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PODER LOCAL E SOCIEDADE 
CARLA BARRÍGIO 
Contextualizando a América Latina e o Brasil 
 
O Brasil é um país em desenvolvimento, em um mundo repleto de mudanças políticas, 
econômicas e sociais. Tais mudanças influenciam diretamente no modo, na forma e no 
ritmo do desenvolvimento do nosso país. De modo muito sucinto podemos afirmar que o 
Neoliberalismo e a Globalização foram dois fenômenos mundiais que agiram diretamente 
no contexto brasileiro. 
 
Neste sentido, o Brasil enfrentou e ainda enfrenta um alto índice de analfabetismo, 
distorções evidentes na esfera do trabalho no que diz respeito às oportunidades e embora 
se tenha aumentado o investimento na melhor redistribuição de renda com programas 
específicos, como bolsa família, cartão família carioca — RJ —, renda cidadã – SP –, ainda 
existe uma desigualdade evidente de renda. Podemos constatar também que, no Brasil, há 
precárias condições habitacionais, incluindo saneamento básico e infraestrutura, bem 
como, altas taxas de mortalidade infantil e redução substancial nos direitos trabalhistas. 
 
Tais mudanças ocorridas, no Brasil, não aconteceram de uma hora para outra, entraram em 
cena a partir do avanço Neoliberal com o Consenso de Washington predominando assim que 
as nações periféricas se submetessem a programas de ampla abertura comercial e de 
desregulamentação de seus mercados financeiros e de trabalho, representando assim um 
retorcesso produtivo e social. 
 
Não podemos deixar de explicitar como se deu a entrada do Neoliberalismo na América 
Latina. Como expõe Mattoso (1995), com a crise da dívida externa em 1982, foram 
aplicadas condições pelos Organismos Internacionais como o Banco Mundial e o FMI (Fundo 
Monetário Internacional) e depois identificadas e ratificadas pelo Consenso de Washington. 
 
Assim, no decorrer das décadas de 1980 e 1990, o mundo foi afetado por políticas de corte 
neoliberal, que tem como característica a desregulamentação da economia e do Estado, 
além disso, ocorreu o abandono das políticas Keynesianas de pleno emprego e o corte das 
políticas sociais, em prol da regulação estabelecida pelo mercado. 
 
 
 
 
 
O que eram as políticas Keynesianas? 
O Pacto Fordismo–Keynesianismo criou, nos países de primeiro mundo, o Welfare State ou 
Estado de Bem-Estar Social que provia a população de vários serviços sociais 
governamentais. O Keynesianismo, além do pleno emprego, garantia também um padrão 
salarial. O Estado viabilizava salários indiretos através de Políticas Sociais Públicas, de 
forma que sobrava parte da renda para o consumo. As políticas sociais do Estado de Bem-
Estar Social se caracterizavam como universalistas, isto é, todos tinham acesso, 
independente de qualquer condição e não eram contributivas, assim se constituiam como 
um direito de cidadania. O Welfare State afirmava que o mercado, sem intervenções, 
gerava desigualdades sociais, devendo, portanto, o Estado intervir nesse mercado. Este 
processo ficou mundialmente conhecido como os 30 Anos Gloriosos. 
 
Como o Welfare State nasceu? O Welfare State foi constituído como uma resposta à 
crescente demanda por igualdade sociopolítica, através de movimentos sociais organizados 
que buscavam seus direitos. 
 
Por que o Welfare State não prosseguiu? O naufrágio desse sistema se deu pelo fato da 
mudança do paradigma produtivo, onde novas tecnologias se colocaram no cenário 
mundial, tais como a automação, a robótica, a microeletrônica, permitindo, como Ivo 
Lesbaupim (2000) afirma, uma flexibilização crescente dos processos de montagem, 
alterando a ideia de produção massificada e seriada. Introduzindo assim, novos métodos de 
gestão de organização nas empresas, exigindo-se um trabalhador mais qualificado e 
polivalente. O novo paradigma de produção flexível tinha que dar conta de resolver os 
problemas decorrentes do modelo Fordista. 
 
A então chamada Terceira Revolução Industrial diminui assim a demanda de trabalho vivo, 
apliando a população sobrante fazendo aumentar a exclusão social, econômica e política. 
 
O que foi a Globalização? A Globalização é outro fenômeno importante a ser entendido 
enquanto uma categoria de análise, porque não é algo novo. Conforme Moura (1998), a 
Globalização é tipicamente um produto comercial do fim da guerra fria e início da guerra 
econômica, que dividia o mundo entre países capitalistas e países socialistas. 
 
Há diversos conceitos de Globalização. Para Chenais (1996), a globalização é realmente a 
mundialização do capital. Mattoso (1995) chama o mesmo de financeirização. A 
financeirização tem como consequência a exclusão de países de terceiro mundo e 
continentes, o aumento da exclusão social nos países desenvolvidos e a desigualdade entre 
os países. 
 
De acordo com Ianni (1992), a Globalização é visível a partir dos anos 1980, um movimento 
complexo e de difícil definição caracterizado por mudanças em diferentes esferas da 
sociedade mundial e que altera substancialmente as relações, os processos e as estruturas 
sociais, econômicas e culturais, ainda que de modo desigual e contraditório. 
 
A Organização do Estado Brasileiro 
Nós, cidadãos, estamos incluidos em uma sociedade que está organizada assim: O Brasil 
quanto à forma de Estado é Federado que se constitui com a forma de governo 
republicana, com sistema de governo presidencialista, e vivemos um regime de governo 
como um Estado Democrático de Direito, através de uma democracia representativa. 
 
Vivemos em um Estado Democrático de direito conforme expressa nossa Constituição no 
caput do art. 1º. “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos estados e municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamento...” 
 
Os Entes do Estado Brasileiro 
O Estado Brasileiro é composto por quatro esferas de poder, a União, os estados, o Distrito 
Federal e os municípios. Nossa carta magna expõe, no Título III, que trata da Organização 
do Estado, no Capítulo I da Organização Político-administrativa: “Art. 18 A organização 
político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os estados, 
o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.” 
 
Podemos ressaltar ainda que os entes federativos são autônomos e isto lhes oferece mais 
abrangência de atuação e também não existe hierarquia entre eles, ou seja, nenhum é 
superior ao outro. 
 
A União abrange todo o território do país; os estados, por sua vez, possuem territórios 
menores que estão dentro da União; já os municípios têm territórios menores ainda 
inseridos dentro dos estados, ou seja, uma esfera está dentro da outra. 
 
As competências de cada um dos entes federativos estão dispostas na Constituição Federal. 
Entre os artigos 21 a 24 está à competência da União. Já as Constituições Estaduais e as 
Leis Orgânicas Municipais detalham as competências para as respectivas esferas. 
 
Importante dizer que a Constituição de 1988 não é muito detalhista quanto às 
competências dos estados, cabendo a Constituição Estadual defini-las, não podendo, de 
forma alguma, contradizer a Constituição Federal, sob o risco de se declarar uma 
inconstitucionalidade. 
 
Do mesmo modo, as Leis Orgânicas Municipais também podem ser declaradas 
inconstitucionais. 
 
 
A Reforma do Estado Brasileiro 
A reforma do Estado Brasileiro se configura a partir de uma série de fatos como a 
desestruturação e desestabilização da economia, através de reformas fiscais, que 
possibilitaram e favoreceram o endividamento interno e externo do país e com o 
desenvolvimento contínuo da inflação.Em 2010, muito se discutia sobre o Governo de Lula e Dilma ser uma alternativa de 
esquerda para a Mundialização. Teóricos, pesquisadores e otimistas viam uma saída para 
um novo rumo ao país que o distanciasse da crise global. Esses debates, na verdade, foram 
iniciados no Fórum Social Mundial de Belém, em janeiro de 2009. 
 
Nesse momento, no Brasil havia em evidência programas que visavam a essa estruturação tais 
como o Programa de Aceleração do Crescimento e o início do Minha Casa Minha Vida. 
 
Podemos afirmar, categoricamente, que o Brasil superou duas crises como o explica Alain 
Rouquié, em O Brasil no Século XXI: o nascimento de um novo grande: Na crise de 2002, o país 
viveu o enlouquecimento dos mercados financeiros o que conduziu à beira da bancarrota. O 
então presidente Lula compreendeu que a prioridade era a restauração da confiança, e seu 
Ministro das Finanças conseguiu uma recuperação. Três anos depois, o Brasil reembolsava, por 
antecipação, sua dívida com o FMI e anunciava que estava abrindo mão, dali em diante, dos 
altos custos de seus serviços; mais recentemente, emprestou dinheiro ao FMI. Na crise de 
2008, o país resistiu particularmente bem e rapidamente dela saiu, retomando o ritmo depois 
de uma breve recessão, com um crescimento da ordem de 5%. 
Hoje, em 2015, vivemos nova crise, com inflação, aumento de alimentos pertencentes à cesta 
básica, aumento de luz, água, combustíveis e impostos. Vivemos para além de uma crise de 
preços altos, uma crise de sustentabilidade, onde recursos de primeira necessidade 
encontram-se beirando a indisponibilidade a curto e médio prazo. A natureza muito tem 
deixado o mundo e o país com grandes necessidades que cabe ao homem, aos governantes e a 
cada cidadão se conscientizar para o melhor aproveitamento. Segundo o IBGE, a economia 
brasileira cresceu 0,1% em 2014, isto denota um resultado ruim considerando os últimos anos. 
 
Hoje, no Brasil, o que percebemos é o aumento gradativo de políticas privadas na área da 
Saúde, Previdência e Assistência. A reforma fiscal anunciada pelo novo governo Dilma, veio 
chancelar esses investimentos privados. 
 
Outras mudanças também vieram no final do primeiro governo Dilma. No mundo do trabalho, a 
Medida Provisória nº 665, de 30 de dezembro de 2014, alterou o seguro desemprego e o abono 
salarial. A medida provisória nº 664, também de 30 de dezembro de 2014, realizou alterações 
significativas no INSS, nas cooperativas e no funcionalismo público federal, e chocou a todos; 
mas era previsível frente às necessidades governamentais para a sustentabilidade das contas 
públicas. Muito se vem discutindo sobre a reforma previdenciária, e, dentro da proposta, o fim 
do fator previdenciário. Vale ressaltar que o fator foi instituído no governo de FHC. 
 
Embora a Constituição de 1988 assegure os direitos sociais e aponte a ideia de cidadania 
plena, o que vemos hoje é uma desconstrução dessa vertente, há uma quebra do modelo 
institucional-redistributivo que seria uma proteção social universalista e igualitária. 
 
É válido ainda citar que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (Brasília, 1995) 
elaborado pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, sob a 
responsabilidade do então Luiz Carlos Bresser Pereira, previa duas áreas como estratégicas 
para serem alteradas: A Reforma Administrativa e a Reforma da Previdência Social. 
 
Curiosamente, o final do Governo Dilma 2014, deu start para as alterações da Previdência 
Social. 
 
O Governo FHC, que antecedeu o Governo Lula, de acordo com Ivo Lesbaupim (2000), 
promoveu um verdadeiro “Desmonte da Nação” na medida em que reduziu, sistematicamente, 
os investimentos nas áreas (Saúde, Educação, Habitação e Assistência). 
Assim, fazendo uma breve análise histórica percebemos que o Brasil encontra-se ainda 
buscando soluções para problemas que não são de hoje, mas que perpassam décadas e 
governos sem que consigam resolvê-los. E é, nesse contexto, que o Brasil vem enfrentando 
dilemas que figuram como pano de fundo de debates que tomam as mídias, o senso comum e o 
povo brasileiro como um todo. 
 
O Cenário das Principais Políticas Públicas 
 
Cada um dos três últimos governos sistematizaram seus planos de ação no que tange às 
políticas públicas em grandes programas como veremos a seguir. 
 
O Governo Fernando Henrique Cardoso e o Comunidade Solidária 
Este foi um programa criado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que 
assinou o Decreto n. 1.366, de 12 de janeiro de 1995 e esteve vinculado diretamente à 
Casa Civil da Presidência da República, presidido pela então primeira-dama do país, Ruth 
Cardoso. Fazia parte da Rede de Proteção Social. A Rede de Proteção Social consistiu na 
junção de diferentes programas de cunho social que coordenavam esforços voltados à 
assistência da classe brasileira mais carente, definida a partir de parâmetros de renda e 
constituição familiar. O primeiro programa a ser ajustado foi o Renda Mínima, a partir da 
ação dos Ministros Clovis Carvalho, Paulo Renato de Souza e o ex-governador do Estado de 
São Paulo, José Serra, por intermédio da lei n. 9.533/97, visando a tratar os menos 
favorecidos de forma diferenciada, a fim de reduzir as diferenças entre as classes sociais. 
 
A partir de então, outros programas, como o Vale Gás — vinculado ao Ministério de Minas e 
Energia, o Bolsa Alimentação e o Bolsa Escola — vinculado ao Ministério da Educação, 
começaram a surgir, dando início à rede, e somando, em 2002, os esforços de 12 programas 
que já beneficiavam mais de 5 milhões de famílias. 
 
O Governo Lula e o Programa Fome Zero 
O Comunidade Solidária foi encerrado em dezembro de 2002, sendo substituído pelo 
Programa Fome Zero. Esse programa foi criado com o compromisso de alterar situações 
agudas de miséria e de contribuir para a mudança de paradigmas de segurança alimentar 
que impediam o crescimento do país. Dentre os programas de políticas específicas 
estavam: o Cartão-Alimentação, Alimentos Emergenciais, Estoques de Alimentos de 
Segurança, Educação para o Consumo Alimentar, ampliação do Programa de Alimentação 
do Trabalhador (PAT), Combate à Desnutrição e ampliação da Alimentação Escolar. O 
programa brasileiro de cartão-alimentação tem como objetivo fornecer crédito que deve 
ser utilizado na compra de alimentos ou mediante comprovação posterior via recibos ou 
notas fiscais. 
 
O Governo Dilma e o Programa Bolsa Família 
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda que beneficia famílias em 
situação de pobreza e extrema pobreza em todo país. Ele integra o Plano Brasil Sem 
Miséria que tem como foco de atuação milhões de brasileiros com renda familiar per capita 
a R$77,00 mensais, e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso a 
serviços públicos. O Bolsa Família possui três eixos: a transferência de renda promove o 
alívio imediato da pobreza, as condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais 
básicos nas áreas de Educação, Saúde e Assistência, e as ações e os programas 
complementares objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários 
consigam superar a situação de vulnerabilidade. (site: <www.mds.gov.br/bolsafamilia>) 
 
As Normas de Ordem Pública 
 
Normas de ordem pública são as constitucionais, processuais, as administrativas, as penais, 
as de organização judicária, as fiscais, as de polícia, as que deixam proteção daqueles que 
são incapazes relativamente e absolutamente; ainda se estabelece como normas de ordem 
pública aquelas que dispõem sobre organização familiar, e que colocam regras na 
organização econômica. 
 
Alguns exemplos de normas de ordem pública:A nossa Constituição Federal com os 
Princípios Constitucionais, o Código de Processo Civil, o Código Admnistrativo e seus 
correspondentes, o Código Penal. A exemplo de organização judiciária podemos citar o 
CODJERJ (Código de Organização Judiciária do Estado do Rio de Janeiro), no qual estão 
dispostas as normas que regem os Orgãos do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. 
As fiscais podem citar o CTN (Código Tributário Nacional) e toda a legislação que o 
acompanha. As de Polícia as normas das polícias Federal, Rodoviária Federal, da Polícia 
Militar, Civil e dos Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Os relativamente e absolutamente incapazes estão previstos no Código Civil e ainda nos 
Estatutos da Criança e do Adolescente. As normas de ordem pública que tratam da família 
estão dispostas no Código Civil e em diversas legislações infraconstitucionais. 
 
As Políticas Públicas e a Participação Popular 
Podemos dizer que o Presidente Lula foi um grande propagador de políticas públicas e 
incentivador delas, impulsionando-as a outro patamar. Alguns pensadores afirmam que Lula 
efetivamente dirigiu o país de forma mais democrática e com mais participação popular 
quando incentivou a participação dos cidadãos nas decisões do Governo. Houve uma 
difusão das conferências de políticas públicas nos últimos anos. E, junto com elas, a 
consonância da participação e da vontade dos cidadãos em muitas decisões de cunho 
gerencial governamental. 
 
As conferências abrem espaços antes não contemplados de pessoas interessadas em 
participar ativamente das decisões que dizem respeito ao desenvolvimento político, 
econômico e social de suas cidades, de seus estados e de seu país. O número de 
conferências que ocorriam no governo FHC não se compara ao número de conferências que 
ocorreram nos dois governos Lula e no primeiro Governo Dilma. Tal incentivo muito agrega 
a concepção das políticas públicas que se buscam para implantação. 
 
Uma decisão vinda de cima para baixo sem nenhuma participação dos interessados 
provavelmente não será de todo satisfatória e não contemplará o maior número possível, 
mas sim poderá ser mais uma política pública sem o seu verdadeiro sentido prático e 
objetivo. As políticas públicas devem contribuir para a melhoria das condições de vida dos 
cidadãos, seja das classes mais populares, dos setores marginalizados ou das classes mais 
abastadas. 
 
No Brasil, as experiências inovadoras de participação popular e de gestão, voltadas para a 
esfera social, ocorreram na segunda metade dos anos 1970, na ditadura militar, conforme 
denota Ivo Lesbaupim no livro Poder Local x Exclusão Social, 2000. 
 
As cidades, nesse período, foram adquirindo um protagonismo cada vez mais evidente na 
vida política, econômica e social. Nos últimos anos, isso vem despontando cada vez mais e 
aumentando em progressão geométrica. A participação popular tem se tornado discussão, e 
um tema de aulas de educação moral e cívica nas escolas, incentivando desde cedo 
crianças e jovens a terem voz e uma presença nos debates de que tipo de bairros e cidades 
deseja ter agora e no seu futuro. Isso denota um estímulo aos futuros cidadãos para que 
suas condutas e atitudes sejam condignas. 
 
Alguns autores dizem que as cidades são motores do desenvolvimento econômico. E através 
de suas conferências de forma sistemática isso se torna viável. 
 
O Neoliberalismo, tratado anteriormente de forma exagerada, provocou um desemprego 
em massa e a queda da arrecadação de muitos governos locais. Desta forma, várias 
cidades, no Brasil, reagiram criando objetivos de crescimento econômico e visando ao seu 
desenvolvimento urbanístico, buscando mais igualdade social e segurança pública. 
 
 
Os Cidadãos e a Sociedade 
 
De modo geral, podemos conceituar competência como a capacidade de agregar 
conhecimentos, habilidades e atitudes para agir de determinado modo. 
 
Dentro da sociedade, nós, indivíduos/cidadãos de direitos, possuimos competências 
individuais e coletivas, que se colocam nas diversas esferas onde atuamos, sejam elas na 
vida familiar, na cotidiana e na vida profissional. 
 
Na vida social/familiar, temos competências tais como a responsabilidade para gerir nossa 
casa, administrar nossas finanças, cuidar e zelar pelos nossos filhos, agregar valores e 
virtudes para a construção de uma convivência harmoniosa e pacífica. 
 
Na vida profissional, nos cabe possuir qualidades para empreender, buscar conhecer do 
trabalho para aprimora-lo, saber conviver em grupo, trabalhar em equipe, possuir espírito 
de grupo, nos compete ainda somar esforços para tornar o ambiente de trabalho mais 
propício e agradável. Essas competências movem a vida em sociedade. 
 
Não obstante, nós, os homens, seres capazes de racionalizar, devemos criar normas, 
regras, leis que tornem nossa convivência, nossa permanência, nossa caminhada mais 
terna, justa e saudável. 
 
Na esfera jurídica, a competência é muito importante porque através dela é que podemos 
conhecer e definir o que cabe a cada um. A responsabilidade que caberá a cada um dos 
atores sociais. 
 
A nós, cidadãos de direitos, cabe a responsabilidade de cumprir com as leis e, conforme 
dispõe o art. 3º, do Decreto-lei 4657 de 1942, chamado antes de Lei de Introdução ao 
Código Civil, e desde a publicação da Lei nº 12.376, de 2010, chamada de Lei de 
Introdução às normas do Direito Brasileiro: 
“Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.” 
 
Nesse artigo 3º, existe o princípio que ninguém pode alegar que desconhece a lei de modo 
que não se pode usar esse desconhecimento como uma desculpa. 
 
A relação do homem, em sociedade, perpassa por pensarmos nesse homem e seus direitos e 
deveres que vão desde os debatidos e aperfeiçoados como a Common Law, passando pelas 
leis promulgadas, legalmente previstas, escritas até aqueles direitos e deveres que advêm 
dos costumes, assim chamados direitos consuetudinários. 
 
A Common Law é o direito criado ou que passa por aperfeiçoamento e debates entre os 
juízes. Uma decisão aplicada em um caso anterior é aperfeiçoada e debatida para 
aplicação em casos posteriores. Assim, podemos dizer que são normas sancionadas pelos 
costumes, pelas jurisprudências. Tem origem no Direito medieval inglês. Esse sistema 
atualmente é o que está em voga no Reino Unido e em alguns países colonizados por eles. 
 
Expandindo o conhecimento acerca do direito consuetudinário, podemos dizer que é aquele 
baseado nos costumes falado anteriormente de forma sucinta que se define por ser uma 
norma moral que não precisa estar necessariamente escrita, e é uma prática de forma 
integral em países como Mongólia, Sri Lanka e Andorra. 
 
O Brasil constituiu seu ordenamento jurídico com base no direito positivado, ou seja, 
aquele direito escrito, previamente discutido e que se mantém através de uma norma que 
determina a conduta humana. Esse direito é votado, no Brasil, por um poder que possui 
competência para isso, no nosso caso o Legislativo, somente ele vota as leis. Mesmo as 
Medidas Provisórias, antigamente chamadas de Decreto Legislativo, advindas do Poder 
Executivo são submetidas ao Poder Legislativo e podem virar ou não leis promulgadas 
depois de votadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, no prazo estabelecido pela 
Constituição Federal de 45 dias, conforme explicita o Artigo 62, § 6º. 
 
O Direito, no Brasil, durante muito tempo ficou divido e foi discutido quanto à natureza 
jurídica entre matérias de ordem pública e matérias de ordem privada. No caso 
especificamente do direito de propriedade é válido dizer que,com o movimento chamado 
de Constitucionalização do direito privado ou Direito Civil Constitucional, várias questões 
que antes se resumiam a serem discutidas na esfera privada, nas relações interpessoais 
passaram a ter um debate mais ampliado e inserido dentro do campo de visão da 
Constituição Federal e dos princípios nelas explícitos e implícitos. 
 
Vale ressaltar que é possível ter normas constitucionais fora da própria Constituição 
Federal, tais como matérias tratadas no Código Tributário Nacional quando trata das 
imunidades, bem como no Código de Processo Penal quando aborda o Habeas Corpus e 
também a Lei 9507/97 que trata do Habeas Data. Esses são alguns exemplos de matérias 
constitucionais fora do texto da Constituição Federal. 
 
No caso da propriedade e do avanço de entendê-la, dentro dessa vertente do Direito Civil 
Constitucional, considerando ainda o aspecto da função social que é importantíssimo para a 
sociedade, pode-se afirmar que ela, hoje, se mantém nessa esfera ampliada, indo para 
além do simples debate de direito das coisas. 
 
Desse modo, o que acontece é que os interesses sociais prevalecem sobre os indivíduos, 
sem que sejam preteridos. 
 
A propriedade se insere dentro da sociedade e, desde a Constituição Federal de 1934, ela 
possui essa perspectiva da função social discutida anteriormente. A Constituição de 1988 
fortaleceu esse entendimento. 
 
O que é a propriedade propriamente dita? A propriedade está inserida dentro do Direito 
das Coisas, também chamado de direitos reais. O Direito Real é aquele vinculado a uma 
coisa material cuja característica é a da perenidade, ou seja, que tem uma continuidade. 
 
O Direito de Propriedade não morre, ele perpassa de uma pessoa para outra, é um direito 
transmitido aos seus herdeiros ou legatários. 
Segundo o Código Civil, de 2002, no Título III, que trata da Propriedade, no Capítulo I da 
propriedade em geral, na seção geral, no artigo 1228, direito de propriedade é de usar, 
gozar e dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de quem quer que injustamente os 
possua ou detenha. 
 
De forma muito resumida, falaremos a seguir para melhor entendimento das formas de 
aquisição da propriedade e posteriormente das formas de perda da propriedade. 
 
Existem as propriedades móveis e imóveis. No caso específico desta aula, cujo tema 
central é a propriedade urbana, falaremos especificamente da propriedade imóvel e suas 
formas de aquisição que seguem: 
 
Formas de aquisição da propriedade 
Existem diversas formas de aquisição, mas aqui iremos somente pontuá-las: aquisição por 
registro de título, aquisição por acessão e aquisição por usucapião. Todas as formas de 
aquisição estão devidamente tratadas no Código Civil de 2002 a partir do artigo 1238 até o 
artigo 1274. 
 
Formas de perda de propriedade 
As formas de perda da propriedade imóvel estão dispostas, no Código Civil, no artigo 1275, 
que segue: 
“Art. 1275 — Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: 
I - por alienação; 
II - pela renúncia; 
III - por abandono; 
IV - por perecimento da coisa; 
V - por desapropriação.” 
 
A Regulamentação da Propriedade Urbana e da Segurança 
A propriedade urbana está vinculada à ideia do bem-estar social que, por sua vez, está 
atrelada ao princípio da função social da propriedade. Desta forma, o homem enquanto um 
ser social, que vive em sociedade, tem o direito de adquirir e possuir bens que são 
importantes para sua subsistência, para a sua viva e sua convivência em sociedade de modo 
que tenha mais qualidade de vida e qualidade no cuidado com sua família. 
 
A Constituição Federal, no artigo 5º, que trata dos direitos e das garantias fundamentais 
nos incisos XXII, XXIII, XXIV e XXV trata da propriedade conforme a seguir: 
“Art. 5º: (...) 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, 
ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.” 
 
A propriedade urbana se constitui nas cidades sejam elas de pequeno ou grande porte. Do 
mesmo modo que o direito garante ao homem usar, gozar e usufruir da propriedade cabe 
ao homem também responsabilidades de manutenção dessa propriedade. Tais 
responsabilidades perpassam a manutenção preventiva do imóvel, o pagamento das 
obrigações tais quais, os aluguéis, os condomínios; o pagamento dos impostos, das taxas, 
das contribuições e das tarifas vinculadas a esta propriedade. 
 
Há impostos sobre a propriedade que são de competência da União e também de 
competência dos municípios. É de competência da União o ITR (imposto sobre a 
propriedade territorial rural), já os municípios são responsáveis pelo IPTU (Imposto sobre a 
propriedade predial e territorial urbana). 
 
O IPTU incide sobre a propriedade urbana, ele tem como fato gerador a propriedade, o 
domínio útil, ou seja, a área onde está localizado ou a posse da propriedade imóvel na 
zona urbana ou de extensão urbana. Quem paga o IPTU é o proprietário ou aquele que 
mantém a posse. 
 
Alguns autores dizem que o IPTU tem o objetivo meramente fiscal, outros vão além desse 
entendimento e afirmam que também tem uma função social porque é utilizado como 
controle e mediação do preço da terra. 
 
Algumas taxas vinculadas ao imóvel são: a taxa de incêndio que é paga uma vez ao ano 
para o Corpo de Bombeiros; e a contribuição de iluminação pública que sua cobrança vem 
junto com a conta de luz. 
 
Ao adquirir um bem imóvel, uma propriedade urbana, o homem estabelece um vínculo 
legal com o estado, passando a ter responsabilidades permanentes e, quando não 
cumpridas, podem gerar um ônus a esse homem. 
No caso do contribuinte não arcar com suas responsabilidades perante o município e não 
pagar o seu IPTU esse contribuinte certamente irá ser inserido na dívida ativa do Município, 
sendo agora devedor do município com o nome e o CPF colocados na Dívida Ativa. Isso 
implica uma certidão positiva quanto a débitos fiscais diante do município onde aquela 
propriedade está inadimplente. 
 
A Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, estudada na aula anterior, que trata do 
Estatuto da Cidade também aborda questões envolvendo o IPTU que valem ser 
aprofundadas para um melhor entendimento sobre o tema. 
 
Vale dizer que as obrigações oriundas dos bens imóveis são chamadas de Propter rem, 
obrigações que advém da coisa, obrigações que se caracterizam pelo vínculo com a coisa. 
Um exemplo claro é o pagamento do condomínio, que caso o imóvel tenha dívidas com o 
condomínio no qual esteja situado e mesmo que este seja vendido, essa dívida acompanha 
o imóvel, sendo absorvida pelo novo proprietário mesmo que não tenha sido ele a contrai-
la. 
 
Assim, podemos entender que existem normas no Direito brasileiro, que definem a forma 
como o homem fará uso, gozo e como irá usufruir dessa propriedade de tal modo, que 
qualquer rompimento com as regras predeterminadas causam algum ônus ou prejuízo a 
este homem. 
 
A desapropriação é uma medida adotada pelo Estado e pode ter o viés de punibilidade 
quando for por interesse social. 
 
O poder de expropriar é exclusivo do Estado. Como vimos anteriormente a Constituição 
Federal fala de três motivos que podem levar à desapropriação, que são eles: necessidade 
pública,a utilidade pública e o interesse social. 
 
Diz-se que quando é por interesse social tem um caráter punitivo pelo fato de que a 
propriedade descumpriu coma função social e por isso haverá a desapropriação com 
indenização de títulos da dívida pública. 
 
Exemplos de desapropriação por interesse público são a reforma agrária e para realização 
de políticas públicas. 
A reforma agrária tem como propósito a criação de uma igualdade entre as pessoas e a 
maior eficiência econômica. Toda a área que é desapropriada passa a pertencer ao Estado 
que, na reforma agrária, passa a propriedade e a posse a algum cidadão de modo que este 
possa ocupá-la e torná-la útil, explorando suas potencialidades e exercendo a função social 
da terra. O entendimento máximo da reforma agrária é de que quando o Estado repassa a 
terra ele estaria fazendo justiça social. A maior eficiência econômica se dá pelo fato da 
terra não permanecer ociosa e ter mais produtividade. 
 
O modelo capitalista de desenvolvimento atribuiu muita terra para poucos e alguns sem 
nenhuma terra. Este sistema é conhecido como latifundiário, onde se constituem duas 
classes sociais, a dos proprietários de terras e dos trabalhadores que recebem salários pelo 
trabalho e serviços prestados. A reforma agrária muda essa relação entre as duas classes. A 
reforma agrária não alcança terras que estejam produzindo. Ela atinge especificamente 
terras improdutivas. 
 
A propriedade urbana cumpre a função social quando segue rigorosamente tudo que está 
previsto no Plano Diretor do Município. Vale destacar a importância do Plano Diretor como 
um instrumento para a execução das políticas urbanas, para facilitação do trabalho dos 
gestores, administradores e fiscalizadores. O Plano Diretor direciona a forma de gestão 
atuando fortemente e dirigindo ações e políticas públicas. 
 
Para atuar de forma eficaz na fiscalização o Estado utiliza de meios legais. Assim, o Estado, 
através do seu poder fiscal que diz respeito ao poder de controlar as contas públicas, os 
seus gastos, as suas receitas e gerir o seu patrimônio, se guarda e se administra. Essa 
administração pressupõe ter órgãos e pessoas capazes de controlar, calcular e auditar as 
contas públicas. 
 
Esse controle se dá por meio das Procuradorias, das Secretarias de Fazenda, dos Tribunais 
de contas. 
 
O Estado atua ainda para atingir seus objetivos e o bem-comum como agente, através do 
poder de polícia. Podemos enfatizar que esse poder não se restringe literalmente à 
capacidade técnica operacional do Estado em manter a lei e a ordem por meio de 
policiamento extensivo nas cidades, mas sim ao poder de polícia de forma abrangente, 
ampliado, enquanto um Estado gerencial, administrador e fiscalizador, e mantenedor da 
ordem social, do controle público e do bem-estar social, coletivo. 
É fato que o tema segurança é importante em qualquer espaço público, é evidente a 
necessidade do Estado em suprir a lei e a ordem, isso é fundamental para todos os 
indivíduos inseridos na sociedade, bem como para o perfeito andamento da sociedade e das 
administrações públicas. Um Estado caótico, em crise, em estado de sítio, em guerra, sai 
da normalidade e modifica muitas vezes seu modus operandi trazendo incertezas, caos, 
conflitos internos e ônus político, social e financeiro a toda a sua população. 
 
A lei e a ordem, previstas constitucionalmente, devem ser preservadas, e cabe à União, aos 
estados e os municípios essa responsabilidade. A segurança está prevista na Constituição 
Federal, no artigo 144, conforme expressa a seguir: 
“Art. 144 A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
 I - polícia federal; 
 II - polícia rodoviária federal; 
 III - polícia ferroviária federal; 
 IV - polícias civis; 
 V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.” 
 
 
A Competência dos Municípios 
A competência dos municípios está prevista na Constituição de 1988 no artigo 30 e incisos. 
O inciso I afirma que compete ao município legislar sobre os assuntos de interesse local e 
neste sentido é que a Lei Orgânica Municipal se apresenta. 
 
A Lei Orgânica Municipal 
Está prevista na Constituição Federal, no artigo 29, e esse artigo é muito importante 
porque define de que forma a Lei Orgânica Municipal será votada. Segue o texto 
constitucional: “Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, 
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara 
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na 
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos.” 
 
Diz-se que a Lei Orgânica, criada pelos municípios, é uma forma de auto-organização, é a 
forma legal que os muncípios têm de estabelecerem suas normas para melhor conduzir sua 
administração e gestão. Cada Município tem a competência de criar sua própria lei 
orgânica. 
 
Podemos ressaltar, conforme Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Junior 
sustentam que o poder constituinte decorrente não foi extendido aos municípios, enquanto 
os estados emitem suas próprias constituições os municípios criam leis orgânicas. Portato, 
importante dizer ainda que os municípios exercem função legislativa e executiva. As leis 
orgânicas, para serem elaboradas, seguem as regras dispostas na própria Constituição 
Federal nos artigos 29 e 29-A. 
 
Ou seja, a lei orgânica como já dito anteriormente deve seguir os preceitos da Constituição 
Federal e também das constituições estaduais sob a possiblidade de ser declarada uma 
inconstitucionalidade. Por isso é de suma importância que, no tocante à elaboração das leis 
orgânicas, os municípios tenham muita cautela para não realizarem nenhuma incongruência 
constitucional. 
 
A Lei Orgânica na Cidade do Rio de Janeiro 
A Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro data de 05 de abril de 1990. Esse texto já 
teve várias emendas. 
 
A História da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro 
“A partir de 1977 o Palácio Pedro Ernesto passou a abrigar a Câmara Municipal, com 
vereadores eleitos na cidade que se tornara capital do novo Estado do Rio de Janeiro. 
Finalmente, em 1990, foi promulgada a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, 
observando os princípios estabelecidos na Constituição da República (1988) e na 
Constituição do Estado (1989). Esta regulamenta a política para os diversos setores, desde 
a agricultura à saúde, passando pela educação e assistência social, saneamento básico, 
transportes e meio ambiente da cidade.” Fonte: <http://www.camara.rj.gov.br/historia> 
 
O que podemos constatar é que muito avançamos no tempo e em tecnologias, e a 
sociedade muito evoluiu, tendo o povo carioca participado ativamente em decisões de 
suma importância para a cidade. Observamos pelas mídias, televisão e jornais a 
participação do povo em grandes debates nos últimos anos. Podemos exemplificar a 
importância da lei orgânica e das decisões que dela derivam como a isenção de pagamento 
de tarifas no transporte público para as crianças de 4 anos, 11 meses e 29 dias, desde que 
não ocupem poltronas. Outro exemplo significativo é a revitalização do porto, com o 
Projeto Porto Maravilha que tem os parâmetros de suas obras e de sua estrutura, daquilo 
que pode ou não ser feito dentro da Lei Orgânica. 
 
Desta forma, percebemos que a lei orgânica é muito importante para o pleno 
desenvolvimento das cidades porque nelas contém diversos assuntos pertinentes à boa 
conduçãopor parte dos gestores. A lei orgânica trata desde assuntos sobre pavimentação, 
gestão, organização, administração das regiões administrativas, sobre o recebimento das 
contas públicas, sobre quem e como se dará o controle dessas contas pelo Tribunal de 
Contas do Município, como um ator importante no controle externo. 
 
A Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro é considerada uma lei exemplar que, como 
dito anteriormente, possui algumas emendas e hoje é de competência da Procuradoria do 
Município manter sua publicidade. 
 
O Estatuto das Cidades 
A Constituição Federal prevê que haja o desenvolvimento urbano, e para tal há a 
necessidade de que as funções sociais das cidades estejam viabilizadas de modo a garantir 
o bem-estar e a cidadania dos seus habitantes. 
 
As funções sociais das cidades se estabelecem, desde as condições de moradia condignas, 
com saneamento básico, oferecendo condições básicas de água encanada e energia 
elétrica. O desenvolvimento urbano também corresponde a oferecer segurança pública de 
qualidade de modo manter a lei e a ordem nas cidades, bem como oferecer infraestrutura 
como pavimentação, urbanização, lazer constituído de praças e locais de convivência 
coletiva. A vida urbana ainda se constitui em oferecer o tripé constitucionalmente previsto 
da seguridade social, saúde qualificada, previdência e assistência social para amparar 
aqueles que não dispõem de meios de subsistência que de fato condizem com o princípio 
constitucional da dignidade da pessoa humana. 
 
Não podemos esquecer a função social contida na área do trabalho, das empresas que 
possuem uma função social quando mantém milhares de empregos e sustentabilidade, 
fazendo gerar emprego e renda o que mantém as cidades equilibradas gerando maior 
crédito no mercado por fim fazendo girar a economia. 
 
“O Estatuto da Cidade sistematiza os vários instrumentos (administrativos, tributários, 
financeiros e jurídicos) de que o poder público e a sociedade dispõem para a perseguição 
desse fim. Dentre eles, sobressai o plano diretor, como um elemento estratégico da 
política de desenvolvimento e de expansão urbana. Sua formulação, execução e 
acompanhamento estão previstos como esforço conjunto do governo local e da população.” 
Fonte: 
<http://www.senado.gov.br/senado/Programas/EstatutodaCidade/introdu%C3%A7%C3%A3o.htm> 
 
A base e o fundamento para participação popular também está presente no Estatuto da 
Cidade que prevê audiências públicas, consultas e debates sobre temas de amplo interesse 
local. Desse modo, inclui acertadamente a particiapação popular no processo decisório. 
 
Outro fato de máxima relevância é o orçamento participativo, ou seja, a votação do 
orçamento de forma conjunta com a participação popular, de modo que o povo também 
contribua e decida sobre a forma do uso dos gastos públicos e também ajudando na 
fiscalização desse gasto atráves de controle. 
Fonte: <http://www.senado.gov.br/senado/Programas/EstatutodaCidade/oquee.htm> 
 
As Guardas Municipais e as Últimas Mudanças 
Vale Ressaltar que a Guarda Municipal, na cidade do Rio de Janeiro, não tinha poder de 
polícia, mas sim possuia a natureza de agente de proteção ao bem e ao patrimônio público. 
 
As Guardas Municipais foram dispostas na Constituição da República de 1988, mais 
precisamente no artigo 144, parágrafo § 8, como uma organização para proteger bens, 
serviços e instalações conforme dispuser a lei. 
 
Em 2014, isso mudou após a Presidente Dilma sacionar a Lei 13.022/2014 projeto este 
apresentado pelo então Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP). Essa lei foi aprovada pelo 
Congresso Nacional e gerou muitas divergências devido ao caráter histórico das guardas 
municipais. Depois dessa lei, as Guardas Municipais passaram a ter poder de polícia e 
podem atuar na proteção da população, no patrulhamento preventivo, no desenvolvimento 
de ações de prevenção à violência, em grandes eventos, e inclusive na proteção de 
autoridades e em ações conjuntas com demais orgãos de defesa civil. 
 
Entidades tais como aquelas ligadas aos direitos humanos e o Conselho de Comandantes 
Gerais das polícias militares e dos bombeiros militares foram contrários à lei. Está previsto 
na lei que os profissionais também deverão utilizar uniformes e equipamentos 
padronizados, incluindo armamento, os agentes poderão usar arma de fogo. A estrutura 
hierárquica não poderá ter denominação idêntica das forças militares. As guardas terão até 
2 anos para adaptação às novas regras. 
 
Os Conselhos de Direitos na Cidade do Rio de Janeiro 
De forma mais pragmática, nas cidades, o que percebemos é o investimento para a criação 
dos conselhos permanentes nas áreas de Saúde, Educação, Assistência Social. É 
interessante aos governantes incentivar a população na formulação, implementação e 
fiscalização de políticas públicas porque para ele, gestor, sua governança tem mais 
aprovação e tem mais amplitude de ações. Percebemos, cada vez mais, cidades investindo 
na gestão participativa. 
 
No Rio de Janeiro, a prefeitura mantém, em sua sede, em caráter permanente, os 
Conselhos de Assistência Social, de Saúde, de Educação, dos Portadores de Necessidades 
Especiais, do Idoso e da Criança e do Adolescente. Todos funcionam diariamente com 
funcionários do quadro estatutário da prefeitura e também contratados, e realizam 
periodicamente as assembleias para discussão de medidas a serem adotadas. Tais 
encontros são de ampla divulgação e visam à participação do maior número de pessoas 
possível. 
 
O que é então Poder Local? 
Chamamos de Poder Local de forma ampla, quando há uma organização comunitária, um 
prefeito, um governador, conseguem atuar no seu município, estado estimulando a 
capacidade de autotrasnformação. O poder local está no centro do conjunto de 
transformações que envolvem a descentralização, a desburocratização e a participação, 
bem como as chamadas novas "tecnologias urbanas". 
 
Isto é, quando há um incentivo e uma participação popular, que acarreta no que chamamos 
de gestão participativa. A população, em conjunto com seu governante, atuando no mesmo 
ritmo, propondo ideias, um conjunto de ações que visem ao desenvolvimento de 
determinada política pública ou de determinado melhoramento ao seu bairro, a sua cidade, 
ao seu estado. É ser protagonista nas atitudes e no desembaraço delas. 
 
A internet é uma grande aliada nesse avanço e nessa comunicação entre o povo, os 
parlamentares e o prefeito. Isso sem dúvidas colabora muito para a gestão participativa nas 
cidades, representando muito bem o poder local enquanto uma forma de força e de 
organização da comunidade de modo a satisfazer necessidades e interesses da sociedade 
como um todo. Percebemos também ações permanentes sobre o poder local advindas de 
reivindicações dos movimentos sociais organizados, que têm grande importância na 
participação política porque atuam diretamente nas demandas específicas e que 
proporcionam uma interlocução permanente com o poder público. 
 
O Meio Ambiente 
Entendemos por meio ambiente a biosfera que nos cerca na qual estão incluídos o ar que 
respiramos; a água que nos mantém vivos; o solo e os seres vivos que habitam o solo e seus 
pertences. E, dentro do meio ambiente, também existem objetos feitos pelo homem, por 
isso dizemos que o meio ambiente é composto dos seres vivos e não vivos que existem na 
Terra. O homem, interagindo com a natureza, consegue alterá-la através das suas 
construções por meio das máquinas e da sua própria ação humana. 
 
Dentro da natureza tudo está harmonicamente organizado, o homem, quando aplica sua 
força, mexe com esse equilíbrio, um terreno desmatadopode alterar completamente um 
ecossistema, pode dizimar uma espécie, pode trazer prejuízos completamente 
irremediáveis. 
 
O estudo do meio ambiente hoje e o tema da sustentabilidade são de total importância 
para a manutenção da própria integridade do homem, para a coexistência entre o homem e 
o meio ambiente e para o equilíbrio estrutural da natureza. 
 
A Ecologia é a parte da ciência que estuda a integração entre o homem e a natureza; é por 
intermédio desse conhecimento que o homem avança conhecendo a natureza e retirando 
dela recursos indispensáveis para ele e para o seu desenvolvimento. 
 
O homem se constitui predominantemente de forma gregária, é um ser que tem a 
tendência de organizar-se em grupos, hoje constituímos famílias; na antiguidade, o homem 
se organizava em aldeias, dentro de cavernas, em casebres, palafitas, barracas, sempre 
reunido em grupos com uma divisão certa de funções. 
 
Podemos, de forma sucinta, entender como o homem se estabelece na natureza tendo de 
um lado sua predisposição urbana, quando ele se organiza nas cidades. E ainda sua 
predisposição rural quando ocupa as terras, os campos, conduzindo sua vida e sua 
manutenção através da agricultura e da pecuária. 
Quando o homem se estabelece, nas cidades, necessariamente está inserido em uma 
complexa organização cultural, estrutural, organizacional, com um estilo de vida mais 
agitado, dinâmico e que exige dele mais modificações perante a natureza. Exige deste 
homem mais recursos desenvolvidos por ele, mais construções. 
 
Quando falamos de meio ambiente vem a nossa cabeça, espaços como uma floresta, um 
deserto, os mares, contudo, podemos afirmar categoricamente que as cidades são um 
grande meio ambiente, um ecossistema humano, com grande fluxo, com grandes 
modificações e com grande interação. 
 
As cidades surgiram da própria necessidade dos homens, surgiram de modo a atender as 
necessidades e conveniências e não em consequência de mudanças climáticas como os 
desertos. A cidade é, portanto um ambiente antrópico palavra derivado do grego anthropos 
(homem). 
 
Vale destacar ainda a capacidade do homem de ser uma espécie com uma capacidade 
ímpar de se adaptar a ambientes distintos e com diferenças climáticas rigorosas. Nesse 
aspecto a espécie humana se destaca, somos absolutamente capazes de grandes 
adaptações e de grande interação em ambientes muitas vezes inabitáveis, com 
características inóspitas. 
 
Nas cidades, vive a espécie do homem urbano, um ecossistema completamente construído 
pelo homem, adaptado as suas necessidades mais comuns. Por isso, vale destacar que um 
ecossistema é um ambiente natural, capaz de sustentar-se, autossuficiente, onde se produz 
naturalmente tudo que se faz importante. Já as cidades necessitam de várias matérias-
primas externas, e seus subprodutos gerados precisam ser eliminados, tais qual o lixo 
produzido, seus resíduos. Em um ecossistema natural tudo que é resíduo é reaproveitado 
naturalmente. 
 
Constantemente, nas cidades, discutem-se programas e projetos que pensem como 
eliminar esses subprodutos que geram a poluição e que são capazes de exterminar com 
cidades inteiras, capazes de contaminar os próprios cidadãos e causar problemas de saúde 
pública. 
 
Desta forma, entendemos mais facilmente a necessidade de ações eficientes e eficazes, 
dispostas em legislações, em um Plano Diretor, necessários para conduzir a melhor forma 
de gerenciar as cidades, trazendo a todos os seus integrantes, paz, tranquilidade, 
cidadania e boas condições de convivência. 
 
Logo, não se pode pensar hoje em um mundo evoluído, consciente, se não pensarmos em 
cidade organizada, capaz de discutir e analisar suas situações atuais e programar suas 
ações posteriores para um melhor aproveitamento de seus recursos naturais e da melhor 
forma de gerenciamento deles. 
 
 
O Bem-Estar dos Cidadãos e o Equilíbrio com o Meio Ambiente 
Os cidadãos, dentro do meio ambiente, são protagonistas do uso e do abuso dos recursos. 
São eles os detentores da capacidade de retirar da natureza aquilo que lhe é necessário e 
do mesmo modo devolver a ela aquilo que não mais lhe faz necessário. 
 
A forma como isso ocorre é que hoje vem sendo discutido e debatido pelo mundo inteiro. 
Escutamos nas grandes mídias, questões como a destruição da camada de ozônio; a emissão 
de gazes tóxicos; a destruição de lixo em camadas de solo fértil, causando dano 
permanente e contaminação; a poluição de mares, lagos e lagoas; a falta de água; a falta 
de energia; a dizimação de espécies; a falta de comida em continentes; o Sol como grande 
vilão para o extermínio da população mundial, por conta de doenças de pele como câncer, 
dentre tantos outros temas de total relevância. 
 
Todos esses debates acontecem há décadas e a cada nova geração ele vem sendo 
ampliado. Hoje, de fato, vivemos várias crises que, como dito antes, há muito já tinham 
sido previstas, mas o homem, dentro da sua arrogância e prepotência, não deu ouvido e 
hoje vive as crises e tenta superá-las com medidas paliativas. 
 
No Brasil, por exemplo, a crise hídrica há anos já era previsível, mas bastou a natureza ter 
seus revés para que ficasse claro o quanto nós precisamos dela e quanto nós a 
maltratamos. Do mesmo modo ocorre na crise de energia. 
 
Cidades inteiras, na África, passam pela fome, com um solo infértil, com a falta de 
recursos naturais de primeira necessidade como a água, devido as próprias características 
daquele ecossistema. 
É muito contraditório ver continentes com tão pouco recurso natural de primeira 
necessidade e ver outros com tantos recursos e os destruírem conscientemente, de forma 
irracional e sem nenhum controle. 
 
A sustentabilidade discutida mundialmente consiste hoje em um princípio moral, 
educacional, ético de que o uso dos recursos naturais não pode e não deve comprometer as 
gerações futuras. Não pode o homem de hoje usar recursos naturais sem planejamento, 
sem organização, sem moderação, esquecendo que a sua espécie tem a característica da 
continuidade, da perpetuação. 
 
Assim muitos estudos, debates e ideias foram levantados para melhorar a forma como o 
homem tem se utilizado desses recursos. E, por meio disso, chegou-se à concepção de 
desenvolvimento sustentável. Exemplos importantes hoje é o reflorestamento, isto é, o 
replantio de toda área verde desmatada. 
 
A Amazônia infelizmente é explorada por grandes empresas internacionais, mas cabem ao 
nosso Governo o controle e a fiscalização através dos nossos órgãos internos. Existe hoje 
um Ministério do Meio Ambiente e gerenciado por ele há órgãos setoriais de controle como 
o IBAMA, responsável por cuidar e zelar pelo nosso meio ambiente. 
 
Ainda fortalecendo essa fiscalização existe uma lei de crimes ambientais nº 9.605, de 12 de 
fevereiro de 1998, que foi criada para dar mais punibilidade a quem maltrata, denigre, 
destrói o meio ambiente. É ainda uma lei muito polêmica porque responsabiliza 
penalmente a pessoa jurídica. 
 
No Brasil, já existiram outras legislações que visavam a defender o meio ambiente, embora 
fossem um tanto quanto retrógradas por serem pouco severas, foram elas: o Código 
Florestal, instituído pela Lei nº 4771/65; o Código de Caça (Lei nº 5197/67); a Lei nº 
6938/81 (dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente); a Lei nº 7679/88 (dispõe 
sobre a proibição da pesca de espécies em período de reprodução), todas repletas de 
lacunas por onde o criminoso poderia esvair-se, e, atualmente, com dispositivos revogados 
pela nova Lei de Crimes Ambiental citada anteriormente. 
 
Vários programas, já conhecidos por todos nós, foramcriados para melhorar a relação 
homem x natureza e diminuir os impactos que gradativamente estamos causando contra a 
natureza e contra nós mesmos e nossas gerações futuras. 
Vislumbramos programas como o de coleta seletiva que visa a separar o lixo por categoria 
de produtos e contribuir para a reciclagem. Algumas cidades pequenas, no Brasil, atuam 
com projetos nesse ramo de forma muito eficaz. Aqui, na cidade do Rio de Janeiro, 
verificamos que a Comlurb — Companhia Municipal de Lixo Urbano — tem essa preocupação 
muito evidente e distribui pela cidade caçambas de lixo visando a incentivar e a mobilizar 
as pessoas para a conscientização da coleta seletiva, entretanto, vale destacar que a 
população pouco se mobiliza e ainda é sem educação porque ainda no século XXI joga lixo 
no chão. 
 
Percebemos ainda o interesse de grandes empresas em discutir esse tema e incentivar seus 
consumidores a terem essa consciência. Claro que também existe o interesse empresarial 
como pano de fundo da responsabilidade social das empresas, mas entendemos ser muito 
válido o objetivo, ainda que com outros interesses por trás, como isenções fiscais. 
 
Exemplo, no Rio de Janeiro, é a rede de mercados como Extra, antiga Sendas, Pão de 
Açúcar, Mundial que sistematicamente fazem a coleta seletiva de lixo e incentivam seus 
clientes a fazê-lo diretamente nas lojas com a coleta de garrafas pet. 
 
Organizações internacionais como WWF, Greenpeace, PETA lutam intensamente contra os 
desmandos do homem sobre a natureza. Não podemos pensar na continuidade da espécie 
humana se não pararmos para planejar os próximos meses, anos, décadas. Não é justo e 
sensato com as próximas gerações essa característica do imediatismo, de usarmos todos os 
recursos naturais de uma única vez. 
 
Nas cidades, o avanço populacional leva naturalmente a um avanço estrutural e com isso 
mais recursos naturais também são demandados como água, energia elétrica que também 
depende de água. O meio ambiente deve ser visto e analisado como um bem que deve ser 
muito cuidado e preservado para que as próximas gerações e as próprias cidades não sejam 
dizimadas pela sua própria torpeza. 
 
O Homem e sua Interação com o Mundo 
O Direito Internacional Público 
O Direito Internacional se divide entre Direito Internacional Público e Direito Internacional 
Privado. Veremos de forma breve suas diferenças. 
O Direito Internacional Público é pactual, igualitário, todos os países estão no mesmo pé de 
igualdade. Os poderes são iguais. O tratado não tem eficácia menor em determinado 
Estado. Na sociedade internacional não existe um Poder Legislativo. 
 
Existe entre os países membros um compromisso, significando que todos aqueles que 
assinam aquele tratado, ratificam o texto contido nele. O Estado membro é o país e tem 
sua soberania. 
 
O tratado tem por objetivo criar uma norma jurídica internacional, do mesmo modo as 
convenções também têm esse objetivo. Quando falamos do tratado estamos falando do 
gênero. 
 
No Direito Internacional Público também há sanção e uma espécie de punição são os 
embargos. 
 
Para que possamos melhor entender o DIP (Direito Internacional Público) podemos dizer 
que a sociedade interna, estatal, está vinculada a uma soberania, se subordina a uma 
ordem interna estatal. Compõe esta sociedade as pessoas físicas e jurídicas. Vige o 
Princípio da Autoridade de forma verticalizada. O poder, neste caso, existe e cria leis e 
esta lei é imposta a todos indistintamente que fazem parte dessa sociedade. 
 
A sociedade internacional se coloca de forma distinta, suas características são: é aberta, 
porque não existe nenhum impediemento para que qualquer pessoa internacional seja 
parte dela, paritária e universalista; como dito anteriormente não existe hieraquia entre os 
países membros. Os Estados se unem em assembleias internacionais através de seus 
representantes e ali discutem sobre algum projeto, sobre determinado tratado. 
 
Vale destacar que embora seja aberta, não significa dizer que qualquer país possa 
participar daquele determinado tratado. Exemplo disto é que o Brasil não pode participar 
ratificar da União Européia por se tratar de um Tratado específico para países situados na 
Europa. Do mesmo modo o Japão não está na América Latina e não pode ratificar o 
MERCOSUL. 
 
Quando há essa reunião dos Estados chamamos de Assembléia Internacional dos Estados. As 
pessoas internacionais são os Estados, as organizações internacionais e a pessoa humana. 
Do encontro das pessoas internacionais, por meio das assembleias surge uma Norma 
Jurídica Internacional chamada de Tratado. 
 
O Direito Internacional como dito antes é horizontalizado, não existe, portanto um poder 
que crie as normas jurídicas no Direito Internacional. As pessoas internacionais, através de 
seus representantes, é que criam essas normas internacionais, válidas para todos os 
Estados que a ratificaram. Toda discussão e decisão é com igualdade de condições entre os 
Estados. 
 
O ato da expressão da vontade da pessoa internacional é individual, é através de 
compromisso assumido, não há nenhuma espécie de coação, de poder superior que 
determine se um Estado deve ou não participar de um Tratado. 
 
Para mais aprofundamento do tema podemos avançar e citar o Decreto 4388/02, O Pacto 
de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional. No Brasil, o Pacto de Roma foi 
transformado em norma através desse decreto e, no artigo 5º, prevê os crimes de guerra e 
de genocídio. 
 
Quando falamos em pessoa humana entendemos o homem, o indivíduo, no sentido de que 
há leis que garantem direitos e deveres. Logo nos tratados isto também é observado e 
respeitado. 
 
E quando um tratado violar um direito de uma pessoa humana? Como agir? 
A princípio há a necessidade de esgotamento das instâncias internas daquele Estado que 
violou determinado Direito Humano. Depois de esgotadas, parte para acionar a Corte 
Internacional. 
 
Dessa forma, vai até a Corte Internacional de Direitos Humanos e promove uma ação contra 
aquele Estado que rompeu e que violou o Tratado. O objetivo principal para criar a Corte 
Internacional é dirimir conflitos internacionais. 
 
Outro tratado muito difundido e conhecido é o Pacto de São José da Costa Rica (Decreto nº 
678/92) que criou a Corte Internacional Americana de Direitos Humanos. 
 
Dizemos que quando um Estado ratifica um tratado ele fica subordinado àquele tratado. 
Interessante para esta aula é dizer ainda que o MERCOSUL, no qual o Brasil faz parte, criou 
uma corte para dirimir os conflitos. Na ausência da corte do MERCOSUL, atua a 
Organização Mundial do Comércio. 
 
Na ausência de uma corte para resolver conflitos internacionais, atua a Corte 
Internacional. 
 
Aprofundando um pouco mais sobre DIP podemos dizer que existem as pessoas 
internacionais já pontuadas anteriormente, os Estados, as Organizações Internacionais e os 
indivíduos (pessoa humana). 
 
Dentro dos países existem os conflitos internos, e classificamos algumas pessoas internas 
como: 
• Beligerantes e Insurgentes – É uma coletividade, um grupo de pessoas que por 
questões políticas se colocam insatisfeitos com o encaminhamento político de seu 
país e se insurgem contra. Exemplos: 
• Beligerantes: Colômbia (As Farc) 
• Insurgentes: Haiti (Presidente que foi deposto por forças populares) 
 
A diferença entre beligerantes e insurgentes é a organização, a estrutura enquanto grupo. 
 
Um dos princípios básicos do DIP é a não intervenção. Porém, há uma preocupação nos 
casos de guerra, porque há uma inquietação com o mínimo de humanismo. Por isso há um 
ramo do DireitoInternacional chamado Direito de Guerra e Paz, que se constitui de normas 
para tempos de guerra e de paz de modo que o mínimo de humanismo seja garantido, e os 
inocentes civis não sofram além do necessário, e haja menos sacrifícios possíveis. 
 
O tratado mais importante da humanidade é datado do século XI e estabeleceu o direito de 
finais de semana em tempos de guerra. A guerra parava às 15 horas do sábado e retornava 
na segunda-feira às 6 horas. Isto se deu para que pudessem enterrar seus mortos, cultuar 
seus povos. Outros acordos, ao longo dos anos, sobre as guerras dispuseram a respeito da 
proibição de armas que impussessem dor exagerada. 
 
 
 
 
A Convenção de Viena 
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre os Estados e Organizações 
Internacionais ou entre Organizações Internacionais de 1986 trata dos pincípios do livre 
consentimento, da boa-fé e da norma universalmente resconhecida. 
 
Algo relevante é que a Convenção de Viena, de 1969, foi criada em um momento em que as 
Organizações Internacionais não eram consideradas pessoas do Direito Internacional. 
 
A Convenção de Viena é muito explicativa, no seu artigo 2º, conceitua o que é um tratado. 
 
As Nações Unidas regulam o Estatuto da Corte Internacional. 
 
Na adesão, a pessoa internacional assume o compromisso de cumprir e fazer cumprir os 
termos do Tratado Internacional. O chefe do governo, o chefe de Estado é quem tem o 
poder com legitimidade de participar do tratado, é ele que impõe obrigações e assume os 
compromissos em nome do Estado que ele representa. Importante ressaltar que as pessoas 
internacionais não estão obrigadas a estarem em um tratado internacional sempre. Elas 
podem se desobrigar, e esse ato chama-se denúncia do tratado. 
 
Essa denúncia tem que ser aprovada pelos demais Estados membros com o objetivo de que 
não haja prejuízo aos demais Estados e também para que o denunciado não deixe de 
exercer compromissos vencidos. 
 
O compromisso internacional se materializa na troca de instrumentos ou no depósito. 
 
A troca de instrumentos é algo formal. Um Estado fica responsável em receber os 
instrumentos (ratificações). Um chefe de Estado vai ao outro Estado entregar. Existe uma 
formalidade. Através da comunicação diplomática o Estado responsável comunica aos 
demais. 
 
Os tratados têm o propósito da eternização, exceto aqueles criados para um fim, um 
objetivo específico. O tratado também pode se extinguir pela perda do objeto e se assim 
estiver estabelecido. 
 
Existe uma hieraquia entre os tratados, o artigo 103, da Carta das Nações Unidas, 
estabelece que, no caso de conflitos, prevalece esse tratado sobre os demais. 
Há autores que dizem que a Carta das Nações Unidas é chamada de Constituição do Mundo. 
 
A Convenção de Viena trata de nulidades dos tratados por erro e dolo, conforme artigo 46. 
 
Os tratados, conforme explicita o artigo 80, da Convenção de Viena, têm que ser 
registrados ao Secretariado da ONU (Organização das Nações Unidas). 
 
A Corte Internacional de Justiça, conforme vimos, faz parte da própria ONU só que algumas 
jurisprudências reconheceram que ela pode ser aplicada em outros conflitos. É assim 
conhecida como a corte da Sociedade Internacional, julgando ações de Estados contra 
Estados. 
 
O Direito Internacional Público no Brasil 
No caso específico do Brasil, que tem representatividade presidencialista, o presidente 
acumula a função de chefe de Estado e de chefe de governo. No Brasil, os auxiliares do 
presidente são os ministros de Estado. O Ministro chefe das Relações Exteriores é um 
chanceler de carreira. O Presidente do Brasil dá poderes ao Ministro das Relações 
Exteriores e ele então se chama plenipotenciário, ou seja, aquele que tem plenos poderes. 
No momento em que o Ministro assume a função ele passa a ter plenos poderes, ele não 
necessita de outorga presidencial, carta de plenos poderes específicos. 
 
Os diplomatas têm plenos poderes no caso dos tratados internacionais nos países em que 
ele se encontra. Plenipotenciários ad hoc são os militares, oficiais de alta patente em 
missão no exterior. O termo ad hoc vem do fato deles serem nomeados para a missão, têm 
um caráter de confiabilidade maior, envolve a noção de patriotismo, por isso a necessidade 
de serem militares. 
 
O Brasil recepcionou alguns tratados seguem alguns abaixo: 
 
• Decreto 19.841/45 Carta das Nações Unidas 
• Decreto 4388/02 Pacto de Roma — Tribunal Penal Internacional 
• Decreto 678/92 Pacto São José da Costa Rica 
 
No Brasil, a recepção do tratado é por meio de uma lei. Para o presidente fazer cumprir 
um tratado tem que criar uma lei. Então desta forma, ele ratifica e dá eficácia interna 
transformando o tratado em lei. Dá, portanto eficácia de lei. 
O presidente então promulga o Tratado Internacional (a Lei) e publica no Diário Oficial da 
União. Os atos do Poder Executivo se materializam em forma de decretos por isso todos os 
tratados recepcionados são decretos. 
 
Em caso de haver alguma incoerência jurídica, alguma incostitucionalidade, o Supremo 
Tribunal Federal, que é o protetor da Constituição Federal, irá atacar a lei que o 
recepcionou, o decreto que deu eficácia interna ao Tratado. 
 
Somente o Presidente da República pode obrigar e desobrigar o Brasil no Tratado. 
Importante dizer que se um tratado for internalizado como Emenda Constitucional ele terá 
eficácia de Norma Constitucional, que como estudamos na aula 2, as normas 
Constitucionais não estão restritas ao corpo do texto Constitucional. 
 
No Brasil, os Tratados de Direitos Humanos têm eficácia jurídica de normas supra legais, 
acima das leis abaixo apenas da Constituição. 
 
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) 
A mais conhecida e universalmente famosa organização internacional conhecida é a ONU e 
a que possui também maior generalidade de objetivos. Ela foi criada por um acordo 
Internacional que pôs fim à 2ª Guerra Mundial. 
 
O acordo que pôs fim à 1ª Guerra Mundial foi da Liga das Nações, que não foi muito 
objetivo porque não conseguiu evitar a 2ª Guerra Mundial, não teve sanções eficazes. A 
ONU quando nasceu, veio fortalecida de forma mais eficaz, mais objetiva. 
 
Atualmente, podemos afirmar categoricamente que o objetivo principal da ONU é a paz 
mundial. 
 
A ONU é constituída de órgãos internos, Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Corte 
Internacional de Justiça, Conselho Econômico. Estes são órgãos permanentes. 
 
A Assembleia Geral é o órgão mais importante da ONU, as decisões que ali são definidas 
têm caráter vinculante. A Carta Constitutiva da ONU data de 1945, chamada Carta de São 
Francisco. 
 
Direito Internacional Privado no Brasil 
É o ramo do Direito que estuda a solução de casos privados com presença de elemento 
estrangeiro. Os objetivos do Direito Internacional privado estão relacionados às pessoas 
internacionais, são interesses privados que tenham conexão internacional. Há um elo de 
interesse com mais de um Estado. 
 
Alguns exemplos explorados nesse ramo do Direito: 
 
• Conflitos que envolvam Direito de família e personalidade. Ex.: crianças que vão 
morar com pai ou mãe fora do Brasil sem autorização do outro responsável; 
• Conflitos envolvendo patrimônios constituídos fora do Brasil; 
• Contratos celebrados fora do Brasil; 
• Direitos de Sucessão que envolva personagens dentro e fora do Brasil e bens móveis 
e imóveis fora do país; 
• Questões envolvendo casamento no exterior; 
• Casos de nacionalidade de pessoas físicas e jurídicas; 
• Casos de deportação, expulsão e extradição. 
 
A Participação do Brasil nosOrganismos Internacionais 
 
A Missão no Haiti 
O Brasil participa ativamente e tem contribuído muito para diversos organismos 
internacionais, tanto no planejamento, na execução e no monitoramento de ações. 
 
Um exemplo muito atual é a participação do Brasil nas Missões de Paz da ONU, hoje, o 
Brasil participa ativamente de Missões no Haiti e no Líbano. E, no passado, o Brasil já 
participou de missão de paz no Timor Leste. 
 
Em números, o maior efetivo hoje no Haiti é do Brasil com a atuação das Forças Armadas. 
No Haiti, a participação do Brasil, na Missão das Nações Unidas, para a estabilização do 
Haiti (MINUSTAH) completou 11 anos, e nosso país não atua somente em ações visando à 
segurança mais também em ações humanitárias. A decisão de ajudar o Haiti partiu do 
Conselho de Segurança da ONU. 
 
O Brasil durante esses anos aperfeiçoou seus métodos de treinamento e suas instruções e 
criou um centro de treinamento específico para essas missões de paz. Na cidade do Rio de 
Janeiro, o Ministério da Defesa criou o CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz no 
Brasil) neste centro, hoje situado na Vila Militar, no bairro de Deodoro, a Marinha, o 
Exército e a Aeronáutica atuam em total sintonia oferecendo treinamento, capacitação e 
acompanhamento para todos os homens e mulheres que são encaminhados para as missões 
de paz e seus familiares, tanto militares quanto civis, recrutados especificamente pela 
própria ONU para atuarem como conselheiros nos países designados. 
 
O CCOPAB fica aberto ao público e oferece ainda cursos para cidadãos interessados e atua 
em parceria com a ONU recrutando civis interessados em participar dessas missões de paz. 
 
O Brasil desde o Governo de Getúlio Vargas tem a perspectiva de ocupar um assento 
permanente no Conselho de Segurança da ONU. No campo da geopolítica e do lobby 
internacional o Brasil viu essa interação e essa participação como uma oportunidade de 
alcançar essa meta, entretanto isso não foi o suficiente. 
 
Vale destacar que o Brasil já conseguiu ocupar uma cadeira rotativa no Conselho de 
Segurança. Fazem parte do Conselho de Segurança, de forma permanente, os Estados 
Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a China e a Rússia, e existem dez vagas temporárias sem 
qualquer poder de veto. O Brasil busca a ampliação do Conselho e há anos uma cadeira 
permanente. 
 
A composição do Conselho de Segurança está prevista na Carta das Nações Unidas, no 
artigo 23, § 1º. Na primeira parte do parágrafo estão os membros permanentes e na 
segunda estão dispostas as eleições dos membros permanentes. A terceira parte do 
parágrafo trata das eleições dos membros não permanentes. 
 
Importante dizer ainda que, em 2011, o Brasil recebeu 186 votos para, em 2012, assumir 
uma cadeira como membro do Conselho Econômico e Social da ONU. Essa votação deu 
direito ao Brasil de exercer um mandato de 3 anos. Esse Conselho tem por objeto o 
desenvolvimento mundial. 
 
A Missão no Líbano 
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano — UNIFIL — não tem o mesmo quantitativo de 
militares como no Haiti. Nessa missão, no Oriente Médio, está a Marinha do Brasil com uma 
de suas fragatas e quem comanda todas as embarcações e a missão desde 2011 são 
Comandantes da Marinha Brasileira. 
 
O Brasil também tem vinculação com outros organismos internacionais como o Banco 
Mundial, o FMI (Fundo Monetário Internacional), a UNESCO, a UNICEF, dentre outros. 
 
Com o Banco Mundial e com o FMI o Brasil tem convênios financeiros. Com a UNESCO e com 
a UNICEF o Brasil mantém convênios de cooperação técnica, visando ao melhoramento de 
políticas públicas nas áreas de Educação, Cultura e Desportos, bem como de avanços 
políticos nas áreas da criança e do adolescente, em programas que visem ao 
desenvolvimento da infância e da juventude no Brasil. 
 
A Repartição dos Poderes 
Exatamente pelo fato de vivermos em uma sociedade democrática, que se baseia nos 
direitos e deveres dos cidadãos, o Brasil estabeleceu sua forma de governar através dos 
três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Vivemos, portanto em uma sociedade que 
entende a participação popular além de algo importante, uma questão necessária que 
atribui valor nas decisões e que, de forma construtiva, quer buscar sua evolução social. 
 
Nesse sentido, como dito anteriormente, uma sociedade baseada na repartição dos 
poderes, também conhecida por teoria política, que tem suas origens na Grécia, sejam 
eles o executivo, o legislativo e judiciário que atuam de forma conjunta sem que nenhum 
deles esteja hierarquicamente sobre o outro. Todos os três poderes possuem autonomia. 
 
Essa forma de governar contribui para a democracia porque distribuindo o poder e não o 
concentrando evita qualquer poder absolutista, qualquer desmando de poder que se 
sobreponha aos interesses coletivos. 
 
Assim, podemos dizer que o poder executivo é competente para planejar, orientar, 
programar e executar as políticas públicas, e é o responsável por criar os planos de 
governo. O poder legislativo possui competência legislativa, administrativa e fiscalizadora. 
 
As funções legislativas se baseiam na criação das leis, em aprovar ou rejeitar projetos de 
lei, as funções fiscalizadoras se destinam a fiscalizar atos praticados pelo poder executivo 
e atos praticados por toda a administração pública. E, por fim, as funções administrativas 
visam à organização dos seus serviços internos, à regulação dos seus funcionários 
permanentes e transitórios. O poder Judiciário possui como principal função a jurisdicional, 
entretanto também possui uma função administrativa quando organiza todos os 
equipamentos e pessoal que o compõe. 
 
Dentro da União, o poder Executivo é exercido pelo Presidente da República nos estados 
pelo governador e nos municípios pelos prefeitos. O poder legislativo, na União, é exercido 
pelo Congresso Nacional composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, nos 
estados pelos deputados estaduais e nos municípios pelos vereadores. 
 
Considerações Importantes 
Ressaltamos que o Supremo Tribunal Federal é o tribunal de instância máxima dentro do 
território nacional, entretanto, como vimos na aula anterior, existe o Tribunal 
Internacional de Justiça também conhecido como Corte Internacional de Justiça e o 
Tribunal Internacional Penal que tratam de assuntos específicos. 
 
O Tribunal Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário da Organização das 
Nações Unidas. Tem sede em Haia, sendo criado em 1992 pela Carta das Nações Unidas. 
Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ele submetidos pelos estados e 
emitir pareceres sobre questões jurídicas apresentadas pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por órgãos e agências 
especializadas acreditadas pela Assembleia da ONU, de acordo com a Carta das Nações 
Unidas. 
O Tribunal Internacional de Justiça não deve ser confundido com a Corte Penal 
Internacional, que tem competência para julgar indivíduos e não Estados. 
 
Relevante também informar que o juiz militar atua nas auditorias militares, que são os 
órgãos de 1ª Instância da Justiça Militar e que os tribunais de justiça militares não são 
regra geral. O Tribunal de Justiça Militar é o órgão de 2ª instância da Justiça Militar, 
previsto no artigo 125, da Constituição Federal de 1988, contudo será criado somente nos 
estados em que o contingente de militares estaduais ultrapasse 20 mil integrantes. 
 
A Democratização e a Gestão Participativa 
Dentro da organização de cada um dos poderes vistos anteriormente há o desenvolvimento 
de canais em que são estabelecidos

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