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Disciplina: Teoria das Artes 
Autores: Esp. Josias Lacour 
Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
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FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
LACOUR, Josias. 
Teoria das Artes / Josias Lacour. – Curitiba, 2017. 
46 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Teoria das Artes – Faculdade São Braz 
(FSB), 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria das Artes 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANO 
2017 
 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
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grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
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 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação da disciplina 
A disciplina Teoria das Artes, visa apresentar um universo enorme a ser 
explorado. Trazendo à tona a definição do que é teoria (em suas diversas 
vertentes e do que é Artes, trazendo reflexões quantos as suas controvérsias, 
variedades, contextos históricos e seus principais expoentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 1 – Teoria das Artes 
Apresentação da aula 1 
 Nesta aula serão abordadas as definições dos conceitos “Teoria” e “Arte”, 
visando trazer reflexões à respeito das mesmas. Serão abordados também os 
contextos históricos das Artes e os reflexos com o progresso. 
 
1. Teoria das Artes 
 Para maior entendimento quanto à temática da “Teoria das Artes”, faz-se 
necessário o conhecimento dos conceitos de “Teoria” e de “Artes” em suas 
pluralidades. 
 
1.1 Conceito de “Teoria” 
 Segundo o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa / da Academia 
Brasileira de Letras (2008), o conceito de teoria define-se como: 
Conhecimento abstrato, puramente racional e independente de 
aplicação prática; Conjunto de conhecimentos abstratos de uma área 
específica; Conjunto sistemático de ideias ou hipóteses sobre um tema. 
(BECHARA, 2008) 
 
1.2 Conceito de Arte 
 Arte, derivada do latim ars, significa técnica (ou habilidade natural ou 
adquirida), podendo ser entendida como a atividade humana ligada a 
manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir 
da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas 
instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada 
obra, definindo-se como um todo. 
 O conceito de arte continua até hoje sendo objeto de grandes debates, e 
permanece, a rigor, indefinido. A palavra também é usada para designar 
simplesmente uma habilidade ou talento especial, como a "arte médica", a "arte 
da pesca", dentre outras, mas na bibliografia especializada designa geralmente 
atividades que têm características criativas e estéticas. 
 
 
1.1 A Arte no contexto geográfico 
 Mesmo que se possa estabelecer parâmetros gerais válidos 
consensualmente, a análise de cada caso pode ser extraordinariamente 
complexa e inconsistente. Num contexto geográfico, se a cultura ocidental 
chama de arte a ópera, possivelmente uma cultura não ocidental poderia 
considerar aquele tipo de canto muito estranho. Na perspectiva histórica, muitas 
vezes um objeto considerado artístico em uma determinada época pode ser 
considerado não-artístico em outra. 
 
1.2 Construção cultural viável 
 O principal problema na definição do que é arte é o fato de que esta 
definição varia com o tempo e de acordo com as várias culturas humanas. 
Devemos, pois, ter em mente que a própria definição de arte é uma construção 
cultural variável e sem significado constante. Até numa mesma época e numa 
mesma cultura pode haver múltiplas acepções do que é arte. 
 A arte depende da cultura, vale reforçar que muito do que não chamamos 
de arte e não era ou não é considerado por outras culturas, diferentes da nossa, 
devido a construção artística distinta da nossa (produzindo objetos artísticos que 
nós não reconhecemos como tais). As sociedades pré-industriais em geral não 
possuíam sequer um termo para designar arte. 
Ví deo 
 
Assista o vídeo A Arte na antiga Grécia, no qual evidenciam-se 
algumas das principais características da arte na antiga Grécia, 
a qual contemplava em seus artefatos suas histórias e lendas 
de forma poética. 
 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=1XEvteD9Vtk 
 
 
 
 
 
 
1.3 Contextos históricos da Arte 
 Segundo Souriau (1969), “[...] na perspectiva histórica, muitas vezes um 
objeto considerado artístico em uma determinada época pode ser considerado 
não-artístico em outra”. 
 
1.3.1 A Arte na Antiguidade 
 Na Antiguidade clássica, uma das principais bases da civilização ocidental 
e a primeira cultura que refletiu sobre o tema, considerava a arte como qualquer 
atividade que envolvesse uma habilidade especial: habilidade para construir um 
barco, para comandar um exército, para convencer o público em um discurso, 
em suma, qualquer atividade que se baseasse em regras definidas e que fosse 
sujeita a um aprendizado e desenvolvimento técnico. 
 Considerando os aspectos a serem considerados em uma visão muito 
simplificada, arte ligava-se principalmente a um ou mais dos seguintes pontos 
relevantes: 
 a manifestação de alguma habilidade especial; 
 a criação artificial de algo pelo homem; 
 o desencadeamento de algum tipo de resposta no ser humano, como 
o senso de prazer ou beleza; 
 a apresentação de algum tipo de ordem, padrão ou harmonia; 
 a transmissão de um senso de novidade e ineditismo; 
 a expressão da realidade interior do criador; 
 a comunicação de algo sob a forma de uma linguagem especial; 
 a noção de valor e importância; 
 a excitação da imaginação e a fantasia; 
 a indução ou comunicação de uma experiência-pico; 
 coisas que possuam reconhecidamente um sentido; 
 coisas que deem uma resposta a um dado problema. 
 
 
A arte se vale de uma grande variedade de meios e materiais, 
como a arquitetura, a escultura, a pintura, a escrita, a música, 
a dança, a fotografia, o teatro e o cinema. 
 
 
Para Refletir 
 
O que você entende como uma definição convincente para o 
que chamamos de Teoria das Artes? O que precisa ser 
consideradono conceito de arte? Há limites para 
denominarmos a arte? Que tipo de arte te parece mais 
artístico? Quais são as principais ligações da arte? 
 
 A arte está diretamente ligada à diversas situações. Numa visão muito 
simplificada, arte está ligada principalmente a um ou mais dos seguintes 
aspectos: 
 a manifestação de alguma habilidade especial; 
 a criação artificial de algo pelo homem; 
 o desencadeamento de algum tipo de resposta no ser humano, 
como o senso de prazer ou beleza; 
 a apresentação de algum tipo de ordem, padrão ou harmonia; 
 a expressão da realidade interior do criador; 
 a comunicação de algo sob a forma de uma linguagem especial; 
 a noção de valor e importância; 
 a excitação da imaginação e a fantasia; 
 a indução ou comunicação de uma experiência-pico; 
 coisas que possuam reconhecidamente um sentido; 
 coisas que deem uma resposta a um dado problema. 
 
 
1.4 Poesia (arte ou inspiração) 
 Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição em versos 
estruturados de forma harmoniosa. É uma manifestação de beleza e estética 
retratada pelo poeta em forma de palavras. No sentido figurado, poesia é tudo 
aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de 
arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. 
Importante 
 
Entre as principais características da poesia, pode-se 
mencionar o uso de elementos de valor simbólico e de imagens 
literárias como a metáfora, que requerem uma atitude ativa por 
parte de quem lê os poemas para poder descodificar a 
respectiva mensagem. 
 
 A poesia não era tida como arte, pois era considerada fruto de uma 
inspiração. Platão definiu arte como uma capacidade de fazer coisas de modo 
inteligente através de um aprendizado, sendo um reflexo da capacidade criadora 
do ser humano. Aristóteles a definiu como uma disposição de produzir coisas de 
forma racional; Quintiliano a entendia como aquilo que era baseado em um 
método e em uma ordem. Já Cassiodoro destacou seu aspecto produtivo e 
ordenado, assinalando três funções para ela: ensinar, comover e agradar ou dar 
prazer. 
 Vale reforçar que não existe uma data definida para a origem da poesia, 
mas uma das mais antigas manifestações encontradas, tratam-se de 
hieroglíficas egípcias do ano de 2600 a.C. (tratam-se de canções religiosas). Na 
antiguidade a poesia possuía um caráter ritualístico (religioso) e comunitário 
(abordando temáticas cotidianas), culturalmente entre os babilônicos, judeus, 
sumérios e assírios. 
 
 
 
Saiba Mais 
 
O Papiro de Ipuwer é um papiro contendo um antigo poema 
egípcio, chamado de As admoestações de Ipuwer ou O 
Diálogo de Ipuwer e do Senhor de todas as coisas. Seu nome 
oficial é Papiro de Leiden. Atualmente, o mesmo é guardado 
no Museu Nacional de Antiguidades holandês em Leiden, na 
Holanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Papiro de Ipuwer 
Fonte: 
http://media.linkonlineworld.com/img/Large/2016/11/29/2016_11_29_12_49_56_803.jpg 
 
OBJETO CULTURAL OBJETO ARTÍSTICO 
É um componente, com uma meta, 
agradar a todos. Varia com o tempo e 
com o lugar, com uma função de 
retratar culturas de uma sociedade 
É um elemento independente, que 
carrega uma expressão própria. 
Realizado a partir da percepção de 
emoções e ideias; com objetivo de 
estimular opiniões e dando um 
significado único e diferente para 
cada obra. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2013). 
 
A visão de objeto artístico, a atravessou a Idade Média, mas 
no Renascimento iniciou-se uma mudança, separando-se os ofícios 
produtivos e as ciências das artes propriamente ditas, incluindo-se pela 
primeira vez a poesia no domínio artístico. A mudança foi influenciada 
pela tradução para o italiano da Poética de Aristóteles e pela 
progressiva ascensão social do artista, que buscava um afastamento 
 
dos artesãos e artífices e uma aproximação dos intelectuais, cientistas 
e filósofos. O objeto artístico passou a ser considerado tanto fonte de 
prazer como meio de assinalar distinções sociais de poder, riqueza e 
prestígio, incrementando-se o mecenato e o colecionismo. 
(TATARKIEWICZ, 2002, p.39). 
 
1.5 Surgimento dos tratados sobre artes 
No que refere-se ao surgimento dos tratados sobre as artes, Beardsley & 
Hospers (1990), afirmam que: 
Começaram a aparecer também diversos tratados sobre as Artes, 
como o De pictura (Leon Battista Alberti), De statua (Leon Battista 
Alberti), De re aedificatoria (Leon Battista Alberti). Nesse perido 
destaca-se também Ghiberti, o qual foi um escultor e fundidor em 
metal italiano italiano renascentista, que conseguiu impor, sobre as 
influências góticas, os novos postulados estéticos, sendo o primeiro a 
periodizar a história da arte, distinguindo a arte clássica, a arte 
medieval e a arte renascentista. (BEARDSLEY & HOSPERS, 1990, 
p.44). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De re aedificatoria - Leon Battista Alberti 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/De_Re_Aedificatoria.jpg 
 
Arte pela arte é um sistema de crenças que defende a 
autonomia da arte, desligando-a de razões funcionais, 
pedagógicas ou morais e privilegiando apenas a Estética. A 
origem desse conceito remonta a Aristóteles, mas só foi 
desenvolvido e consolidado em meados do século XVIII. 
 
 
1.6 Início da Arte moderna 
 A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor 
cultural na Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e 
do universo, no sistema do humanismo. 
 Segundo Tatarkiewicz (1990): 
O Renascimento e o Maneirismo assinalam o início da arte moderna. 
O conceito de beleza se relativizou, privilegiando-se a visão pessoal e 
a imaginação do artista em detrimento do conceito mais ou menos 
unificado e de índole científica do Renascimento. Também se deu valor 
ao fantástico e ao grotesco. Para Giordano Bruno, havia tantas artes 
quantos eram os artistas, introduzindo o conceito de originalidade, pois 
para ele a arte não tem normas, não se aprende e procede da 
inspiração, consolidando a estética. (TATARKIEWICZ, 1991, p.367-
368). 
 
 
 Guignon (2003), reforça que: 
No século XVIII começou a se consolidar a estética como um 
elemento-chave para a definição de arte como hoje a entendemos - a 
despeito da vagueza e inconsistências do conceito. Até então toda a 
arte do ocidente estava indissociavelmente ligada a uma ou mais 
funções definidas, ou seja, era uma atividade essencialmente utilitária: 
servia para a transmissão de conhecimento, para a estruturação e 
decoração de rituais e festividades, para a invocação ou mediação de 
poderes espirituais ou mágicos, para o embelezamento de edifícios, 
locais e cidades, para a distinção social, para a recordação da história 
e a preservação de tradições, para a educação moral, cívica, religiosa 
e cultural, para a consagração e perpetuação de valores e ideologias 
socialmente relevantes, e assim por diante. (GUIGNON, 2003, p. 27-
28). 
 
 
1.7 Rococó, Romantismo, Iluminismo e o Neoclassicismo 
 O Rococó, surgido a partir de meados do século XVIII, com formas mais 
leves e elegantes, privilegiando o decorativismo, a sofisticação aristocrática e a 
sensibilidade individual. 
 No final do século XVII, emergem duas correntes opostas: o Romantismo 
e o Neoclassicismo, que dominarão até meados do século XIX, às vezes em 
sínteses ecléticas, como na obra de Goethe. 
 O Romantismo enfatizava a experiência individual do artista, com obras 
arrebatadas, visionárias e dramáticas, enquanto que o Neoclassicismo 
 
recuperava o ideal equilibrado do classicismo e impunha uma função social 
moralizante e política para a arte. 
 
1.8 Romantismo 
 Os românticos se caracterizampor estar em oposição à arte neoclássica. 
Eles queriam se libertar das regras e valorizar o estilo do artista na obra. Ela se 
caracteriza por aderir os sentimentos, a imaginação, o nacionalismo e a 
natureza, através das paisagens. 
 O Romantismo surgiu por volta do Século XIX. Século agitado por 
mudanças social, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela 
Revolução Francesa. 
 O esteticismo foi um dos elementos teóricos básicos para a emergência 
do Romantismo, que rejeitou o utilitarismo da arte e deu um valor principal à 
criatividade, à intuição, à liberdade e à visão individuais do artista, erigindo-o ao 
status de demiurgo (artífice ou criador) e profeta e fomentando com isso o culto 
do gênio. Por outro lado, o esteticismo ofereceu uma alternativa para a descrição 
de aspectos do mundo e da vida que não estão ao alcance da ciência e da razão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Liberdade Guiando o Povo (La Liberté guidant le peuple) Eugène Delacroix – 1830. 
Fonte: http://www.lepoint.fr/images/2013/10/24/2066447-mwx9oml-jpg_1824651.jpg 
 
 
Ví deo 
 
Assista o vídeo O Romantismo, no qual evidencia de forma 
breve as características do Romantismo na Europa. 
 
Link: http://www.youtube.com/watch?v=rwUsagWxIeQ 
 
1.9 Relação da Arte com o progresso 
 Charles Baudelaire (1821-1867), foi um dos primeiros a analisar a relação 
da arte com o progresso e a era industrial, prefigurando a noção de que não 
existe beleza absoluta, mas que é relativa e mutável de acordo com os tempos 
e com as predisposições de cada indivíduo. Acreditava que a arte tinha um 
componente eterno e imutável (sua alma) e um componente circunstancial e 
transitório (seu corpo). Baudelaire é tido como o último romântico e o primeiro 
moderno. Em muitas de suas obras, das quais destacam-se a prosa poética do 
Esplim de Paris e a obra mais conhecida Flores do Mal (Les Fleurs du mal), a 
qual foi julgada como imoral em sua época, gerando polêmicas e despertando 
hostilidades. 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus conhecimentos lendo o livro 
Flores do Mal (Les Fleurs du mal), de autoria 
de Charles Baudelaire. Obra de 1841, a qual foi 
retrata a insatisfação do poeta em relação ao 
progresso da modernidade e à substituição do 
homem pelas máquinas, trazendo reflexões ao 
homem moderno (que estaria perdendo sua 
própria identidade). 
 
Disponível no acesso: 
https://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/livros-classicos-de-
literatura/as-flores-do-mal-de-charles-baudelaire 
 
 
 
 
1.10 Cientificismo e Iluminismo 
 Posteriormente decorrentes a diversos fatores culturais desencadeadas 
pelo Cientificismo e Iluminismo, ocorrem mudanças de princípios. 
Esta mudança de paradigma estava ligada a transformações culturais 
desencadeadas pelo cientificismo e pelo iluminismo. Estas 
correntes de pensamento passaram a defender a tese de que a arte 
não era uma ciência, não podia descrever com exatidão a 
realidade, e por isso não poderia ser um veículo adequado para o 
conhecimento verdadeiro. Não sendo uma ciência, a arte passou 
para a esfera da emoção, da sensorialidade e do sentimento. A própria 
origem da palavra estética deriva de um termo grego que significa 
sensação. Em trabalhos de Jean-Baptiste Dubos, Friedrich von 
Schlegel, Arthur Schopenhauer, Théophile Gautier e outros nasceu o 
conceito de arte pela arte, onde ela tinha um fim em si mesma, 
despojando-a de toda a sua antiga funcionalidade e utilidade 
prática e associações com a moral. Ao mesmo tempo em que isso 
abriu um novo e rico campo filosófico, gerou dificuldades importantes: 
perdeu-se a capacidade de se entender a arte antiga em seu próprio 
contexto, onde ela era toda funcional - um testemunho desta tendência 
é a proliferação de museus no século XIX, instituições onde todos os 
tipos de arte são apresentados fora de seu contexto original -, e 
criaram-se conceitos inteiramente baseados na subjetividade, 
tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em comum 
que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini-
la quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. O esteticismo foi 
um dos elementos teóricos básicos para a emergência do Romantismo, 
que rejeitou o utilitarismo da arte e deu um valor principal à criatividade, 
à intuição, à liberdade e à visão individuais do artista, erigindo-o ao 
status de demiurgo e profeta e fomentando com isso o culto do gênio. 
Por outro lado, o esteticismo ofereceu uma alternativa para a descrição 
de aspectos do mundo e da vida que não estão ao alcance da ciência 
e da razão. [grifo nosso] (GUIGNON, 2003, p. 27-28). 
 
 Ao mesmo tempo em que isso abriu um novo e rico campo filosófico, o 
qual gerou dificuldades representativas (perdeu-se a capacidade de se entender 
a arte antiga em seu próprio contexto, onde ela era toda funcional - um 
testemunho dessa tendência é a proliferação de museus no século XIX, 
instituições nas quais todos os tipos de arte são apresentados fora de seu 
contexto original). 
 
Ví deo 
 
Assista os vídeos A arte nos museus da França (link1), O Museu 
do Louvre arte e história (link 2) e O Museu do Cairo (link 3). Os 
vídeos apresentam três grandes e importantes museus e as 
suas características. 
Link 1: http://www.youtube.com/watch?v=s5v6djdj9GM 
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=rUU9Ix1WDXc 
Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=0UYsDktARZQ 
 
1.11 Mudança da Século XX 
 A partir do Século XX, criaram-se conceitos inteiramente baseados na 
subjetividade, tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em 
comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini-la 
quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. 
No princípio do século XX encontramos artistas que inovam 
radicalmente os conceitos da estética vigente. Na pintura temos o 
Fauvismo que surgiu em 1905, movimento com influência de Van Gogh 
e Gaugin. Em 1908 surgiu o cubismo, com Picasso e Braque. Em 1910 
temos o Abstracionismo originado com Kandinsky. Nos anos 20, as 
manifestações artísticas se proliferaram tendo como expressões o 
futurismo, o dadaísmo e o surrealismo, este último com participação 
notável no cinema. Neste artigo, mostraremos que, embora 
identificados individualmente, tais estilos não apenas coexistiam como 
também se influenciavam e dialogavam. (ANDREADE & HENRIQUES, 
2009). 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus conhecimentos lendo o artigo A Arte do Século 
XX como a Exaltação de todos os Sentidos, de Emílio 
Andrade, Rogério Henriques (org), Carlos Assis, Ana Luíza 
Soares e Gabriel Esper, no qual evidenciam-se 
características importantes e inovações radicais nos 
conceitos estéticos vigentes. 
 
Disponível no acesso: 
https://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.
pdf 
 
Resumo da aula 1 
 Nesta aula abordaram-se os conceitos de teoria e de arte, enfatizando as 
principais características da arte em seu contexto histórico. Evidenciaram-se 
também as mudanças artísticas do Século XX, as quais trouxeram conceitos 
baseados na subjetividade. 
 
 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Como vimos até aqui, há muitas controvérsias do que 
realmente deve ser teorizado como arte. Os contextos 
históricos, os pensamentos filosóficos, a visão do artista, tudo 
enfim, apresenta-se diferente de um momento para o outro. 
Discorra sobre o assunto. 
 
 
Aula 2 – Teoria das Artes 
Apresentação da aula 2 
 Nesta aula será evidenciada a Arte sob a luz de Freud e reflexões à 
respeito da arte no Século XX (evidenciando alguns de suas características). 
 
2. Teoria das Artes 
2.1 A Arte segundo Freud 
 Ainda no século XX, aarte começou a ser estudada sob o ponto de 
vista psicológico e semiótico através da contribuição de Freud. Ele declarou que 
a arte poderia ser uma forma de representação de desejos e de sublimação de 
pulsões irracionais reprimidas. Disse que o artista era um narcisista, e que as 
obras de arte podiam ser analisadas da mesma forma que os sonhos, 
os símbolos e as doenças mentais. Continuando a linha de pensamento 
freudiana, Carl Jung introduz o conceito de arquétipo na análise artística. 
 Sequenciando essa linha de pensamento, Bozal (2000), afirma que: 
[...] novidade foi introduzida por Wilhelm Dilthey, considerando arte e 
vida serem uma unidade. Prefigurando a arte contemporânea, 
reconheceu a importância da reação do público na definição do que é 
um objeto artístico, o que instaurava uma espécie de anarquia do 
gosto, inaugurando a estética cultural. Reconheceu também que a 
época assinalava uma mudança social e uma nova interpretação da 
realidade. Ao artista caberia intensificar nossa visão de mundo em uma 
obra coerente e significativa (BOZAL, 2000, p.379-380). 
 
 Freud veio acrescentar importantes elementos para o estudo da Estética, 
seja desvendando os processos de criação artística, ou articulando-a com 
 
processos psíquicos inconscientes, é inegável a marca e o potencial de análise, 
introduzidos por Freud nessa área. 
A natureza deu ao artista a capacidade de exprimir seus impulsos mais 
secretos, desconhecidos até por ele próprio, por meio do trabalho que 
cria; e estas obras impressionam enormemente outras pessoas 
estranhas ao artista e que desconhecem, elas também, a origem da 
emoção que sentem”. (FREUD, 1910, p. 64). 
 
2.2 A escola de Frankfurt 
Santana (S/d.), reforça que: 
A Escola de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa 
atravessada pela filosofia alemã, depois do domínio de Kant e Hegel 
em um primeiro momento; de Karl Marx e Friedrich Engels em seguida; 
posteriormente de Nietzsche; e finalmente, já no século XX, após a 
eclosão dos pensamentos entrelaçados do existencialismo de 
Heidegger, da fenomenologia de Husserl e da ontologia de Hartmann. 
A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com 
todo vigor, de 1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de 
enfrentar duas Guerras Mundiais. 
Ela reuniu em torno de si um círculo de filósofos e cientistas sociais de 
mentalidade marxista, que se uniram no fim da década de 20. Estes 
intelectuais cultivavam a conhecida Teoria Crítica da Sociedade. Seus 
principais integrantes eram Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter 
Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen 
Habermas, entre outros. Esta corrente foi a responsável pela 
disseminação de expressões como ‘indústria cultural’ e ‘cultura de 
massa’. (SANTANA, S/d.). 
 
 
Givone (2001), afirma que: 
Na primeira metade do Século XX conceitos inovadores foram 
introduzidos pela Escola de Frankfurt, destacando-se Walter 
Benjamin e Theodor Adorno, estudando os efeitos da industrialização, 
da tecnologia e da cultura de massa sobre a arte. (GIVONE, 2001, p. 
122) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola de Frankfurt 
Fonte: https://ordememquestao.files.wordpress.com/2015/04/escola-de-frankfurt.jpg 
 
 
 
Benjamin analisou a perda da aura do objeto artístico na sociedade 
contemporânea, e Adorno refletiu que a arte não é um reflexo mecânico da 
sociedade que a produz, pois a arte expressa o que não existe e indica a 
possibilidade de transformação e transcendência. (GIVONE, 2001) 
 
2.3 A Subjetividade da Arte 
Nos meados do Século XX, o assunto “arte” tornou-se tão complexo, 
volátil e subjetivo, que muitos estudiosos abandonaram a ideia de que a definição 
do que entendia-se como arte era de alguma forma possível. 
A partir do Século XX, criaram-se conceitos inteiramente baseados na 
subjetividade, tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em 
comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini-la 
quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. 
Weitz (1995), declarou que: 
[...] o próprio caráter aventuroso e expansivo da arte, suas constantes 
mutações e novidades, torna ilógico que estabeleçamos qualquer 
conjunto de propriedades definidas. (WEITZ, 1995) 
 
 
 O Formalismo foi a primeira escola historiográfica de grande relevância, a 
qual defendia o estudo da arte a partir do estilo, aplicando uma metodologia 
evolucionista que defendia a arte uma autonomia longe de qualquer 
consideração filosófica, rejeitando a estética romântica e o ideal hegeliano, e se 
aproximando do neokantismo. 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie o seus conhecimentos lendo o artigo Arte com Noël 
Carroll: do formalismo ao pluralismo, de autoria de Luana 
Frasson. 
 
Disponível no acesso: 
http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/ar
ticle/viewFile/7557/6960 
 
 
Para Refletir 
 
É possível definir Arte? 
 
 
Wladyslaw Tatarkiewicz (2002), afirma que: 
[...] nosso século chegou à conclusão de que conseguirmos uma 
definição abrangente do que é arte é não apenas algo dificílimo, como 
impossível. (TATARKIEWICZ, 2002). 
 
 
As visões de Weitz (1995) e Tatarkiewicz (2002), não 
impediram opiniões diferentes. Alguns delas contornaram o 
problema central da definição propriamente dita, e 
estabeleceram parâmetros externos para definir o fato artístico, 
recorrendo à consagração institucional, à autoridade, ou à 
resposta do público ou de pessoas consideradas peritas. 
 
 
 
Para Refletir 
 
A arte é o que está no museu? 
 
 
Às vezes se recorre à sua localização e ao contexto cultural, como na 
declaração de Thomas McEvilley, dizendo que é: 
[...] a arte que está num museu [...] parece bem claro que hoje em dia 
mais ou menos qualquer coisa pode ser chamada de arte. A questão 
é: ela foi chamada de arte pelo 'sistema de arte'?. (McEVILLEY, 1982). 
 
 
 
 
Ví deo 
 
 
Assista os vídeos da série Conhecendo Museus e conheça um 
pouco mais à respeito do Museu Nacional de Belas Artes – 
MNBA (link 1), do Museu Paulista da USP (link 2), do Memorial 
do Imigrante (link 3), do Museu da Inconfidência (link 4), do 
Museu do Café (link 5) e do Museu da República (link 5), 
conhecendo assim um pouco de suas histórias e seus acervos. 
 
Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=jb-i5pIsXu0 
 
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=emaCXoNEFV4 
 
Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=mur9GjyAnh8 
 
Link 4: https://www.youtube.com/watch?v=X-nja73x8bU 
 
Link 5: https://www.youtube.com/watch?v=n32Ho02HdiE 
 
Link 6: https://www.youtube.com/watch?v=OrBQNWNNG4I 
 
 
 
2.4 As diversas formas e gêneros de Arte 
As artes são muitas vezes divididas em categorias específicas, tais 
como artes decorativas, artes plásticas, artes do espetáculo, ou literatura. 
Assim, pintura é uma forma de arte plástica, e a poesia é uma forma de arte 
literária. Uma forma de arte é uma forma específica de expressão artística, é um 
termo mais específico do que arte em geral, mas menos específico do que 
gênero. Nesse contexto podemos evidenciar que são exemplos de forma de 
arte: 
 Arquitetura; 
 Arte digital; 
 Banda desenhada (BD - história em quadrinhos, gibi, HQ); 
 Cinema; 
 Dança; 
 Desenho; 
 Escultura; 
 Graffiti; 
 Fotografia; 
 
 Literatura (Poesia e Prosa); 
 Teatro; 
 Música; 
 Pintura. 
 
Importante 
 
Um gênero artístico é o conjunto de convenções, temáticas e 
estilos dentro de uma forma de arte e mídia. Por exemplo, o 
Cinema possui uma gama de gêneros, como aventura, horror, 
comédia, romance. É assim também na literatura. 
Na música, há centenas de gêneros musicais,que variam de 
região, cultura e etc., e vão desde rock, até MPB. Na pintura 
incluem paisagem, retrato, cotidiano (ruas, pessoas em suas 
atividades diárias, etc.). 
 
2.5 As artes no Século XX 
O Século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das 
antigas bases da arte, propondo-se a criar um novo paradigma de cultura e 
sociedade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até meados do século as 
vanguardas foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se 
sucedem cada vez com maior rapidez. Entre as inúmeras tendências do Século 
XX podemos citar a Art nouveau, o Abstracionismo, o Expressionismo, o 
Realismo, o Futurismo, o Construtivismo, a Arte pop, o Neorrealismo, dentre 
outras. 
 
 
 
 
 
 
Semana de Arte Moderna (1922) 
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/semana-arte-
moderna_1328288665.jpg 
 
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SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus conhecimentos sobre a Semana de Arte 
Moderna (1922), lendo os artigos: 
 
- A Semana de Arte Moderna e a crítica contemporânea, de 
autoria de Maria Eugênia Boaventura. 
Disponível em: 
https://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos_pdf/maria
_eugenia.pdf 
 
- A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo 
Brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico, de 
autoria de Evando Nascimento. 
Disponível em: 
http://www.gragoata.uff.br/index.php/gragoata/article/downlo
ad/509/516 
 
- Semana de Arte de 1922 – razões e consequências, de 
autoria de Roberto Pontes. 
Disponível em: 
http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/Coleca
o_Diversos/Modernismo_80_anos/ACL_Modernismo_80_A
nos_05_Semana_de_Arte_de_1922_razoes_e_consequenc
ias_ROBERTO_PONTES.pdf 
 
2.6 As Artes de ação 
 No Século XX a aparição de novos fatores incorporando os avanços 
tecnológicos e a difusão dos meios de comunicação (e a cultura de massas), 
surgem novos conceitos na criação material da obra de arte (arte conceitual, arte 
de ação). Nesse contexto pode-se evidenciar as seguintes expressões artísticas: 
 Artes de ação (Performance, Happening, Instalação); 
 Pop art; 
 Videoarte; 
 Minimalismo; 
 Arte conceitual; 
 Fotorrealismo; 
 
 Body art; 
 Arte pós-moderna; 
 Transvanguarda; 
 Neoexpressionismo. 
 
Ví deo 
 
Assista os vídeos Pós-Modernismo, nos quais evidenciam-se os 
reflexos do capitalismo na arte pós-moderna, também chamada 
de contemporânea. Um mundo novo de artes, imagens e 
valores, e que no Brasil sua maior participação foi nas artes 
literárias. 
 
Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=PIJ_JVXAYH0 
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=JvTcE75P2Bc 
 
Importante 
 
A historiografia da arte é a ciência que analisa o estudo da 
história da arte desde um ponto de vista metodológico, ou seja, 
a forma como o historiador realiza o estudo da arte, as 
ferramentas e disciplinas que podem ser usadas para esse 
estudo. 
 
Resumo da aula 2 
 Nesta aula abordaram-se os apontamentos de Freud à respeito da Arte e 
a subjetividade da Arte no Século XX, evidenciando também os reflexos da 
Semana de Arte Moderna (1922) e reflexos do capitalismo na Arte Pós-
Modernista. 
Atividade de Aprendizagem 
 
 
Discorra a respeito dos reflexos do capitalismo na Arte. 
 
 
 
 
Aula 3 – Teoria das Artes 
Apresentação da aula 3 
 Nesta aula o foco será na Sociologia da Arte, com abordagens diretas à 
temática da análise e crítica da arte. Serão abordados também as suas teorias 
e as evoluções com ênfase na pintura e na literatura. 
 
3. Teoria das Artes 
3.1 A crítica de Arte 
Para Refletir 
 
É possível definir uma teoria de artes? Que dificuldade pode 
ser apontada na busca dessa definição? 
 
 
 A crítica de arte é um gênero, entre literário e acadêmico, que faz uma 
avaliação sobre as obras de arte, artistas ou expositores, em princípio de forma 
pessoal e subjetiva, mas baseando-se na História da arte e suas múltiplas 
disciplinas, avaliando a arte segundo seu contexto ou evolução. 
 Os principais critérios de análise da Arte enfatizam que a mesma deve: 
 ser avaliativa; 
 ser informativa e comparativa; 
 apontar dados empíricos e testáveis. 
 
 No início da crítica de arte tem que se avaliar, por um lado, o acesso do 
público a essas exposições artísticas, que junto com a proliferação dos meios de 
comunicação em massa desde o século XVIII produziram uma via de 
comunicação direta entre o crítico e o público a que se dirige. 
 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Ensaio sobre uma 
revisão crítica da história da arte, de autoria de Arthur 
Meucci. O artigo traz uma abordagem da história da crítica 
da arte. 
 
Disponível no acesso: 
http://www.ceap.br/material/MAT22082013190508.pdf 
 
 
 
3.2 A sociologia da Arte 
 Segundo Quemin e Villas Bôas (2016): 
Os primórdios da sociologia da arte remetem, na Europa e, 
particularmente na França, quase que ao desenvolvimento da 
disciplina. Mesmo que uma comunidade de pesquisadores tenha 
sido constituída apenas muito mais tarde em torno de questões, 
métodos e problemas comuns relacionados a esse objeto, os 
temas da arte e da cultura apareceram bem antes nos estudos 
dos sociólogos. O primeiro trabalho associando arte e sociologia 
em seu título é de autoria de um escritor francês bastante 
esquecido hoje, Jean-Marie Guyau (1854-1888), muito mais 
filósofo que sociólogo, e que, em L’art au point de vue 
sociologique (Alcan, 1889) tentou explicar a obra de arte a partir 
de suas próprias condições materiais de produção. Se Émile 
Durkheim pouco escreveu sobre a arte, ele reservou um tópico 
para a “sociologia estética” na revista que fundou e dirigiu, 
L’Année Sociologique, tópico para o qual contribuiu seu sobrinho 
Marcel Mauss. (QUEMIN & VILLAS BÔAS, 2016). 
 
3.3 Arte renascentista 
O Renascimento evidencia a genialidade na arte, outro dos grandes 
artistas é Michelangelo Buonarroti (1475-1564), escultor, pintor, arquiteto e 
poeta. Esculturas, das mais famosas, Davi (1501-1504), altura (de 4,10 metros) 
e Pietá (1498-1500), conjunto escultórico, hoje na Basílica de São Pedro em 
Roma. 
Segundo Santos (2014): 
Produzida pelo artista quando tinha apenas vinte e poucos anos, essa 
escultura mostra um surpreendente trabalho em mármore, no registro 
drapeado das roupas, dos músculos e das veias dos corpos. Mas é na 
figura de Maria que Michelangelo manifesta seu gênio criador: 
 
desobedecendo à passagem do tempo, ele retrata a mãe de Jesus 
como uma mulher jovem, cuja expressão de docilidade contrasta com 
o tema da cena: o momento em que ela acolhe o corpo do filho morto 
na cruz. (SANTOS, p. 105). 
 
A pintura de Michelangelo na Capela Sistina (1508-1512), com quase 300 
figuras em afresco no teto, deixa no Vaticano cenas do Velho Testamento. A 
perfeição escultórica da pintura desse artista é incomparável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medusa - Michelangelo Merisi Caravaggio (1597) 
Fonte: 
http://www.lulicoutinho.com/atividades_culturais_2011/artes_d_alma/caravaggio/2.jpg 
 
Outro artista desse período é Leonardo da Vinci (1452-1519). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madonna das Rochas (Vergine delle Rocce) – Leonardo Da Vinci (1483-1486) 
Fonte: http://www.latheotokos.it/images/VerginerocceLondra.jpg 
 
 
 Na medida em que a arte Renascentista resgata a cultura clássica, greco-
romana, seus reflexos estendendo-se às construções, as quais foram 
influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, 
ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a 
construçãode palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases. 
A Arte Gótica caracterizou-se pela arquitetura das catedrais católicas, 
irradiando-se para a escultura e para a pintura no final da Idade Média. 
O nome gótico foi possivelmente cunhado por Giorgio Vasari (1511-
1574), um dos expoentes do Renascimento, que o considerava como 
um estilo artístico monstruoso e bárbaro. Gótico possivelmente deriva 
de godos, povo bárbaro que invadiu o Império Romano no período de 
sua decadência. [...] Na pintura é de se destacar as iluminuras 
realizadas nos manuscritos religiosos, onde mais uma vez a intenção 
de retratar os sentimentos humanos foi expressa. Na pintura gótica, o 
nome de Giotto di Bondone (1267-1337) destacou-se, apesar de o 
pintor italiano representar uma transição para o Renascimento, 
desenvolvendo novas concepções e métodos de trabalho, buscando 
um realismo cada vez maior. Ele pretendia transpor para seus afrescos 
e murais os objetivos e as concepções desenvolvidas pelos escultores 
góticos, em uma criação de ilusão de profundidade em uma superfície 
plana. (PINTO, S/d.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madonna entronizada com santos e virtudes - Giotto di Bondone (1315-1320) 
Fonte: https://pt-static.z-dn.net/files/d60/7ce6746ba6dad00d064f4508a84da8d8.jpg 
 
Ví deo 
 
Assista o vídeo Arte Renascentista, o qual descreve de forma 
breve e detalhada a arte renascentista e suas características (e 
contextos históricos). 
 
Link: http://www.youtube.com/watch?v=hBeTJBkRL4k 
 
3.4 A conservação e restauro de obras de arte 
 A conservação e restauro de obras de arte é um assunto de grande 
importância e principalmente na área da pintura, as técnicas aplicadas tem 
evoluído desde uma primeira perspectiva (e tentativa) de recuperar a legibilidade 
da imagem, aplicando suas intervenções necessárias para a respectiva 
conservação (sem que se produza uma transformação radical da obra). A 
restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do Século XVII, 
devido ao mal estado de conservação de pinturas e afrescos, técnica bastante 
corrente na Idade Média e no Renascimento. 
 O aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de 
obras antigas caras a sua posterior comercialização. A escultura tem sido uma 
evolução paralela (desde a reconstrução de obras antigas, até a atuação sobre 
a obra preservando sua estrutura original, mantendo um certo grau de 
reversibilidade da ação praticada). 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Restauração de 
quadros e gravuras de Manuel de Macedo (1885): Um 
manual técnico para promover o respeito pelas relíquia do 
passado, de autoria de Zínia Maria Cavalheiro de Carvalho. 
O Artigo aborda de forma simples a importância da 
restauração e conservação de monumentos e artefatos 
antigos, trazendo à tona questões como originalidade (e 
falsificação), procedimentos de conservação e restauração 
de quadros e gravuras e preservação de patrimônio histórico. 
 
Disponível no acesso: 
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/13309/1/Zinia%2
0Maria%20Cavalheiro%20de%20Carvalho.pdf 
 
3.6 A arte literária 
 Literatura é Arte, a qual expressa-se através da manifestação artística 
cujo a arte é manifesta por meio do verbo. Os contos, poemas e poesias estão 
recheados de arte, arte romântica, etc. A arte literária utiliza-se de: 
 Linguagens verbais; 
 
 Línguas naturais (português, inglês, etc); 
 Linguagens não verbais; 
 Dança, pintura, escultura, música instrumental, etc. 
 
 A teoria da arte literária, objetiva estudar a obra, o autor, o leitor e todo 
o processo que envolve as obras literárias. É com base nela que se podem 
elaborar as resenhas, as análises e as críticas literárias. Corresponde ao plano 
de expressão da história. Toda narrativa possui: plano de expressão (plano do 
discurso) e plano de conteúdo (plano da história). 
 Nesse contexto faz-se importante também o entendimento da definição 
de obra literária (uma hipótese permanente), a qual pode conter uma realidade 
inventada, fingida, criada pela imaginação do autor. Antigamente era qualquer 
texto impresso: história, geografia, economia etc. Atualmente, o conceito é mais 
amplo. 
O TEXTO LITERÁRIO O TEXTO NÃO LITERÁRIO 
 Enfatiza a função poética (típica 
do romantismo); 
 Enfatiza a mensagem. Ele pode 
ter um caráter ficcional, mas 
necessariamente ele não tem 
que ser ficcional; 
 Possui linguagem conotativa, 
figurada. Tem função poética. Há 
todo um trabalho de reconstrução 
da linguagem para enfatizar a 
mensagem; 
 Possui características: uso de 
repetição sonora, palavra e 
estrutura sintáticas. 
 Enfatiza o conteúdo; 
 Linguagem predominante é 
denotativa. Sem função 
referencial. Volta-se para o 
contexto, para o assunto, 
visando a informação (função 
utilitária); 
 Verossimilhança; 
 Qualidade que faz a arte 
parecer verdadeira, apesar de 
todas as coisas impossíveis 
que ela possa dizer. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2013). 
 
3.7 A Teoria Institucional, Teoria Essencialista e a Teoria da Arte como 
Expressão 
 A Teoria Institucional da Arte, surgiu na década de 60, tendo sido 
sustentada por George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade 
 
de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode 
ser chamado de arte. Dickie (1974), define a obra de arte como um artefato que 
possui um conjunto de aspectos que lhe conferem o status de candidato à 
apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. 
 As teorias essencialistas defendem a existência de propriedades 
essenciais comuns a todas as obras de arte e que só nas obras de arte se 
encontram. As propriedades essenciais são diferentes das propriedades 
acidentais. Essência é a definição central da coisa, o que ela é em seu mais puro 
significado, aquilo, que depois que se extrai todas as outras, ela continua lá. Há 
a essência essencial e a acidental. A essencial é a definição do que se é, a Alma, 
o âmago. E também há a essência acidental, que é o que a coisa se transforma, 
a personalidade, o dom com o qual certas pessoas nascem. Capacidade de 
entender o que outras pessoas não entendem. A essência acidental é a mais 
notada, pois a pessoa se define como é com a interferência de fatores externos, 
não inatos a ele. Os acidentes também são classificados e dois tipos, a saber: 
Acidente Essencial e Acidente Acidental. Nascer cego é um acidente essencial, 
inerente ao indivíduo e permanente. Fazer um transplante de córnea para voltar 
é enxergar, é um Acidente Acidental. 
 No contexto essencialista a distinção da Arte significa que as 
propriedades essenciais da arte são exemplificadas por todas as obras de arte, 
reais ou meramente possíveis. Mas uma definição essencialista exige também 
que tais propriedades sirvam para distinguir a arte de outras coisas que não são 
Arte. 
 Para um entendimento mais claro quanto ao surgimento da Teoria da 
Arte como Expressão, faz-se necessário o entendimento da Teoria da arte 
como imitação. 
 Vários foram os filósofos que se referiram à arte como imitação. Alguns 
desprezavam-na por isso mesmo, como acontecia com Platão que, ao 
considerar que as obras de arte imitavam os objetos naturais, via essas obras 
como imagens imperfeitas dos seus originais. Já Aristóteles, mantendo embora 
a ideia de arte como imitação, tinha uma opinião mais favorável à arte, uma vez 
que os objetos que a arte imita não são arte, segundo ele são cópias. 
 
[...] para Aristóteles, esse modelo platônico é inútil e insustentável. 
Para ele, a realidade é o sensível e “o ser se diz de várias maneiras”. 
Quer dizer que se denominam os seres sempreem relação a uma 
categoria e a um gênero universal abstraído dos seres particulares. A 
imitação, pois, torna-se até benéfica porque representa uma 
composição de narrativas que mostram experiências possíveis. A 
imitação tem um caráter pedagógico, pois que seu efeito (catarse) 
promove uma identificação com o personagem, criando ou 
despertando sentimentos que purificam e educam, caracterizando 
normas de ações. (CABRAL, S/d.). 
 
Para Refletir 
 
Imitação ou representação? 
 
 
 
 
 Os defensores mais recentes da teoria da arte como imitação, acabaram 
por substituir o conceito de imitação pelo conceito mais sofisticado de 
representação. Assim já se poderia dizer que as quatro primeiras notas da 5.ª 
Sinfonia de Beethoven não imitam diretamente a morte a bater à porta, mas 
representam a morte a bater à porta. 
 Insatisfeitos com a teoria da arte como imitação (ou representação), 
muitos filósofos e artistas românticos do Século XIX propuseram uma definição 
de arte que procurava libertar-se das limitações da teoria anterior, ao mesmo 
tempo que deslocava para o artista, ou criador, a chave da compreensão da arte. 
Nesse contexto surge a Teoria da Arte como Expressão, na qual uma obra é 
Arte, a qual só exprime sentimentos e emoções do artista. São muitos os 
testemunhos de artistas que reconhecem a importância de certas emoções sem 
as quais as suas obras não teriam existido. Reforçando assim um pensamento 
principal em que “se a arte provoca em nós determinadas emoções ou 
sentimentos, então é porque tais sentimentos e emoções existiram no seu 
criador e deram origem a tais obras”. 
 
 
 
Resumo da aula 3 
 Nesta aula abordaram as evoluções artísticas e características do período 
renascentista e a importância dos cuidados e restauros das obras de arte. 
Evidenciaram-se também Teorias Institucional, Essencialista e a da Arte como 
Expressão evidenciando a suas vertentes e particularidades. 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Entre todas as teorias apresentadas nesta aula, qual delas 
parece mais convincente? 
 
 
 
Aula 4 – Teoria das Artes 
Apresentação da aula 4 
 Nesta aula serão investigadas as naturezas da Arte e suas formas 
alternativas. Serão abordados também conceitos da Arte segundo Picasso, Van 
Gogh e Da Vinci. 
 
4. Teoria das Artes 
4.1 O teatro como forma de arte 
 Existem várias teorias sobre a origem do teatro. Segundo Brockett & Hildy 
(1995): 
[...] nenhuma delas pode ser comprovada, pois existem poucas 
evidencias e mais especulações. Antropólogos ao final do século XIX 
e no início do XX, elaboraram a hipótese de que este teria surgido a 
partir dos rituais primitivos (BROCKETT & HILDY, 1995). 
 
 Outra hipótese da origem do teatro seria o surgimento a partir da contação 
de histórias, ou se desenvolvido a partir de danças, jogos, imitações. Os rituais 
na história da humanidade começam por volta de 80.000 anos a.C. 
 
 Na idade média, a igreja proíbe o teatro, usando como justificativa a 
eminente apresentação do corpo, que fica exposto a olhares pecaminosos. 
Porém a mesma igreja, não conseguindo exterminar com o fazer teatral, o traz 
para dentro da igreja com qual intuito pedagógico, como a maioria das pessoas 
não sabiam ler nesse momento da história, era importante evangelizar e 
repassar aos fiéis na missa, trechos da vida de Cristo e dos Santos, ou seja, 
começaria a ter pequenas representações da vida dos santos e de Cristo no 
meio da missa, e as grandiosas encenações referentes à paixão de Cristo. 
 Teatro, é uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores, 
interpreta uma história ou atividades para o público em um determinado lugar, 
objetivando apresentar uma situação e despertar sentimentos no público. 
 
Também denomina-se teatro o local apropriado para a 
apresentação dessa forma de arte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teatro Amazonas 
Fonte: http://www.cultura.am.gov.br/conteudo/uploads/2014/03/116-86-960x600.jpg 
 
 
 
Ví deo 
 
Assista o vídeo com o fragmento da apresentação da peça 
Romeu e Julieta, encenado pelo Grupo Galpão. 
 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=HAp4BnCnXY4 
 
 
4.2 Investigando a natureza da arte 
 Segundo Anjos (2014): 
É só a partir do final da década de 50, que se pode realmente falar 
da existência de uma estética de cunho analítico. Não por acaso, 
essa investigação acerca da natureza da arte será marcada tanto pela 
reviravolta pragmática operada por Wittgenstein nas Investigações 
Filosóficas quanto pela revolução duchampiana na arte, precursora 
das inovações radicais da Pop art, do Minimalismo e do Fluxus, os 
principais movimentos artísticos do período. [grifos nossos] (ANJOS, 
2014, p. 21). 
 
 Segundo Ramme (2009): 
[...] por um lado, a teoria dos usos da linguagem permitiu à filosofia 
analítica superar os limites de uma filosofia dedicada quase que 
exclusivamente às questões da lógica e da fundamentação das 
ciências, por outro lado, os movimentos artísticos da década de 60 
colocaram novas questões ao romper com praticamente todos os 
limites da arte que estavam estabelecidos dentro da prática 
modernista. [...] o Fluxus com sua ênfase na produção coletiva, rompe 
com a ideia de autoria; o Minimalismo, por sua vez, coloca em xeque a 
ideia de experiência estética como mera contemplação e a Pop 
ultrapassa definitivamente todos os limites da arte ao instaurar a 
possibilidade de apresentar como arte quaisquer objetos tirados do 
mundo comum. (RAMME, 2009, p. 199-200). 
 
 Um dos primeiros filósofos de formação analítica a tratar da questão da 
definição da arte foi Morris Weitz, em um artigo de 1955, chamado O papel da 
teoria na estética. 
 Weitz (1995), Além de considerar: 
[...] a pluralidade de formas artísticas que compõe a história da arte 
ocidental, parte também da consideração da existência de inúmeras 
definições mutuamente excludentes do conceito “arte” (organicismo, 
voluntarismo, forma significante, emocionalismo, intelectualismo, 
formalismo) para afirmar finalmente que nenhuma delas foi bem 
sucedida ao tentar capturar a essência da arte. (WEITZ, 1995, p;71). 
 
 
 Segundo Weitz (1995), o conceito aberto e mutável, avalia que devemos 
considerar primeiro que tipo de conceito é o conceito de arte e não o conjunto da 
arte ou de algumas obras de arte. O conceito de arte seria intrinsecamente 
aberto e mutável, e designa um campo que se orgulha da sua originalidade e 
inovação. 
 Ramme (2009), reforça que: 
Além de considerar a pluralidade de formas artísticas que compõe a 
história da arte ocidental, Weitz parte também da consideração da 
existência de inúmeras definições mutuamente excludentes do 
conceito “arte” (organicismo, voluntarismo, forma significante, 
emocionalismo, intelectualismo, formalismo) que podem ser 
encontradas nos textos dos filósofos, de Platão até hoje, para afirmar 
finalmente que nenhuma delas foi bem sucedida ao tentar capturar a 
essência da arte. Para todas elas poderíamos apontar contra-
exemplos, isto é, obras de arte que não possuem as características 
mencionadas na definição. Nenhuma delas atenderia às exigências 
próprias de uma definição filosófica, de fornecer pelo menos um critério 
necessário e pelo menos um suficiente para que se possa atribuir com 
segurança o estatuto de obra de arte a um objeto. (RAMME, 2009, 
p.198). 
 
 
4.3 A arte, segundo Picasso, Van Gogh e Da Vinci 
4.3.1 Pablo Picasso 
 Pablo Ruiz Picasso (1881-1973), foi um dos maiores expoentes da Arte 
Moderna, pintor, escultor e desenhista e seu trabalho influenciou e transformou 
o rumo da arte no Século XX. Ficou conhecido como o co-fundador do cubismo 
(ao ladode Georges Braque), inventor da escultura construída. Dentre suas 
obras mais famosas estão os quadros cubistas Le demoiselles d'avignon (1907) 
e Guernica (1937). 
 Picasso demonstrava absoluta consciência de sua contemporaneidade e 
segundo ele: 
Não há, na arte, nem passado nem futuro. A arte que não estiver no 
presente jamais será arte. 
 
Em arte, procurar não significa nada. O que importa é encontrar. 
 
Não, a pintura não é feita para decorar os apartamentos. É um 
instrumento de guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo. 
 
A arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade. (PICASSO, 
S/d.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vida (La vie) – Pablo Picasso (1903) 
Fonte: http://hugues-absil.com/wordpress/wp-content/uploads/2012/09/030.picasso.-la-
vie.-1903.jpg 
 
 
4.3.2 Van Gogh 
 Vincent Willem van Gogh (1853-1890), foi um dos pintores pós-
impressionista mais conhecidos. Suas obras contemplam naturezas-mortas 
(ciprestes), girassóis, trigais, paisagens, retratos e autorretratos. Em suas 
produções artísticas incluem-se aproximadamente mais de 2100 obras de arte, 
incluindo 860 telas a óleo e cerca de 1300 aquarelas, desenhos, esboços e 
gravuras. Dentre estas pode-se destacar: 
 Os camponeses comendo batatas (1885) – A pintura mais famosa 
de sua primeira fase do artista; 
 Quarto em Arles (1888); 
 Doze girassóis numa jarra (1889) – Uma de suas obras mais 
conhecidas do pintor (da série de girassóis); 
 
 
 Autorretratos (1886-1890) - Van Gogh pintou 35 deles, sendo o mais 
famoso deles eternizou o episódio em que cortou a própria orelha, o 
Autorretrato com orelha enfaixada(1889); 
 Noite Estrelada (1889) – uma de suas obras mais reproduzidas pelo 
mundo; 
 Retrato do Dr. Gachet (1890) – obra pintada em seus últimos anos 
de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os camponeses comendo batatas (Aardappeleters) – Van Gogh (1885) 
Fonte: http://virusdaarte.net/wp-content/uploads/2015/11/batatas.png 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noite estrelada (Sterrennacht) – Van Gogh (1889) 
Fonte: http://cientificando.com.br/wp-content/uploads/2014/12/vincent-van-gogh-starry-
night.jpg 
 
 
4.3.3 Da Vinci 
 Leonardo Da Vinci (1452-1519), um dos mais eminentes homens do 
Renascimento italiano foi um artista-cientista. Nos cadernos que deixou com 
esboços e anotações de ideias estão as provas de sua imaginação fértil. Elas 
abrangiam vários campos das ciências e das artes, como anatomia, engenharia, 
astronomia, matemática, história natural, música, escultura, arquitetura e pintura. 
Visionário em sua versatilidade, fez com que Da Vinci fosse o precursor de várias 
invenções e descobertas que ocorreriam nos séculos seguintes. Entre elas estão 
o esboço de uma máquina voadora que serviu de ponto de partida séculos 
depois para o desenvolvimento do helicóptero. Outra foi o que ficou conhecida 
como o “automóvel”, um veículo capaz de mover-se sozinho. Para tanto, 
Leonardo esboçou um complicado sistema de engrenagens que acionam molas 
que funcionam como motor dessa máquina. 
 Da Vinci que busca não somente a beleza artística, mas também o 
conhecimento científico, o que pode ser percebido na sua obra que vai desde a 
pintura à criação de máquinas, engenharia e arquitetura. Dedicou-se ao estudo 
de perspectiva ótica, proporção e anatomia, registros valiosos em cadernos de 
anotações, com esboços e desenhos, escritos de forma espelhada que 
influenciaram grandemente as pesquisas nesse sentido. É dele o afresco Última 
Ceia, mural do refeitório no mosteiro de Santa Maria dele Grazie, em Milão, Itália. 
Como se fosse uma continuação do refeitório, o teto da pintura está em 
perspectiva e a iluminação parece vir da janela do próprio refeitório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498) 
Fonte: http://www.mundodestilado.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Da-Vinci-
ultima-ceia-original1.jpg 
 
 Sua mais famosa obra é Mona Lisa, também conhecida como Gioconda 
ou ainda Mona Lisa del Giocondo é a mais notável e conhecida obra de Leonardo 
da Vinci, encontra-se no Museu do Louvre, em Paris, o sorriso mais famoso da 
arte ocidental. Há muitas curiosidades ligadas a essa pintura, que já foi atingida 
por visitantes e hoje está sob forte proteção. A maneira como Leonardo usou as 
cores, o sfumato (técnica sutil de sombreamento, cria uma atmosfera mais 
densa), a luz e o fundo sem nitidez (perspectiva aérea), causa forte impressão 
também relacionada aos sentimentos expressos pela modelo. 
Importante 
 
Arte tridimensional 
Da Vinci faz o uso da perspectiva com todas as linhas 
convergindo para um único ponto de fuga que fica atrás da 
cabeça da Mona Lisa. Seus conhecimentos sobre anatomia, 
obtidos em sua temporada num hospital onde dissecou e 
estudou mais de trinta cadáveres, aparecem nos exatos 
traçados do corpo retratado, como nos detalhes das mãos. No 
quadro, ele consegue criar a sensação de feições 
tridimensionais a partir do uso de luz e sombra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mona Lisa – Leonardo Da Vinci (1503-1506) 
Fonte: http://www.leonardodavinci.net/images/gallery/mona-lisa.jpg 
 
4.4 A arte abstrata 
Para Refletir 
 
Uma tela branca é arte? E um vaso de porcelana sozinho em 
uma galeria de arte? E os trabalhos feitos com latas de 
alumínio esmagadas? 
 
 
 Mediante a essa reflexão, pode-se apenas concordar com os itens 
envolvam o esforço e arrumação, são arte, mas não pode-se definir se são belas 
artes ou a grande obra de arte, pois sua concepção irá variar da proposta do 
artista ou da leitura do espectador. O mesmo acontece com música, literatura, 
dança e outros tipos de arte. 
 Arte abstrata ou abstracionismo é uma vertente nas artes plásticas 
(pintura, escultura e artes gráficas) em que predominam as formas, linhas, 
texturas e cores, visto que a representação de coisas do mundo visível não está 
presente. 
 A arte abstrata surgiu no começo do Século XX, na Europa, no contexto 
do movimento de Arte Moderna. O precursor da arte abstrata foi o artista russo 
Wassily Kandinsky (1866-1944). Com suas pinceladas rápidas de cores fortes, 
transmitindo um sentimento violento, Kandinsky marcou seu estilo 
abstracionista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Composição VII – Kandinsky (1913) 
Fonte: https://uploads8.wikiart.org/images/wassily-kandinsky/composition-vii-1913.jpg 
 
 
4.5 A arte nos dias atuais 
Para Refletir 
 
A arte se tornou algo bastante complexo. Afinal, se alguém 
disser “A Mona Lisa é arte porque é bela”, e outra pessoa 
disser, “A Mona Lisa não é arte porque não é bela”, fica difícil 
de se chegar a um consenso comum. Reflita sobre este 
apontamento. 
 
 
 A arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua 
história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia 
e equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas. 
 Muitas pessoas afirmam não ter interesse pela arte e por movimentos 
ligados a ela, mas esquecem-se que a arte não está restrita apenas a esculturas 
ou pinturas, apresentado nas mais variadas formas e que o seu processo criativo 
se dá a partir da percepção com o intuito de expressar emoções e ideias, 
objetivando um significado único e diferente para cada obra, podendo sofrer as 
interpretações, as quais poderão variar de acordo a interpretação da mesma pelo 
espectador (o qual sofre influências socioculturais, religiosas, dentre outras). 
Ví deo 
 
Assista o documentário No muro, no qual apresenta-se o 
contraponto entre pichações e Grafite, evidenciando os seusconceitos e leituras artísticas. 
 
Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=R55lO73R7Ng 
 
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=UUlB5qclLtI 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
No Brasil não é diferente do restante do mundo, o que mais 
tem marcado a arte é justamente a diversidade das formas, 
um exemplo claro dessa diversidade são os grafiteiros. Sua 
arte é utilizada como exemplo no exterior, mas nem todos 
concordam ou acham bonita essa arte. Discorra sobre o tema. 
 
 
Resumo da disciplina 
 Nesta disciplina evidenciaram-se pontos importantes no que refere-se a 
teoria das Artes, trazendo à tona os contextos históricos e evolutivos da Arte e 
suas vertentes. 
 Evidenciaram-se artistas como Picasso, Van Gogh, Da Vinci e Kandinsky, 
evidenciados a características de suas obras. 
 Para finalizar abordou-se complexidade da definição de Arte, o que 
variará da leitura de cada espectador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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