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ETICA NA EDUCACAO IPEMIG

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ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE/MG 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com.br 
(31) 3270 4500 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
1 O QUE É ÉTICA? .......................................................................................... 06 
1.1 Origens ....................................................................................................... 06 
1.2 Definições ................................................................................................... 09 
1.3 O pensamento dos filósofos ....................................................................... 11 
1.4 Valores éticos ............................................................................................. 14 
2 ÉTICA NA EDUCAÇÃO ................................................................................ 19 
2.1 A ética nos Parâmetros Curriculares Nacionais .......................................... 23 
2.2 Pressupostos vinculados a ética ................................................................. 26 
3 RELAÇÕES HUMANAS, TRABALHO EM EQUIPE, 
 QUALIDADE NO ATENDIMENTO PÚBLICO .............................................. 28 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .......................................... 30 
AVALIAÇÃO .................................................................................................... 32 
GABARITO ....................................................................................................... 35 
 3 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com.br 
(31) 3270 4500 
INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem vindos ao módulo de Ética, que compõe os cursos oferecidos pelo 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais. 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e 
melhorar nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos 
nossos/ seus alunos. 
Deste modo, a apostila em questão traz os seguintes conteúdos: Ética: 
origens, definições, o pensamento dos filósofos, valores éticos. Ética na educação, 
pela ótica dos parâmetros curriculares nacionais, os pressupostos vinculados à ética 
e as relações humanas, o trabalho em equipe e a qualidade no atendimento público. 
O módulo tem como objetivo geral levar o profissional a perceber que a ética 
permeia todo a vida do sujeito, quer seja no ambiente pessoal quanto profissional. 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
 4 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com.br 
(31) 3270 4500 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
INFERÊNCIAS INICIAIS... 
A Ética é a ciência da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meia 
ética e ambas, ética e verdade são a essência da consciência humana. Ninguém 
lhes pode ser indiferente. 
A omissão da consciência é tão dolorosa que o homem, quando não 
consegue seguir seus ditamos, inventa simulacros de ética e de verdade. Cria 
caricaturas da ética, sacrificando a verdade por meio de retóricas ideológicas, assim, 
prevalecem as exteriorizações que nada mais são do que a relativização da ética, 
que corresponde à elasticidade da consciência. 
A ética e a verdade, por habitarem a consciência, vêm de dentro, têm a ver 
com o ser: ou é ou não se é! (MATOS, 2008). 
A ética é o fundamento da sociedade! 
Não há possibilidade de vida social sem que haja observância de princípios 
éticos. 
A sociedade apoia-se em três conceitos, seus pilares éticos: 
1. É essencial que ela seja justa – que haja oportunidade para todos; 
2. É essencial que ela seja livre – que a vontade educada torne a 
liberdade responsável; 
3. É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem 
pessoal e o bem comum. 
Ética da simulação ou meia-ética são mentiras inteiras que não resistem à 
verdade, no tempo, mas estão ai camufladas no meio social e nosso interesse é 
justamente levá-los a refletir que o compromisso com a sociedade, o respeito à 
dignidade humana passam necessariamente pela ética, onde quer que esteja o 
profissional, na educação, nos serviços de saúde, na administração pública, no meio 
empresarial, ele deve permear seu viver na ética. 
 5 
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(31) 3270 4500 
Para que sejam cumpridas as funções básicas da sociedade, são 
imprescindíveis desenvolverem-se, igualmente, três capacidades, eminentemente 
éticas: 
 Liderança integrada – não basta que haja líderes, eles devem estar 
integrados por verdades comuns; 
 Organização flexível – que as estruturas estimulem a participação, a 
criatividade, a descentralização e a delegação de autoridade; 
 Visão e ação estratégicas – que se desenvolva simultaneamente a 
percepção diagnóstica (saber o que está acontecendo) e o pensamento estratégico 
(saber definir cenários do porvir e tomar decisões eficazes) (MATOS, 2008). 
 
 6 
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1 O QUE É ÉTICA? 
 
Desde suas origens entre os filósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de 
saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres 
humanos. A moral também é um saber que oferece orientações para a ação, mas 
enquanto ela propõe ações concretas em casos concretos, a Ética – como Filosofia 
moral – remonta à reflexão sobre as diferentes morais e as diferentes maneiras de 
justificar racionalmente a vida moral, de modo que sua maneira de orientar a ação é 
indireta: no máximo, pode indicar qual concepção moral é mais razoável para que, a 
partir dela, possamos orientar nossos comportamentos (CORTINA; MARTÍNEZ, 
2009). 
Portanto, em princípio, a Filosofia moral ou Ética não tem motivos para ter 
uma incidência imediata na vida cotidiana, pois seu objetivo último é esclarecer 
reflexivamente o campo da moral. No entanto, esse esclarecimento, certamente 
pode servir de modo indireto como orientação moral para os que pretendam agir 
racionalmente no conjunto da sua vida. 
 
1.1 Origens 
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira 
é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a 
segunda também se escreve éthos, porém com e longo, que significapropriedade do 
caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina Moral, enquanto 
que a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a 
palavra Ética (GOLDIM, 2000). 
Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. 
Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. É o ramo da filosofia que 
busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. 
Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, 
tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a 
ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento 
humano. 
 7 
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Na filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida 
como “costume”, do latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que 
não é abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica. 
Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados 
antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, educação física e até 
mesmo política, em suma, campos direta ou indiretamente ligados a maneiras de 
viver. 
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento 
que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de 
estudo da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas 
científicas independentes. Deste modo, é comum que atualmente a ética seja 
definida como “a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas 
sociedades humanas” e busca explicar e justificar os costumes de um determinado 
agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas 
mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a 
conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga- se do ponto 
de vista do Bem e do Mal. 
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa 
frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a 
lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a 
cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; 
por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da 
ética. 
Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética 
profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da 
ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos 
passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não 
estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por 
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta 
profissional. Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas 
pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou 
definitiva do direito de exercer a profissão. 
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A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano 
chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa 
e pretende a perfeição do ser humano. 
Ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos 
parentes não humanos mais próximos. Podemos abandonar o pressuposto de que a 
Ética é unicamente humana. 
A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar 
que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em 
particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós 
devemos agir (filosofia moral). 
É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. 
Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até 
mesmo sobreposições (GOLDIM, 2003). 
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer 
uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma 
de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante 
uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo 
referencial moral comum. 
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas 
fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial, elas valem apenas para aquela 
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. O 
Direito Civil, que é referencial utilizado no Brasil, baseia-se na lei escrita. A Common 
Law, dos países anglo-saxões, baseia-se na jurisprudência. As sentenças dadas 
para cada caso em particular podem servir de base para a argumentação de novos 
casos. O Direito Civil é mais estático e a Common Law mais dinâmica. 
Alguns autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta 
perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. 
Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A 
desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa 
acate uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de 
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referirem-se a uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes. 
Sintetizando: A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos 
objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e 
pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. 
Esta reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza (GOLDIM, 2003). 
 
1.2 Definições 
Ético (ethos): disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, 
seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo 
que se considera o bem. 
Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua 
conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral (MARTINS, 
2002). 
Anti-ético: contra uma ética estabelecida ou contra a ideia (da ética) de 
estabelecer o que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em 
consideração. Muitas vezes, o antiético têm ideias éticas próprias. 
Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética. 
Para o Professor de Filosofia Alfredo de Oliveira Moraes (2000) o termo ética 
provém de outro, mais especificamente de ethos, o qual por sua vez corresponde, 
em nosso idioma, a uma transliteração dos dois vocábulos gregos, sejam: ethos com 
eta inicial cuja raiz semântica remete ao significado de morada do homem, sendo o 
ethos designativo da casa do homem, resumido na bela expressão – o homem 
habita sobre a terra acolhendo-se ao recesso seguro do ethos. 
Na visão do teólogo Leonardo Boff (2000) o centro do ethos é o bem (Platão), 
pois somente ele permite que alcancemos nosso fim, que consiste em sentirmo-nos 
em casa. E nos sentirmos bem em casa (temos um ethos, realizamos o fim 
almejado) quando criarmos mediações adequadas, como hábitos, certas normas e 
maneiras constantes de agir. Por elas, habitamos o mundo, que pode ser a 
casaconcreta, ou o nosso nicho ecológico local, regional ou nossa casa maior, o 
planeta Terra. 
Ética é a ciência da moral (SILVA, 1999). 
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Dalai Lama (2000), de maneira simples nos diz que ético “é aquele que não 
prejudica a experiência ou a expectativa de felicidadede outras pessoas”. 
Robert Henry Srour (2000) ensina que a moral vem a ser um conjunto de 
valores e de regras de comportamento, um código de conduta que coletividades 
adotam, quer sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou 
uma organização. Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo 
sistemático, a moral correspondente às representações imaginárias que dizem aos 
agentes sociais o que se espera deles, quais comportamentos são bem-vindos e 
quais não. Em resumo, as pautas de ação ensinam o “o bem fazer” ou o “fazer 
virtuoso”, a melhor maneira de agir coletivamente; qualificam o bem e o mal, o 
permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício. 
Para José Renato Nalini (1999) a ética é uma ciência, pois tem objeto próprio, 
leis próprias e método próprio. O objeto da ética é a moral. A moral é dos aspectos 
do comportamento humano. A expressão deriva da palavra romana mores, com o 
sentido de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua 
prática. 
A ética e a moral não devem ser confundidas. Segundo os estudiosos do 
assunto, a ética não cria a moral (MARTINS, 2002). 
O Professor de ética Mário Alencastro (2000) assevera que toda moral supõe 
determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os 
estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência 
histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em 
vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as 
condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a 
natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o 
princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. 
Os problemas éticos, ao contrário dos prático-morais são caracterizados 
pela sua generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma 
determinada situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de 
uma norma que reconhece e aceita intimamente, pois o problema do que 
fazer numa dada situação é um problema prático-moral e não teórico-ético. 
Mas, quando estamos diante de uma situação, como, por exemplo, definir 
o conceito de Bem, já ultrapassamos os limites dos problemas morais e 
estamos num problema geral de caráter teórico, no campo de investigação 
da ética. Tanto assim, que diversas teorias éticas organizaram-se em torno 
da definição do que é Bem. Muitos filósofos acreditaram que, uma vez 
entendido o que é Bem, descobriríamos o que fazer diante das situações 
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apresentadas pela vida. As respostas encontradas não são unânimes e as 
definições de Bem variam muito de um filósofo para outro. Para uns, Bem 
é o prazer, para outros é o útil e assim por diante. (ALENCASTRO, 2000). 
 
1.3 O pensamento dos filósofos 
Na antiguidade, todos os filósofos entendiam a ética como o estudo dos 
meios de se alcançar a eudaimonia
1 e investigar o que significa felicidade. Porém, 
durante a Idade Média, a filosofia foi dominada pelo cristianismo e pelo islamismo, e 
a ética se centralizou na moral (interpretação dos mandamentos e preceitos 
religiosos). 
No renascimento e no século XVII, os filósofos redescobriram os temas éticos 
da antiguidade, e a ética foi entendida novamente como o estudo dos meios de se 
alcançar o bem estar e a felicidade. 
A seguir são descritas brevemente as teorias éticas de alguns filósofos 
clássicos: 
Para a escola cirenaica
2
, a felicidade consistia no gozo de todo prazer 
imediato. Defendia, porém, um controle racional sobre o prazer para que não se 
desenvolvesse uma dependência dos prazeres. 
Demócrito de Abdera afirmava que, ao buscarmos ser felizes, devemos fazer 
poucas coisas afim de que o que fizermos não ultrapasse nossas forças e não nos 
leve à inquietação. Dizia que “é sábio quem não se aflige com o que lhe falta e se 
alegra com o que possui” e que “a moderação aumenta o gozo e acresce o prazer”. 
Afirmava que a agressividade é insensata porque “enquanto se busca prejudicar o 
inimigo, esquecemos o nosso próprio interesse”. 
Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, afirma que a felicidade 
(eudemonia) não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, 
mas numa vida virtuosa. A virtude (areté), por sua vez, se encontra num justo meio 
entre os extremos, que será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) 
 
1 O fenômeno da felicidade 
2
 Escola de pensamento fundada em Atenas, por Aristipo de Cirene. Foi a partir do nome desta cidade que os 
cirenaicos receberam sua denominação. É considerada pela tradição uma das chamadas escolas socráticas, 
juntamente com os cínicos e os megáricos. Tais escolas recebem esta denominação por se configurar, cada uma 
delas, como uma determinada interpretação dos ensinamentos de Sócrates, especialmente no que concerne à 
correlação entre conhecimento e virtude. 
 12 
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e educado pelo hábito no seu exercício. 
Aristóteles faz uma distinção entre os saberes teóricos, poiéticos e práticos 
que nos levam a entender melhor que tipo de saber constitui a ética. 
Os saberes teóricos (do grego theorein: ver, contemplar) ocupam-se de 
averiguar o que são as coisas, o que ocorre de fato no mundo e quais são as causas 
objetivas dos acontecimentos. São saberes descritivos, mostram-nos o que existe, o 
que é, o que acontece. As diferentes ciências da natureza (Física, Química, Biologia, 
Astronomia, etc.) são saberes teóricos na medida em que o que buscam é, 
simplesmente, mostrar-nos como é o mundo. 
Aristóteles dizia que os saberes teóricos versam sobre “o que não pode ser 
de outra maneira”, ou seja, o que é assim porque assim o encontramos no mundo, 
não porque assim o dispôs a nossa vontade: o sol aquece, os animais respiram a 
água se evapora, as plantas crescem... tudo isso é assim e não podemos mudá-lo a 
nosso bel-prazer. Podemos tentar impedir que uma coisa concreta seja aquecida 
pelo sol, utilizando para tanto quaisquer meios que tenhamos a nosso alcance, mas 
que o sol aqueça ou não aqueça não depende de nossa vontade: pertence ao tipo 
de coisas que “não podem ser de outra maneira”. 
Em contrapartida, os saberes poiéticos e práticos versam, segundo 
Aristóteles, sobre “o que pode ser de outra maneira”, ou seja, sobre o que podemos 
controlar à vontade. Os saberes poiéticos (do grego poiein: fazer, fabricar, produzir) 
são aqueles que nos servem de guia para a elaboração de algum produto, de 
alguma obra, quer seja algum tipo de artefato útil (como construir uma roda ou tecer 
uma manta) ou simplesmente um objeto belo (como uma escultura, uma pintura ou 
um poema) (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
As técnicas e as artes são saberes desse tipo. O que hoje chamamos de 
“tecnologias” são igualmente saberes que abarcam tanto a simples técnica - 
baseada em conhecimentos teóricos - como a produção artística. 
Os saberes poiéticos, diferentemente dos saberes teóricos, não descrevem 
o que existe, mas procuram estabelecer normas, padrões e orientações sobre como 
se deve agir para atingir o fim desejado (ou seja, uma roda ou uma manta bem 
feitas, uma escultura, uma pintura ou um poema belos). Os saberes poiéticos são 
normativos, porém não pretendem servir de referência para toda a nossa vida, mas 
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unicamente para a obtenção de certos resultados que supostamente buscamos. 
Por sua vez, os saberes práticos (do grego práxis:atividade, tarefa, 
negócio), que também são normativos, são aqueles que procuram orientar-nos sobre 
o que devemos fazer para conduzir nossa vida de uma maneira boa e justa, como 
devemos agir, qual decisão é a mais correta em cada caso concreto para que a 
própria vida seja boa em seu conjunto. Tratam do que deve existir, do que deveria 
ser (embora ainda não seja), do que seria bom que acontecesse (segundo alguma 
concepção do bem humano). Tentam nos mostrar como agir bem, como nos 
conduzir adequadamente no conjunto de nossa vida (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
Na classificação aristotélica, os saberes práticos eram agrupados sob o rótulo 
“filosofia prática”, rótulo que abarcava não só a Ética (saber prático destinado a 
orientar a tomada de decisões prudentes que nos levam a conseguir uma vida boa), 
mas também a Economia (saber prático encarregado da boa administração dos bens 
da casa e da cidade) e a Política (saber prático que tem por objeto o bom governo 
da pólis). 
Para Epicuro
3
 a felicidade consiste na busca do prazer, que ele definia como 
um estado de tranquilidade e de libertação da superstição e do medo (ataraxia), 
assim como a ausência de sofrimento (aponia). Para ele, a felicidade não é a busca 
desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o prazer obtido pelo conhecimento, 
amizade e uma vida simples. Por exemplo, ele argumentava que ao comermos, 
obtemos prazer não pelo excesso ou pelo luxo culinário (que leva a um prazer 
fortuito, seguido pela insatisfação), mas pela moderação, que torna o prazer um 
estado de espírito constante, mesmo se nos alimentarmos simplesmente de pão e 
água. 
Para os filósofos cínicos, a felicidade era identificada com o poder sobre si 
mesmo ou autossuficiência (em grego, autárkeia) e é alcançada eliminando-se da 
vontade todo o supérfluo, tudo aquilo que fosse exterior. Defendiam um retorno à 
vida da natureza, errante e instintiva, como a dos cães. Desacreditavam as 
conquistas da civilização, suas estruturas jurídicas, religiosas e sociais. 
Para os estóicos, a felicidade consiste em viver de acordo com a lei racional 
 
3
 Um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas 
se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador 
 14 
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da natureza e aconselha a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo. O 
homem sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande 
ordem e propósito do universo, devendo assim manter a serenidade e indiferença 
perante as tragédias e alegrias. 
Espinoza, em sua obra Ética, afirma que a felicidade é encontrada através da alegria 
ativa, que nos possibilita ultrapassar as paixões (tristeza e alegria passivas). A 
alegria ativa consiste em compreender e ativamente criar as 
condições/oportunidades exteriores que levam à alegria e ao amor (o amor é 
definido por ele como a alegria que associamos a uma causa exterior a nós), contra 
a tristeza e o ódio (o ódio é definido por ele como a tristeza que associamos a uma 
causa exterior a nós). Ele criticava severamente os filósofos cristãos medievais que 
afirmavam que a tristeza e o sofrimento são bons (como em Cristo). 
Para Espinoza, unicamente a alegria nos leva ao amor no cotidiano e na convivência 
com os outros, enquanto a tristeza nunca é boa, intrinsecamente relacionada ao 
ódio, à tristeza sempre é destrutiva para nós e para os outros. 
 
1.4 Valores éticos 
 
A ética aristotélica afirma que existe moral porque os seres humanos buscam 
inevitavelmente a felicidade, a ventura, e para alcançar plenamente esse objetivo 
necessitam das orientações morais. 
Mas, além disso, ela nos proporciona critérios racionais para averiguar que 
tipo de comportamentos, quais virtudes, em suma, que tipo de caráter moral é o 
adequado para essa finalidade. 
Desse modo, Aristóteles entende a vida moral como um modo de “auto- 
realização” e por isso dizemos que a ética aristotélica pertence ao grupo de éticas 
eudemonistas, porque assim se aprecia melhor a diferença em relação a outras 
éticas. Para ele os valores seriam: 
1- Próprias do intelecto teórico: 
 Inteligência (nous) 
 Ciência (episteme) 
 Sabedoria (Sofia) 
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2- Próprias do intelecto prático: 
 Prudência (frónesis) 
 Arte ou técnica (tekne) 
 Discrição (gnome) 
 Perspicácia (euboulía) 
3- Próprias do autodomínio: 
 Fortaleza ou coragem (andreía) 
 Temperança ou moderação (sofrosine) 
 Pudor (aidos) 
4- Próprias das relações humanas: 
 Justiça (dikaiosine) 
 Generosidade ou liberdade (eleutheríotes) 
 Amabilidade (filia) 
 Veracidade (aletheía) 
 Bom humor (eutrapelía) 
 Afabilidade ou doçura (praotes) 
 Magnificência (megaloprepéia) 
 Magnanimidade (megalofijía) (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
Para Scheler4, existe uma ciência pura dos valores, uma axiologia pura, que 
se sustenta em três princípios: 
1. Todos os valores são negativos ou positivos; 
2. Valor e dever estão relacionados, pois a captação de um valor não 
realizado é acompanhada pelo dever de realizá-lo; 
3. Nossa preferência por um valor e não por outro verifica-se porque 
nossa intuição emocional capta os valores já hierarquizados. A vontade de realizar 
um valor moral superior em vez de um inferior constitui o bem moral, e seu contrário 
 
4
 Max Scheller (1874-1928) foi um filósofo fenomenologista, preocupado especialmente com a filosofia dos 
valores. 
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é o mal. Não existem, portanto, valores especificamente morais. 
Esse modelo ético foi seguido e ampliado por pensadores como Nicolai 
Hartmann, Hans Reiner, Dietrich Von Hildebrand e José Ortega y Gasset, que 
chamou a intuição emocional de “estimativa” e incluiu os valores morais na 
hierarquia objetiva, diferentemente de Scheler, como mostra o quadro abaixo. 
 
 
 
 
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Valores positivos e negativos 
 
Úteis 
Capaz – incapaz 
Caro – barato 
Abundante – escasso 
 
 
Vitais 
Saudável – doente 
Selecionado – vulgar 
Cheio de energia – inerte 
Forte – fraco 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espirituais 
 
Intelectuais 
Conhecimento – erro 
Exato – aproximado 
Evidente – provável 
 
 
 
Morais 
Bom – mau 
Bondoso – maldoso 
Justo – injusto 
Escrupuloso – negligente 
Leal – desleal 
 
 
Estéticos 
Bonito – feio 
Gracioso – tosco 
Elegante – deselegante 
Harmonioso – desamôrnico 
 
 
Religiosos 
Santo ou sagrado – profano 
Divino – demoníaco 
Supremo – derivado 
Milagroso – mecânico 
Fonte: ORTEGA y GASSET (1993, p. 334) 
Surgida na década de 1970 a ética do discurso propõe encarnar na 
sociedade os valores e liberdade, justiça e solidariedade por meio do diálogo, como 
único procedimento capaz de respeitar a individualidade das pessoas e, ao mesmo 
tempo, sua inegável dimensão solidária, porque em um diálogo precisamos contar 
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com pessoas, mas também com a relação que existe entre elas, a qual, para ser 
humana, deve ser justa. 
Esse diálogo nos permitirá questionar as normas vigentes em uma sociedade 
e distinguir quais são moralmente válidas, porque acreditamos realmenteque 
humanizam. 
Obviamente, não é qualquer forma de diálogo que nos levará a distinguir o 
socialmente vigente do moralmente válido, por isso a ética discursiva tentará 
apresentar o procedimento dialógico adequado para alcançar essa meta, e mostrar 
como ele deveria funcionar nos diferentes âmbitos da vida social. Por isso, divide 
sua tarefa em duas partes: uma dedicada à fundamentação – à descoberta do 
princípio ético – e outra à aplicação deste à vida cotidiana (CORTINA; MARTÍNEZ, 
2009). 
 
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2 ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
Um dos problemas que se coloca na sociedade brasileira contemporânea é o 
do como educar para o respeito às diferenças e para o respeito a todos os seres 
humanos, sem violência. Essa questão é central para ética. 
Nas escolas, atualmente, não são incomuns ações de violência e desrespeito 
sob todas as formas: agressões, uso de drogas, ameaças, discriminações, 
desrespeito aos professores e aos alunos. Como a ética pode nos auxiliar a 
construção uma educação contra a violência? 
O artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) diz que 
a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem em várias esferas 
(família, convivência, trabalho, escola, movimentos sociais etc.). 
O artigo 2º da LDB considera que, inspirada nos princípios da liberdade e nos 
ideais de solidariedade humana, é finalidade da educação nacional o pleno 
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
A educação para a cidadania, e os programas educacionais voltados para 
esse fim, pressupõe a crença na tolerância, a marca do bom senso, da razão e da 
civilidade que faz com que os homens possam se relacionar entre si. Pressupõe, 
também, a crença na possibilidade de formar este homem, ensinando a tolerância e 
a civilidade dentro do espaço e do tempo da escola. A ideia clássica de formação 
nos auxilia a compreender esse tópico (SANTOS, 2001). 
A proposta de educação do homem como membro de uma cultura foi 
apresentada primeiramente pelos gregos como paidéia (formação). “Os gregos viram 
pela primeira vez que a educação tem de ser também um processo de construção 
consciente. „Constituído de modo correto e sem falhas, nas mãos, nos pés e no 
espírito‟ (...). Só a este tipo de educação se pode aplicar com propriedade a palavra 
formação, tal como a usou Platão pela primeira vez em sentido metafórico, 
aplicando-a à ação educadora” (JAEGER, 1986, p. 09-10). 
Ao longo da filosofia clássica, sempre esteve presente a pergunta sobre como 
formar os jovens, o que lhes deveria ser ensinado para alcançarem a virtude. 
Portanto, paidéia e areté, educação e virtude, não poderiam ser pensadas 
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separadamente. Toda a sociedade e a cultura estavam presentes na formação do 
homem e do cidadão. Era este ideal de excelência e perfeição que os grego 
buscavam através da educação: a excelência do homem, das instituições, das 
cidades. Entretanto, não era apenas como fim que este ideal se fazia presente na 
educação grega, ele era meio, princípio, forma e ação. Ou seja, o homem grego 
devia ser educado para a virtude, de modo virtuoso, por pessoas virtuosas, 
praticando ações virtuosas e fazendo sua cidade virtuosa (SANTOS, 2001). 
A questão da educação para a virtude e para a cidadania volta à baila 
quando, em nossos tempos, a LDB institui que a escola é um espaço de formação 
de cidadãos e difusão de valores que expirem cidadania e ética, mas não considera 
que a ideia da educação como formação do homem e do cidadão pressupõe que a 
escola, local onde esta formação ocorrerá (ao menos parcialmente, como diz a Lei), 
também deva ser pensada como um espaço/instituição no qual estes valores 
estejam presentes. Para que a escola seja inspiradora de valores éticos, é preciso 
que ela também seja um espaço ético, operando por meios éticos. De acordo com 
os clássicos, isso não poderia ocorrer de outro modo. 
Contudo, o que se observa é que a sociedade brasileira é marcada pela 
violência e que esta violência também se faz presente nas escolas. Marilena Chaui 
(1998) no artigo “Ética e violência” explica que podemos entender como violência os 
atos de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém, opressão, 
intimidação pelo medo e pelo terror. São as ações que retiram dos sujeitos sua 
autonomia, tratam as pessoas, os seres humanos, como se fossem coisas como 
desprovidos de razão e de vontade, por isso a violência é o exato oposto da ética. A 
mesma autora afirma que a sociedade brasileira que “é marcada pela estrutura 
hierárquica do espaço social que determina a forma de uma sociedade fortemente 
verticalizada em todos os seus aspectos: nela, as relações sociais e intersubjetivas 
são sempre realizadas como relação entre um superior, que manda, e um inferior, 
que obedece. As diferenças e assimetrias são sempre transformadas em 
desigualdades que reforçam essas relações. 
“O outro jamais é reconhecido como sujeito nem como sujeito de direitos, 
jamais é reconhecido como subjetividade nem como alteridade” (CHAUÍ, 2000, p. 
89). 
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Isso nos convida a refletir sobre quem, nas escolas, seriam os educadores 
para a formação dos cidadãos. Infelizmente, a resposta convencional de que os 
educadores seriam os próprios professores não é suficiente para esvaziar a 
pergunta e nos conduz a outras. Se a virtude (a areté, a cidadania) pode ser 
ensinada, os professores estariam preocupados, como os filósofos clássicos, em se 
tornarem eles mesmos virtuosos, sábios, despojados de seus preconceitos e de 
suas ilusões em busca do conhecimento do que é a virtude e do como ensiná-la ou 
seriam como os sofistas ensinando porque recebem para isso, mas, de fato, não 
oferecendo seu assentimento às ideias que pronunciam ou não crendo na 
perenidade do que é ensinado? 
As atuais discussões sobre como adequar as instituições de 
ensino e “capacitar” os professores de acordo com o que 
pede a Lei se aparenta com esta querela: como vamos 
transformar nossos professores em cidadãos aptos a ensinar 
cidadania e nossas escolas em espaços democráticos que 
auxiliem a resolver o problema da ausência de ética e da 
violência presentes na sociedade? Como fazer com que os 
educandos passem a desejar o bem e a virtude e a praticá-
los para que nossa sociedade não se transforme no reino da 
barbárie? (SANTOS, 2001). 
Para que tudo isso se efetive e se faça cumprir é necessário o 
comprometimento dos professores. É preciso que os professores acreditem que é 
possível ensinar a virtude, que é possível ensinar cidadania. 
Não se pode ignorar que o professor, a escola e os profissionais que ali 
atuam detenham o poder de formar cidadãos. E, mais ainda, que os professores, 
mesmo sendo pessoas, quando no exercício público da razão, podem e devem ter 
uma responsabilidade ética pelo que ensinam, transmitem, opinam. Desde a 
antiguidade clássica, a ideia de educação implica a busca de uma ação moderada, 
menos corrompida, menos influenciada pelas paixões. Entretanto, hoje „a educação 
foi quase inteiramente identificada com escolarização‟ (PRADO JÚNIOR, 1985, p. 
99). 
Desta forma, a questão do papel do professor ganha uma relevância ainda 
maior porque será a partir dele, de suas atitudes, da forma como lida com 
conteúdos, como elabora suas aulas, como se relaciona com seus alunos, da forma 
como lida com seus preconceitos e conceitos que outros valores, vícios e virtudes 
poderãoser definidos. 
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Quando se admite que a educação, em nossos tempos, é praticamente 
idêntica à escolarização e se transfere para a escola e para os profissionais ali 
presentes a tarefa de educar para a formação do cidadão (ou seja, a formação ética 
e política), em decorrência, passa-se a colocar em evidência a postura ética 
daqueles que, como responsáveis pela educação, serão modelos de conduta, 
espelhos de caráter, difusores de valores. Por isso cabe perguntar o que significa 
transferir para os professores a exigência das virtudes, da justiça e da 
responsabilidade pela formação dos cidadãos e em que medida as virtudes dos 
educadores, expressas em seu trabalho, seriam responsáveis pelas mudanças no 
perfil de seus alunos (SANTOS, 2001). 
Se a educação é projeto e utopia, uma resposta para uma educação ética e, 
portanto, contrária à violência, talvez resida na democratização das instituições de 
ensino e na efetivação de uma educação inclusiva. 
A proposta de uma educação inclusiva parece assinalar para uma saída, não 
só porque contempla a utopia presente em todo projeto pedagógico, como também 
acena para a alteração do paradigma educacional das sociedades autoritárias 
porque pressupõe que a transformação social deva implicar na transformação e na 
democratização de todas as relações sociais (SANTOS, 2001). 
Transformar a escola em um espaço efetivamente plural seria uma das 
formas mais eficazes de uma educação ética ou para a ética, porque permitirá a 
expressão das diferenças num espaço público de modo a incorporar todos os 
valores sem hierarquiza-los. 
Se a escola não está separada do mundo e a ética se constrói através da livre 
expressão de ideias e projetos no espaço das cidades e da cidadania, uma 
educação ética também implicaria a formação de cidadãos através do livre exercício 
da atividade política ou a ampliação de espaços públicos de manifestação das 
diferenças (SANTOS, 2001). 
Dito isso, pensar a correlação entre ética e educação na sociedade brasileira 
significa pensar a sociedade como um todo e todos os seus espaços públicos como 
agentes de educação que devem ser livremente acessados pelos diferentes 
componentes da espera pública da sociedade, de toda a sua diversidade. A 
educação para a ética ou uma educação ética pressupõe a construção de 
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sociedades verdadeiramente democráticas (SANTOS, 2001). 
Nesse sentido, podemos dizer que a tradição filosófica nos ensinou algo que 
talvez seja sábio recuperar: a ética se ensina permitindo o convívio entre os 
diferentes nos diferentes espaços públicos nos quais se possam expressar os 
valores e construir o bem comum (SANTOS, 2001). 
 
2.1 A ética nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazer a ética para o 
espaço escolar significa enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino e 
aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma 
constante atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos 
e das circunstâncias, de problematização das ações e relações e dos valores e 
regras que os norteiam. 
Configura-se, assim, a proposta de realização de uma educação moral que 
proporcione às crianças e adolescentes condições para o desenvolvimento de sua 
autonomia, entendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, 
fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações 
coletivas. O desenvolvimento da autonomia é um objetivo de todas as áreas e temas 
transversais e, para alcançá-lo, é preciso que elas se articulem. A mediação 
representada pela Ética estimula e favorece essa articulação (BRASIL, 1998, p. 61). 
Ao ingressar no campo da ética no ensino escolar, as atividades 
persecutórias esbarram-se em limitações, não sendo totalmente livres para agirem. 
Deve haver respeito coma individualidade e a realidade posta a cada aluno. Como 
também com a realidade de cada sociedade. 
Logo ao nascer, o ser humano se relaciona com regras e valores da 
sociedade em que está inserido. A família é o primeiro espaço de convivência da 
criança. Ao lado da família, outras instituições sociais veiculam valores e 
desempenham um papel na formação moral e no desenvolvimento de atitudes. A 
presença constante dos meios de comunicação de massa nos espaços públicos e 
privados, conferem a eles um grande poder de influência e de veiculação de valores, 
de modelos de comportamento. A religião contribui da mesma forma. As várias 
instituições sociais, motivadas por interesses diversos concorrem quando buscam 
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desenvolver atitudes que expressam valores. Os indivíduos transitam por algumas 
dessas instituições durante toda a sua vida; em outras, por períodos determinados; e 
em outras, ainda, nunca transitarão (CAMARGO E FONSECA, 2006). 
A ética depende do tipo de relação social que o indivíduo mantém com os 
demais e, segundo os autores acima, existem tantos tipos de moral como de 
relações sociais. A moral é imposta a partir do exterior como um sistema de regras 
obrigatórias, muitas vezes difícil de ser compreendida. Tamanha é a interferência da 
diversidade cultural que é explanado no PCN: 
O fato é que, inevitavelmente, os indivíduos se constituem como tais 
convivendo simultaneamente com sistemas de valores que podem ser convergentes, 
complementares ou conflitantes, dentro do tecido complexo que é o social. As 
influências que as instituições e os meios sociais exercem são fortes, mas não 
assumem o caráter de uma predeterminação. A constituição de identidades, a 
construção da singularidade de cada um, se dá na história pessoal, na relação com 
determinados meios sociais; configura-se como uma interação entre as pressões 
sociais e os desejos, necessidades e possibilidades afetivo-cognitivas do sujeito 
vivida nos contextos socioeconômicos, culturais e políticos (BRASIL, 1998, p. 62). 
Ao trabalhar a ética na educação em sala de aula, o professor se depara com 
a questão do choque de valores. Os diversos valores, normas, modelos de 
comportamento que o indivíduo compartilha nos diferentes meios sociais a que está 
integrado ou exposto colocam-se em jogo nas relações cotidianas. A percepção de 
que determinadas atitudes são contraditórias entre si ou em relação a valores ou 
princípios expressos pelo próprio sujeito não é simples e nem óbvia. 
Para isso requer uma elaboração, implicando reconhecer os limites para a 
coexistência de determinados valores e identificar os conflitos e a incompatibilidade 
entre outros. A forma de operar com a diversidade de valores por vezes conflitantes 
também é dada culturalmente, ainda que do ponto de vista do sujeito dependa 
também do desenvolvimento psicológico. Os preconceitos, discriminações, o negar- 
se a dialogar com sistemas de valores diferentes daqueles do seu meio social, o agir 
de forma violenta com aqueles que possuam valores diferentes, são aprendidos 
(BRASIL, 1998, p. 64). 
A escola, como uma instituição pela qual espera-se que passem todos os 
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membros da sociedade, coloca-se na posição de ser mais um meio social na vida 
desses indivíduos. Também ela veicula valores que podem convergir ou conflitar 
com os que circulam nos outros meios sociais que os indivíduos frequentam ou a 
que são expostos. Deve, portanto, assumir explicitamente o compromisso de educar 
os seus alunos dentro dosprincípios democráticos. Se entendida como apenas mais 
um meio social que veicula valores na vida das pessoas que por ela passam, a 
escola encontra seu limite na legitimidade que cada um dos indivíduos e a própria 
sociedade conferir a ela (CAMARGO E FONSECA, 2006). 
Se entendida como espaço de práticas sociais em que os alunos não apenas 
entram em contato com valores determinados, mas também aprendem a estabelecer 
hierarquia entre valores, ampliam sua capacidade de julgamento e a consciência de 
como realizam escolhas, ampliam-se as possibilidades de atuação da escola na 
formação moral, já que se ocupa de uma formação ética, para formação de uma 
consciência moral reflexiva cada vez mais autônoma, mais capaz de posicionar-se e 
atuar em situações de conflito. 
A escola de hoje está deixando um pouco de lado a construção moral e a 
educação ética, atribui-se prioridades a outros assuntos como o vestibular, a 
mensalidade escolar, mas esquece que a formação do indivíduo é a mais 
importante, e que permeará por toda a sua vida. (BOELTER, 2008). 
A criança que educa-se eticamente torna-se um adulto capaz de ir ao 
encontro do outro, reconhece-se com seu igual e não assume as regras morais 
como regras obrigatórias. Portanto, o educador possui um papel fundamental na 
formação ética e moral do indivíduo, principalmente na educação infantil, onde inicia- 
se a vida escolar. 
Boelter (208) acredita que trabalhamos a ética e a moral na educação infantil 
vivendo-as, demonstrando-as aos nossos alunos através dos nossos atos, da nossa 
postura, das atitudes e dos valores aos quais acreditamos. Não ensina-se moral e 
ética, vivencia-se. 
Portanto, se a escola deixa de cumprir o seu papel de educador em valores, a 
referência ética de seus alunos estará limitada à convivência humana que pode ser 
rica em se tratando de vivências pessoas, mas pode estar também carregada de 
desvios de postura, atitude, comportamento ou conduta, e mais, quando os valores 
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não são bem formal ou sistematicamente ensinados, podem ser encarados pelos 
educandos como simples conceitos ideais ou abstratos, principalmente para aqueles 
que não os vivenciam, sejam por simulações de práticas sociais ou vivenciados no 
cotidiano (BOELTER, 2008) 
 
2.2 Pressupostos vinculadas à etica 
Segundo Camargo e Fonseca (2006) todos têm direitos e deveres no meio 
em que vivem. Cabe a escola questionar como eles se apresentam. Até que ponto a 
comunidade onde se está inserido não está abnegando estes direitos, cada um 
cumpre com os seus deveres para cobrar os seus direitos? Questões como esta 
podem ser levantadas constantemente pela escola. 
Alguns pressupostos estão vinculados à ética como: 
 A justiça; 
 A solidariedade; 
 O respeito mútuo e; 
 Diálogo. 
Temas importantes para serem inseridos nas aulas de diferentes disciplinas 
de maneira transversal, permitindo desmitificar a questão ética como sendo restrita à 
área da Filosofia. 
A justiça já era uma preocupação dos filósofos gregos, pois Platão em sua 
República já pensava como deveria ser tratado um ato justo, qual a relação entre 
justiça e injustiça. No entanto, há de ser questionado como despertar no educando a 
noção de justiça. A escola pode propiciar situações onde seja exercitada a 
criticidade do educando oportunizando-lhe a distinção entre um ato justo e um 
injusto. Fazer essa distinção na escola faz com que o educando reflita sobre a 
diferença e possa a partir de suas vivências criar relações que exemplifiquem tais 
questões (CAMARGO E FONSECA, 2006). 
A escola pública possui uma diversidade cultural, étnica, religiosa, sexual e 
social muito grande. Nesse contexto, a solidariedade assume um lugar de 
comprometimento com o aprendizado. Ser solidário no ambiente escolar é respeitar 
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as diferenças que constituem os atores educacionais, não ocultando a sua 
existência, mas trabalhando estas diferenças no coletivo. 
A partir da solidariedade os educadores irão sentir-se mais confiantes no que 
realmente podem ser enquanto profissionais da educação comprometidos com a 
vida de cada um de seus educandos. Faz-se necessário superar as barreiras do 
Capitalismo, do corre-corre diário, de competição desenfreada, onde a vantagem 
está em primeiro lugar, para triunfar a solidariedade, a compreensão e o respeito. 
Respeito mútuo. Sem ser unilateral. Respeitar com reciprocidade (CAMARGO E 
FONSECA, 2006). 
E ainda, dialogar. Manter o diálogo em sala de aula é uma atividade muito 
importante para criar condições de discussão, sobre temas relacionados a questões 
sociais, políticas e econômicas. 
Essas discussões criam conceitos ou os reformulam, ou até mesmo 
constroem outros a partir da vivência de cada um. 
 
 
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3 RELAÇÕES HUMANAS, TRABALHO EM EQUIPE, QUALIDADE NO 
ATENDIMENTO PÚBLICO 
 
Segundo Pepe (2008), cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira 
de pensar a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há 
pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que se interessam em 
aprender constantemente, outras não, enfim as pessoas têm objetivos diferenciados 
e nesta situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes 
estará em conflito com a própria empresa. 
Como observado por Bom Sucesso, o autoconhecimento e o conhecimento 
do outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no 
trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais 
observadas, destacam-se: a falta de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar e 
dificuldade em ouvir. 
É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, 
portanto também reage de forma única e individual a situações semelhantes. 
Para Bom Sucesso (1997, p. 176) no cenário idealizado de pleno emprego, 
mesmo de ótimas condições financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores 
ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o 
alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, 
esperançosos. 
Nesse contexto e de acordo com os processos dinâmicos e interativos de 
gerir pessoas (agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar) 
estabelecidos por Chiavenato (2005), a promoção da socialização do funcionário ou 
colaborador também agrega valor às inter-relações no ambiente de trabalho, ou 
seja, as empresas precisam promover a socialização dos novos funcionários, o que 
pode acontecer através de vários programas de integração, quer sejam do tipo 
formal ou informal; individual ou coletivo; uniforme ou variável, dentre outros. 
Um ambiente saudável, rico, tranquilo e ao mesmo tempo desafiador, que 
leve o indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades 
favorece não só as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos 
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trabalhos e o atendimento dos objetivos da administração quer seja ela pública ou 
privada. 
 
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REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS 
 
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AVALIAÇÃO 
 
1) A sociedade se apoia em três pilares éticos. É vital que ela seja solidária é um dos 
pilares. Qual das opções abaixo explica esse pilar? 
A ( ) é preciso haver oportunidade para todos. 
B ( ) é preciso educar a vontade para que a liberdade se torne responsável. 
C ( ) é preciso haver compromisso com o bem pessoal e o bem comum. 
D ( ) n.r.a. 
 
2) Organização flexível enquanto capacidade ética quer dizer que: 
A ( ) as estruturas estimulem a participação, a criatividade, a descentralização e a 
delegação da autoridade. 
B ( ) não basta haver líderes, eles devem estar integrados por verdades comuns. 
C( ) deve se desenvolver simultaneamente a percepção diagnóstica e o 
pensamento estratégico. 
D ( ) n.r.a. 
 
3) Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. Pois bem, assinale a opção 
falsa: 
A ( ) Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. 
B ( ) É o ramo da biologia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no 
cotidiano e na sociedade. 
C ( ) É o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no 
cotidiano e na sociedade. 
D ( ) Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a 
normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos 
recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo 
pensamento humano. 
 
4) Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma 
certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. Qual 
das opções abaixo fala da moral de acordo com o texto? 
A ( )estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de 
garantir o seu bem-viver. 
B ( )independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas 
que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. 
C ( ) busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras 
do Estado. 
D ( )estão corretas as opções A e B. 
 
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5) Qual das opções abaixo refere-se a “sem ética, mas não contra uma ou outra 
ética”? 
A ( ) anti-ético 
B ( ) aético 
C ( ) ético 
D ( ) n.r.a. 
 
6) Aristóteles faz distinção entre alguns tipos de saberes. Quais os saberes 
correspondem a: “ocupam-se de averiguar o que são as coisas, o que ocorre de fato 
no mundo e quais são as causas objetivas dos acontecimentos. São saberes 
descritivos, mostram-nos o que existe, o que é, o que acontece”. 
A ( ) poiético 
B ( ) práticos 
C ( ) teóricos 
D ( ) n.r.a. 
 
7) São valores éticos próprios do intelecto teórico segundo Aristóteles: 
A ( ) prudência – arte - discrição 
B ( ) fortaleza – temperança - pudor 
C ( ) justiça – amabilidade – bom humor 
D ( ) inteligência – ciência - sabedoria 
 
8) Para Scheler, existe uma ciência pura dos valores, uma axiologia pura, que se 
sustenta em três princípios. Leia as afirmativas abaixo e assinale a opção correta. 
I – Todos os valores são negativos ou positivos 
II – Valor e dever estão relacionados, pois a captação de um valor não realizado é 
acompanhada pelo dever de realizá-lo 
III – Nossa preferência por um valor e não por outro verifica-se porque nossa 
intuição emocional capta os valores já hierarquizados. A vontade de realizar um 
valor moral superior em vez de um inferior constitui o bem moral, e seu contrário é o 
mal. Não existem, portanto, valores especificamente morais. 
 
A ( ) Somente está correta a afirmativa I 
B ( ) Somente está correta a afirmativa II 
C ( ) Todas as afirmativas são falsas 
D ( ) Todas as afirmativas são verdadeiras 
 
9) “Propõe encarnar na sociedade os valores e liberdade, justiça e solidariedade por 
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meio do diálogo, como único procedimento capaz de respeitar a individualidade das 
pessoas e, ao mesmo tempo, sua inegável dimensão solidária, porque em um 
diálogo precisamos contar com pessoas, mas também com a relação que existe 
entre elas, a qual, para ser humana, deve ser justa”. Esta definição pertence a qual 
das éticas abaixo? 
A ( ) Ética da falação 
B ( ) Ética do Discurso 
C ( )Ética da falácia 
D ( )Ética Poiética10) Falamos em alguns temas importantes para serem inseridos nas aulas de 
diferentes disciplinas de maneira transversal, permitindo desmitificar a questão ética 
como sendo restrita à área da Filosofia. Qual das opções abaixo é o mesmo que: 
“Sem ser unilateral”. “Respeitar com reciprocidade”? 
A ( ) manter o diálogo 
B ( ) justiça 
C ( ) solidariedade 
D ( ) respeito mútuo 
 
 
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GABARITO (ÉTICA NA EDUCAÇÃO) 
 
 
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