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LISTA BRASILEIRA

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Discuta o modelo brasileiro de industrialização por substituição de importações: Conceito, origem, etapas. 
A PSI é um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e a diminuição das suas importações, trata-se de um modelo de planejamento a favor da industrialização tardia de caráter capitalista.
Até o período da Republica Velha a economia do Brasil dependia quase unicamente do bom desempenho das exportações que eram restritas para algumas commodities agrícolas. O bom desempenho dependia das condições do mercado internacional de café, e a variável chave era o preço internacional dele. A demanda aumentava em momentos de prosperidade e reduzia quando os países ocidentais entravam em crise ou em guerra. Desta forma as crises internacionais causavam problemas muito grandes nas exportações brasileiras criando sérios problemas para toda a economia, pois quase todas as atividades dependiam do setor exportador de café. 
As condições do mercado internacional de café tendiam a se agravar à medida que as plantações de café no Brasil aumentavam. A depressão no mercado internacional de café logo fez com que os preços diminuíssem o que obrigou o governo a criar incentivos a fim de proteger o setor, uma vez que a taxa de cambio desvalorizou e barateou o produto, isso deixou claro que a dependência era insustentável. A crise de 1930 trouxe à tona a necessidade da industrialização e passou a ser a prioridade do Estado. A forma assumida pela industrialização foi o Processo de substituição de importações. Devido a esse estrangulamento externo houve a necessidade de produzir internamente o que antes era importado. O PSI completa-se no Brasil no final da década de 1970, voltado a substituir importações de bens intermediários e de capital, que ainda impunham barreiras à produção interna. Em cada uma dessas fases houve alguma categoria de bens que predominou, mas a cada onda de substituição novos bens de todas as outras categorias eram substituídos, mostrando a interdependência setorial do sistema. 
As etapas do processo aconteciam da seguinte forma: Iniciava-se com um estrangulamento externo gerando escassez de divisas; o governo tentava controlar a crise por meio de medidas que dificultam as importações e acabavam protegendo a indústria nacional; Com isso gerava-se uma onda de investimentos nos setores industrial, aumentando a renda nacional e a demanda agregada; desta forma surgia um novo estrangulamento externo em função do próprio crescimento da demanda 
Assinale as alternativas verdadeiras.
Verdadeira, isso é uma característica do mercado de café que apresenta elasticidade preço da demanda inferior à unidade. 
Falsa, a crise de 29 junto com as politicas do governo para combatê-la, tiveram muita influencia sobre a direção da economia brasileira. 
Falsa, não aconteceu inspiração nas teorias de Keynes de sustentação do nível de renda.
Verdadeira, neste período aumentou também o consumo de bens de capitais e intermediários e a agricultura de fato cresceu a taxas inferiores a indústria.
Falsa, conforme avançava a industrialização de substituição de importações no país aumentava as importações por bens de capital, insumos e outros e reduziu a participação dos bens de consumo manufaturados.
Analisando-se a politica econômica do Brasil nos anos anteriores ao governo militar, na primeira metade da década de 1960, pode-se assinalar que:
Verdadeira, aconteceram tentativas de estabilização da moeda, isso ocorreu no governo de Jânio Quadros e no Plano Trienal no governo de Joao Goulart, mas nenhuma delas teve êxito em controlar a inflação de forma permanente.
Verdadeira; o ambiente de instabilidade política é considerado como uma das causas da instabilidade econômica que aconteceu naquela época. 
A respeito da estratégia de industrialização por substituição de importações típica do desenvolvimento da economia brasileira nas três décadas subsequentes a Grande Depressão, é correta afirmar que:
Verdadeira, a afirmação descreve a situação econômica do período em relação ao mercado cambial e a importância dele na administração da demanda brasileira por importações e seu impacto sobre a industrialização. 
Falsa, a ênfase da ISI nas décadas de 1930 e 1940 estava focada na produção de bens de consumo não duráveis, não apenas estes bens, mas ele era o principal. 
Verdadeira, a ISI apresentou alguns resultados negativos como a concentração regional nos estados do Sudeste.
Verdadeira, para a implementação da estratégia do ISI foram de fato usados estes instrumentos econômicos. 
 Mostre as causas do estrangulamento externo e do esgotamento do modelo agroexportador baseado no café 1929-30.
O estrangulamento externo - decorrente do estancamento das exportações de café desde meados dos anos 1920. Ao mesmo tempo em que diminuíam as divisas externas, aumentavam os encargos da dívida externa, contraída para financiar os estoques do produto, além do país ser inundado com produtos industriais importados.
O esgotamento do modelo agroexportador - O deslocamento do eixo dinâmico da economia brasileira para o café provocou um forte impulso ao crescimento econômico do país e contribuiu para a transição do trabalho escravo para o assalariado e transferiu para o Centro-Sul o núcleo central do desenvolvimento econômico do país. Esse modelo se esgotou ao longo dos anos 20.
Indique as principais medidas do programa econômico-social do governo Getulio Vargas, apontando suas consequências. 
As medidas tomadas no período do governo provisório buscavam minar o poder da antiga oligarquia rural, que era à base da República anterior, as medidas foram:
Sistema eleitoral: Reformas no sistema e após isso consultar a população sobre a escolha dos seus representantes, com poderes amplos de constituintes; 
Educação: Criar condições para a melhoria da educação da elite com o incentivo aos cursos secundários e universitários, que seriam necessários aos esforços de modernização.
Trabalhista: Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio em 1930, concedendo algumas reivindicações históricas dos trabalhadores. O controle sobre os sindicados também era uma preocupação do governo e, em 1931, foi decretada a Lei de sindicalização, que garantia a intervenção do Estado nas instituições sindicais. 
Sistema tributário: Reviu o sistema para amparar a produção nacional.
Indique as medidas adotadas para viabilizar o deslocamento do eixo dinâmico da economia brasileira para a indústria. 
As medidas adotadas para viabilizar o deslocamento do eixo dinâmico foi a defesa da demanda agregada e as medidas de combate à crise cambial. As principais medidas para combater a crise cambial foram a suspensão de parte dos pagamentos da dívida externa e negociação, controle do cambio, desvalorização da moeda nacional, elevação das tarifas de importação. Já a defesa da demanda agregada se sustentou com a nova política de defesa do café, e a criação do Conselho Nacional do Café, o governo se deteve em tentar impedir que o preço do café continuasse caindo e os recursos para compra dos excedentes, ao invés de serem externos, passaram a ser proporcionados pelo governo através de emissões monetárias que alavancavam crédito, também houve destruição dos estoques acumulados.
Em 1898, o Brasil negociou empréstimo de consolidação com credores externos. Para isso, o país teve que implantar um plano de estabilização e atender as seguintes exigências: 
Falsa, o governo federal até 1906 se recusou a assumir a responsabilidade de manter o preço do café no mercado internacional, isso só foi feito após 1906.
Verdadeira, este foi parte do acordo para refinanciar a divida externa.
Falsa, no governo de Campos Salles foram comprimidos ambos os gastos e ampliadas às receitas, o crescimento do investimento se deu no governo seguinte apenas.
O processo de industrialização foi objeto de interpretações e intenso debate. Sobre o processo de industrialização e suas interpretações é correto afirmar que:
Falsa, antes de 1930 a industrialização no Brasilera objeto de controvérsia, existia maior concordância de que a industrialização aumenta nos momentos de ascensão da economia cafeeira.
Falsa, a expansão da cafeicultura em São Paulo trouxe consequência na concentração do setor industrial com algum atraso temporal.
Falsa, não há atitude deliberada neste sentido nem ideia de intenção.
Quais foram às limitações, resultados e esgotamento do modelo brasileiro de industrialização por substituição de importações?
O PSI tinha limitações por conta de sua própria lógica: ao voltar-se para o mercado interno e sem difundir a produtividade com a mesma intensidade e velocidade no setor exportador, tornava o estrangulamento externo um problema comum a ser enfrentado tornando-se barreira ao crescimento industrial acelerado – que era o objetivo e a razão de ser do próprio modelo. À medida que o PSI avançava esperava-se que ficasse cada vez mais difícil substituir novas importações, pois crescia o volume de capital, a qualificação da mão-de-obra e o nível tecnológico necessários aos novos investimentos, mas o que acontecia era que à medida que o PSI se desenvolvia, vários problemas e contradições apareciam, dificultando sua continuidade e expansão.
À medida que o processo ia avançando, crescia as necessidades de financiamento e de poupança já que cada vez era necessário maior volume de capital. O fato de a tecnologia ser importada gerava pressão sobre o balanço de pagamentos, aguçando o estrangulamento externo. Mesmo com o fechamento do mercado interno, os produtores locais eram induzidos a utilizar as novas tecnologias capital-intensivas, além disso, os investidores estrangeiros, ao investirem, já traziam consigo as novas técnicas. O avanço do PSI fazia tornar mais nítida a contradição do modelo ele exigia para seu funcionamento, cada vez mais capital e mão-de-obra qualificada, que é escassa na América Latina, e liberava recursos naturais e mão-de-obra de baixa qualificação, justamente o que era abundante. O dualismo campo/cidade aprofundava-se e o êxodo rural contribuía para aumentar o desemprego. Dessa forma não havia população com poder aquisitivo para adquirir os produtos industriais.
O modelo de industrialização por substituição de importações está esgotado porque causa muitos desequilíbrios, como:
Indústria sem competitividade: Com tanta proteção que o governo dá à indústria, não há incentivos para os empresários investirem em aumento de produtividade, inovação e aprimoramento da qualidade do produto, pois eles não estão ameaçados pela concorrência internacional;
Desequilíbrio da balança comercial – À medida que aumenta a produção e a renda, há uma tendência para um aumento de importações daqueles produtos que a indústria não consegue atender. Porem nenhum país é auto-suficiente em todos os produtos, o que implica que as importações são necessárias. Se as exportações não acompanharem o ritmo das importações, o déficit é crescente. O problema é que a indústria não exporta, é voltada para dentro, cabendo ao setor da agricultura e pecuária exportar. Como a política do Estado prioriza a indústria, a rendado campo migra para as cidades e o setor exportador não tem forças para gerar as divisas necessárias à manutenção da balança comercial;
Tendência à concentração de renda – Com o desincentivo à agricultura, há um êxodo rural para as cidades e para as indústrias, gerando concentração de renda nas cidades. O problema é que nas cidades a industrialização induzida tende a gerar economias de escala, concentrando o capital nas mãos de poucas empresas e gerando distorções graves de renda.
Instabilidade interna e externa: O Estado precisa de muitos recursos para operar este modelo, como medidas cambiais, incentivos fiscais, financiamentos e outros. Como ele não pode contar com as divisas da balança comercial, acaba recorrendo à emissão de moeda e empréstimos do exterior com isso surge graves problemas como a inflação, e a dívida externa.
Lista 02 – Segunda Era Vargas e JK.
Com base no livro “A ordem do progresso” (ABREU, Marcelo de Paiva) descreva os principais pontos e acontecimentos da política econômica adotada ao longo do segundo Governo de Getúlio Vargas.
A conjuntura encontrada pelo governo Vargas pode ser resumida, no setor interno, pela retomada do processo inflacionário e pela recorrência do desequilíbrio financeiro do setor público e, no setor externo, pela expectativa favorável devido à elevação do café e a mudança do governo dos Estados Unidos em relação ao financiamento dos programas de desenvolvimento do Brasil.
A política de comércio exterior apoiou-se em uma taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada e um regime de concessão de licença para importar. Essa liberalização na política de concessão impactou violentamente as reservas em moedas conversíveis que reduziram muito, Diante disto, em 1º de agosto de 1951 Sumoc define instruções para que a CEXIM reintroduza um regime mais severo de licenciamento
A balança comercial apresentou um pequeno superávit em 1951. Já, em 1952, a balança comercial foi deficitária e, além disto, houve o esgotamento das reservas internacionais e o acúmulo de atrasados comerciais. Em 1952 uma crise cambial que resultou na fratura de uma das pernas que deveria sustentar o projeto do governo Vargas. A política econômica teve como objetivos nesta primeira fase: comprimir as despesas governamentais, aumentar na medida do possível a arrecadação, adotar políticas monetária e creditícia contracionistas. Os três primeiros objetivos foram alcançados As despesas governamentais reduziram tanto que o investimento público decresceu cerca de 3% em termos reais. As receitas governamentais aumentaram devido à inflação, ao crescimento real da economia, à melhoria da eficiência do sistema arrecadador e ao extraordinário crescimento das importações. Houve um aumento do PIB em 4,9% em 1951 e 7,3% em 1952. O aumento das importações, nesse período, afetou positivamente o setor de serviços que apresentou maior crescimento e negativamente a produção industrial que apresentou as menores taxas anuais de crescimento. Este período (1951-1952) foi marcado pela elevação das taxas de investimento e o aumento da participação do setor privado no investimento global em detrimento dos investimentos do setor público. As fontes de financiamento para esse investimento foram a liberalização das importações e a política creditícia.
O primeiro semestre de 1953 foi marcado pela promulgação da Lei 1807 (Lei do Mercado Livre) e pelo empréstimo de US$300 milhões de dólares junto ao Eximbank. A Lei do Mercado Livre tinha como objetivo aumentar as exportações de gravosos sem prejudicar a receita proveniente do café e do cacau; e reduzir a propensão a importar. Para tal adotou cinco taxas de câmbio do lado da oferta e duas do lado da demanda.
O governo enfrentava dificuldades no plano social, pois em 23 de março de 1953 eclodiu a greve dos trabalhadores em São Paulo, que sinalizou um enfraquecimento das bases de sustentação desse governo. Com o objetivo de fortalecer a coesão do governo, Vargas fez uma reforma ministerial na qual o ministro da Fazenda Horácio Lafer foi substituído por Osvaldo Aranha e quem passou a ocupar a pasta do Ministérios do Trabalho foi João Goulart. Ao assumir o ministério, Aranha tomou como primeiras medidas a homogeneização do benefício dado às exportações; introduziu o sistema de pauta mínima e cobrou a liberação da 2ª parcela do empréstimo junto Eximbank.
A instrução 70 da Sumoc restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil e substituiu o controle quantitativo das importações pelo sistema de leilões Os primeiros resultados da instrução 70 foram positivos, houve superávit entre as exportações (FOB) e importações (CIF), e o governo aumentou significativamente suas receitas com a cobrança de ágios sobre as importações.
Apesar da elevada receita a União apresentou déficit público, em 1953, a inflação neste ano aumentou comparada com a do ano de 1952, isso seria explicado pelas desvalorizaçõescambiais resultantes da instrução 70 que pressionaram os custos das empresas conduzindo-as a reagir através do aumento de preços. O crescimento do PIB foi bem inferior ao dos anos anteriores, apesar do crescimento da indústria em 9,3%. O baixo crescimento do PIB foi devido ao baixo rendimento apresentado na agricultura e à estagnação do setor serviços. Os investimentos privados foram reduzidos neste ano, devido principalmente às restrições feitas às importações, os investimentos do governo não cresceram em termos reais mantendo-se constante como proporção do PIB.
O governo com objetivo de aumentar a receita cambial expediu, em junho de 1954, um decreto determinando preço mínimo elevado para o café. A política creditícia adotada por Aranha nesse período foi expansionista pela necessidade de atender às demandas imediatas dos estados bem como às pressões das indústrias para compensar as perdas devido ao aumento do salário e à instrução 70 da Sumoc.
O descontentamento com Vargas estava presente em todas as classes, desde trabalhadores até capitalista, ele não conseguiu contentar o amplo espectro da sociedade sem nenhuma mudança estrutural e sem o apoio da sociedade civil organizada. O governo Vargas estava isolado politicamente e ficou vulnerável ao golpe que o depôs em 1954.
“Os anos que fazem parte do intervalo 1956-1960 podem ser condiserados o auge da industrialização brasileira de PSI.” Diga se você concorda com esta afirmativa. Justifique.
Este período ficou conhecido como "Anos dourados", o presidente eleito era o Jucelino Kubitschek, que entrou para a história do país como a gestão presidencial na qual se registrou as maiores taxas de crescimento da economia brasileira. Com seu plano de metas ele previa altas taxas de crescimento econômico a partir da ampliação do setor industrial, com investimentos na produção de alguns setores, em particular aqueles necessários para o desenvolvimento da indústria de bens de capital. Este plano teve sucesso, neste período à economia do Brasil cresceu a taxas muito elevadas, porem estas medidas deixaram vários problemas de longo prazo para a econômica do país. O governo fazia investimentos no setor da indústria através da emissão de moeda, que gerou um processo inflacionário, e da abertura da economia ao capital estrangeiro que gerou uma continua desnacionalização econômica, pois as multinacionais passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia nacional.
Desta forma, acredito que o “Anos Dourados” foi uma fase da economia que houve muitos avanços, e provavelmente o crescimento do Brasil nunca mais chegará aos níveis daquele período. Por outro lado, estabeleceu-se no Brasil uma intensa dependência do capital estrangeiro, os incentivos que o governo dava não trouxeram desenvolvimento do país, pois os lucros obtidos neste processo voltavam para os países de origem das multinacionais, e as dívidas externas estão presentes até hoje. 
Quais os mecanismos de proteção à indústria nacional, adotados no PSI?
Desvalorização real do câmbio: Desvalorizar o câmbio nominal acima do aumento dos preços internos, deixando os produtos importados mais caros que os nacionais e desta forma incentivando a indústria nacional. Essa desvalorização favorecia o setor exportador, mas dificultava a importação de máquinas e equipamentos para à indústria, o que retraia o crescimento industrial;
Controle do câmbio: O governo impunha um sistema de licenças para importar que restringia o número de importadores e as importações. 
Taxas múltiplas de câmbio: O governo define vários tipos de taxas, criando um taxa para cada mercado, e acaba definindo as condições de cada um deles deixando os produtos importados de cada mercado mais caros que os nacionais, incentivando a indústria interna;
Elevação tarifas aduaneiras: Taxar os produtos importados, restringindo sua entrada no país.
Em que ponto a industrialização promovida por Getúlio Vargas se difere da industrialização promovida por JK?
Ambos os governos eram populistas e contavam com a simpatia para ganhar o seus eleitores. O governo de Getúlio Vargas foi caracterizado pela nacionalização da economia, ele adotou o modelo de PSI, criou as indústrias de base necessárias para impulsionar outros ramos industriais, queria proteger a indústria. A meta de Vargas era transformar o Brasil em um país independente, com capacidade e autonomia para atender o mercado interno e o externo. Em seu mandato a taxa de cambio era segmentada e desvalorizada para dificultar as exportações. Foi criado a Companhia Siderúrgica Nacional que foi muito importante na produção de aço, a Companhia Vale do Rio Doce, empresa responsável pela exploração dos diversos minerais utilizados pelas indústrias e criou a Petrobras, importante produtora de energia. Ele também desenvolveu a CLT, necessária para a organização das relações de trabalho que vinham sendo estabelecidas no país. 
Já com governo de JK o país passou por várias transformações, o cambio passou a ser flutuante e havia pouco investimento nacional por causa da mão de obra qualificada que era muito cara, ele não forçava a indústria nacional a se desenvolver. Foi um governo desenvolvimentista, promoveu a organização do espaço industrial brasileiro por meio da internacionalização da economia, essa medida abriu espaço para a entrada de capitais estrangeiros, em especial aqueles ligados à indústria automobilística. Nesse período o capital estatal era alocado principalmente em indústrias de base, energia e transportes, já o capital privado nacional concentrou-se no investimento de indústrias de bens de consumo não duráveis e o capital privado internacional voltado ao desenvolvimento de indústrias de bens de consumo duráveis.
A principal diferença no que diz respeito a industrialização dos dois governos é que Getulio Vargas não fazia questão de abrir a economia para capital estrangeiro, já JK queria desenvolver a qualquer custo. 
Qual o papel do Estado na industrialização brasileira entre os anos 30 e 60? E da agricultura?
A principal participação do Estado na industrialização do Brasil foi através das políticas cambiais, com a desvalorização real do câmbio, controle e taxas múltiplas de câmbio e elevação das tarifas aduaneiras. Todos esses mecanismos acabaram favorecendo investimentos nas indústrias, para aumentar a capacidade instalada e para criar novas indústrias. O governo criou uma estrutura institucional necessário para a propagação da indústria, através de leis trabalhistas. Gerou a infraestrutura básica, principalmente em transportes e energia, para que houvesse expansão do setor industrial. Atuou em setores de insumos básicos, que demandam alto investimento e risco. Além dessas contribuições, o governo foi o principal intermediário financeiro da época, concedendo financiamentos aos empresários.
O setor da agricultura foi importante porque era do campo que vinha grande parte da mão de obra e assim fornecia insumos para o desenvolvimento das indústrias, ela fornecia alimentos e matérias-primas para as cidades e industriais. A agricultura gerava divisas, através das exportações, que possibilitaram a importação de máquinas e equipamentos, e boa parte do mercado consumidor estava no campo e consumiam produtos industrializados e bens de capital.
(Anpec) Indique quais foram os objetivos do Plano de Metas, os instrumentos utilizados e a estratégia adotada para consecução de seus objetivos.
O plano de metas foi um programa que visava promover uma indústria integrada e madura no país, com foco no setor de bens de consumo duráveis. O plano era composto por 30 metas setoriais e mais a construção da nova capital, o plano contemplava cinco áreas, e as principais delas era a energia, o transporte e a indústria de base. 
Os instrumentos do plano de metas foram os investimentos estatais em infra-estrutura (transporte e energia elétrica), crédito com juros baixos e a longa carência por meio do Banco do Brasil e do BNDE, e os incentivos ao capital estrangeiros, que iam desde a Instrução113 da SOMOC, que permitia o investimento direto sem cobertura cambial, até uma série de isenções fiscais e garantias de mercado.
O cumprimento do plano de metas foi satisfatório, e a estratégia utilizado pelo governo para alcançar isso foi à criação de uma serie de comissões setoriais que administravam e criavam os incentivos necessários para atingir as metas setoriais, onde se visava atacar os pontos de estrangulamento existente e impedir que aparecesse novos, na oferta de infraestrutura e de bens intermediários para os novos setores. Outros setores eram tomados como pontos de germinação onde o investimento gerava demandas derivada que acarretavam novos investimentos, sustentando assim a taxa de crescimento do país. 
 Explique por que ocorrem estrangulamentos externos recorrentes na lógica de um modelo de substituição de importações.
A substituição de importações é uma resposta ao estrangulamento externo, este tinha uma tendência em se repetir sistematicamente ao longo do tempo, pode-se dizer que o motor do PSI era os estrangulamentos. Os investimentos são fatores muito importantes para determinar o ritmo de crescimento industrial, conforme o investimento e a produção cresciam, geravam-se pontos de estrangulamento em outros setores e com isso a demanda por bens nestes setores era atendida por importações. Com o tempo, esses objetos passam a ganhar investimentos, substituindo a importação por conta da incapacidade de manter os fluxos de importações Vários bens começaram a ser substituídos aos poucos, como os bens não duráveis, duráveis, intermediários e de capital. A logica era desenvolver no país para não precisar depender dos importados.
 
REFERENCIAS
JÚNIOR, José Aldoril dos Santos, Industrialização e modelo de substituição de importações no Brasil e na Argentina: Uma análise comparada, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC, 2004.
SOUZA, Nilson Araújo. Economia Brasileira Contemporânea: de Getúlio a Lula. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008
FONSECA, Pedro Cezar Dutra. O processo de substituição de importações. São Paulo: LCTE, 2003
TAVARES, Maria da Conceição. Auge e declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.
IANNI, Octavio. Estado e Planejamento no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
JOAQUIM, Francielen Rose. Plano de Metas e as consequências na industrialização brasileira. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolia - SC, 2008.
ABREU, Marcelo de Paiva. A Ordem do Progresso: Dois séculos de politica econômica no Brasil, 2 ed. Rio de Janeiro, 2014.

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