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Disciplina: Teoria das Artes Autores: Esp. Josias Lacour Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2017 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. FICHA CATALOGRÁFICA LACOUR, Josias. Teoria das Artes / Josias Lacour. – Curitiba, 2017. 46 p. Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Teoria das Artes – Faculdade São Braz (FSB), 2017. Teoria das Artes ANO 2017 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz Apresentação da disciplina A disciplina Teoria das Artes, visa apresentar um universo enorme a ser explorado. Trazendo à tona a definição do que é teoria (em suas diversas vertentes e do que é Artes, trazendo reflexões quantos as suas controvérsias, variedades, contextos históricos e seus principais expoentes. Aula 1 – Teoria das Artes Apresentação da aula 1 Nesta aula serão abordadas as definições dos conceitos “Teoria” e “Arte”, visando trazer reflexões à respeito das mesmas. Serão abordados também os contextos históricos das Artes e os reflexos com o progresso. 1. Teoria das Artes Para maior entendimento quanto à temática da “Teoria das Artes”, faz-se necessário o conhecimento dos conceitos de “Teoria” e de “Artes” em suas pluralidades. 1.1 Conceito de “Teoria” Segundo o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa / da Academia Brasileira de Letras (2008), o conceito de teoria define-se como: Conhecimento abstrato, puramente racional e independente de aplicação prática; Conjunto de conhecimentos abstratos de uma área específica; Conjunto sistemático de ideias ou hipóteses sobre um tema. (BECHARA, 2008) 1.2 Conceito de Arte Arte, derivada do latim ars, significa técnica (ou habilidade natural ou adquirida), podendo ser entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra, definindo-se como um todo. O conceito de arte continua até hoje sendo objeto de grandes debates, e permanece, a rigor, indefinido. A palavra também é usada para designar simplesmente uma habilidade ou talento especial, como a "arte médica", a "arte da pesca", dentre outras, mas na bibliografia especializada designa geralmente atividades que têm características criativas e estéticas. 1.1 A Arte no contexto geográfico Mesmo que se possa estabelecer parâmetros gerais válidos consensualmente, a análise de cada caso pode ser extraordinariamente complexa e inconsistente. Num contexto geográfico, se a cultura ocidental chama de arte a ópera, possivelmente uma cultura não ocidental poderia considerar aquele tipo de canto muito estranho. Na perspectiva histórica, muitas vezes um objeto considerado artístico em uma determinada época pode ser considerado não-artístico em outra. 1.2 Construção cultural viável O principal problema na definição do que é arte é o fato de que esta definição varia com o tempo e de acordo com as várias culturas humanas. Devemos, pois, ter em mente que a própria definição de arte é uma construção cultural variável e sem significado constante. Até numa mesma época e numa mesma cultura pode haver múltiplas acepções do que é arte. A arte depende da cultura, vale reforçar que muito do que não chamamos de arte e não era ou não é considerado por outras culturas, diferentes da nossa, devido a construção artística distinta da nossa (produzindo objetos artísticos que nós não reconhecemos como tais). As sociedades pré-industriais em geral não possuíam sequer um termo para designar arte. Ví deo Assista o vídeo A Arte na antiga Grécia, no qual evidenciam-se algumas das principais características da arte na antiga Grécia, a qual contemplava em seus artefatos suas histórias e lendas de forma poética. Link: https://www.youtube.com/watch?v=1XEvteD9Vtk 1.3 Contextos históricos da Arte Segundo Souriau (1969), “[...] na perspectiva histórica, muitas vezes um objeto considerado artístico em uma determinada época pode ser considerado não-artístico em outra”. 1.3.1 A Arte na Antiguidade Na Antiguidade clássica, uma das principais bases da civilização ocidental e a primeira cultura que refletiu sobre o tema, considerava a arte como qualquer atividade que envolvesse uma habilidade especial: habilidade para construir um barco, para comandar um exército, para convencer o público em um discurso, em suma, qualquer atividade que se baseasse em regras definidas e que fosse sujeita a um aprendizado e desenvolvimento técnico. Considerando os aspectos a serem considerados em uma visão muito simplificada, arte ligava-se principalmente a um ou mais dos seguintes pontos relevantes: a manifestação de alguma habilidade especial; a criação artificial de algo pelo homem; o desencadeamento de algum tipo de resposta no ser humano, como o senso de prazer ou beleza; a apresentação de algum tipo de ordem, padrão ou harmonia; a transmissão de um senso de novidade e ineditismo; a expressão da realidade interior do criador; a comunicação de algo sob a forma de uma linguagem especial; a noção de valor e importância; a excitação da imaginação e a fantasia; a indução ou comunicação de uma experiência-pico; coisas que possuam reconhecidamente um sentido; coisas que deem uma resposta a um dado problema. A arte se vale de uma grande variedade de meios e materiais, como a arquitetura, a escultura, a pintura, a escrita, a música, a dança, a fotografia, o teatro e o cinema. Para Refletir O que você entende como uma definição convincente para o que chamamos de Teoria das Artes? O que precisa ser consideradono conceito de arte? Há limites para denominarmos a arte? Que tipo de arte te parece mais artístico? Quais são as principais ligações da arte? A arte está diretamente ligada à diversas situações. Numa visão muito simplificada, arte está ligada principalmente a um ou mais dos seguintes aspectos: a manifestação de alguma habilidade especial; a criação artificial de algo pelo homem; o desencadeamento de algum tipo de resposta no ser humano, como o senso de prazer ou beleza; a apresentação de algum tipo de ordem, padrão ou harmonia; a expressão da realidade interior do criador; a comunicação de algo sob a forma de uma linguagem especial; a noção de valor e importância; a excitação da imaginação e a fantasia; a indução ou comunicação de uma experiência-pico; coisas que possuam reconhecidamente um sentido; coisas que deem uma resposta a um dado problema. 1.4 Poesia (arte ou inspiração) Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa. É uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. Importante Entre as principais características da poesia, pode-se mencionar o uso de elementos de valor simbólico e de imagens literárias como a metáfora, que requerem uma atitude ativa por parte de quem lê os poemas para poder descodificar a respectiva mensagem. A poesia não era tida como arte, pois era considerada fruto de uma inspiração. Platão definiu arte como uma capacidade de fazer coisas de modo inteligente através de um aprendizado, sendo um reflexo da capacidade criadora do ser humano. Aristóteles a definiu como uma disposição de produzir coisas de forma racional; Quintiliano a entendia como aquilo que era baseado em um método e em uma ordem. Já Cassiodoro destacou seu aspecto produtivo e ordenado, assinalando três funções para ela: ensinar, comover e agradar ou dar prazer. Vale reforçar que não existe uma data definida para a origem da poesia, mas uma das mais antigas manifestações encontradas, tratam-se de hieroglíficas egípcias do ano de 2600 a.C. (tratam-se de canções religiosas). Na antiguidade a poesia possuía um caráter ritualístico (religioso) e comunitário (abordando temáticas cotidianas), culturalmente entre os babilônicos, judeus, sumérios e assírios. Saiba Mais O Papiro de Ipuwer é um papiro contendo um antigo poema egípcio, chamado de As admoestações de Ipuwer ou O Diálogo de Ipuwer e do Senhor de todas as coisas. Seu nome oficial é Papiro de Leiden. Atualmente, o mesmo é guardado no Museu Nacional de Antiguidades holandês em Leiden, na Holanda. Papiro de Ipuwer Fonte: http://media.linkonlineworld.com/img/Large/2016/11/29/2016_11_29_12_49_56_803.jpg OBJETO CULTURAL OBJETO ARTÍSTICO É um componente, com uma meta, agradar a todos. Varia com o tempo e com o lugar, com uma função de retratar culturas de uma sociedade É um elemento independente, que carrega uma expressão própria. Realizado a partir da percepção de emoções e ideias; com objetivo de estimular opiniões e dando um significado único e diferente para cada obra. Fonte: Elaborado pelo autor (2013). A visão de objeto artístico, a atravessou a Idade Média, mas no Renascimento iniciou-se uma mudança, separando-se os ofícios produtivos e as ciências das artes propriamente ditas, incluindo-se pela primeira vez a poesia no domínio artístico. A mudança foi influenciada pela tradução para o italiano da Poética de Aristóteles e pela progressiva ascensão social do artista, que buscava um afastamento dos artesãos e artífices e uma aproximação dos intelectuais, cientistas e filósofos. O objeto artístico passou a ser considerado tanto fonte de prazer como meio de assinalar distinções sociais de poder, riqueza e prestígio, incrementando-se o mecenato e o colecionismo. (TATARKIEWICZ, 2002, p.39). 1.5 Surgimento dos tratados sobre artes No que refere-se ao surgimento dos tratados sobre as artes, Beardsley & Hospers (1990), afirmam que: Começaram a aparecer também diversos tratados sobre as Artes, como o De pictura (Leon Battista Alberti), De statua (Leon Battista Alberti), De re aedificatoria (Leon Battista Alberti). Nesse perido destaca-se também Ghiberti, o qual foi um escultor e fundidor em metal italiano italiano renascentista, que conseguiu impor, sobre as influências góticas, os novos postulados estéticos, sendo o primeiro a periodizar a história da arte, distinguindo a arte clássica, a arte medieval e a arte renascentista. (BEARDSLEY & HOSPERS, 1990, p.44). De re aedificatoria - Leon Battista Alberti Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/De_Re_Aedificatoria.jpg Arte pela arte é um sistema de crenças que defende a autonomia da arte, desligando-a de razões funcionais, pedagógicas ou morais e privilegiando apenas a Estética. A origem desse conceito remonta a Aristóteles, mas só foi desenvolvido e consolidado em meados do século XVIII. 1.6 Início da Arte moderna A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor cultural na Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e do universo, no sistema do humanismo. Segundo Tatarkiewicz (1990): O Renascimento e o Maneirismo assinalam o início da arte moderna. O conceito de beleza se relativizou, privilegiando-se a visão pessoal e a imaginação do artista em detrimento do conceito mais ou menos unificado e de índole científica do Renascimento. Também se deu valor ao fantástico e ao grotesco. Para Giordano Bruno, havia tantas artes quantos eram os artistas, introduzindo o conceito de originalidade, pois para ele a arte não tem normas, não se aprende e procede da inspiração, consolidando a estética. (TATARKIEWICZ, 1991, p.367- 368). Guignon (2003), reforça que: No século XVIII começou a se consolidar a estética como um elemento-chave para a definição de arte como hoje a entendemos - a despeito da vagueza e inconsistências do conceito. Até então toda a arte do ocidente estava indissociavelmente ligada a uma ou mais funções definidas, ou seja, era uma atividade essencialmente utilitária: servia para a transmissão de conhecimento, para a estruturação e decoração de rituais e festividades, para a invocação ou mediação de poderes espirituais ou mágicos, para o embelezamento de edifícios, locais e cidades, para a distinção social, para a recordação da história e a preservação de tradições, para a educação moral, cívica, religiosa e cultural, para a consagração e perpetuação de valores e ideologias socialmente relevantes, e assim por diante. (GUIGNON, 2003, p. 27- 28). 1.7 Rococó, Romantismo, Iluminismo e o Neoclassicismo O Rococó, surgido a partir de meados do século XVIII, com formas mais leves e elegantes, privilegiando o decorativismo, a sofisticação aristocrática e a sensibilidade individual. No final do século XVII, emergem duas correntes opostas: o Romantismo e o Neoclassicismo, que dominarão até meados do século XIX, às vezes em sínteses ecléticas, como na obra de Goethe. O Romantismo enfatizava a experiência individual do artista, com obras arrebatadas, visionárias e dramáticas, enquanto que o Neoclassicismo recuperava o ideal equilibrado do classicismo e impunha uma função social moralizante e política para a arte. 1.8 Romantismo Os românticos se caracterizampor estar em oposição à arte neoclássica. Eles queriam se libertar das regras e valorizar o estilo do artista na obra. Ela se caracteriza por aderir os sentimentos, a imaginação, o nacionalismo e a natureza, através das paisagens. O Romantismo surgiu por volta do Século XIX. Século agitado por mudanças social, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. O esteticismo foi um dos elementos teóricos básicos para a emergência do Romantismo, que rejeitou o utilitarismo da arte e deu um valor principal à criatividade, à intuição, à liberdade e à visão individuais do artista, erigindo-o ao status de demiurgo (artífice ou criador) e profeta e fomentando com isso o culto do gênio. Por outro lado, o esteticismo ofereceu uma alternativa para a descrição de aspectos do mundo e da vida que não estão ao alcance da ciência e da razão. A Liberdade Guiando o Povo (La Liberté guidant le peuple) Eugène Delacroix – 1830. Fonte: http://www.lepoint.fr/images/2013/10/24/2066447-mwx9oml-jpg_1824651.jpg Ví deo Assista o vídeo O Romantismo, no qual evidencia de forma breve as características do Romantismo na Europa. Link: http://www.youtube.com/watch?v=rwUsagWxIeQ 1.9 Relação da Arte com o progresso Charles Baudelaire (1821-1867), foi um dos primeiros a analisar a relação da arte com o progresso e a era industrial, prefigurando a noção de que não existe beleza absoluta, mas que é relativa e mutável de acordo com os tempos e com as predisposições de cada indivíduo. Acreditava que a arte tinha um componente eterno e imutável (sua alma) e um componente circunstancial e transitório (seu corpo). Baudelaire é tido como o último romântico e o primeiro moderno. Em muitas de suas obras, das quais destacam-se a prosa poética do Esplim de Paris e a obra mais conhecida Flores do Mal (Les Fleurs du mal), a qual foi julgada como imoral em sua época, gerando polêmicas e despertando hostilidades. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo o livro Flores do Mal (Les Fleurs du mal), de autoria de Charles Baudelaire. Obra de 1841, a qual foi retrata a insatisfação do poeta em relação ao progresso da modernidade e à substituição do homem pelas máquinas, trazendo reflexões ao homem moderno (que estaria perdendo sua própria identidade). Disponível no acesso: https://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/livros-classicos-de- literatura/as-flores-do-mal-de-charles-baudelaire 1.10 Cientificismo e Iluminismo Posteriormente decorrentes a diversos fatores culturais desencadeadas pelo Cientificismo e Iluminismo, ocorrem mudanças de princípios. Esta mudança de paradigma estava ligada a transformações culturais desencadeadas pelo cientificismo e pelo iluminismo. Estas correntes de pensamento passaram a defender a tese de que a arte não era uma ciência, não podia descrever com exatidão a realidade, e por isso não poderia ser um veículo adequado para o conhecimento verdadeiro. Não sendo uma ciência, a arte passou para a esfera da emoção, da sensorialidade e do sentimento. A própria origem da palavra estética deriva de um termo grego que significa sensação. Em trabalhos de Jean-Baptiste Dubos, Friedrich von Schlegel, Arthur Schopenhauer, Théophile Gautier e outros nasceu o conceito de arte pela arte, onde ela tinha um fim em si mesma, despojando-a de toda a sua antiga funcionalidade e utilidade prática e associações com a moral. Ao mesmo tempo em que isso abriu um novo e rico campo filosófico, gerou dificuldades importantes: perdeu-se a capacidade de se entender a arte antiga em seu próprio contexto, onde ela era toda funcional - um testemunho desta tendência é a proliferação de museus no século XIX, instituições onde todos os tipos de arte são apresentados fora de seu contexto original -, e criaram-se conceitos inteiramente baseados na subjetividade, tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini- la quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. O esteticismo foi um dos elementos teóricos básicos para a emergência do Romantismo, que rejeitou o utilitarismo da arte e deu um valor principal à criatividade, à intuição, à liberdade e à visão individuais do artista, erigindo-o ao status de demiurgo e profeta e fomentando com isso o culto do gênio. Por outro lado, o esteticismo ofereceu uma alternativa para a descrição de aspectos do mundo e da vida que não estão ao alcance da ciência e da razão. [grifo nosso] (GUIGNON, 2003, p. 27-28). Ao mesmo tempo em que isso abriu um novo e rico campo filosófico, o qual gerou dificuldades representativas (perdeu-se a capacidade de se entender a arte antiga em seu próprio contexto, onde ela era toda funcional - um testemunho dessa tendência é a proliferação de museus no século XIX, instituições nas quais todos os tipos de arte são apresentados fora de seu contexto original). Ví deo Assista os vídeos A arte nos museus da França (link1), O Museu do Louvre arte e história (link 2) e O Museu do Cairo (link 3). Os vídeos apresentam três grandes e importantes museus e as suas características. Link 1: http://www.youtube.com/watch?v=s5v6djdj9GM Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=rUU9Ix1WDXc Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=0UYsDktARZQ 1.11 Mudança da Século XX A partir do Século XX, criaram-se conceitos inteiramente baseados na subjetividade, tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini-la quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. No princípio do século XX encontramos artistas que inovam radicalmente os conceitos da estética vigente. Na pintura temos o Fauvismo que surgiu em 1905, movimento com influência de Van Gogh e Gaugin. Em 1908 surgiu o cubismo, com Picasso e Braque. Em 1910 temos o Abstracionismo originado com Kandinsky. Nos anos 20, as manifestações artísticas se proliferaram tendo como expressões o futurismo, o dadaísmo e o surrealismo, este último com participação notável no cinema. Neste artigo, mostraremos que, embora identificados individualmente, tais estilos não apenas coexistiam como também se influenciavam e dialogavam. (ANDREADE & HENRIQUES, 2009). Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo o artigo A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos, de Emílio Andrade, Rogério Henriques (org), Carlos Assis, Ana Luíza Soares e Gabriel Esper, no qual evidenciam-se características importantes e inovações radicais nos conceitos estéticos vigentes. Disponível no acesso: https://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx. pdf Resumo da aula 1 Nesta aula abordaram-se os conceitos de teoria e de arte, enfatizando as principais características da arte em seu contexto histórico. Evidenciaram-se também as mudanças artísticas do Século XX, as quais trouxeram conceitos baseados na subjetividade. Atividade de Aprendizagem Como vimos até aqui, há muitas controvérsias do que realmente deve ser teorizado como arte. Os contextos históricos, os pensamentos filosóficos, a visão do artista, tudo enfim, apresenta-se diferente de um momento para o outro. Discorra sobre o assunto. Aula 2 – Teoria das Artes Apresentação da aula 2 Nesta aula será evidenciada a Arte sob a luz de Freud e reflexões à respeito da arte no Século XX (evidenciando alguns de suas características). 2. Teoria das Artes 2.1 A Arte segundo Freud Ainda no século XX, aarte começou a ser estudada sob o ponto de vista psicológico e semiótico através da contribuição de Freud. Ele declarou que a arte poderia ser uma forma de representação de desejos e de sublimação de pulsões irracionais reprimidas. Disse que o artista era um narcisista, e que as obras de arte podiam ser analisadas da mesma forma que os sonhos, os símbolos e as doenças mentais. Continuando a linha de pensamento freudiana, Carl Jung introduz o conceito de arquétipo na análise artística. Sequenciando essa linha de pensamento, Bozal (2000), afirma que: [...] novidade foi introduzida por Wilhelm Dilthey, considerando arte e vida serem uma unidade. Prefigurando a arte contemporânea, reconheceu a importância da reação do público na definição do que é um objeto artístico, o que instaurava uma espécie de anarquia do gosto, inaugurando a estética cultural. Reconheceu também que a época assinalava uma mudança social e uma nova interpretação da realidade. Ao artista caberia intensificar nossa visão de mundo em uma obra coerente e significativa (BOZAL, 2000, p.379-380). Freud veio acrescentar importantes elementos para o estudo da Estética, seja desvendando os processos de criação artística, ou articulando-a com processos psíquicos inconscientes, é inegável a marca e o potencial de análise, introduzidos por Freud nessa área. A natureza deu ao artista a capacidade de exprimir seus impulsos mais secretos, desconhecidos até por ele próprio, por meio do trabalho que cria; e estas obras impressionam enormemente outras pessoas estranhas ao artista e que desconhecem, elas também, a origem da emoção que sentem”. (FREUD, 1910, p. 64). 2.2 A escola de Frankfurt Santana (S/d.), reforça que: A Escola de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa atravessada pela filosofia alemã, depois do domínio de Kant e Hegel em um primeiro momento; de Karl Marx e Friedrich Engels em seguida; posteriormente de Nietzsche; e finalmente, já no século XX, após a eclosão dos pensamentos entrelaçados do existencialismo de Heidegger, da fenomenologia de Husserl e da ontologia de Hartmann. A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com todo vigor, de 1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de enfrentar duas Guerras Mundiais. Ela reuniu em torno de si um círculo de filósofos e cientistas sociais de mentalidade marxista, que se uniram no fim da década de 20. Estes intelectuais cultivavam a conhecida Teoria Crítica da Sociedade. Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Habermas, entre outros. Esta corrente foi a responsável pela disseminação de expressões como ‘indústria cultural’ e ‘cultura de massa’. (SANTANA, S/d.). Givone (2001), afirma que: Na primeira metade do Século XX conceitos inovadores foram introduzidos pela Escola de Frankfurt, destacando-se Walter Benjamin e Theodor Adorno, estudando os efeitos da industrialização, da tecnologia e da cultura de massa sobre a arte. (GIVONE, 2001, p. 122) Escola de Frankfurt Fonte: https://ordememquestao.files.wordpress.com/2015/04/escola-de-frankfurt.jpg Benjamin analisou a perda da aura do objeto artístico na sociedade contemporânea, e Adorno refletiu que a arte não é um reflexo mecânico da sociedade que a produz, pois a arte expressa o que não existe e indica a possibilidade de transformação e transcendência. (GIVONE, 2001) 2.3 A Subjetividade da Arte Nos meados do Século XX, o assunto “arte” tornou-se tão complexo, volátil e subjetivo, que muitos estudiosos abandonaram a ideia de que a definição do que entendia-se como arte era de alguma forma possível. A partir do Século XX, criaram-se conceitos inteiramente baseados na subjetividade, tornando cada vez mais difícil encontrar-se pontos objetivos em comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo de arte, tanto para defini-la quanto para valorá-la ou interpretar seu significado. Weitz (1995), declarou que: [...] o próprio caráter aventuroso e expansivo da arte, suas constantes mutações e novidades, torna ilógico que estabeleçamos qualquer conjunto de propriedades definidas. (WEITZ, 1995) O Formalismo foi a primeira escola historiográfica de grande relevância, a qual defendia o estudo da arte a partir do estilo, aplicando uma metodologia evolucionista que defendia a arte uma autonomia longe de qualquer consideração filosófica, rejeitando a estética romântica e o ideal hegeliano, e se aproximando do neokantismo. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie o seus conhecimentos lendo o artigo Arte com Noël Carroll: do formalismo ao pluralismo, de autoria de Luana Frasson. Disponível no acesso: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/ar ticle/viewFile/7557/6960 Para Refletir É possível definir Arte? Wladyslaw Tatarkiewicz (2002), afirma que: [...] nosso século chegou à conclusão de que conseguirmos uma definição abrangente do que é arte é não apenas algo dificílimo, como impossível. (TATARKIEWICZ, 2002). As visões de Weitz (1995) e Tatarkiewicz (2002), não impediram opiniões diferentes. Alguns delas contornaram o problema central da definição propriamente dita, e estabeleceram parâmetros externos para definir o fato artístico, recorrendo à consagração institucional, à autoridade, ou à resposta do público ou de pessoas consideradas peritas. Para Refletir A arte é o que está no museu? Às vezes se recorre à sua localização e ao contexto cultural, como na declaração de Thomas McEvilley, dizendo que é: [...] a arte que está num museu [...] parece bem claro que hoje em dia mais ou menos qualquer coisa pode ser chamada de arte. A questão é: ela foi chamada de arte pelo 'sistema de arte'?. (McEVILLEY, 1982). Ví deo Assista os vídeos da série Conhecendo Museus e conheça um pouco mais à respeito do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA (link 1), do Museu Paulista da USP (link 2), do Memorial do Imigrante (link 3), do Museu da Inconfidência (link 4), do Museu do Café (link 5) e do Museu da República (link 5), conhecendo assim um pouco de suas histórias e seus acervos. Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=jb-i5pIsXu0 Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=emaCXoNEFV4 Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=mur9GjyAnh8 Link 4: https://www.youtube.com/watch?v=X-nja73x8bU Link 5: https://www.youtube.com/watch?v=n32Ho02HdiE Link 6: https://www.youtube.com/watch?v=OrBQNWNNG4I 2.4 As diversas formas e gêneros de Arte As artes são muitas vezes divididas em categorias específicas, tais como artes decorativas, artes plásticas, artes do espetáculo, ou literatura. Assim, pintura é uma forma de arte plástica, e a poesia é uma forma de arte literária. Uma forma de arte é uma forma específica de expressão artística, é um termo mais específico do que arte em geral, mas menos específico do que gênero. Nesse contexto podemos evidenciar que são exemplos de forma de arte: Arquitetura; Arte digital; Banda desenhada (BD - história em quadrinhos, gibi, HQ); Cinema; Dança; Desenho; Escultura; Graffiti; Fotografia; Literatura (Poesia e Prosa); Teatro; Música; Pintura. Importante Um gênero artístico é o conjunto de convenções, temáticas e estilos dentro de uma forma de arte e mídia. Por exemplo, o Cinema possui uma gama de gêneros, como aventura, horror, comédia, romance. É assim também na literatura. Na música, há centenas de gêneros musicais,que variam de região, cultura e etc., e vão desde rock, até MPB. Na pintura incluem paisagem, retrato, cotidiano (ruas, pessoas em suas atividades diárias, etc.). 2.5 As artes no Século XX O Século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das antigas bases da arte, propondo-se a criar um novo paradigma de cultura e sociedade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até meados do século as vanguardas foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se sucedem cada vez com maior rapidez. Entre as inúmeras tendências do Século XX podemos citar a Art nouveau, o Abstracionismo, o Expressionismo, o Realismo, o Futurismo, o Construtivismo, a Arte pop, o Neorrealismo, dentre outras. Semana de Arte Moderna (1922) Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/semana-arte- moderna_1328288665.jpg Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna (1922), lendo os artigos: - A Semana de Arte Moderna e a crítica contemporânea, de autoria de Maria Eugênia Boaventura. Disponível em: https://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos_pdf/maria _eugenia.pdf - A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo Brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico, de autoria de Evando Nascimento. Disponível em: http://www.gragoata.uff.br/index.php/gragoata/article/downlo ad/509/516 - Semana de Arte de 1922 – razões e consequências, de autoria de Roberto Pontes. Disponível em: http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/Coleca o_Diversos/Modernismo_80_anos/ACL_Modernismo_80_A nos_05_Semana_de_Arte_de_1922_razoes_e_consequenc ias_ROBERTO_PONTES.pdf 2.6 As Artes de ação No Século XX a aparição de novos fatores incorporando os avanços tecnológicos e a difusão dos meios de comunicação (e a cultura de massas), surgem novos conceitos na criação material da obra de arte (arte conceitual, arte de ação). Nesse contexto pode-se evidenciar as seguintes expressões artísticas: Artes de ação (Performance, Happening, Instalação); Pop art; Videoarte; Minimalismo; Arte conceitual; Fotorrealismo; Body art; Arte pós-moderna; Transvanguarda; Neoexpressionismo. Ví deo Assista os vídeos Pós-Modernismo, nos quais evidenciam-se os reflexos do capitalismo na arte pós-moderna, também chamada de contemporânea. Um mundo novo de artes, imagens e valores, e que no Brasil sua maior participação foi nas artes literárias. Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=PIJ_JVXAYH0 Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=JvTcE75P2Bc Importante A historiografia da arte é a ciência que analisa o estudo da história da arte desde um ponto de vista metodológico, ou seja, a forma como o historiador realiza o estudo da arte, as ferramentas e disciplinas que podem ser usadas para esse estudo. Resumo da aula 2 Nesta aula abordaram-se os apontamentos de Freud à respeito da Arte e a subjetividade da Arte no Século XX, evidenciando também os reflexos da Semana de Arte Moderna (1922) e reflexos do capitalismo na Arte Pós- Modernista. Atividade de Aprendizagem Discorra a respeito dos reflexos do capitalismo na Arte. Aula 3 – Teoria das Artes Apresentação da aula 3 Nesta aula o foco será na Sociologia da Arte, com abordagens diretas à temática da análise e crítica da arte. Serão abordados também as suas teorias e as evoluções com ênfase na pintura e na literatura. 3. Teoria das Artes 3.1 A crítica de Arte Para Refletir É possível definir uma teoria de artes? Que dificuldade pode ser apontada na busca dessa definição? A crítica de arte é um gênero, entre literário e acadêmico, que faz uma avaliação sobre as obras de arte, artistas ou expositores, em princípio de forma pessoal e subjetiva, mas baseando-se na História da arte e suas múltiplas disciplinas, avaliando a arte segundo seu contexto ou evolução. Os principais critérios de análise da Arte enfatizam que a mesma deve: ser avaliativa; ser informativa e comparativa; apontar dados empíricos e testáveis. No início da crítica de arte tem que se avaliar, por um lado, o acesso do público a essas exposições artísticas, que junto com a proliferação dos meios de comunicação em massa desde o século XVIII produziram uma via de comunicação direta entre o crítico e o público a que se dirige. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Ensaio sobre uma revisão crítica da história da arte, de autoria de Arthur Meucci. O artigo traz uma abordagem da história da crítica da arte. Disponível no acesso: http://www.ceap.br/material/MAT22082013190508.pdf 3.2 A sociologia da Arte Segundo Quemin e Villas Bôas (2016): Os primórdios da sociologia da arte remetem, na Europa e, particularmente na França, quase que ao desenvolvimento da disciplina. Mesmo que uma comunidade de pesquisadores tenha sido constituída apenas muito mais tarde em torno de questões, métodos e problemas comuns relacionados a esse objeto, os temas da arte e da cultura apareceram bem antes nos estudos dos sociólogos. O primeiro trabalho associando arte e sociologia em seu título é de autoria de um escritor francês bastante esquecido hoje, Jean-Marie Guyau (1854-1888), muito mais filósofo que sociólogo, e que, em L’art au point de vue sociologique (Alcan, 1889) tentou explicar a obra de arte a partir de suas próprias condições materiais de produção. Se Émile Durkheim pouco escreveu sobre a arte, ele reservou um tópico para a “sociologia estética” na revista que fundou e dirigiu, L’Année Sociologique, tópico para o qual contribuiu seu sobrinho Marcel Mauss. (QUEMIN & VILLAS BÔAS, 2016). 3.3 Arte renascentista O Renascimento evidencia a genialidade na arte, outro dos grandes artistas é Michelangelo Buonarroti (1475-1564), escultor, pintor, arquiteto e poeta. Esculturas, das mais famosas, Davi (1501-1504), altura (de 4,10 metros) e Pietá (1498-1500), conjunto escultórico, hoje na Basílica de São Pedro em Roma. Segundo Santos (2014): Produzida pelo artista quando tinha apenas vinte e poucos anos, essa escultura mostra um surpreendente trabalho em mármore, no registro drapeado das roupas, dos músculos e das veias dos corpos. Mas é na figura de Maria que Michelangelo manifesta seu gênio criador: desobedecendo à passagem do tempo, ele retrata a mãe de Jesus como uma mulher jovem, cuja expressão de docilidade contrasta com o tema da cena: o momento em que ela acolhe o corpo do filho morto na cruz. (SANTOS, p. 105). A pintura de Michelangelo na Capela Sistina (1508-1512), com quase 300 figuras em afresco no teto, deixa no Vaticano cenas do Velho Testamento. A perfeição escultórica da pintura desse artista é incomparável. Medusa - Michelangelo Merisi Caravaggio (1597) Fonte: http://www.lulicoutinho.com/atividades_culturais_2011/artes_d_alma/caravaggio/2.jpg Outro artista desse período é Leonardo da Vinci (1452-1519). Madonna das Rochas (Vergine delle Rocce) – Leonardo Da Vinci (1483-1486) Fonte: http://www.latheotokos.it/images/VerginerocceLondra.jpg Na medida em que a arte Renascentista resgata a cultura clássica, greco- romana, seus reflexos estendendo-se às construções, as quais foram influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a construçãode palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases. A Arte Gótica caracterizou-se pela arquitetura das catedrais católicas, irradiando-se para a escultura e para a pintura no final da Idade Média. O nome gótico foi possivelmente cunhado por Giorgio Vasari (1511- 1574), um dos expoentes do Renascimento, que o considerava como um estilo artístico monstruoso e bárbaro. Gótico possivelmente deriva de godos, povo bárbaro que invadiu o Império Romano no período de sua decadência. [...] Na pintura é de se destacar as iluminuras realizadas nos manuscritos religiosos, onde mais uma vez a intenção de retratar os sentimentos humanos foi expressa. Na pintura gótica, o nome de Giotto di Bondone (1267-1337) destacou-se, apesar de o pintor italiano representar uma transição para o Renascimento, desenvolvendo novas concepções e métodos de trabalho, buscando um realismo cada vez maior. Ele pretendia transpor para seus afrescos e murais os objetivos e as concepções desenvolvidas pelos escultores góticos, em uma criação de ilusão de profundidade em uma superfície plana. (PINTO, S/d.). Madonna entronizada com santos e virtudes - Giotto di Bondone (1315-1320) Fonte: https://pt-static.z-dn.net/files/d60/7ce6746ba6dad00d064f4508a84da8d8.jpg Ví deo Assista o vídeo Arte Renascentista, o qual descreve de forma breve e detalhada a arte renascentista e suas características (e contextos históricos). Link: http://www.youtube.com/watch?v=hBeTJBkRL4k 3.4 A conservação e restauro de obras de arte A conservação e restauro de obras de arte é um assunto de grande importância e principalmente na área da pintura, as técnicas aplicadas tem evoluído desde uma primeira perspectiva (e tentativa) de recuperar a legibilidade da imagem, aplicando suas intervenções necessárias para a respectiva conservação (sem que se produza uma transformação radical da obra). A restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do Século XVII, devido ao mal estado de conservação de pinturas e afrescos, técnica bastante corrente na Idade Média e no Renascimento. O aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras antigas caras a sua posterior comercialização. A escultura tem sido uma evolução paralela (desde a reconstrução de obras antigas, até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo um certo grau de reversibilidade da ação praticada). Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Restauração de quadros e gravuras de Manuel de Macedo (1885): Um manual técnico para promover o respeito pelas relíquia do passado, de autoria de Zínia Maria Cavalheiro de Carvalho. O Artigo aborda de forma simples a importância da restauração e conservação de monumentos e artefatos antigos, trazendo à tona questões como originalidade (e falsificação), procedimentos de conservação e restauração de quadros e gravuras e preservação de patrimônio histórico. Disponível no acesso: https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/13309/1/Zinia%2 0Maria%20Cavalheiro%20de%20Carvalho.pdf 3.6 A arte literária Literatura é Arte, a qual expressa-se através da manifestação artística cujo a arte é manifesta por meio do verbo. Os contos, poemas e poesias estão recheados de arte, arte romântica, etc. A arte literária utiliza-se de: Linguagens verbais; Línguas naturais (português, inglês, etc); Linguagens não verbais; Dança, pintura, escultura, música instrumental, etc. A teoria da arte literária, objetiva estudar a obra, o autor, o leitor e todo o processo que envolve as obras literárias. É com base nela que se podem elaborar as resenhas, as análises e as críticas literárias. Corresponde ao plano de expressão da história. Toda narrativa possui: plano de expressão (plano do discurso) e plano de conteúdo (plano da história). Nesse contexto faz-se importante também o entendimento da definição de obra literária (uma hipótese permanente), a qual pode conter uma realidade inventada, fingida, criada pela imaginação do autor. Antigamente era qualquer texto impresso: história, geografia, economia etc. Atualmente, o conceito é mais amplo. O TEXTO LITERÁRIO O TEXTO NÃO LITERÁRIO Enfatiza a função poética (típica do romantismo); Enfatiza a mensagem. Ele pode ter um caráter ficcional, mas necessariamente ele não tem que ser ficcional; Possui linguagem conotativa, figurada. Tem função poética. Há todo um trabalho de reconstrução da linguagem para enfatizar a mensagem; Possui características: uso de repetição sonora, palavra e estrutura sintáticas. Enfatiza o conteúdo; Linguagem predominante é denotativa. Sem função referencial. Volta-se para o contexto, para o assunto, visando a informação (função utilitária); Verossimilhança; Qualidade que faz a arte parecer verdadeira, apesar de todas as coisas impossíveis que ela possa dizer. Fonte: Elaborado pelo autor (2013). 3.7 A Teoria Institucional, Teoria Essencialista e a Teoria da Arte como Expressão A Teoria Institucional da Arte, surgiu na década de 60, tendo sido sustentada por George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie (1974), define a obra de arte como um artefato que possui um conjunto de aspectos que lhe conferem o status de candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. As teorias essencialistas defendem a existência de propriedades essenciais comuns a todas as obras de arte e que só nas obras de arte se encontram. As propriedades essenciais são diferentes das propriedades acidentais. Essência é a definição central da coisa, o que ela é em seu mais puro significado, aquilo, que depois que se extrai todas as outras, ela continua lá. Há a essência essencial e a acidental. A essencial é a definição do que se é, a Alma, o âmago. E também há a essência acidental, que é o que a coisa se transforma, a personalidade, o dom com o qual certas pessoas nascem. Capacidade de entender o que outras pessoas não entendem. A essência acidental é a mais notada, pois a pessoa se define como é com a interferência de fatores externos, não inatos a ele. Os acidentes também são classificados e dois tipos, a saber: Acidente Essencial e Acidente Acidental. Nascer cego é um acidente essencial, inerente ao indivíduo e permanente. Fazer um transplante de córnea para voltar é enxergar, é um Acidente Acidental. No contexto essencialista a distinção da Arte significa que as propriedades essenciais da arte são exemplificadas por todas as obras de arte, reais ou meramente possíveis. Mas uma definição essencialista exige também que tais propriedades sirvam para distinguir a arte de outras coisas que não são Arte. Para um entendimento mais claro quanto ao surgimento da Teoria da Arte como Expressão, faz-se necessário o entendimento da Teoria da arte como imitação. Vários foram os filósofos que se referiram à arte como imitação. Alguns desprezavam-na por isso mesmo, como acontecia com Platão que, ao considerar que as obras de arte imitavam os objetos naturais, via essas obras como imagens imperfeitas dos seus originais. Já Aristóteles, mantendo embora a ideia de arte como imitação, tinha uma opinião mais favorável à arte, uma vez que os objetos que a arte imita não são arte, segundo ele são cópias. [...] para Aristóteles, esse modelo platônico é inútil e insustentável. Para ele, a realidade é o sensível e “o ser se diz de várias maneiras”. Quer dizer que se denominam os seres sempreem relação a uma categoria e a um gênero universal abstraído dos seres particulares. A imitação, pois, torna-se até benéfica porque representa uma composição de narrativas que mostram experiências possíveis. A imitação tem um caráter pedagógico, pois que seu efeito (catarse) promove uma identificação com o personagem, criando ou despertando sentimentos que purificam e educam, caracterizando normas de ações. (CABRAL, S/d.). Para Refletir Imitação ou representação? Os defensores mais recentes da teoria da arte como imitação, acabaram por substituir o conceito de imitação pelo conceito mais sofisticado de representação. Assim já se poderia dizer que as quatro primeiras notas da 5.ª Sinfonia de Beethoven não imitam diretamente a morte a bater à porta, mas representam a morte a bater à porta. Insatisfeitos com a teoria da arte como imitação (ou representação), muitos filósofos e artistas românticos do Século XIX propuseram uma definição de arte que procurava libertar-se das limitações da teoria anterior, ao mesmo tempo que deslocava para o artista, ou criador, a chave da compreensão da arte. Nesse contexto surge a Teoria da Arte como Expressão, na qual uma obra é Arte, a qual só exprime sentimentos e emoções do artista. São muitos os testemunhos de artistas que reconhecem a importância de certas emoções sem as quais as suas obras não teriam existido. Reforçando assim um pensamento principal em que “se a arte provoca em nós determinadas emoções ou sentimentos, então é porque tais sentimentos e emoções existiram no seu criador e deram origem a tais obras”. Resumo da aula 3 Nesta aula abordaram as evoluções artísticas e características do período renascentista e a importância dos cuidados e restauros das obras de arte. Evidenciaram-se também Teorias Institucional, Essencialista e a da Arte como Expressão evidenciando a suas vertentes e particularidades. Atividade de Aprendizagem Entre todas as teorias apresentadas nesta aula, qual delas parece mais convincente? Aula 4 – Teoria das Artes Apresentação da aula 4 Nesta aula serão investigadas as naturezas da Arte e suas formas alternativas. Serão abordados também conceitos da Arte segundo Picasso, Van Gogh e Da Vinci. 4. Teoria das Artes 4.1 O teatro como forma de arte Existem várias teorias sobre a origem do teatro. Segundo Brockett & Hildy (1995): [...] nenhuma delas pode ser comprovada, pois existem poucas evidencias e mais especulações. Antropólogos ao final do século XIX e no início do XX, elaboraram a hipótese de que este teria surgido a partir dos rituais primitivos (BROCKETT & HILDY, 1995). Outra hipótese da origem do teatro seria o surgimento a partir da contação de histórias, ou se desenvolvido a partir de danças, jogos, imitações. Os rituais na história da humanidade começam por volta de 80.000 anos a.C. Na idade média, a igreja proíbe o teatro, usando como justificativa a eminente apresentação do corpo, que fica exposto a olhares pecaminosos. Porém a mesma igreja, não conseguindo exterminar com o fazer teatral, o traz para dentro da igreja com qual intuito pedagógico, como a maioria das pessoas não sabiam ler nesse momento da história, era importante evangelizar e repassar aos fiéis na missa, trechos da vida de Cristo e dos Santos, ou seja, começaria a ter pequenas representações da vida dos santos e de Cristo no meio da missa, e as grandiosas encenações referentes à paixão de Cristo. Teatro, é uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores, interpreta uma história ou atividades para o público em um determinado lugar, objetivando apresentar uma situação e despertar sentimentos no público. Também denomina-se teatro o local apropriado para a apresentação dessa forma de arte. Teatro Amazonas Fonte: http://www.cultura.am.gov.br/conteudo/uploads/2014/03/116-86-960x600.jpg Ví deo Assista o vídeo com o fragmento da apresentação da peça Romeu e Julieta, encenado pelo Grupo Galpão. Link: https://www.youtube.com/watch?v=HAp4BnCnXY4 4.2 Investigando a natureza da arte Segundo Anjos (2014): É só a partir do final da década de 50, que se pode realmente falar da existência de uma estética de cunho analítico. Não por acaso, essa investigação acerca da natureza da arte será marcada tanto pela reviravolta pragmática operada por Wittgenstein nas Investigações Filosóficas quanto pela revolução duchampiana na arte, precursora das inovações radicais da Pop art, do Minimalismo e do Fluxus, os principais movimentos artísticos do período. [grifos nossos] (ANJOS, 2014, p. 21). Segundo Ramme (2009): [...] por um lado, a teoria dos usos da linguagem permitiu à filosofia analítica superar os limites de uma filosofia dedicada quase que exclusivamente às questões da lógica e da fundamentação das ciências, por outro lado, os movimentos artísticos da década de 60 colocaram novas questões ao romper com praticamente todos os limites da arte que estavam estabelecidos dentro da prática modernista. [...] o Fluxus com sua ênfase na produção coletiva, rompe com a ideia de autoria; o Minimalismo, por sua vez, coloca em xeque a ideia de experiência estética como mera contemplação e a Pop ultrapassa definitivamente todos os limites da arte ao instaurar a possibilidade de apresentar como arte quaisquer objetos tirados do mundo comum. (RAMME, 2009, p. 199-200). Um dos primeiros filósofos de formação analítica a tratar da questão da definição da arte foi Morris Weitz, em um artigo de 1955, chamado O papel da teoria na estética. Weitz (1995), Além de considerar: [...] a pluralidade de formas artísticas que compõe a história da arte ocidental, parte também da consideração da existência de inúmeras definições mutuamente excludentes do conceito “arte” (organicismo, voluntarismo, forma significante, emocionalismo, intelectualismo, formalismo) para afirmar finalmente que nenhuma delas foi bem sucedida ao tentar capturar a essência da arte. (WEITZ, 1995, p;71). Segundo Weitz (1995), o conceito aberto e mutável, avalia que devemos considerar primeiro que tipo de conceito é o conceito de arte e não o conjunto da arte ou de algumas obras de arte. O conceito de arte seria intrinsecamente aberto e mutável, e designa um campo que se orgulha da sua originalidade e inovação. Ramme (2009), reforça que: Além de considerar a pluralidade de formas artísticas que compõe a história da arte ocidental, Weitz parte também da consideração da existência de inúmeras definições mutuamente excludentes do conceito “arte” (organicismo, voluntarismo, forma significante, emocionalismo, intelectualismo, formalismo) que podem ser encontradas nos textos dos filósofos, de Platão até hoje, para afirmar finalmente que nenhuma delas foi bem sucedida ao tentar capturar a essência da arte. Para todas elas poderíamos apontar contra- exemplos, isto é, obras de arte que não possuem as características mencionadas na definição. Nenhuma delas atenderia às exigências próprias de uma definição filosófica, de fornecer pelo menos um critério necessário e pelo menos um suficiente para que se possa atribuir com segurança o estatuto de obra de arte a um objeto. (RAMME, 2009, p.198). 4.3 A arte, segundo Picasso, Van Gogh e Da Vinci 4.3.1 Pablo Picasso Pablo Ruiz Picasso (1881-1973), foi um dos maiores expoentes da Arte Moderna, pintor, escultor e desenhista e seu trabalho influenciou e transformou o rumo da arte no Século XX. Ficou conhecido como o co-fundador do cubismo (ao ladode Georges Braque), inventor da escultura construída. Dentre suas obras mais famosas estão os quadros cubistas Le demoiselles d'avignon (1907) e Guernica (1937). Picasso demonstrava absoluta consciência de sua contemporaneidade e segundo ele: Não há, na arte, nem passado nem futuro. A arte que não estiver no presente jamais será arte. Em arte, procurar não significa nada. O que importa é encontrar. Não, a pintura não é feita para decorar os apartamentos. É um instrumento de guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo. A arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade. (PICASSO, S/d.) A vida (La vie) – Pablo Picasso (1903) Fonte: http://hugues-absil.com/wordpress/wp-content/uploads/2012/09/030.picasso.-la- vie.-1903.jpg 4.3.2 Van Gogh Vincent Willem van Gogh (1853-1890), foi um dos pintores pós- impressionista mais conhecidos. Suas obras contemplam naturezas-mortas (ciprestes), girassóis, trigais, paisagens, retratos e autorretratos. Em suas produções artísticas incluem-se aproximadamente mais de 2100 obras de arte, incluindo 860 telas a óleo e cerca de 1300 aquarelas, desenhos, esboços e gravuras. Dentre estas pode-se destacar: Os camponeses comendo batatas (1885) – A pintura mais famosa de sua primeira fase do artista; Quarto em Arles (1888); Doze girassóis numa jarra (1889) – Uma de suas obras mais conhecidas do pintor (da série de girassóis); Autorretratos (1886-1890) - Van Gogh pintou 35 deles, sendo o mais famoso deles eternizou o episódio em que cortou a própria orelha, o Autorretrato com orelha enfaixada(1889); Noite Estrelada (1889) – uma de suas obras mais reproduzidas pelo mundo; Retrato do Dr. Gachet (1890) – obra pintada em seus últimos anos de vida. Os camponeses comendo batatas (Aardappeleters) – Van Gogh (1885) Fonte: http://virusdaarte.net/wp-content/uploads/2015/11/batatas.png Noite estrelada (Sterrennacht) – Van Gogh (1889) Fonte: http://cientificando.com.br/wp-content/uploads/2014/12/vincent-van-gogh-starry- night.jpg 4.3.3 Da Vinci Leonardo Da Vinci (1452-1519), um dos mais eminentes homens do Renascimento italiano foi um artista-cientista. Nos cadernos que deixou com esboços e anotações de ideias estão as provas de sua imaginação fértil. Elas abrangiam vários campos das ciências e das artes, como anatomia, engenharia, astronomia, matemática, história natural, música, escultura, arquitetura e pintura. Visionário em sua versatilidade, fez com que Da Vinci fosse o precursor de várias invenções e descobertas que ocorreriam nos séculos seguintes. Entre elas estão o esboço de uma máquina voadora que serviu de ponto de partida séculos depois para o desenvolvimento do helicóptero. Outra foi o que ficou conhecida como o “automóvel”, um veículo capaz de mover-se sozinho. Para tanto, Leonardo esboçou um complicado sistema de engrenagens que acionam molas que funcionam como motor dessa máquina. Da Vinci que busca não somente a beleza artística, mas também o conhecimento científico, o que pode ser percebido na sua obra que vai desde a pintura à criação de máquinas, engenharia e arquitetura. Dedicou-se ao estudo de perspectiva ótica, proporção e anatomia, registros valiosos em cadernos de anotações, com esboços e desenhos, escritos de forma espelhada que influenciaram grandemente as pesquisas nesse sentido. É dele o afresco Última Ceia, mural do refeitório no mosteiro de Santa Maria dele Grazie, em Milão, Itália. Como se fosse uma continuação do refeitório, o teto da pintura está em perspectiva e a iluminação parece vir da janela do próprio refeitório. A Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498) Fonte: http://www.mundodestilado.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Da-Vinci- ultima-ceia-original1.jpg Sua mais famosa obra é Mona Lisa, também conhecida como Gioconda ou ainda Mona Lisa del Giocondo é a mais notável e conhecida obra de Leonardo da Vinci, encontra-se no Museu do Louvre, em Paris, o sorriso mais famoso da arte ocidental. Há muitas curiosidades ligadas a essa pintura, que já foi atingida por visitantes e hoje está sob forte proteção. A maneira como Leonardo usou as cores, o sfumato (técnica sutil de sombreamento, cria uma atmosfera mais densa), a luz e o fundo sem nitidez (perspectiva aérea), causa forte impressão também relacionada aos sentimentos expressos pela modelo. Importante Arte tridimensional Da Vinci faz o uso da perspectiva com todas as linhas convergindo para um único ponto de fuga que fica atrás da cabeça da Mona Lisa. Seus conhecimentos sobre anatomia, obtidos em sua temporada num hospital onde dissecou e estudou mais de trinta cadáveres, aparecem nos exatos traçados do corpo retratado, como nos detalhes das mãos. No quadro, ele consegue criar a sensação de feições tridimensionais a partir do uso de luz e sombra. Mona Lisa – Leonardo Da Vinci (1503-1506) Fonte: http://www.leonardodavinci.net/images/gallery/mona-lisa.jpg 4.4 A arte abstrata Para Refletir Uma tela branca é arte? E um vaso de porcelana sozinho em uma galeria de arte? E os trabalhos feitos com latas de alumínio esmagadas? Mediante a essa reflexão, pode-se apenas concordar com os itens envolvam o esforço e arrumação, são arte, mas não pode-se definir se são belas artes ou a grande obra de arte, pois sua concepção irá variar da proposta do artista ou da leitura do espectador. O mesmo acontece com música, literatura, dança e outros tipos de arte. Arte abstrata ou abstracionismo é uma vertente nas artes plásticas (pintura, escultura e artes gráficas) em que predominam as formas, linhas, texturas e cores, visto que a representação de coisas do mundo visível não está presente. A arte abstrata surgiu no começo do Século XX, na Europa, no contexto do movimento de Arte Moderna. O precursor da arte abstrata foi o artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944). Com suas pinceladas rápidas de cores fortes, transmitindo um sentimento violento, Kandinsky marcou seu estilo abstracionista. Composição VII – Kandinsky (1913) Fonte: https://uploads8.wikiart.org/images/wassily-kandinsky/composition-vii-1913.jpg 4.5 A arte nos dias atuais Para Refletir A arte se tornou algo bastante complexo. Afinal, se alguém disser “A Mona Lisa é arte porque é bela”, e outra pessoa disser, “A Mona Lisa não é arte porque não é bela”, fica difícil de se chegar a um consenso comum. Reflita sobre este apontamento. A arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia e equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas. Muitas pessoas afirmam não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela, mas esquecem-se que a arte não está restrita apenas a esculturas ou pinturas, apresentado nas mais variadas formas e que o seu processo criativo se dá a partir da percepção com o intuito de expressar emoções e ideias, objetivando um significado único e diferente para cada obra, podendo sofrer as interpretações, as quais poderão variar de acordo a interpretação da mesma pelo espectador (o qual sofre influências socioculturais, religiosas, dentre outras). Ví deo Assista o documentário No muro, no qual apresenta-se o contraponto entre pichações e Grafite, evidenciando os seusconceitos e leituras artísticas. Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=R55lO73R7Ng Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=UUlB5qclLtI Atividade de Aprendizagem No Brasil não é diferente do restante do mundo, o que mais tem marcado a arte é justamente a diversidade das formas, um exemplo claro dessa diversidade são os grafiteiros. Sua arte é utilizada como exemplo no exterior, mas nem todos concordam ou acham bonita essa arte. Discorra sobre o tema. Resumo da disciplina Nesta disciplina evidenciaram-se pontos importantes no que refere-se a teoria das Artes, trazendo à tona os contextos históricos e evolutivos da Arte e suas vertentes. Evidenciaram-se artistas como Picasso, Van Gogh, Da Vinci e Kandinsky, evidenciados a características de suas obras. Para finalizar abordou-se complexidade da definição de Arte, o que variará da leitura de cada espectador. Referências ANDREADE, E. & HENRIQUES, R. (org). ASSIS, C.; SOARES, A. L.; ESPER, G. A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos. Revista Contemporâneos [Revista das artes e humanidades, nº 3, nov./abr. – 2009]. Disponível no acesso: https://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.pdf Acessado em: Mar/2017. ANJOS, M. J. A. dos. Arte como convenção institucional. InCantare: Rev. 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