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MÓDULO II_CURSO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CURSO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
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CURSO DE 
CURSO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
4 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
As licenças ambientais não são exigidas para todos e quaisquer 
empreendimentos. A Resolução Conama 237/97 traz, em seu Anexo I, uma lista de 
atividades para as quais o licenciamento é essencial. Veja a lista a seguir: 
 
Extração e Tratamento de Minerais 
Pesquisa mineral com guia de utilização; 
Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; 
Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; 
Lavra garimpeira; 
Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 
Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 
Beneficiamento de minerais, não metálicos, não associados à extração; 
Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos, tais como: 
produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. 
Indústria Metalúrgica 
Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; 
Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com ou sem 
tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
Metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e secundárias, 
inclusive ouro; 
Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou sem 
tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
Relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas; 
Produção de soldas e anodos; 
 
 
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Metalurgia de metais preciosos; 
Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; 
Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, 
inclusive; 
Galvanoplastia; 
Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou sem 
tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície; 
Indústria Mecânica; 
Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com ou 
sem tratamento térmico e/ou de superfície. 
Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comunicações 
Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; 
Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para 
telecomunicação e informática; 
Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. 
Indústria de Material de Transporte 
Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e 
acessórios; 
Fabricação e montagem de aeronaves; 
Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutuantes. 
Indústria de Madeira 
Serraria e desdobramento de madeira; 
Preservação de madeira; 
Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e 
compensada; 
Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. 
Indústria de Papel e Celulose 
Fabricação de celulose e pasta mecânica; 
Fabricação de papel e papelão; 
Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada. 
 
 
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Indústria de Borracha 
Beneficiamento de borracha natural; 
Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos;
Fabricação de laminados e fios de borracha; 
Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, 
inclusive látex. 
Indústria de Couros e Peles 
Secagem a salga de couros e peles; 
Curtimento e outras preparações de couros e peles; 
Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; 
Fabricação de cola animal. 
Indústria Química 
Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos; 
Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas 
betuminosas e da madeira; 
Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; 
Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais 
e outros produtos da destilação da madeira; 
Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e 
látex sintéticos; 
Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, 
fósforo; 
De segurança e artigos pirotécnicos; 
Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais; 
Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos; 
Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, 
germicidas e fungicidas; 
Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes 
e secantes; 
Fabricação de fertilizantes e agroquímicos; 
Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários; 
Fabricação de sabões, detergentes e velas; 
 
 
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Fabricação de perfumarias e cosméticos; 
Produção de álcool etílico, metanol e similares. 
Indústria de Produtos de Matéria Plástica 
Fabricação de laminados plásticos; 
Fabricação de artefatos de material plástico; 
Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos; 
Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; 
Fabricação e acabamento de fios e tecidos; 
Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigo 
diversos de tecidos; 
Fabricação de calçados e componentes para calçados. 
Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas 
Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares; 
Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueados e derivados de origem 
animal; 
Fabricação de conservas; 
Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescado; 
Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados; 
Fabricação e refinação do açúcar; 
Refino/preparação de óleo e gorduras vegetais; 
Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; 
Fabricação de fermentos e leveduras; 
Fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais; 
Fabricação de vinhos e vinagre; 
Fabricação de cervejas, chopes e maltes; 
Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e 
gaseificação de águas minerais; 
Fabricação de bebidas alcoólicas. 
Indústria de Fumo 
Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de 
beneficiamento do fumo. 
 
 
 
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Indústrias Diversas 
Usinas de produção de concreto; 
Usinas de asfalto; 
Serviços de galvanoplastia. 
Obras Civis 
Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; 
Barragens e diques; 
Canais para drenagem; 
Retificação de curso de água; 
Abertura de barras, embocaduras e canais; 
Transposição de bacias hidrográficas; 
Outras obras de arte. 
Serviços de Utilidades 
Produção de energia termoelétrica; 
Transmissão de energia elétrica; 
Estações de tratamento de água; 
Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário; 
Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos); 
Tratamento/disposiçãode resíduos especiais tais como: de agroquímicos e 
suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros; 
Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles 
provenientes de fossas; 
Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; 
Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. 
Transporte, Terminais e Depósitos 
Transporte de cargas perigosas; 
Transporte por dutos; 
Marinas, portos e aeroportos; 
Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos químicos; 
Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. 
 
 
 
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Turismo 
Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos. 
Atividades Diversas 
Parcelamento do solo; 
Distrito e polo industrial. 
Atividades Agropecuárias 
Projeto agrícola; 
Criação de animais; 
Projetos de assentamentos e de colonização. 
Uso de Recursos Naturais 
Silvicultura; 
Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; 
Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; 
Utilização do patrimônio genético natural; 
Manejo de recursos aquáticos vivos; 
Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas; 
Uso da diversidade biológica pela biotecnologia. 
FONTE: Conama, 1997. 
 
 
5 PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
O processo de licenciamento envolve várias etapas que vão desde o pedido 
até a aquisição das licenças ambientais, sendo que todo o processo de 
licenciamento ambiental é de responsabilidade do empreendedor, que deverá 
providenciar todos os documentos, relatórios e estudos exigidos pelo órgão 
licenciador competente. A primeira etapa deste processo é quando o empreendedor 
identifica a categoria em que as atividades do seu empreendimento se enquadram, 
qual o tipo de licença deve ser solicitado e para qual órgão licenciador (Figura 3). 
 
 
 
 
 
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FIGURA 3 - PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 FONTE: Firjan, 2004. 
 
 
A partir daí o empreendedor se dirige ao órgão ambiental licenciador, que 
definirá os documentos, relatórios e estudos ambientais necessários para a abertura 
do processo de licenciamento. Dentre os documentos exigidos está o cadastro 
técnico de atividades, que se trata de um formulário com os dados do projeto, que 
deverá ser preenchido pelo empreendedor. Juntamente com este cadastro serão 
exigidos outros documentos, como as plantas do projeto e o programa das 
atividades do empreendimento. 
Veja a seguir os documentos e estudos exigidos ao empreendedor, durante 
o procedimento do licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução 237/97: 
 
a) certidão da Prefeitura Municipal, declarando a viabilidade logística e a 
conformidade da atividade com a legislação de uso do solo e, quando necessário, a 
autorização de supressão de vegetação; 
b) outorga para o uso da água; 
c) os estudos ambientes exigidos pelo órgão licenciador deverão ser 
organizados pelo empreendedor, que deverá contratar uma equipe técnica habilitada 
nas diferentes áreas de abrangência dos impactos da atividade. Cada profissional da 
equipe deverá realizar a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). 
 
Para finalizar esta etapa o empreendedor deverá publicar o requerimento 
da licença ambiental em jornais de divulgação pública, de acordo com a Resolução 
 
 
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CONAMA 006/86. Segundo esta resolução a publicação de pedido de licença deverá 
ser realizada nas três etapas: pedido, renovação e concessão (Figura 4). 
 
 
FIGURA 4 - ENQUADRAMENTO DO EMPREENDIMENTO NO PROCESSO DE 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
FONTE: Firjan, 2004. 
 
 
Na próxima etapa, o órgão ambiental fará a análise dos documentos, 
relatórios e estudos, realizando as vistorias técnicas, quando necessárias. Antes 
de concluir o parecer técnico, é realizada a audiência pública, conforme previsto na 
Resolução CONAMA 009/87. Durante a audiência pública representantes do 
Ministério Público e cidadãos poderão participar da avaliação do projeto pelo órgão 
ambiental e discutir suas opiniões a respeito. No entanto, o resultado final será 
decidido apenas pelo órgão ambiental. 
Em caso de resultados não satisfatórios na realização do EIA/RIMA, o artigo 
10, § 2º, da Resolução 237/97, permite um novo pedido de complementação pelo 
órgão ambiental. Após esse processo, o órgão ambiental deverá emitir o parecer 
técnico sobre as decisões referentes ao projeto e sua viabilidade ambiental: 
 
“De acordo com o disposto na Lei 9605/98 (artigos 66 e 67), a omissão, 
afirmação falsa ou enganosa de informações referentes ao projeto de 
empreendimento utilizadas para o processo de concessão de licença, 
caberá a penalidades ao funcionário público, que estará sujeito à pena de 
reclusão ou detenção de um a três anos, e multa”. (SÁNCHEZ, 2006). 
 
 
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Na última etapa a licença ambiental será concedida ou não, de acordo com o 
parecer do órgão ambiental, e os resultados deverão ser publicados pelo 
empreendedor em jornal de divulgação pública (Figura 5). 
 
 
FIGURA 5 - PROCEDIMENTO PARA AQUISIÇÃO DE LICENÇA AMBIENTAL 
PERANTE ÓRGÃO LICENCIADOR 
 
FONTE: modificado de Firjan, 2004. 
 
 
5.1 DOCUMENTOS TÉCNICOS 
 
 
 O processo de licenciamento ambiental de empreendimentos que utilizam 
recursos naturais, muitas vezes, é complexo e envolve a apresentação de uma série 
de documentos, relatórios e estudos. Lembre que tais documentos variam de acordo 
com o tipo de empreendimento e licença a ser concedida. Veja a seguir alguns dos 
documentos e relatórios exigidos: 
 
 
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a) Memorial descritivo do projeto – exigido juntamente com a apresentação do 
projeto do empreendimento, para a emissão do parecer técnico pelo órgão 
licenciador; 
 
b) Avaliação ambiental inicial ou estudo preliminar – trata de uma análise 
preliminar sobre a viabilidade do projeto, exigido quando há dúvidas quanto 
aos impactos que o projeto potencialmente causará; 
 
c) Plano de fechamento – deve ser apresentado ao órgão licenciador para 
solicitar a desativação do empreendimento; 
 
d) Cadastros Técnicos: O IBAMA é o órgão responsável pelo gerenciamento 
do Cadastro Técnico Federal. O registro de Cadastro Técnico Federal é 
obrigatório a todas as pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à defesa 
ambiental, a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, 
transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos. As 
empresas de reparação de veículos que prestam serviços de ar condicionado 
automotivo devem se cadastrar. O cadastramento é gratuito e só pode ser 
feito pela Internet, no site http://www.ibama.gov.br/. 
• Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental 
– “para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a 
consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e 
comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de 
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras” (Lei 7.804/89, artigo 17, §1°). 
• Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais – “para registro obrigatório de pessoas 
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à 
extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente 
perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e 
flora” (Lei 7.804/89, artigo 17, §2°). 
 
 
 
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e) Anotação de Responsabilidade Técnica – ART: A Anotação de 
Responsabilidade Técnica – ART foi criada pela Lei Federal 6.496, de 7 de 
dezembro de 1977, como resultado da mobilização da comunidade 
profissional da época. A ART identifica e estabelece os responsáveis técnicos 
pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia. A execução de obras ou prestação de quaisquer 
serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia 
está sujeita à Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), no Conselho 
Regional em cuja jurisdição for exercida a respectiva atividade. Todo o 
Conselho Regional disponibiliza um formulário de ART, bem como um manual 
para o seu preenchimento, que deverá ser realizado por cada profissional 
envolvido na execução do projeto. Veja em anexo a este módulo um 
formulário de ART do Conselho Regional de Biologia Região 3 (CRBio3). No 
entanto, para que o profissional possa atuar como responsável técnico em 
estudos de impacto ambiental é necessário que este esteja matriculado no 
respectivo Conselho Regional de sua área de atuação. 
 
f) Plano de Controle Ambiental (PCA) – Resolução CONAMA 009/90 e 010/90 
– Trata-se da exigência de apresentação do Plano de Controle Ambiental 
(PCA) para a obtenção da Licença de Instalação (LI) de atividades de 
extração mineral das classes I a IX (Decreto-Lei 227/67), o qual conterá os 
projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados na 
fase da Licença Prévia (LP); 
 
 
g) Relatório de Controle Ambiental (RCA) – Resolução CONAMA 010/90 – 
Exige a apresentação do Relatório de Controle Ambiental (RCA) para a 
obtenção da Licença Prévia (LP), no caso de dispensa de EIA-RIMA (art. 3º, 
parágrafo único), para atividade de extração mineral da classe II (Decreto-Lei 
227/67); 
 
h) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRA) – NBR 1303, da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – Fixa diretrizes para a elaboração 
 
 
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e apresentação de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRA) 
pelas atividades de mineração (Figura 6). 
 
 
FIGURA 6 - PLANTAS PARA ÁREAS DEGRADADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.sintropia.org>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
 
 
i) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – é o estudo mais completo que pode 
ser exigido durante o licenciamento ambiental. Trata de uma análise completa 
sobre todos os aspectos (biológico, físico, químico e socioeconômico) que 
podem ser afetados pelos impactos do projeto. Este estudo é realizado por 
uma equipe multidisciplinar, formada por diversos profissionais, que serão 
contratados pelo empreendedor. 
De acordo com o art. 6º da Resolução Conama 237/97, o EIA deve ser 
composto obrigatoriamente por quatro seções: 
1. Diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento: deve 
descrever e analisar as potencialidades dos meios físico, biológico e 
 
 
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socioeconômico da área de influência do empreendimento, inferindo sobre a 
situação desses elementos antes e depois da implantação do projeto; 
2. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas: 
contempla a previsão da magnitude e a interpretação da importância dos 
prováveis impactos relevantes do empreendimento, discriminando os 
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, 
imediatos e a médio e longo prazo, temporários e permanentes; o grau de 
reversibilidade desses impactos; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; 
a distribuição dos ônus e benefícios sociais; 
3. Medidas mitigadoras dos impactos negativos: devem ter sua eficiência 
avaliada a partir da implementação dos programas ambientais previstos para 
serem implementados durante a vigência da LI; e 
4. Programa de acompanhamento e monitoramento: deve abranger os 
impactos positivos e negativos, indicando os padrões de qualidade a serem 
adotados como parâmetros. 
 
j) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – é o relatório que apresenta as 
conclusões do EIA. Este relatório servirá de base para a avaliação e parecer 
técnico do órgão ambiental e também para a discussão sobre o projeto 
durante a Audiência pública. Sendo assim, o RIMA deve ser redigido em 
linguagem acessível para ser compreendido por todo o público. O Rima deve 
conter, de acordo com os incisos I a VIII do art. 9º da Resolução Conama 
01/86: 
I. Os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e sua compatibilidade 
com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; 
II. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, 
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação, a 
área de influência, as matérias primas e mão de obra, as fontes de energia, 
os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, 
resíduos de energia e os empregos diretos e indiretos a serem gerados; 
III. A síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de 
influência do projeto; 
 
 
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IV. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e da 
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os 
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando métodos, 
técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e 
interpretação; 
V. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, 
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas 
e a hipótese de sua não realização; 
VI. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em 
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser 
evitados, e o grau de alteração esperado; 
VII. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; 
VIII. A recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e 
comentários de ordem geral). 
 
 
5.2 GASTOS DO EMPREENDEDOR 
 
 
Todos os gastos relativos à concessão de licença serão custeados pelo 
empreendedor. Veja abaixo alguns gastos relativos ao licenciamento: 
1. Contratação da elaboração dos estudos ambientais (EIA, Rima, etc.): 
 Contratação, se necessário, de empresa de consultoria para interagir 
com o órgão ambiental (acompanhando a tramitação do processo de 
licenciamento), podendo ou não ser a mesma empresa que elaborou o 
EIA/Rima; 
 Despesas relativas à realização de reuniões e/ou audiências públicas, 
caso necessárias; 
 Despesas com publicações na imprensa de atos relacionados com o 
processo de licenciamento; 
 Pagamento da compensação ambiental (de acordo a Resolução 
Conama 371/2006, em projetos que impliquem em impactos 
irreversíveis, o empreendedor deverá investir um valor igual ou 
 
 
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superior a 0,5% do custo total previsto para a implantação do 
empreendimento na criação de uma unidade de conservação); 
 Pagamento das taxas (emissão das licenças e da análise dos estudos 
e projetos) cobradas pelo órgão licenciador; 
 Despesas relativas à implementação dos programas ambientais 
(medidas mitigadoras). 
 
Os valores despendidos para a elaboração dos estudos ambientais e a 
contratação de empresa especializada para interagir com o órgão ambiental variam 
de acordo com os fatores envolvidos, com o tamanho e a localização do 
empreendimento e com a magnitude dos seus impactos. 
 
2. Taxas de emissão de licença ambiental: 
 Valor da licença (relativo à emissão da licença) 
 Custo da análise(valor que o órgão ambiental cobra pela análise dos 
estudos ambientais) 
 Publicação das licenças 
 
Os custos relacionados com a análise do projeto envolvem: Registros, 
Autorizações, Licenças inclusive para supressão de vegetação em Áreas de 
Preservação Permanente e respectivas renovações. Veja abaixo a base de cálculo 
usada pelo IBAMA para estimar o valor das análises: 
 
Valor = { K + [ ( A x B x C) + ( D x A x E) ] } 
A - Nº de Técnicos envolvidos na análise. 
B - Nº de horas/homem necessárias para análise. 
C - Valor em Reais da hora/homem dos técnicos envolvidos na análise + 
total de obrigações sociais (OS) = 84,71% sobre o valor da hora/homem. 
D - Despesas com viagem. 
 
 
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E - Nº de viagens necessárias. 
K - Despesas administrativas = 5% do somatório de (A x B x C) + (D x A x 
E). 
O valor de cada licença é fixo e relativo ao tipo de licença ambiental (LP, LI, 
LO), em função da categoria em que o empreendimento se enquadra (pequeno, 
médio e grande porte) e o potencial do impacto ambiental (pequeno, médio e alto) 
das atividades do empreendimento. Veja abaixo a tabela de valores do IBAMA. 
 
 
TABELA 1 - VALORES DO IBAMA RELATIVOS À EMISSÃO DE LICENÇA 
AMBIENTAL, DE ACORDO COM O TIPO DE EMPREENDIMENTO, IMPACTO 
AMBIENTAL E LICENÇA SOLICITADA 
EMPRESA DE PEQUENO PORTE (em Reais) 
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto 
Licença Prévia 2.000,00 4.000,00 8.000,00 
Licença de Instalação 5.600,00 11.200,00 22.400,00 
Licença de Operação 2.800,00 5.600,00 11.200,00 
EMPRESA DE PORTE MÉDIO 
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto 
Licença Prévia 2.800,00 5.600,00 11.200,00 
Licença de Instalação 7.800,00 15.600,00 31.200,00 
Licença de Operação 3.600,00 7.800,00 15.600,00 
EMPRESA DE GRANDE PORTE 
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto 
Licença Prévia 4.000,00 8.000,00 16.000,00 
Licença de Instalação 11.200,00 22.400,00 44.800,00 
Licença de Operação 5.600,00 11.200,00 22.400,00 
 
FONTE: Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
 
 
 
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Segundo Sánchez (2008), para a grande maioria dos processos de 
licenciamento os custos não ultrapassam 1% do valor total do empreendimento. 
 
 
5.3 SOBRE OS PRAZOS DE ANÁLISE DAS LICENÇAS 
 
 
De acordo com a Resolução CONAMA 237/97, a análise das licenças 
ambientais pelo órgão licenciador não devem ultrapassar o prazo máximo de seis 
meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou 
indeferimento. Em caso de o processo envolver a análise de EIA/RIMA e/ou 
audiência pública este prazo será de até 12 meses. 
Quando o órgão ambiental carecer de esclarecimentos ou mesmo de 
estudos complementares, a contagem do prazo de seis meses (ou 12 meses 
havendo EIA/RIMA e/ou audiência pública) será suspensa até que o empreendedor 
solucione as pendências, dentro do prazo máximo de quatro meses, a contar do 
recebimento da respectiva notificação. O não cumprimento deste prazo sujeitará o 
empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença. 
Todos esses prazos poderão ser prorrogados, desde que justificado e com a 
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. O número de 
licenças ambientais emitidas pelo IBAMA tem aumentado consideravelmente nos 
últimos anos (Figura 7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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57 
 
FIGURA 7 - NÚMERO DE LICENÇAS (LP, LO, LI, OUTRAS) EMITIDAS PELO 
IBAMA ENTRE 1998 E 2007 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
ano
nú
m
er
o 
de
 li
ce
nç
as
LP
LO
LI
Outras Licenças
 
 FONTE: Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
 
 
No entanto, com o intuito de agilizar o processo de licenciamento e 
aceleração o desenvolvimento econômico do país, a qualidade da avaliação dos 
relatórios ambientais é ameaçada, como satirizado na charge abaixo. 
 
 
FIGURA 8 – LICENCIMENTO AMBIENTAL 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
58 
 
5.4 MODIFICAÇÃO, SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DAS LICENÇAS 
 
 
A licença ambiental será vigente enquanto o empreendedor realizar todas as 
condicionantes impostas pelo órgão ambiental competente. No entanto, havendo 
qualquer violação ou inadequação destas condicionantes, o órgão competente 
poderá modificar, suspender ou cancelar a licença. De acordo com o art. 19 da 
Resolução Conama n. 237/97: 
“O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, 
suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram 
a expedição da licença. 
III - Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.” (Conama, 
237/97). 
 
 
6 RESPONSABILIDADE E PENALIDADES AO EMPREENDEDOR 
 
 
Projetos que envolvem o uso de recursos naturais devem ser conduzidos de 
acordo com uma série de recomendações vigentes na legislação ambiental. Dessa 
forma, o empreendedor terá responsabilidades a serem conduzidas ao longo do 
andamento do projeto e também responderá com penalidades às irregularidades 
realizadas. 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
59 
 
TABELA 2 - RESPONSABILIDADE E PENALIDADES AO EMPREENDEDOR 
 
RE 
Tipo de Responsabilidade Característica 
 
Penalidade para o 
empresário 
 
Subjetiva 
 
Independe da culpa 
 
Em caso de acidente a 
empresa será obrigada, 
independentemente 
da existência de culpa, a 
reparar os danos 
causados ao meio ambiente. 
Aplica-se, preferencialmente 
à esfera cível. 
 
Objetiva 
 
Depende de existência de 
culpa ou dolo. A culpa é 
caracterizada por imperícia, 
imprudência ou negligência. 
E o dolo se caracteriza pela 
intenção. 
 
 Em caso de acidente, a 
apuração de culpa será 
necessária para a 
responsabilização na esfera 
criminal. 
 
Solidária 
 
Será apurada a 
responsabilidade 
de todos os agentes 
envolvidos. 
 
É a responsabilidade na 
qual o poluidor e seus 
sucessores, bem como 
qualquer um que tenha 
contribuído para o dano, 
serão considerados 
responsáveis perante a lei. 
Nesse caso, os 
responsáveis responderão, 
individual ou conjuntamente 
pelo pagamento do total da 
indenização devida. 
 
 
FONTE: Modificado de Firjan, 2004. 
 
 
Veja abaixo as diferentes esferas de ação e as sanções aplicáveis às 
pessoas físicas e jurídicas em caso de danos ambientais, segundo as leis federais 
6.938/81 e 9.605/98 (Figura 8). 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
60 
 
FIGURA 9 - DIFERENTES ESFERAS EM CASOS DE DANOS AO MEIO AMBIENTE 
 
FONTE: Modificado de FIRJAN, 2004. 
 
 
Como sabemos, quando houver o início das obras ou operação do 
empreendimento sem a licença ambiental competente, o empreendedor incorre em 
crime ambiental, conforme previsto no art. 60 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 
9.605/98). No entanto, para permitir a regularização de empreendimentos nesta 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
61 
situação, foi estabelecido pelo art. 79-A da Lei de Crimes Ambientais (introduzido 
pela MP 2.163-41, de 23 de agosto de 2001) o instrumento denominado Termo de 
Compromisso (Brasil, 2007). O Termo de Compromisso não tem a finalidade de 
aceitar o empreendimento irregular. Estedocumento permite que os 
empreendedores irregulares promovam as necessárias correções de suas 
atividades, mediante o atendimento das exigências impostas pelas autoridades 
ambientais competentes. 
No caso de obras já iniciadas, o órgão ambiental, ao considerar o caso 
particular, levando em conta o cronograma da obra, os impactos ambientais e os 
necessários programas de controle ambiental, celebrará Termo de Compromisso 
com o empreendedor. Nesse caso, será emitida a licença de instalação, sem a 
necessidade de recorrer ao licenciamento prévio. Ao assinar o Termo, o órgão 
ambiental suspende a multa ao empreendedor, além das sanções administrativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
--------------------------FIM DO MÓDULO II------------------------------ 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
62 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ABSY, M. L.; ASSUNÇÃO, F. N. A.; FARIA, S. C. de. Avaliação de impacto 
ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas, coordenação e 
adaptação. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis, 1995. 136 p. Disponível em: 
<www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/Disciplinas/SistemasAmb/AIA.pdf>. Acesso em: 21 
nov. 2008. 
 
 
BASTOS, A. C. S.; ALMEIDA, J. R. de. Licenciamento ambiental brasileiro no 
contexto da avaliação de impactos ambientais. In: CUNHA, S. B. da; GUERRA, A. J. 
T. Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 77-113. 
 
 
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 
Colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis. 4ª Secretaria de Controle Externo. 2. ed. Brasília: TCU, 2007. 83 p. 
 
 
FIRJAN. Manual de Licenciamento ambiental: guia de procedimento passo a 
passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004. 23 p. 
 
 
SÁNCHEZ, E. Avaliação de Impacto Ambiental: Conceito e Métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2006. 495 p. 
 
 
 
 
 
 
 
----------------------FIM DO CURSO!----------------------

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