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Disciplina: CCE0246 - MÁQUINAS de FLUXO Prof. ELCIO ALMEIDA RECIFE, agosto de 2016 Este material foi elaborado com base nas notas de aulas do Prof. João Roberto Barbosa, do ITA, e do Prof. Luiz Cordeiro da UERJ AULA - O2 TURBINAS A VAPOR MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Máquina de Fluxo (turbomachine) pode ser definida como um transformador de energia (sendo necessariamente o trabalho mecânico uma das formas de energia) no qual o meio operante é um fluido que, em sua passagem pela máquina, interage com um elemento rotativo, não se encontrando, em qualquer instante, confinado. Todas as máquinas de fluxo funcionam, teoricamente, segundo os mesmos princípios, o que traz a possibilidade de utilização do mesmo método de cálculo. De fato, esta consideração é plenamente válida apenas quando o fluido de trabalho é um fluido ideal, já que, na realidade, propriedades do fluido, tais como volume específico e viscosidade, podem variar diferentemente de fluido para fluido e, assim, influir consideravelmente nas características construtivas dos diferentes tipos de máquinas. MÁQUINAS DE FLUXO Como exemplos de MÁQUINAS DE FLUXO, citam-se: as turbinas hidráulicas (hydraulic turbines), as bombas centrífugas (centrifugal pumps), os ventiladores (fans), as turbinas a vapor (steam turbines), os turbocompressores, as turbinas a gás (gas turbines). MÁQUINAS DE FLUXO Elementos construtivos Não haverá aqui a preocupação de relacionar, exaustivamente, todas as partes que compõem as máquinas de fluxo, tais como, seu corpo ou carcaça, o eixo, os mancais, os elementos de vedação, o sistema de lubrificação, etc., mas a intenção de caracterizar os elementos construtivos fundamentais, nos quais acontecem os fenômenos fluidodinâmicos essenciais para o funcionamento da máquina: o rotor (impeller ou runner) e o sistema diretor (stationary guide casing). MÁQUINAS DE FLUXO Classificação das máquinas de fluxo Entre os diferentes critérios que podem ser utilizados para classificar as máquinas de fluxo, pode-se citar os seguintes: - segundo a direção da conversão de energia; - segundo a forma dos canais entre as pás do rotor; - segundo a trajetória do fluido no rotor. MÁQUINAS DE FLUXO Segundo a direção da conversão de energia Segundo a direção da conversão de energia as máquinas de fluxo classificam-se em motoras e geradoras. Máquina de fluxo motora é a que transforma energia de fluido em trabalho mecânico, enquanto; Máquina de fluxo geradora é a que recebe trabalho mecânico e o transforma em energia de fluido. No primeiro tipo a energia do fluido diminui na sua passagem pela máquina, no segundo, a energia do fluido aumenta. Como exemplos de máquinas de fluxo motoras, citam-se as turbinas hidráulicas e as turbinas a vapor . Entre as máquinas de fluxo geradoras encontram-se os ventiladores e as bombas Centrifugas. MÁQUINAS DE FLUXO Como exemplos de máquinas de fluxo motoras, citam-se as turbinas hidráulicas e as turbinas a vapor . Entre as máquinas de fluxo geradoras encontram-se os ventiladores e as bombas centrifugas MÁQUINAS DE FLUXO Algumas máquinas podem funcionar tanto como motores quanto geradores de fluxo, como é o caso das bombas-turbinas reversíveis (reversible pump-turbines) que, dependendo do sentido do fluxo através do rotor, funcionam como bombas, girando num sentido, ou como Turbinas, girando em sentido contrário. MÁQUINAS DE FLUXO Também é comum encontrar uma máquina de fluxo motora (turbina a gás) acionando uma máquina de fluxo geradora (turbocompressor), montadas num mesmo eixo, como acontece nas turbinas de aviação e nos turboalimentadores (turbochargers) de motores de combustão interna a pistão MÁQUINAS DE FLUXO Segundo a forma dos canais entre as pás do rotor Quanto a forma dos canais entre a pás do rotor, as máquinas de fluxo classificam-se em máquinas de ação e em máquinas de reação. Nas máquinas de fluxo de ação (impulse turbomachines), os canais do rotor constituem simples desviadores de fluxo, não havendo aumento ou diminuição da pressão do fluido que passa através do rotor. Nas máquinas de fluxo de reação (reaction turbornachines), os canais constituídos pelas pás móveis do rotor têm a forma de injetores (nas turbinas) ou a forma de difusores (nas bombas e nos ventiladores), havendo redução, no primeiro caso (turbinas), ou aumento, no segundo caso (bombas e ventiladores), da pressão do fluido que passa através do rotor. MÁQUINAS DE FLUXO Segundo a trajetória do fluido no rotor Finalmente, segundo a trajetória do fluido no rotor, as máquinas de fluxo classificam-se em: radiais, axiais, diagonais ou de fluxo misto (ou ainda, semi-axial) e tangenciais. Nas máquinas de fluxo radiais (radial flow turbo-machines), o escoamento do fluido através do rotor percorre uma trajetória predominantemente radial (perpendicular ao eixo do rotor). Como exemplos de máquinas radiais, citam-se as bombas centrífugas, os ventiladores centrífugos e a turbina Francis lenta. Já, nas máquinas de fluxo axiais (axial flow turbomachines), O escoamento através do rotor acontece numa direção paralela ao eixo do rotor ou axial. Como exemplos de máquinas axiais citam-se os ventiladores axiais, as bombas axiais e as turbinas hidráulicas do tipo Hélice e Kaplan. MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Bomba de pistão, de potência, de duplo efeito. MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO TURBINAS A VAPOR Introdução As turbinas a vapor são máquinas de grande velocidade. Se todo o salto entálpico disponível se transforma em energia cinética no bocal, a velocidade do vapor na saída da mesma é muitas vezes superior a velocidade do som, e a velocidade periférica do rotor para aproveitar com bom rendimento esta energia, poderia chegar a ser superior ao limite de resistência dos materiais empregados. Além das altas velocidades, as turbinas a vapor modernas trabalham em condições super críticas de pressão e temperatura (acima de 250 bar e 600°C, respectivamente). MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Carcaça de turbina sem defeitos visuais Fonte: SIMISA MÁQUINAS DE FLUXO Carcaça de turbina a vapor multiestágios Fonte: NG Metalúrgica MÁQUINAS DE FLUXO Carcaça de turbina a vapor multiestágios Fonte: NG Metalúrgica MÁQUINAS DE FLUXO - Módulos Térmicos extraídos do magmasoftware Fonte: SIMISA, 2014 MÁQUINAS DE FLUXO Elementos Construtivos Uma turbina a vapor é constituída basicamente dos seguintes elementos: 1) Uma carcaça, geralmente dividida em 2 partes longitudinalmente para facilitar o acoplamento e desmontagem, e que contém o sistema de pás fixas ou distribuidores; 2) Um rotor com pás em sua periferia, sobre o qual incide o vapor e onde é feita a transformação na direção e magnitude da velocidade do vapor; 3) Um sistema de comando e válvulas para regular a velocidade e potência da turbina, modificando a descarga do vapor; 4) Um acoplamento para conexão mecânica com o gerador que vai acionar; 5) Um dispositivo de expansão, sempre constituído de um bocal fixo ou móvel (diretrizes), no qual a energia de pressão do vapor se transforma em energia cinética; 6) Junta de labirinto, necessária para reduzir o calor gerado quando acontece o contato rotor-estator, já que, devido às altas velocidades, o calor gerado, quando ocorresse qualquer contato, poderia produzir calor suficiente para fundir o material do rotor ou até mesmo danificar o eixo. MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Classificação das turbinas a vapor As turbinas a vapor podem ser classificadassegundo os seguintes critérios: 1) Quanto a direção do movimento do vapor em relação ao rotor: -Turbinas a vapor axiais: são aquelas que o vapor se move dentro do rotor em direção aproximadamente paralela ao eixo são as mais comuns. -Turbinas a vapor radiais: são aquelas em que o vapor se desloca aproximadamente em sentido perpendicular ao eixo da turbina. -Turbinas a vapor tangenciais: são aquelas em que o vapor se desloca tangencialmente ao rotor. MÁQUINAS DE FLUXO 2) Quanto a forma do vapor atuar no rotor: -Turbinas a vapor de ação: quando o vapor se expande somente nos órgãos fixos (pás diretrizes e bocais) e não nos órgãos móveis (pás do rotor). Portanto, a pressão é a mesma sobre os dois lados do rotor. -Turbinas a vapor de reação: quando o vapor se expande também no rotor, ou seja, quando a pressão de vapor na entrada do rotor é maior que na saída do mesmo. -Turbinas a vapor mistas: quando uma parte da turbina a vapor é de ação e outra parte de reação. MÁQUINAS DE FLUXO 3) Quanto ao número e classe de escalonamentos: -Turbinas a vapor de um só rotor. -Turbinas a vapor de vários rotores: as quais, segundo a forma dos escalonamentos, podem ser : - Turbinas a vapor com escalonamento de velocidade - Turbinas a vapor com escalonamento de pressão - Turbinas a vapor com escalonamento de velocidade e de pressão MÁQUINAS DE FLUXO 4) Quanto ao número de pás que recebem o vapor: -Turbinas a vapor de admissão total: quando o vapor atinge totalmente as pás do distribuidor. -Turbinas a vapor de admissão parcial: quando o vapor atinge somente uma parte das pás. MÁQUINAS DE FLUXO 5) Quanto a condição do vapor de escape: -Turbinas a vapor de escape livre: nas quais o vapor sai diretamente para a atmosfera. Portanto a pressão de escape é igual a pressão atmosférica. -Turbinas a vapor de condensador: nas quais na saída existe um condensador onde o vapor se condensa, diminuindo pressão e temperatura. A pressão de escape do vapor é inferior a pressão atmosférica. -Turbinas a vapor de contrapressão: nas quais a pressão de escape do vapor é superior a pressão atmosférica. O vapor de escape é conduzido a dispositivos especiais para sua posterior utilização (ex: calefação, alimentação de turbina de baixa pressão, etc). -Turbinas a vapor combinadas: nas quais uma parte do vapor é retirada da turbina antes de sua utilização, empregando-se esta parte subtraída para calefação e outros usos; o resto do vapor continua a sua evolução normal no interior da turbina e, na saída, vai para a atmosfera ou ao condensador. MÁQUINAS DE FLUXO 6) Quanto ao estado do vapor na entrada: -Turbinas a vapor de vapor vivo: quando o vapor de entrada vem diretamente da caldeira. Por sua vez elas podem ser: - de vapor saturado - de vapor superaquecido -Turbinas a vapor de vapor de escape: quando se utiliza a energia contida no vapor de escape de uma outra máquina térmica (por ex.: a máquina a vapor, a turbina de contrapressão, etc). A maioria delas são de vapor saturado. MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Tipos e Características das turbinas a vapor. Após a classificação feita no item anterior podemos fazer uma grande variedade de combinações de modo a obter o tipo mais adequado de turbina a vapor às nossas necessidades. Porém, na prática e por diversas razões econômicas e construtivas, algumas destas combinações não são possíveis. A seguir, descreveremos alguns modelos típicos de turbinas a vapor. MÁQUINAS DE FLUXO 1) Turbinas a vapor elementar de ação e de um só estágio: Conhecida também como turbina De Laval. Possui um único estágio de pressão e de velocidade, todo o "salto térmico" ocorre neste estágio, sendo a transformação de entalpia em energia cinética feita nos bocais e a transformação de energia em trabalho feita nas palhetas. MÁQUINAS DE FLUXO turbina De Laval. MÁQUINAS DE FLUXO Turbina elementar de ação. Suas principais vantagens são o pequeno espaço ocupado e a simplicidade de construção. Por outro lado, tem uso restrito para pequenas potências (até 30 HP) e trabalham em altas rotações. MÁQUINAS DE FLUXO 2) Turbinas a vapor de ação com um só estágio de pressão e vários estágios de velocidade: Conhecida também como Roda de Curtis. O vapor se expande por completo no bocal de entrada, transformando a entalpia em energia cinética. No primeiro rotor é convertida toda a diferença de pressão em velocidade. A transformação da energia cinética em trabalho ocorre em vários estágios de velocidade, separados por palhetas fixas que apenas mudam a direção do escoamento, mantendo a velocidade e pressão constantes. Como, por todos os estágios, deve passar a mesma quantidade de vapor e a velocidade vai diminuindo, é necessário que, nas seções por onde passa, o vapor vá aumentando, o que implica numa variação do diâmetro dos rotores sucessivos. MÁQUINAS DE FLUXO Corte de uma turbina a vapor com escalonamento de velocidade (Turbina Curtis). MÁQUINAS DE FLUXO Turbina Curtis MÁQUINAS DE FLUXO O principal inconveniente dos estágios de velocidade é que, devido as altas velocidades do vapor, aumentam consideravelmente as perdas por atrito, sobretudo se existirem muitos estágios. Esta é a causa para que na prática, se adote um pequeno número de estágios. Em resumo, os estágios de velocidade são particularmente vantajosos para as turbinas de baixa e média potência (até 4000 HP) que necessitam de reduzido número de estágios. MÁQUINAS DE FLUXO 3) Turbinas a vapor de reação com um só estágio de velocidade e vários estágios de pressão: Conhecida também como turbina de Prazos. É equivalente a várias turbinas simples montadas num mesmo eixo, uma em seguida da outra. A queda total de pressão (salto térmico total) entre a entrada e a saída é subdividida em um certo número de quedas parciais, uma para cada estágio. MÁQUINAS DE FLUXO A Figura mostra as expansões sucessivas do vapor em função das quedas de pressão em cada estágio (representação do trabalho específico interno). Como o volume específico do vapor aumenta de um estágio ao outro, as seções por onde o vapor passa devem ir aumentando sucessivamente. MÁQUINAS DE FLUXO Turbina com escalonamento de pressão Turbina Rateau. Como as diferenças de pressão utilizadas nos diferentes estágios são reduzidas, as velocidades adquiridas pelo vapor também são pequenas, de forma que as perdas por atrito serão pequenas, permitindo assim um maior número de estágios. MÁQUINAS DE FLUXO 4) Turbinas a vapor de reação de fluxo radial: Também conhecida como turbina Ljungström. O vapor flui no sentido radial desde o eixo até a periferia da máquina. Ambos os sistemas de pás giram em direções contrárias. Tem a vantagem de um pequeno custo do sistema de pás e ocupa pouco espaço. MÁQUINAS DE FLUXO A figura mostra uma turbina a vapor de reação axial-radial (turbina Durax) onde o vapor entra na turbina a vapor axialmente, se expansiona de forma radial, e na sua saída, segue expansionando nas pás. Esquema de uma turbina de fluxo radial e axial Durax,da ASEA. MÁQUINAS DE FLUXO 5) Turbinas a vapor de contrapressão: Não tem condensador e o vapor de escape esta ligado a um aparato que utiliza vapor a uma pressão mais baixa. É utilizada em industrias em que, além de gerar sua própria energia elétrica, precisam de vapor a pressões moderadas para utilização industrial (aquecimento, por exemplo). É também utilizada para aumentar a potência de uma central de vapor já construída, sendo denominada, neste caso, "turbina superior". O vapor de escape dela entra em algumas ou em todas as turbinas da instalação com menor pressão. MÁQUINAS DE FLUXO Corte longitudinal de uma turbina de contrapressão Escher Wyss. Potência: 3 MW; velocidade: 10000 rpm; pressão de entrada de vapor: 100 kg/cm2; temperatura de entrada de vapor: 600°C; contrapressão: 11 kg/cm2. MÁQUINAS DE FLUXO 6) Turbinas a vapor Tándem-Compound: Caracterizada por ser constituída por vários corpos. Representa a concepção das turbinas a vapor mais modernas. O vapor procedente da caldeira entra no primeiro destes corpos, que é de alta pressão, donde se expande e, na sua saída, se introduz no corpo seguinte, de menor pressão, onde sofre nova expansão, e assim sucessivamente. Geralmente, depois da saída do último rotor, o vapor, a baixa pressão, entra no condensador. Todos os rotores são montados no mesmo eixo. São utilizadas nas centrais térmicas. Se a turbina a vapor Tándem Compound permitir que seja extraído vapor em diferentes pontos intermediários, elas são ditas de extração. Esse vapor pode ser usado para secagem, aquecimento, etc. A próxima figura ilustra este tipo de turbina a vapor. VIDEO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO Corte longitudinal de uma Turbina Tandém Compound Elliot, de dupla extração. Observe nesta figura a forma e a disposição de todos os elementos constitutivos das turbinas a vapor em gera MÁQUINAS DE FLUXO Ciclo de Rankine. MÁQUINAS DE FLUXO Esquema do ciclo de funcionamento combinado de 2 turbinas paralelo, composto: G - gerador de vapor (caldeira); RP - reaquecedor primário; RI –reaquecimento intermediário; AP – corpo de alta pressão da turbina; MP1 - corpo de média pressão da primeira turbina; A1 - gerador elétrico da primeira turbina; BP2 -corpos de baixa pressão da segunda turbina; A2 - gerador elétrico da segunda turbina; C - condensador; B1 - bomba de extração do condensador; H1,H2,H3 e H4 -aquecedores de água de alimentação (recuperadores); B2,B3,B4,B5 - bombas de desagüe dos recuperadores; B6 - bomba de alimentação da caldeira. O fluido superior é aquecido e evaporado na caldeira (G) e conduzido depois à turbina superior (T1) na qual se expande seu vapor e se produz energia. O vapor de escape desta turbina é conduzido a um condensador caldeira (C1), onde absorve o calor de condensação do fluido superior para a evaporação do fluido inferior do ciclo. O vapor condensado do fluido superior é bombeado (por B1) novamente a caldeira (G) e com isso se completa o ciclo superior do ciclo binário. O fluido inferior refrigera o vapor do fluido superior no condensadorcaldeira (C1), até sua condensação. Ao mesmo tempo este fluido absorve o calor de condensação do fluido superior e se vaporiza. Depois de sua vaporização vai até a caldeira (G) para seu reaquecimento e chega posteriormente à turbina inferior onde se expande e produz energia. O vapor de escape se faz passar por um condensador (C2) e vai novamente para o condensador-caldeira (C1), completando-se o ciclo inferior e também o ciclo binário. Ainda que se tenha inventado muitos ciclos binários, o de maior importância técnica é o que utiliza vapor de mercúrio como fluido superior e vapor d'água como fluido inferior. Ciclos binários: MÁQUINAS DE FLUXO Ciclo binário de Rankine, vapor de mercúrio-vapor de água. MÁQUINAS DE FLUXO Ciclos para produção de energia e vapor: Todas as instalações de potência a vapor apresentadas até o momento produziam apenas energia. Isso por que o vapor que saia da turbina a vapor ia direto para o condensador. MÁQUINAS DE FLUXO Note que ela consta de uma turbina a vapor de contra pressão, que permite que o vapor que sai dela, com certa pressão, seja usado para outros fins. A instalação consta de uma caldeira (G), um reaquecimento primário (RP) de onde o vapor vai para a turbina de contrapressão(CP), a qual aciona um gerador elétrico(A). O vapor de escape sai suficientemente aquecido e pode servir como um circuito de reaquecimento de um reaquecedor de vapor(RV) de onde vai para um pré-aquecedor de água de alimentação(H) e daí ao trocador de calor(IC), onde esquenta a água procedente do sistema de consumo; o vapor d'água obtido vai para (RV) e depois se dirige ao circuito de utilização de vapor (CV). A água que vem do vapor condensado neste circuito (CV) é impulsionada por uma bomba (B1) até o (IC) de onde se reinicia o circuito secundário de vapor. No circuito primário, a água procedente da condensação do vapor no (IC), é impulsionada pela bomba (B2) até o pré-aquecedor (H) e daí impulsionada pela bomba (B3) até a caldeira, onde se encerra o ciclo primário de vapor. MÁQUINAS DE FLUXO Regulagem das Turbinas a vapor Existem várias grandezas que devem ser controladas e reguladas para que as turbinas a vapor funcionem normalmente; entre elas, as três mais importantes são: - Regulagem da potência; - Regulagem da velocidade de rotação; - Regulagem da pressão. A seguir veremos em detalhes cada uma delas. Obs: Há uma interligação entre a primeira e as outras. MÁQUINAS DE FLUXO A) Regulagem da potência: A regulagem da potência da turbina a vapor é feita controlando-se a quantidade de vapor admitido no rotor, de acordo com as necessidades de carga. Esse controle de admissão pode ser feito de 4 formas diferentes: A1- Regulagem por Estrangulamento (ou Regulagem Qualitativa): A2-Regulagem por meio de Bocais (Regulagem Quantitativa): A3-Regulação mista: A4-Regulagem por by-pass: A quantidade de vapor que entra na turbina é regulada por meio de uma válvula de estrangulamento situada na entrada da turbina. MÁQUINAS DE FLUXO A1- Regulagem por Estrangulamento (ou Regulagem Qualitativa): A quantidade de vapor que entra na turbina é regulada por meio de uma válvula de estrangulamento situada na entrada da turbina. Regulação qualitativa: (a) esquema de regulação; (b) processo no plano h-s. É o mecanismo mais utilizado, sobretudo em turbinas de pequena e média potência, devido ao seu baixo custo inicial já que seu mecanismo é simples. O princípio de funcionamento é basicamente o seguinte: a válvula (V1) é a válvula geral de admissão que se abre ou se fecha totalmente com acionamento manual ou motorizado; a válvula (V2) é a válvula de estrangulamento que regula a carga. Ela é acionada por um servomotor que se movimenta de acordo com a velocidade da turbina. Obs: no processo de estrangulamento, todo o vapor perde pressão antes de alcançar a turbina, quando esta trabalha com carga parcial. MÁQUINAS DE FLUXO A2- Regulagem por meio de Bocais (Regulagem Quantitativa): Consiste na utilização de uma série de válvulas de seta, uma para cada passagem de vapor que sai da caldeira, quantas forem necessárias para satisfazer a demanda da carga, cada uma destas passagens abastece uma bateria (câmara) de bocais. Esquema de um regulador mecânico para turbinas a vapor, com controle de vapor por meio de toberas. As válvulas se abrem sucessivamente de acordo com um mecanismoexterior que está diretamente relacionado com a velocidade da turbina. A grande vantagem é que se permite utilizar o vapor a uma pressão praticamente igual a pressão da caldeira, já que o estrangulamento do vapor acontece somente na válvula que estiver parcialmente aberta, ao contrário da regulação por estrangulamento, na qual todo o vapor perde pressão antes de chegar a turbina. MÁQUINAS DE FLUXO A3- Regulação mista: É uma combinação da regulação quantitativa e qualitativa. Na proximidade da carga normal, que é a zona mais frequente de funcionamento, a regulagem se faz quantitativamente, variando o grau de admissão, com o qual se consegue que, nesta zona, a turbina trabalhe sempre com bom rendimento; porém, ao passar a cargas menores que 50% da carga normal, a regulagem se faz por estrangulamento da válvula, com o qual se consegue uma simplificação da instalação. MÁQUINAS DE FLUXO A4- Regulagem por by-pass: É utilizada na sobrecarga da turbina a vapor acima da carga normal. Regulação de turbinas a vapor por by-pass de alguns escalonamentos. Ao aumentar a carga normal, a válvula (V2) se abre e assim entra vapor (depois de sofrer um estrangulamento na válvula) em um ponto intermediário diretamente sem passar por estágios anteriores. MÁQUINAS DE FLUXO 2. EQUAÇÕES BÁSICAS. Leis que governam o escoamento de um fluido são bem conhecidas e identificadas pela observação de que a evolução de um sistema físico é caracterizada pela - massa - quantidade de movimento - energia em cada instante. A conclusão de que a conservação daquelas propriedades é observada foi um dos grandes acontecimentos da ciência moderna. Um escoamento de fluido é considerado conhecido se sua são conhecidas velocidade pressão estática temperatura estática a qualquer instante. Em casos em que a temperatura permanece praticamente invariável, a temperatura não é considerada (como nas turbinas hidráulicas). MÁQUINAS DE FLUXO 2.1 - Princípio geral da conservação: a variação da quantidade de uma propriedade extensiva (que depende da massa) em um volume especificado é devida • à soma (líquida) de fontes (da propriedade) internas; • ao balanço da quantidade (da propriedade) que atravessa a fronteira do volume. em cada instante. MÁQUINAS DE FLUXO Em outras palavras o princípio de conservação estabelece que a variação de uma propriedade extensiva num volume especificado é devida às fontes e sumidouros dessa propriedade no interior do volume, mais o fluxo da propriedade através da fronteira do volume, em cada instante • O fluxo é gerado devido ao transporte convectivo do fluido e ao movimento molecular (sempre presente). • O efeito do movimento molecular expressa a tendência do fluido em atingir a condição de equilíbrio. • As diferenças em intensidade da propriedade considerada acarretam transferência espacial destinadas a homogeneizar o fluido. • Essa contribuição é proporcional ao gradiente da propriedade correspondente (porque a contribuição deve ser nula numa distribuição homogênea MÁQUINAS DE FLUXO 2.2 CONSERVAÇÃO DA MASSA A terminologia utilizada nestas notas de aula utiliza “equação de conservação” para massa, quantidade de movimento e energia, terminologia esta que precisa ser entendida em sentido amplo. Há autores que preferem a teminologia “lei da conservação de massa, lei da quantidade de movimento de Newton e primeira lei da termodinâmica”,aqui chamadas de princípios. MÁQUINAS DE FLUXO 2.3- SIMPLIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO Embora as formas das equações de conservação apresentadas anteriormente possam ser bastante simples, sua manipulação é bastante complexa. A complexidade deve-se ao fato de estarem escritas na forma vetorial e por serem tridimensionais. Mais complexo, ainda, é o processo de sua solução, notadamente para volumes de controle de geometrias complexas, como as encontradas nas máquinas em geral. No estudo das máquinas de fluxo alguns parâmetros globais são de interesse. Geralmente se procuram relações entre a taxa de escoamento do fluido (vazão) e a diferença de pressões (ou de altura de energia) através de um rotor e, portanto, não se procura calcular as propriedades do escoamento em todos os pontos da máquina, mas apenas à entrada e à saída do rotor. Essas relações dependem do tipo de máquina considerada e, portanto, de parâmetros geométricos do rotor. Relações fundamentais podem ser obtidas a partir das equações de conservação da quantidade de movimento angular a máquinas de geometria simples. MÁQUINAS DE FLUXO 3. PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO APLICADOS ÀS MÁQUINAS DE FLUXO Equações na forma vetorial completa não são adequadas para cálculos. São genéricas e podem, portanto, ser aplicadas a qualquer tipo de fluido e não apenas para água e ar, que são os fluidos mais comuns. O dimensionamento das máquinas de fluxo e o cálculo de seu desempenho são realizados através de versões simplificadas dessas equações. O tratamento a ser dado a todas as máquinas de fluxo é unificado. Entretanto, não é possível a obtenção de equações simplificadas que sirvam para escoamentos incompressíveis e compressíveis devido à compressibilidade (a densidade varia significativamente nos escoamentos compressíveis). MÁQUINAS DE FLUXO Para introduzir a 1.ª lei da termodinâmica, escolher um sistema fechado indo de um estado de equilíbrio, para outro estado de equilíbrio, com o trabalho como única interação com o meio ambiente. Num processo termodinâmico, como o visto acima, sofrido por um gás, há dois tipos de trocas energéticas com o meio exterior: O trabalho realizado (t) e o calor trocado (Q). Como conseqüência do balanço energético, tem-se a variação da energia interna (DU). Para um sistema constituído de um gás perfeito, tem-se que: (DU= Q – tQ = DU + t). MÁQUINAS DE FLUXO Processo Isobárico Não há necessidade de definirmos o processo isobárico (pressão constante), pois na definição de trabalho termodinâmico, já vimos como neste processo, o gás realiza e recebe trabalho. Processo Adiabático Um processo realizado de modo que o sistema não receba nem forneça calor é chamado adiabático. Para Q = nulo, então, DU = trabalho Processo Isotérmico No processo isotérmico, a temperatura permanece constante, portanto a variação da energia interna é nula, todo o calor recebido é convertido em trabalho. T = cte, portanto (P1/T1) = (P2/T2) Processo Isométrico Outro processo que merece atenção é quando o sistema opera de maneira que o volume permanece constante, ou seja , não realiza e nem recebe trabalho. Trabalho nulo = volume constante Temos t= 0, então, Q = DU. MÁQUINAS DE FLUXO 2ª lei da Termodinâmica Clausius: É impossível um sistema operar de modo que o único efeito resultante seja a transferência de energia na forma de calor, de um corpo frio para um corpo quente. Exemplo: Refrigerador Kelvin-Planck: É impossível para qualquer sistema operar em um ciclo termodinâmico e fornecer trabalho líquido para sua vizinhança trocando energia na forma de calor com um único reservatório térmico. MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO hl (hf) hv (hg) hlv (hfg) Vl (vg) Vv (vg) Vlv (vfg) sl (sf) sv (sg) slv (sfg) entalpia do líquido entalpia do vapor entalpia de vaporização volume específico do líquido volume específico do vapor volume específico de vaporização entropia do líquido entropia do vapor entropia de vaporização kcal/kg (btu/lb) kcal/kg (btu/lb) kcal/kg (btu/lb) m3/kg (ft3/lb) m3/kg (ft3/lb)m3/kg (ft3/lb) kcal/kg°C(btu/lb°F) kcal/kg°C(btu/lb°F) kcal/kg°C(btu/lb°F) Tabelas de vapor saturado P – pressão absoluta – kgf/cm2 (lb/in2) T – temperatura – °C (°F) MÁQUINAS DE FLUXO p T h V s pressão absoluta temperatura entalpia volume específico entropia kgf/cm2 (lb/in2) °C (°F) kcal/kg (btu/lb) m3 /kg (ft3/lb) kcal/kg°C(btu/lb°F) MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS DE FLUXO MÁQUINAS HIDRÁULICAS MÁQUINAS HIDRÁULICAS OBRIGADO
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