrialização, nas mesmas condições; o estabelecimento adquirente de produtos usados cuja origem não possa ser comprovada pela falta de marcação.
* Aspecto quantitativo – A base de cálculo será o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria ou, na sua falta, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente. No caso do desembaraço aduaneiro, a base de cálculo será o preço normal, acrescido do montante do II, das taxas exigidas para entrada do produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. No caso da arrematação, o preço desta.
A alíquota é definida na TIPI de acordo com a natureza do produto, quanto mais supérfluo maior será a alíquota (Ex. água mineral 0%, água gaseificada 15%, cerveja 40%, etc). 
O lançamento é por homologação,sendo obrigatória a declaração e recolhimento mensal via de regra.
OBS.: o legislador constitucional atenuou a legalidade do IPI e excetuou a anterioridade de exercício, mas não a nonagesimal, que deve ser observada ainda quando da alteração da TIPI.
OBS.: a CF também estabeleceu critérios específicos para a instituição do IPI: 
a) seletividade em razão da essencialidade – pelo qual os produtos mais importantes à população têm alíquota 0% ou ínfima, em comparação a outros que, por não serem essenciais, são taxadas com alíquotas maiores, ex. 10% para alimentação especial de animais de estimação. * Não se pode confundir a essencialidade com a extrafiscalidade do IPI, que permite grandes alíquotas para desestimular o consumo de determinados produtos (ex. cigarro – alíquota 330%);
b) não-cumulatividade, devendo ser compensado o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores – impede o efeito cascata decorrente de várias saídas do produto do estabelecimento industrial até sua conclusão ou mesmo permite o creditamento do IPI pago sobre produtos intermediários ou material de embalagem que serão incorporados ao seu produto final.[1: Note-se que, em uma cadeira de produção, pode ocorrer a saída de um produto industrializado de uma indústria para outra para ser usado como matéria-prima no fabrico de produto intermediário, dando ensejo, adiante, à saída do produto intermediário desta última indústria para outra com vista ao fabrico do produto final, ocorrendo, por fim, a saída do produto final para o estabelecimento comercial que o oferecerá aos consumidores. Em todas as saídas promovidas pelas diversas indústrias envolvidas em tal cadeia, há incidência de IPI. Daí a necessidade de mecanismo que permita deduzir dos valores devidos, aqueles já suportados nas operações anteriores (PAULSEN, 2015, p. 111). ]
CTN. Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.
c) não incidência sobre produtos industrializados destinados ao exterior - imunidade;
d) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei (EC nº 42/2003) – bens de capital são os que se destinam à produção de outros (ex. máquinas).
Jurisprudência
É constitucional a concessão regular de incentivos, benefícios e isenções fiscais relativos ao Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados por parte da União em relação ao Fundo de Participação de Municípios e respectivas quotas devidas às Municipalidades. STF. Plenário. RE 705423/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/11/2016 (repercussão geral) (Info 847).
Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio.
Tese fixada pelo STF: "Incide, na importação de bens para uso próprio, o Imposto sobre Produtos Industrializados, sendo neutro o fato de tratar-se de consumidor final." STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 574).
2.5. Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF.
2.5.1. Normas - Leis 5.143/66, 8.894/94, 7.766/89, 8.033/90, 9.532/97 (art. 58), lei 9.718/98 (art. 15), 9.779/99 (art. 13) e 12.543/11 (art. 3º). DL 1.783/80 e Decreto 6.306/2007, que regulamenta o IOF.
2.5.2. Fato gerador
OBS.: o legislador constitucional atenuou a legalidade do IOF e excetuou as anterioridades de exercício e nonagesimal.
OBS.: Crítica da doutrina à nomenclatura – não se trata de imposto sobre operações financeiras, mas sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, que, apesar de ocorrerem no âmbito financeiro, não estão adstritos às relações financeiras, nem englobam todas as operações financeiras.
a) IOF/Crédito
* Aspecto material: tem como fato gerador a entrega ou colocação do montante à disposição do tomador.
* Aspecto espacial: território nacional;
* Aspecto temporal: momento da efetivação das operações de crédito, pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União e o contribuinte é o tomador do crédito, sendo responsável pelo recolhimento a instituição financeira.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros. A alíquota máxima é 1,5% ao dia.
OBS.: Há isenção do IOF para operações de crédito para financiamento habitacional.
b) IOF/câmbio 
* Aspecto material: é a entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este.
* Aspecto espacial: território nacional. STJ tem admitido a incidência do IOF quando a operação de câmbio se dá em território estrangeiro.
* Aspecto temporal: momento da realização da operação de câmbio.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União. Contribuintes são tanto o comprador como o vendedor de moeda estrangeira. Responsáveis pelo recolhimento do tributo são as instituições autorizadas a operar em câmbio. 
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é montante da operação de câmbio, em moeda nacional. Alíquota padrão é de 25%, mas pode sofrer alterações pelo Poder Executivo. Crítica da doutrina acerca do caráter confiscatório da alíquota.
c) IOF/seguro
* Aspecto material: recebimento total ou parcial do prêmio.
* Aspecto espacial: território nacional.
* Aspecto temporal: momento do recebimento total ou parcial do prêmio.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União e o sujeito passivo é o segurado. Responsáveis são o segurador ou as instituições financeiras a quem este encarregar da cobrança do prêmio.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o montante do prêmio. A alíquota máxima é 25%, sendo de 7,38% para os seguros em geral, de 2,38% para os seguros privados de assistência à saúde e de 0% a alíquota para casos especiais como resseguro, seguro obrigatório vinculado a financiamento habitacional, seguro de crédito à exportação etc. Para os seguros de vida, a alíquota é de 0,38%.
d) IOF/títulos ou valores mobiliários
* Aspecto material: a aquisição, cessão, resgate, repactuação ou pagamento para liquidação de títulos e valores mobiliários.
* Aspecto espacial: território nacional. 
* Aspecto temporal: ato da realização das operações.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União. Sujeitos passivos são os adquirentes de títulos e valores mobiliários e os titulares de aplicações financeira e as instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar na hipótese de pagamento para a liquidação das operações referidas na alínea anterior, quando inferior a noventa e cinco por cento do valor inicial da operação. São responsáveis as instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos e valores mobiliários. 
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o valor da de aquisição, resgate, cessão ou repactuação de títulos e valores mobiliários, da operação de financiamento realizada em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, do valor de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de investimento. A alíquota é 1,5%. 
e) IOF/ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial - 
* Aspecto material: operações com ouro no mercado financeiro ou como instrumento cambial.
OBS.: Não se trata da circulação do ouro, cuja exação se dá pelo ICMS. 
* Aspecto espacial: território nacional.
* Aspecto temporal: momento da aquisição do ouro destinado ao mercado financeiro.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União. Contribuintes são as instituições autorizadas pelo BACEN que efetuarem a primeiraaquisição do ouro destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o preço da aquisição do ouro e a alíquota é de 1%.
Jurisprudência
Súmula nº 664 do STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros – IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança. (Dec. 24/09/03, DJ 09.10.2003).
STF. Plenário. RE 583712/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 813). É constitucional o art. 1º, IV, da Lei nº 8.033/90, uma vez que a incidência de IOF sobre o negócio jurídico de transmissão de títulos e valores mobiliários, tais como ações de companhias abertas e respectivas bonificações, encontra respaldo no art. 153, V, da CF, sem ofender os princípios tributários da anterioridade e da irretroatividade, nem demandar a reserva de lei complementar.
(Art. 1º São instituídas as seguintes incidências do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários: IV - transmissão de ações de companhias abertas e das consequentes bonificações emitidas).
2.6. Imposto Territorial Rural – ITR
2.6.1. Normas
* Lei 9.393/96 – institui o ITR;
* Decreto 4.382/02 - regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do ITR. 
* Lei 11.250/05 - dispõe sobre a celebração de convênio entre a União e os Municípios para a delegação das atribuições de fiscalização, lançamento e cobrança do ITR.
* Decreto 6.433/08 – dispõe sobre o termo de opção pelos Municípios e seus efeitos.
2.6.2. Fato gerador
* Aspecto material: propriedade, domínio útil ou posse de imóvel situado fora da zona urbana do Município. 
OBS.: STJ tem entendido que se submete ao ITR também o imóvel situado na cidade quando esteja sendo destinado a atividade rural, combinando os critérios de localização e de destinação do bem, adotando o previsto no DL 57/66 (Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados).
* Aspecto espacial: território nacional. 
* Aspecto temporal: 1º de janeiro de cada ano.
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União, porém a fiscalização, lançamento e cobrança podem ser delegados aos municípios, mediante opção destes e convênio firmado. Sujeito passivo é o proprietário da gleba rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o valor fundiário, isto é, o imóvel por natureza, o valor da terra nua, sem quaisquer benfeitorias. A alíquota é variável, de acordo com a área total do imóvel e o Grau de Utilização (0,03% a 20%). Lançamento por homologação.
2.6.3 Peculiaridades
* Progressividade para desestimular propriedades improdutivas - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
* Imunidade para pequenas propriedades rurais - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
OBS.: Pequenas glebas rurais são: 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; e 30 ha, se localizado em qualquer outro município.
* Fiscalização e cobrança pelos municípios - será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. A arrecadação, nestes casos, é destinada 100% aos municípios.
2.6.4. Jurisprudência
* Súmula 139 – STJ: Cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional propor execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR.
* Se o proprietário não detém o domínio ou a posse do imóvel pelo fato de este ter sido invadido pelos “Sem-Terra”, não há fato gerador do ITR (STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1346328/PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 15/12/2016).
* A isenção de ITR prevista no art. 10, § 1º, II, “a”, da Lei nº 9.393/96 depende de prévia averbação da área de reserva legal no registro do imóvel. STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.243.685-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 5/12/2013 (Info 533).
* (...) Quanto às áreas de preservação permanente, no entanto, como são instituídas por disposição legal, não há nenhum condicionamento para que ocorra a isenção do ITR. (...) STJ. 2ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1342161/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04/02/2014.
* É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e que leva em consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. Essa progressividade é compatível com o art. 153, § 4º, I, da CF/88, seja na sua redação atual, seja na redação originária, ou seja, antes da EC 42/2003. Mesmo no período anterior à EC 42/2003, era possível a instituição da progressividade em relação às alíquotas do ITR. STF. 1ª Turma. RE 1038357 AgR/ SP, Rel. Min Dias Toffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
2.7. Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF (imposto Hobin Wood)
* Lei complementar;
* Nunca foi criado, mas, quando de sua criação, deveria incidir, de fato, sobre grandes fortunas, não onerando a classe média;
* Houve tentativas frustradas em vários países da Europa e nos Estados Unidos;
IMPOSTOS ESTADUAIS
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.
2.8. ITCMD
2.8.1. Normas
* Resolução nº 9, de 9.5.92, do Senado Federal; 
* Legislação dos Estados e do Distrito Federal, a exemplo do Decreto nº 10.306/2011.
OBS.: é necessária lei complementar se o doador tiver domicílio ou residência no exterior; e se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior.
2.8.2. Fato gerador
* Aspecto material: transmissão de qualquer bem ou direito (I) havido por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória; (II) por doação; ocorrendo tantos fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros, legatários ou donatários.
OBS.: Não se aplica aos bens pertencentes à meeira nesta condição. 
OBS.: Tem caráter predominantemente fiscal.
* Aspecto espacial: no caso de bens imóveis e seus direitos, será competente o Estado da situação do bem (art. 155, §1º, I, CF), e, em se tratando de bens móveis, títulos e créditos, o Estado onde se processar o inventário ou arrolamento ou tiver domicílio o doador ou ao DF. 
* Aspecto temporal: registro da escritura de transmissão do bem imóvel, pois essa é a condição em que a transmissão se opera em relação a terceiros, para o Direito Civil.
* Aspecto pessoal: sujeitos ativos são os Estados e Distrito Federal. E sujeitos passivos são o herdeiro ou legatário e doador ou donatário, na forma da lei. 
Decreto nº 10.306/2011 do Estado de Alagoas. Art. 26. São contribuintes do ITCD: (...) II - na doação, o donatário, inclusive o cessionário, na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso. 
Parágrafo único. Em caso de doação de bem móvel, título ou crédito, bem como dos direitos a ele relativos, se o donatário não residir nem for domiciliado no Estado, o contribuinte é o doador. 
OBS.: São responsáveis: tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício; a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a responsabilidade do registro oua prática do ato que implique a transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito e ação; o doador, o cedente de bem ou direito, o donatário; a qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua posse; os pais, os tutores e curadores; os administradores de bens de terceiros; o inventariante.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o valor venal do bem ou direito transmitido. No caso de bem imóvel, não será inferior à BC do IPTU se urbano, ou do ITR se rural. E, no caso de bem móvel, direito ou título, o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão, ou realização do ato ou contrato de doação. Alíquota máxima é 8%, delimitada por Resolução do Senado Federal. Em Alagoas, é 2% para doações e 4% para transmissão causa mortis.
OBS.: seguro de vida e previdência complementar – VGBL e PGBL estão excluídos da incidência tributária, porque não se trata de transmissão de patrimônio, mas de operação decorrente de contrato firmado pelo falecido em vida para pagamento aos beneficiários após sua morte.
2.8.3. Jurisprudência
* Súmula 112 do STF – O imposto de transmissão “causa mortis” é devido à alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.
* Súmula 113 do STF – O imposto de transmissão causa mortis e calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação (1962). OBS.: Há julgados do próprio STF, desde 1982, afirmando que esta súmula estaria superada porque editada antes da lei que reconhecia a possibilidade de correção monetária (1964). Após esta, não importa o valor da avaliação, pois a BC será o valor venal do bem transmitido, que será atualizado.
* Súmula 114 do STF – O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da homologação do cálculo.
* Súmula 115 do STF – Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão “causa mortis”.
* Súmula 331 do STF – É legítima a incidência do imposto de transmissão “causa mortis” no inventário por morte presumida.
* Súmula 590 do STF – Calcula-se o imposto sobre transmissão “causa mortis” sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.
ITCMD pode ser progressivo – A lei pode prever a técnica da progressividade tanto para impostos pessoais como também para os reais. O §1º do art. 145 da CF/88 não proíbe que os impostos reais sejam progressivos. O ITCMD (que é um imposto real) pode ser progressivo mesmo sem que esta progressividade esteja expressamente prevista na CF/88. Ao contrário do que ocorria com o IPTU (Súmula 668/STF), não é necessária a edição de uma EC para que o ITCMD seja progressivo (STF, Plenário. RE 562045/RS, 2013 – Info 694).
2.9. ICMS
2.9.1. Normas
* Leis Complementares nº 87/96, nº 92/97, nº 99/99, nº 102/00, nº 114/02;
* Resoluções do Senado Federal nº 22/99, nº 95/96 e nº 13/12;
* Convênios de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
* Legislação dos Estados e do Distrito Federal.
2.9.2. Fato gerador
* Aspecto material – operações relativas à circulação de mercadorias, compreendendo negócio jurídico mercantil; serviço de transporte interestadual e intermunicipal; serviço de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; produção, importação, circulação, distribuição e consumo de combustíveis líquidos, gasosos e energia elétrica; extração, importação, circulação, distribuição e consumo de minerais.
Peculiaridades:
Não-cumulatividade - devendo ser compensado o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.
Poderá ser seletivo em razão da essencialidade das mercadorias.
Tem caráter predominantemente fiscal.
OBS.: O fornecimento de alimentação em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, com a simultânea prestação de serviços, constitui fato gerador do ICMS, a incidir sobre o valor total da operação (Súmula n. 163 do STJ). Na prestação de serviços de qualquer natureza sujeita à incidência do ISS (LC 116 de 31.7.03), excepcionalmente, incidirá o ICMS se a respectiva lista de serviços fizer ressalva específica relativamente aos materiais empregados na atividade. Ex. LC 116/03. Anexo. Item 17.11. Organização de festas e recepções, bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS).;
* Aspecto espacial – Território dos Estados. Nas operações intraestaduais, o ICMS cabe ao Estado em que se realizou a operação. Nas operações de importação, cabe ao Estado do estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço, mesmo que o bem haja ingressado no território nacional por Estado diverso do destinatário. Nas operações interestaduais em que o consumidor não é o final, o ICMS cabe ao Estado de origem, pela alíquota interestadual. E, nas operações interestaduais em que o consumidor é o final (após EC 87/15), se o destinatário é contribuinte do ICMS, cabe ao Estado de origem pela alíquota interestadual e ao Estado de destino pela diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna (o responsável é o destinatário), se o destinatário não contribuinte, o ICMS cabe ao Estado de origem pela alíquota interestadual e ao Estado de destino pela diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna (o responsável é o remetente).
* Aspecto temporal – momento da saída do estabelecimento comercial, da prestação do serviço ou do desembaraço aduaneiro no caso de importação.
* Aspecto pessoal – Sujeitos ativos são Estados e DF. 
* Aspecto quantitativo – BC é: a) valor da operação; b) preço do serviço de transporte e de comunicação; e c) valor da mercadoria ou bem importado, constante em documento de importação, convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada para cálculo do II, e acrescido de IPI, IOF, II e despesas aduaneiras.
Alíquota: Possibilidade de seletividade em razão da essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 155, § 2º, III, CF).
O Senado fixará, por resolução aprovada pela maioria absoluta de seus membros, por iniciativa do PR ou de 1/3 dos senadores, alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação.
Faculta-se ao Senado estabelecer alíquotas mínimas (iniciativa de 1/3 e aprovação por maioria absoluta) e máximas (iniciativa da maioria absoluta e aprovação por 2/3 para resolver conflitos específicos de interesses) internas. Enquanto não o faz, os Estados podem livremente estabelecê-las.
Salvo deliberação do CONFAZ, as alíquotas internas não poderão ser inferiores às interestaduais, a fim de evitar guerra fiscal (art. 155, § 2º, VI, CF).
2.9.3. Jurisprudência
STF. Súmula vinculante nº 32. O ICMS não incide sobre a alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
STF. Súmula vinculante 48. Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
STF. Súmula 573. Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.
STF. Súmula 574. Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento similar.
STF. RE 574706. O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência da contribuição para o PIS e a COFINS.
STF. Info 843. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de serviço de telefonia, independentemente da franquia de minutos concedida ou não ao usuário. STF. Plenário. RE 912888/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 13/10/2016 (repercussão geral) 
STF. Info 844. É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no regime de substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida. STF. Plenário. ADI 2675/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e ADI 2777/SP,red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgados em 19/10/2016. STF. Plenário. RE 593849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/10/2016 (repercussão geral).
STF. Info 849. Reconhecida a omissão do Congresso Nacional em editar a LC de que trata o art. 91, ADCT. O ICMS é um imposto estadual. A CF/88 e a LC 87/96 determinaram que não deveria incidir ICMS nas operações e prestações destinadas ao exterior. Como isso causou uma perda de arrecadação, foi prevista uma forma de compensação por meio da qual a União deveria transferir recursos aos Estados. Os critérios para compensar os Estados por conta das desonerações de ICMS sobre as exportações estão previstos no art. 91 do ADCT.
O caput do art. 91 exige que seja editada uma nova lei complementar para regulamentar os critérios de compensação dos Estados. No entanto, o § 3º prevê que, até a edição da nova lei complementar, devem ser adotados para o repasse os critérios estabelecidos no Anexo da LC 87/96, com a redação da LC 115/2002. Como já se passaram muitos anos sem que o Congresso Nacional tenha editado a lei complementar de que trata o art. 91 do ADCT, foi proposta uma ADI por omissão por conta desta lacuna.
O STF julgou procedente a ação e declarou haver mora, por parte do Congresso Nacional, em editar a aludida lei complementar. Diante disso, o STF fixou um prazo de 12 meses para que o Legislativo faça a lei. Na decisão, o STF consignou que, se for ultrapassado o prazo de 12 meses sem que a lei seja editada, o Tribunal de Contas da União (TCU) deverá:
a) fixar o valor total a ser transferido anualmente aos Estados-Membros e ao Distrito Federal, considerando os critérios dispostos no art. 91 do ADCT, a saber, as exportações para o exterior de produtos primários e semielaborados, a relação entre as exportações e as importações, os créditos decorrentes de aquisições destinadas ao ativo permanente e a efetiva manutenção e aproveitamento do crédito do imposto a que se refere o art. 155, § 2º, X, “a”, do texto constitucional;
b) calcular o valor das quotas a que cada um fará jus, levando em conta os entendimentos entre os Estados-Membros e o Distrito Federal realizados no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). STF. Plenário. ADO 25/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2016.
 
STJ. Súmula 129. O exportador adquire o direito de transferência de crédito do ICMS quando realiza a exportação do produto e não ao estocar a matéria-prima.
STJ. Súmula 155. O ICMS incide na importação de aeronave, por pessoa física, para uso próprio.
STJ. Súmula 163. O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.
STJ. Súmula 166. Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.
STJ. Súmula 198. Na importação de veículo por pessoa física, destinado a uso próprio, incide o ICMS.
STJ. Súmula 334. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet.
STJ. Súmula 345. O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.
STJ. Súmula 350. O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.
STJ. Súmula 391. O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.
STJ. Súmula 395. Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.
STJ. Súmula 432. As empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais.
STJ. Súmula 457. Os descontos incondicionais nas operações de mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS.
STJ. Súmula 509. É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra a venda.
2.10. IPVA
2.10.1 Normas
* Leis do Estado de Alagoas – Lei n°. 6.555/2004 e Lei nº 7745/2015.
OBS.: Inexistência de normas gerais sobre o IPVA no âmbito nacional.
2.10.2. Fato gerador
* Aspecto material: propriedade de veículo automotor, demonstrada através do CRV ou pelo CRLV do ano anterior.
OBS.: A mera detenção do veículo, o próprio uso ou a posse não geram incidência. 
OBS.: Veículo automotor é qualquer veículo terrestre, aéreo, aquático ou anfíbio dotado de força-motriz própria, ainda que complementar ou alternativa de fonte de energia natural.
OBS.: STF 	
* Aspecto espacial: sendo devido o local em que o veículo deva ser registrado e licenciado perante as autoridades de trânsito, independentemente do local do domicílio do proprietário ou possuidor. Todavia, se o veículo estiver desobrigado das referidas formalidades, o imposto será devido no local de domicílio de seu proprietário.
* Aspecto temporal: é anual por ficção jurídica (1º de janeiro de cada ano) ou a data que a lei estadual estabelecer, mas será a data da aquisição para veículo novo e a data do desembaraço aduaneiro para o veículo importado.
* Aspecto pessoal: sujeitos ativos são Estados e DF. Sujeitos passivos são os proprietários dos veículos (PF ou PJ), presumindo-se como tal aquele em cujo nome o veículo esteja licenciado.
* Aspecto quantitativo: BC é o valor venal do veículo (tabelas anuais elaboradas e publicadas pelo poder tributante), o preço discriminado na nota fiscal (veículo novo) ou em documentos do desembaraço aduaneiro (veículo importado). OBS.: Fixação da BC é exceção à anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º, CF).
Alíquota – terá o limite mínimo fixado pelo Senado e pode ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização (art. 155, § 6º, CF- progressividade). Lançamento é de ofício.
OBS.: A distinção de alíquotas que algumas leis estaduais fazem entre veículos importados e nacionais fere o princípio da isonomia tributária e da proibição da discriminação em razão da procedência (art. 150, II, CF).
•	Taxa de licenciamento dos veículos: é vedada a cobrança de impostos ou taxas sobre a utilização de veículos. É inconstitucional, mas continua a ser praticada.
2.10.3. Jurisprudência
STJ. Info 588. Termo inicial do prazo prescricional para cobrança de IPVA. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é lançado de ofício no início de cada exercício e constituído definitivamente com a cientificação do contribuinte para o recolhimento da exação, a qual pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação. A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.320.825-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) 
STJ. Súmula 585. A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.   
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e  
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.  
§ 2º O imposto previstono inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.    
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
2.11. IPTU
2.11.1. Normas
* CTN
* Lei federal nº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade;
* Legislação Municipal.
2.11.2. Fato gerador
* Aspecto material: A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município.
OBS.: Bens imóveis por sua natureza: solo, com sua superfície, acessórios naturais e adjacências naturais (árvores e frutos pendentes, espaço aéreo e subsolo). Bens imóveis por acessão física: semente lançada ao solo, edifícios e construções, ilhas, aluvião, avulsão, abandono de álveo, em resumo, tudo o que se une por construção e edificação, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.
OBS: Conceito de zona urbana – definição em lei municipal, observando o requisito mínimo da existência de pelo menos dois dos seguintes melhoramentos: meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos sanitários; rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 km do imóvel considerado (Art. 32, §1º, CTN). Também áreas urbanizáveis ou de expansão urbana consideradas em lei municipal, desde que constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas acima (Art. 32, § 2º, CTN). Ex. Sítios de recreio. 
* Aspecto temporal: território urbano do município.
* Aspecto espacial: momento da apuração (1º de janeiro de cada ano, por ficção jurídica).
* Aspecto pessoal: sujeito ativo – municípios e DF, por meio de lei ordinária. OBS. União quando o território não é dividido em municípios. Sujeito passivo: proprietário (pleno, de domínio exclusivo ou na condição de coproprietário), titular do domínio útil ou possuidor.
OBS.: a locação ou o comodato não se incluem na propriedade, pois que se trata de possuidor sem animus domini. Mesmo que o contrato estipule que o locatário ou comodatário arcará com o pagamento do IPTU, essa avença é imponível à Fazenda (art. 123, CTN). 
OBS.: Superficiário: possibilidade decorrente do art. 21, §3º, Estatuto da Cidade e do art. 1371, CC.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o valor venal do imóvel, não se considerando o valor dos bens móveis mantidos em caráter permanente ou temporário no imóvel (art. 33, CTN).
OBS.: alteração da BC é exceção à anterioridade nonagesimal (art. 150, §1º, CF).
Alíquotas: 
Progressividade extrafiscal do art. 182, § 4º, II, CF: De acordo com o art. 7º, Estatuto da Cidade será aplicado em caso de descumprimento das condições e prazos impostos para parcelamento, edificação ou utilização do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. A majoração da alíquota ocorrerá por 5 anos consecutivos, não excedendo 2 vezes o valor do ano anterior respeitada a alíquota máxima de 15%.
Progressividade fiscal do art. 156, § 1º, I e II, CF (EC 29/00): valor, localização e uso (estes últimos dois dão margem a uma seletividade).
2.11.3. Jurisprudência
STF. Súmula vinculante 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
STF. Súmula 539: É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.
STF. Súmula 583: O promitente comprovador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU. 
STF. Súmula 589: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte.
STF. Súmula 626: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, §1º do CTN.
STF. Súmula 668: É inconstitucional lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/00, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
STJ. Súmula 160: É defeso ao Município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
STJ. Súmula 397: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.
STJ. Súmula 399: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
STJ. Súmula 614: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.
2.12. ISS
2.12.2. Normas
* LC 116/03;
* Legislação municipal.
2.12.3. Fato gerador
OBS.: A estrutura normativa está disciplinada em LC federal, denotando uma competência tributária limitada pela própria CF. 
* Aspecto material: prestação por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo de serviços constantes da lista anexa à LC 116/03.
OBS.: não sofrem a incidência do ISS: a prestação de serviço a si próprio; a prestação de serviço decorrente de vínculo empregatício, de trabalho avulso ou por sócio ou administrador de sociedade; de serviço para o exterior; sobre a prestação de serviço pelo Poder Público; na prestação de serviço público específico e divisível, com utilização efetiva ou potencial (taxas). 
OBS.: A lista de serviços da LC 116/03, de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF e do STJ, é enumeração exaustiva (numerus clausus), comportando, todavia, interpretação extensiva ou aplicação analógica quando se refere a “congêneres”.
- Interpretação extensiva: ocorre nos limites do sentido literal dos termos e expressões usados pelo legislador. Esse tipo de exegese permite que se aplique a regra a situações compreendidas num sentido mais amplo do termo, mas sem extrapolar os limites semânticos da lei. Admissível na seara tributária, não ofendendo o art. 108, § 1º, CTN (“O emprego da analogia não poderá resultar em exigência de tributo não previsto em lei”).
- Interpretação analógica: trata-se de uma interpretação por analogia previamente determinada pela lei, nos casos em que o legislador se vale de expressões como “e congêneres”, “e outras semelhantes”, “qualquer natureza”, etc. Na interpretação analógica, é da vontade da lei abranger a semelhança. 
* Aspecto temporal: momento da prestação do serviço.
* Aspecto espacial: A LC 116/03 deixou de prestigiar o princípio da territorialidade, adotando um sistema misto. Regra município do estabelecimento do prestador (ou, na falta deste, do domicílio do prestador). Há exceções indicadas na própria lei, em que será o município do consumo do serviço ou estabelecimento/domicílio do tomador.
OBS.: A LC considera estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevante para caracterizá-lo as denominações – sede, filial, agência, posto de atendimento,sucursal, escritório de representação ou contato, ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
* Aspecto pessoal: sujeitos ativos são os municípios e o DF. Sujeito passivo é o prestador do serviço. A lei municipal poderá determinar que haja responsável também, ao lado do contribuinte. 
* Aspecto quantitativo: Base de cálculo é o preço do serviço (art. 7º, LC 116/03). Não inclui juros, seguros, multas ou indenizações (de natureza jurídica financeira, ressarcitória, etc). 
Alíquota: a tributação será fixa, em relação aos profissionais que executam serviços pessoais, ou proporcional, em relação às empresas que têm um movimento econômico de prestação de serviços.
OBS.: Limites de alíquotas: LC fixará alíquotas máximas e mínimas do ISS (LC 116/2003: alíquota mínima 2% e máxima de 5%).
2.12.3. Jurisprudência
STF. Súmula vinculante 31. É inconstitucional a incidência do ISS sobre operações de locação de bens móveis.
STF. Incide ISS sobre o serviço prestado pelos planos de assistência à saúde. As operadoras de planos privados de assistência à saúde (plano de saúde e seguro-saúde) realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156, III, da CF/88. STF. Plenário. RE 651703/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29/09/2016 (repercussão geral) (Info 841).
STJ. Súmula 424. É legítima a incidência do ISS sobre serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n°. 406/1968 e à LC n. 56/1987.
2.13. ITBI
2.13.1. Normas
* CTN
* Legislação municipal 
2.13.2. Fato gerador
* Aspecto material: transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou acessão física, ou de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia; cessão onerosa de direitos relativos à aquisição de imóveis.
OBS.: A ausência de onerosidade, que é característica da usucapião, além do fato de que somente os modos derivados de aquisição de propriedade têm interesse para o Fisco, não há incidência do ITBI sobre o imóvel decorrente da aquisição via usucapião.
OBS. Incide ITBI em arrematação judicial em leilão público, pois há sub-rogação sobre o preço (art. 130, parágrafo único, CTN). Base de cálculo: valor atingido na hasta, e não o valor de avaliação ou o valor atribuído pelo Fisco (REsp. 863.893/2006).
OBS.: Quando há divisão de patrimônio pela metade, por ocasião da partilha em dissolução de sociedade conjugal, não incide imposto, pois não houve transmissão, mas somente partilha. Todavia, se os cônjuges decidirem que um deles ficará com uma parte maior do patrimônio, haverá transmissão de propriedade. Se o excesso de meação é transmitido a título oneroso (por compensações por outras transferências ocorridas quando da partilha) e o bem é imóvel, incidirá ITBI. Se a transmissão for gratuita, incidirá ITCMD (REsp. 723.587/2005).
* Aspecto temporal: momento da transmissão patrimonial ou da cessação de direitos.
* Aspecto espacial: território do município da situação do bem.
* Aspecto pessoal: sujeitos ativos são os municípios e DF. Sujeito passivo pode ser qualquer das partes da operação tributária de transmissão do imóvel (art. 42, CTN). Em geral, a legislação municipal aponta o adquirente. São responsáveis subsidiariamente os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício.
* Aspecto quantitativo: base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art. 38, CTN), considerando-se como tal o valor de mercado (preço de venda à vista em condições normais), sendo irrelevante o preço de venda constante da escritura.
OBS.: Pode ocorrer lançamento por homologação: não aceitando o Fisco o valor informado e recolhido pelo contribuinte, passando a realizar lançamento suplementar por arbitramento art. 148, CTN.
Alíquotas: são proporcionais (porcentagem única sobre as BC).
2.13. 3. Peculiaridades
Imunidades – 
* Não incide sobre transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio da PJ em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de PJ, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente fora a compra e venda desses bens ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento mercantil.
OBS.: Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% da receita operacional da Pessoa Jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2 anos subsequentes à aquisição, decorrer de transações relacionadas à locação de imóveis ou arrendamento mercantil.
* Operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
2.13.4. Jurisprudência
STF. Súmula 75: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o ITBI, que é encargo do comprador.
STF. Súmula 326: É legítima a incidência do ITBI sobre a transferência do domínio útil.
STF. Súmula 470: O ITBI não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido construído antes da promessa de venda.
STF. Súmula 656: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel.
3. TAXAS
3.1. Normas:
* CF/88; 
* CTN;
* Leis instituidoras das taxas no âmbito das três esferas de competência concorrente (U, E, DF e Municípios).
3.2. O fato gerador
* Aspecto material: a) utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição; b) exercício regular do poder de polícia.
OBS.: A taxa é um tributo imediatamente vinculado à ação estatal, direta ou indiretamente referida ao contribuinte-destinatário da ação, atrelando-se à atividade pública e não à ação do particular.
OBS.: É uma exação bilateral, contraprestacional, sinalagmática.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.
OBS.: Exemplos das principais atividades fiscalizatórias: taxa de alvará/funcionamento; taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários pela CVM; taxa de controle e fiscalização ambiental (TCFA); taxa de fiscalização dos serviços de cartórios extrajudiciais.
* Específico/uti singuli: destacável em unidadesautônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário. 
* Divisível: suscetível de utilização individual pelo contribuinte. 
OBS: O imposto é o modo de financiamento próprio dos serviços públicos indivisíveis, e a taxa, dos serviços divisíveis.
* Utilização efetiva: serviço concretamente prestado à coletividade, com fruição fática e material detectável. 
* Utilização potencial: serviço de utilização obrigatória, colocado à disposição do contribuinte, sem sua utilização. Potencial é a utilização e não a disponibilização.
O serviço público geral/uti universi, ou seja, aquele prestado indistintamente à toda a coletividade, provoca a percepção de receitas públicas de modo difuso, pela via dos impostos. Exemplos: segurança pública; limpeza pública (diverge da taxa de coleta domiciliar de lixo; iluminação pública.
* Aspecto espacial – território do ente que exerce a competência;
* Aspecto temporal – definido pela lei instituidora da taxa;
* Aspecto pessoal – sujeito ativo – U, E, DF e M, a depender da atividade estatal exercida;
* Aspecto quantitativo - base de cálculo será o custo da atividade estatal respectiva. A alíquota estará definida na lei instituidora da exação.
Art. 77, parágrafo único, CTN: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas.
3.3. Peculiaridades
* O STF já se posicionou pela inconstitucionalidade das seguintes taxas, com base de cálculo inadequada: taxa de serviços urbanos criada com base de cálculo idêntica à do IPTU; taxa de licenciamento de importação estabelecida com base de cálculo idêntica à do II; taxa de segurança contra incêndios cuja base de cálculo era idêntica à do IPTU. 
* Serviços públicos podem ser:
- Propriamente estatais: de competência exclusiva do Estado, com extensão de sua soberania. São indelegáveis e remunerados por taxa. Ex.: serviço judiciário, emissão de passaporte, etc.
- Essenciais ao interesse público: a lei os considera de utilização obrigatória. Também são remunerados por taxa. Ex.: distribuição de água, coleta de lixo, esgoto. Podem ser remunerados mediante tarifa, caso não sejam obrigatórios.
- Não essenciais: são, de regra, delegáveis, podendo ser concedidos e remunerados por tarifa. Ex.: serviço postal, telefônico, energia, gás. 
* Traços distintivos entre taxa e tarifa ou preço público:
Necessidade de lei: a tarifa resulta de contrato administrativo. É prestação voluntária e remunera serviços públicos facultativos. A taxa, por sua vez, é tributo e nasce por meio de lei. É prestação que remunera serviços públicos obrigatórios. Súmula 148, STF: “É legítimo o aumento de tarifas portuárias por ato do Ministro da Viação e Obras Públicas”.
Direito Público e Privado: o regime jurídico das tarifas é de direito privado; o das taxas, de direito público, em virtude de sua natureza tributária.
Compulsoriedade: as tarifas são facultativas; as taxas, não.
Autonomia da vontade: as tarifas decorrem da liberdade de contratar, sendo livremente pactuada entre a pessoa pública e o usuário do serviço.
Prestação de serviços: as atividades com o fito de lucro deverão ser remuneradas por tarifas, ainda que realizada pelo Estado.
Essencialidade do serviço público: os serviços públicos não essenciais (não obrigatórios) serão remunerados por meio de tarifas; os serviços propriamente estatais e os essenciais (obrigatórios pela lei) serão remunerados por taxas.
Espécie de receita: a taxa é receita derivada de direito público, com uso de seu poder de império; a tarifa é receita originária de direito privado, originando-se do próprio patrimônio do Estado.
4. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
4.1. Normas 
* CF/88;
* CTN/88;
* leis dos entes tributantes.
OBS.: No Brasil, surgiu pela primeira vez com a CF/34. Posteriormente, com a CF/46, há definição dos limites de cobrança individual e global. Com a Emenda 18/65, foi acrescentado o caráter de ressarcimento dos cofres públicos a partir da obra realizada.
OBS.: A base axiológica deste tributo é, ao mesmo tempo, a injustiça de toda a comunidade arcar com o custo de uma obra que só trará benefício direto a certas pessoas e a retribuição do proprietário pelo benefício recebido com o dinheiro público. 
 Fato gerador
* Aspecto material: a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. Faz-se necessária a direta relação entre a obra e a valorização.
OBS.: É um tributo bilateral/contraprestacional/sinalagmático.
- Pagamento único, a ser realizado após o término da obra, uma vez identificada a valorização imobiliária experimentada pelo imóvel (art. 9º, DL n. 195/67), nada impedindo que o edital de cobrança seja publicado durante sua realização (art. 5º, § único, DL n. 195/67).
OBS: Obras de recapeamento asfáltico: não pode ensejar sequer contribuição de melhoria, tendo em vista que tal serviço de mera manutenção da via pública não gera valorização dos imóveis, mas tão somente benefício.
- A desvalorização dos imóveis adjacentes a determinada obra pública jamais poderá gerar contribuição de melhoria, mas sim indenização por parte do Estado, que pode ser pedida pelo interessado, bem como sua majoração. 
- Cabe ao interessado impugnar o incremento do valor do imóvel ou seu valor, por meio dos permissivos dos arts. 82, I e II, CTN e art. 6º do DL n. 195/67 (presunção relativa de que é certo o quantum de valorização estabelecido pelo Poder Público). O STJ, ao contrário, já entendeu recentemente pela necessidade de o Poder Público demonstrar que valorizou de fato o imóvel com a obra.
* Aspecto espacial: território do ente que institui a exação, delimitada pela área atingida pela valorização decorrente da obra.
* Aspecto temporal: delimitado na lei, mas sempre após a realização da obra. 
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é o ente que realiza a obra da qual decorre a valorização imobiliária (U, E, DF e M); e sujeito passivo é o proprietário do imóvel, por estar diretamente ligado ao fato gerador da exaçãoA base de cálculo do tributo
* Aspecto quantitativo: a base de cálculo é o quantum de valorização experimentada pelo imóvel, ou seja, o benefício real que a obra pública adicionou ao bem imóvel. Sobre esta base de cálculo incidirá uma alíquota, definindo-se, assim, o quantum debeatur.
OBS.: Brasil adotou um sistema misto, no qual a contribuição de melhoria é cobrada à luz do critério da mais-valia imobiliária individual, porém tendo como limite total o custo da obra.
BC: haverá um limite total (ou global) - montante do custo da obra; e um limite individual – é a mais-valia imobiliária.
4.3. Peculiaridades
* O processo que visa à cobrança de contribuição de melhoria é ato jurídico complexo, que compreende uma série de atos preparatórios e declaratórios, previstos em lei, cuja preterição pode determinar a anulação do lançamento. 
* São requisitos para a instituição:
a) o edital deve ser prévio em relação à cobrança, mas pode ser posterior à obra.
b) elementos a serem publicados (art. 82, CTN): memorial descritivo do projeto; orçamento do custo da obra; determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; delimitação da zona beneficiada; determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas.
5. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
5.1. Normas: 
* CF/88;
* CTN, na parte recepcionada pela CF/88 (inciso III do art. 15).
* Leis dos entes tributantes.
OBS.: Teve primeira previsão na CF/46, detalhada depois, com a EC 18/65. 
5.2. Fato gerador
* Aspecto material: qualquer situação abstrata, prevista em lei, capaz de deflagrar a relação jurídico-tributária. É restituível.
OBS.: Pode ser inclusive a base de cálculo de qualquer imposto.
A relação jurídico-tributária nasce da necessidade de suprir despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou investimento público de caráter urgente e de relevante interessenacional.
OBS. As fontes orçamentárias, inclusive a de contigência, devem ter sido esgotadas. 
* Aspecto temporal: previsto na lei instituidora 
* Aspecto espacial: território nacional, com aplicação definida pela lei instituidora
* Aspecto pessoal: sujeito ativo é a União, com competência privativa. Sujeito passivo será definido pela lei instituidora.
* Aspecto quantitativo: depende da lei instituidora.
5.3. Peculiaridades 
* Exceção à anterioridade: nos casos de calamidade pública e guerra externa (art. 148, I, CF), terá exigência imediata, uma vez que se põe como exceção às anterioridades anual e nonagesimal (art. 150, § 1º, CF). Para viabilizar investimento de caráter urgente e relevante interesse social, será imprescindível a observância do princípio da anterioridade anual e nonagesimal.
* só pode ser instituído por lei complementar.
* não pode atingir fatos jurígenos anteriores à lei que o instituiu ou majorou.
* em razão da isonomia tributária (art. 150, II), pode decorrer a isenção dos mais carentes.
* vedação ao confisco (art. 150, IV).
6. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
6.1. Noções gerais
As contribuições passaram a ter feição tributária com a CF/88, apesar de algumas imprecisões técnicas (ex. art. 150, §6º, CF, que fala em “tributo ou contribuição”).
Distinguem-se dos impostos por terem finalidade específica, isto é, são afetadas à execução de uma atividade estatal ou paraestatal específica (vinculação de receita). Ademais, pautam-se pela solidariedade em relação aos integrantes de um grupo social ou econômico, na busca de uma dada finalidade, ao passo que os impostos decorrem do poder de império. 
Crítica da doutrina: a proximidade com os impostos criou no Brasil contribuições sociais anômalas, que são “impostos com destinação especial”. 
Difere das taxas, pois estas são pautadas pela referibilidade direta entre a atividade estatal e o sujeito passivo, enquanto as contribuições têm referibilidade indireta (destinam-se ao atendimento do interesse geral, porém deflagrando um especial benefício a uma pessoa ou grupo de pessoas).
Nos impostos, o fato gerador é condição necessária e suficiente para o surgimento da obrigação. Nas contribuições, o pressuposto ou causa da obrigação é o benefício/interesse do sujeito passivo em certa atividade estatal, embora se tome como parâmetro, referencial ou fato de exteriorização, algo que ocorre no mundo fenomênico.
O que caracteriza, pois, as contribuições especiais é que o produto de sua arrecadação deve ser carreado para financiar atividades de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte. 
Competência concorrente: contribuições federais (art. 149, caput, CF), Estaduais (art. 149, § 1º, CF) e municipais (art. 149, § 1º, CF e art. 149-A, CF).
Em regra, obedecem a todos os princípios tributários, mas possuem algumas exceções:
a) Quanto à legalidade: as contribuições residuais (art. 195, § 4º, CF), que devem ser instituídas por lei complementar, e as CIDE-Combustíveis, que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo (art. 177, § 4º, I, b, CF);
b) Quanto à anterioridade, são exceções a CIDE-Combustível, que foge à regra da anterioridade anual (art. 177, § 4º, I, b, CF), e as contribuições da seguridade social, pois submetem-se apenas à noventena (art. 195, § 6º, CF).
c) Quanto à capacidade contributiva, o art. 195, § 9º dispõe que, com relação às contribuições para a seguridade social pagas pelo empregador (art. 195, I), é possível diferenciação de alíquotas e bases de cálculo em função da atividade econômica exercida, da utilização de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
6.2. As contribuições especiais (ou parafiscais)
São tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, sobrevindo no contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico. Por isso, inserem-se no campo da parafiscalidade.
A instituição das contribuições, enquanto inserida na competência tributária (indelegável), é feita pela pessoa política. Contudo, é possível delegar a capacidade tributária para o ente parafiscal, que irá arrecadá-las em benefício próprio, não entrando essas arrecadações no orçamento fiscal.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas 
Competência exclusiva da União.
Obedecem aos princípios constitucionais tributários, sem ressalvas.
A União confere às entidades profissionais ou econômicas a capacidade de arrecadar os tributos legalmente instituídos, por isso a parafiscalidade.
a) Contribuição-anuidade - visa prover de recursos os órgãos controladores e fiscalizadores das profissões (ex.: CRM, CREA, etc.), os quais, geralmente, são autarquias, colocadas como sujeitos ativos.
b) Contribuição sindical – após a reforma trabalhista, deixou de ter caráter compulsório, restando prejudicado o entendimento sobre seu caráter tributário.
OBS.: Não se confundia com a contribuição confederativa (art. 8º, IV, CF). Esta é desprovida de natureza tributária e nem é obrigatória, mas somente dos filiados de acordo com o definido em Assembleia. 
OBS.: as anuidades cobradas pela OAB são contribuições corporativas?
Na ADI n. 3.206/DF, o STF, em 08.06.06, firmou entendimento de que a OAB não é pessoa jurídica de direito público, não tendo qualquer vinculação com a adm. indireta. Em 2005, o STJ já havia esposado entendimento idêntico, afirmando que a OAB é um ente ímpar no elenco das personalidades jurídicas do direito brasileiro. Isto porque ela não é mero órgão corporativo, de fiscalização, mas sim órgão institucional, cuja independência e autonomia são imprescindíveis à realização de sua missão constitucional, não podendo estar sujeita a qualquer espécie de controle. 
Não sendo, pois, uma autarquia nem apresentando qualquer relação com órgão público, não se confundindo com os demais conselhos de fiscalização e não se voltando com exclusivismo às atividades corporativas, não tem a OAB as características de uma entidade impositora de tributos, razão pela qual não se pode chancelar a feição tributária de sua anuidade, embora o tema ainda desperte debates.
6.2.2 Contribuições de intervenção no domínio econômico
Competência exclusiva da União.
Objetivam a intervenção do Estado Federal em atividades econômicas, ora intervindo no sentido de fiscalizá-las, regulando o fluxo produtivo, ora no sentido de fomentá-las, melhorando o setor beneficiado.
Tem caráter nitidamente extrafiscal.
Geralmente, a intervenção é feita por pessoas jurídicas de direito privado, que se responsabilizam pela regulação das atividades econômicas às quais se atrelam, geralmente relativas às disposições constitucionais da ordem econômica e financeira.
Art. 149, § 2º (regras aplicáveis às CIDEs e às contribuições sociais):
- Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.
- Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
- Poderão ter alíquotas: ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação; ou específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
- Obedecerão a todos os princípios constitucionais, à exceção da CIDE-Combustível, a qual, segundo o art. 177, § 4º, I, b, CF, não se subsume à legalidade e à anterioridade anual.
- Poderão incidir uma única vez, conforme estipulação legal.
a) CIDE-Combustíveis
Lei n. 10.336/01.
Destinação (art. 1º, § 1º, I a III, lei n. 10.336/01 e art. 177, § 4º, II, CF):
- Pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo.
- Financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás.
- Financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
O art. 149, § 2º, II, CF passou a permitir sua incidência sobre importação de produtos estrangeiros e serviços, pois antes só era permitido incidir sobre importação de petróleo, gás natural e seus derivados, bem como ao álcool combustível. 
É exceção à legalidade e anterioridade

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