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2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 2.1 Conceitos básicos 2.1.1 Resíduos sólidos urbanos Resíduos sólidos, de diversas naturezas, são gerados, usualmente, nas residências e/ou nos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, exceto naqueles de atenção à saúde. O Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais ( LIMA-e-SILVA et al., 2002: 204- 205)conceitua resíduo sólido como: Todo e qualquer refugo, sobra ou detrito resultante da atividade humana, excetuando dejetos e outros materiais sólidos; pode estar em estado sólido ou semi-sólido. Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com sua natureza física (seco ou molhado), sua composição química (orgânico e inorgânico) e sua fonte geradora (domiciliar, industrial, hospitalar, etc.). Uma classificação que se sobrepõe a todas as demais é aquela que considera os riscos potenciais dos resíduos ao ambiente, dividindo-os em perigosos, inertes e não inertes, conforme a NBR10.004. 2.1.2 Resíduos especiais 2.1.2.1 Públicos Coletados em vias e logradouros públicos, a geração dessa classe de resíduos ocorre tanto pela ação da natureza (queda de folhas de árvores, acúmulo de terra e/ou areia carreadas pelo vento ou pelas chuvas), quanto pelas atividades de manutenção (capina, roçada), reparo e expansão do pavimento e das redes de instalações públicas e, particularmente, pelo mau uso do espaço público por parte de seus usuários, especialmente nas áreas de concentração da atividade comercial. 2.1.2.2 Dos estabelecimentos de saúde Resíduos sólidos contaminados, ou potencialmente contaminados, são gerados nos estabelecimentos de atenção à saúde (hospitais, clínicas e policlínicas médicas e/ou odontológicas, postos de saúde, clínicas veterinárias, farmácias etc.). 2.1.2.3 Da construção civil Restos de materiais como areia, madeira, telhas, peças cerâmicas, pedras, ferragem, peças de demolição, bem como terra e vegetação proveniente de obras de terraplenagem e escavações. 2.1.3 Chorume O chorume é um líquido viscoso resultante da decomposição da matéria orgânica presente no lixo. No Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais(LIMA-e-SILVA et al., 2002:48) a expressão é compreendida como “Líquido de cor escura, gerado a partir da decomposição da matéria orgânica existente no lixo. O chorume apresenta mau cheiro e um alto potencial poluidor”. 2.1.4 Coleta seletiva Consiste na separação de materiais recicláveis como papéis, vidros, plásticos e metais do restante do lixo, nas suas próprias fontes geradoras. A expressão coleta seletiva é compreendida pelo Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais (ART, 2001:48) como: (...) coleta dos materiais recicláveis previamente separados na fonte geradora. É uma etapa importante para a RECICLAGEM, uma vez que a seleção prévia dos recicláveis evita sua contaminação por outros componentes do lixo. A coleta seletiva contribui para a redução do volume de lixo a ser encaminhado para os ATERROS, ou outras formas de destinação final de resíduos. 2.1.5 Gestão integrada de resíduos sólidos urbanos Ações articuladas nas áreas normativa, operacional, financeira e de planejamento a serem desenvolvidas por uma administração municipal para coletar, tratar e dispor resíduos sólidos, obedecendo sempre aos critérios sanitários, ambientais e econômicos. 2.2 Principais sistemas de tratamento e disposição final 2.2.1 Lixão Disposição final inadequada de resíduos sólidos caracterizada pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública e, infelizmente, presente na maioria dos municípios, inclusive com catadores (entre eles crianças) trabalhando no local, o que provoca um grave problema social. 2.2.2 Aterro sanitário Segundo a norma ABNT NBR 8419/1984, aterro sanitário é: (...) uma técnica de disposição de resíduos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário. 2.2.3 Compostagem Processo biológico aeróbio, controlado, de transformação da matéria orgânica do lixo em húmus (composto orgânico utilizado como fertilizante de solos agrícolas), pela ação de microorganismos existentes no lixo. O Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais (LIMA-e-SILVA et al., 2002:59) conceitua compostagem como o: Processo de provocar a decomposição da MATÉRIA ORGÂNICA contida em restos orgânicos (animal ou vegetal) pela ação de microorganismos (bactérias e fungos). No processo de compostagem podem ser utilizados restos de comida e estercos e animais, p. ex.. O resultado deste processo é um HÚMUS produzido artificialmente, o COMPOSTO, que pode ser utilizado como adubo para fertilizar a terra para plantio. 2.2.4 Reciclagem A reciclagem pode ser entendida como o conjunto de procedimentos destinados à recuperação e à reintrodução de resíduos (ou rejeitos) das atividades humanas, como matériasprimas e/ou insumos de processos industriais, no ciclo produtivo, tendo em vista a produção de novos bens, idênticos ou similares àqueles de que se originaram os referidos resíduos ou rejeitos. 2.2.5 Incineração Trata-se da queima de materiais em alta temperatura (freqüentemente a uma temperatura acima de 900ºC), em uma mistura com uma quantidade apropriada de ar e durante um tempo preestabelecido. Nesse processo, os compostos orgânicos do lixo são reduzidos a seus constituintes minerais, principalmente, dióxido de carbono gasoso e vapor d’água e a sólidos inorgânicos (cinzas).
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