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00_-_Apostila_anatomia2019

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UNISA –2019 
 
DISCIPLINA DE 
ANATOMIA HUMANA 
 
APOSTILA PARA AULAS TEÓR ICAS 
 
C u r s o d e B i o l o g i a 
C u r s o d e B i o m e d i c i n a 
C u r s o d e E d u c a ç ã o F í s i c a 
C u r s o d e E s t é t i c a e C o s m é t i c a 
C u r s o d e E n f e r m a g e m 
C u r s o d e F i s i o t e r a p i a 
C u r s o d e F a r m á c i a 
C u r s o d e O d o n t o l o g i a 
 
Prof. Luiz Altruda Filho 
Prof. Emilio Geraissati Filho 
Prof. Airton Knoll Jr. 
Prof. Marcelo Trulha V. Costa 
Prof. Valdemir Rodrigues 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
 
1. Conceito 
Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres 
organizados. Descreve conjunto de órgãos que desempenham a mesma função agrupados em sistemas (anatomia 
sistêmica ou descritiva) ou estudo por regiões (anatomia topográfica). 
 
2. Normalidade e Variação Anatômica 
 
- Normalidade: corresponde ao que ocorre na maior parte dos casos e, ao mesmo tempo, ao que se considera o me-
lhor para o desempenho da função. 
 
- Variação Anatômica: qualquer alteração morfológica que não trás prejuízo da função. 
 
 2.1. Fatores gerais de variação 
 
✓ Idade 
✓ Sexo 
✓ Raça 
✓ Biótipo (somatório dos caracteres herdados geneticamente ou adquiridos do meio ambiente e de sua 
inter-relação). 
➢ Longilíneo 
➢ Brevilíneo 
➢ Mediolíneo 
✓ Evolução 
 
3. Anomalia e Monstruosidade 
 
- Anomalia: qualquer alteração morfológica que trás prejuízo da função. (indivíduo com um dedo a menos na mão). 
 
- Monstruosidade: alteração morfológica muito grande, incompatível com a vida. (ausência de encéfalo). 
 
4. Nomenclatura Anatômica 
 
 Conjunto de termos utilizados para designar e descrever o organismo ou suas partes. 
 
5. Divisão do Corpo Humano 
Corpo Humano - Cabeça 
 - Pescoço 
 - Tronco - tórax 
- abdome 
- pelve 
 
 
 - Membros - Superiores (torácicos) o Raiz: ombro 
o Parte livre: 
 
- braço 
- antebraço 
- mão 
 - Inferiores (pélvicos) o Raiz: quadril 
o Parte Livre: 
 
- coxa 
- perna 
6. Posição Anatômica 
 
 É a posição padrão utilizada em anatomia. É a posição em que o indivíduo está ereto com a face voltada para 
frente, olhar dirigido para o horizonte, membros inferiores unidos com as pontas dos dedos dos pés voltadas para 
frente, membros superiores estendidos e acolados ao tronco com as palmas das mãos voltadas para frente. 
 
7. Planos do Corpo Humano 
 
 7.1. Planos de Delimitação 
 
 São aqueles planos que tangenciam a superfície do corpo do indivíduo quando este se encontra na posição 
anatômica. 
 
✓ Plano anterior ou ventral (tangente ao ventre) 
✓ Plano posterior ou dorsal (tangente ao dorso) 
✓ Plano lateral (direito e esquerdo) 
✓ Plano superior ou cranial ou cefálico 
✓ Plano inferior ou podálico (tangente à planta dos pés) 
✓ Plano caudal (tronco isolado, tangente ao vértice do cóccix). 
 
7.2. Planos de Secção 
 
São planos que atravessam o corpo do indivíduo, quando este se encontra em posição anatômica. 
 
✓ Plano mediano ou sagital mediano (divide o corpo em metades direita e esquerda) 
✓ Plano sagital paramediano (paralelo ao mediano, divide o corpo em partes direita e esquerda) 
✓ Plano frontal (paralelo aos planos anterior e posterior, divide o corpo em partes anterior e posterior) 
✓ Plano horizontal (paralelo aos planos superior e inferior, divide o corpo em partes superior e inferior) 
 
8. Termos de Posição e Direção 
 
 medial (mais próxima ao plano mediano)  proximal (mais próxima à raiz do membro) 
  intermédia  médio 
 lateral (mais próxima ao plano lateral)  distal (mais afastada da raiz do membro) 
 
 
anterior  superior  superficial  interno 
 média  média  média  médio 
posterior  inferior  profundo  externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- pé 
 
OSTEOLOGIA 
 
1. Generalidades 
 
Osteologia é o estudo dos ossos, inclui também o estudo das estruturas cartilagíneas o que constitui o 
esqueleto. Esqueleto é o conjunto de ossos e cartilagens que se unem entre si para formar o arcabouço do 
corpo do indivíduo. 
 
 
2. Funções dos ossos 
 
✓ Proteção (órgãos importantes) 
✓ Sustentação e conformação do corpo (suporte para as partes moles) 
✓ Sistema de alavancas (ampliam a força gerada durante as contrações musculares) 
✓ Armazenamento de íons 
✓ Produção de células sangüíneas (medula óssea) 
Nos indivíduos jovens toda a medula óssea é rubra, ativa na produção de células do sangue, já 
em indivíduos mais velhos a maior parte da medula óssea se torna flava. Alguns ossos no adulto apre-
sentam medula óssea rubra, como é o caso do esterno, clavícula, osso do quadril. 
 
 
3. Divisão do esqueleto 
 
✓ Esqueleto axial (ossos da cabeça, pescoço e tronco). 
✓ Esqueleto apendicular (ossos dos membros superiores e inferiores) 
 
Unindo essas duas porções temos o Cíngulo do membro superior (cíngulo peitoral), formado pela 
escápula e clavícula e o Cíngulo do membro inferior (cíngulo pélvico) formado pelo osso do quadril. Os 
cíngulos fazem parte do esqueleto apendicular. 
 
4. Número de ossos 
 
O corpo humano é formado por 206 ossos. Este número pode variar devido à idade, fatores individuais 
e o critério de contagem. 
 
5. Tipos de substância óssea 
 
✓ Compacta: as células ósseas estão em contato íntimo, não havendo espaço entre elas, dessa forma o 
osso é mais denso e resistente. Está localizada na periferia dos ossos. 
✓ Esponjosa: os elementos constituintes deixam entre si lacunas que se comunicam entre as outras, 
sendo preenchidas por medula óssea. 
 
6. Classificação dos ossos 
 
O critério para a classificação leva em consideração a forma dos ossos, de acordo com a predominân-
cia de suas dimensões (comprimento, largura e espessura). 
 
6.1. Ossos longos 
 
Apresentam o comprimento maior que a largura e a espessura (C > L e E). Ex. ossos do esqueleto 
apendicular (tíbia, úmero). 
Os ossos longos apresentam duas extremidades denominadas de epífeses, sendo uma proximal e ou-
tra distal, e um corpo denominado de diáfise. No interior da diáfise existe um espaço denominado de cavi-
dade medular, que é preenchido por medula óssea que pode ser rubra ou flava. 
Nos ossos longos em desenvolvimento entre a epífise e a diáfise existe um disco cartilagíneo deno-
minado de disco epifisial, responsável pelo crescimento em comprimento desses ossos. 
 
 6.2. Ossos alongados 
 
Apresentam o comprimento maior que a largura e a espessura, porém não encontramos epífises, diá-
fise e cavidade medular. Ex. clavícula e costela. 
 
 6.2. Ossos planos 
 
Apresentam o comprimento semelhante à largura, porém maiores que a espessura. Ex. osso parietal. 
 
 6.3. Ossos curtos 
 
 Apresentam as três dimensões semelhantes. Ex. ossos carpais e tarsais. 
 
 6.4. Ossos irregulares 
 
 Não apresentam uma forma geométrica conhecida. Ex. vértebras, osso temporal. 
 
 Esses tipos morfológicos ainda podem apresentar características adicionais podendo ser classificados como: 
 
 6.5. Ossos pneumáticos 
 
São ossos que apresentam uma ou mais cavidades, revestidas de mucosa e contendo ar, que são de-
nominadas seios. Os ossos pneumáticos são: frontal, maxila, esfenóide, etmóide e temporal. 
 
 6.6. Ossos sesamóides 
 
São ossos que se desenvolvem no interior de certos tendões musculares ou ao redor de cápsulaarti-
cular. Ex. patela, hióide. 
 
7. Periósteo 
 
É uma delgada membrana conectiva que reveste externamente todos os ossos, com exceção das su-
perfícies articulares. 
É constituído por dois folhetos: um externo e um interno. A camada mais interna recebe o nome de 
camada osteogênica, capaz de formar osso, sendo responsável pelo crescimento ósseo em espessura dos 
ossos, e na reparação de fraturas, essa camada é responsável pela nutrição do osso. 
A camada mais externa recebe o nome de camada fibrosa, sendo responsável pela inserção de liga-
mentos e tendões musculares. 
 
ARTROLOGIA 
 
1. Generalidades 
 
É o estudo das junturas ou articulações; que correspondem à união de quaisquer partes rígidas do es-
queleto, sejam ossos ou cartilagens, ou mesmo dentes. 
 
 
2. Classificação das Articulações 
 
O critério utilizado para a classificação, é o que leva em conta o tipo de tecido que se interpõe entre 
as superfícies que se articulam. Basicamente existem três tipos de articulação: fibrosas, cartilagíneas e sino-
viais. 
 
 
2.1. Articulações Fibrosas 
 
São articulações que apresentam tecido conjuntivo fibroso interposto entre as superfícies que se arti-
culam. A grande maioria dessas articulações estão localizadas no crânio e possuem pouquíssima mobilidade. 
 
A. Suturas: são articulações fibrosas que ocorrem exclusivamente no crânio. 
 
✓ Ex.: sutura palatina mediana, sutura sagital. 
 
B. Sindesmoses: são articulações fibrosas que ocorrem principalmente fora do crânio, onde temos 
uma maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso. Ex.: sindesmose tibiofibular. 
 
C. Gonfoses: são articulações entre os dentes e seus respectivos alvéolos, denominadas de articula-
ção dentoalveolar. 
 
 
2.2. Articulações Cartilagíneas 
 
São articulações que apresentam tecido cartilaginoso interposto entre as superfícies que se articulam. 
 
A. Sincondroses: o tecido interposto é cartilagem do tipo hialina. Geralmente são temporárias. Ex.: 
sincondrose esfenoccipital. 
 
B. Sínfises: o tecido interposto é fibrocartilagem (cartilagem fibrosa). Ex.: sínfise intervertebral; sín-
fise púbica. 
 
 
2.3. Articulações Sinoviais 
 
São articulações que apresentam grande mobilidade. Nelas o tecido interposto é o líquido sinovial. 
A Cápsula Articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação, é o principal meio de união 
entre os segmentos que se articulam. Apresenta duas camadas: uma membrana fibrosa externa, resistente; e 
uma membrana sinovial interna, responsável pela produção do líquido sinovial encontrado em um espaço 
virtual denominado de cavidade articular, sendo este espaço delimitado pela cápsula articular. 
As superfícies que entram em contato numa articulação sinovial são denominadas de faces articulares 
ou superfícies articulares. Estas faces são revestidas em toda sua extensão por cartilagem hialina (cartilagem 
articular). 
Algumas articulações sinoviais podem apresentar reforços formados por feixe de tecido fibroso denomi-
nados de ligamentos. Podemos encontrar os ligamentos intracapsulares e os ligamentos extracapsula-
res. 
Outra característica de algumas articulações sinoviais é a presença de discos e meniscos articulares; 
ambos são formações fibrocartilagíneas que estão localizados entre as faces articulares, com a função de tor-
ná-las congruentes e também funcionar como um amortecedor de choques mecânicos. 
Os meniscos apresentam a forma de meia-lua e são encontrados na articulação do joelho; os discos apre-
sentam forma elipsóide como é o caso do disco encontrado na articulação temporomandibular (ATM). 
 
 
 
 
MIOLOGIA 
 
1. Generalidades 
 
Os músculos são formados pelo conjunto de células musculares, que são células especializadas em 
contração e relaxamento. Os músculos se fixam por suas extremidades e são responsáveis por movimentar os 
segmentos do corpo pelo encurtamento da distância entre suas extremidades. 
 
 
2. Tipos Musculares 
 
✓ Voluntário: a contração depende de um ato de vontade. 
✓ Involuntário: a contração foge ao controle consciente do indivíduo. 
 
Histologicamente e topograficamente os músculos distinguem-se em: 
 
✓ Estriado esquelético: são voluntários, apresenta estriações transversais, e geralmente estão fixados ao es-
queleto por pelo menos uma de suas extremidades. 
✓ Liso: são involuntários, não apresentam estriações, e são encontrados nas paredes das vísceras. 
✓ Estriado cardíaco: é involuntário, e se assemelha histologicamente com o estriado esquelético, forma o 
coração. 
 
 
3. Componentes Anatômicos dos Músculos Estriados Esqueléticos 
 
✓ Ventre Muscular: é a parte carnosa do músculo, formada por fibras musculares, responsáveis pela con-
tração. 
✓ Fáscia Muscular: camada de tecido conectivo que envolve o ventre muscular, essa camada possui es-
pessura variável. Possui como função: 
• facilitar o deslizamento dos músculos entre si; 
• bainha elástica de contenção, pois mantém próximas as fibras musculares entre si. 
✓ Tendão Muscular: são formados por tecido conectivo denso, não possuem elasticidade, estão localiza-
dos nas extremidades dos músculos sendo responsáveis pela fixação destes ao esqueleto. Os tendões 
possuem a forma cilíndrica (fita); quando apresentam um aspecto laminar são denominados de apo-
neuroses. 
 
 
4. Origem e Inserção 
 
✓ Origem: extremidade do músculo presa à peça óssea que não se desloca em um determinado movi-
mento (ponto fixo). 
✓ Inserção: extremidade dos músculos presa à peça óssea que se desloca em um determinado movimento 
(ponto móvel). 
 
 
5. Classificação dos Músculos Estriados Esqueléticos 
 
5.1. Quanto sua forma e ao arranjo de suas fibras 
 
 5.1.1. Disposição paralela das fibras 
 
✓ M. longo: comprimento predominante. Ex.: m. sartório, m. esternocleidomastóideo. 
✓ M. largo: comprimento é semelhante à largura. Ex.: m. glúteo máximo. 
✓ M. fusiforme: apresenta uma convergência das fibras para as extremidades, dessa forma o 
diâmetro da região central do músculo é maior que nas extremidades. Ex.: m. braquial. 
✓ M. leque: forma de leque; possuem em uma extremidade uma aponeurose, e na outra um 
tendão, para onde as fibras convergem. Ex.: m. temporal, m. peitoral maior. 
 
5.1.2. Disposição oblíqua das fibras 
 
✓ M. semipeniforme: as fibras musculares dispostas obliquamente se fixam em um dos lados 
do tendão. Ex.: m. extensor longo do hálux. 
✓ M. peniforme: as fibras musculares se fixam nos dois lados do tendão. Ex.: m. reto femoral. 
✓ M. multipeniforme: apresentam vários feixes em forma de pena, como se fossem vários 
músculos peniforme em um só. Ex.: m. deltóide. 
 
5.2. Quanto ao número de origens 
 
✓ Bíceps: apresentam 2 origens e 1 inserção. Ex.: m. bíceps braquial. 
✓ Tríceps: apresentam 3 origens e 1 inserção. Ex.: m. tríceps sural. 
✓ Quadríceps: apresentam 4 origens 1 inserção. Ex.: m. quadríceps femoral. 
 
5.3. Quanto ao número de inserções 
 
✓ Bicaudados: apresentam 1 origem e 2 inserções. Ex.: m. flexor curto do hálux. 
✓ Policaudados: apresentam 1 origem e 3 ou mais inserções. Ex.: m. extensor dos dedos. 
 
 
5.4. Quanto ao número de ventres 
 
✓ Digástricos: apresentam 2 ventres musculares, que estão unidos por um tendão intermediário. Ex.: 
m. digástrico. 
✓ Poligástricos: apresentam 3 ou mais ventres musculares. Ex.: m. reto do abdome. 
 
 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
1. Generalidades 
 
Uma das funções básicas do sistema circulatório é transportar suprimento nutritivo, absorvido após a 
digestão dos alimentos, às células de todo organismo. Além disso, também ocorre transporte de oxigênio, 
incorporado ao sangue quando este circula pelos pulmões, até as células por meio desse sistema. 
 Além dessas funções, o sangue circulante transporta tambémos resíduos metabólicos, desde os locais onde 
foram produzidos até os órgãos excretores. 
 O sangue apresenta ainda células especializadas na defesa orgânica contra substâncias estranhas e 
microorganismos, além de ser responsável pela manutenção da temperatura corpórea. 
 O sistema circulatório é um sistema fechado de tubos (vasos sangüíneos), no interior dos quais circulam 
humores (sangue e linfa). Para que esses humores possam circular através dos vasos, há um órgão central, o 
coração que funciona como uma bomba contrátil-propulsora e, sendo um sistema fechado de tubos, as trocas entre 
o sangue e os tecidos vão ocorrer em extensas redes de vasos de calibre bem reduzido e de paredes muito finas 
chamados capilares sangüíneos. 
 O material nutritivo e o oxigênio passam dos capilares para os tecidos e os resíduos metabólicos e o CO2 
passam dos tecidos para o interior dos capilares. 
 
2. Divisão 
 
O sistema circulatório pode ser dividido em: 
 
CORAÇÃO 
 artérias 
VASOS SANGÜÍNEOS veias 
 capilares sangüíneos 
 
3. Coração 
 
 É um órgão muscular oco que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. A parede do coração é 
constituída por três camadas: a média, mais espessa, constituída de músculo estriado cardíaco, é denominada 
miocárdio. Revestindo internamente o miocárdio temos uma camada epitelial denominada endocárdio. 
Externamente o miocárdio é coberto por uma camada serosa denominada epicárdio. 
 
3.1. Morfologia externa 
 
 O coração tem a forma aproximada de uma pirâmide invertida, apresentado base, ápice e faces 
(esternocostal, diafragmática e pulmonar). 
 A base, dirigida superiormente, corresponde à porção em que chegam ou saem vasos de grande calibre 
conhecidos como vasos da base. O ápice, oposto à base, é a porção mais afilada, voltada para esquerda e ligeiramente 
mais anterior em relação à base. A face esternocostal relaciona-se com o esterno e as costelas, a face diafragmática 
com o diafragma e a face pulmonar com o pulmão esquerdo. 
 Externamente pode-se notar um sulco horizontal, o sulco coronário que marca a separação entre a região dos 
átrios (superiores) e os ventrículos (inferiores). Esse sulco é percorrido pelas artérias coronárias (direita e esquerda), 
responsáveis pela irrigação da parede cardíaca. Na região posterior do sulco, entre o átrio e o ventrículo esquerdo, há 
uma pequena bolsa venosa, o seio coronário, onde desembocam as veias que drenam o sangue da parede cardíaca. 
Cada átrio apresenta um apêndice que se assemelha à orelha de um animal, por isso denominado aurícula. 
 
3.2. Localização 
 
 O coração está localizado na cavidade torácica, posteriormente ao osso esterno e superiormente ao 
diafragma, no espaço compreendido entre os dois sacos pleurais denominado mediastino. 
 Sua maior porção fica à esquerda do plano mediano. O coração fica disposto obliquamente de tal forma que 
a base é medial e o ápice lateral. 
 
 
3.3. Morfologia interna 
 
 Ao abrir um coração, nota-se que a cavidade do coração apresenta septos a que subdividem em quatro 
câmaras. O septo horizontal, septo atrioventricular, divide o coração em duas porções, superior e inferior. A 
porção superior apresenta ainda um septo sagital, o septo interatrial, que a divide em duas câmaras: átrios direito e 
esquerdo. 
 A porção inferior da cavidade cardíaca apresenta também um septo sagital, o septo interventricular, que a 
divide em duas câmaras: ventrículo direito e esquerdo 
 O septo atrioventricular apresenta dois orifícios, um à direita e outro à esquerda, os óstios 
atrioventriculares direito e esquerdo, que possibilitam a comunicação do átrio direito com o ventrículo direito e 
do átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo respectivamente. 
 Os óstios atrioventriculares são providos de dispositivos, as valvas atrioventriculares, que permitem a 
passagem do sangue somente do átrio para o ventrículo. Cada valva é subdividida em válvulas ou cúspides. 
 A valva atrioventricular direita possui geralmente três cúspides ou válvulas, sendo por isso denominada 
tricúspide. A valva atrioventricular esquerda geralmente possui duas válvulas, denominando-se bicúspide ou 
mitral. 
 Quando ocorre sístole (contração) ventricular a tensão nesta câmara aumenta bastante o que poderia 
provocar eversão da valva para o átrio e conseqüente refluxo de sangue para esta câmara. Isso não ocorre porque 
existe uma série de filamentos denominados cordas tendíneas, responsáveis por prender as valvas aos músculos 
papilares, que são projeções da parede do miocárdio encontradas nas paredes internas dos ventrículos. 
 
3.4. Vasos da base 
 
 Os vasos da base correspondem a uma série de vasos de grande calibre, que chegam ou saem do coração 
através de sua base. São eles: a artéria aorta, que sai do ventrículo esquerdo; a artéria tronco pulmonar, que sai do 
ventrículo direito; as veias cavas superior e inferior, que chegam no átrio direito; e as veias pulmonares direitas e 
esquerdas que chegam no átrio esquerdo. 
 
3.5. Pequena e grande circulação 
 
3.5.1. Pequena circulação 
 
 Todo sangue impuro proveniente do átrio direito passa para o ventrículo direito onde se inicia a pequena 
circulação. O sangue então é levado aos pulmões através do tronco pulmonar (que se ramifica em artérias 
pulmonares direita e esquerda) onde sofre o fenômeno da hematose. Em seguida o sangue retorna ao coração 
através das veias pulmonares direitas e esquerdas, chegando no átrio esquerdo, onde termina a pequena circulação. 
Portanto, essa é uma circulação coração – pulmão – coração. 
 
 
3.5.2. Grande circulação 
 
 O sangue oxigenado que chega ao átrio esquerdo vai para o ventrículo esquerdo e aí tem início a grande 
circulação. Através da aorta o sangue é distribuído para todo o corpo, e nos tecidos ocorrem então as trocas (entre 
sangue e tecidos). O sangue rico em oxigênio (O2) torna-se rico em gás carbônico (CO2) e retorna ao átrio direito do 
coração através das veias cavas superior e inferior, onde então termina a grande circulação. Portanto, essa é uma 
circulação coração – tecidos – coração. 
 
3.6. Pericárdio 
 
 O pericárdio é um saco fibrosseroso que envolve o coração. A porção fibrosa, o pericárdio fibroso, é a mais 
superficial e a porção serosa, o pericárdio seroso, é a porção mais profunda. Esta por sua vez, é constituída por 
duas lâminas: lâmina parietal, que reveste internamente o pericárdio fibroso, e lâmina visceral, que reveste o 
próprio coração, também conhecida como epicárdio. 
 Entre as duas lâminas do pericárdio seroso, existe uma cavidade virtual conhecida como cavidade do 
pericárdio. Esse espaço encontra-se preenchido por uma pequena camada de líquido lubrificante, que evita o atrito 
entre essas duas lâminas durante os batimentos cardíacos. 
 O pericárdio, além da sua função protetora, à medida que isola o coração das estruturas vizinhas absorvendo 
choques que incidam na região, também é responsável por evitar a hipertrofia do órgão. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
 
1. Definição: conjunto de órgãos responsáveis pela condução do ar (entre o meio externo e o meio interno e vice-
versa) e pelas trocas gasosas (absorção de O2 e eliminação de CO2). 
 
2. Nariz: 
 
Está localizado no plano mediano da face, possui a forma de uma pirâmide de base triangular, onde o vértice 
da pirâmide, a raiz, está voltado para cima, e a base, voltada para baixo, apresenta 2 aberturas, as narinas. A porção 
mais anterior da base é denominada ápice, enquanto o dorso se estende desde a raiz até o ápice. As asas do nariz 
correspondem às duas dilatações laterais às narinas. 
 O nariz é formado por uma porção óssea (ossos nasais e processos frontais das maxilas) e por uma porção 
cartilagínea (cartilagens do nariz). 
 
 
3. Cavidade Nasal: 
 
- Limite Anterior: narinas 
- Limite Posterior: cóanos 
 
Função: Olfação; condução, aquecimentoe umidificação do ar inspirado. 
 
Na parede medial da cavidade nasal existe um septo mediano, o septo nasal, que a divide em metades direita e 
esquerda. Esse septo apresenta constituição osteocartilagínea (vômer, etmóide e cartilagem do septo nasal). 
 
Na parede lateral da cavidade nasal podemos observar: 
 
 Conchas Nasais: projeções ósseas revestidas por mucosa, com a função de aumentar a área de contato com o 
ar. São elas: 
- Concha nasal superior 
- Concha nasal média 
- Concha nasal inferior 
 
Meatos Nasais: são espaços localizados abaixo de cada concha nasal, portanto temos: 
- Meato nasal superior – abaixo da concha nasal superior. 
- Meato nasal médio - abaixo da concha nasal média. 
- Meato nasal inferior – abaixo da concha nasal inferior. 
 
Recesso Esfenoetmoidal: região localizada súpero-posteriormente à concha nasal superior. 
 
A cavidade nasal é dividida em: 
 
- Vestíbulo do Nariz: 1ª parte da cavidade nasal, situado posteriormente às narinas. Possui revestimento de pele e 
há a presença de pelos denominados vibrissas. 
 
- Região olfatória: porção revestida por mucosa que corresponde à região da concha nasal superior e terço superior 
do septo nasal. Nessa região chegam filetes do nervo olfatório para captação de odores. 
 
- Região respiratória: restante da cavidade nasal, também revestida por mucosa. O ar normalmente inspirado passa 
por essa região em sentido à faringe. 
 
4. Seios Paranasais: 
 
 São cavidades no interior de alguns ossos revestidas de mucosa e cheias de ar. Estão localizadas ao redor da 
cavidade nasal mantendo comunicação (drenando em) com esta cavidade. 
 
- Seio Frontal: drena no meato nasal médio. 
 
- Seio Esfenoidal: drena no recesso esfenoetmoidal. 
 
- Seio Maxilar: drena no meato nasal médio. 
 
- Células Etmoidais: drena nos meatos nasais superior e médio. 
 
 
Função: ressonância da voz. 
 
 
5. Faringe: (condução do ar) 
 
Órgão tubular constituído por músculo esquelético, comum ao sistema respiratório e ao sistema digestório. 
Tem início nos cóanos e se estende até a região da 6ª vértebra cervical. Está localizada posteriormente à cavidade 
nasal, cavidade oral e laringe. 
 
Portanto, pode ser dividida em 3 partes: 
 
- Parte nasal da faringe (Nasofaringe): posterior à cavidade nasal 
- Parte oral da faringe (Orofaringe): posterior à cavidade oral 
- Parte laríngea da faringe (Laringofaringe): posterior à laringe. 
 
 
6. Laringe: (condução do ar e fonação.) 
 
Órgão tubular, localizado na região mediana e anterior do pescoço, anteriormente à faringe. Possui um 
esqueleto formado pelas seguintes cartilagens: 
- Cartilagem Tireóidea (1): em forma de escudo (“livro aberto” ou letra “V”). 
- Cartilagem Cricóidea (1): em forma de anel. 
- Cartilagem Epiglote (1): em forma de folha. 
- Cartilagem Aritenóidea (2): semelhante a uma pequena pirâmide de base triangular. 
 
Internamente a laringe possui: 
- 2 pregas Vestibulares (superiores): com função de proteção das vias aéreas inferiores. 
- 2 pregas Vocais (inferiores): com função de fonação. 
 
** O espaço localizado entre uma prega vestibular e uma vocal do mesmo lado é denominado ventrículo da laringe. 
** A região constituída pelas pregas vocais e o espaço entre elas recebe o nome de glote. 
 
 
7. Traquéia: (condução do ar). 
 
Órgão tubular, formado por anéis cartilagíneos incompletos, as cartilagens traqueais. Essas cartilagens 
estão sobrepostas e ligadas entre si pelos ligamentos anulares. 
A parede posterior da traquéia não possui cartilagem e sim músculo liso (parte membranácea da traquéia), 
e está em contato com o esôfago. 
A traquéia, na porção inferior, sofre uma bifurcação dando origem aos brônquios principais. 
 
 
8. Brônquios: (condução do ar). 
 
Órgãos tubulares com constituição semelhante à da traquéia. 
 
- Brônquios Principais: (direito e esquerdo). O direito é mais curto e mais vertical que o esquerdo. 
- Brônquios Lobares: (2 esquerdos e 3 direitos). 
- Brônquios Segmentares: (aprox. 10 de cada lado). 
 
9. Pulmões: 
 
 
Órgãos onde ocorre a hematose (trocas gasosas). Estão localizados no interior da cavidade torácica, 
lateralmente ao mediastino. Possuem a forma de um cone com a base voltada para baixo e ápice voltado para cima. 
 
Partes: 
- Ápice do pulmão: voltado superiormente 
- Face diafragmática: (“base”) em contato com o diafragma. 
- Face costal: em contato com as costelas. 
- Face mediastinal: voltada para o mediastino. Nesta face encontra-se uma abertura chamada de “HILO 
PULMONAR”. 
 
 
Pulmão Direito: 
 
 Superior Oblíqua 
 
 Lobos Médio Fissuras 
 
 Inferior Horizontal 
 
 
 
Pulmão Esquerdo: 
 
 Superior 
 
 Lobos Fissura Oblíqua 
 Inferior 
 
 
9. Pleura: 
 
Membrana serosa, fechada, que reveste externamente os pulmões. A pleura possui 2 lâminas: 
 
 
PARIETAL: reveste intimamente a parede interna da cavidade torácica. 
 
VISCERAL: reveste a superfície do pulmão. 
 
 
** Entre as lâminas parietal e visceral da pleura, há um espaço “virtual” denominado cavidade pleural. Este 
espaço é preenchido por um líquido (líquido pleural), que tem como função diminuir o atrito entre as 2 lâminas 
durante os movimentos respiratórios. 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
1. Generalidades 
 
Como já é sabido, para que o organismo se mantenha vivo e funcionante é necessário que ele receba um 
suprimento constante de material nutritivo. Muitos alimentos ingeridos precisam ser solubilizados e sofrer 
modificações químicas para que sejam absorvidos e assimilados, e nisso consiste a digestão, ou seja, um conjunto de 
fenômenos que tem por finalidade transformar os alimentos ingeridos em compostos químicos mais simples e 
assimiláveis pelo organismo. 
Ao conjunto de órgãos especialmente adaptados para que estas funções ocorram, denomina-se sistema 
digestório. Então suas funções são: preensão, mastigação, deglutição, digestão e absorção de alimentos, bem 
como a eliminação de resíduos sob forma de fezes. 
 
2. Divisão do sistema digestório 
 
Identifica-se no sistema digestório um canal alimentar, denominado tubo digestório, e as glândulas anexas. 
Os órgãos situados na cabeça, pescoço, tórax, abdome e pelve, por onde o alimento transita e sofre 
transformações, constituem o tubo digestório. Fazendo parte das glândulas anexas estão as glândulas salivares, 
fígado e pâncreas. 
 
3. Cavidade oral 
 
 
 É a primeira porção do tubo digestório. 
 
3.1. Limites 
 
- Anterior: lábios 
- Lateral: bochechas 
- Superior: palato 
- Inferior: músculos que constituem o soalho da boca. 
- Posterior: istmo das fauces (passagem que comunica a cavidade oral com a orofaringe) 
 
3.2. Divisão 
 
 A cavidade oral é dividida em duas porções: vestíbulo da boca e cavidade própria da boca. 
O vestíbulo da boca é o espaço situado entre os lábios e bochechas de um lado e as gengivas e dentes do 
outro. O restante, até o limite posterior, constitui a cavidade própria da boca. 
 
3.3. Lábios 
 
Os lábios da boca, superior e inferior, são constituídos de músculos (principalmente o orbicular da boca) e 
glândulas, e cobertos por pele (externamente) e mucosa (internamente). 
Os lábios, superior e inferior, unem-se no nível do ângulo da boca. 
A pele dos lábios termina numa linha evidente e ligeiramenteelevada, sendo substituída por uma zona de 
transição entre a pele e a mucosa, denominada zona vermelha dos lábios. 
 
3.4 Bochechas 
 
As bochechas, que constituem os limite laterais da cavidade oral, são constituídas por músculos 
(principalmente o bucinador) e revestidas internamente por mucosa e externamente por pele. 
 
3.5 Palato 
 
O palato constitui o limite superior da cavidade oral, vulgarmente chamado céu da boca. O palato divide-se 
em palato duro e palato mole (ou véu palatino). 
O palato duro corresponde à parte anterior e óssea do palato, enquanto que o palato mole é posterior e 
muscular. 
No palato mole nota-se uma saliência cônica mediana, a úvula palatina. 
 
3.6 Soalho da boca 
 
No soalho oral, observa-se na linha mediana, uma prega delgada que se estende até a face inferior da língua, 
denominada frênulo da língua. 
O órgão mais evidente e saliente no soalho da boca é a língua. A língua é um órgão muscular revestido por 
mucosa, exercendo importantes funções na mastigação, na deglutição, como órgão gustativo e na própria 
articulação da palavra. Sua face superior é denominada dorso da língua. Observando-se a mucosa que 
reveste o dorso da língua nota-se a presença de vários tipos de projeções, as papilas linguais, as quais 
conferem um aspecto aveludado servindo como meio de atrito com o alimento durante a mastigação e 
apresentando terminações nervosas para sensibilidade gustativa. 
No terço posterior da língua situam-se duas tonsilas linguais, tecidos linfáticos que fornecem proteção à 
mucosa dessa região contra substâncias estranhas ao corpo. 
 
 
3.7 Istmo das fauces 
 
Comunica a cavidade oral com orofaringe. 
Limites: 
- Superior: palato mole 
- Laterais: arcos palatoglossos 
- Inferior: dorso da língua 
 
4. Faringe 
 
É importante lembrar mais uma vez que a parte oral da faringe (orofaringe) comunica-se com a cavidade 
própria da boca através do istmo das fauces; a parte laríngea (laringofaringe) comunica-se com a laringe; e, além 
disso, a faringe é continuada pelo esôfago. 
Nas paredes laterais da orofaringe nota-se a existência de duas pregas de cada lado, que correspondem aos 
arcos palatoglossos e palatofaríngeos. O arco palatoglosso encontra-se numa situação mais anterior, dirigindo-se à 
língua. O arco palatofaríngeo ocupa uma posição mais posterior, dirigindo-se à parede lateral da faringe. O recesso 
triangular existente entre os dois arcos é denominado fossa tonsilar e aloja a tonsila palatina (“amígdala”). 
 
5. Esôfago 
 
O esôfago é um tubo muscular com cerca de 25 a 30 cm de comprimento, que se estende da extremidade 
inferior da faringe até o estômago. Podemos distinguir três porções no esôfago: parte cervical, torácica (a maior 
destas) e abdominal. No tórax, o esôfago situa-se anteriormente à coluna vertebral e posteriormente à traquéia. Para 
atingir o abdome, atravessa o diafragma e quase imediatamente desemboca no estômago. A luz do esôfago aumenta 
durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da parede esofágica. Esses movimentos 
são denominados movimentos peristálticos. 
 
 
6. Estômago 
 
O estômago é uma dilatação do tubo digestório que se segue ao esôfago e se continua no intestino. Está 
situado logo abaixo do diafragma, com sua maior porção à esquerda do plano mediano. Inicia a digestão das 
proteínas e absorve líquidos (principalmente água e álcool). Costuma-se considerar no estômago as seguintes partes: 
- Cárdia: corresponde a junção com o esôfago. 
- Fundo gástrico: situado superiormente a um plano horizontal que tangencia a junção gastroesofágica. O 
fundo normalmente contém ar deglutido durante a alimentação. 
- Corpo gástrico: corresponde à maior parte do órgão.Limita-se à porção entre a cárdia, fundo e parte 
pilórica. 
- Parte pilórica: parte terminal, continuada pelo intestino delgado. (Na parte pilórica ocorre uma 
condensação de feixes musculares longitudinais e circulares que constituem um mecanismo de abertura e 
fechamento do óstio para regular o trânsito do bolo alimentar. Este dispositivo é denominado piloro). 
 
 
 
7. Intestino 
 
O estômago é continuado pelo intestino delgado e este pelo intestino grosso. Essas denominações 
logicamente se devem ao calibre que apresentam. 
 
 
7.1. Intestino delgado 
 
Corresponde ao local onde ocorre a maior parte da digestão e absorção dos alimentos. 
O intestino delgado subdivide-se em três partes: duodeno, jejuno e íleo. 
O duodeno segue-se à parte pilórica do estômago e termina numa brusca angulação denominada flexura 
duodenojejunal. O duodeno tem a forma semelhante a uma letra C, com a abertura voltada para esquerda e 
superiormente. Apresenta no seu interior uma saliência cônica onde se abrem os ductos pancreático e 
colédoco, denominada papila maior do duodeno. 
O jejuno por não apresentar um limite nítido na sua continuação com o íleo, geralmente é descrito em 
conjunto com este. Então, costuma-se considerar o jejuno-íleo com início na flexura duodenojejunal e 
término no início do intestino grosso, o ceco. Embora não haja limite nítido entre jejuno e íleo, costuma-se 
considerar que os dois quintos proximais constituem o jejuno e os três quintos distais o íleo. 
 
 
7.2. Intestino grosso 
 
Constitui a porção terminal do tubo digestório sendo mais calibroso e mais curto que o intestino delgado. 
Sua função compreende a formação, transporte e eliminação das fezes. 
O intestino grosso é subdividido nos seguintes segmentos: 
- Ceco: é o segmento inicial em fundo cego que se continua no colo ascendente. Destacando-se do ceco há 
um prolongamento cilindróide denominado apêndice vermiforme. 
- Colo ascendente: segue-se ao ceco e estende-se superiormente em direção ao fígado, onde se dobra sob este 
para continuar como colo transverso. 
- Colo transverso: estende-se em direção ao baço e onde se dobra para continuar inferiormente como colo 
descendente, que dá continuação ao colo sigmóide. 
- Colo sigmóide: apresenta trajeto descendente e sinuoso dirigindo-se ao plano mediano da pelve, onde é 
continuado pelo reto, que através da sua parte final estreitada denominada canal anal, atravessa o conjunto 
de partes moles que oblitera inferiormente a pelve óssea e se abre no exterior através do ânus. 
 
 
8. Peritônio 
 
Os órgãos abdominais são revestidos por uma membrana serosa em maior ou menor extensão denominada 
peritônio, que apresenta duas lâminas: peritônio parietal (reveste as paredes da cavidade abdominal) e peritônio 
visceral (envolve as vísceras). As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas uma cavidade virtual, a 
cavidade peritoneal, que contém uma pequena quantidade de líquido. Alguns órgãos abdominais situam-se junto à 
parede posterior do abdome e, nesses casos, o peritônio parietal é anterior a eles, diz-se então que essas vísceras são 
retroperitoneais, como por exemplo os rins e o pâncreas. 
 
 
9. Glândulas salivares 
 
As glândulas salivares são responsáveis pela secreção da saliva. Anatomicamente podemos dividi-las em 
glândulas salivares maiores e menores. 
As glândulas salivares maiores são: parótida, submandibular e sublingual. Todas essas glândulas são pares. 
As glândulas salivares menores compreendem as glândulas labiais, da bochecha, molares, palatinas, e linguais. 
Essas glândulas são pequenas e situam-se nos lábios, nas bochechas, no palato e na língua. 
O conjunto das secreções de todas essas glândulas, maiores e menores, denomina-se saliva. A saliva tem em 
parte função física e em parte função química. A função física corresponde à propriedade que tem a saliva de 
umedecer e lubrificar os alimentos. A função química corresponde à ação das enzimas existentes na saliva que 
iniciam a primeira fase da digestão. Segue-se abaixo a descrição das glândulas salivares maiores. 
 
- Glândulaparótida: é a maior das três glândulas salivares maiores. Situa-se ântero-inferiormente ao meato 
acústico externo e posteriormente ao ramo da mandíbula. O canal excretor da parótida, o ducto 
parotídeo, apresenta cerca de 5cm de comprimento, sai da face lateral da glândula dirigindo-se 
anteriormente sobre o masseter e após dobrar-se em ângulo quase reto perfura o músculo bucinador e 
abre-se na cavidade oral no nível da coroa do segundo molar superior. 
 
- Glândula submandibular: apresenta-se como um corpo arredondado biconvexo situado próximo à face 
interna do ângulo da mandíbula. O ducto submandibular sai da glândula, dirige-se anteriormente e 
abre-se na cavidade oral ao lado do frênulo da língua. 
 
- Glândula sublingual: é um órgão longo e achatado localizado na face interna da mandíbula próxima aos 
dentes anteriores. A glândula sublingual apresenta de 8 a 20 ductos sublinguais menores, que se abrem 
separadamente no soalho da boca, e o ducto sublingual maior que desemboca junto com o ducto 
submandibular ao lado do frênulo da língua. 
. 
 
10. Fígado 
 
É a maior glândula do corpo. Está situado logo abaixo do diafragma, quase todo no hipocôndrio direito 
(quadrante superior direito da cavidade abdominal). O fígado apresenta duas faces, a diafragmática e a visceral. A 
face diafragmática apresenta-se convexa e voltada para o diafragma e a face visceral é aplanada e voltada 
inferiormente para as vísceras. Na face visceral do fígado podemos identificar quatro lobos: direito, esquerdo, 
caudado e quadrado. Entre o lobo direito e o quadrado situa-se a vesícula biliar, formação saculiforme responsável 
pelo armazenamento da bile secretada pelo fígado. 
Entre o lobo caudado e o quadrado existe uma fenda denominada porta do fígado. Os elementos que 
passam por esta porta são denominados em conjunto de pedículo hepático e fazem parte dele: a artéria hepática, a 
veia porta, os ductos hepáticos, os nervos e linfáticos. 
Na face diafragmática pode-se identificar os lobos hepáticos direito e esquerdo separados por uma prega 
do peritônio. O fígado tem várias funções: a primeira delas, já comentada, é a secreção da bile, que ajuda (através 
dos sais biliares) na digestão e absorção da gordura; síntese de proteínas; mecanismos de coagulação; 
desintoxicação; armazenamento de ferro cobre, vitaminas e glicogênio; e é um importante órgão 
hematopoiético no feto. 
A bile produzida no fígado sai do fígado através da porta do fígado pelo ducto hepático comum que se une 
ao ducto cístico da vesícula biliar e forma o ducto colédoco. Portanto, a bile que sai do fígado pelo ducto hepático 
comum e desce pelo colédoco, retorna e entra na vesícula pelo ducto cístico, onde é armazenada e concentrada. Isso 
é possível graças a um mecanismo muscular do ducto colédoco que faz com que a bile vá em direção à vesícula biliar. 
Posteriormente a bile é eliminada no duodeno. 
 
 
10. Pâncreas 
 
Situa-se posteriormente ao estômago e divide-se em cabeça, corpo e cauda. A cabeça encontra-se acoplada 
ao duodeno, o corpo disposto transversalmente e a cauda é a extremidade esquerda, afilada, que continua o corpo. 
O pâncreas é uma glândula endócrina à medida que secreta insulina e glucagon, e exócrina já que produz o 
suco pancreático. 
O suco pancreático é recolhido pelo ducto pancreático, que se estende no interior do pâncreas e drena 
juntamente com o ducto colédoco na papila maior do duodeno. Algumas vezes existe um ducto pancreático 
acessório, que drena isoladamente na papila menor do duodeno. 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
1. Rim 
 
Órgão par (2), retroperitonial, forma de grão de feijão, localizado lateralmente à coluna vertebral na cavidade ab-
dominal. O rim direito é mais inferior que o esquerdo. 
 
2. Morfologia externa 
 
Faces: anterior (+ convexa) e posterior (+plana). 
Margens: medial (côncavo-convexo) e lateral (convexa). 
Pólos: superior (+amplo) e inferior (+ afilado). 
Cápsula fibrosa: membrana de tecido fibroso que reveste o rim externamente. 
 
3. Morfologia interna 
 
Córtex renal: região periférica mais clara. 
Colunas renais: projeções do córtex em sentido ao interior do rim. 
Medula renal: região interna mais escura, é constituída por: 
Pirâmides renais: regiões triangulares ao corte, separadas entre si pelas colunas renais. 
A filtragem do sangue para formar a urina ocorre na região de córtex e medula. Após a formação, a urina é gote-
jada através das papilas renais no interior de: 
Cálices renais menores: estão adaptados ao ápice das pirâmides (papilas renais) para colher a urina. 
Cálices renais maiores: são formados pela união dos cálices renais menores. 
Pelve renal: estrutura em forma de funil formada pela união dos cálices renais maiores e localidados na abertura 
da margem medial. Dá origem ao ureter. 
 
4. Ureter 
 
Tubo muscular que se origina na margem medial do rim, a partir da pelve renal; desce acompanhando a parede 
posterior do abdome, entra na cavidade pélvica e desemboca na região póstero-inferior da bexiga urinária. Conduz a 
urina do rim à bexiga urinária. 
 
5. Bexiga urinária 
 
Bolsa de músculo liso, situada posteriormente à sínfese púbica e anterior ao reto (no homem), ou anterior ao úte-
ro e a vagina (na mulher). Responsável por armazenar a urina até o momento da micção. Internamente, apresenta 
mucosa pregueada com exceção da região do trígono da bexiga que é limitado por: 
1 óstio interno da uretra 
2 óstios dos ureteres 
 
6. Uretra 
 
Canal fibromuscular mediano, responsável pela eliminação da urina contida na bexiga urinária para o meio exter-
no, no homem também conduz esperma. Tem início no óstio interno da uretra (na bexiga) e término no óstio exter-
no da uretra, que no homem está localizado na extremidade do pênis e na mulher localizado na região do vestíbulo 
da vagina. A uretra é maior no homem (18 a 20 cm) que na mulher (+ 4 cm). 
SISTEMA GENITAL MASCULINO 
 
1. Conceito 
Conjunto de órgãos masculinos responsáveis pela reprodução. 
 
2. Testículo 
Órgão par (2). Forma oval. Localizado no interior do escroto. Produz gametas (espermatozóides) e hormônio 
(testosterona). 
 
3. Epidídimo 
Órgão par (2), em forma de “c”, situado súpero-posteriormente ao testículo e composto por um canal retorcido. 
Dividido em 3 partes: cabeça, corpo e cauda. Na cauda, os espermatozóides são armazenados e terminam de se de-
senvolver. 
 
4. Ducto deferente 
Canal fibromuscular. Conduz os gametas da cauda do edpidídimo até a região posterior à próstata. Desde seu 
início é acompanhado, até a região inguinal (“virilha”), por vasos, nervos e músculo. Esse conjunto todo, inclusive o 
ducto deferente, é denominado de funículo espermático. 
 
5. Glândula seminal 
Órgão par (2) de forma saculiforme localizado póstero-inferiormente à bexiga urinária. Seu ducto excretor se une 
ao ducto deferente formando o ducto ejaculatório. Produz e libera uma secreção que ativa os gametas (adquirem 
mobilidade). 
 
6. Ducto ejaculatório 
Órgão par (2) formado na parede posterior da próstata pela união do ducto deferente com o ducto excretor da 
glândula seminal. Quase todo o seu trajeto situa-se no interior da próstata. Conduz os gametas até a parte prostática 
da uretra. 
 
7. Próstata 
Órgão fibromuscular que contém glândulas. Possui a forma de castanha. Localizada inferiormente à bexiga uriná-
ria. 
Suas glândulas produzem e liberam o suco prostático no interior da parte prostática da uretra, que servirá para 
nutrir os gametas. Esta secreção é responsável pelo odor característico do sêmen. 
 
8. Glândula bulbouretral 
Órgão par (2). Forma de ervilha. Localizada póstero-lateralmente à parte membranácea da uretra. Produz e libera 
sua secreção na uretra, neutralizando o ph da uretra antes da passagem dos gametas. 
 
9. Uretra 
É divida em 4 partes: intramural (naparede da bexiga urinária), prostática (atravessa a próstata), membranácea 
(atravessa o soalho da pelve) e esponjosa (atravessa o corpo esponjoso do pênis). 
 
 
 
Órgãos genitais externos 
 
1. Escroto 
Bolsa que abriga os testículos, epidídimos e funículo espermáticos. Localizado posteriormente ao pênis. Exter-
namente é constituido de pele (hiperpigmentada) e internamente apresenta uma camada de músculo liso denominada 
túnica dartos (responsável pela regulação da temperatura no interior dos testículos). 
 
2. Pênis 
Órgão de cópula do homem. Possui uma raiz (parte fixa) e um corpo (parte móvel). A raiz é constituida pelos 2 
ramos do pênis, fixados ao osso do quadril, e 1 bulbo do pênis, fixado ao soalho da pelve. O corpo do pênis é 
constituido por 3 corpos cilíndricos de tecido erétil: 2 corpos cavernosos (continuação dos ramos) e 1 corpo es-
ponjoso (continuação do bulbo do pênis). O corpo esponjoso dilata-se na extremidade do pênis para formar a glan-
de do pênis, recoberta por uma camada dupla de pele denominada prepúcio do pênis. 
 
SISTEMA GENITAL FEMININO 
 
 
1. Conceito 
 
Conjunto de órgãos femininos responsáveis pela reprodução. 
 
 
2. Órgãos genitais internos: 
 
2.1 Ovário 
 
Órgão par (2). Forma oval. Localizado posteriormente ao ligamento largo do útero. Produz gametas (óvulos) e 
hormônios (estrógenos e progesterona). 
 
 
2.2 Tuba uterina 
 
Órgão par (2). Assemelha-se a uma corneta. Localizado na margem superior do ligamento largo. Conduz o 
óvulo em direção ao útero e os espermatozóides no sentido contrário. É o local onde normalmente ocorre a fecun-
dação. 
A tuba é subdividida em 4 partes que do útero ao ovário são: uterina, istmo da tuba uterina, ampola da 
tuba uterina e infundíbulo da tuba uterina. 
 
 
2.3 Útero 
 
Órgão em forma de pêra. Localizado póstero-superiormente à bexiga urinária. Responsável por abrigar o óvulo fe-
cundado até o nascimento. Sua parede é formada por 3 camadas: endométrio (mucosa), miométrio (músculo), pe-
rimétrio (serosa). Apresenta 4 partes: fundo, corpo, istmo e colo. Está fixado à parede da cavidade pélvica pelo 
ligamento largo do útero. 
No colo do útero encontramos uma abertura que comunica a cavidade do útero com a vagina denominada óstio do 
útero. 
 
 
2.4 Vagina 
 
Órgão de cópula feminino. Tubo fibromuscular que constitui junto com o útero o canal do parto e também o 
ducto excretor para os produtos da menstruação. Sua parede, ao encontrar o colo do útero, forma um espaço ao re-
dor desse colo denominado fórnice da vagina. 
A vagina se abre inferiormente pelo óstio da vagina no espaço entre os 2 lábios menores do pudendo denomina-
do vestíbulo da vagina. Nas mulheres virgens, o óstio da vagina é fechado parcialmente por uma prega denominada 
hímen, membrana de tecido conectivo forrada por mucosa interna e externamente. 
 
 
3. Órgãos genitais externos (pudendo ou vulva) 
 
 
3.1 Monte do púbis 
 
Saliência constituída por tecido adiposo revestido por pele, localizada anteriormente à sínfise púbica. Coberto 
por pêlos a partir da puberdade. 
 
 
3.2 Lábios maiores do pudendo 
 
2 pregas de pele preenchidas com tecido adiposo que se estendem do ânus ao monte do púbis. Cobertos por pê-
los na face externa a partir da puberdade. 
 
 
3.3 Lábios menores do pudendo 
 
2 pequenas pregas da pele localizadas entre os lábios maiores. Não possuem pêlos nem tecido adiposo. São ver-
melhos, lisos e úmidos. 
 
 
3.4 Clitóris 
 
Órgão de tecido erétil que corresponde ao pênis do homem. Sua maior parte fica coberta pelo encontro dos lá-
bios menores; apenas sua glande fica exposta. É um órgão altamente inervado, por isso relacionado à excitabilidade 
feminina. 
 
 
3.5 Vestíbulo da vagina 
 
Espaço entre os lábios menores do pudendo.Apresenta: 
 ➔ óstio externo da uretra (anterior) 
 ➔ óstio da vagina (posterior) 
 ➔ óstios dos ductos das glândulas vestbulares maiores (responsáveis pela lubrificação durante a cópula). 
SISTEMA NERVOSO 
 
1. Função 
 Sua função é controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo, recebendo estímulos, in-
terpretando-os e, às vezes, desencadeando respostas à esses estímulos. 
É através do SN que o nosso organismo de adapta a qualquer alteração do meio a fim de manter a homeos-
tase. Para isso possui 3 propriedades: irritabilidade (ou excitabilidade), condutibilidade e contratilidade. 
O SN é constituído de células especializadas denominadas neurônios, circundadas pela neuroglia que susten-
ta, nutre e protege os neurônios. 
Os neurônios são capazes de responder a um estímulo transformando-o em um impulso nervoso, ou seja, 
um sinal elétrico que corre ao longo do neurônio. 
O neurônio possui 3 partes: um corpo celular, dendritos e um axônio. 
 
O local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora é chamado de si-
napse. A sinapse entre um neurônio motor e uma fibra muscular é chamada de junção neuromuscular, e a junção 
entre um neurônio e uma célula glandular é chamada de junção neuroglandular. 
Existem diversos tipos de neurônios no corpo. Estruturalmente podem ser classificados em: 
- neurônios multipolares: possuem um axônio e diversos dendritos. 
- neurônios bipolares: possuem um axônio e um dendrito principal. 
- neurônios pseudo-unipolares: são neurônios em que um único processo se divide em dois ramos. 
 
2. Neuróglia 
 
 Constitui aproximadamente metade do volume da parte central do SN. É composta por astrócitos, oligoden-
drócitos, micróglia e células ependimárias. No SNP é formada pelas células de Schwann e pelas células satélites. 
 Ao redor dos axônios de alguns neurônios há um revestimento de proteína e lipídios chamado bainha de 
mielina, estes neurônios são chamados mielínicos. Esta bainha isola eletricamente o axônio e aumenta a velocidade 
de condução do impulso nervoso. Os neurônios que não possuem este revestimento são chamados amielínicos. 
 
3. Tipos de neurônios 
 
 - Neurônios aferentes ou sensitivos: são neurônios especializados em receber estímulos e enviá-los à parte 
central do sistema nervoso. 
 - Neurônios eferentes ou motores: são neurônios especializados na condução da informação ao órgão efetu-
ador. 
 - Neurônio de associação ou interneurônio: surge quando se faz necessária a comunicação entre diferentes 
segmentos. 
 
4. Divisão do Sistema Nervoso 
 
 O sistema nervoso (SN) pode ser dividido de acordo com os critérios a seguir. 
 
 1) Critérios anatômicos: segundo esta divisão, SNC é aquele localizado no interior do esqueleto axial (crâ-
nio e canal vertebral) e sistema nervoso periférico (SNP) é aquele localizado fora do esqueleto axial, sendo que este 
último penetra no crânio e no canal vertebral para fazer conexão com o SNC. 
 
2) Critérios funcionais: funcionalmente, o sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso somático e sis-
tema nervoso visceral. 
 O sistema nervoso somático relaciona o organismo com o meio, e para isso possui uma parte aferente que con-
duz os impulsos dos receptores periféricos à parte central, e uma parte eferente que leva aos músculos esqueléticos o 
comando dos centros nervosos, resultando em movimentos. 
 O sistema nervoso visceral está relacionado com a inervação das vísceras. Também possui uma parte aferente 
que conduz os impulsos nervosos originados nas vísceras, e outra eferente que leva os impulsos dos centros nervo-
sos até as vísceras (glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco). A parte eferente do SN visceral é chamada de sis-
tema nervoso autônomo e pode ser subdividida em simpático e parassimpático. 
 
5. SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
O SNC recebe estímulos do meio interno ou externo e desencadeia respostas. 
Fazem partedo SNC o encéfalo, localizado no crânio, e a medula espinal, localizada no canal vertebral. 
 
6. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 
O SNP é a via de condução dos estímulos ao sistema nervoso central ou até os órgãos que vão efetuar as res-
postas. É formado por nervos, gânglios e terminações nervosas. 
Nervos são cordões de coloração esbranquiçada, formado por feixes de fibras nervosas (axônios) revestidas 
por tecido conjuntivo, que ligam a parte central à parte periférica o S.N ou vice-versa. Podem ser motores, sensitivos 
e mistos. 
Gânglios são dilatações constituídas de corpos de neurônios, podem ser sensitivos ou motores viscerais. 
Terminações nervosas são estruturas localizadas na extremidade periférica dos nervos, algumas são comple-
xas e outras simples. 
Os órgãos periféricos estão ligados ao SNC através dos nervos. Se esta união for feita com o encéfalo, são 
chamados de nervos cranianos (12 pares), se for com a medula, nervos espinais (31 pares). 
 Na extremidade das fibras nervosas existem terminações nervosas que podem ser sensitivas (aferentes) ou 
motoras (eferentes). 
 
7. Tipos de terminações nervosas 
 
Receptores: terminações nervosas aferentes sensitivas (TNAS). 
Efetuadores: terminações nervosas eferentes motoras (TNEM). 
 
7.1 Classificação morfológica dos receptores: 
Receptores Especiais: são altamente complexos e estão associados aos órgãos dos sentidos localizados na ca-
beça. 
Receptores Gerais: são mais simples e estão localizados por todo o corpo. São encontrados em grande quan-
tidade na pele e estão relacionados ao tato, pressão, percepção de temperatura e dor. 
 
7.2 Tipos de terminações nervosas motoras: 
Eferentes somáticas: Atuam em mm. estriados esqueléticos, são as placas motoras. 
Eferentes viscerais: Atuam em mm. lisos, m.cardíaco e glândulas. 
 
 
8. Estruturas do Sistema Nervoso Central 
Como visto anteriormente, o SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinal. O encéfalo é constituído 
pelo cérebro (formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo), cerebelo e tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). 
 
8.1 Telencéfalo 
 É dividido parcialmente em dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) por meio de uma fissura, a fissura longi-
tudinal I e está unido pelo corpo caloso cujas fibras comunicam os dois hemisférios. Possui duas cavidades que contêm 
LCE (líquido cérebro-espinal ou líquor), os ventrículos laterais. 
 Cada hemisfério cerebral possui córtex cerebral (camada superficial de substância cinzenta) e centro branco medular 
(centro de substância branca no interior do qual existem massas de substância cinzenta, os núcleos da base do cérebro). 
 Apresenta depressões em sua superfície, os sulcos, que delimitam os giros cerebrais. Pode ser divido em lobos, 
cujos nomes fazem referência aos ossos com os quais se relacionam, são eles: frontal, parietal, temporal e occipital, além 
do lobo insular (ou lobo da ínsula). 
O sulco lateral separa o lobo temporal do lobo frontal, o sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal, e o 
sulco parietoccipital separa os lobos parietal e occipital. 
Anterior e posteriormente ao sulco central estão o giro pré-central (área motora) e o giro pós-central (área sensiti-
va). 
 
8.2 Diencéfalo 
 Nele está contido o terceiro ventrículo (espaço entre os tálamos) que se comunica com os ventrículos laterais 
e com o quarto ventrículo (através do aqueduto cerebral ou mesencefálico). 
Está dividido em tálamo e hipotálamo e, juntamente com o telencéfalo, forma o cérebro. 
 
8.3 Tronco encefálico 
 Interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, localizado ventralmente ao cerebelo. Divide-se em mesencéfalo 
(entre o cérebro e a ponte, é atravessado pelo aqueduto cerebral), ponte (entre o mesencéfalo e o bulbo) e bulbo (en-
tre a ponte e a medula espinal). 
 
8.4 Cerebelo 
 Está situado dorsalmente à ponte e ao bulbo. Suas funções estão relacionadas com o equilíbrio e a coordena-
ção dos movimentos. Possui 2 hemisférios cerebelares, constituídos por um centro de substância branca (corpo medular do 
cerebelo) revestido por substância cinzenta (córtex cerebelar). 
 
8.5 Medula espinal 
 Está localizada dentro do canal vertebral, sem ocupá-lo completamente, terminando na altura da 2ª vértebra 
lombar. Nela fazem conexões as raízes ventrais (motoras) e dorsais (sensitivas) dos nervos espinais. 
 
9. Meninges 
 O cérebro e a medula espinal são envolvidos por 3 membranas denominadas em conjunto meninges. São elas: 
dura-máter (mais externa e mais espessa), pia-máter (mais interna e mais fina), e aracnóide (entre a dura-máter e a pia-
máter). Entre a aracnóide e a pia-máter está o espaço subaracnóide, onde circula o líquor, produzido por estruturas de-
nominadas plexos coroides, localizados no interior dos ventrículos.

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