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Gabaritando PCDF - Legislacao Extravagante - Pericles Mendonca - 10-07-2019

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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Professor Péricles Mendonça
Considerações iniciais
Fazendo um levantamento dos últimos 6 anos nas provas de carreiras
policiais e levando em consideração que sua banca será o CESPE
(baseado no último edital), tivemos um total de 7.000 questões, sendo
que um pouco mais de 400 versam sobre direito penal.
Dentre as questões de direito penal, as legislações extravagantes mais
cobradas são Lei 11.343/06, Lei 10.826/03, Lei 9.455/97, Lei 4.898/65,
Lei 8.072/90, ECA, Estatuto do Idoso, Lei 7.716/89, respectivamente.
Lei n.º 5.553/1968
• O artigo 1° traz como conduta
criminosa a retenção do documento de
identificação pessoal.
• A proibição inclui cópia autenticada do
documento.
EXCEÇÃO
• Para a realização de determinado ato, for
exigido a apresentação de documento de
identificação, a pessoa que fizer a exigência
fará extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias,
os dados que interessarem devolvendo em
seguida o documento ao seu exibidor.
• Além desse prazo, somente por ordem
judicial.
• Deve observar o princípio da razoabilidade
e proporcionalidade.
ENTRADA EM ÓRGÃO PÚBLICO
• Quando o documento de identidade
for indispensável para a entrada de pessoa
em órgãos públicos ou particulares, serão
seus dados anotados no ato e devolvido o
documento imediatamente ao interessado.
CLASSIFICAÇÃO
• Contravenção penal
• Pena: prisão simples ou multa
• Infração de menor potencial ofensivo
• Competência dos Juizados Especiais
Criminais (Lei 9.099/95).
Lei n.º 8.069/1990
Classificação Faixa etária
Criança 0 a 12 anos incompletos
Adolescente 12 a 18 anos incompletos
Jovem adulto 18 a 21 anos
Crianças e adolescentes não
cometem crimes, mas sim atos
infracionais.
Temos uma presunção absoluta
de que o menor de dezoito anos
possui desenvolvimento mental
incompleto, e por esse motivo
será submetido à disciplina do
ECA.
Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a 
idade do adolescente à data do fato.
Súmula 711 do STF
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.
Medidas Protetivas
• Serão aplicadas sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem 
ameaçados ou violados:
• Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
• Por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
• Em razão de sua conduta
Essas medidas são
também aplicáveis aquelas
crianças que cometem
atos infracionais
Medidas Socioeducativas
• Aplicadas quando verificada a prática de ato infracional.
• Advertência;
• Obrigação de reparar o dano;
• Prestação de serviços à comunidade;
• Liberdade assistida;
• Inserção em regime de semiliberdade;
• Internação em estabelecimento educacional;
• Qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Súmula 108 do STJ
A aplicação de medidas
socioeducativas ao adolescente, pela
prática de ato infracional, é da
competência exclusiva do Juiz.
Medidas Protetivas Medidas Socioeducativas
Podem ser aplicadas tanto à criança quando ao
adolescente.
Só podem ser aplicadas aos adolescentes,
excepcionalmente aos jovens adultos.
São aplicadas quando da prática de um ato infracional
ou quando a criança e o adolescente estão em risco.
Só serão aplicadas no cometimento de ato infracional.
Rol exemplificativo de medidas Rol taxativo de medidas
Natureza jurídica protetiva e pedagógica Natureza jurídica sancionatória e pedagógica
Podem ser aplicadas pelo Juiz e pelo Conselho Tutelar
(exceto as que exigem o contraditório e ampla defesa)
Somente o juiz poderá aplicar essas medidas (Súmula
108 do STJ)
Não priva o adolescente de sua liberdade Podem privar o adolescente de sua liberdade
(Internação e Semiliberdade)
Ao cometer um ato infracional,
somente o adolescente poderá ser
submetido a uma medida
socioeducativa que prive a sua
liberdade
A criança não está sujeita a
nenhuma medida que possa lhe
privar de sua liberdade quando no
cometimento de ato infracional
Privar a liberdade do adolescente é a exceção!
Para que ele seja submetido a essas medidas, ele deverá:
• O adolescente poderá ser internado caso o ato infracional seja
praticado mediante violência ou grave ameaça;
• No caso da reiteração no cometimento de outras infrações graves;
• Descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente
imposta (internação sanção)
Como o ECA não estipulou um
número mínimo de atos infracionais
para justificar a internação, o STJ
entende que caberá ao magistrado
analisar o caso concreto
Internação provisória (antes da sentença): máximo de 45 dias
Internação sanção: até 3 meses
Internação: máximo de 3 anos
Semiliberdade: máximo de 3 anos
A liberação será 
compulsória aos vinte e um 
anos de idade
Crimes previstos no ECA
São crimes que tem as crianças e adolescentes como vítimas. 
Todos são de ação penal pública incondicionada.
• Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável,
por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem
as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
Crimes previstos no ECA
• Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem
como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei;
• Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente;
Crimes previstos no ECA
Privação da 
liberdade sem as 
formalidades 
legais
Vítima é criança 
ou adolescente?
O agente público 
responderá pelo 
delito previsto no 
art. 230 do ECA
O agente público 
responderá pelo 
delito previsto no 
art. 3, “a”, da Lei 
4.898/65.
não
sim
Crimes previstos no ECA
• Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada;
• Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento;
• Art. 233, foi revogado pela lei de tortura;
Crimes previstos no ECA
• Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão;
• Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em
benefício de adolescente privado de liberdade;
• Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária,
membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público
no exercício de função prevista nesta Lei
Crimes previstos no ECA
• Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua
guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar
substituto
• Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro,
mediante paga ou recompensa
• Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de
criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro;
A competência para o julgamento deste crime é da Justiça Federal, por força do
que está previsto no art. 109, V, da CF/88.
Crimes previstos no ECA
• Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar,
por qualquer meio, cena de sexo explícitoou pornográfica,
envolvendo criança ou adolescente;
“cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende
qualquer situação que envolva criança ou adolescente em
atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou
exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente
para fins primordialmente sexuais. (válido para os artigos
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C, 241-D)
Crimes previstos no ECA
• Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente;
• Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, 
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema 
de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que 
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança 
ou adolescente;
A competência para
julgamento deste delito é da
Justiça Federal.
Crimes previstos no ECA
• Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia,
vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente
• Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de
sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual
• Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso
Foi adotado o princípio da legalidade, e portanto, esse tipo penal só tem como
sujeito passivo a criança.
Crimes previstos no ECA
• Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de 
qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou 
explosivo;
O artigo 16, inciso V da lei
10.826/03, derrogou a previsão
trazida pelo artigo 242 do ECA.
Porém, o Estatuto da Criança e do
Adolescente como não afirma
“arma de fogo, continua sendo
aplicável quando se tratar de
armas de outra natureza, que não
seja de fogo.
Crimes previstos no ECA
• Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que 
gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida 
alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes 
possam causar dependência física ou psíquica;
Se a substância estiver presente
na portaria 344/98 da ANVISA, o
agente responderá pela lei
11.343/06.
Crimes previstos no ECA
• Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de 
qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de 
artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam 
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização 
indevida
• Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no 
caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual;
A doutrina entende que foi revogado tacitamente pelo
artigo 218-B do Código Penal
Crimes previstos no ECA
• Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a 
praticá-la Caso o agente pratique além da
corrupção, o delito propriamente
dito (o roubo, por exemplo),
responderá pelos dois crimes em
concurso material.
Súmula 500 do STJ
A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova
da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.
Lei n.º 10.741/2003
IDOSO
Pessoa com sessenta anos ou
mais de idade.
Três estágios da idade
• Sessenta anos, conforme o Estatuto, para a pessoa ser considerada 
idosa;
• Sessenta e cinco anos, conforme a Constituição, para que tenha o 
benefício do transporte coletivo público gratuito;
• Setenta anos, conforme o Código Penal, para o fim de cálculo da 
prescrição.
Prioridades garantidas aos idosos
Art. 3°, I atendimento preferencial imediato e
individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de
serviços à população
Art. 3°, II preferência na formulação e na
execução de políticas sociais públicas
específicas
Art. 3°, III destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com
a proteção ao idoso
Prioridades garantidas aos idosos
Art. 3°, IV viabilização de formas alternativas de
participação, ocupação e convívio do idoso
com as demais gerações
Art. 3°, V priorização do atendimento do idoso por
sua própria família, em detrimento do
atendimento asilar, exceto dos que não a
possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência
Art. 3°, VI capacitação e reciclagem dos recursos
humanos nas áreas de geriatria e
gerontologia e na prestação de serviços aos
idosos
Prioridades garantidas aos idosos
Art. 3°, VII estabelecimento de mecanismos que
favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo
sobre os aspectos biopsicossociais
de envelhecimento
Art. 3°, VIII garantia de acesso à rede de serviços
de saúde e de assistência social
locais
Art. 3°, IX prioridade no recebimento da
restituição do Imposto de Renda
Prioridade especial
Art. 3°, §2°
Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre
preferencialmente em relação aos demais idosos
Art. 94
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento
previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do
Código de Processo Penal.
Art. 94
• Crimes cuja pena máxima não ultrapasse 2 (dois) anos: infração de
menor potencial ofensivo, aplica-se o rito e os benefícios da Lei n°
9.099/95;
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os dois anos e não ultrapasse os
4 (quatro) anos, aplica-se somente o rito sumaríssimo da lei n°
9.099/95, conforme disposto no artigo 94 do Estatuto e firmado no
entendimento do Supremo na ADI 3096/DF.
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os quatro anos, não será
aplicada a lei 9.099/95 muito menos seus benefícios.
Todos os crimes previstos neste Estatuto
são de Ação Penal Pública
Incondicionada, e não serão aplicadas as
imunidades absolutas (art. 181 do CP) e
relativas (art. 182 do CP).
Lei n.º 8.078/1990
Qualquer bem móvel ou imóvel,
material ou imaterial.
Qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante
remuneração, salvo as decorrentes de
relações de caráter trabalhista.
Pessoa física ou jurídica que adquire
ou utiliza um produto ou serviço como
destinatário final. Equipara-se também
a consumidor, a coletividade de
pessoas que haja intervindo nas
relações de consumo.
PRODUTO
SERVIÇO
CONSUMIDOR
Pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, que
desenvolvem atividades de produção,
montagem, criação, construção,
transformação, importação,
exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
É a estabelecida entre o consumidor e
o fornecedor, tendo como objeto
produtos ou serviços
FORNECEDOR
RELAÇÃO DE 
CONSUMO
Previsão Legal Crime Características
Art. 63 Omissão de dizeres ou sinais
ostensivos sobre a nocividade ou
periculosidade de produtos ou
serviços
Conduta omissiva do agente em não
inserir dizeres ou sinais ostensivos a
respeito na nocividade ou da
periculosidade do produto.
Crime próprio, de mera conduta, não
admite tentativa por ser omissivo
próprio.
Art. 64 Omissão na comunicação da
nocividade ou periculosidade de
produtos
O agente toma conhecimento da
nocividade ou periculosidade do
produto após o seu lançamento e se
omite da obrigação de informar aos
consumidores e as autoridades.
Crime próprio, de mera conduta, não
admite tentativa por ser omissivopróprio.
Art. 65 Execução de serviço de alto grau
de periculosidade
Trata-se de um crime de perigo
abstrato, crime próprio e admite
tentativa.
Previsão Legal Crime Características
Art. 66 Propaganda enganosa O fornecedor deve trabalhar com
transparência, de forma que o
consumidor saiba o necessário a
respeito do produto antes de adquiri-
lo.
É crime próprio e formal.
Art. 67 Publicidade enganosa É necessário que o agente saiba que a
publicidade é falsa ou abusiva, ou que
deva saber disso.
É crime próprio e formal
Art. 68 Publicidade capaz de provocar
comportamento perigoso
Não é necessário que tenha
efetivamente induzido algum
consumidor a um comportamento
perigoso, pois o próprio tipo penal diz
que basta que a publicidade seja
capaz de induzir.
Crime próprio e formal.
Previsão Legal Crime Características
Art. 69 Omissão na organização de dados
que embasam publicidade
Esse tipo penal visa impor uma lisura
no procedimento da propaganda, que
deve utilizar dados confiáveis sobre
aquilo que anuncia.
Art. 70 Emprego de peças ou
componentes de reposição
usados sem o consentimento do
consumidor
Não configura o crime se o
consumidor estiver ciente e tiver
autorizado a utilização de peças
usadas.
Art. 71 Cobrança abusiva ou vexatória A premissa do delito é que o agente
cobre a dívida de forma abusiva. É
claro que a cobrança feita em juízo
não se enquadra no tipo penal.
Previsão Legal Crime Características
Art. 72 Criação de óbice ao consumidor
acerca de suas informações
cadastrais
O objetivo desse tipo penal, além de
garantir a aplicação do art. 43, é punir
o acúmulo de dados sobre o
consumidor, principalmente os
negativos, sem que ele tenha ciência
do que está armazenado e poderá ser
usado contra ele.
Art. 73 Omissão na correção de dados
cadastrais do consumidor
Caso o consumidor encontre uma
informação inexata em seu cadastro,
ele poderá exigir a sua imediata
correção, e a pessoa detentora do
cadastro terá cinco dias úteis para
comunicar a alteração aos eventuais
interessados.
Art. 74 Omissão na entrega do termo de
garantia do consumidor
A garantia contratual deve ser escrita
e entregue no ato da compra, este
seria o termo de garantia.
Agravantes Genéricas
Período I – Serem cometidos em época de grave crise
econômica ou por ocasião de calamidade
Resultado II – Ocasionarem grave dano individual ou coletivo
Modus Operandi III – Dissimular-se a natureza ilícita do procedimento
Agente ativo IV – a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamente
superior à da vítima.
Agente passivo IV – b) em detrimento de operários, rurícolas, menor
de dezoito anos, maior de sessenta ou pessoas
portadoras de deficiência mental
Objeto V – serem praticados em operações que envolvam
alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
• Todos de Menor Potencial
Ofensivo, portanto, regidos pela Lei
9.099;
• Passíveis de suspensão
condicional do processo;
• De ação penal pública
incondicionada;
• Somente os artigos 63 e 66
admitem a modalidade culposa, os
demais, somente na forma dolosa.
Lei n.º 9.099/1995
Consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.
Súmula 38 - STJ
Compete à Justiça Estadual
Comum, na vigência da
Constituição de 1988, o processo
por contravenção penal, ainda
que praticada em detrimento de
bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.
Podemos ter alguma infração de menor potencial
ofensivo que não seja julgada pelo juizado especial?
Sim! Nos casos em que ocorra conexão e continência
com outro crime que arraste a competência para outro
juízo. O que não pode ocorrer é privar o acusado
dos institutos despenalizadores
Critérios
• Oralidade: Os procedimentos do juizado especial deverão ser
preferencialmente praticados, oralmente, sendo os essenciais reduzidos a
termo ou transcritos por algum outro meio.
• Simplicidade: A ideia é a diminuição dos materiais juntados ao processo.
Temos a substituição do Inquérito Policial pelo Termo Circunstanciado
como exemplo desse critério.
• Informalidade: Não existe a necessidade de se observar um processo
formal e rigoroso, o importante é atingir a finalidade do ato processual.
• Economia processual: Devemos buscar o maior número possível de atos
processuais em um menor espaço de tempo e de maneira menos onerosa
para o Estado e para as partes.
• Celeridade: A ideia é atingir a prestação jurisdicional no menor tempo
possível.
Competência
DOUTRINA COBRADO EM PROVAS
A doutrina entende que foi 
adotada a teoria mista ou da 
ubiquidade, mas as provas 
costumam cobrar a letra da lei.
A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que 
foi praticada a infração penal.
Súmula 708 do STF
É nulo o julgamento da apelação
se, após a manifestação nos
autos da renúncia do único
defensor, o réu não foi
previamente intimado para
constituir outro.
Em regra, não teremos a
instauração de um Inquérito
Policial para a apuração dos fatos
e sim um Termo Circunstanciado
de Ocorrência, que é um
procedimento bem mais simples
do que o IP
Transação Penal
• Essa transação seria um acordo entre o MP ou querelante, e o autor
do fato delituoso. Busca-se evitar a instauração do processo, fazendo
com que o autor cumpra imediatamente uma pena restritiva de
direitos ou multa. Este instituto não poderá ser aplicado para os casos
de violência doméstica, conforme a súmula 536 do STJ. O artigo 76
em seu §2° trouxe alguns requisitos para a proposição da Transação
Penal. Súmula Vinculante 35
A homologação da transação penal prevista no
artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa
julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao Ministério Público a
continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.
Suspensão condicional do processo
Este benefício poderá ser concedido ao autor de um fato delituoso
mesmo que ele não tenha praticado uma infração de menor potencial
ofensivo. O legislador analisa, nesse caso, não a pena máxima não
superior a dois anos, mas sim a pena mínima não superior a um ano.
Súmula 243 do STJ
O benefício da suspensão do processo
não é aplicável em relação às infrações
penais cometidas em concurso material,
concurso formal ou continuidade delitiva,
quando a pena mínima cominada, seja
pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um (01)
ano.
Súmula 723 do STF
Não se admite a suspensão condicional do 
processo por crime continuado, se a soma 
da pena mínima da infração mais grave 
com o aumento mínimo de um sexto for 
superior a um ano.
Lei n.º 4.898/1965
Finalidade da lei
Definição dos 
crimes de abuso 
de autoridade
Regular o direito 
de representação
Tríplice 
responsabilidade
Autor do Fato
Responsabilidade 
Civil
Responsabilidade 
Administrativa
Responsabilidade 
PenalConsidera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,
ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
A
u
to
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8
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5
)
Ocupam
Cargo
Emprego
Função Pública
De natureza
Civil
Militar
Ainda que
Transitoriamente
Sem remuneração
O processo administrativo 
não poderá ser sobrestado
para o fim de aguardar a 
decisão da ação penal ou civil
Tríplice Responsabilização
Autor do fato
Responsabilidade Civil
Responsabilidade Administrativa
Responsabilidade Penal
RéuInvestigado 
num PAD
Requerido 
numa ação 
civil
Tríplice Responsabilização
Sanção 
Administrativa
Advertência
Repreensão
Suspensão do cargo, 
função ou posto por 
prazo de cinco a cento 
e oitenta dias, com 
perda de vencimentos 
e vantagens
Destituição da função
Demissão
Demissão a bem do 
serviço público
Tríplice Responsabilização
Sanção 
Civil
O valor do dano 
causado
Caso não seja 
possível fixar esse 
valor, uma multa 
de quinhentos a 
dez mil cruzeiros
Tríplice Responsabilização
Sanção 
Penal
Multa de cem a 
cinco mil cruzeiros
Detenção por dez 
dias a seis meses
Perda do cargo e a
inabilitação para o
exercício de
qualquer outra
função pública por
prazo até três anos
Essa representação não é condição de procedibilidade, tem natureza de
notitia criminis.
A ação penal nos casos de abuso de autoridade é Ação Penal Pública
Incondicionada.
Os crimes de abuso de
autoridade são infrações
de menor potencial
ofensivo, ou seja, são
regulados pela lei
9.099/95.
Súmula 172 do STJ
Compete à Justiça Comum processar e
julgar militar por crime de abuso de
autoridade, ainda que praticado em
serviço.
E se o fato deixar vestígios? Se o fato
tiver deixado vestígios, a vítima poderá
realizar a comprovação através de 2
testemunhas ou poderá requerer a
perícia.
Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele,
no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu.
Se o MP não apresentar a denúncia no prazo previsto, será admitida a
ação privada.
A ação penal será iniciada,
independentemente de inquérito
policial ou justificação por denúncia
do Ministério Público, instruída
com a representação da vítima do
abuso.
Lei n.º 11.343/2006
O conceito de droga e o rol das substâncias enquadradas
pela lei 11.343/06 é retirado da portaria 344 da ANVISA.
A ação penal será iniciada,
independentemente de inquérito
policial ou justificação por denúncia
do Ministério Público, instruída
com a representação da vítima do
abuso.
A regra é que as drogas sejam 
proibidas em todo o território 
nacional
Porte para uso Uso de drogas
Penas do
artigo 28
Advertência (o
magistrado faz um
esclarecimento
sobre os malefícios
do uso da droga)
Prestação de serviços a
comunidade (tem a
preferência que esse
serviço seja prestado em
uma instituição que
trabalhe com a
prevenção do consumo
de entorpecentes e se
dará num prazo máximo
de 5 meses ou 10 meses,
em caso de reincidência)
Medida socioeducativa
(consiste no
comparecimento a
cursos ou programas
educativos, não
necessariamente
voltados a temática das
drogas; tem o mesmo
prazo da medida
anterior)
A reincidência que
trata o parágrafo 4°,
conforme a doutrina, é
específica, ou seja,
deverá o autor ser
reincidente na prática
da conduta descrita no
artigo 28 da lei.
Reincidência
Para ser considerado o “Tráfico
privilegiado” o STJ entende que é
necessário que todos os requisitos estejam
presentes (de forma cumulativa)
• Primariedade (a reincidência não
precisa ser específica);
• Bons antecedentes;
• Não se dedicar às atividades criminosas;
• Não integrar organização criminosa.
Para a configuração da associação para o
tráfico é necessário a estabilidade e
permanência no vínculo associativo.
A associação para o tráfico não é
equiparado a hediondo.
Hediondos
• A maioria da doutrina entende que o tráfico de maquinário se 
equipara aos crimes hediondos 
• O financiamento para o tráfico é uma conduta equiparada a 
hediondo.
O STJ entende que para configurar a transnacionalidade não é necessária a
transposição da fronteira, inclusive firmando esse entendimento na Súmula 607
PRAZOS DO IP
30 dias se o indiciado estiver preso;
90 dias se o indiciado estiver solto;
Os prazos podem ser duplicados.
• Lei 13.840/2019
• Mudanças no SISNAD
• Prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção de
usuários ou dependentes
• Procedimento de destruição de drogas
• Medidas assecuratórias
• MP 885/2019
Lei n.º 9.455/1997
O que é tortura?
O termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos
agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a
fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras
pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer
natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua
instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.
Convenção Internacional contra a Tortura e outros
tratamentos ou penas cruéis
O que não é tortura
A mesma Convenção define que não se considerará como tortura as
dores ou sofrimentos consequência unicamente de sanções legítimas,
ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Fundamentação Constitucional
Art. 5°, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante;
Tortura prova Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa (art. 1°, I, a).
Tortura crime Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza 
criminosa (art. 1°, I, b);
O agente responde pela tortura e pelo crime praticado pela vítima (concurso 
material);
Tortura discriminação Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental, em razão de discriminação racial ou religiosa (art. 1°, 
I, c).
Tortura castigo O agente submete alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego 
de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma 
de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (art. 1°, II).
Crime próprio.
Tortura do preso ou 
pessoa sujeita a medida 
de segurança
O agente que submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei 
ou não resultando de medida legal.
Crime comum
Tortura omissão Aqui a lei tratou de punir aquele que tinha o dever de evita-las ou apura-las;
Não é crime hediondo.
Qualificadoras Lesão corporal grave ou gravíssima e morte;
Ações preterdolosas (dolo na tortura e culpa do resultado).
Aumento de pena A pena aumenta de um sexto a um terço:
Se cometido por agente público;
Se cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou 
maior de 60 anos;
Se cometido mediante sequestro.
Tentativa Não é possível na tortura omissão.
Vedações O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
Regime Inicial A lei prevê cumprimento inicial no regimento fechado, porém 
conforme o STF devem ser observadas as regras comuns do CP.
A progressão se dá por 2/5 se primário e 3/5 se reincidente.
Ação Penal Pública Incondicionada
Lei n.º 10.826/2003
Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos
gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma
câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a
função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de
direção e estabilidade ao projétil
I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do
cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
b) portáteis de alma lisa;ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja,
na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e
vinte joules;
II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição
que sejam:
a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de
prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte
joules;
Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma
arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou
ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício;
manejo; outros efeitos especiais
Acessório é o artefato que, acoplado a uma arma,
possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a
modificação de um efeito secundário do tiro ou a
modificação do aspecto visual da arma
Tipo de matéria que, quando
iniciada, sofre decomposição muito
rápida em produtos mais estáveis,
com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão
Os crimes previstos neste
estatuto tutelam a
incolumidade pública, e são
crimes de perigo abstrato.
Abolitio criminis temporária
Armas de fogo de 
uso restrito e uso 
permitido
Armas de 
fogo de uso 
permitido
2003 23/10/2005 31/12/2009
A Abolitio Criminis temporária se aplica 
somente aos casos de POSSE e não para 
porte.
Em regra, as condutas previstas
neste Estatuto são punidas a
título de dolo, com exceção ao
artigo 13 (omissão de cautela);
Posse x Porte
Posse consiste em manter 
a arma intra muros, ou 
seja, seria a situação de 
manter a arma de fogo 
no interior da residência 
ou do trabalho
O porte é uma situação 
extra muros, fora da 
residência
Os coquetéis molotovs são classificados como artefatos incendiários, portanto também
se enquadram no artigo 16.
O porte de granada configura o tipo penal do artigo 16, porém a granada de gás
lacrimogênio e de pimenta não configura tal conduta, conforme o STJ;
A lei 13.497/2017 trouxe para
o rol dos crimes hediondos a
conduta tipificada no artigo 16
da lei 10.826/03 (Estatuto do
Desarmamento).
Apreensão de diversas armas
O STJ entende que se as armas forem
do mesmo “tipo”, ou seja, se forem
várias armas de uso permitido, ou
várias de uso restrito, o agente
responderá somente por um crime,
sendo que a quantidade influenciará
na aplicação da pena.
Agora, o mesmo Tribunal entende
que se forem armas de diferentes
“categorias”, ou seja, algumas de uso
permitido e outras de uso restrito,
responderá o agente, em concurso
formal pelos crimes referentes a sua
conduta.
Posse de munição
O STF no julgamento do RHC 143.449/MS aplicou o
princípio da insignificância para a posse munição. O
relator, Ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que a
posse de uma única munição desacompanhada da
arma de fogo é incapaz de provocar qualquer lesão
ao bem jurídico tutelado (incolumidade pública).
Na mesma linha de entendimento, o STJ aplicou o
princípio da insignificância na apreensão de munição
sem arma de fogo. O relator, Ministro Nefi Cordeiro,
afirmou que “no caso em tela, ainda que
formalmente típica, a apreensão de oito munições na
gaveta do quarto da recorrente não é capaz de
lesionar ou mesmo ameaçar o bem jurídico tutelado,
mormente porque ausente qualquer tipo de
armamento capaz de deflagrar os projéteis
encontrados em seu poder”.
Lei n.º 9.605/1998
Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas.
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas
Áreas de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os
Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre
É possível a aplicação do
princípio da insignificância em
matéria de direito ambiental.
O atual entendimento do STJ e do
STF é de que é possível a
responsabilização penal de pessoa
jurídica, por crime contra o meio
ambiente, ainda que não haja
responsabilização de pessoas
físicas.
As penas aplicáveis as pessoas jurídicas:
• multa;
• restritivas de direitos;
• prestação de serviços à comunidade.
As penas restritivas de direitos cominadas a pessoa jurídica não têm caráter substitutivo
– e sim natureza originária.
Nenhuma das penas aplicáveis às pessoas
jurídicas (tais como sua suspensão, interdição ou
proibição de contratar com o Poder Público)
pode ser cominada de modo indefinido ou
perpétuo
Lei n.º 11.340/2006
A violência doméstica é contextualizada
conforme o artigo 5° da lei.
• No âmbito da unidade doméstica, com ou
sem vínculo familiar;
• No âmbito da família, compreendendo as
pessoas por afinidade ou por vontade
expressa;
• Em qualquer relação íntima de afeto;
• As relações pessoais, independem de
orientação sexual.
Súmula 600 do STJ
“Para configuração da violência doméstica
e familiar prevista no artigo 5º da lei
11.340/2006, lei Maria da Penha, não se
exige a coabitação entre autor e vítima”.
Formas de Violência
Física Qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da 
vítima.
Psicológica Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da 
auto-estima, o agressor se utiliza da humilhação, isolamento, 
manipulação, perseguição e vigilância, etc.
Sexual Qualquer conduta que constranja a vítima a presenciar, manter ou 
participar de uma relação sexual não desejada, utilizando de 
ameaças e intimidações.
Patrimonial Qualquer conduta que configure a retenção, subtração, destruição 
total ou parcial de seus objetos, bens, valores.
Moral Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Em seu atendimento em sede policial, é direito da ofendida um
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores previamente capacitados e preferencialmente do sexo
feminino.
• A inquirição da mulher em situação de violência deverá garantir a integridade física, psíquica
e emocional da vítima;
• Em nenhuma hipótese a mulher, seus familiares e testemunhas poderão ter contato com o
suspeito ou pessoas relacionadas a ele;
• Deve ser garantida a não revitimização da vítima, ou seja, devem ser evitadas sucessivas
perguntas sobre o mesmo fato, bem como questionamentos da vida privada da depoente;
• A inquirição deverá ser realizada num recinto especialmente projetado para esse finalidade;
• Quando for o caso, a inquirição será intermediada por um profissional especializado;
• O depoimento deve ser registrado em meio eletrônico ou magnético.
A autoridade policial deverá tomar algumas medidas legais, ao tomar 
conhecimento da situação envolvendo violência doméstica.
• Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário;
• Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
• Fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
• Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do
local da ocorrência ou do domicílio familiar;
• Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nestaLei e os serviços disponíveis.
• Remeter no prazo e quarenta e oito horas o expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão das medidas protetivas de urgência.
No caso dos crimes que exijam a
representação da vítima, esta não
poderá ser retratada na delegacia,
só será admitida a sua renúncia, em
uma audiência especialmente
designada para tal finalidade,
perante o juiz, antes do
recebimento da denúncia.
Súmula 588 do STJ
A prática de crime ou contravenção penal
contra a mulher com violência ou grave
ameaça no ambiente doméstico
impossibilita a substituição de pena
privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
Medidas protetivas de urgência
Primeiro aquelas que obrigam ao agressor
• Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente;
• Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
• Proibição de se aproximar da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando
um limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
• Proibição de contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação;
• Proibição de frequentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
• Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores;
Prestação de alimentos provisionais ou provisórios
Agora, as direcionadas a vítima
• O juiz poderá encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa de proteção;
• Após o afastamento do agressor, o juiz poderá determinar a recondução da vítima
para o seu respectivo domicílio;
• Determinar que ela se afaste do lar garantindo os seus direitos, como a guarda dos
filhos, por exemplo;
• Determinar a separação de corpos;
• A restituição dos bens subtraídos pelo agressor;
• Proibição temporária para a celebração de atos e contratos e compra e venda;
• Suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
• Prestação de uma caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
referentes à violência doméstica.
Artigo 24-A
Recentemente foi incluído na lei o artigo 24-A que define o
crime de descumprimento de medidas protetivas de
urgência, fique atento (a) ao fato de somente a autoridade
judicial poder conceder finança!
Lei 13.827/19
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher
em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei
nº 13.827, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº
13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no
momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo
de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei
nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Lei n.º 9.503/1997
Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão
que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente
para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração
viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e
coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha
elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
Homicídio culposo na direção de veículo
• A conduta deverá ser culposa, portanto devemos observar os mesmos requisitos
do Código Penal, quais sejam, a imprudência, negligencia ou imperícia;
• Caso tenhamos a culpa exclusiva da vítima, não podemos imputar nenhum tipo
de crime ao agente. Para que configure o tipo penal é necessário que o agente
viole um dever objetivo de cuidado, se tivermos a culpa exclusiva da vítima é um
sinal de que o condutor do veículo tomou todos os cuidados necessários;
• O direito penal não admite a compensação de culpas, portanto se houver culpa
recíproca o motorista responderá pelo crime.
Lesão culposa na direção de veículo
• Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor;
• Aplicamos também o mesmo entendimento quanto a culpa exclusiva da vítima e
da concorrência de culpa;
• Se tivermos um crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor
nas condições do artigo 291,§1°, deverá ser instaurado um inquérito policial
para a investigação da infração penal.
Omissão de socorro
• Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro
à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar
auxílio da autoridade pública;
• O sujeito ativo desse crime é o condutor do veículo envolvido no acidente;
• Se o condutor do veículo não presta socorro, responde pelo art. 304 do CTB, se
esse mesmo condutor não presta socorro num caso de lesão corporal ou homicídio
culposo, responde pelo respectivo delito (art. 303 e 302) com o aumento da pena,
e se um terceiro não presta socorro, responderá pelo artigo 135 do Código Penal
Fuga do local do acidente
• Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída;
• O tipo penal exige um fim especial de agir, ou seja, a fuga deverá se dar para se
furtar da responsabilidade civil ou penal que poderá ser atribuída ao agente.
Embriaguez ao volante
• Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência;
• §2° do artigo 306 dispõe que a verificação do disposto neste artigo poderá ser
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico,
perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos.
Violação da suspensão ou proibição imposta
• Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código;
Omissão na Entrega da Permissão ou Habilitação
• Condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293,
a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação;
• Essa é mais uma norma para garantir efetividade dos atos da Administração
Pública.
Participação em competição não autorizada
• Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa
ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente,
gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada;
• Para caracterizar o crime é necessário que:
o A competição ocorra em via pública;
o A competição não deve ter autorização das autoridades competentes;
o A disputa deve provocar dano potencial a incolumidade pública ou privada
Direção de Veículo Sem Permissão ou Habilitação
• Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de
dano;
• Para a sua configuração é necessário que se tenha gerado perigo de dano
Entrega de Veículo à Pessoa Não Habilitada
• Permitir, confiar ou entregar adireção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por
embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança;
• Esse tipo penal se configura com a conduta do agente de permitir, confiar
ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não possa dirigir
ou não tenha condições de dirigir por um dos motivos descritos no caput.
Excesso de Velocidade
• Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de
escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de
pessoas, gerando perigo de dano;
• Será considerado crime, trafegar em alta velocidade em determinados locais:
o Proximidades de escolas;
o Proximidades de hospitais;
o Estações de embarque e desembarque de passageiros;
o Logradouros estreitos;
o Grande movimentação ou concentração de pessoas
Fraude no Procedimento Apuratório
• Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na
pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial
ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir
a erro o agente policial, o perito, ou juiz;
• O agente deve inovar artificiosamente o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com a finalidade de induzir a erro o agente policial, perito ou juiz.
Suspensão ou proibição da habilitação ou 
permissão de dirigir
• Essas penalidades podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
• A duração dessas penalidades é de dois meses a cinco anos.
• Conforme prevê o artigo 296, se o réu for reincidente na prática de crime
previsto neste código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
penais cabíveis Em qualquer fase da investigação ou da ação 
penal poderá ser suspensa a habilitação ou 
permissão para dirigir ou a proibição de sua 
emissão.
Agradecimentos
Muito obrigado!
Bons estudos, Força e Honra!
Professor Péricles Mendonça
profpericlesrezende@gmail.com
@vemserpolicial

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