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p. 1 Polícia Judiciária à Luz do Direito Processual Penal Moderno A diferença entre Polícia, Poder de Polícia, Persecução Penal, Polícia Judiciária e Competência nas Investigações Criminais Kennedy Carlos Prieto Júnior Goiânia – Goiás Julho de 2019 p. 2 p. 3 Júnior, Kennedy Carlos Prieto Polícia Judiciária à Luz do Direito Processual Penal Moderno A diferença entre Polícia, Poder de Polícia, Persecução Penal, Polícia Judiciária e Competência nas Investigações Criminais Goiânia – Goiás, julho de 2019 54 páginas Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação Lato Senso Especialização em Direito Processual Penal, 420 horas) FAEL S/A Sociedade Técnica Educacional da Lapa, Polo de Goiânia – Goiás. Avenida Goiás, Setor Central. 1. Direito 2. Processo Penal 3. Segurança Pública p. 4 Polícia Judiciária à Luz do Direito Processual Penal Moderno A diferença entre Polícia, Poder de Polícia, Persecução Penal, Polícia Judiciária e Competência nas Investigações Criminais Kennedy Carlos Prieto Júnior Monografia apresentada como um dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Direito Processual Penal pela Faculdade Fael Orientadora: Dr.ª Ana Cristina Zadra Valadares Warszawiak Goiânia – Goiás Julho de 2019 p. 5 Bibliografia Kennedy Carlos Prieto Júnior tem 28 anos de idade. É natural de Goiânia – Goiás. É formado em Gestão de Segurança Pública e Tecnologia em Serviços Jurídicos e Notariais, também está no último período de Ciências Contábeis e é Pós-graduado em Direito Penal. Exerce as funções de Guarda Civil Municipal. p. 6 Agradecimento Agradeço a possibilidade de fazer este trabalho aos meu pais, que sempre me apoiam e me querem bem. p. 7 Dedicatória Dedico este às vítimas da chacina ocorrida em Suzano – SP neste ano. Que as famílias encontrem justiça. p. 8 Citação Inspiradora “Americanismo: Compramos coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não gostamos.” Robert Quillen, Jornalista, EUA, 1887 - 1948 p. 9 Metodologia de Pesquisa Trabalho de Conclusão de Curso, dissertação, trabalho e pesquisa escrito para a obtenção do título de Especialista em Pós-graduação Lato senso em Direito Processual Penal, produzido por meio de intensa pesquisa em livros de biblioteca, sítios ‘on-lines’ na ‘internet’, conversa com profissionais da área e pesquisa de artigos de doutrinadores conhecidos, juristas e professores, além de pesquisa em farta doutrina estrangeira e conhecimento pessoal adquirido por anos de estudo. Material sintetizado e opiniões pessoal dadas com muito apreço e zelo e intensa revisão. A duração do tempo de pesquisa foi de aproximadamente seis meses, de dezembro de 2018 a junho de 2019 e sofreu cerca de 15 revisões e reedições antes de ser entregue para avaliação. p. 10 Abreviações comumente utilizadas Art. - Artigo Abin – Agência Brasileira de Inteligência AMT – Agência Municipal de Trânsito CPP – Código de Processo Penal CPM – Código de Processo Penal Militar CP – Código Penal CE – Constituição Estadual CF – Constituição Federal CPM – Código Penal Militar CPC – Código de Processo Civil CTN – Código Tributário Nacional CNJ – Conselho Nacional de Justiça CTB – Código de Trânsito Brasileiro CN – Congresso Nacional CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito CGU – Controladoria Geral da União DOU – Diário Oficial da União DH – Direitos Humanos DF – Distrito Federal EB – Exército Brasileiro Jecrim – Juizado Especial Criminal TJ – Tribunal de Justiça PJM – Polícia Judiciária Militar JMU – Justiça Militar da União SSP – Secretaria de Segurança Pública STF – Supremo Tribunal Federal STJ – Superior Tribunal de Justiça STM – Superior Tribunal Militar EC - Emenda Constitucional ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente SUM - Súmula p. 11 MP – Ministério Público MPU – Ministério Público da União MPM – Ministério Público Militar MPDFT – Ministério Público Do Distrito Federal e Territórios Inq – Inquérito HC – Habeas Corpus PCDF – Polícia Civil do Distrito Federal IP – Inquérito Policial IPM – Inquérito Policial Militar IPL – Inquérito Policial Legislativo CF – Constituição Federal PC – Polícia Civil PM – Polícia Militar PR – Presidente da República DPF – Departamento de Polícia Federal PRF – Polícia Rodoviária Federal PJ – Polícia Judiciária PLF – Polícia Legislativa Federal GCM – Guarda Civil Municipal IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente RFB – Receita Federal do Brasil AFT – Auditoria Fiscal do Trabalho TCU – Tribunal de Contas da União p. 12 Polícia Judiciária à Luz do Direito Processual Penal Moderno A diferença entre Polícia, Poder de Polícia, Persecução Penal, Polícia Judiciária e Competência nas Investigações Criminais Kennedy Carlos Prieto Júnior Goiânia – Goiás Julho de 2019 p. 13 Índex Capa p. 1 Ficha catalográfica do livro p. 3 Orientação p. 4 Biografia p. 5 Agradecimento p. 6 Dedicatória p. 7 Citação p. 8 Metodologia de Pesquisa p. 9 Abreviações comumente utilizadas p.10 Índex p. 13 Resumo p. 15 Introdução p. 18 A história do Código de Processo Penal Brasileiro p. 18 A função do Processo Penal p. 18 O que é o devido processo penal p. 18 Princípios do Processo Penal p. 19 O que é Persecutio Criminis p. 21 O que é Segurança Pública p. 22 Mas o que é Polícia p. 23 O que é então Poder de Polícia p. 24 O que é Polícia Administrativa p. 25 O que, afinal de contas, é Polícia Judiciária p. 26 O que é exatamente o tão falado Inquérito Policial p. 28 O que é Polícia Judiciária Militar p. 30 Prisão em Flagrante p. 30 Outros órgãos que investigam p. 31 AFT p. 31 IBAMA p. 31 Receita Federal do Brasil p. 32 ABIN p. 32 Polícias Legislativas p. 33 O que são CPIs p. 33 p. 14 O que é investigação conduzida pelo próprio Ministério Público p. 34 Investigação direta pelo STF p. 34 Coaf p. 35 Investigação privada p. 35 Competências para investigar pessoas com foro por prerrogativa de função p. 36 Conclusão p. 37 Anexo p. 38 Referências de Imagens p. 48 Bibliografia p. 51 p. 15 Resumo Estamos já em 2019, mas o nosso sistema processual penal brasileiro é regido, até hoje pelo Decreto-Leiº 3.689, de 3 de outubro de 1941, conhecido como Código de Processo Penal brasileiro. E de lá para cá pouca coisa mudou nele em si, houve apenas algumas, mini mudanças, feitas pelo Congresso Nacional. Contudo muito se mudou nos entendimentos doutrinários, jurisprudenciais e nos fatos do dia a dia, na releitura dele, principalmente após a Promulgação da Carta Magna, nossa Constituição Federal de 1988. Como não podia ser diferente no que se refere às Investigações Policiais e à Polícia Judiciária, muita coisa também mudou, se não nos códigos em si, mas nos entendimentos e várias leis esparsas. Vários entendimentos foram alterados e melhor compreendidos pela Justiça e pelos operadores do Direito e consequentemente pela sociedade civil, que é a quem as leis são feitas para proteger ou aplicar. Veremos neste estudo que, embora a Autoridade Policial, o Delegado de Polícia, descrito pelo Código de Processo Penal, seja a pessoa que dirige o Inquérito Policial, há outras maneiras de se investigar crimes, sejam eles civis ou militares e que outros órgãos também o fazem nos dias atuais, além de simples investigações internas, mas também externas, como é o caso do Ministério Público, da CPI e até mesmo do STF, mesmo quando não é sobre um de seus membros, como é de praxe no caso de magistrados. Diversas Autoridades estão buscando meios de fazerem investigações criminais próprias além da presidência do Inquérito Policial pelo Delegado de Polícia Civil ou Federal e estão sendo bem aceitas pela mídia, mas bastante criticadas pelos especialistas. Palavras-chaves: Direito, Direito Penal, Direito Processual Penal, Processo Penal, Código de Processo Penal, Polícia, Segurança Pública p. 16 Abstrakt Wir sind bereits im Jahr 2019, aber unser brasilianisches Strafjustizsystem geregelt wird heute durch das Dekret Leiº 3689, vom 3. Oktober 1941 als der brasilianischen StPO bekannt. Und von dort bis hier hat sich an ihm an sich wenig geändert, es gab nur wenige, kleine Änderungen, die vom Nationalkongress vorgenommen wurden. So sehr hat es in dem Lehr Verständnisse, die Rechtsprechung und die Fakten des täglichen Lebens, in seiner Nacherzählung verändert, vor allem nach der Verabschiedung der Magna Carta, unsere Bundesverfassung von 1988. Wie es im Hinblick auf die Untersuchungen Polizei und der Kriminalpolizei, hat sich viel verändert, wenn nicht in den Code selbst, aber die Absprachen und mehrere spärlich Gesetze anders sein könnte. Die Justiz, die Rechtspraktiker und folglich die Zivilgesellschaft haben eine Reihe von Absprachen geändert und besser verstanden, welche Gesetze zum Schutz oder zur Durchsetzung erlassen werden. Wir werden in dieser Studie sehen, dass, obwohl die Polizeibehörde, der Polizeichef, der Strafprozessordnung beschrieben, ist die Person, die die polizeiliche Untersuchung leitet, gibt es andere Möglichkeiten der Untersuchung von Verbrechen, ob zivile oder militärische und andere Organe auch heute tun, über die einfache interne Untersuchungen, sondern auch extern, wie es der Fall der Staatsanwaltschaft ist, der CPI und sogar den Obersten Gerichtshof, auch wenn es nicht auf eines seiner Mitglieder ist, wie im Fall von Richtern üblich ist. Mehrere Beamte suchen nach Möglichkeiten, ihre eigenen Ermittlungen über den Vorsitz der polizeilichen Ermittlungen durch die Delegierten der Zivil- und Bundespolizei zu machen und von den Medien gut empfangen werden, sondern von Experten kritisiert. Schlüsselwörter: Recht, Strafrecht, Strafprozessrecht, Strafverfahren, Strafprozessordnung, Polizei, Öffentliche Sicherheit p. 17 p. 18 A história do Código de Processo Penal Brasileiro A base de nosso estudo do Processo Penal é, além da nossa Constituição Federal, promulgada em 1988 e que rege todos os ramos do Direito, o famoso e antigo Código de Processo Penal brasileiro, conhecido como CPP, código este que foi redigido pelo então grande Ministro da Justiça, já em saudosa memória, doutor Francisco Campos e o código foi instituído por um, considerado famigerado e não usado mais hoje em dia, Decreto-Lei, que é um decreto emanado pelo próprio Poder Executivo, pelo Presidente de República, PR, Chefe do Executivo e não pelo Poder Legislativo, que simboliza a vontade de povo e pode ser mais bem discutido e alinhado com a sociedade e não somente com políticas estatais temporais, como as leis de praxe o são, mas que tem força de lei ordinária, como qualquer outra. Esse decreto do Código de Processo Penal foi registrado pelo número 3.689 do ano de 1941, pelo então Presidente da República Federativa do Brasil, o doutor Getúlio Dornelles Vargas e possui, até hoje, 811 artigos, apesar de ser considerado por muitos, como uma colcha de retalhos, por ter muitas mudanças e emendas e que precisaria de não mais reformas, mas de uma nova criação, de um novo código, desta vez feito pelo Congresso Nacional, CN, fato é que existem muitos anteprojetos de um novo CPP, mas o que temos atualmente é este, criado há quase 80 anos. Ele foi divulgado no Diário Oficial da União, DOU, no dia 13 outubro de 1941 e houve 24 retificações no dia 24 do mesmo mês de sua criação, entrando em vigor somente no dia primeiro de janeiro do ano subsequente, ou seja, em 1942. A função do Processo Penal O Direito Processual Penal, ou o estudo do Processo Penal ou ainda, Direito Processual Criminal foi por muito tempo considerado apenas uma subseção do Direito Penal, inferior a este. Ele era conhecido como Direito Penal adjetivo, subsidiário ou auxiliar, enquanto o Direito Penal era considerado substantivo, o principal e única ciência criminal, mas na atualidade já é considerado uma ciência individual, própria, um ramo autônomo do Direito Público como qualquer outro e que, por isso, merece um estudo aprofundado e sistemático e, principalmente, atualizado e comparado. Cada membro, cada engrenagem do processo penal têm sua parte fundamental na busca da qualidade processual, na qual todos devem demonstrar por seus meios, deveres e direitos quando necessários a elucidação de um fato delituoso referido a alguém da sociedade. Ao se processar um indivíduo, que suspostamente cometeu um delito, da maneira mais correta possível é conhecido como o devido processo legal, aquele procedimento previsto na lei, seja o julgamento feito por ritos sumários, sumaríssimos, ordinários ou na lei de juizados especiais, todos devem seguir estritamente a lei, desde que a mesma encontre-se conectada com elementos temporais justos e perenes. O que é o devido processo penal É somente por meio do devido e correto procedimento e processo penal que se descobre se, no fato típico, ou seja, tipificado pela lei penal, lei esta criada por lei federal, emanada do congresso nacional, que aconteceu algo que justifique, ou que esculpe o suposto agente delituoso do fato descrito como crime, para que a justiça seja realmente feita e demonstrada à sociedade, que o crime não compensa e que o infrator, agora já reconhecido como tal e não mais um réu, pois se o infrator for considerado culpado, pois é um direito fundamental de toda pessoa humana que todo cidadão é considerado inocente até quando sobrevier sentença penal condenatória transitada em julgado e somente após isso ele deixa de ter, se for o caso, o status de primariedade, após o trânsito em julgado. Muito embora, atualmente, desde 2016 para ser mais exato, o STF e a doutrina minoritária permitam que o réu, ou seja, não condenado em terceira instância, p. 19 seja preso e comece a cumprir sua pena de restrição da liberdade, é somente após transitado em julgado que o mesmo deixa de ser considerado inocente, por mais que existem provas de sua suposta autoria delitiva. É dever dos agentes operadores do direito processual penal, seja um cidadão ou policial que prende em flagrante um membro da sociedade pela suposta autoria delitual, seja um desembargador na revisão de um processo criminal, a correta averiguação de todas as provas e evidências trazidas ao processo penal que forem apresentadas pelas diversas partes envolvidas no processo, como testemunhas, para que o magistrado togado ou juiz leigo, no caso de crimes contra a vida julgue o suposto ator do fato de modo condizente e tão somente com a lei escrita e certa baseando-se com as provas apresentadas sob o crivo da ampla defesa e sob um processo regido por um rito específico, dentre diversos ritos que divididos por sua natureza criminal ou mesmo pela pena imposta sejam o mais indicado para tal situação em tese. Princípios do Processo Penal Alguns dos princípios, ou bases delimitadoras de até onde pode ir o processo penal, como um trilho de trem e o trem é o processo, e que carrega toda a sociedade, não só pode como deve ser aplicado somente pelo poder público, que é quem detém a autoridade, de acordo com CF, de julgar uma pessoa, um cidadão da sociedade que carrega temporariamente o estigma de ter cometido um fato delituoso, considerado crime, atualmente no processo penal brasileiro é, primordialmente e principalmente, o princípio Inocência, que é um efeito prático retirado do princípio do devido processo legal, e se encontra tanto na Constituição Federal, quanto no código penal e em outras normas, onde diz que em todo o processo a que um réu deve ser submetido deve se basear na lei, e a lei diz que há a presunção da inocência. Ou seja, é tecnicamente muito fácil uma pessoa ser acusada de ter cometido um crime, e até que seja provado que tal fato aconteceu e que a pessoa indicada preliminarmente é a culpada é necessário que ela seja assegurada de sua inocência, que vai desde o momento da prisão, flagrancial ou não, no uso não necessário de algemas, conforme a SUM vinculante número 11, que diz que somente se for realmente necessário por risco de fuga ou de segurança para ele ou terceiros e também a pessoa não pode se humilhada na frente de seus pares carregando o peso de ser considerado 99% como o criminoso. Infelizmente, mais vezes que gostaríamos, as autoridades, sejam policiais em sentido la to, ministeriais, judiciais e até mesmo consulares, erram. Erros fazem pessoas inocentes pagarem. É válido o brocardo de que é melhor uma pessoa não inocente estar solta que prender uma pessoa inocente. Por tanto é fundamental, desde o modo de tratamento nominal como de tratamento institucional que as pessoas a quem se designa a autoria delituosa serem tratadas como inocentes, não até que se prove o contrário, mas até que haja trânsito em julgado da decisão judicial condenatória. O princípio da ampla defesa é fundamental no processo penal, pois somente por ele que o réu, diferente do acusado no Inq Pol ele não somente tem conhecimento claro do que lhe foi imputado como ele pode apresentar suas alegações de defesa e pode acompanhar a apresentação das provas, podendo refuta-las e rebate-las, com obrigatoriamente o auxílio de um advogado, diferente do IP, onde a apresentação de um advogado o acompanhando não é fundamental. Fazendo parte quase intrínseca da ampla defesa há também o contraditório, que é a oportunidade do réu ser ouvido como parte igual do processo, o trio, juiz, acusação e réu, podendo o réu se defender durante o mesmo tempo e com as mesmas armas que um membro do Ministério Público. O contraditório é fundamental para preservar a imparcialidade do magistrado diante do caso concreto, pois somente aquilo que passa pelo crivo de ambas as partes no o processo garante que foi feito corretamente, e que não haverá ilegalidades, como provas ilegais, que são as ilícitas e as ilegítimas, garantido assim o mais próximo da verdade real. É também um importante princípio do direito como um todo e mais fundamentalmente, pois envolve a liberdade, no processual penal, o princípio da imparcialidade do juiz, algo que ultimamente está sendo posto em cheque em diversas operações e julgamentos amplamente explorados pela mídia, tal princípio pressupõe a independência do magistrado e na qualidade de não haver responsabilização contra o membro do judiciário por seus votos e decisões, exceto, é claro, se for escancaradamente ilegais e também, pela própria CF, que dá, ao magistrado inúmeros benefícios como a vitaliciedade, a inamovibilidade e a não diminuição de sua remuneração, além da famigerada aposentadoria compulsória como máximo de p. 20 punição administrativa para um juiz. Tais situações fazem com que a sociedade espere que o juiz, ao julgar, seja imparcial e justo, visto ele ter em seus ombros pouca ou nenhuma pressão, muito diferente de outros atores do sistema penal, como um delegado, um defensor e seus auxiliares. Há também e muito importante princípio o da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilegais, ilícitos ou ilegítimos. Onde, extraído diretamente da Constituição Federal, sabemos que é vedado as provas originadas de meio ilícito, que busca preservar dignidade humana limitando o poder estatal de trazer a “verdade” a qualquer custo. Por exemplo, um investigador não pode invadir uma casa na busca de uma prova contra um criminoso, ou extrair por meio de tortura ou mesmo escutas ilegais pois assim o Estado também estaria agindo de maneira criminosa. Fica a máxima negativa de que os fins nem sempre justificam os meios. Sabemos que não existem provas ilegais, mas provas obtidas por meios ilegais. Portanto é mister que as autoridades utilizem os meios corretos, jogando pelo livro, para que lá na frente acusados culpados sejam libertos e muito menos que acusados inocentes sejam privados de sua convivência social. Sabemos que o que é verdadeiro para mim, pode não ser para você ou terceiro mas o processo penal, tal qual o processo civil, mas mais incisivamente busca a verdade, não só a verdade apresentada no primeiro momento, mas a verdade real, aquela mais próxima, dentro de um limite razoável, da verdade, do que aconteceu. Sabemos que, no momento de periclitação da vida por meio de um ofensor, a única pessoa que sabe todos os passos dados para o acometimento da ilegalidade foi o autor e é esse, segundo a doutrina, um dos motivos que o IP não tem ampla defesa e contraditório. O Inquérito presidido pela autoridade Policial com auxílio de seus agentes um espécie de vantagem na largada para fim de buscar os fatos que ocorreram com a menor interferência possível do suposto agente delituoso, contudo no Processo Penal em si, na ação penal, as provas devem ser apresentadas com a ampla defesa totalmente aberta, exposta para que a parte ré possa se manifestar, a verdade tem que ser mostrada com suas cores e brilhos, para que, por exemplo, os membros do júri julguem sem interferência e com sua convicção, sem faltar provas para demonstrar o mais próximo da verdade que aconteceu no dia. Somente este princípio que altera um pouco a inércia do juiz, sendo possível que o mesmo determine a realização de diligencias na busca de provas que forem necessárias à instrução judicial, sempre em busca de se chegar o mais perto possível da suposta verdade real em busca de um julgamento sério e correto. Existe também no nosso ordenamento pátrio, doutrinas e jurisprudências o grande princípio da obrigatoriedade, onde incumbe ao Delegado de Polícia, que é um bacharel em ciências jurídicas, com experiência jurídica ou policial de, no mínimo três anos, como escrivão de polícia anteriormente, por exemplo e aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, a instaurar o inquérito policial sempre que a lei assim dispuser e ao parquet, Ministério Público, tanto estadual quanto mantido pela união, deve promover a ação penal na Justiça sempre que eles tomarem conhecimento das ocorrências de quaisquer crimes pois foram instituídos pela constituição como guardiões da lei e da ordem devendo ser um órgão próximo da sociedade na busca por justiça. No Brasil o Ministério Público, que nasceu na França, embora muitos achem que seja italiano, tem um papel muito maior que de outras nações, onde atuam somente como acusadores, aqui, felizmente, o MP tem um papel belíssimo, que é o de fiscal da lei, da sua boa investidura e utilidade e atua não somente na área penal, mas também na área civil, trabalhista, ambiental etc. Ter várias delegacias espalhadas pela cidade é uma demonstração da obrigatoriedade das Polícias Civis, que mostram que lá deve ser dados as notícias de novos crimes para que as autoridades lá possam fazer seu papel constitucional de averiguar os crimes e passar para a justiça os inquéritos, estes que são do MP. Tal princípio, embora parecido, não se confunde com o princípio da Oficialidade, que deve haver no processo penal, este diz que os réus devem ser investigados, processados, e principalmente neste caso, acusados por órgãos oficiais, ou seja, serviços prestados somente pelo estado, como a Polícia, o Ministério Público, a Justiça. Seja eles de qualquer ente membro da República. Não existe no Brasil, ainda bem, Polícias Privadas, Ministério Público privado e justiça privada. Por mais que existam vigilantes, crimes que podem ser processados por iniciativa da vítima e pessoas não concursadas atuando como juízes, isto é exceção e mesmo nesses casos elas atuam, praticamente, como auxiliares, tendo os membros estatais como destaque em toda a operação, procedimento ou julgamento. p. 21 Há também, de suma importância o princípio do contraditório e ampla defesa, que, assim como o princípio da inocência, é também princípio constitucional, que garante a ampla defesa do acusado, sem nenhum resquício de abuso de autoridade, não podendo o réu ser processado sem um advogado constituído, seja público, os defensores públicos, concursados ou dativos ou particulares. E que garante que o ainda investigado e réu possa ser ouvido quando querer, ou não, fazer e o direito de presença de toda as peças processuais e este princípio também carrega uma obrigação ao estado, de não poder julga- lo sem a presença de um advogado, e que este advogado tenha as qualidades necessárias para representa- lo, ou seja, que saiba o que está fazendo, para não ter cerceado seus direitos primários, como sua dignidade como pessoa humana. O que é Persecutio Criminis Persecutio criminis, pode ser traduzido do latim como persecução do crime ou persecução tão somente no âmbito jurídico, ou mais precisamente, mas menos utilizado: perseguição penal, ou seja, é o ato de ir no encalço de alguém, afim de, com o fito de aplicar-lhe uma punição. A persecução penal no Brasil significa o conjunto de atividades que o Estado, somente o Estado, desenvolve no sentido de se tornar realizável a sua atividade repressiva em sede penal, ou seja, alguém cometeu, supostamente um crime, o ato de descobrir qual foi o ato, a pessoa e as situações que se desenrolaram para tal fim e por fim investigar e processa-lo para vê-lo cumprido sua determinada medida penal. No Brasil, é realizada, principalmente, mas não exclusivamente, pela polícia judiciária, Polícias Civis dos estados e Distrito Federal, que é mantida pela União e pela Polícia Federal, que também é mantida pela União, é claro, mas que suas atribuições são exclusivas de crimes federais, tais como descaminho, contrabando etc, as fases da investigação, que não é um processo, mas um procedimento penal e pelo Ministério Público, que oferece denúncia ao Juiz. Apesar do Delegado de Polícia não julgar e nem mesmo o Promotor, estes possuem papéis importantíssimos de ‘julgamento’, mais precisamente de filtro. Caso um investigado, ao que tudo indica, não cometeu um crime, o delegado não irá indicia-lo, ou seja, não irá descarregar em seu ônus a marca de supostamente ter cometido um crime e posteriormente, ao que tudo indica, o membro do Ministério Público, também não irá levar a diante o pedido de condenação de tal membro da sociedade, restando ao Juiz, ao que tudo indica, mas não vinculado, de não aceitar tal denúncia, de acordo com o artigo 46 do CPP, que dispõe que o prazo para oferecimento da denúncia do MP para a Justiça, estando o réu preso é de cinco dias, de quando recebeu os autos do inquérito policial, e de quinze, se o réu estiver solto. Claro que esta data recomeça toda as vezes que o Delegado enviar o IP para o MP e este achar que não está bom, exercendo seu papel de fiscal da atividade policial. A Persecução penal possibilita ao Estado atribuir uma punição devida ao autor de um crime supostamente cometido. Ela serve para identificar o seu suposto autor, as circunstâncias, motivos e possíveis elementos que possam para no futuro haver uma punição do culpado. Nós sabemos muito bem que a persecução penal é formada por duas fases bem separadas, mas que, muitas vezes se complementam, embora não necessariamente, a primeira delas é a investigação criminal, que é um meio, embora não único, mas bastante comum para a colheita de informações, que irão ser somadas e colocadas, por meio de portaria, num inquérito policial, que é dirigido por um delegado de polícia e auxiliado por seus agentes. O IP É conhecido como procedimento criminal prévio, que antecede a ação penal e é feito pela PJ, Polícia Judiciária por ser, na maior parte das vezes, procedimento crucial para a justiça, no caso, o Poder Judiciário, agir. Já a segunda fase é o processo penal, que é feito pela ação penal, que é promovida pelo promotor de justiça. Ou seja, não somente, mas mais largamente utilizado e conhecido é que a persecução penal é a soma, divisível, da investigação preliminar, feita pela Polícia com a ação penal e é notório que a CF estabelece que ninguém será privado da sua liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal, por isso é fundamental que cada passo, que possa separar alguém de seus familiares, bens, liberdade, sejam feitos com estrita seriedade e profissionalidade. p. 22 A jurisprudência e doutrina considera o IP como um procedimento administrativo somente informativo, muito embora de muita utilidade na busca da justiça. O delegado de polícia, apesar de ter um papel primordial na segurança da sociedade não é membro do judiciário, nem tem independência, por mais absurdo que isso possa parecer, ele está ligado ao poder executivo e pode sofrer remoções arbitrárias e nem mesmo possui foro por prerrogativa de função, mas desempenha, em sua grande maioria das vezes um papel excepcional junto com seus agentes, que estão cada vez mais preparados para a função policial judiciária. Vale ressaltar novamente que a PJ possui este nome pois é fundamental, embora não indispensável, seu trabalho para levar à justiça informações que possam suscitar um processo penal. A investigação criminal policial prévia deve ser realizada de acordo com as regras contidas na CF e principalmente no CPP, cada rito seu deve ser seguido perfeitamente dentro da lei e embora o IP, diferente do processo que tem formalidade, ele é informal, não segue um rito fixo, mas ele segue algumas regras, como ordem cronológica das diligências, procedimentos apartados como as oitivas das testemunhas, as perícias, depoimentos, buscas e apreensões, dentre outros. Aquilo que chamamos de persecução criminal é nada mais que o procedimento que comporta, ao menos, duas fases, uma sempre administrativa, como o IP, IPM, CPMI, IPL e outra judicial, a ação penal, o processo em si. Em todos os casos há investigações, buscas para se chegar à justiça punindo o infrator ou ao menos esclarecendo fatos ditos como criminosos. O que é Segurança Pública Segurança pública é você poder sair de seu lar, trabalho ou onde for e não precisar nem se lembrar dela. Ou seja, a ausência de preocupação com sua segurança é um sinal de que a segurança pública está funcionando na sua cidade. Contudo o inverso também é justo, se você reside num lugar violento, você ver frequentemente viaturas ostensivas, lhe trará paz e isso também é um reflexo da segurança pública, que é obrigação estatal. A segurança pública, de acordo com o artigo 144 da nossa Constituição Federal diz que é dever do Estado, direito e responsabilidade, não de alguém específico, mas de todos, e que é exercida para a preservação da ordem pública, a ordem social, e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, ou seja, manter o status quo de seus suados bens e de sua própria vida, através da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, até mesmo da Polícia Ferroviária Federal, que só existe na teoria, das Polícias Civis e Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares que atual na Defesa Civil, um ramo da Segurança Pública. A segurança Pública é, em poucas palavras, um estado de normalidade, de integridade, que permite aos seus cidadãos membros exercerem seus direitos, deveres, obrigações cotidianas, sem se preocupar com sua integridade física ou de seus bens adquiridos. Contudo a Segurança Pública é mais do que isto, é claro, ela é um conjunto contínuo, um ciclo eterno, de operações estatais que buscam proteger os outros membros da sociedade e não segrega-los, ou empurra-los para as periferias da sociedade, a segurança comunitária busca juntar todos os povos e faze-los se sentir protegidos para movimentar a economia, o bem-estar e a sociedade civil como um todo. Todo procedimento que visa dar segurança pública ao povo começa na prevenção dos delitos, que são crimes ou contravenções penais, geralmente interrompidos pelas autoridades uniformizadas, conhecidas como Polícia Administrativa, diferente da Polícia Judiciária, comumente vemos a Guarda Municipal, a Agência de Trânsito, a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal, com essas funções, há ainda a Polícia Legislativa, tanto municipal, estadual ou federal nessas funções, só que nesta ela é híbrida, ou de ciclo completo, como veremos depois. Depois que o crime já foi perpetrado nós temos, e necessitamos da repressão, quando o crime já ocorreu entra em cena a Polícia Judiciária, que no caso é a Polícia Federal, p. 23 na união e as Polícias Civis no estados e no DF e termina na reparação do dano e no julgamento e do delinquente e por ventura sua ressocialização, feitos com participação do parquet e do poder judiciário. Mas o que é Polícia Se perguntarmos a qualquer infante o que é polícia ele irá lembrar da fita amarela e preta, do distintivo, da viatura e da sirene, e que ele pega os maus e protege os bons e é isso mesmo, há muito tempo. A origem etimológica da palavra conhecida por nós, como polícia, tem suas origens na língua já considerada como morta, o latim, por isso é quase impossível saber a pronuncia correta, mas é sabido que vem de politia, que por sua vez é originada da palavra politeia, na escrita original: πολιτεία, que por sua vez é surgida na Grécia e que por sua vez dá origem a palavra Pólis, na escrita original πόλις, que é mais ou menos traduzida para o português europeu como cidade, e o sufixo cia significa guardião, vigia, sentinela. Portanto é um consenso entre os profissionais linguísticos que o termo polícia, ou também polissoos, polis, πολισσόος significa o protetor da cidadela, da cidade ou seja, um vigilante, mas não particular, de uma família ou comércio, nem mesmo do campo, mas de toda a cidade, dos comércios, das ruas, um guarda municipal, uma autoridade com poderes instituídos pelo Estado, Rei ou Governante, um membro de baixo clero mas com mais autoridade que a maioria dos povos da cidade, um protetor de todos, mas principalmente das autoridades constituídas e da comunidade, pois é ela que dá as ordens. Desde o princípio e até poucos séculos e décadas atrás, tais policiais, guardas eram simplesmente escolhidos pela sua força e lealdade. Já hoje há concursos públicos de provimento que visam não só força mas intelecto, principalmente para lidar com crimes cada vez mais severos e que abalam a sociedade. Os policiais no início dos tempos se diferenciam dos outros membros de segurança como os militares, guardiões dos reis e das grandes famílias, não servindo de protetores ou guardas costas, ou protetores do castelo, mas eles ficavam nas ruas, fronteiras, em carruagens ou cavalos, geralmente em duplas, patrulhando, seus lugares eram nas ruas da cidade, sempre vistos e prontos para defender. A polícia, de uma forma mais moderna que é conhecida de todos nós hoje em dia, equipada, preparada pronta para o uso e emergências de qualquer natureza e de fácil visualização dos membros da sociedade surgiu na Inglaterra, Reino Unido, no fim do século 18 e início do 19, criada, dizem os historiadores pela ordem do Duque de Wellington, com intuito de diferenciar as forças militares padrões, seu exército, quase particular, como última rátio para uma espécie de ‘exército’ menor, com armamentos reduzidos mas em números grandes, patrulhando Londres e deixando as forças militares em segundo plano, para ameaças exteriores, não domésticas e de maior monta. É notório que a palavra Polícia tem muito poder no Brasil. Polícia, no Brasil, diferente de outros Estados Independentes, como os Estados Unidos da América, é uma atividade estatal, não podendo ser dada a particulares. Nos EUA existem polícias privadas, que são mais que vigilantes, realmente possuem poder de polícia, de perícia, de investigação de crimes, pagam sua própria remuneração e aposentadoria, usam distintivos e armas letais etc. Lá também é comum forças, que aqui no Brasil não são Polícias, mas que usam de força de lei, como investigação fiscal, ambiental e até mesmo postal utilizarem a nomenclatura Polícia em seus uniformes. No Brasil isso seria terrivelmente ilegal. Aqui até guardas civis municipais, que apesar de exercerem funções idênticas a policiais, não podem ser chamados como tais. Eles aqui possuem, tão somente o famoso Poder de Polícia. No Brasil como dito, a palavra polícia tem muito poder, seja por reflexos da ditadura que criou as Polícias Militares, seja porque as palavras guardas civis estaduais de São Paulo ou guardas reais portuguesas ou guardas especiais de Brasília logo viraram Polícias, mas até hoje, em 2019, a palavra Polícia tem um peso. Como já visto anteriormente Temos no Brasil, de acordo com o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, que fazem parte da Segurança Pública, somente a Polícia Federal, que é a Polícia Judiciária no p. 24 âmbito da União, há também a Polícia Rodoviária Federal, que cuida das rodoviárias federais, a Polícia Ferroviária Federal, que deveria cuidar das ferrovias, mas não existe fora do papel, as Polícias Civis, que também, assim como a Polícia Federal, são Polícias Judiciárias e são bastante comuns de se verem, por causa de suas delegacias, também tempos As Polícias Militares que são ainda as mais comuns de se verem, pois esse é seu foco, serem vistos para serem utilizados quando necessários para a população e temos os Corpos de bombeiros Militares, que cuidam da defesa civil, incêndios e resgastes. Quando uma pessoa, diante de uma situação de crime, se identifica como Policial, a população não importa se é um perito, um fotógrafo, um auxiliar de necrópsia, um atendente de telefone da delegacia, um soldado, um cabo, um coronel, um agente, um investigador, um comissário, um perito, um papiloscopista, um delegado, um escrivão, um médico legista, sendo policial, carregando uma arma de fogo e um distintivo ou funcional, que representa o estado, a população já respira aliviado. O mesmo vale para guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros militares, agentes operacionais da Abin, um agente estatal que, em lato senso, é um policial, embora não seja legalmente, é um alívio para a população que procura socorro, e embora o nome não seja policial é mais fácil se identificar como tal, é quase que uma inexigibilidade de conduta. Não é razoável pedir que um bombeiro militar grite Soldado do Corpo de Bombeiro Militar, mãos ao chãos, meliante, durante um assalto. Mas tecnicamente, Polícia é quem faz concurso para Polícia, e a palavra polícia, no Brasil tem peso histórico. O que é então Poder de Polícia O Poder de polícia, é, da maneira majoritária e encabeçada de acordo com a administrativista e ex- Procuradora Estadual Paulista Maria Sylvia Di Pietro, a faculdade, quase um dever, que tem o Estado de limitar ou mesmo de condicionar o exercício dos direitos das pessoas, a liberdade, a propriedade. Com o pleito da instauração do bem-estar de todos, na busca do interesse público em prol de todos contra de alguns poucos. Diferente do que muitos da sociedade pode imaginar, a origem de Poder de Polícia, apesar de estar muito ligado ao direito processual penal, quase nada ter a ver com segurança pública à primeira vista, ele se origina do artigo número 78 do, CTN, do Código Tributário Nacional, pois dele resulta cobrança de taxas, multas, onde diz que se considera como Poder de Polícia a atividade da Administração Pública que limita ou disciplina direitos, os interesses ou liberdades, além, é claro de regular a prática de atos ou abstenção de fatos em razão do interesse público, de todos, não só de uns, naquilo que é concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina, à tranquilidade pública ou no que diz respeito à propriedade e aos direitos de uns e de todos. Considera-se também como regular exercício do Poder de Polícia quando este é desempenhado por órgãos que são competentes, baseados na lei mas desde que com observância dos devidos procedimentos e processo legal, ou seja, aquilo que está fundamentado na lei e, quando se trata de atividade que a lei tenha como discricionária, desde que o mesmo seja feito sem abuso de poder ou desvio de poder. Um agente de trânsito ao aplicar uma multa, utiliza do Poder de Polícia. Um Policial Militar ao fazer uma blitz e lhe obrigar a parar está utilizando do poder de polícia. Um fiscal de meio ambiente ao embargar uma obra utiliza do poder de Polícia. Um fiscal sanitário ao fechar um mercado que vende comida vencida ou estragada em um restaurante, utiliza o poder de Polícia. Ou seja, não necessariamente um órgão policial é fundamental para exercer o poder de polícia. Mas toda polícia utiliza de Poder de Polícia. Entendemos que, não é porque um órgão utiliza o poder de Polícia que ele pode se chamar de Polícia. Um fiscal ambiental, mesmo acompanhado de Policiais lhe p. 25 fazendo escolta, é apenas um fiscal ambiental e não um policial e isso não é demérito ou mérito de nenhum. Possuem exigências diferentes, remunerações distintas e é claro, funções diversas. Existem vários órgãos da administração pública que possuem atribuições para fiscalizar atividades de higiene, ordem, dos costumes, mercado e comércios, atividades econômicas etc, que dependem de autorização do poder público para existirem. Até mesmo ao você pedir uma licença para construir, por meio de um alvará, o poder público que irá lhe permitir está utilizando do poder de Polícia. Um guincho municipal ao apanhar seu veículo que está parado em local proibido está utilizando do poder de Polícia. Podemos dizer que toda Polícia Administrativa e Polícia Judiciária exercem o Poder de Polícia, mas é claro que não só ele. Até mesmo um magistrado, ao ordenar um mandado de busca e apreensão ou a condução coercitiva de uma testemunha está utilizando do poder de polícia. Em suma o poder de Polícia é aquilo que o poder público faz, sem pedir autorização para o Poder Judiciário e ele tem uma pequena margem de liberdade para decidir como e quando fazer. O que é Polícia Administrativa A Policia Administrativa, quando falada no Direito Administrativo e Tributário é sinônimo, se confunde com o Poder de Polícia, que incide sobre bens e direitos da sociedade, limitando sua atuação. Mas A Polícia Administrativa quando falada sobre a ótica da Constituição e do CPP, não é sobre um PM que trabalha no administrativo do quartel mas sobre toda as Polícias ostensivas, aquelas Polícias fardada, uniformizadas, aquela que dá a cara à tapa, não que trabalhe mais que a judiciária, mas que sua função é esta, de ser vista por todos na rua, ostensiva, e prona para reagir, temos como exemplo a PM, a PRF etc. Ela previne o crime e age durante o crime, em flagrante por exemplo. Ela nasceu para evitar ações que atrapalhem a sociedade, que machuquem o próximo, para evitar aqueles comportamentos individuais que causem danos coletivos. Ao contrário da Polícia Judiciária, não aqueles que investigam crimes, mas aqueles mais vemos nas ruas, no dia a dia, com veículos adesivados e sirenes que podem ser vistos ouvidos a muita distância. Como exemplo, mantidos pela união temos a PRF, que tem como funções combate aos crimes nas rodovias federais, patrulhamento para preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, dos patrimônios, além de dar apoio a outros órgãos. Já as Polícias militares, nos âmbitos dos estados e no caso do Distrito Federal, mantido pela união, cabem o cargo de serem uma polícia ostensiva, assim como a PRF, ou seja, visível, presente e pronta e devem preservar da ordem pública e aos bombeiros militares incumbe a execução de atividades de defesa civil, como no caso de incêndios, desabamentos etc. Também podemos considerar os membros do corpo de bombeiros militares como fazem parte de uma Polícia Administrativa, lembrando que em alguns estados como SP e PR o CBM é a PM. Há também como parte da Segurança Pública brasileira, no mesmo artigo 144, embora sujeito a muitas críticas, pois não estão no caput, mas no oitavo e décimo parágrafo as Guardas Municipais, que alguns consideram como policiais lato senso Ou Guardas Civis Municipais, que são destinadas à proteção dos bens municipais, serviços e instalações, mas que exercem na prática, atividades idênticas às das Polícias Militares. Um exemplo é busca pessoal em eventos municipais, como feiras e exposições, patrulhamento em praças e ruas do município, blitz educativas ou outras atividades municipais. p. 26 Já a segurança viária, tanto nos âmbitos municipais, estaduais e distritais também está elencada a educação, engenharia e fiscalização de trânsito ocorrida por fiscais, agentes e inspetores municipais, der, agetop, detran etc As agências prisionais brasileiras, diferente das americanas, por exemplo, que além de vigiar presos, possuem investigação, aqui somente protegem o local e guardam o reeducando e é muito criticado pois em alguns estados há vigilância prisional privada, por tanto para alguns juristas e doutrinadores não se trata de atividade policial administrativa, mas sim mista ou híbrida. Alguns juízes até mesmo está tratando como prova ilegal aquela encontrada por busca de agentes penitenciários, mas numa divisão básica a atividade de um agente prisional está ligada à polícia administrativa, até mesmo quando é necessário suprir a atividade primordial de um agente penitenciário é convocado policiais militares e não civis, estes somente para investigar crimes ou periciar. O que, afinal de contas, é Polícia Judiciária O famoso artigo de número 144 da nossa magnífica Constituição Federal do Brasil diz que a segurança pública brasileira, dever do Estado será exercida Polícia Federal e polícias civis. Estas são polícias judiciárias, a primeira da união, do governo federal, a segunda, como regra, estadual e são investigativas, atuam após o cometimento do crime, são chamadas de judiciárias pois ajudam o poder judiciário, seus trabalhos constituem um procedimento, não um processo, um ato preparatório ao processo judicial, auxiliando em muito o poder judiciário, por meio da juntada de indícios, provas e principalmente do conhecimento da autoria e da materialidade de um delito. A lei diz que as polícias civis seriam dirigidas por Delegados de Polícia, Autoridade Policial, de carreira, ou seja, não como antigamente, com os famosos calças curtas, sargentos ou mesmo pessoas comuns que eram influentes e ganhavam o cargo por apadrinhamento, felizmente isso mudou. Hoje para ser Delegado é muito exigente os requisitos e não diferencia em nada de um promotor de justiça ou magistrado. E é claro que cada delegado tem em suas mãos uma dezena de servidores, investigadores estrito senso, pois todos são, escrivães que digitam e formalizam tudo, peritos, médicos etc, ao seu dispor, tudo para levar a justiça, mais celeremente possível todos os fatos que fizeram o crime acontecer ou o nome do autor. À polícias civis, incumbem, exceto ao governo federal, as funções de serem polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares, pois o próprio quartel instaura um inquérito quando ocorrer um crime militar. Ao exercer as funções de polícia judiciária, tal qual a PF, a PC se transforma numa protetora da sociedade, um ponto final no crime, uma segunda opção a se procurar após um crime acontecer a PM não puder ajudar. É claro que, ao se deparar com um crime, qualquer policial, de qualquer órgão ou função tem que agir, mas legalmente a Polícia Civil age após o crime ter acontecido, buscando imagens, depoimentos, fazendo acareações, retratos falados, reconstruções do crime, diligências, prisões etc, para muitos isto é mais complexo, embora, ao olho nu, mais seguro que somente atuar durante um crime ou patrulhando em busca de suspeitos. A autoridade policial preside o inquérito policial, que serve de base, para a promotoria de justiça enviar ao poder judiciário os autos após ter sua justa causa. A Polícia Federal, ou mais especificadamente, o Departamento de Polícia Federal, é subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que exerce com exclusividade as funções de Polícia Judiciária da União, embora não seja, tecnicamente, a única Polícia Judiciária da União, visto que a Polícia Civil do Distrito Federal também é uma Polícia Judiciária e pertencente a União, de acordo com o inciso XXIV do Art. 22 da CF. p. 27 A Polícia Federal é a única polícia a exercer os interesses da União em âmbito federal nas suas investigações criminais e operações, como atividades de polícia marítima, de aeroportos, fronteiras, repressão ao tráfico de entorpecentes internacional, contrabando e descaminho, emissão de passaportes e outros, além de ser a única força policial brasileira a compor a Interpol. Existem, nas unidades da Federação as Polícias Civis, que assim como a Polícia Federal, exercem atividades de Polícia Judiciária, ou seja, investigam crimes, por meio de investigações propriamente ditas, operações policiais diversas, prisões e também serviços como emissão de identidades. Os órgãos Polícias Técnicas Científicas utilizam o nome de Polícia, usam armamentos dados pela Secretaria de Segurança Pública mas, embora de muitíssima importância, não são constitucionalmente polícias, pois não estão elencadas no artigo 144 da Carta Mágna. Diferente dos departamentos de Polícia Científicas que pertencem a maioria das Polícias Civis e à Própria Polícia Federal, que sem dúvida, são Polícias, mas aquelas, não. Deveriam, assim como a maioria dos Corpos de Bombeiros Militares, que desvincularam das Polícias Militares e tiveram identidade própria mas manteram as prerrogativas, também serem independentes. Algumas até o são, se chamando Instituto de Perícias e não Polícia, muito embora seus membros assim se denominam, e não há mal nenhum nisso, pois, teoricamente, são policiais, visto que tal órgão, Instituto de Perícias, também não existe na Constituição Federal. De acordo com a lei a polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria e nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. E quando for mediante requisição, deverá, preferencialmente ter a narração do fato, com todas as circunstâncias, a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer. É interessante que a lei diz que qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao Delegado, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. Sabemos que, de acordo com a lei o inquérito policial, naqueles crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado e nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Assim que o delegado de polícia ou seus agentes tiverem notícias da prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais. Interessante que em muitos estados quem faz essa conservação do local de cena de crime é a PM, mas a lei diz que tem que ser a PC. Ela também deve apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais de local de cena de crime, como de morte violenta. Os policiais civis também devem colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias, ouvir o ofendido, ouvir o indiciado, devendo um termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura, de preferência que não seja os policiais condutores. Também deve proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações. Deve também determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. Não se esquecendo de ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; O Delegado de Polícia e seus agentes devem averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Vale lembrar que não existe nulidade no inquérito policial, um agente digitar um inquérito, um escrivão dirigir uma viatura etc, não muda o final do procedimento. p. 28 Mais recentemente, com a lei 13.257 de 2016, o Delegado deve colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa custodiada. O artigo sétimo diz para verificar a possibilidade de haver a infração praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública da sociedade. Uma espécie de formalidade, ordem está escrita no artigo nono do código penal, que diz que todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Sobre as datas, o artigo décimo diz que o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. O delegado deverá fazer um minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente, de acordo com o crime. Como foi dito, não há nulidade na fase do inquérito, um delegado estadual pode até mesmo investigar um crime federal, mas ao enviar para o judiciário, tem que ser o juiz correto. Pela lei a autoridade policial não pode negar nada ao juiz e ao MP, desde que não manifestamente ilegais, o delegado deve realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público, cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias, embora sabemos que a PM também cumpre mandados. E é o Delegado que representa acerca da prisão preventiva ou temporária de um custodiado. O que é exatamente o tão falado Inquérito Policial O inquérito é um procedimento administrativo inquisitorial, investigativo, que busca elucidar um crime. O nome inquérito policial vem de inquisição, por ter algumas semelhanças, como o Delegado poder ter discricionariedade sobre suas decisões e ao investigado lhe faltam alguns privilégios de um réu ao ser julgado, como não poder pedir, ou ser ouvido, sobre diligências e operações, pode pedir um advogado mas o delegado não é obrigado a lhe conseguir um e se o investigado não deixar claro que não falará sem a presença de um advogado as oitivas continuam normalmente. Não há contraditório e ampla defesa no Inquérito, porque o investigado ainda não é réu e o delegado está apenas colhendo informações para subsidiar a futura ação penal que será proposta pelo Ministério Público, que é o dono da ação penal. Mas não será julgado, embora muitos considerem que o indiciamento é uma espécie de julgamento, pois foi decidido pela Autoridade policial que o mesmo tem grandes chances de ser o autor do delito ao qual é investigado. O inquérito policial é fundamental para o alcance da justiça em nosso país, é um procedimento investigativo de âmbito criminal, pré-processual, que embora não seja necessário para o Ministério Público promover a denúncia, é utilizado na maior parte dos processos que chega ao Poder Judiciário. O Inquérito Policial é escrito e presidido, na maior parte do tempo, pelo Delegado de Polícia e desempenhado por vários membros das polícias, como investigadores, escrivães, peritos e legistas e busca reunir provas para definir a autoria e materialidade delitual. Embora IP possua mero conteúdo instrutivo, que fornece ao Ministério Público ou ao ofendido, no caso de crimes privados, os elementos necessários para a ação penal, ele possui valor relativo, sendo na justiça uma prova como qualquer outra, pois até mesmo diante de confissão o juiz pode absolver um acusado, o artigo 155 do CPP diz que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, algo que não está presente no IP. p. 29 O IP é criado por uma portaria, e para a elucidação de um outro crime no mesmo inquérito é necessário abrir outra portaria para anexar o novo delito a ser investigado, a não ser que seja em flagrante. Alguns princípios do IP é o dele de ser escrito, de acordo com o artigo nono, dele ser sigiloso, e para saber o quanto isso é prejudicial se não for aplicado podemos nos lembrar do famigerado caso da escola Base, onde não houve sigilo e pessoas tiveram suas vidas arruinadas por boatos que vazaram durante a investigação e a súmula vinculante número 14 também garante o inquérito ser sigiloso. Uma característica bastante óbvia do IP é ele ser inquisitivo, claro, visto que nele como já dito não há contraditório e ampla defesa. O IP também é indisponível, não podendo o próprio delegado mandar arquivar o inquérito, e sim o promotor, de maneira composta ao juiz, que não tem outra opção a não ser arquivar. O delegado de polícia conta também com a discricionariedade, que demonstra que ele pode fazer suas decisões com muito mais liberdade, não seguindo ritos fixos, estabelecidos em lei para suas diligências, mas que devem ser legais e corretas e principalmente razoáveis. Apesar de muito importante o IP é dispensável, ou seja, se o MP tiver outras fontes de informações ele não necessita do IP para proceder com a ação penal em juízo. Sabemos que o IP é foi criado para a reunir elementos primordiais à apuração da prática de um crime ou contravenção penal, um delito penal, de acordo com o art. 4º do CPP, muito embora na prática de acordo com a lei dos juizados especiais e seguindo os critérios da informalidade, economia processual e celeridade é comumente criado um TCO, termo Circunstanciado de ocorrência para contravenções penais e crimes com dois anos ou menos. Hoje se é sabido que as Polícias Militares, Guardas Municipais e até Detrans estão emitindo o TCO para pequenas infrações e à partir disso já podemos concluir que é uma espécie de investigação, pois a lavratura do auto prescinde de perguntas feitas à vítima e suposto autor e assinatura do mesmo para comparecer em juízo em momento posterior. A lei diz que o IP deve ser enviado ao Juiz antes do MP, mas na prática isso não é necessário, pois ao receber o IP o juiz praticamente envia para o MP, que é o dono da ação penal. Já vimos que os prazos para o término dos inquéritos policiais, para ser entregue ao MP, uma primeira vez, é de 10 dias se o investigado estiver preso ou 30 dias se o investigado estiver solto. Isto numa delegacia de polícia civil comum, estadual ou do distrito federal (que pertence a união) Ou para a Polícia Federal é de 30 dias se preso, sendo 15 dias prorrogáveis uma única vez, ou de 30 dias se solto, como o inquérito da polícia civil, prorrogado por uma única vez. Na lei de drogas os prazos são bem maiores, são de 30 mais 30 dias se o investigado estiver preso ou de 90 mais 90 dias se o investigado estiver solto. Já os crimes cometidos contra a lei dos crimes contra e economia popular é bem exíguo, de 10 dias se solto ou preso. Se cumprido esses prazos e por força maior for necessário mais tempo o magistrado poderá conceder ao delegado de polícia. Vale lembrar que, apesar destes prazos para o investigado estar preso, o mesmo deve ser apresentado à autoridade judicial em até 24 horas e se ficar 10 dias presos, com certeza a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. A presidência do IP é privativa do Delegado de Polícia, exceto quando as investigações são sobre pessoas com foro especial por prerrogativas, como deputados federais, membros do ministério público e magistrados, neste caso a presidência será do STF, Procurador Geral e Tribunal de Justiça respectivamente e para haver o indiciamento, que além de privativo, é exclusivo do Delegado de Polícia é necessário que tanto o delegado quanto o presidente do Inquérito no caso especial concordem e o Delegado irá indiciar, ou seja, reunir elementos e chegar a uma autoria preliminar. Apesar da Presidência do IP ser alterada em certas ocasiões, todas as diligências especificadamente serão feitas pela polícia, como um longa manos, uma mão estendida da autoridade presidente no momento, STF, por exemplo. O destinatário imediato do IP é o Ministério Público, que é o dono da ação penal, afinal ele que oferece a denúncia ao juíz. Somente crimes de ações penais privadas que o destinatário é a vítima e neste caso ou no caso de crimes de ação penal pública mediante representação que para a abertura da portaria do Inquérito Policial é necessário o aval da vítima ou de seu representante legal mas mesmo nessas situações p. 30 o Ministério Público pode participar, pois o mesmo é fiscal da atividade policial, ele que fiscaliza se a lei está sendo bem aplicada e se não está havendo excessos ou desvios da atuação policial. O que é Polícia Judiciária Militar A CF deixa claro que a Polícia Judiciária, não pode investigar crimes militares, então é aí que entra o IPM, que é o Inquérito Policial Militar. Exceto quando o Exército, por exemplo, está fazendo trabalho substituindo a PM, como situações de lei e ordem, aí sim, eles estão desempenhando trabalho policial. O IPM visa a investigação de infrações criminais militares e é presidido por oficiais, seja dos três órgãos que compõem as Forças Armadas, o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, quanto das Polícias Militares ou Bombeiros Militares, que curiosamente possuem o mesmo nome, não se transformando em Inquérito Bombeiro militar ou Aeronáutico etc. E possui todas as mesmas características oficiais do IP comum, só mudando o ambiente, onde são as autoridades policiais militares que o presidem, mesmo quando está investigando um civil que comete crimes militares, excetuando-se nos prazos, onde são 20 dias se o militar estiver preso, o que mais acontece, ou de 30 dias se solto, prorrogável por mais 20 dias apenas. Apesar de a polícia militar e membros das forças armadas incumbidos de investigar infrações criminais de seus membros, por meio da corregedoria, acontece muitas extrapolações de competência dos conhecidos como P2, na qual vemos policiais militares investigando crimes por prospecção, até mesmo fazendo diligências em veículos oficiais descaracterizados ou ostentando distintivos e barbas e indumentárias comuns a policiais judiciários civis e investigam pessoas comuns e não somente colegas investigados, o que é um desvio de poder. As Polícias das forças armadas, como a Polícia do Exército e corregedorias das polícias e corpos de bombeiros militares devem tão somente investigar infrações criminais ou disciplinares de seus membros e não a sociedade como um todo. Prisão em Flagrante Um dos motivos para muitos órgãos, que possuem armas de fogo, uniformes, poder de polícia e distintivos mas não são policiais de querer ser chamado de policiais é para intimidar com a questão de prisão. Vale lembrar que o artigo 283 do código penal diz que ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. Mas prisão só pode ser feita por autoridades competentes e munidas de mandado de prisão assinada pelo juíz. Contudo existe a prisão em flagrante, na qual qualquer pessoa, servidor público investido ou não pode prender alguém e estará agindo dentro da legalidade. É a prisão em flagrante, ela é descrita entre os artigos 301 e 310 do Código de Processo Penal e pode ser realizada por qualquer pessoa quando alguém for encontrado em flagrante delito. p. 31 Mas o Delegado de Polícia e seus agentes não só podem, como devem prender quem se encontra em flagrante. Diz o artigo 301 que qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. O artigo 302 nos diz o que se considera como flagrante, que vem de flagrar, fogo, algo que está visível a todos. Considera-se em flagrante delito quem está cometendo a infração penal, acabou de cometê- la ou é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração ou ainda é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Portanto um auditor da Receita, um Guarda Municipal, um Agente da Abin, um Bombeiro Militar, um Agente Prisional, ou mesmo um cidadão comum que utiliza arma de fogo ou qualquer outro instrumento ou mesmo de mãos nuas, ao presenciar um assalto, sequestro, agressão etc, se tiver meios de prender a pessoa, desde que não exagera a legítima defesa ou a captura, estará agindo dentro da lei e não precisa estar escrito Polícia na sua roupa para se sentir um herói, ele foi um herói. Outros órgãos que investigam AFT Os Auditores-Fiscais do Trabalho são regidos pelo mesmo estatuto jurídico da Receita Federal que veremos mais a frente, assim como os Policiais Civis do Distrito Federal e da Polícia Federal, e da mesma forma possuem status semelhante e remuneração, embora funções distintas. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho cabe investigar a regularidade legal e principalmente da segurança e saúde dos servidores de várias empresas, muitas vezes em péssimas condições, em madeireiras clandestinas e fábricas gigantes. Muitas vezes encontram trabalhos precários e que se aproximam do trabalho insalubre, penantes e análogo ao escravo, não é considerado escravo pois, teoricamente não existe escravo no Brasil mais. Os membros da carreira de auditor do trabalho, como qualquer outro aqui citado, não pode ignorar ao perceber um crime, muito embora a lei diga que é somente à autoridade policial e seus agentes o dever de prender quem se encontra em flagrante e que aos outros é opcional, eles, ao perceberem crimes, devem tomar as atitudes corretas, além de relatar todo o caso, posteriormente à autoridade policial. Os membros das carreiras de AFT possuem armas de fogo e escolta policial para desempenharem seu ofício com maestria e seriedade. Tais valorosos membros da nossa sociedade e governo já salvaram inúmeras famílias da exploração do capitalismo selvagem que explora os mais fracos. IBAMA O Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e tem a função primordial de cuidar da a preservação e conservação do meio ambiente por meio da constante e forte fiscalização e sobre o uso de todos os recursos naturais, além de conceder licenças ambientais para as pessoas e empresas que cumprirem os requisitos. p. 32 Cada operação do IBAMA é feito uma investigação prévia, operacional e sistemática para a defesa do meio ambiente e também, durante suas operações é feito investigações dos acontecimentos que podem causar prejuízos a fauna e flora e seus responsáveis e encaminhado a autoridade policial quando é necessário formalizar a investigação. Há também, desmembrado do IBAMA, o ICMBio, que é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, criado em 2007, para ele o Ibama transferiu, além das obrigações relacionadas a preservação do meio ambiente as atribuições de gerir as unidades das unidades, de prestar educação ambiental e proteger os centros especializados de reservas ambientais, os membros do ICMBio também possuem armas de fogo e proteção policial ao fazer suas operações que utilizam de muita inteligência para não acontecer falhas. Receita Federal do Brasil A Secretaria da Receita Federal é um órgão que tem como responsabilidade a administração dos tributos da união e o controle aduaneiro, além de atuar no combate à elisão e a sonegação e outros crimes como o contrabando, o descaminho, a pirataria e os tráficos de animais, drogas e até mesmo humano. Trabalham em portos secos, portos marítimos, aeroportos, rodovias, fronteiras etc Sempre auxiliando e sendo auxiliado pelas Polícias Federais, PRF e PM. Também utilizam armas de fogo ostensivas durante suas operações, até mesmo carabinas. Possuem uma portaria interna que lhes permite usar arma de fogo durante seu horário de folga, muito embora na lei eles não possam. Sempre foi subordinado ao Ministério da Fazenda, mas agora é do Ministério da Economia. É notório a importância da Receita Federal, eles sempre investigam crimes fiscais, mas aos auditores e analistas tem sido dito que cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal investigar os outros tipos de crimes que sejam encontrados durante suas investigações, o que é um absurdo e considerado por muitos membros da Receita um ataque político para diminuir seu poder investigativo. Em outros países como os Estados Unidos ou Itália existe o IRS e a Guarda de Finanças, que são polícias fiscais, que investigam tudo que esteja, mesmo que minimamente ligado nas suas auditorias e em várias operações utilizam o nome de Polícia no uniforme. ABIN A Abin também investiga, mas não somente exteriormente como a CIA, MI5 etc, para também domesticamente, auxiliando o Governo a tomar decisões em grandes encontros políticos e eventos esportivos. p. 33 Outras agências apenas se comunicam com diplomatas e a presidência, encontrando potenciais ameaças estrangeiras para seu solo, mas a Abin, felizmente ou não, não necessita também investigar fora e está subordinada ao gabinete da presidência e auxilia na segurança nacional. A Agência Brasileira de Inteligência é o serviço de inteligência do Brasil, hoje civil, mas já foi composta somente por militares na maior parte da sua existência. A função principal da Agência Brasileira de Inteligência é investigar perigos estrangeiros e identificar oportunidades políticas de interesse governamental. Eles portam armas e investigam mas não são obrigados a prender em flagrante como policiais e muito menos usam uniformes. Existe concurso, embora muito escasso para o ingresso, mas a maioria de seus quadros são formados por policiais e militares emprestados. Polícias Legislativas A Polícia Legislativa é o órgão policial do congresso, que é tanto da Câmara dos Deputados quanto o Senado, responsável pela preservação da ordem e do patrimônio, como a PM e apuração de infrações penais, tanto nas suas dependências internas e externas e até mesmo nas ruas que o circundam. Ela é híbrida ou de ciclo completo, não necessitando de outro órgão para investigar crimes ocorridos no congresso ou para patrulhar. Eles também atuam na segurança privada do Presidente da Câmara dos Deputados ou do Senado, mesmo fora do congresso ou de Brasília, como de qualquer deputado ou senador que necessitar. Para entrar neste órgão é necessário apenas nível médio e aprovação no concurso público, que é muito bem remunerado e concorrido e que acontece poucas vezes. Vale notar que há dúvidas sobre se os policiais legislativos podem ou não produzir inquéritos, ainda mesmo que não sejam necessário nem possuir curso superior, alguns duvidam até mesmo que sejam policias, os vendo apenas como vigilantes de luxo, mas a CF deixa claro que cabe a cada casa criadora de leis criar sua própria polícia, então não há o que se discutir, até mesmo o TRF1 concedeu liminar a um mandado de segurança impetrado pela própria Mesa do Senado, garantindo à Polícia Legislativa o direito de instaurar inquéritos policiais legislativos e fazer investigações internas, além de segurança externa dos edifícios ou de parlamentares. Então não resta dúvida que os policiais legislativos federais são policiais de fato e de direito e são a única instituição policial do Brasil que é tanto administrativa quanto judiciária e legislativa ao mesmo tempo. O que são CPIs As CPIS são formas dos parlamentares, membros do congresso nacional de investigar um determinado assunto, na maioria das vezes com entrevistas públicas. A CPI é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo, tanto o Senado quanto a Câmara dos deputados para investigar algum assunto específico. Vale lembrar que é função típica do Legislativo a Fiscalização e não só a produção de leis. p. 34 Nos Estados tem o mesmo nome mas nos municípios seu nome correto é Comissão Especial de Inquérito e não CPI. Quando é feito bicameralmente ela recebe o nome de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. E para a instauração, além das 27 assinaturas dos senadores, há também a necessidade de 171 deputados, ou seja, um terço dos mesmos. Apesar da Constituição dizer que a CPI tem os mesmos poderes de investigação de uma autoridade judicial, sabemos que não é bem assim, mas ela pode quebrar sigilo bancário, fiscal, de dados e telefônico, até mesmo ouvir testemunhas, até sob condução coercitiva e é claro, ouvir investigados. Sabemos que a CPI não pode determinar indisponibilidade de bens do investigado. Decretar a prisão preventiva ou busca e apreensão. Vale deixar claro que quem dirige a CPI não são os policiais legislativos federais, mas os próprios membros da casa, os deputados, por exemplo e que o assunto investigado tem que ser claro e direto. O que é investigação conduzida pelo próprio Ministério Público Na lei quem pode mais pode o menos, então com esse entendimento a lei, a doutrina e a jurisprudência entende que já que o MP é o custus legis, o fiscal da lei, o dono da ação penal, o recebedor do inquérito, aquele que com sua fiscalização da atividade policial pode requisitar
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