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GIULIANA RUIZ UEMOTO TXX 2019.1 APOSTILA DE PNEUMOLOGIA SAÚDE DO ADULTO I 2019.1 1 Sumário I. estudo radiológico de tórax ................................................................................................................. 5 1. RX simples – metodologia de avaliação) ....................................................................................... 5 2. Alterações/Patologias ..................................................................................................................... 8 2.1. Derrame pleural ..................................................................................................................... 8 2.2. Atelectasia .............................................................................................................................. 9 2.3. Pneumotórax ........................................................................................................................ 10 2.4. Infiltrado intersticial ............................................................................................................ 11 2.5. Sequela de tuberculose ......................................................................................................... 11 2.6. Bronquiectasias .................................................................................................................... 12 2.7. Outros ................................................................................................................................... 13 II. noções de espirometria ..................................................................................................................... 14 1. Fisiologia pulmonar ..................................................................................................................... 14 2. Espirometria ................................................................................................................................. 15 i. Interpretação ............................................................................................................................ 15 1. Classificação – distúrbios ventilatórios ................................................................................... 16 3. Sequencia de análise da espirometria ......................................................................................... 17 III. DPOC (DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA) ...................................................... 18 1. Introdução .................................................................................................................................... 18 2. Fatores de risco ............................................................................................................................ 18 3. Diagnóstico ................................................................................................................................... 18 4. Diagnósticos diferenciais ............................................................................................................. 19 5. Quadro clinico: .............................................................................................................................. 20 6. Exacerbação aguda: ...................................................................................................................... 20 7. GOLD ............................................................................................................................................ 21 8. Tratamento: .................................................................................................................................. 21 IV. ASMA ............................................................................................................................................ 23 1. Introdução .................................................................................................................................... 23 2. Fisiopatologia: .............................................................................................................................. 23 3. Quadro clinico: .............................................................................................................................. 24 4. Diagnóstico: .................................................................................................................................. 24 3. Controle da asma ......................................................................................................................... 26 4. Tratamento ................................................................................................................................... 26 4.1. Medicamentos ....................................................................................................................... 27 4.2. Educação ............................................................................................................................... 28 V. pneumonia adquirida na comunidade (PAC) ................................................................................... 28 1. Introdução .................................................................................................................................... 28 2. Fisiopatologia ............................................................................................................................... 28 2019.1 2 4. Quadro clínico ............................................................................................................................... 29 5. Diagnóstico ................................................................................................................................... 29 6. Critérios de internação em UTI ................................................................................................... 31 7. Agentes etiológicos ....................................................................................................................... 31 8. Tratamento empírico da PAC ...................................................................................................... 32 8.1. Sem necessidade de internação ........................................................................................... 32 8.2. Com necessidade de internação, mas não em UTI .............................................................. 32 8.3. Opções de tratamento por anaeróbios (P. aeruginosa e S. aureus) .................................... 32 8.4. Duração tratamento ............................................................................................................. 33 VI. Bronquiectasia .............................................................................................................................. 33 1. Introdução..................................................................................................................................... 33 2. Fisiopatologia ............................................................................................................................... 34 3. Classificação ................................................................................................................................. 34 3.1. Morfologia ............................................................................................................................. 34 3.2. Localização ............................................................................................................................ 35 3.3. Etiologia ................................................................................................................................ 35 4. Quadro clínico ...............................................................................................................................35 5. Exame físico .................................................................................................................................. 35 6. Diagnóstico ................................................................................................................................... 35 7. Tratamento ................................................................................................................................... 36 VII. Derrame pleural ........................................................................................................................... 36 1. Introdução..................................................................................................................................... 36 2. Causas mais comuns – fisiologia ................................................................................................. 36 3. Quadro clínico ............................................................................................................................... 37 4. Exame físico .................................................................................................................................. 37 5. Exames complementares ............................................................................................................. 37 5.1. RX no tórax: .......................................................................................................................... 37 5.2. Tomografia ............................................................................................................................ 38 6. Toracocentese ............................................................................................................................... 38 7. Transudato X Exsudato ............................................................................................................... 38 8. Tratamento ................................................................................................................................... 39 VIII. Nódulo pulmonar solitário ........................................................................................................... 39 1. Introdução..................................................................................................................................... 39 2. Exame de imagem ........................................................................................................................ 40 3. Diagnóstico ................................................................................................................................... 41 4. Tratamento ................................................................................................................................... 41 5. Nódulos subssólidos ..................................................................................................................... 41 IX. Micoses pulmonares ..................................................................................................................... 42 1. Aspergillus .................................................................................................................................... 42 2019.1 3 1.1. Aspergilose Pulmonar Invasiva (API) ................................................................................. 42 1.2. Bola fúngica- aspergiloma .................................................................................................... 43 1.3. Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABA) ...................................................................... 43 2. Criptococcus .................................................................................................................................. 43 3. Histoplasma.................................................................................................................................. 43 4. Paracocidiodomicose..................................................................................................................... 44 X. Doenças ocupacionais ....................................................................................................................... 44 1. Silicose .......................................................................................................................................... 44 2. Asbestose ...................................................................................................................................... 44 3. Asma ocupacional ......................................................................................................................... 44 XI. Câncer de Pulmão ........................................................................................................................ 45 1. Introdução .................................................................................................................................... 45 2. Tipos histológicos ......................................................................................................................... 45 2.1. Carcinoma escamoso (epidermóide/espinocelular) .............................................................. 45 2.2. Adenocarcinoma ................................................................................................................... 45 2.3. Indiferenciado de grandes células ....................................................................................... 45 2.4. Indiferenciado de pequenas células (oat cell) ...................................................................... 46 3. Manifestações clínicas .................................................................................................................. 46 4. Pancoast........................................................................................................................................ 47 5. Síndrome da Veia Cava Superior ................................................................................................ 47 6. Diagnóstico ................................................................................................................................... 48 6.1. Diagnóstico histológico ......................................................................................................... 48 7. Estadiamento – não pequenas células ........................................................................................ 48 8. Tratamento ................................................................................................................................... 49 8.1. Não pequenas células ........................................................................................................... 49 8.2. Pequenas células .................................................................................................................. 49 XII. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) ....................................................................... 49 1. Introdução .................................................................................................................................... 49 2. Fisiopatologia ............................................................................................................................... 50 3. Fatores de risco ............................................................................................................................ 50 4. Clínica ........................................................................................................................................... 50 4.1. Sinais noturnos..................................................................................................................... 50 4.2. Sintomas diurnos..................................................................................................................50 4.3. Escala de sonolência de Epworth......................................................................................... 50 4.4. Exame físico .......................................................................................................................... 50 5. Diagnóstico ................................................................................................................................... 51 6. Consequências .............................................................................................................................. 52 7. Tratamento ................................................................................................................................... 52 XIII. TEP (Tromboembolismo Pulmonar) ............................................................................................ 53 2019.1 4 1. Introdução..................................................................................................................................... 53 2. Fisiopatologia ............................................................................................................................... 54 3. Manifestações clínicas .................................................................................................................. 54 XIV. Tuberculose Pulmonar ................................................................................................................. 55 1. Introdução..................................................................................................................................... 55 2. Fisiopatologia ............................................................................................................................... 55 2.1. Transmissão do bacilo .......................................................................................................... 55 2.2. Fisiopatologia da doença ...................................................................................................... 55 3. Fatores de risco ............................................................................................................................ 56 4. Apresentação clínica .................................................................................................................... 56 5. Apresentação radiológica ............................................................................................................. 57 5.1. Tuberculose primária ........................................................................................................... 57 5.2. Tb pós primária .................................................................................................................... 57 6. Tomografia de tórax ..................................................................................................................... 57 7. Diagnóstico ................................................................................................................................... 57 7.1. Pesquisa de BAAR no escarro (baciloscopipa direta) .......................................................... 57 7.2. Escarro induzido ................................................................................................................... 57 7.3. Cultura de escarro ................................................................................................................ 58 7.4. Broncoscopia ......................................................................................................................... 58 7.5. Outros exames ...................................................................................................................... 58 8. Tratamento ................................................................................................................................... 58 8.1. Esquema básico .................................................................................................................... 58 8.2. Esquema para meningoencefalite por tb ............................................................................. 59 8.3. Esquema TBMR (multirresistente) ..................................................................................... 59 8.4. Reações adversas causadas pelas drogas utilizadas ........................................................... 59 8.5. Hepatotoxicidade após o início do tratamento .................................................................... 59 8.6. Situações especiais ............................................................................................................... 60 8.7. Esquema para crianças ........................................................................................................ 60 8.8. Gestantes .............................................................................................................................. 60 9. Critérios de cura ........................................................................................................................... 60 10. Formas extrapulmonares ......................................................................................................... 60 11. Quimioprofilaxia....................................................................................................................... 60 12. Vacina ....................................................................................................................................... 60 2019.1 5 APOSTILA DE PNEUMOLOGIA SAÚDE DO ADULTO I I. ESTUDO RADIOLÓGICO DE TÓRAX 1. RX simples – metodologia de avaliação) Filme convencional o Fácil manuseio o Alta sensibilidade o Boa uniformidade o Baixo custo o Informação diagnostica limitada (pequena variação de exposição) Digital o Qualidade de imagem superior (> resolução) o Imagens digitais que podem ser armazenadas e transmitidas o Alto custo o Dose de radiação Técnica: o Posicionamento do paciente o Escapula fora do campo pulmonar o Respiração do paciente: inspiração máxima Metodologia de avaliação o Ambiente adequado: negatoscópio o Luminosidade adequada o Avaliação ocular limitada (cuidado) o Técnica adequada o Analise global, segmentar e comparativa (campos pulmonares) – sistematizada (para diminuição de erros) Objetivos mais importantes para análise técnica inicial o PA (posteroanterior: raio incidiu posteriormente e o filme estava anteriormente; pulmão mais nítido) + perfil PA Perfil Deve ser feito em pé (→ liquido desce e gás sobre =), bolha gástrica visível Maior nitidez será das estruturas anteriores (o coração será mais nítido, e a coluna menos) Menor magnificação das estruturas Perfil: tirar estruturas frontais; tirar dúvidas (sempre o lado esquerdo vai estra mais perto da placa) ou o AP (anteroposterior: raio entra anterior e o filme está posterior; coração aparenta aumentado, deve estar deitado); sem perfil 2019.1 6 PA AP Mais comum realizar em pacientes acamados o Quanto mais longe do filme, menos nítido a imagem Em decúbito lateral com raios horizontais o Escapula fora dos campos pulmonares = PA o Centrado Ou Rodado – mexe na posição anatômica; mais longe do meio, lado rodado Meio da coluna – equidistante das clavículas de cada lado o Penetração (só para convencional, no computador há correção automática da imagem) Raio x funciona por diferença de densidade: Pulmão = ar → preto Coração = sangue → esbranquiçado Ossos = mais densos → brancos Tudo entre o ar e os ossos estão em tons de cinza, que variam de acordo com a densidadede cada estrutura (quando mais denso, tom mais escuro – quanto menos denso, tom mais claro) Avaliar se a quantidade de raio foi bem instituída Pulmão some com altas quantidade, pouco, não fica nítido Não se deve ver corpo vertebral atrás do coração (até 3º-4º é visível) Pouco penetrado Muito penetrado Penetração adequada o Inspirado ou expirado vertebra esta Inspirado: 7º arco costal cai no meio do diafragma 2019.1 7 Expirado: 6º (mais usado em paciente internado/hospitalizado) Expiração Inspiração Partes moles – mamas Arca bolso ósseo – fraturas? Calo ósseo? o Arcos costais posteriores: concavidade para baixo o Arcos costais anteriores: concavidade para cima Mediastino: traqueia (ar), bronco fonte (D e E), cajado da aorta, hilos pulmonares, tamanho do coração o Hilo: anatomicamente diferente: esquerdo é mais alto (coração empurra estruturas), D mais horizontalizado (aspiração, mais visível normalmente) e E mais curvo RX só anatomia, não funcionalidade Bêbados – lobo superior (deitado), outros, lobo direito Coração: maior diâmetro divide em meio hemitx – osso (não pode passar caixa tx Cúpulas diafragmáticas e seios costo-frênicos Pulmões: sempre visualizar os lados, comparativamente. Geralmente as alterações não são iguais nos dois pulmões Segmentação pulmonar Traquéia Aórta Hilo pulmonar Coração Árvores brônquicas Bolha gástrica 2019.1 8 o LSD: apical, posterior, anterior o LM: medial, lateral (não visualiza coração) o LID: superior, anterior, medial, lateral, posterior (visualiza coração) o LSE: ápico-posterior, anterior, língula superior e língula inferior o LIE: superior, antero-medial, lateral, posterior (perto da coluna) 2. Alterações/Patologias 2.1. Derrame pleural 1ª alteração: velamento do seio costofrênico (setas azuis) o Diagnóstico diferencial (DD): espessamento pleural, atelectasia compressiva = normalmente início em “L” Progressivamente → sinal do menisco (curva clássica – sem empurrar o mediastino) (seta branca) Isso não dá o diagnóstico! Precisamos ter certeza: laurell. O liquido, na hora que o paciente deita, vai para a parte mais baixo. E nos fornece informação se podemos fazer a toracocentese diagnostica. Decúbito lateral com raios horizontais Em derrames pleurais grandes: todo hemitórax → diferenciar com atelectasia total → RX: velamento total do hemitórax com desvio do mediastino contralateralmente = derrame; atelectasia obstrutiva: velamento total do hemitórax com desvio da mediastimo ipsenlateralmente Quantidade de liquido é tão grade que enche meio hemitorax (opacidade total) Derrame septado: muda a conformidade: forma uma septação (setas laranjas) e o liquido não pode escorrer o Para ter certeza, temos que olhar o perfil 2019.1 9 o Tem-se indicação de tomografia ou ultrassom de tx. (parapneumonico é mais comum ter sepatação, pelo antinflatório intenso, mas não é regra) Alguns casos que o derrame fica restrito à região da cissura pulmonar, dando um aspecto de massa – geralmente esses derrames são chamados de tumor fantasma. Esses derrames conseguem ser corrigidos com o uso de diuréticos, descartando a hipótese de massa Tumor fantasma Derrame pleural encistado/encapsulado 2.2. Atelectasia Podem se confundir com derrame pleural Significa falta de ar em uma região do pulmão, por ser empurrada pela presença de algo → atelectasia compressiva Geralmente nas regiões das bases do pulmão há falta de ar quando o paciente faz alguma cirurgia na região abdominal, e ocorre dor para respirar → atelectasia laminar – pós cirúrgica Ao retirar o ar, há colabamento, e as células de defesa local diminuem, contribuindo para a proliferação de bactérias A fisioterapia é importante nos pós-operatória de cirurgias abdominais Velamento total de hemitx esquerdo Desvio ipsilateral (mesmo lado da alteração) → atelectasia total o Motivo: provavelmente alguma coisa obstruindo o broncofronte esquerdo o Portanto: atelectasia esquerda – motivo: aspiração de corpo estranho, massa, rolha de secreção → secreção acumula e fecha a VA o Ocorre em pacientes acamados o Notar o pinçamento das costelas (finam muito mais juntas) Exames pedidos: broncoscopia (tirar a obstrução) Se não for total, pode nem ver. Como uma atelectasia lobo inferior. Sempre as estruturas são puxadas para o lado da alteração Para não confundir com derrame: aqui não terá sinal do menisco 2019.1 10 Problema: muita gente faz pleurocentese e acaba furando o pulmão Opacificação com velamento total do seio costofrênico. Percebe-se que há desvio da traqueia para o lado ipsilateral (setas azuis), e é provavelmente causada por obstrução do brônquio esquerdo 2.3. Pneumotórax Ausência da trama vascular (algumas outras doenças podem dar alterações semelhantes/confundidoras –ex.: enfisema) Presença da linha de pleura – delimitação do paciente Se a quantidade de ar for muito grande, o mediastino pode ser desviado para o lado contralateral → pneumotórax hipertensivo O ar sai mas não tem para onde ir, e começa a comprimir a aorta. Como identificar? Por meio da percussão → timpanismo. É mais comum ocorrer em traumas ou procedimentos médicos É uma urgência média, e a conduta é furar no segundo arco intercostal, para retirar a pressão e depois passar o dreno de tórax Pneumotórax hipertensivo Coração e mediastino se afastam para lado oposto 2019.1 11 2.4. Infiltrado intersticial Via aérea dos pulmões são formados por diversos tecidos Interstício formado por um bloco de células = lobo pulmonar secundário → tem septo, vasos Tem muito colágeno Interstício: composto por lobo pulmonar secundário, em que não há estruturas de ventilação Algumas doenças promovem o espessamento dos septos interlobulares, opacidade sem broncograma aéreo (fica mais branco no RX) – ex.: doença do colágeno, doenças ocupacionais Final da via é a destruição completa dos septos chamamos de fibrose pulmonar O que não tem no infiltrado intersticial: broncograma aéreo. Se tivesse, era alveolar! Um problema é que a quantidade de doenças que podem causar é muito grande; difícil saber a etiologia Geralmente são bilaterais, normalmente quem acomete é uma doença sistêmica A tomo é um exame de escolha para avaliar. Principal sintoma: dispneia. Espirometria: restritivo, ocorrendo redução da capacidade (fibrose) Aspecto de “pulmão sujo” – pode ser confundido com trauma vascular normal/pneumonia atípica 2.5. Sequela de tuberculose Tuberculose em atividade: tem uma caverna (buraco sem parênquima) sem retração o Geralmente no ápice Sequela de tuberculose: cicatriz; pode ter opacidade destruída com desvio da traqueia para o mesmo lado o Normalmente estão nos lobos superiores 2019.1 12 Pelo RX não é possível saber se a Tb está em atividade. Para isso é preciso da clínica, observando os sintomas: febre, emagrecimento, sudorese + exame do escarro Não causa infiltrado intersticial MNT (micobaterioses não tuberculosas), geralmente acometem indivíduos que já tiverem Tb o Afinidade por sequelas pulmonares Os pacientes com sequela apresentam tosse com expectoração (porque parte do pulmão está destruído e virou lugar para proliferação de bactérias) e dispneia A espirometria pode dar laudo restritivo (maiscomum) mas pode ser obstrutivo também, dependendo do grau de acometimento Diminuição volumétrica do pulmão acometido + desvio da traqueia Cicatriz = sinais de que pulmão perdeu volume = retração = sequela 2.6. Bronquiectasias Brônquio aumentou de tamanho. Ele compromete a região ao redor e ocorre acumulo de secreção Principal sintoma: (dilatação dos brônquios →) tosse com expectoração Problema: imagens arredondadas ou lesões císticas ou cilíndricas o Na tomografia (bronquiectasias em cachos de uva = parede grossa, mais redondinha; roxo) RX geralmente não visualiza bronquietasias, porque a estrutura do brônquio é muito pequena, a não ser que sejam muito grandes Espirometria: normalmente restritivo, mas pode ser obstrutivo. Podemos encontrar um distúrbio ventilatório misto. Enfisema: Fica tudo preto, aumento dos brônquios o Diferente da bronquiectasia que fica mais fino 2019.1 13 2.7. Outros 2.7.1. Enfisema 2.7.2. Silicose Múltiplos nódulos pulmonares calcificados – preferencialmente nos ápices (sílica é leve) + linfonodos intersticiais calcificados 2.7.3. Nódulos pulmonares cavitários Embolia séptica (usuários de droga, quimioterapia, metástases de neoplasia)/ disseminação hematogênica/ endocardite de tricúspide 2.7.4. Abcesso pulmonar Cápsula circular com nível hidroaéreo; fora da pleura 2019.1 14 2.7.5. Infiltrado interstício alveolar Infiltrado interstício alveolar = pneumonia fúngica II. NOÇÕES DE ESPIROMETRIA 1. Fisiologia pulmonar Volume Corrente (VC): é a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões durante um ciclo ventilatório (inspiração e expiração) e corresponde a cerca de 500ml Volume de Reserva Inspiratório (VRI): é a quantidade de ar que pode entrar nos pulmões após uma inspiração corrente, e em uma inspiração máxima o VRI pode chegar a 3000ml Volume de Reserva Expiratório (VRE): é a quantidade de ar que pode sair dos pulmões após uma expiração corrente, e em uma expiração máxima o VRE pode chegar a 1100ml Volume Residual (VR): é a quantidade de ar que permanece no interior dos pulmões, mesmo após uma expiração forçada máxima. O VR é de cerca de 1200ml Volume Expiratório Forçado no 1ºs (VEF1): num paciente normal e em condições normais de temperatura e pressão, sem nenhuma doença, 80% da CPT consegue ser eliminada no primeiro segundo (VEF1 = 0,8 x CVF) Capacidades Pulmonares: representam a soma de dois ou mais volumes pulmonares, e são importantíssimos durante a prova de função pulmonar (espirometria), para detectar doenças obstrutivas e/ou restritivas do sistema respiratório. o Capacidade Inspiratória (CI): VC + VRI o Capacidade Residual Funcional (CRF): VRE + VR o Capacidade Vital (CV): VC + VRI + VRE o Capacidade Pulmonar Total (CPT): é a soma de todos os volumes pulmonares (VC, VRI, VRE e VR) e em condições normais é de cerca de 5800ml 2019.1 15 Função pulmonar aumenta exponencialmente dos 6 aos 14 anos, sendo nessa faixa etária grandemente influenciada pela estatura A função pulmonar atinge valores máximos aos 20 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino o O pulmão deixa de crescer antes, porém, a força muscular se eleva no sexo masculino, o que eleva a capacidade vital Estatura, sexo e idade são as características mais relevantes para determinar o tamanho do pulmão Tabagismo é o maior fator de risco e exposição para doenças pulmonares - fumantes, suscetíveis, perdem em média 60ml/ano de VEF1 ao invés dos 28ml fisiológicos 2. Espirometria Mínimo durante 6s se > t = tecnicamente invalida – fluxo Após o máximo, a função pulmonar permanece estável até os 35 anos aproximadamente, quando começa a decair gradualmente ao longo da vida o VEF1 cai 28ml/ano, em média, no sexo masculino e 12ml/ano no sexo feminino – fisiológico o Vai encolher como um todo o Os fumantes, suscetíveis, perdem em média 60ml/ano de VEF1 Um fumante masculino de 50 anos e com VEF1 previsto de 3,60L e VEF1 encontrado de 2,16L, perdeu teoricamente 0,84L de VEF1 por efeito do cigarro, o que significa 30 anos a mais se a perda fosse a usual de 28ml/ano. Pode-se contar ao doente que sua idade pulmonar estimada é de 80 anos Utilidade o Para diagnóstico, definição de tratamento e progressão da doença o Pacientes com tosse crônica, dispnéia e chiado devem fazer. As causas mais comuns de dispneia na pratica clínica são DPOC, asma, insuficiência cardíaca e doenças pulmonares intersticiais; no pré-operatório e UTI o Fumantes ou ex-fumantes com mais de 45 anos, ou fumantes sintomáticos devem ser considerados Validade o Pico de fluxo é bem precoce, significativo que o esforço inicial foi satisfatório o Curva limpa, com platô i. Interpretação CVF: capacidade vital forçada (o normal tem que ser maior ou igual a 80% do valor predito) o CPT: Volume total que cabe dentro do pulmão ao máximo o Depende do sexo, idade e estatura → média de normalidade o CVF = Capacidade Pulmonar Total – Volume residual. 2019.1 16 o Pede para o indivíduo inspirar o mais forte e pede para tirar todo o volume que conseguir possível VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo o Normalmente, uma pessoa normal consegue esvaziar 80% na CNTP no primeiro segundo, e demora mais um tempinho para conseguir esvaziar mais 10%. O resto é volume residual Razão VEF1 / CVF: o normal tem que ser maior ou igual a 80% do CVF (0,8) o Anormal é quando a relação estiver menor que 70% (0,7) = temos uma obstrução o Quem estiver no meio dos limites, temos que comparar com outro parâmetro (limite inferior da normalidade). o Sempre verificar a linha da normalidade, que é o valor previsto (0,75) o CPT: capacidade pulmonar total 1. Classificação – distúrbios ventilatórios 2.1.1. Restritivo Sem obstrução, pulmão esvazia na mesma velocidade, mas volume é menor; CVF < 80% (CPT também diminuiu), mas VEF1/CVF mantem-se Ausência de obstrução CVF reduzida – causa potencial para restrição Exemplo: fibrose pulmonar, com relação VEF1 / CVF normal. CVF normal pré ou pós broncodilatador exclui presença de distúrbio restritivo 2.1.2. Obstrutivo Presença de obstrução, com VEF1 reduzido e CVF normal, com relação VEF1/CVF diminuída No geral usamos o valor de 70% para caracterizar este distúrbio Tem a ver com velocidade, não com capacidade Obstrutivo com capacidade vital reduzida o VEF1/CVF < 70% + CVF < 80% + aumento progressivo VR (aprisionamento aéreo) → hiperinsuflar o Não tem a ver com restrição VEF1 / CVF > 80%: sem obstrução VEF1 / CVF < 70%: com obstrução VEF1 / CVF entre 70-80%: comparar ao limite inferior (mínimo valor normal para o indivíduo), se LIN (limite inferior a normalidade): > % → normal < % → há obstrução Obs: na capacidade pulmonar do pulmão pode não diminuir e sim o volume residual aumentar (hiperinsuflação), isso acontece quando estiver mais obstruído. Portanto, CVF diminuído não significa apenas distúrbio restritivo, mas pode sim ser obstrutivo. Portanto, deve se avaliar se não há obstrução para confirmar distúrbio restritivo. 2.1.3. Distúrbio inespecífico Caracterizado por diminuição de CVF e VEF1, com VEF1 / CVF normal (para nossa prova não será cobrado isso; ou vai ser restritivo ou obstrutivo) CFV% - VEF1% → Obstrução ≥ 25; misto ≤ 5; >5 e <25 = indeferido 2.1.4. Misto ou combinado VEF1/CVF < 70% + CVF < 80% Para diferenciar misto de obstrutivo com redução → plexografia ou CVF% -VEF12019.1 17 Prova do broncodilatador: VEF1 pós – pré = 12% ou 200ml → resposta significativa ao broncodilatador o Se o indivíduo era normal antes e deu o broncodilatador → espera-se que não mude o Se o problema responder ao broncodilatador → obstruções variáveis; ex.: asma o Se o problema não responder → obstruções invariáveis, normalmente quando está bastante fibrosado – ex.: DPOC 3. Sequencia de análise da espirometria VEF1/CVF > 80% (0,8) 70-80% (0,7-0,8) < 70% (0,7) Não há obstrução LIN > % LIN < % Distúrbio obstrutivo Normal Distúrbio obstrutivo VEF1 (%) – CVF (%) > 60% = leve 60-40% = moderada < 40% = severa VEF1 isolada Distúrbio VEF1 (%) Obstrução CVF (%) Restrição VEF1/CVF (%) Leve ≥60 ≥60 ≥60 Moderado 40-59 50-59 40-59 Acentuado < 40 <50 < 40 ≤ 5 = obstrução + restrição < 5 e > 25 = não esclarecida ≥ 25 = só obstrução Se VEF1/CVF normal, mas CVF < 0,8 2019.1 18 III. DPOC (DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA) 1. Introdução Doença obstrutiva, que faz diagnóstico diferencial com a asma DPOC + asma = ACOS (síndrome de sobreposição asma e DPOC) Doença muito prevalente e com uma taxa de mortalidade ascendente (enquanto demais doenças estão em descentente) Foi aumentando proporcionalmente entre mulheres:homens, o grau de agressividade em mulheres é maior que em homens Prevalência no BR: o 15,8% acima de 40 anos (mais tempo de exposição – poluição), independente de terem fumado ou não Definição: o Doença comum, prevenível e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo o Quanto mais precoce diagnosticar melhor prognostico e lentifica evolução o Causada por anormalidade na via aérea e/ou alvéolo o Causada por gases e partículas nocivas (ocupacional, hábitos, ambiental) o Limitação crônica do fluxo aéreo que é característica do DPOC é causada por uma mistura de doença das pequenas vias aéreas (bronquiolite obstrutiva) e destruição do parênquima (enfisema), cujas contribuições relativas variam de pessoa para pessoa o Etiologia: fumaça e poluição; fatores individuais o Patobiologia: crescimento pulmonar prejudicado; declínio acelerado; lesão pulmonar; inflamação pulmonar e sistêmica o Patologia: distúrbio das pequenas vias aéreas; enfisema; efeitos sistêmicos Limitação persistente do fluxo de ar Manifestações clínicas Sintomas Exacerbações Comorbidades Via aérea obstruída – ar entra, mas tem dificuldade de sair → acumulo de ar = pulmão hiperinsuflação → maior esforço inspiratório → dispneia aos esforços (um dos principais sintomas) → inatividade ↔ descondicionamento → redução da capacidade do exercício → pipora qualidade de vida 2. Fatores de risco DPOC é resultado de uma complexa interação a longo prazo de exposição a gases e partículas nocivas, combinado com uma variedade de fatores do paciente (incluindo genético), hiperresponsividade das vias aéreas e crescimento pulmonar deficiente durante a infância Tabagismo/fumaça de cigarro Poluição Exposição ocupacional: poeira (orgânica e inorgânica); produtos químicos Fatores genéticos: deficiência da AATD Avanço da idade; mais comum em mulheres Asma (ACOS) e hiperresponsividade Bronquites crônicas Infecções do TR Status socioeconômico Asma e hiper-reatividade das vias aéreas (desenvolvimento de limitação de fluxo de ar) 3. Diagnóstico Fator de risco + exposição 2019.1 19 Sintomas (semelhantes a outras doenças pulmonares): dispneia*, tosse (normalmente com expectoração; intermitente); infecções do TRI recorrentes Diagnostico diferencial: o Asma* – mais frequente/histórico desde a infância, pacientes mais jovens, sem fator exposicional, sintomas mais flutuantes – piores a noite/madrugada, alergias/rinites e/ou eczema presente o Fumantes – envelhecimento (fibras de colágeno – pele*) o ICC – cardiomegalia (RX), edema pulmonar (RX), restrição de volume, sem limitação da via aérea o Bronquiectasia: volumes maiores de expectoração purulenta, associação comum com infecções bacterianas, broncodilatação, espessamento da parede alveolar o Tuberculose: todas as idades; RX ⊃ infiltrados pulmonar Exames o RX Não visualiza enfisema (é melhor visualizado na tomografia) – o enfisema é um diagnóstico histopatológico, necessitando de uma biópsia pulmonar Hipertransparência do parênquima pulmonar devido ao acumulo de ar, principalmente nos lobos superiores (ar tem a tendência de subir, e o ápice do pulmão é mais ventilado, conseguindo acumular maior quantidade de ar) Hiperinsuflação Sinais só aparecem quando o paciente já está muito grave na doença (o paciente com doença mais leve não tem alterações no raio x) o Espirometria Paciente com restrição na espirometria já exclui a DPOC Sem resposta significativa após uso de broncodilatador na maioria dos casos (cerca de 10% dos pacientes podem ter uma mínima resposta ao BD) Curva envelope VEF1/CVF < 0,7 sem resposta a broncodilatador significativo 4. Diagnósticos diferenciais Asma brônquica: é a doença com maior confusão diagnóstica. o Ela difere da DPOC em muitos aspectos, desde a epidemiologia até o processo inflamatório e, principalmente, pela resposta ao tratamento com corticóide inalatório o Alguns pacientes asmáticos fumantes, ou que têm remodelamento brônquico e obstrução ao fluxo aéreo fixo, podem causar maior dúvida diagnóstica. o A boa resposta clínica ao uso de corticóide inalatório nestes pacientes confirma o diagnóstico de asma Bronquiolites: os sintomas de tosse e dispnéia podem ser confundidos com os da DPOC o Pontos importantes para o diagnóstico: não-tabagista, dispnéia de progressão mais acelerada do que na DPOC, encontro de padrão de mosaico na tomografia de tórax de alta resolução, baixa prevalência. Bronquiectasias: pacientes podem apresentar tosse, dispnéia, secreção abundante e cursar nas fases avançadas com hipoxemia e cor pulmonale 2019.1 20 o A produção copiosa de secreção levanta a maior suspeita e a confirmação é obtida com a tomografia de tórax de alta resolução o Podem em alguns casos coexistir com a DPOC Tuberculose: sua alta prevalência no Brasil a coloca, sempre, como possível diagnóstico diferencial o A pesquisa de BAAR no escarro e a radiografia de tórax confirmam o diagnóstico Insuficiência cardíaca congestiva: o exame físico com encontro de estertores finos em bases, aumento da área cardíaca no radiograma de tórax, exames complementares cardiológicos (eletro e ecocardiograma) e a espirometria permitem o diagnóstico diferencial 5. Quadro clinico: Dispneia progressiva Tosse crônica Expectoração Exposição (aumentando nº de indivíduos não fumantes) Exacerbações Comorbidade Tipos: Enfisema: o Paciente emagrecido, consumo grande de energia para respirar (perda de peso) o Tórax em tonel; MV diminuídos, tempo expiratório prolongado, utiliza musculatura acessória o Destruição das fibras de colágeno no pulmão (destrói parênquima-alvéolo), diminuindo calibre do bronquíolo = VRF diminuída Colágeno são responsáveis pela estrutura das vias aéreas – o cigarro tem grande afinidade com o colágeno, então ataca essas traves, fazendo com que ocorra a obstrução da via aérea. Isso é um problema pois o que está destruído, raramente volta ao normal o Paciente tabagista tem aspecto mais envelhecido, pois o cigarro acaba atacando a pele;além disso, o cigarro pode promover piora na cicatrização pós-cirúrgica o Exame: RX (não vê enfisema), mas dá informações indiretas (hiperinsuflação – perfil* rebaixamento da cúpula diafragmática ou aumento da região retoesternal) – mas é de doença em fase mais avançada; tomografia de alta resolução (vê enfisema) – áreas mais escuras (difusas) = área de parênquima pulmonar destruída o Clássico: centro lobular em ápices Bronquítico o Tosse produtiva o Sem perda de peso o Dispneia – pouco sintoma o Sibilos/estertores o Cor pulmonale o Cianose o Se confunde mais com a asma o RX normal o Espirometria: VEF1 (marcador de grande via aérea – mais central); como o acometimento do cigarro acomete primeiro endotélio e no pulmão é na pequena via aérea; mas ainda é o principal exame de diagnostico – tem os 3 principais diminuídos e marjoritariamente não responde a broncodilatador o Asma+DPOC = ACOS 6. Exacerbação aguda: 2019.1 21 Infeccioso bacteriana (2): piora da dispneia, aumento da secreção, alteração da coloração da secreção* Virais: Pneumotórax, TEP, descompensação cardíaca, deterioração da própria doença 7. GOLD Diagnóstico – espirometria: mandatória; redução VEF1/CVF <0,7 pós BD o I: leve – VEF1≥0,8 o II: moderada – 50%≤ VEF1<80% o III: severa – 30%≤ VEF1<50% o IV: muito severa – VEF1<30% Fenótipo exacerbador: 71% frequentes no ano 1 e 2 foram exacerbadores frequentes no ano 3 Escala dispnéia MRC 0-4 o 0: dispnéia em exercícios de alta intensidade o 1: dispnéia aos altos esforços o 2: mais comum; dispneia aos esforços médios diários o 3: dispnéia aos pequenos esforços (caminhar 100m ou pequenas ladeiras) o 4: limitação total até nos mínimos esforços Classificação MRC 0-1 sem exacerbação = a MRC > 2 sem exacerbação = b MRC 0-1 com exacerbação (2 ou mais ou uma com hospitalização) = C MRC > 2 com exacerbação (2 ou mais ou uma com hospitalização) = D 8. Tratamento: Objetivos: melhorar sintomas; prevenção de risco futuro (redução/estabilidade da queda da função pulmonar, prevenção das exacerbações e redução de mortalidade) Cessação do tabagismo* - retirar exposição (ões) Reabilitação pulmonar Vacinação: influenza; pneumococo Oxigenoterapia prolongada domiciliar: indicação é realizada por meio de gasometria arterial; indicada para todo paciente que, mesmo em períodos de estabilidade clínica, apresente: o PaO2 menor que 55mmHg ou SatO2 menor que 88% o PaO2 menor que 59mmHg ou SatO2 menor que 89% o Ideal seria que o paciente ficasse ligado ao oxigênio 24 horas por dia, mas isso é quase impossível; no mínimo, 15 horas diárias para promover melhora no quadro Broncodilatadores o ↑ VEF1 e/ou alterarem outras variáveis espirométricas o ↓ quantidade de ar da hiperinsuflação, se responder a doença inflamatória maiot o Os de longa duração são os preteríveis Agonista β2 o De ação curta (SABA) e de ação longa (LABA)* SABA: salbutamol, fenoterol, terbutalina o LABA: Formoterol e salmeterol: uso 2x/dia significativamente FEV1 e volumes pulmonares, dispneia, estado de saúde, taxa de exacerbação e nº de 2019.1 22 hospitalizações, mas não têm efeito sobre a mortalidade ou taxa de declínio da função do pulmão Indacaterol: uso 1x/dia que melhora a falta de ar, estado de saúde e taxa de exacerbação. Oladaterol e vilanterol: adicionais de uso diário que melhoram a função pulmonar e sintoma o Efeitos colaterais: taquicardia sinusal → arritmias Metilxantinas o Teofilina (normalmente associada ao sabutamol) o Depuração da droga declina com a idade o Toxicidade Antimuscarínicos o Bloqueiam ação colinérgica da ACTH nos receptores M3 no musculo liso das vias aéreas o SAMA (curta duração): Ipratropium e oxitropium; também agem no receptor M2 → estimulo vagal → broncoconstrição o LAMA (longa duração): Glicopirrónio (brometo), Tiotrópio, Umeclidinio (brometo) e Aclidinium → prolongam efeito broncodilatador o Reabilitação pulmonar + melhora nos sintomas Corticoides inalatórios (ICS) o Sozinhos não tem efeito na melhor sobre VEF1 ou na mortalidade dos pacientes o Beclometasona, Budesonida, Ciclesonida, Fluticasona Combinações LABA+LAMA o Olodaterol + tiotrópio o Vilanterol + umeclidinio o Indacaterol + glicopirrónio o Formoterol + glicopirrónio o Formoterol + aclidinium Combinacao LABA+ICS o Formoterol + beclometasona o Formoterol + budesonida o Formoterol + mometasone o Salmeterol + fluticasona o Vilaterol + futicasona A: broncodilatador B: LABA (mais barato) ou LAMA C: LAMA D: LAMA ou LAMA + LABA ou LABA + ICS 2019.1 23 IV. ASMA 1. Introdução GINA – definição: “Doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores em que várias células e elementos celulares participam. A inflamação crônica associa-se com hiperreatividade das vias aéreas, que determina episódios recorrentes de sibilos, dispneia, aperto no peito e tosse, especialmente a noite e cedo pela manhã. Estes episódios associam-se com obstrução ao fluxo aéreo difusamente nos pulmões, mas variável, reversível espontaneamente ou com medicações” Variações na prevalência de asma em diferentes regiões Faixas de prevalência Países >10% Brasil (miscigenação) , EUA, Canada, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia 7,6-10% Uruguai, Paraguai, África do Sul, Israel, República Tcheca, Finlândia 5,1-7,5% Argentina, Chile, Alemanha, França, Espanha, Suécia, Japão 2,6-5% México, Itália, Dinamarca, Polônia, Índia, Coréia do Sul 0-2,5% Suíça, Rússia, Grécia, China Etiologia o Resultado da interação entre fatores genéticos, ambientais e outros fatores específicos, que provocam e mantem a inflamação brônquica e, por consequência, os sintomas da doença 2. Fisiopatologia: Fatores relacionados à ocorrência e manifestação da asma Fatores do hospedeiro Fatores ambientais Genéticos Genes que predispõem a atopias Genes que predispõem a hiper-reatividade das vias aéreas Obesidade: mais comum e mais difícil de ser controlada Sexo: até 14 anos – homens; idade adulta – mulheres Alérgenos (atópicos) Domiciliares: ácaros, poeira, animais, baratas, fungos, mofo Externos: poluição; fumaça, produtos químicos; sílica/carvão...342qdsa Medicamentos (ex: AINEs – podem ser desencadeantes da doença e das crises) 2019.1 24 Inflamação presente em toda VA (incluindo, na maioria dos pacientes, TRS e mucosa nasal, mas seus efeitos são mais pronunciados nos brônquios de médio calibre) o A inflamação está sempre presente, mesmo nos casos clinicamente intermitente o Asmáticos clássicos, podem ter maior grau de inflamação em diferentes partes das VA (de grande, médio ou pequeno calibre) – sendo que, atualmente, sabe-se que os brônquios de pequeno calibre são mais acometidos pelos processos inflamatórios o Teoria da via aérea única: uma única VA, composta pelo mesmo epitélio, sendo diferente apenas o local. Por isso, é muito comum que os pacientes apresentem uma associação entre as doenças (ex.: rinite + asma), pois a inflamação é a mesma, acometendo apenas locais diferentes da via Redução do calibre das VA (constrição muscular + aumento da produção de muco e secreção = obstrução pelo processo inflamatório) Hiperreatividade brônquica: estreitamento das VA em resposta a estímulos que seriam inócuos em uma pessoa normal (diagnóstico = broncoprovocação) Alterações estruturais nas VA – fibrose (remodelamento – espessamento muscular + hipertrofia dasglândulas mucosas = asma remodelada = irreversível) 3. Quadro clinico: Dispneia, tosse e sibilância torácica Opressão ou desconforto torácico Forma episódica (“crises”), recorrente Sintomas mais intensos durante a noite ou nas 1ª hs do dia Melhora espontaneamente ou pelo uso de medicações especificas como broncodilatadores e antinflamatórios hormonais (corticoide tópico ou sistêmico) Período de intercrise geralmente assintomático/oligossintomático Fatores precipitantes ou agravantes o Infecção respiratória viral o Exposição a alergenos ambientais/ocupacionais (polens, fungos, ácaros, pelos de animais, fibras de tecidos etc.) o Exposição a irritantes (fumo, poluição do ar, aerossóis etc.) o Drogas (aspirina, antinflamatórios não hormonais → liberam leucotrienos, β- bloqueadores → bronconstrição) o Alterações climáticas, ar frio o Alterações emocionais (riso, ansiedade → pode piorar/simular a asma) o Exercícios (hiperreativo; mas quanto mais se faz → aumenta tolerância → maior controle da asma) 4. Diagnóstico: Clínico (não precisa de exame) Não se abre mão dos exames complementares, mas não são obrigatórios para diagnosticar Fundamentado na história clínica Não são todos os pacientes que cursam com apresentação típica Mediadores inflamatórios envolvidos na asma Mediadores Origem Efeitos Quimiocinas Células epiteliais Recrutamento de células inflamação Leucotrienos Mastócitos Eosinófilos Bronconstrição; (+) liberação de outros mediadores Citocinas (IL-1β, TNF-ɑ, IL-4, IL-5, IL-13) LTh2 Ampliação inflamação: ativação eosinófilos, ativação LTh2; (+) secreção IgE Histatina Mastócitos Broncoespasmo: inflamação VA ON Células epiteliais Inflamação VA Prostaglandinas Mastócitos Recrutamento de LTh2 2019.1 25 Dúvida diagnostica: avaliação da função pulmonar, com identificação do distúrbio obstrutivo e sua reversibilidada (total ou não) PEF pode ser útil no diagnóstico: asmáticos apresentam diferença percentual média entre PFE matinal e o noturno superior a 20% Com resposta a broncodilatador – espirometria RX de tx (obrigatório para todos com sintomas pneumológicos): excluir outras patologias associadas; nas crises; nos casos graves Espirometria compatível: DVO, não ter resposta a BD não exclui – com a resposta positiva seria melhor Teste de broncoprovocação: (só em casos que anamnese parece não encaixar); não é exame complementar de rotina o Se a hiperresponsividade brônquica for negativo, o diagnóstico de asma pode ser praticamente excluído (cuidado com falso negativo!) o Por outro lado, a identificação de hiperresponsividade não permite afirmar com toda a certeza que o paciente tem asma (atópicos, renite, DPOC, fumantes e idosos podem ter) o A partir da 8ª inalação – todos podem perder VEF1, mas uma perda antes = indivíduo hiper-reativo Paciente com sintomas respiratórios Sintomas típicos de asma? História/exame detalhada para asma História/exames sustentados para disgnóstico de asma? Investigação/exames para diagnóstico alternativo Diagnóstico diferencial confirmado? Espirometria Resutados de acordo com diagnóstico de asma? Repetir em outra ocasião/outro teste Diagnóstico de asma confirmado Considerar tratamento para diagnostico mais provável ou encaminhar para investigações adicionais Tratamento para asma Tratamento para diagnostico diferencial Urgências/ diagnósticos improváveis Tratamento empírico ISC + SABA Rever resposta Reavaliação em 3 meses No BR não precisa dessa etapa 2019.1 26 Critérios para diagnóstico o HISTÓRIA DE SINTOMAS VARIADA (sintomas típicos: chiado, dispnéia, dor em aperto no peito, tosse) Geralmente apresenta mais de um sintoma clássico (exceção – variante tussígena) Sintomas ocorrem sem periodicidade determinada e variabilidade na intensidade Sintomas apresentam piora a noite/madrugada Sintomas são desencadeados por: exercícios físicos, riso, alergênicos e ar frio Sintomas frequentemente ocorrem ou pioram com infecções virais o EVIDENCIAS DE VARIABILIDADE NO FLUXO RESPIRATÓRIO Distúrbio obstrutivo (VEF1/CVF > 0,7 ou LIN >%), com resposta significativa ao broncodilatador (VEF1 e/ou CVF: pós – pré ≥ 200ml E 12%) Pico de fluxo expiratório (PFE) pode ser útil no diagnóstico: avalia a força expiratória – com a via aérea obstruída, por mais força que o paciente tenha, a quantidade de ar que vai sair é menor Asma remodelada: evolução diferente, não haverá resposta a BD Fenótipo da asma na mulher de meia idade com sobrepeso, de início tardio, com obstrução fixa – normalmente remodelada Exames extra para fenótipo o IgE (não tem a ver com imunidade) e prick test – tópico X atópico o Hemograma (eosinófilos) – eosinofílica X não eosinofílica 3. Controle da asma Parâmetro Controlado Parcialmente controlado Não controlado Sintomas diurnos > 2x/semana 0 1-2 3 ou mais parâmetros presentes em qualquer semana Despertares noturnos Necessidade de medicamentos de alívio > 2x/semana Limitação nas atividades Exacerbações Nenhuma No ano Mais recente OBS: despertares noturnos ≠ dispnéia paroxística noturna = IC. Limitações ≠ redução 4. Tratamento 2 pilares – totalmente controlado, mas não há cura 2019.1 27 4.1. Medicamentos Utilizar preferencialmente a via inalatória para a administração das medicações no tratamento de asma o Possibilidade de se obter maior efeito terapêutico com menos efeitos sistêmicos o Droga atua diretamente na mucosa respiratória, permitindo a utilização de dosagens relativamente pequenas (30x menores do que as por VO) e, por consequência, com baixas concentrações séricas o A via inalatória permite um início de ação muito mais rápido do que quando se emprega a via sistêmica Corticoides inalatórios: (potência) mometasona > gluticasona > budesonida > ciclesonida > beclometasona Broncodilatadores (β2-agonistas de ação prolongada) – sempre em associação aos corticoides (nunca como monoterapia, sempre associados a corticoides) Xantinas (quase não são utilizados – somente para pacientes graves com difícil controle, geralmente internados) Antileucotrienos – acessório Corticoides sistêmicos (exarcebações), anti-IgE (caso corticoide sistêmico não funcione) - graves + critérios selecionados Sulfato de magnésia: emergências + OS Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Primeira opção Quando necessário ICS - formoterol Dose baixa de ICS ou conforme necessário doses de ICS-formoterol Dose baixa de ICS- LABA Dose média de ICS- LABA Dose alta de ICS- LABA Adicionar conforme necessário: + tiotropio + anti IgE + anti IL5/5R + anti-IL4R Alternativas Baixas doses de ICS sempre que SABA é usado (separados ou combinados) LTRA (antagonistas de receptores leucotrienos) ou baixas doses de ICS sempre que utilizar SABA Dose média ou alta de ICS ou Dose baixa de ICS + LTRA Doses altas de ICS, adicionar tireotrópio/ LTRA + pequenas doses de corticoide oral, mas considerar efeitos colaterais Apaziguadores Conforme necessário baixas doses de budesonide-formoterol Conforme necessário baixas doses de ICS-formoterol Conforme necessário SABA Aliviadores de sintomas ou crises:2019.1 28 B2-agonistas com rápido início de ação, de ação curta (SABA) o Fenoterol (berotec) o Salbutamol (aerolin) o Terbutalina (bricanil – dá muitos efeitos colaterais) B2-agonistas com ação prolongada (LABA) o Formoterol (mais utilizado – tem ação a partir do 1º minuto e dura 12h) o Salmeterol (não tem ação imediata, mas também é muito eficaz) o Vilanterol (ultra-duração – pode ser utilizado apenas 1x/dia que já promove efeitos muito potentes) Anticolinérgicos - não são utilizados no tratamento da asma, apenas aliviam os sintomas nas crises – abrem o brônquio Combinações de corticoides: o Alenia: budesonida + formoterol o Seretide: salmeterol + fluticazona 4.2. Educação Evitar fatores desencadeantes Influenza: deve-se vacinar anualmente Alergia alimentar não é um fator considerado importante na asma (no adulto) o Corantes são mais associados – principalmente nas crianças (amarelo) o Metabolização (é fisiológico) de alguns grãos (canjica!) Tratar fatores de risco modificáveis (ex.: tabagismo, obesidade, estresse) Estratégia não farmacológica: atividades físicas, perda de peso V. PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) 1. Introdução Infecção aguda do parênquima pulmonar (alvéolo e/ou interstício; pode haver infecção da VA, mas obrigatoriamente numa pneumonia tem de haver comprometimento do parênquima) em um indivíduo que a adquiriu na comunidade o Bronquite infectada; DPOC descompensada por infecção ≠ pneumonia (mesmo com os mesmos agentes etiológicos); tem acometimento de VA É aquela que se manifesta clinicamente na comunidade ou dentro das primeiras 48h da internação (alguns autores estendem este período até 72h) Incidência: o Varia de 5-11 casos por 1.000 indivíduos (subestimado) o Doença potencialmente grave, constituindo-se na principal causa de óbito entre as doenças infecciosas o 22-51% pacientes necessitam ser internados (não necessariamente longas) o 5-10% são encaminhadas para UTI (taxa de óbito de 50%, em internações por doenças) Mortalidade: 1%, subindo para 5-12% entre os que necessitam de internação, podendo a chegar em 50% nas internações em UTI 2. Fisiopatologia Doença infecciosa, não infectocontagiosa Grande maioria dos germes que causam pneumonia fazem parte do convívio diário; não é transmitida pessoa-pessoa Desenvolvimento da pneumonia depende da interação de alguns fatores: 1. Chegada do agente etiológico ao TRI Aspiração de secreção da orofaringe (fisiológico – pequenas aspirações; patológico – broncoaspiração → aspirando maior quantidade de bactéria para VAI) Inalação de aerossóis (ex.: micoplasma) Disseminação hematogênica (ex.: S. aureus (pouco frequente na comunidade; está na pele → usuários de drogas, feridas), E. coli, P. aeruginosa) Disseminação a partir de um foco contíguo (mediastino, parede do tórax foco inicial da infecção → penetrando até atingir o pulmão) 2019.1 29 Reativação local (tb, CMV, P. carinii) → não conta muito para o desenvolvimento de uma PAC 2. Virulência do patógeno (resistente e potente) 3. Defesas locais e sistêmicas do hospedeiro Fechamento da glote Reflexo da tosse Muco brônquico – carrega bactéria para fora Atividade ciliar do epitélio respiratório – move partículas/bactérias para fora Fatores humorais presentes no muco Macrófagos e imunoglobulinas alveolares Necessário ter esse conjunto de fatores para desenvolver a PAC 4. Quadro clínico História aguda; não existe pneumonia bacteriana crônica o Ou indivíduo cura (espontâneo ou com tratamento) ou morre Tosse (um dos mais presentes): seca (no início) ou com expectoração (normalmente), geralmente cm aspecto purulento (bactéria) Dor torácica pleurítica: localizada, em pontada e piora com a tosse e inspiração profunda. Muito relatada, mas pode estra ausente em um nº significativo dos casos. Nas pneumonias de base pulmonar, a dor pode ser referida no abdome ou na região escapular o Inflamação → ↓pH → receptores na pleura (sensibilidade ao meio ácido) ↳ estende até pleura →derrame pleural → distensão da pleura Febre: está presente na maioria dos casos, exceção de idosos debilitados e pacientes imunossuprimidos Dispneia: geralmente ausente nos quadros leves; quando presente, caracteriza sempre um quadro grave o Muito relativa; depende (proporcionalmente) do tanto de overmetimento pulmonar que está acometida Adinamia: sintoma muito frequente, às vezes com prostação acentuada Sintomas gerais: mialgia, sudorese, calafrios, dor de garganta, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias (por processo inflamatório secundário) Início abrupto Não precisa ter todos os sintomas Achados no exame físico o Palpação: FTV aumentado (aumento de densidade) o Percussão: macicez ou submacicez (local, região acometida) o Ausculta: MV reduzido com estertores (comum) e sopro tubário (raro) o Ausculta da voz: RV aumentada (broncofonia), pectorilóquia o Os dados mais frequentes são achados localizados de estertoração à ausculta o Taquipnéia, principalmente acima de 30 ipm, correlaciona-se fortemente com a gravidade do quadro e risco de óbito (está entrando numa deficiência respiratória) 5. Diagnóstico Baseado pelas manifestações clinicas e achados no exame físico, mas fundamental RX de tórax para confirmação ou exclusão o Não existe pneumonia sem alterações no RX (na verdade existe, mas são muito raras, necessidade de realizar uma tomografia – mais sensível) o Normalmente quando se tem uma infecção igual, mas sem alterações no RX (sem alterações no parênquima) → traqueobronquite (limitação nas vias aéreas) o Obrigatório para todos Achados radiológicos: o Opacidade alveolares (círculo preto), consolidação/condensação – áreas mais extensas (seta vermelha) o Acometimentos intersticiais (reticulares ou reticulo nodulares) o Forma tumoral (pneumonia redonda = seta branca) – tem que ter acometimento do parênquima o Escavações e a presença de derrame pleural concomitante são sinais de gravidade (dependendo do germe) o Pneumatocélis – escavações menores (– ex.: Staphylococcus) T rí a d e c lá ss ic a d a a p re se n ta çã o d a p n e u m o n ia 2019.1 30 Opacidade alveolar heterogenia com broncograma Acometimento menos dentro do alvéolo e mais no interstício do pulmão Exames complementares o Indicado para casos graves ou pacientes que serão tratados em regime hospitalar Internograma: Hemograma, glicemia, ureia e creatinina, eletrólitos, proteínas totais, tempo de tromboplastina parcial ativado, gasometria arterial, hemocultura o Exames para diagnostico etiológico sempre indicados em casos de falência terapêutica, casos graves (UTI/hospitalares) Hemograma, estudo microbiológico do escarro, toracocentese (quando há derrame pleural), aspirado traqueal, lavado broncoalveolar, punção transtorácica, exames sorológicos, pesquisa de antígenos urinários Cavitação no RX – DD com tb Recomendações de ATLS/IDSA sobre os testes para diagnostico etiológico da PAC Hemocultura Cultura de escarro Antígenos urinários para legionella Antígenos urinários para pneumococo Outros Admissão na UTI X X X X X(1) Falência terapêutica X X X X Cavitações RX X X X(2) Leucopenia X X Doença hepática X X Dç estrutural pulmonar X Derrame pleural X X X X X(3) (1) aspirado traqueal ou lavado broncoalveolar se intubado (2) Cultura para bk e fungos (3) Bacterioscopia e culturas de líquidopleural Avaliação da gravidade e determinação do local de tratamento (escore CURB 65) o C – presença de confusão mental (qualquer alteração da atenção/consciência) Pneumonia clássica Pneumonia redonda Consolidação delimitada pela fisúra Opacidade retículonodular 2019.1 31 o U – uréia > 50mg/dl (ignorar no consultório) o R – (respiratory rate) FR ≥ 30 o B – (blood pressure)PA sistólica < 90mmHg ou diastólica ≤ 60 mmHg o 65 – idade > 65 anos Para cada critério preenchido, atribui-se 1 pto, tende-se, portanto, um escore que varia de 0-5 ptos. Paciente com escore 0-1 (quando apenas a idade pontua) podem ser tratados no domicilio, enquanto demais devem ser internados, (incluindo pontuação de 1 que não seja a idade) C(comorbidades) O(oxigênio – Sat > 90%) X(sinais de gravidade RX acometimentos: pega mais de um lobo/pulmão; cavitação; derrame) 6. Critérios de internação em UTI Presença de 1 único critério maior já indica necessidade de UTI, bem como a presença de pelo menos 3 critérios menores Critérios maiores Critérios menores Necessidade de ventilação mecânica Choque séptico com necessidade de drogas vasopressoras FR ≥ 30 irpm (*)PaO2/FIO2 ≤ 250 mmHg Opacidades multilobulares Confusão mental Uréia > 50 mg/dl Leucopenia < 4.000 células/mm3 Plaquetopenia <100.000/mm3 Hipotermia (<36° T central) Hipotensão necessitando de ressuscitação volêmica vigorosa (*)Em ar ambiente = 21% ou à 100% 7. Agentes etiológicos Streptococcus penumoniae (pneumococo): agente mais comum, estando envolvido em 30-70% dos casos CURB-65 0 ou 1 pto por idade>65 Sem comorbidades descompensadas SpO2 >90% RX tx sem acometimento multilobular Sem limitações socioeconômicas Sem limitações psicossociais VO disponível Julgamento clínico Tratamento ambulatorial Tratamento hospitalar Favorável Desfavorável COX 2019.1 32 o Depende da faixa etária Bactérias atípicas: 8-48% dos casos o Mycoplasma pneumoniae – individuo jovem o Clamydia pneumoniae – rara o Legionella pneumophilia – idosos ou RN; ar condicionados Não fazem parte das GRAMs; não se coram de nada/se coram de tudo → não se encaixam nem como G+ nem como GN Não da infecção diferente, nem achados Infecções mistas: inicia como gripe → acomete pulmão; tipicamente envolvendo uma bactéria e um agente atípico ou viral; até 38% dos casos H.influenzae:4-18% dos casos o RN e VAS esperam alterações estruturais pulmonares – ex.: DPOC (asma não tem alteração) Enterobacterias (Klebsiela, Escherichia, Proteus, Enterobacter) e S. aureus – raras na comunidade, mas as principais nas hospitalares (2-10% casos) Pseudomonas aeruginosa: 1-4% dos casos – também tem destaque nas infecções hospitalares 8. Tratamento empírico da PAC 8.1. Sem necessidade de internação Previamente hígido = monoterapia o Macrolídeos (1ª escolha) Azotromicina (500mg 24/24h) Claritromicina (500mg 12/12h Eritromicina (500mg 6/6h) – quase não se usa Ou o Betalactânico (não dá Cefalosporina 1ª geração – ex.: Cefazolina, Cefalotina, Cefapirina, Cefalexina, Cefradina, Cefadroxil) Considerar falha de 1 em cada 14 tratados; maior resistência Presença de comorbidades, uso de antibióticos nos últimos 3 meses o Quinolona respiratória Moxifloxacino (400mg 24/24h) Levofloxacino (750mg 24/24h) Gemifloxacino (320mg 24/24h) Ou o Betalactamico+macrolídeo Amoxicilina doses altas (1g 8/8h) Amoxicilina-clavulanato (2g 12/12h) Ceftriaxona (1g 12/12h) Cefpodoxima (400mg 12/12h) Cefuroxima (500mg 12/12h) Azitromicina 500mg 24/24h) Claritromicina (500mg 12/12h Eritromicina (500mg 6/6h) 8.2. Com necessidade de internação, mas não em UTI Igual ao tratamento de não precisar de internação; mas com comorbidades/uso antibiótico nos últimos 3 meses 8.3. Opções de tratamento por anaeróbios (P. aeruginosa e S. aureus) Alcoólatras, idosos, prejuízo na dentição, estomatite → broncoaspiração Usuário de drogas Patógeno Opções de tratamento Anaeróbios Amoxicilina-clavulanato Ampicilina-sulbactam Ertapenem Imipenem Meropenem Clindomicina 2019.1 33 8.4. Duração tratamento 7-10 dias nos quadros menos graves; pela evolução clinica 14-21 dias nos quadros mais graves Fracasso terapêutico o Precoce: ausência de resposta ao tratamento ou piora clínica/radiológica 48-72h o Tardia: ocorrência de piora do quadro clinico após 72h iniciais do tratamento Paciente deve ter o tratamento mudado para oral se preencher os seguintes critérios o Evidencia de melhora clínica o Deglutição adequada para comprimidos, cápsulas ou líquidos o Sinais vitais estáveis por mais de 24h T≤38°C FC≤100 bpm FR≤24 irpm PAS ≥ 90mmHg Preferência manter mesmo tipo de medicamento – evitar bactérias resistentes Melhora é clinica Melhora radiológica: RX pode demorar 6 semanas para normalizar; manter controle radiológico periódico em pacientes graves, ou acima de 50 anos, com fatores de risco e nas suspeitas de complicações ou demora na melhora clinica Prognóstico: somente para pacientes internatos o PCR – manutenção de níveis elevados após 3-4 dias de tratamento, ou seja, reduções menores que 50% do valor inicial de tratamento sugeriria pior prognóstico ou surgimento de complicações o Pró calcitonina (não tem no SUS) VI. BRONQUIECTASIA 1. Introdução Basicamente anatômica: dilatação e distorção irreversível dos brônquios (diferencia da asma); pode estar aberto, não obrigatoriamente obstruído; destruição dos componentes elástico/muscular de sua parede Prevalência o Não há números precisos – muito flutuante dependendo da população, das condições, e das causas o Frequentemente sub-diagnosticada o Prevalência varia significativamente entre os países, sendo maior naqueles que as doenças infecciosas pulmonares, como a tuberculose, são mais prevalentes o A prevalência aumenta com a idade o É mais comum entre as mulheres o Pacientes portadores de bronquiectasias utilizam significativamente mais o sistema de saúde, quando comparados com indivíduos na mesma faixa etária Etiologia Exemplos Congênita Deficiência de elementos da parede brônquica Obstrução brônquica (crônica*) Corpo estranho, neoplasia, adenopatia hilar, impactação mucoide, DPOC ou asma Pneumonite inflamatória Aspiração de conteúdo gástrico ou substancias causticas, inalação de gases tóxicos S. aureus Vancomicina Linezolida P. aeruginosa Betalactâmicos + inibidores de betalactamases Cefalosporinas de 4ª. Geração Carbapenêmicos Quinolona (ciprofloxacina) Aminoglicosídeos Monobactâmicos 2019.1 34 Resposta imunológica exarcebada Aspergilose broncopulmonar alérgica (inflamação – hiper-reativo), bronquiectasia pós transplante pulmonar, artrite reumatoide Deficiência imunológica Hipogamaglobulinemia (IgA, IgE, IgG), deficiência de IgA*, SIDA, neoplasia Deficiência da depuração mucociliar (acumulo de secreção) – glândulas exógenas = caliciformes Discinesia ciliar primaria (muco pouco hidratado → não mobilizada → obstrução VA→ inflamação → destruição), fibrose cística Pós-infecciosa Bactérias, vírus, fungos, protozoários, tuberculose Outras Síndrome sinusobronquial (sinusite crônica → descer para VAI), idiopática Etiologia o Principais causas não fibrose cística Pós infecciosa: tuberculose e fungos, pneumonias graves e/ou
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