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84 Morcegos do Brasil e ocorre nas Guianas e no Brasil (SIMMONS, 2005). Em território brasileiro é conhecida do AP, BA, DF, ES, GO, MG, MS, PI, PR, RJ, SC e SP (MARTINS et al., 2006; TAVARES et al., no prelo). Morcego de tamanho médio para um filostomídeo. Poucos dados de medidas estão dis- poníveis na literatura. O comprimento do ante- braço pode variar entre 51,4 e 58,5 mm (VIEIRA, 1942; HUSSON, 1962; GENOWAYS et al., 1981; MOLINA et al., 1995; SIMMONS & VOSS, 1998) e a cauda entre 10 e 25 (VIEIRA, 1942; HUSSON, 1962; SIMMONS & VOSS, 1998). Mimon bennettii tem pelagem longa e densa, de coloração geral cas- tanho-clara. Apresenta orelhas grandes e ligeira- mente pontiagudas (arredondadas em Micronycteris, Lophostoma e Tonatia; REID, 1997), folha nasal mui- to longa, estreita e lisa nos bordos (crenulada em M. crenulatum), e uropatágio mais longo que as pa- tas. A distinção entre M. bennettii e M. cozumelae, que ocorre na América Central e avança até a Colômbia (não assinalada para o Brasil), requer exame cuidadoso. De acordo com SIMMONS & VOSS (1998), os seguintes caracteres externos e relativos à dentição anterior permitem essa distin- ção: coloração do dorso (mais avermelhado em M. bennettii), coloração da ponta das asas (escuras em M. bennettii vs. brancas em M. cozumelae), forma dos incisivos superiores internos (mais cônicos em M. bennettii vs. mais espatulados em M. cozumelae) e forma dos incisivos inferiores (mais estreitos em M. bennettii). Os poucos registros disponíveis apontam para o consumo de insetos (REIS et al., 1999), com aparente preferência por coleópteros em detrimen- to de lepidópteros (FENTON et al., 1999). Como M. cozumelae e M. crenulatum, deve utilizar também frutos e pequenos vertebrados. Uma fêmea grávida foi capturada em área de Mata Atlântica, no sudeste do Brasil, em junho (DIAS et al., 2002), e duas foram observadas em área de cerrado, no Brasil central, em agosto (BREDT et al., 1999). Mimon bennettii está assinalada para todos os biomas brasileiros, à exceção do Pantanal (MA- RINHO-FILHO & SAZIMA, 1998). Tem sido capturada em áreas de floresta primária (BROSSET et al., 1996; SIMMONS & VOSS, 1998) e secundária (BROSSET et al., 1996; ESBÉRARD, 2003), pomares (ESBÉRARD et al., 1996a) e áreas rurais (BREDT & UIEDA, 1996). Abriga-se em cavernas (BREDT et al., 1999; ESBÉRARD et al., 2005; MIRANDA & BERNARDI, 2006) ou frestas entre grandes blo- cos de rocha (GENOWAYS et al., 1981), mas tam- bém já foi encontrada em túnel de terra em área de mata (PERACCHI & ALBUQUERQUE, 1986) e em câmara Maia subterrânea (FENTON et al., 2001). Grupos com até 20 indivíduos têm sido encontrados (BROSSET & CHARLES- DOMINIQUE, 1990), embora formações comMimom bennettii (Foto: Marco A. R. Mello -www.casadosmorcegos.org).
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