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TCC Final Sandra

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
SANDRA PUHL DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA 
FINS NÃO POTÁVEIS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO: 
 Estudo de Caso em Escola da Rede Pública no Município de Ajuricaba-RS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IJUÍ 
2010 
 
 
 
 
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SANDRA PUHL DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA 
FINS NÃO POTÁVEIS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO: 
 Estudo de Caso em Escola da Rede Pública no Município de Ajuricaba-RS. 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Ciências Contábeis, da UNIJUI – 
Universidade Regional do Noroeste do Estado 
do Rio Grande do Sul, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Ciências Contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profª Ms. Eusélia Paveglio Vieira 
 
 
 
 
 
 
Ijuí-RS, agosto/2010 
 
 
 
 
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“ De tudo, ficaram três coisas: 
A certeza de que estamos sempre começando... 
A certeza de que precisamos continuar... 
A certeza de que seremos interrompidas antes de terminar... 
Portanto, devemos: 
Fazer da interrupção um caminho novo... 
Da queda um passo de dança... 
Do medo, uma escada... 
Do sonho, uma ponte... 
Da procura, um encontro...” 
 
 Fernando Pessoa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓDEDICATÓDEDICATÓDEDICATÓRIARIARIARIA 
 
 
 
À Deus ...pela permissão de realizar um sonho e pela 
presença constante em todos os momentos da minha vida, 
porque nada nos é possível se não for de Sua vontade. 
Ao meu inesquecível avô Salvador ( in memorium), figura 
de grande importância em minha formação e de quem sinto 
muitas saudades... 
Ao meu Pai Luiz (in memorium) Pai ...gostaria que 
estivesses aqui para poder compartilhar contigo esta 
conquista...saudades... 
À minha mãe Edi, pela vida, dedicação, confiança e 
superação diante das adversidades...minha eterna 
gratidão. 
 
 
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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
À DEUS, pela Força Divina e iluminação em todos os momentos e por tudo aquilo de bom que tem 
proporcionado em minha vida. 
 
Aos meus avós... meu pai Luiz, pelo amor, educação, exemplos de caráter e valores que moldaram meu 
caminho....eterna saudades... 
 
À minha mãe...mesmo distante, pelo carinho e confiança que sempre depositou em minhas decisões. 
 
Às minhas irmãs e irmão...pelas palavras de apoio e incentivo, apesar da distância. 
 
Às minhas sobrinhas...sobrinhos...afilhados...pela alegria e descontração proporcionada... 
 
Ao Elso, pelo amor, cumplicidade, pela compreensão nos momentos de ausência, por fazer parte da minha 
vida...Muito Obrigado. 
 
À minha sobrinha Anelise, companheira inseparável nesta jornada... 
 
Aos meus cunhados, em especial, Enio e Janice ... pelo carinho, incentivo, pelo apoio incondicional... 
 
Aos meus colegas, amigos, conhecidos ... presentes nos momentos da minha vida ...pela compreensão, pelo abraço, 
amizade, palavras de apoio e incentivo...valeu pela torcida! 
 
 
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À professora Eusélia, pela confiança, aceitando o convite para a orientação deste trabalho, pela atenção, pelo 
incentivo e carinho... 
 
A todos os professores do Curso de Ciências Contábeis, dedicados à arte de ensinar, pela contribuição para a 
minha formação acadêmica. 
 
Aos que forneceram informações necessárias para a elaboração deste trabalho, em especial aos alunos, professores 
e funcionários do Colégio Estadual Comendador Soares de Barros. 
 
À todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram na conclusão desse trabalho. 
 
Muito Obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
GLOSSÁRIO................................................................................................................................09 
 
LISTA DE FIGURAS: .................................................................................................................11 
 
LISTA DE TABELAS: ................................................................................................................13 
 
LISTA DE ANEXOS: ..................................................................................................................15 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................................16 
 
 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO...............................................................................18 
 1.1 Área de conhecimento contemplada.............................................................................20 
 1.2 Caracterização da Entidade...........................................................................................20 
 1.3 Problematização do Tema............................................................................................21 
1.4 Objetivos.......................................................................................................................23 
 1.4.1 Objetivo geral.................................................................................................24 
1.4.2 Objetivos específicos.....................................................................................24 
1.5 Justificativa...................................................................................................................24 
1.6 Metodologia do Trabalho..............................................................................................26 
 1.6.1 Classificação da Pesquisa...............................................................................26 
 1.6.1.1 Quanto à natureza............................................................................27 
 1.6.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema...................................27 
 1.6.1.3 Quanto aos objetivos da pesquisa....................................................27 
 
 
5 
5 
 1.6.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos................................................28
 1.6.2 Plano de Coleta de Dados..............................................................................29 
 1.6.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados..................................................29 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................30 
 2.1 Desenvolvimento Sustentável.......................................................................................30 
 2.2 Responsabilidade Social..............................................................................................33 
2.3. A Água Doce no Mundo......................................................................................... ....36 
 2.3.1 A Água e o Desenvolvimento Sustentável.....................................................37 
 2.3.2 A Ameaça da Escassez Hídrica......................................................................38 
 2.3.3. O Uso Racional e a Conservação da Água...................................................392.3.4 Reuso das Águas............................................................................................40 
 2.3.5 Aproveitamento de Águas Pluviais...............................................................42 
 2.3.6 A Legislação Brasileira e os Recursos Hídricos............................................45 
2.4 Elementos Necessários para a Implantação de um sistema de Captação de Água da 
Chuva..................................................................................................................................47 
 2.4.1 Área de Captação...........................................................................................49 
 2.4.2 Calhas e Tubulações.......................................................................................49 
 2.4.3 Dispositivos para Descartes da Primeira Chuva............................................50 
 2.4.4 Filtros ou Grades............................................................................................51 
 2.4.5 Tanques ou Reservatórios de Armazenamento..............................................51 
 2.4.6 Bombas...........................................................................................................52 
2.5 Tipos de sistemas de coleta de água da chuva.............................................................52 
 2.5.1 Sistema simples de coleta de água do telhado...............................................53 
 2.5.2 Sistemas de captação da água da chuva para usos internos e externos..........53 
2.6 Gestão Ambiental..........................................................................................................54 
 2.6.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA).............................................................57 
 2.6.2 Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)........................................................57 
 2.6.3 Auditoria Ambiental......................................................................................57 
 2.6.4 Capital Natural .............................................................................................58 
2.7 Contabilidade Ambiental......................................................................................................59 
 
 
6 
6 
 2.7.1 Evidenciação de Fatos Contábeis Ambientais...............................................60 
 2.7.1.1 Balanço Social....................................................................................61 
 2.7.2 O Plano de Contas Ambientais......................................................................63 
 2.7.3 Ativos Ambientais..........................................................................................63 
 2.7.4 Passivo Ambiental..........................................................................................65 
 2.7.4.1 Levantamento de Passivos Ambientais..............................................67 
 2.7.5 Contingências Ambientais.............................................................................68 
 2.7.6 Despesas Ambientais.....................................................................................69 
 2.7.7 Receitas Ambientais.......................................................................................70 
 2.7.8 Gastos Ambientais.........................................................................................71 
2.8 Estudo de Projetos.................................................................................................................72 
 2.8.1 Avaliação Financeira e Econômica de Projetos.............................................72 
 2.8.1.1 A Rentabilidade Financeira ( rentabilidade privada).....................73 
 2.8.1.2 A Rentabilidade Econômica............................................................73 
 2.8.1.3 A Rentabilidade Social....................................................................74 
 2.8.2 A Determinação da Rentabilidade do Projeto................................................74 
 2.8.2.1 Critérios em Termos Corrente.........................................................75 
 2.8.2.1.1 A Rentabilidade Simples........................................................75 
 2.8.2.1.2 O Período de Retorno de Capital............................................75 
 2.8.2.1.3 Total dos Lucros Líquidos comparado com o total de 
investimentos..................................................................................................................................76 
 2.8.2.2 Critérios em Termos Atuais............................................................76 
 2.8.2.2.1 Valor Atual Líquido (VAL)..................................................76 
 2.8.2.2.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)..............................................77 
 2.8.2.2.3 Taxa Interna Financeira de Retorno (TIRF)..........................77 
 2.8.2.2.3 Taxa Interna Econômica de Retorno (TIRE)........................78 
 
3. ESTUDO DE CASO APLICADO: A INSTITUIÇÃO OBJETO DE 
ESTUDO........................................................................................................................................79 
 3.1 Levantamento de Dados................................................................................................79 
 3.1.1 Área de Cobertura..........................................................................................79 
 
 
7 
7 
 3.1.2 Dados Pluviométricos..................................................................................80 
 3.1.3 Dados de Consumo de Água........................................................................80 
 3.1.4 Leituras no Hidrômetro................................................................................80 
 3.2 Usos Finais de Água....................................................................................................81 
 3.2.1 Aparelhos Sanitários Existentes....................................................................81 
 3.2.2 Vazões............................................................................................................81 
 3.2.3 Entrevistas com os Usuários..........................................................................82 
 3.2.4 Estimativa do Consumo de Água...................................................................83 
 3.2.4.1 Estimativa do Consumo de Água em Aparelhos de Uso 
Individual........................................................................................................................................83 
 3.2.4.2 Estimativa do Consumo de Água em atividades de Uso 
Coletivo..........................................................................................................................................85 
 3.2.4.3 Estimativa do Consumo Total Diário e Mensal de Água...............86 
 3.2.5 Usos Finais Corrigidos...................................................................................87 
 3.3 Avaliação do Potencial de Economia de Água Potável................................................87 
 3.3.1 Percentual de Água Potável que poderia ser Substituído por Água 
Pluvial.............................................................................................................................................88 
 3.3.2 Reservatório de Água Pluvial........................................................................88 
 3.4 Análise Econômica.......................................................................................................89 
3.5 Resultados.....................................................................................................................92 
 3.5.1 Levantamento de Dados.................................................................................93 
 3.5.1.1 Consumo de Água Potável..............................................................933.5.1.2 Consumo de Água Medido pela CORSAN.....................................93 
 3.5.1.3 Leituras no Hidrômetro...................................................................94 
 3.5.2 Usos Finais de Água......................................................................................95 
 3.5.2.1 Aparelhos Sanitários Existentes......................................................95 
 3.5.2.2 Vazões.............................................................................................97 
 3.5.2.3 Entrevistas com Usuários...............................................................98 
 3.5.2.3.1 Amostras de Entrevistados..............................................99 
 3.5.3 Estimativa do Consumo de Água.................................................................100 
 3.5.3.1 Médias de Consumo de Água por Categorias...............................100 
 
 
8 
8 
 3.5.3.2 Estimativa do Consumo de Água em Aparelhos de Uso 
Individual......................................................................................................................................102 
 3.5.3.3 Estimativa do Consumo de Água em Atividades de Uso 
Coletivo........................................................................................................................................103 
 3.5.3.4 Estimativa do Consumo Total Diário...........................................105 
 
3.5.4 Avaliação do potencial de Economia de Água Potável...............................107 
 3.5.4.1 Área de Cobertura.........................................................................107 
 3.5.4.2 Dados Pluviométricos...................................................................108 
 3.5.4.3 Dimensionamento de Reservatório de Água Pluvial.....................110 
 3.5.5 Análise Econômica......................................................................................112 
 
CONCLUSÕES GERAIS..........................................................................................................117 
 
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................120 
 
ANEXOS......................................................................................................................................126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
 
Águas cinzas: é o esgoto gerado pelo uso de banheiras, chuveiros, lavatórios, máquinas de lavar 
roupas e pias de cozinha em residências, escritórios comerciais, escolas etc. 
Água de reúso: água residuária que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua utilização. 
Água pluvial na edificação: água que provém diretamente da chuva, captada após o escoamento 
por áreas de cobertura, telhados ou grandes superfícies impermeáveis. 
Água potável: água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria do 
Ministério da Saúde MS 518/04. 
Água recuperada: esgoto ou água de qualidade inferior que após tratamento é adequada para 
usos benéficos. 
Altura de sucção: é distância do nível mais baixo do líquido no reservatório até a linha de centro 
da bomba. 
Altura de recalque: é a distância entre a linha de centro da bomba e o nível mais alto no 
reservatório de recalque. 
Altura Pluviométrica: volume de água precipitada (em mm) por unidade de área. 
Anasazi: antigo povo indígena norte americano que viveu onde hoje fica o Four Corners, nos 
Estados Unidos, cerca de 1.200 a.C. 
Aproveitamento de água pluvial: uso da água de chuva para finalidades específicas, como 
lavagem de áreas externas, alimentação de bacias sanitárias, lavagem de veículos, etc. 
Área de Contribuição: comprimento X largura das área de superfícies que interceptando chuva, 
conduzem para determinado ponto de instalação. 
Astecas: Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e 
XVI. 
 
 
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Calha: canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de 
destino. 
Condutor Horizontal: canal ou tubulação horizontal destinada a recolher e conduzir águas 
pluviais até determinado ponto. 
Condutor Vertical: tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços 
e similares e conduzí-las até a parte inferior de determinado lugar. 
Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para preparação de alimentos, 
operações de lavagem e para satisfação de necessidades higiênicas e fisiológicas. 
Esgoto ou efluente industrial: despejo líquido resultante da atividade industrial. 
Esgoto sanitário: despejo líquido constituído de esgoto doméstico e industrial, água de 
infiltração e parcela de contribuição pluvial. 
Intensidade Pluviométrica: é a altura pluviométrica por unidade de tempo (mm/h). 
Maia: O povo Maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras 
e Península de Yucatán (região sul do atual México). 
Rei Mescha: Rei de Moab (atual Jordânia), no século 9 a. C. 
Reúso: uso de água residuária ou água de qualidade inferior tratada ou não. 
Reúso direto de água: uso planejado de água de reúso, conduzido ao local de utilização, sem 
lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos. 
Reúso doméstico: aproveitamento das águas residuárias residenciais provenientes dos usos 
domésticos que apresentem pouca matéria orgânica, como banho e higiene pessoal, para 
atividades de lavanderia, descargas em bacias sanitárias, rega de jardim e outras atividades menos 
nobres. 
Reúso indireto de água: uso de água residuária ou água de qualidade inferior, em sua forma 
diluída, após lançamento. 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki 
http://www.abcmac.org.br 
FIESP & SINCUSCON-SP (2009) 
GHISI &GUGEL (2005) 
 
 
 
11 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1: Fortaleza de Masada/Israel............................................................................................18 
Figura 2: As cinco dimensões da sustentabilidade.......................................................................32 
Figura 3: Classificação das águas doces – Resolução CONAMA n.º 357 de 17/03/2005............47 
Figura 4 - Esquema de funcionamento de sistema aproveitamento de água de chuva..................48 
Figura 5: Modelo de Calha horizontal cilíndrica...........................................................................49 
Figura 6: Desviador das águas das primeiras chuvas com válvula de desvio horizontal.............50 
Figura 7: Reservatório cilíndrico usado para armazenamento de águas pluviais..........................51 
Figura 8: Bombas de sucção usada para bombear água dos reservatórios....................................52 
Figura 9: Esquema de Coleta de água da chuva com reservatório de auto-limpeza.....................53 
Figura 10: Sistema de coleta da água de chuva para uso externo.................................................54 
Figura 11: Modelo de Decisão e Gestão Ambiental.....................................................................56 
Figura 12: Lavatórios dos banheiros..............................................................................................96 
Figura 13: Gramados/Jardim..........................................................................................................96 
Figura 14: Vaso sanitário com caixa d’água alta............................................................................96 
Figura 15: Vista Parcial do pomar..................................................................................................96 
Figura 16: Refeitório......................................................................................................................97Figura 17: Pátio Interno/Campo.....................................................................................................97 
Figura 18: Vista Parcial dos Prédios/pátio interno.........................................................................97 
Figura 19: Vista Parcial dos prédios/gramado................................................................................97 
Figura 20: Frente parcial do Ginásio de Esportes.........................................................................108 
Figura 21: Vista Parcial Frente do Ginásio da Escola..................................................................108 
 
 
12 
12 
Figura 22: Vista Parcial Lateral do Ginásio.................................................................................108 
Figura 23: Gráfico da Precipitação Pluviométrica Média Mensal no Município de 
Ajuricaba......................................................................................................................................109
 
 
13 
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LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Consumos e custos médios de água para os meses do ano de 2008 à 2010...................93 
Tabela 2: Valores lidos no hidrômetro e consumos médios diários calculados.............................94 
Tabela 3: Vazão dos aparelhos sanitários existentes......................................................................98 
Tabela 4: Número total dos usuários por categorias, por sexo e amostras de entrevistas 
obtidas.............................................................................................................................................99 
Tabela 5: Médias diárias de freqüência, de tempo de uso e de consumo de água per capita por 
aparelhos por alunos (as)..............................................................................................................100 
Tabela 6: Médias diárias de freqüência, de tempo de uso e de consumo de água per capita por 
aparelhos por funcionários (as) ....................................................................................................101 
Tabela 7: Médias diárias de freqüência, de tempo de uso e de consumo de água per capita por 
aparelhos por professores (as) .....................................................................................................101 
Tabela 8: Freqüência de tempo e consumo médio de água per capita por aparelhos de uso 
individual......................................................................................................................................102 
Tabela 9: Valores estimados de consumo diário total de água por aparelho de uso individual...102 
Tabela 10: Consumo médio diário de água para limpeza, irrigação e lavação.............................104 
Tabela 11: Consumo diário total de água nas atividades da cozinha do refeitório (torneiras das 
pias)..............................................................................................................................................104 
Tabela 12: Consumo total diário de água por aparelhos e atividades..........................................105 
Tabela 13: Consumo per capita específico por natureza.............................................................106 
Tabela 14: Dados de entrada utilizados nos cálculos dos reservatórios de água pluvial..............111 
Tabela 15: Volumes totais adotados para os reservatórios (inferior e superior) e potencial de 
economia de água potável.............................................................................................................112 
Tabela 16: Resumo dos custos de implantação e operação do sistema........................................114
 
 
14 
14 
Tabela 17: Dados utilizados, resultados obtidos e período de retorno do investimento..............115 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
15 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
 
ANEXO A: Planta Baixa e de Localização do Ginásio de Esportes do Colégio.........................128 
ANEXO B: Índices Pluviométricos do Município de Ajuricaba – Defesa Civil/RS...................129 
ANEXO C: Relatório Resumo das Faturas e Medições do Colégio – CORSAN........................131 
ANEXO D: Questionários utilizados nas entrevistas...................................................................134 
ANEXO E: Dados de freqüência, de tempo de uso e de consumo de água por aparelhos para cada 
categoria de usuário......................................................................................................................137 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
16 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A água é um recurso natural fundamental à sobrevivência de todas as espécies que 
habitam a terra. Apesar da sua reconhecida importância, a água doce está cada vez mais 
ameaçada, tanto em sua quantidade quanto em sua qualidade e o problema da escassez já é uma 
realidade. 
Em algumas regiões do mundo, suprir a demanda de água já está se tornando um 
problema em função do acelerado crescimento populacional, principalmente urbano. De acordo 
com relatórios da Organização das Nações Unidas, a atual população mundial é estimada em 
aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas, tendendo a alcançar a marca de 9 bilhões em 2050 
(ONU, 2006), sobrecarregando ainda mais os sistemas de abastecimento de água. 
Devido a este acentuado aumento da população mundial e, consequentemente, ao 
aumento do consumo de água potável; da má distribuição populacional em função das reservas 
hídricas; do desperdício de água potável resultante do mau uso, bem como, dos vazamentos nas 
instalações e da precariedade das redes de distribuição e abastecimento de água, tem contribuído 
para o maior consumo deste recurso. 
Diante deste contexto é preciso conscientizar as pessoas que o uso sustentável da água e a 
preservação dos recursos hídricos, é de suma importância hoje e também para as futuras 
gerações. 
 A utilização dos recursos naturais, atualmente, atingiram um nível que impõe novas 
maneiras de pensar o futuro. Alegretti (2001, p.73) assinala: 
Em todo o mundo, os ecossistemas reguladores das águas e dos recursos hídricos estão 
sendo contaminados, drenados, canalizados, represados, desviados esgotados pelo mau 
 
 
17 
17 
uso desses recurso essenciais à vida, gerando graves conseqüências sociais e ambientais. 
A exclusão hídrica atinge hoje metade da população mundial, afetando principalmente 
os países mais pobres. No Brasil, a situação se repete. Embora sejamos o país mais rico 
do mundo em reservas hídricas, com 17% da água doce disponível no planeta, cerca de 9 
milhões de famílias brasileiras não tem acesso à água potável em suas casas, nem mesmo 
saneamento adequado. 
 
Desta forma, percebe-se a necessidade da utilização de novas técnicas de aproveitamento 
da água. Uma alternativa que visa suprir a demanda da população em relação ao uso de água para 
fins não potáveis é o aproveitamento de água da chuva, um recurso natural amplamente 
disponível na maioria das regiões do Brasil. Através de sistemas de captação da água pluvial é 
possível reduzir o consumo de água potável, minimizar alagamentos, enchentes, racionamentos 
de água e preservar o meio ambiente reduzindo a escassez dos recursos hídricos. (MARINOSKI, 
2007). 
Portanto, para a implantação desses sistemas, são necessários estudos de viabilidade e 
estimativas, verificando o potencial de economia de água potável e determinando a relação entre 
o custo e o benefício. Deste modo, pretendeu-se neste trabalho, aliar educação ambiental com 
consciência ambiental no uso dos recursos hídricos, envolvendoalunos, professores, funcionários 
e comunidade, visto que a escola possui grande parcela de responsabilidade na educação 
ambiental de seus alunos, aliado ao fato de que, poucos estudos relacionados exclusivamente à 
implantação de sistemas de aproveitamento de água de chuvas em instituições de ensino, estão 
disponíveis na literatura nacional. 
O estudo apresenta, primeiramente, a contextualização, onde são apresentados a área de 
conhecimento contemplada, a caracterização da entidade, a problematização do Tema, o objetivo 
geral e específicos e a justificativa. Posteriormente a metodologia utilizada na realização do 
trabalho, seguida pela fundamentação teórica relativa a revisão bibliográfica dos temas 
relacionados ao estudo: Desenvolvimento Sustentável; Responsabilidade Social; Recursos 
Hídricos: conservação e reuso, aproveitamento de águas pluviais, Legislação Brasileira e os 
recursos hídricos; Gestão Ambiental; Contabilidade Ambiental; Avaliação Econômica de 
Projetos e Estudo de Caso. 
Na seqüência, o terceiro capítulo apresenta o estudo de caso, onde foi verificado o 
potencial de economia de água potável obtido através de um sistema de aproveitamento de água 
pluvial para fins não potáveis. No capítulo quatro, estão apresentados os resultados obtidos. 
Posteriormente, o trabalho apresenta a conclusão, a bibliografia utilizada e os anexos.
 
 
18 
18 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO 
 
 
Atualmente há uma grande preocupação da sociedade em relação à conservação dos 
recursos naturais. Dentre estes, a água é um dos mais preciosos, uma vez que é um bem essencial 
à vida de todos os seres vivos. 
 A captação e aproveitamento da água não é um conceito novo e tem sido praticado em 
todo o mundo há anos. No entanto, a crescente demanda por água tem feito do reuso planejado 
um tema atual e importante. 
De acordo com Tomaz (2003) registros históricos indicam que a água da chuva já é 
utilizada pela humanidade há milhares de anos. Existem inúmeras cisternas escavadas em rochas, 
utilizadas para aproveitamento de água pluvial, que são anteriores a 3.000 a.C. em Israel, 
encontra-se um dos exemplos mais conhecidos, a famosa Fortaleza de Massada, com dez 
reservatórios escavados na rocha, tendo como capacidade total 40 milhões de litros. Durante a era 
Romana, foram construídos sistemas sofisticados para coleta e armazenagem de água de chuva. 
Acredita-se que os reservatórios de água de chuva encontrados na região do Parque Nacional 
Mesa Verde, nos Estados Unidos, foram construídos pelos Anasazis entre 750 a 1100 a.C. A 
Fortaleza de Massada está representada na figura à seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Fortaleza de Masada, Israel. 
Fonte: Bibleplaces (2009). 
 
 
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19 
 
Em uma das inscrições mais antigas do mundo, a Pedra Moabita, encontrada no Oriente 
Médio, datada de 850 a.C., nela o Rei Mesha sugeria a construção de uma cisterna em cada casa 
para aproveitamento da água de chuva. No México, as inscrições mais antigas e tradicionais de 
coleta de água de chuva são datadas na época dos Astecas e dos Mayas. Onde existem cisternas 
ainda em uso, que datam de antes da chegada de Cristóvão Colombo à América. No Brasil, a 
instalação mais antiga que se tem notícia, foi construída pelos norte-americanos em 1943, na Ilha 
de Fernando de Noronha. 
Países industrializados, como o Japão e a Alemanha, estão seriamente empenhados no uso 
do sistema de aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis. Outros países como 
Estados Unidos, Austrália e Singapura também estão desenvolvendo pesquisas sobre esse 
sistema. Em 1992, iniciou-se um sistema de uso de água de chuva no aeroporto de Chagi, em 
Singapura. A chuva captada nas pistas de decolagem e aterrissagem é coletada e utilizada para 
descarga dos banheiros, evitando transtornos com enchentes nas pistas. Essa iniciativa abriu 
caminhos para novas áreas de pesquisa de aproveitamento de águas pluviais nesses países. 
(GROUP RAINDROPS, 2002). 
No Brasil, até bem pouco tempo atrás, existiam poucas experiências de aproveitamento de 
água pluvial. O Nordeste brasileiro foi o pioneiro na arte de captação de águas pluviais. Fatores 
como a falta de água nos açudes, lagoas e rios, que são temporários naquela região, levam parte 
da população nordestina a utilizar a água da chuva para suprir as necessidades de uso doméstico 
e das atividades na agricultura. 
Atualmente, já existe no País a Associação Brasileira de Manejo e Captação de Água de 
Chuva, que é responsável por divulgar estudos e pesquisas, reunir equipamentos, instrumentos e 
serviços sobre o assunto (ABCMAC, 2008). 
O presente trabalho tem por objetivo comprovar a importância do aproveitamento da água 
proveniente da chuva para fins não potáveis. 
Neste primeiro capítulo, são apresentados o tema indicado, a caracterização da 
organização, a problemática do tema em estudo, os objetivos, a justificativa e a metodologia da 
pesquisa. 
 
 
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1.1 Área de conhecimento contemplada 
 
 
A Contabilidade, desde seu surgimento, teve como função primordial o acompanhamento 
das atividades econômicas, no papel de mensuradora e relatora da situação patrimonial das 
empresas aos principais usuários das informações contábeis, administrativas, econômicas, sociais 
e ambientais, acompanhando sua evolução no decorrer do tempo. Com a evolução e diferenciação 
das necessidades dos usuários, surge uma nova área de atuação da Contabilidade: a Contabilidade 
Ambiental. 
A Contabilidade Ambiental pode ser entendida como a atividade de identificação de 
dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o 
usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisão (PAIVA, 2003). 
Neste contexto, o presente Trabalho de Conclusão de Curso, buscou mostrar a 
preocupação com assuntos como proteção dos recursos naturais, desenvolvimento sustentável, 
responsabilidade e educação ambiental, entre outros, que possam estar associado à 
Contabilidade e ao meio ambiente. 
 
1.2 Caracterização da Entidade 
 
A Instituição de Ensino objeto de estudo do presente trabalho é o Colégio Estadual 
Comendador Soares de Barros, localizado na Linha 18 Norte, Zona Rural, na cidade de 
Ajuricaba/RS. 
A instituição foi criada em 1935 e funcionava em prédio cedido pela Prefeitura Municipal, 
no centro do município. 
Atualmente, atua em edificações próprias e oferece diversas modalidades de ensino: 
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional. 
Atende atualmente 504 alunos e conta com 61 professores e 14 funcionários, distribuídos 
nas áreas administrativas, de infra-estrutura e zeladoria. 
 
 
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A edificação, localizada em um terreno de 14.400 m², possui sete pavimentos, onde estão 
distribuídas 14 salas de aula, 12 sanitários, laboratórios de Informática e Biologia, biblioteca, 
auditório, cozinha com refeitório, setor administrativo (Direção, Coordenação, Secretaria, Sala 
dos Professores e sala de Recursos de Multimídia e Reprografia), Cantina, além de um Ginásio de 
Esportes, Campo de Futebol, Horta, Pomar, Bosque e floreiras espalhadas pelo pátio da Escola. 
O acesso aos prédios se dá através de passarelas cobertas e pavimentadas. A cobertura dos 
prédios são de telhas de amianto. 
Convém salientar, que a escola é a única no Município que oferece Ensino Médio e 
Educação Profissional, abrangendo, portanto, alunos das demais escolas urbanas e também do 
interior. 
A Filosofia da instituição baseia-se na afirmação que todo sujeito constrói o conhecimento 
a partir de sua interação com o meio, da sua atividade, dos estímulos que recebe, do levantamento 
e comprovação de hipóteses e na Educação como processo participativo de construção e 
apropriaçãodo conhecimento e de tecnologias para a transformação da sociedade; justa, 
economicamente viável, ambientalmente sustentável, solidária e igualitária. 
 
1.3 Problematização do Tema 
 
A superfície do Planeta Terra é coberta quase toda de água, mais precisamente, dois terços 
da superfície. Apesar dessa aparente abundância líquida, o mundo vive tempos de escassez de 
água. À despeito de alguns países terem nascido em meio à vastos suprimentos de água, e outros, 
sobre superfícies áridas, o total hídrico é suficiente para todos, considerando que a água é um 
recurso natural renovável: rios, lagos e lençóis subterrâneos são capazes de repor seus 
suprimentos. 
No entanto, é importante salientar que 97,5% da água do mundo é salina, e dos 2,5% de 
água doce, 1,75% está retido nas geleiras e calotas polares. A umidade do solo, o vapor e lençóis 
freáticos profundos retêm mais uma pequena fração, e sobra menos de 1% para a humanidade 
suprir suas necessidades. Parece pouco, mas esse total seria suficiente, se não houvesse 
desperdício e poluição, que acabam por alterar o ciclo hidrológico (TOMAZ, 2003). 
 
 
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O desmatamento de encostas de morros causa deslizamentos, erosão do solo, dificulta a 
absorção de umidade pelos lençóis subterrâneos e reduz o volume de água dos rios. Os esgotos 
poluem mananciais que poderiam ser aproveitados, e boa parte da população contrai doenças por 
beber água contaminada. 
O percurso da água na natureza não dá conta do consumo humano desenfreado, 
conseqüência da explosão populacional, o que resulta também, na necessidade de produzir mais 
alimentos e em maior quantidade. No Brasil, a agricultura é o setor que utiliza cerca da metade da 
água doce nacional disponível, as plantações são irrigadas e usam em sua maioria, métodos 
ultrapassados para regar as terras cultivadas e produzir comida. 
Apesar de as áreas rurais serem as que mais retiram água doce do ambiente, boa parte das 
cidades brasileiras, são responsáveis pelo desperdício, não apenas os usuários domésticos, mas as 
indústrias também tem sua parcela de responsabilidade, e setores como os de alimentos ou papel 
e celulose, que usam grandes quantidades de água, tudo isso, somados ainda, às precárias redes 
de distribuição e ao mau gerenciamento pelas Companhias de Saneamento Básico. Sendo que, 
nas grandes cidades, a poluição impede, muitas vezes, o uso da água dos rios locais para 
abastecimento. 
Ao longo das últimas décadas, diversas alternativas vem sendo propostas para solucionar 
o problema da falta de água, como os sistemas de aproveitamento de água da chuva, que após 
coletada, pode ser utilizada em descarga de vasos sanitários, torneiras de jardins, irrigação de 
hortas, lavagem de roupas e calçadas e de automóveis. 
O uso eficiente da água em todos os tipos de edificações está relacionado diretamente com 
o comportamento dos usuários quanto à utilização deste recurso finito. Em edificações públicas, 
como a escola em estudo, onde o usuário não é responsável diretamente pelo pagamento da conta 
de abastecimento de água, ocorre uma tendência de maior desperdício deste recurso. 
No entanto, as escolas atendem um grande número de pessoas, constituindo –se, assim, 
em excelente meio de divulgação dos benefícios de técnicas sustentáveis, como o aproveitamento 
de água pluvial. 
O Colégio Estadual Comendador Soares de Barros possui uma área total de 14.400m². 
Com áreas verdes, representadas por um pequeno bosque, horta, campo de futebol gramado, 
jardins, além do Ginásio de Esporte. 
 
 
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Para atender tais necessidades, o Colégio Comendador, consome em média 69,00m³ de 
água por mês, o que representa um gasto mensal médio de R$ 368,00 (CORSAN – janeiro /2008 
à junho/2010). 
Conforme dados da Defesa Civil/RS (2009), o Município de Ajuricaba, possui uma 
pluviosidade média mensal de 169,00mm (janeiro/06 à junho/10). A região onde se situa a Escola 
é bem servida de chuvas, sendo que no verão o município tem uma maior concentração pluvial. 
Meses estes, que coincidem com o período de férias, quando então, a água coletada poderia estar 
sendo armazenada para a limpeza pesada (lavagens externas e internas de paredes, calçadas, etc) 
que ocorrem nesta época, em preparação para o início do ano letivo. 
O sistema proposto para a Escola, consiste praticamente, em aproveitar a área de telhados 
para a captação de água, que seria conduzida por meio de calhas e armazenada em cisterna, tendo 
em vista, que a escola possui uma privilegiada área de telhados que podem ser usadas para 
captação. 
A instalação de um Sistema de Captação e Aproveitamento de Água de Chuva, tem como 
objetivos, trabalhar conceitos de sustentabilidade e consequentemente, de economizar gastos com 
água tratada para fins não potáveis. 
Desta forma, o presente estudo contribui na conscientização dos usuários da importância 
da água, do seu uso racional e conseqüentes benefícios econômicos, sociais e ambientais. 
Considerando este contexto, questiona-se: qual a viabilidade econômica da utilização de 
um sistema de coleta e aproveitamento da água de chuva em uma escola da rede pública de 
ensino? 
 
1.4 Objetivos 
 
A água tem se tornado um recurso cada vez mais escasso, principalmente em regiões 
onde a disponibilidade é pequena. O aproveitamento da água da chuva surge como uma 
alternativa para minimizar esse problema e, portanto, deve ser avaliada. 
 
 
 
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1.4.1 Objetivo geral 
 
 Este trabalho teve por objetivo analisar a viabilidade econômica/ambiental da implantação 
de um sistema de captação e aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis no Colégio 
Comendador Soares de Barros – Ajuricaba/RS. 
 
1.4.2 Objetivos específicos 
 
- Revisar a bibliografia; 
- Analisar a relação custo versus benefício da implantação de um sistema de coleta e 
aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis; 
- Estimar o volume de água de chuva que pode ser captada; 
- Estimar a média de consumo de água da Escola; 
- Analisar o retorno do investimento; 
- Contribuir com a conscientização da população da necessidade do reaproveitamento da 
água; 
 
1.5 Justificativa 
 
A água é considerada o principal recurso natural, sendo indispensável para o 
desenvolvimento dos seres vivos e de inúmeras atividades humanas como: comerciais, 
industriais, agrícolas e culturais. Entretanto, com os recorrentes problemas de escassez devido às 
crescentes demandas e problemas de poluição dos mananciais, o desenvolvimento de ações e 
práticas alternativas destinadas a promover o adequado uso da água, se fazem urgentes. Entre 
elas, a mudança nos padrões de consumo e a conscientização da população para adoção de novas 
atitudes e comportamentos que evitam o desperdício e a contaminação da água, o 
desenvolvimento de tecnologias de produção mais limpas, a prática do reúso ou o 
reaproveitamento de águas residuárias e a captação da chuva para usos menos nobres. 
 
 
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Dentre estas práticas, o manejo e o aproveitamento da água de chuva para uso doméstico, 
industrial e agrícola está ganhando ênfase em várias partes do mundo, sendo considerado um 
meio simples e eficaz para se atenuar o grave problema ambiental da crescente escassez de água 
para consumo. 
A captação e o armazenamento da água da chuva, além de gerar economia hídrica e 
financeira, apresentam a vantagem de reduzir a probabilidade de enchentes, principalmente nos 
grandes centros urbanos, que possuem praticamente a totalidade de seus solos impermeabilizados 
por ruas, calçadas e edificações. 
A água da chuva também pode ser utilizada de várias formas: durante a lavagem de 
calçadas, automóveis, irrigação de hortas e jardins, descargas de aparelhos sanitários, etc. Com 
isso, ela é capaz de compensar deficiências,substituindo com vantagens a água oriunda dos 
sistemas públicos de abastecimentos (água tratada destinada à fins potáveis). 
Diante do exposto, surgiu o interesse pelo tema “ Aproveitamento de Água Pluvial”, por 
entender que um estudo nesta dimensão pode contribuir com a adoção de medidas capazes de 
levar a conservação dos recursos hídricos, e sobretudo, incentivar ações educativas de 
conscientização ambiental junto à comunidade escolar, enfatizando a importância do 
aproveitamento da água da chuva nas edificações escolares; pois além de não causar nenhum 
impacto ambiental, ainda gera considerável redução do consumo de água potável. 
As edificações escolares em geral, têm um grande potencial para a implantação de 
sistemas de aproveitamento de água pluvial, por apresentarem grandes áreas de telhados e outras 
coberturas (áreas de captação), contribuindo para coleta de maior volume de água da chuva. 
Além disso, as escolas atendem um grande número de pessoas, constituindo-se desta forma, 
excelente meio de divulgação dos benefícios de técnicas sustentáveis, proporcionando também 
que potenciais futuros usuários se familiarizem com tais sistemas. 
Considerando as afirmações já citadas, a realização do estudo a que se propõe este 
trabalho, na instituição Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul 
(UNIJUI), no curso de Ciências Contábeis, na área de Contabilidade Ambiental, trará 
contribuições para a Universidade, tendo em vista, o relevante papel desta no processo de 
transformação social, como formadora de conhecimento, além de reafirmar em seus programas, a 
responsabilidade ambiental, a sustentabilidade e a educação para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
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Para os acadêmicos do curso de Ciências Contábeis e demais usuários, o trabalho servirá 
de subsídio para fomentar outros trabalhos relacionados à área em questão ou suscitar novos 
projetos relacionados ao tema proposto, além de levar à reflexão quanto à necessidade da 
conservação da água e de que é preciso buscar medidas e soluções sustentáveis que venham 
contribuir com o uso racional da água. 
 
1.6 Metodologia do Trabalho 
 
Este tópico aborda a forma como foi o desenvolvimento do trabalho, quanto à 
classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos 
dados. Para este estudo, foi desenvolvida uma metodologia que compreende as seguintes etapas: 
levantamento de dados referentes ao consumo de água e valor, dados pluviométricos da região, 
determinação das áreas de cobertura para captação, dimensionamento do reservatório para 
aproveitamento da água pluvial e a análise econômica da viabilidade de implantação do sistema 
na instituição de ensino. 
 
1.6.1 Classificação da Pesquisa 
 
Dentre as abordagens sugeridas no artigo 8º do Regulamento do Trabalho de Conclusão 
de Curso, o presente trabalho trata do Estudo de Caso e o Aprofundamento de Temas Específicos. 
Essa pesquisa consiste num trabalho prático elaborado em uma instituição de ensino e na 
análise da viabilidade econômica de um projeto. 
De acordo com Gil (1999) o estudo pode ser classificado quanto a natureza da pesquisa, a 
abordagem, os objetivos e os procedimentos técnicos. 
 
 
 
 
 
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1.6.1.1 Quanto à natureza 
 
Do ponto de vista de sua natureza, segundo Silva e Menezes (2000), a pesquisa pode ser 
classificada como Básica ou Aplicada. A pesquisa básica é aquela que objetiva gerar 
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista e envolve 
verdades e interesses universais. Já a pesquisa aplicada é aquela que objetiva gerar 
conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos e envolve 
verdades e interesses locais. 
Esta pesquisa, caracteriza-se como aplicada, pois está relacionada a assunto específico de 
um estudo de caso, elaboração de um sistema de captação e aproveitamento de água pluvial, além 
da análise da viabilidade econômica do projeto. 
 
1.6.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema 
 
Conforme Silva e Menezes (2000), a pesquisa pode ser classificada como Pesquisa 
Quantitativa, que considera que tudo pode ser quantificável. Requer o uso de recursos e de 
técnicas estatísticas. E a Pesquisa Qualitativa, que considera que há uma relação dinâmica entre o 
mundo real e sujeito, que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a 
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. O ambiente natural é a 
fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os 
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os 
focos principais da abordagem. 
 
1.6.1.3 Quanto aos objetivos da pesquisa 
 
Do ponto de vista de seus objetivos, conforme Gil (2002), esta pesquisa é classificada 
como Exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema, torná-lo 
explícito, além do aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições (hipóteses). Abrange 
 
 
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levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas envolvidas com o problema pesquisado, 
análise de exemplos para compreensão e clareamento de conceitos. 
Vergara (2004) afirma que a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco 
conhecimento acumulado e sistematizado. Já Lakatos e Markoni (1996), definem pesquisa 
exploratória como sendo aquelas investigações que tem por objetivo a formulação de questões ou 
de um problema com a finalidade de desenvolver hipóteses; aumentar a familiaridade do 
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais 
precisa; modificar e clarear conceitos. 
 
1.6.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos 
 
 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como 
bibliográfica, documental, levantamento e estudo de caso. Conforme Gil (2002), a pesquisa 
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de 
livros, artigos científicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. A pesquisa 
documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que 
ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Já a pesquisa do tipo 
levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja 
conhecer. Por outro lado, a pesquisa do tipo estudo de caso consiste no estudo profundo e 
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado 
conhecimento. 
Este trabalho, quanto aos procedimentos técnicos, enfoca a existência de três grupos de 
delineamento da pesquisa em relação aos procedimentos adotados para a coleta de dados: a 
pesquisa bibliográfica , a pesquisa documental e o estudo de caso. 
O Estudo de Caso é um dos tipos de pesquisa que vem ganhando crescente aceitação na 
área da educação porque pode confrontar a situação específica de uma instituição ou sistema com 
outras já conhecidas ou com teorias existentes, além de ajudar a gerar novas questões para futura 
investigação ou na resolução de problemas propostos. 
 
 
 
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1.6.2 Plano de coleta de dados 
 
Nesta pesquisa, como plano de coleta para obter os dados necessários em cada etapa ou 
fase do projeto, foram utilizados como fontes: documentos internos, legislação, documentos e 
materiais publicados, pesquisas na Internet, levantamento de dados através de aplicação de 
questionários e entrevistas com funcionários, alunos e professores, coleta de contas de consumo, 
verificação de áreas de captação, estimativas da quantidade à ser captada, dados pluviométricos, 
entre outros, que se tornaram adequados aos propósitos deste estudo. A finalizaçãodo estudo 
aconteceu com a interpretação dos dados e a análise da viabilidade econômica da implantação de 
um sistema de captação e aproveitamento de água pluvial para uma instituição de ensino. 
Segundo Lakatos e Markoni (1996) o planejamento detalhado, testado e o rigoroso 
controle de aplicação dos instrumentos de pesquisa, evitará o desperdício de tempo, erros, 
defeitos que poderão comprometer a pesquisa. Em linhas gerais as técnicas de coleta de dados 
são: coleta documental; observação; entrevista; questionário; formulário; medidas de opinião e 
atitude; técnicas mercadológicas; testes; sociometria; análise de conteúdo e história de vida. 
 
1.6.3 Plano de Análise e Interpretação de Dados 
 
A análise e a apresentação dos resultados da pesquisa visam analisar através da teoria e da 
prática, a viabilidade e o esclarecimento ao estudo proposto. 
O método de descrição e apresentação dos dados foi realizado através de análise das 
informações coletadas, cálculos, simulações, apresentação de gráficos e planilhas. 
Somente então, foi realizada uma análise conclusiva do presente trabalho e da viabilidade 
econômica do sistema de captação e aproveitamento da água da chuva para a instituição de ensino 
Colégio Comendador, principal objetivo desta pesquisa. 
 
 
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2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 A elaboração da pesquisa bibliográfica serve para fundamentar a compreensão da área em 
estudo, evidenciar a forma como o assunto foi abordado e analisado em estudos anteriores e que 
embasaram a busca das variáveis e da solução do problema proposto. 
 Foram analisados e conceituados temas como: Desenvolvimento Sustentável, 
Responsabilidade Social, A Água Doce no Mundo, Água e Desenvolvimento Sustentável, 
Ameaça da Escassez Hídrica, o Uso Racional e a Conservação da Água, o Reuso das Águas, 
Aproveitamento de Águas Pluviais, a Legislação Brasileira e os Recursos Hídricos, Gestão 
Ambiental, Contabilidade Ambiental e Analise da Viabilidade Econômico de Projeto, além de 
propor um sistema de captação e aproveitamento de águas pluvias em instituição de ensino. 
 
2.1 Desenvolvimento Sustentável 
 
 Houve um tempo em que se acreditava que os recursos naturais como a água e o ar eram 
infinitos e que a natureza seria capaz de absorver e limpar todo o lixo produzido. A possibilidade 
de esgotamento dos recursos naturais não preocupava a humanidade, e o crescimento econômico 
estava totalmente vinculado à setores produtivos altamente poluentes e destrutivos. 
 Nas últimas décadas acumularam-se evidências de que o desenvolvimento econômico 
alcançado por alguns e perseguido por muitos países está causando efeitos devastadores sobre o 
meio ambiente e a grandes parcelas da população humana. 
 De acordo com Torres (2003), o modelo de desenvolvimento da nossa sociedade 
industrial está se esgotando por não conhecer limites, porque ocorreu de forma desordenada, sem 
planejamento e às custas de níveis crescentes de poluição e degradação ambiental. Estes 
problemas começaram a causar impactos negativos significantes, num primeiro momento de 
forma localizada, mas que atualmente adquirem importância global, e cujos sintomas são 
percebidos na degradação dos recursos naturais, nas disparidades sociais e na onda crescente dos 
conflitos pelo planeta. 
 
 
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 A humanidade deve reconhecer que agredir o meio ambiente põe em perigo a 
sobrevivência de sua própria espécie; a existência da humanidade toda. Segundo Tinoco (2004) 
“podemos conceber um ecossistema sem o homem, não podemos encontrar o homem sem algum 
ecossistema.” 
 Esse processo de interligação foi descrito no século passado numa carta atribuída a um 
chefe índio e enviada ao Presidente dos Estados Unidos que, de acordo com Dias (1993) apud 
Tinoco (2004, p.35), em sua obra. A Carta do Chefe Indígena Seatle, dizia: 
 
... ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o 
que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, 
estão cuspindo em si mesmos...a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à 
Terra...todas as coisa estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação 
em tudo. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. O homem não tece a teia da 
vida; ele é apenas um fio. Tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo. 
 
 A gravidade como se apresentam a depredação e a poluição, tem obrigado o 
desenvolvimento de tecnologias, políticas e regras de conduta específicas para a contenção do 
processo de degradação ambiental. 
 Nesse contexto, surge o conceito de Desenvolvimento Sustentável, introduzido pelo 
Relatório “ Nosso Futuro Comum”, preparado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, publicado em 1987. O Desenvolvimento Sustentável é “ quando provê as 
necessidades da geração atual sem comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam 
prover as suas ” (SALATI e LEMOS, 2006, p. 37). 
 Em resumo, o Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento economicamente 
viável, ambientalmente adequado e socialmente justo para toda a humanidade. No entanto, isto 
não significa interromper o crescimento econômico, mas de eleger um caminho que garanta o 
desenvolvimento integrado e participativo e que considere a valorização e o uso racional dos 
recursos naturais. 
 O Desenvolvimento Sustentável sugere a necessidade de mudanças de paradigmas, 
desafio da mudança dos padrões de consumo atuais e produção, melhoria da qualidade de vida 
das pessoas, da redução do uso de matéria primas e produtos e do aumento da reutilização e da 
reciclagem. 
 
 
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Figura 2: As cinco dimensões da Sustentabilidade 
Fonte: Sachs apud Tinoco e Kraemer ( 2004, p.136) 
 
Conforme Tinoco e Kraemer (2004, p. 137), a sustentabilidade apresenta as seguintes dimensões: 
 
- A Sustentabilidade Social – que se entende como a criação de um processo de 
desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior eqüidade na distribuição de 
renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos 
pobres. 
- A Sustentabilidade Econômica – que deve ser alcançada através do gerenciamento e 
alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e 
privados. 
- A Sustentabilidade Ecológica – que pode ser alcançada através do aumento da 
capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de 
outros recursos que são facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e de 
poluição, através da conservação de energia, de recursos e da reciclagem. 
- A Sustentabilidade Espacial – que deve ser dirigida para a obtenção de uma 
configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos 
assentamentos humanos e das atividades econômicas. 
- A Sustentabilidade Cultural – incluindo a procura por raízes endógenas de processos 
de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções 
específicas para o local, o ecossistema, a cultura e área. 
 
 
 De acordo com Cavalcanti (1995), o Desenvolvimento Sustentável tem seis aspectos 
prioritários que devem ser entendidas como metas: 
 
 
33 
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a) A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, 
etc); 
b) A solidariedade para com as gerações futuras ( preservar o ambiente de modo que elas 
tenham chance de viver); 
c) A participação da população envolvida ( todos devem se conscientizar da necessidade de 
conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal); 
d) A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc); 
e) A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a 
outras culturas (erradicaçãoda miséria, do preconceito e do massacre de populações 
oprimidas, como por exemplo os índios); 
f) A efetivação dos programas educativos. 
 
 A partir do momento em que o centro das atenções torna-se a pessoa e não, o lucro, 
acredita-se que os primeiros passos estão sendo dados rumo à sustentabilidade 
( CARVALHO, 2008). 
 Portanto, para que uma transformação efetiva aconteça, é urgente a mudança do 
comportamento individual e a reformulação de nossa concepção de valores ambientais, neste 
contexto, a educação ganha destaque e se torna o meio modelador do comportamento sustentável 
perante a sociedade, além de ser a maneira mais direta e funcional de se atingir a participação da 
população. 
 
2.2 Responsabilidade Social 
 
 O grande desafio do Desenvolvimento Sustentado e da Responsabilidade Social é 
equilibrar as variáveis econômicas, sociais, éticas e ambientais em torno de um grande objetivo: a 
permanência da humanidade no planeta. 
 
 
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34 
 Uma representação desse conceito é a definição apresentada por Barbosa e Rabaça (2001, 
p. 25): 
A Responsabilidade Social nasce de um compromisso da organização com a sociedade, 
em que sua participação vai mais além do que apenas gerar empregos, impostos e 
lucros. O equilíbrio da empresa dentro do ecossistema social depende basicamente de 
uma atuação responsável ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio 
ecológico, com o crescimento econômico e com o desenvolvimento social. 
 
 
 Em um aspecto mais amplo, pode-se dizer que o conceito de Responsabilidade Social veio 
sendo aprimorado através do tempo, como conseqüência das mudanças nas estruturas 
organizacionais. À medida que a empresa foi se vendo obrigada a repensar alguns de seus 
valores, no sentido de constituir mais que uma realidade econômica, foi sendo incorporada a sua 
filosofia um contexto social, dentro do qual se estabeleceram responsabilidades. 
 Para Howard Bowen (apud VIEIRA, 2007, p. 28), considerado um dos pioneiros no 
debate acerca deste conceito, entende Responsabilidade Social, como: “ a obrigação da empresa 
adotar práticas, tomar decisões e acompanhar linhas de ações desejáveis segundo os objetivos e 
valores da sociedade.” Portanto, a empresa, ao passar por modificações no contexto social, e 
sendo ela cada vez mais chamada para participar como cidadã, da vida da comunidade em que 
está inserida, se vê obrigada a rever sua posição diante apenas da obtenção do lucro. 
 Com relação aos públicos junto aos qual a empresa tem responsabilidade social, são 
considerados prioritários: os empregados, os acionistas, os fornecedores e distribuidores, os 
consumidores e a comunidade. 
 Conforme Vieira (2007), a importância desse público para a empresa reside no fato de que 
a comunidade, ao congregar indivíduos que são também consumidores, fornecedores e 
empregados, detêm um grande poder de influência sobre a atividade empresarial. Se a 
organização for bem vista pela comunidade, poderá garantir, entre outras coisas, uma maior 
aceitação de seus produtos, bem como a obtenção de apoio para a implantação de suas políticas. 
 Nesse contexto, o Instituto Ethos (2008), conceitua a Responsabilidade Social 
Empresarial como: 
 
 
 
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Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação 
ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e 
pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações 
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. 
 
 
 
 O comportamento da sociedade e a forma de as entidades lidarem com a natureza tem 
sofrido alterações ao longo das últimas décadas, principalmente em decorrência da mudança de 
valores e de conhecimentos sobre o assunto. 
A busca da responsabilidade social tem as seguintes características: 
 
• É plural: Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo 
contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, 
ao setor não governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. 
Empresas só tem a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos 
decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de 
comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social. 
 
• É distributiva. A responsabilidades social nos negócios é um conceito que se 
aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por 
fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser 
difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, 
empresas também, são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus 
códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos produtivos. 
 
• É Sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de 
desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao meio ambiente e à 
sociedade, não só garantem a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito 
a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, 
mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa 
como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por 
natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos 
ambientais ou processos judiciais. 
 
• É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparências. Não 
mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a 
divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as 
medidas tomadas para a prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, 
empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é mais 
aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em 
caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão 
compulsórios num futuro próximo, (PORTAL RESPONSABILIDADE SOCIAL, 
2008). 
 
 
A sociedade atual está reconhecendo a responsabilidade ambiental e social como 
importância permanente, consideradas fatores de avaliação e indicadores de preferência para 
 
 
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investidores e consumidores. No entanto, as enormes carências e desigualdades sociais existentes 
em nosso país dão á responsabilidades social empresarial relevância ainda maior. A sociedade 
brasileira espera que as empresas cumpram um novo papel no processo de desenvolvimento: 
sejam agentes de uma nova cultura, sejam atores de mudança social e sejam construtores de uma 
sociedade melhor. 
Segundo Lopes de Sá (1999), pouco adianta, para fins humanos, que estejamos a apenas 
demonstrar que se investiu tanto ou quanto na solução de problemas ecológicos ou em interesses 
sociais, se não conhecemos, pela reflexão, as bases lógicas de uma interação entre célula social e 
os seus entornos, entre a empresa e o meio em que vive, entre a instituição e a sociedade. 
 
2.3 A Água Doce no Mundo 
 
 A água é um recurso finito e praticamente constante durante os últimos 500 milhões de 
anos. Do volume total de 1.386 milhões de Km³ de água na Terra, 97,5% é de água salgada e os 
2,5% restantes são de água doce. (TOMAZ, 2001). 
 Existe uma distribuição mundial em todos os países do potencial do volume de água doce 
anual disponível relativo ao número de habitantes fornecido em m³/hab./ano. A disponibilidade 
de água por país compreende todos os recursos de água doce, tanto superficiais como de água 
subterrânea e são chamadas também de disponibilidadesocial de água. 
 De acordo com Tomaz (2001), convencionou-se que os países “muito pobres” com 
“escassez de água” seriam aqueles que teriam índices menores que 500m³/hab./ano. Estão 
classificados a Líbia, Arábia Saudita, Israel, Jordânia, Singapura entre outros. Os “pobres em 
águas” são aqueles que possuem índice de 500m³/hab/ano até 1.000m³/hab./ano, tais como o 
Egito, Quênia e Cabo Verde. As Nações Unidas definiram que os países com índices menores 
de 1.000m³/hab./ano estão com “estresse de água”. Os países com “abastecimento regular” 
possuem índice de 1.000m³/hab./ano à 2.000m³/hab./ano, entre eles estão o Paquistão, Ucrânia, 
Bélgica e Polônia. Os países seriam considerados “suficientes” quando o índice é de 
2.000m³/hab./ano a 10.000m³/hab./ano e são Alemanha, França, México, Reino Unido, Japão, 
Itália e outros. Os países “rico em água” são aqueles que tem índice de 10.000m³/hab./ano a 
 
 
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100.000m³/hab./ano e são o Brasil, Austrália, Colômbia, Venezuela, Suécia, Argentina, Canadá e 
Albânia, entre outros. Os países “muito ricos em água” são a Guiana Francesa, a Islândia, o 
Gabão, o Suriname e a Sibéria (Rússia). 
 Ainda de acordo com Tomaz (2001), o Brasil é considerado um país “rico em água” 
possuindo uma disponibilidade hídrica de 35.732m³/hab./ano. A maior disponibilidade hídrica do 
Brasil está em Roraima com 1.506.488m³/hab./ano e o estado de Pernambuco possui a menor 
disponibilidade hídrica: 1.270m³/hab./ano. No mundo, atualmente a disponibilidade hídrica está 
entre 6.000 à 7.000m³/hab./ano. 
 A utilização dos recursos hídricos deve ser sustentável e administrada globalmente, com o 
objetivo de atender a sociedade agora e no futuro, mantendo a integridade ecológica, ambiental e 
hidrológica. Portanto, o desenvolvimento sustentável da água necessita de um compromisso no 
presente, para atender as nossas necessidades sem comprometer as futuras gerações. 
 
2.3.1 A Água e o Desenvolvimento Sustentável 
 
 O conceito do desenvolvimento sustentável, já discutido, prevê que os recursos naturais 
renováveis sejam utilizados de forma a não limitarem sua disponibilidade para as futuras 
gerações. Portanto, um dos maiores desafios a enfrentar no futuro, para alcançar o 
desenvolvimento sustentável será minimizar os efeitos da escassez de água e da poluição, bem 
como, controlar os excessos, evitando inundações. 
 Entre os fatores que limitam o desenvolvimento sustentável, está a substância 
fundamental para os processos vitais: a água. A evidência está no próprio desenvolvimento da 
história, sendo que as principais civilizações que tiveram maior desenvolvimento prosperaram 
nos vales onde a disponibilidade de água era abundante e com características especiais. 
 Assim, segundo Salati e Lemos (2006), o desenvolvimento da agricultura e da 
urbanização com conseqüências na estrutura social ao longo da história da humanidade está 
estreitamente ligado à oferta de recursos hídricos. 
 Na Mesopotâmia, a disponibilidade de água dos Rios Tigre e Eufrates possibilitou o 
desenvolvimento de uma das mais antigas civilizações no ano de 4100 a. C. Ao longo do Rio 
 
 
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Nilo, a civilização egípcia também prosperou pela oferta de água, assim, no período de 4.100 a.C. 
para 100 d. C, a população aumentou de 350 mil para 5.200 mil habitantes. Na Bacia do México, 
a uma altitude de 2.240m acima do nível do mar, a população aumentou de 1.150 a. C. a 100 d. 
C. de 5 mil para 145 mil habitantes. Nas áreas mais baixas da atual Península de Yucatán, a 
civilização Maia prosperou, sendo que a população cresceu no período entre 1.000 a. C. a 300 d. 
C. de 161 mil a 1.020 mil habitantes. ( SALATI e LEMOS, 2006). 
 No Brasil, também houve o estabelecimento das povoações que vieram a se transformar 
em grande cidades, em locais onde a oferta de água era abundante em qualidade e quantidade, 
inclusive como meio de transporte, como, a colonização pelas Bandeiras e colonização 
Amazônica. 
 Hoje, a disponibilidade de água é ainda mais um recurso limitante, não apenas pela sua 
quantidade, mas especialmente pela sua qualidade. Onde, pela poluição hídrica, diminuiu-se a 
oferta de água para fins de uso urbano e industrial. 
 
2.3.2 A Ameaça da Escassez Hídrica 
 
 O viver em sociedade é que explica a nossa crise ambiental e, por decorrência, a das 
águas, um dos temas mais evidentes e dramáticos da atualidade. Vivemos hoje sob a perspectiva 
de uma crise mundial de abastecimento de água. O risco da redução da disponibilidade e da 
qualidade das águas para o consumo humano e para as atividades econômicas, já é uma realidade 
em muitos países. 
 Segundo Martinez (2006), a elevação do uso doméstico, industrial e agrícola, a poluição e 
o aumento da população do planeta ( até a metade do século estima-se entre 2 bilhões e 3 bilhões 
a mais de pessoas no mundo) representam maior pressão sobre os recursos hídricos existentes. A 
Conferência Mundial sobre desenvolvimento sustentável, ocorrida em 2002, na cidade de 
Johannesburgo, na África do Sul, destacou a urgência de reverter o quadro de degradação dos 
recurso hídricos em todo o mundo. Várias campanhas elucidativas do problema hídrico foram 
estimuladas e iniciadas em todo o mundo. 
 
 
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 O Brasil é considerado um país privilegiado, não apenas em recursos hídricos, mas 
também em diversidade biológica, regional e cultural, paisagens e ecossistemas, além de extenso 
litoral. Essa vantagem comparativa, em relação a outros países, está ameaçada pela degradação e 
pela má gestão nas políticas para o meio ambiente. 
 Isso poderá resultar, entre outros prejuízos irreversíveis, em futura escassez no 
abastecimento de água, além de graves prejuízos na agricultura e a redução na produção de 
alimentos, migrações de populações afetadas pela falta de água, proliferações de doenças devido 
ao consumo de água imprópria, disputas pelo controle de mananciais, que poderão no futuro 
provocar conflitos, isto são, algumas das conseqüências apontadas pela maioria das previsões 
feitas acerca da escassez da água e a diminuição da sua disponibilidade, (MARTINEZ,2006). 
 
2.3.3 O Uso Racional e a Conservação da Água 
 
 Atualmente o uso racional da água está cada vez mais presente nos meios de comunicação 
buscando incentivar e conscientizar as pessoas da importância de não desperdiçar, mas, preservar 
este recurso vital á humanidade. 
 Tomaz (2001), define o uso racional da água como um conjunto de atividades, medidas e 
incentivos que têm como principais objetivos: 
• Reduzir a demanda de água; 
• Melhorar os uso de água e reduzir as perdas e desperdícios da mesma; 
• Implantar práticas e tecnologias para economizar água; 
• Informar e conscientizar os usuários. 
Diversas ações são necessárias para a redução de água, como detecção e reparos de 
vazamentos, campanhas educativas, troca de equipamentos convencionais por equipamentos 
economizadores de água e estudos para aproveitamento de água pluvial e reúso de águas cinzas. 
As medidas para conservação da água para uso urbano (categorias: residenciais, 
comercias e industriais), de acordo com Tomaz (2001), podem ser convencionais ou não 
convencionais. As medidas convencionais para conservação da água incluem: correção de 
 
 
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vazamentos nos sistemas de distribuição de água e em residências mudanças nas tarifas, redução 
de pressão nas redes, reciclagem e reúso de água, leis sobre aparelhos sanitários e educação 
pública. 
Já as medidas não convencionais para conservação da água são: o uso de águas cinzas, 
uso da água de chuvas, vasos sanitários com câmara para compostagem (mais conhecidos nos 
EUA), dessalinização e aproveitamento de água de drenagem do subsolo em prédios de 
apartamentos, (TOMAZ, 2001). 
A conscientização e sensibilização dos usuários

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