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Artigo Ascaris introdução

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IMPORTANCIA DO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICOS E PARASITARIOS POR Ascaris lumbricoides
INTRODUÇÃO
As parasitoses intestinais causadas por Ascaris lumbricoides representam um problema de saúde pública mundial e são responsáveis pelos altos índices de morbidade observados em países nos quais o crescimento populacional não é acompanhado da melhoria nas condições de vida. A prevalência de ascaridíase em um país apresenta variações, isso de acordo com, a região de cada país, as condições de saneamento básico, o nível socioeconômico, o grau de escolaridade, a idade e os hábitos de higiene de cada indivíduo (MELO et al., 2010).
Estima-se que 1,5 bilhão de pessoas (um quarto da população mundial) estejam infectadas por este nematódeo (FORTES et al., 2004; CAMPOS et al., 2002). A representatividade clínica desse parasita afeta principalmente crianças, notando-se sérias complicações (BRAGA et al., 2007; CAMPOS et al., 2002; Costa-Macedo et al., 1999). Podendo ser responsável por diferentes graus de desnutrição, deficiência cognitiva, complicações e, ocasionalmente, morte em crianças acometidas em muitos países (MASSARA et al., 2003).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre a alta frequência das doenças parasitárias na população mundial, estimando que cerca de 980 milhões de pessoas estejam parasitadas pelo A. lumbricoides (MARQUES et al., 2005).
O principal fator envolvido na transmissão é o ambiente uma vez que, os ovos de Ascaris lumbricoides quando eliminados nas fezes pelo hospedeiro definitivo não conseguem exercer papel de infetividade, ou seja, não possuem capacidade de infecção que só acontecerá após algumas semanas principalmente em lugares úmidos, sombreados e com temperatura alta, podendo contaminar a água e os alimentos. As estratégias para o controle desse parasita têm demonstrado principalmente: atenção as áreas com grande densidade populacional por serem as áreas de risco (BRAGA et al., 2007).
A prevalência elevada de A. lumbricoides está associada a precárias condições sanitárias, constituindo importante indicador do estado de saúde de uma população. Diversos fatores são capazes de interferir em sua prevalência: área geográfica estudada, tipo de comunidade (aberta ou fechada), nível socioeconômico, acessibilidade a bens e serviços, estado nutricional, idade e ocorrência de predisposição à infecção parasitária (CORREIA et al., 2005; CAMPOS et al., 2002; Costa-Macedo et al., 1998). 
A maioria das infecções por A. lumbricoides envolve pequeno número de parasitos adultos e é assintomática, diagnosticada em exames coproparasitológicos ou através da eliminação de parasitos nas fezes. A manifestação dos sintomas da ascaridíase depende do número de parasitos adultos albergados pelo indivíduo (SILVA et al., 2011; MELO et al., 2004). 
A epidemiologia de ascaridíase é uma interdependência de fatores humanos (sócio-econômicos e culturais), ambientais (temperatura, umidade, tipo de solo etc.) e fatores ligados à biologia do helminto. Os fatores ambientais são dependentes dos fatores humanos, ou seja, só há prevalência importante de doença onde as ações de saneamento básico são precárias (FORTES et al., 2004).
Apesar da alta prevalência da ascaridíase em nosso meio (as estimativas são de ¼ da população mundial e 39% da população brasileira infestadas e da alta frequência das formas complicadas da ascaridíase como problemas emergenciais na população pediátrica, os dados presentes em literatura são escassos e quase exclusivamente empíricos. Não estão disponíveis quaisquer dados randomizados ou prospectivos sistemáticos, muitos estudos são relatos de casos expostos como raridades em países avançados ou referem casos pediátricos misturados a casos em adultos. Uma análise detalhada esclarece que muitas condutas traçadas são destoantes de caso a caso. Com base nestas dificuldades as dúvidas proliferam. (JESUS et al., 2004). 
Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo verificar a importância da realização de estudos sobre a prevalência e a intensidade da infecção por A. lumbricoides na população brasileira.
REFERÊNCIAS
BRAGA, F. B., et al. Observação in vitro da ação dos isolados fúngicos Duddingtonia flagrans, Monacrosporium thaumasium e Verticillium chlamydosporium sobre ovos de Ascaris lumbricoides (Lineu, 1758). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropica, v. 40, n.3, p.356-358, 2007;
CAMPOS, M. R., et al. Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricoides. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n.1, 2002;
CORREIA, A. A.; BRANDÃO, D. S.; RIBEIRO, L. B. Estudo das parasitoses intestinais em alunos da 5° série do colégio da Policia Militar (COM) de feira de Santana-Bahia. Revista Eletrônica da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Feira de Santana, Bahia, v.3, n.6, dez. 2005;
COSTA-MACEDO, L. M.; COSTA, M. C. E.; ALMEIDA, L. M. Parasitismo por Ascaris lumbricoides em crianças menores de dois anos; estudo populacional em comunidade do Estado do Rio de Janeiro. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.15, n.1, jan-mar. 1999;
FORTES, B. P. M., et al. Modelagem geoestatística da infecção por Ascaris lumbricoides. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n. 3, p. 727-734, 2004;
JESUS, L. E. et al. Ascaridíase hepatobiliar complicada por pneumonia lipoídica. Rev Paul Pediatr, v. 26, n. 2, p. 188-91, 2008;
MARQUES, S. M. T.; BANDEIRA, C.; QUADROS, R. M. Prevalência de Enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil. Revista de Parasitologia Latinoamericana, Santiago, v.60, n.1-2, 2005;
MASSARA, C. L., et al. Atividade de detergentes e desinfetantes sobre a evolução dos ovos de Ascaris lumbricoides. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 335-340, 2003;
Melo, E. M., Ferraz, F. N., & Aleixo, D. L. Importância do estudo da prevalência de parasitos intestinais de crianças em idade escolar. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, 5(1). 2010.
Melo, M. C. B, et al. Parasitoses intestinais. Rev Med v. 14, p. 3-12. 2004;
SILVA, J. C., et al. Parasitismo por Ascaris lumbricoidese seus aspectos epidemiológicos em crianças do Estado do Maranhão. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical, v. 44, n. 1, p. 100-102, 2011;

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