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METODOLOGIA CIENTÍFICA

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Metodologia Científica
O Conhecimento Científico
• Conhecimento como processo inacabado e em constante transformação.
• O homem transforma o mundo da mesma forma que é transformado.
• A ciência é uma das formas de conhecimento.
• Ciência e exclusividade / ciência para poucos.
• A ciência carrega uma dinâmica reveladora.
• Confiabilidade da ciência e avaliação por pares.
• Estado da arte.
• Na Idade Média, diversos detentores de “conhecimentos”, não aceitos pelo status quo, foram considerados hereges ou feiticeiros e pereceram em masmorras ou fogueiras.
• Interferência religiosa.
Galileu Galilei
• Um exemplo dessa interferência foi o caso do físico e astrônomo italiano Galileu Galilei (Pisa 1564 – Arcetri 1642).
• Foi preso, torturado e condenado pela Inquisição a negar suas descobertas científicas e a ler em voz alta e em público um manuscrito que o condenava.
• Contestando os dogmas da Igreja acerca da filosofia natural, fundamentalmente assentes na autoridade
indiscutível de Aristóteles, Galileu pretendia investigar a Natureza diretamente, com base nos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, na observação e na experiência empírica.
• Considerava que, para observar a Natureza, era necessário conhecer a língua em que estava escrito o "Grande Livro do Mundo": a Matemática.
• Para Galileu, a matemática era como um instrumento de obtenção de certeza superior à própria lógica.
Defendia que se deve medir tudo o que pode ser medido e tornar mensurável o que não pode ser medido.
O Conhecimento Científico
Pós-modernidade, construtivismo social ou relativismo
• Defensores alegam não haver critérios objetivos para decidir a respeito do valor das teorias.
• Thomas Kuhn (1922-1996) - substituição de uma teoria científica por outra.
• As teorias são deixadas de lado por não serem capazes de resolver suas “anomalias”.
• O relativismo radical afirma que se os fatos são estabelecidos pelas teorias e estas são de livre escolha dos cientistas, então não há critérios lógicos ou racionais para decidir acerca da validade das teorias,
todas têm o mesmo valor.
• A escolha da teoria está condicionada pelas crenças dos pesquisadores.
• As teorias defendidas em uma época são deixadas de lado em outra.
• Uma teoria é composta por um conjunto organizado de argumentos, alguns são mais centrais, os ditos fundamentais, sobre os quais os demais se sustentam.
• Por isso, não há como contraditar teorias, mas se pode contradizer os seus argumentos, especialmente os
fundamentais. É o problema da validação.
Princípios organizadores dos raciocínios ou argumentos
• Princípio da identidade, o qual requer que o sujeito acusado de um ato seja perfeitamente identificável.
• Princípio da não contradição. Esse princípio aplica-se nas definições formalizadas ou lógicas que são diferentes das argumentações acerca do que se faz ou das práticas sociais, como as que se dão no âmbito da ética (política).
• Princípio do terceiro excluído – determina que apenas duas qualidades podem ser atribuídas ao sujeito da proposição, não há uma terceira em disputa.
Situações sociais e suas técnicas para estabelecer o verossímil
• Situação dialética é um debate que pode se dar entre duas pessoas, por um tempo extenso, ou mesmo por uma pessoa quando pensa os prós e os contras a respeito de algum problema, é a que predomina na
produção de conhecimentos científicos.
• Situação retórica, que é a contraparte da dialética, requer técnicas que têm por objetivo persuadir ou convencer um público amplo, em um tempo curto, a adotar os posicionamentos apresentados pelo orador, os quais serão admitidos ou não pelo auditório que é o juiz do que dizem os oradores.
• Situação de exposição (didascália) tem por objetivo apresentar o considerado conhecimento confiável aos que precisam ou querem aprendê-lo; logo, é uma comunicação unilateral, os aprendizes não
estão autorizados a decidir a respeito do exposto.
Conhecimento científico e Senso comum
• Senso comum se manifesta através das crenças do povo.
• É um saber não sistematizado mas muito útil para guiar o homem na sua vida cotidiana.
Atividade
A construção do conhecimento científico caracteriza-se quando:
a) a pesquisa procura construir resultados práticos;
b) a pesquisa só pode ser considerada científica quando procura conhecimento que se refere às observações empíricas;
c) a ciência procura construir um modelo inteligível, simples, preciso, verificável e eficaz da realidade;
d) a ciência procura construir um modelo inteligível, complexo, preciso, definitivo e aplicável à realidade;
e) a pesquisa só pode ser considerada científica quando busca conhecimento que se refere a teorias preexistentes.
O Conhecimento científico
• O Conhecimento científico distingue-se do senso comum pelo(a):
• caráter cumulativo;
• método;
• sistematização das informações.
• “Todo cisne é branco”.
• O mundo não é perfeitamente ordenado.
• A partir das práticas é possível produzir conhecimentos científicos.
• Em qualquer prática há duas dimensões: a da efetividade e a inferencial.
Efetividade
• A efetividade é avaliada pela realização dos objetivos do fazer. Se os objetivos foram alcançados, então se diz que foi efetivo, ou seja, eficaz e eficiente.
• Um procedimento pode ser eficaz e muito dispendioso, logo, ineficiente.
• A efetividade é constituída por duas qualidades: a eficácia e a eficiência.
Inferência
• O aspecto inferencial é de outra natureza, refere-se aos argumentos utilizados para explicar porque são eficazes e eficientes.
• Dedução que exclui as alternativas ou as hipóteses.
• O esquema geral da inferência é denominado silogismo, palavra grega que significa tanto inferência quanto dedução.
• Todo homem é mortal - premissa maior ou proposição afirmativa inicial.
• Sócrates é homem - premissa menor, termo médio, pelo qual se chega à conclusão.
• Logo, Sócrates é mortal – conclusão.
Decisão salomônica
• Duas mulheres reivindicam a maternidade de uma criança perante o rei Salomão.
• O rei determina que o soldado corte a criança ao meio. Uma delas abriu mão da criança. Salomão, então, entregou a criança a essa mulher por considerar esta a mãe verdadeira.
• Estes tipos de declarações não permitem uma decisão lógica, racional, pensada ►os argumentos acerca deles mesmos ou autorreferentes não se resolvem pela escolha de uma das afirmações.
Dilema do mentiroso
• Todos os minoicos são mentirosos (disse o minoico Epimênides).
• Se quem disse todos os minoicos são mentirosos é um minoico então:
• (a) ou diz a verdade, logo nem todos são mentirosos;
• (b) ou mente, então não é verdade que todos os minoicos sejam mentirosos.
Os argumentos e a validade
• Há argumentos perfeitamente lógicos que não são válidos do ponto de vista experimental ou empírico.
• “Duas esferas, uma pesando dois quilos e a outra um quilo, são soltas simultaneamente: a de dois quilos cai duas vezes mais rápido”.
• Lógico, mas errado.
• Galileu demonstrou que os corpos caem na mesma velocidade caso se desconsidere o atrito do ar.
• Este é um exemplo de como um conhecimento científico é contra-intuitivo, e mostra que um argumento lógico pode não ser pertinente ao que se refere.
Gêneros ou tipos de ciências
• Construtivas: são as Matemáticas e as Lógicas, que se caracterizam por desenvolverem seus
argumentos uns sobre os outros a partir de axiomas ou hipóteses de partida, construindo
os argumentos válidos.
• Reconstrutivas são todas as demais.
Nestas se procura reconstruir ou reconstituir os fenômenos para os explicar.
O aspecto inferencial é uma reconstituição do que se fez e faz para explicar a razão do fracasso, logo, saber como realizar algo de maneira eficaz e eficiente. 
• Os argumentos utilizados nas ciências reconstrutivas não são válidos por serem lógicos, mas por serem adequados e pertinentes ao que se está estudando.
• Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Cavaleiro deLamarck (1744-1829), sustentou que as espécies existentes procedem das anteriores que se modificaram para se adaptarem ao habitat ou meio.
• A explicação de Lamarck foi refinada por Charles Darwin (1809-1882) que propôs que a sucessão das espécies em um habitat decorre da “seleção natural” e da “seleção sexual”.
A seleção natural
• É similar à realizada pelos agricultores e pecuaristas, salvo por um aspecto: não é intencional, se dá por acaso.
• Então é impróprio dizer: “a natureza fez isto ou aquilo”, pois não há intenção na natureza.
• A seleção natural ocorre por mudanças ambientais que forçaram o desaparecimento de indivíduos bem adaptados ao meio e permitiram a sobrevivência dos não muito adaptados ao anterior.
• Não é preciso evocar alguma explicação mais complicada a respeito da sucessão das espécies.
Occam
• Darwin utilizou um dos critérios da argumentação científica conhecido como “a navalha de Occam” (princípio da parcimônia).
A navalha de Occam é um princípio, atribuído a Guilherme de Occam, que viveu no século XIV, o qual recomenda recorrer apenas às premissas estritamente necessárias para explicar algum fenômeno.
Teoria da sucessão das espécies
• Premissa da seleção sexual, segundo a qual as fêmeas selecionam os machos, mantendo as características da espécie.
• Não se trata de uma escolha intencional, mas sensorial (estética, de sensação, percepção), de apreensão das características próprias da espécie.
Conhecimentos confiáveis
• Os conhecimentos científicos reconstrutivos referem-se a fenômenos delimitados no espaço e no tempo, têm validade na escala estabelecida em cada ciência, logo, não são generalizáveis para além ou aquém do
que dizem.
Método generalista
• Haveria um método geral para produzir conhecimentos confiáveis?
• Há regras gerais de conduta e de análise dos argumentos, pois elas são necessárias em qualquer situação que tem por objetivo estabelecer a verdade ou verossimilhança do que se diz acerca do sujeito de uma proposição, como vimos.
• Mas não há um e apenas um método científico.
• Isto porque o método é um conjunto de procedimentos vinculados ao objeto, sujeito das proposições, de cada ciência.
Atividade
Analise as afirmações
• I. Trabalho acadêmico é um documento escrito que representa o resultado de um estudo solicitado em âmbito educacional, como uma disciplina, curso ou programa.
• II. O Trabalho acadêmico deve expressar conhecimento sobre o assunto escolhido.
• III. Podemos considerar como trabalho acadêmico: artigo, artigo científico, crítica, dissertação, ensaio, livros, folhetos, paper, resenha, sinopse e outros.
• IV. Podemos considerar também como trabalho acadêmico: projeto de pesquisa, as publicações periódicas, relatório técnico-científico e monografia.
A partir das afirmações anteriores, buscando responder “o que é trabalho acadêmico?”, pode-se considerar que:
a) somente as afirmações I e II estão corretas.
b) somente as afirmações I e IV estão corretas.
c) somente a afirmação III está incorreta.
d) somente a afirmação I está incorreta.
e) todas as afirmações estão corretas.
Conhecimento e Sociedade
O que é pesquisa? O que é ciência?
Quando a pesquisa científica ocorre?
Necessidade da divulgação científica para popularização da ciência.
• Desde a Revolução Industrial no século XVIII e XIX às primeiras décadas do século XXI, os impressionantes avanços da ciência em todas as áreas – da física à medicina ou às tecnologias de informação e comunicação que inundam nosso cotidiano – consolidaram a centralidade do conhecimento no mundo contemporâneo.
• Década de 80 – Brasil responsável por 0,4% da produção científica mundial.
• Atualmente: 2,7% da produção científica mundial.
• Brasil – 13º país em produção científica.
• Investimento no ensino superior: graduação e pós-graduação;
• Investimento do governo e agências de fomento;
• Investimento de universidades em pesquisa (iniciativa pública e privada).
• Em pouco mais de 20 anos, a produção científica brasileira aumentou 10 vezes;
• Porém, patentes ainda continuam tímidas.
• Pesquisas em diversas áreas:
• Saúde;
• Meio Ambiente;
• Informática;
• Ciências Sociais etc.
Como é divulgado o conteúdo científico?
• Canais frequentes;
• Pares;
• Públicos específicos X público geral.
O interesse do brasileiro
• Tema: Ciência e Tecnologia.
• Pesquisa do CNPq/2006 • Entrevistados: Homens e Mulheres com + de 16 anos ► 2.004 pessoas
• Abrangência: 5 regiões brasileiras.
• Medicina e Saúde;
• Meio Ambiente;
• Ligação com interesse público.
Mas por quê baixo interesse?
Destaque para:
• 37% não compreende;
• 24% não tem tempo;
• 7% não precisa saber sobre isso.
Em 2010 Destaque para:
• 36,7% não compreende (se manteve);
• 16,8% não tem tempo (baixou);
• 3,6% não precisa saber sobre isso (baixou).
Onde estão os pesquisadores?
O que há de ciência em nosso dia a dia?
Como contribuímos para o conhecimento científico?
Credibilidade
• Profissionais com maior credibilidade:
• Médicos e Jornalistas.
• Entrevistas e Reportagens.
Percepção
• Segundo a pesquisa do CNPq (2010) a percepção que o brasileiro tem é que:
• Cientistas são pessoas inteligentes que fazem coisas úteis à humanidade e que o interesse maior é ajudar a humanidade.
Atividade
“Um cientista não deve assumir saber a verdade sobre o que tenta explicar a priori [por antecipação].
Quem assume que já possui a verdade sobre alguma coisa antes de investigar, tem seu poder de avaliação dos fatos comprometido com ideias pré-estabelecidas, o que acaba prejudicando seu julgamento. Preconceitos nunca são bem vindos quando se busca explicações científicas.” (Francisco Saiz)
Qual é o alerta que o autor desta frase faz?
a) Existe a necessidade das certezas prévias para que não sejam pesquisadas questões banais.
b) Deve-se enfatizar a importância do rigor científico na construção de verdades imutáveis.
c) Deve-se considerar o valor do conhecimento científico pautado em critérios objetivos, em observações e comprovações.
d) As teorias científicas devem ser sempre produzidas a partir de palpites e opiniões que as sustentem.
e) O conhecimento é fruto de ideias pré-estabelecidas que fundamentam as verdades e explicações teóricas.

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