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HIDROGEOGRAFIA E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

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HIDROGEOGRAFIA E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
RESUMO - PROVA DISCURSIVA
Hidrologia – se desenvolveu na Grécia antiga, é onde os filósofos naturalistas procuravam entender como se davam a formação dos rios, o movimento da água pela superfície terrestre e iam criando teorias.
Bacia hidrográfica – conjunto de canais todo o grupo de afluentes (canais menores) desde suas nascentes até o encontro com o canal principal e o principal. Uso e ocupação da terra – composto por elementos naturais e antrópicos pode ser composto por áreas rurais e diferentes culturas agrícolas, em diferentes regiões do Brasil. Características ambientais – ou componentes geográficos são as características relacionadas aos elementos naturais. P.ex.: se o clima é úmido ou seco.
Christofoletti – para ele bacia hidrográfica consiste na área drenada por um determinado rio ou por um sinal fluvial.
Silveira – para ele bacia hidrográfica ou área drenada é uma parte da superfície terrestre, compartimentada naturalmente pelo relevo, que receba a água da chuva e a converge para um único ponto, chamado exutório.
Exutório - Ponto de menor altitude de uma bacia hidrográfica, a foz do rio principal para onde converge todo escoamento superficial gerado no interior da bacia drenada por esse rio. Interflúvio – os divisores de águas da bacia hidrográfica, dentro desse limite têm as nascentes que formam os rios tributários e o rio principal. Vertente – estabelece relação entre o relevo e o leito fluvial. Rio tributário - rios de menor bacia hidrográfica que desaguam em rios com maiores hidrografias. É também chamado de rio afluente. Rio principal - Passagem de água principal numa determinada bacia hidrográfica, na qual todas as outras correntes afluentes fluem; Rio que, em determinada região, é o mais importante entre outros existentes no mesmo local. Nascente - Local da superfície topográfica onde emerge, naturalmente, uma quantidade apreciável de água subterrânea. Estes locais representam descargas naturais dos aquíferos que alimentam normalmente os cursos de água. Hidrograma – representa oque acontece na bacia durante e após a precipitação; é o gráfico que relaciona a vazão ao tempo. Chuva efetiva – é a parcela da chuva que se transforma em escoamento artificial. Bacias naturais – são aquelas em áreas de vegetação nativa com nenhuma ou pouca influencia antrópica. Bacias rurais – são aquelas em áreas cuja atividade principal é a agricultura ou a pecuária. Bacias urbanas – se localizam e áreas urbanizadas. Rede de drenagem – também conhecida de sistema de drenagem, rede fluvial ou sistema fluvial é o conjunto de rios (ou canais fluviais) que formam uma bacia hidrográfica.
Villela e Mattos – os canais podem ser classificados de acordo com a constância do escoamento, que é a frequência da existência de agua no canal. Canal perene é aquele que mantem um fluxo continuo de agua durante todo o tempo, inclusive em épocas em que não ocorre chuva. Canal intermitente geralmente tem o fluxo de agua durante períodos chuvosos, mas não em períodos secos. Canal efêmero aquele que tem fluxo de água durante ou após eventos de chuva.
Delimitação bacia hidrográfica – manual/digital representação do relevo feito em computador, carta topográfica produto cartográfico que vai representar o relevo de uma forma gráfica, curvas de nível são linhas imaginarias de igual distancia que representam o relevo, pontos cotados são pontos localizados em determinada coordenada geográfica. Jusante significa em direção à foz, ou seja, o fluxo normal da água montante significa em direção à nascente, ou seja, contra-corrente.
Segundo Christofoletti padrões de drenagem – dizem respeito à situação espacial dos rios, a qual é em grande parte controlada pela estrutura geológica do terreno. Dendrítica designada arborescente a corrente principal corresponde ao tronco, os tributários dos ramos e as correntes de menor categoria as folhas, tipicamente desenvolvido sobre rochas de resistência uniforme ou em estruturas sedimentares horizontais; apresenta padrões subsidiários: pinado ocorre quando há confluência de rios paralelos que se unem ao rio principal em ângulos agudos; subparalelo e anastomosado ocorre em planícies de inundação e consite em canais com confluências e bifurcações aleatórias. Retangular caracteriza-se pela presença de ângulos retos tanto no curso principal como nos tributários. Treliça caracteriza-se pela presença de tributários principais alongados e retos e com certo paralelismo entre si e ao curso principal. Radial caracteriza-se de drenagens que irradiam a partir de uma área central e nem todos divergem necessariamente entre si, podendo até haver união de rios quando, em função de irregularidades do declive. Anelar assemelha-se a anéis, drenagem acomoda-se aos afloramentos das rochas menos resistentes, originando cursos subsequentes. Paralelo caracteriza-se por uma série de cursos de água que correm mais ou menos paralelos entre si em uma extensão relativamente grande.
Segundo Horton o sistema de classificação fluvial - os canais de primeira ordem são os que recebem os tributários, canais de segunda ordem recebem canais de primeira ordem e os de terceira rodem podem receber os de segunda ordem e os de primeira ordem. O canal principal vai ter uma ordem só em toda sua extensão.
Segundo Strahler o sistema de classificação fluvial – ordem é o numero de afluentes; canais tributários são canais de primeira ordem e os canais de segunda ordem são o encontro de dois canais de primeira ordem. Todos os canais de nascentes vão ser de primeira ordem.
Diferença entre a classificação de Horton e Strahler - no de Strahler não é necessário refazer a classificação a cada confluência, o que torna o método mais facilitado e descritivo, permitindo que seja também amplamente utilizado do que o método proposto por Horton.
Analise linear de bacia hidrográfica – são abordados índices e características relativos ao canais fluviais e à rede hidrográfica de maneira geral. Comprimento do rio principal – rio principal é aquele que tem maior área de contribuição em uma bacia, ou seja, aquele com maior área de drenagem. Seu comprimento é a distancia entre a foz, ou a desembocadura do rio até a nascente. Relação de bifurcação – foi definida por Horton e consiste na relação entre um total de segmentos de ordem X e o total de segmentos da ordem sucessiva. Utilizando a ordenação segundo a classificação de Strahler, o resultado nunca devera ser menos que 2. Extensão do percurso superficial – consiste na distancia media percorrida pelo escoamento desde o interflúvio até o canal.
Segundo Dornelles e Collischonn o tempo de concentração de uma bacia – é um conceito relativamente abstrato. Consiste no tempo que uma gota de água precipita sobre a bacia gasta para ser transportada desde o inicio do escoamento, na região mais remota da bacia até o exutório. Depende da distancia entre a área mais remota e o exutório e da velocidade com que água percorre essa distancia. 
Segundo Silveira ciclo hidrológico – fenômenos como a gravidade, a rotação terrestre e a energia do sol sobre a terra são responsáveis, em grande parte, pelo movimento da agua no planeta. Esse movimento ocorre no globo de maneira fechada, nenhuma água excedente é produzida, fazendo com que haja uma troca entre a superfície terrestre, o oceano e a atmosfera.
Ciclo hidrológico - ocorre por meio das mudanças dos estados físicos e da movimentação da água pelos seres vivos e pelo meio ambiente. Esse ciclo depende diretamente da energia solar, dos movimentos de rotação da Terra e, até mesmo, da gravidade. O Sol é o responsável por proporcionar energia para que o ciclo aconteça. Sua luz provoca a evaporação da água presente na superfície terrestre. Em alguns locais, no entanto, a neve e o gelo sublimam, passando do estado sólido para o vapor, pulando as fases de fusão (sólido para o líquido) e de evaporação. A água, agora em estado gasoso, sobe para camadas mais altas da atmosfera, onde a temperatura é mais baixa. Ao alcançar determinadaaltitude, essa substância passa do estado de vapor para o líquido (condensação) e forma as nuvens, que são, na realidade, uma grande quantidade de gotículas de água. Em locais frios, essas gotículas podem solidificar-se e dar origem à neve ou ao granizo. Ao iniciar a chuva, processo também chamado de precipitação, a água começa a retornar para a superfície terrestre e é influenciada diretamente pela gravidade. Nesse momento, ela pode atingir rios, lagos e oceanos, infiltrar-se no solo e nas rochas ou pode ser impedida de voltar à superfície terrestre pela vegetação.
Segundo Collischonn e Dornelles ciclo hidrológico – além de passar por alterações físicas a agua também sofre mudanças de qualidade durante as diversas fases do ciclo hidrológico. Quando a agua da chuva infiltra no solo, ela dissolve os sais ali encontrados e ao escoar pelos rios carrega esses sais para o oceano. A água do oceano por sua vez perde a salinidade ao evaporar. 
Precipitação – entrada de umidade no sistema é a forma de entrar água no ciclo hidrológico. Pode ser através da chuva, da garoa, da neblina, da neve, do granizo, do orvalho e da geada.
Segundo Bertoni e Tucci precipitação – é toda agua proveniente da atmosfera que atinge a superfície. O estado em que água se encontra é o fator que vai diferenciar as formas de precipitação como a neve e a chuva.
Segundo Brutsaert precipitação – pode ocorrer das seguintes formas: garoa ou chuvisco consiste na precipitação usualmente leve e uniforme com grande quantidade de gotículas, chuva consiste na precipitação cujas gotículas de água são maiores do que 0,5mm, neve consiste na precipitação em forma de cristais de gelo. Forma-se o processo de ressublimação, quando a agua passa do estado de vapor diretamente para o estado solido. Os cristais de gelo tendem a precipitar na superfície individualmente, conforme vão se aglomerando formam os flocos de neve, granizo são blocos de gelo com diâmetro que varia de 5 a 50 mm, podendo ser maior em casos raros. O granizo ocorre geralmente durante tempestades convectivas, pois se forma em nuvem com grande desenvolvimento vertical quando o vapor de agua chega a temperatura de até – 80° C congelando e precipitando em forma de granizo, orvalho são gotas de água que se formaram por meio da condensação do vapor d’água próximo à superfície sob especificas condições de temperatura. Geralmente ocorre o período da noite e geada forma-se da mesma forma que o orvalho, porém o vapor d’água se condensa diretamente no gelo. 
Mecanismo de formação da precipitação - O elemento básico para a formação das precipitações é a umidade atmosférica. A primeira condição essencial para que a precipitação aconteça é a condensação do vapor de água da atmosfera. A condensação, resultado do esfriamento do ar à temperatura inferior ao ponto de saturação de vapor, pode ocorrer como resultado de vários processos, porém nem todos são suficientes para produzir precipitação. 
Tipos de precipitação: Chuvas Orográficas - Denominadas de "chuva de relevo", esse tipo de precipitação ocorre quando há um impedimento (seja montanha, serras ou escarpas) que barra a massa de ar úmida. Isso resulta na elevação de altitude das chuvas que logo depois precipitam. No Brasil, esse tipo de chuva é muito comum no litoral, por exemplo, na Serra Mar. Chuvas Convectivas - Decorrente das altas temperaturas, esse tipo de chuva geralmente precipita durante as tardes. São chuvas rápidas que podem ser seguidas de temporais. Ocorrem normalmente no sudeste brasileiro durante as tardes de verão e por isso, são chamadas popularmente de “chuvas de verão”. Chuvas Frontais - Recebe esse nome porque as massas de ar quente e ar frio se chocam frontalmente. Assim, o ar quente sobe, por apresentar menor densidade, e o ar frio permanece abaixo, por ser mais pesado. Isso resulta na precipitação da chuva após a elevação do ar frio. Quando atinge maiores altitudes, ele resfriará e condensará. As chuvas frontais também são chamadas de "chuvas ciclônicas". Possuem a característica de serem de intensidade moderada, entretanto, de maior duração, o que as difere das chuvas convectivas.
Medida de precipitação - Quantifica-se a chuva pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana; a quantidade da chuva é avaliada por meio de aparelhos chamados de pluviômetros e pluviógrafos.
Segundo Santos pluviômetro – é um aparelho dotado de uma superfície de captação horizontal delimitada por um anel metálico e de reservatório para acumular a agua recolhida, ligado a essa área de captação.
Segundo Raghunath a utilização de radares é bastante valiosa no estudo do mecanismo, da orientação e do movimento das chuvas. O sinal do radar auxilia na determinação da magnitude e da distribuição espacial das chuvas, esse método de mensuração é comumente utilizado em conjunto com dados obtidos em postos pluviométricos.
Estimativa da precipitação: método de média aritmética – admite-se que todos os pluviômetros tem o mesmo peso. A precipitação media é calculada como a média aritmética dos valores medidos, método de Thiessen – esse método considera não uniforme a distribuição espacial dos postos, mas não leva em conta o relevo da bacia, método das isoietas – são linhas indicativas de mesma altura pluviométrica, podem ser consideradas como curva de nível de chuva, radar meteorológico – auxiliam na medida espacial da chuva, é muito usado em conjunto com o pluviômetro.
Segundo Dornelles e Collichonn interceptação – é o processo de retenção de água de chuva pela vegetação, a água pode ser retida pelas folhas, nos caules ou na vegetação que entra no solo em decomposição (serapilheira). Precipitação interna – passa pelas áreas livres de vegetação ou que escorre pel otronco das árvores, alcançando o solo. Precipitação total – é a que ocorre a céu aberto; que não sofre interferencia da vegetação.
Segundo Silveira infiltração – é o movimento da agua da superfície para o interior do solo. Esse processo depende de fatores com água disponível para a infiltração, natureza do solo e sua permeabilidade e porosidade.
Segundo Rascón e Román infiltração - no processo de infiltração podem ser distinguidas 3 fases: Intercâmbio – ocorre na parte superior do solo de onde a água pode retornar à superfície por evaporação ou pela transpiração das plantas, transmissão – ocorre quando a força da gravidade supera a capilaridade do solo e faz com que a agua infiltre ate encontrar uma camada superficial, circulação – ocorre quando a agua se acumula no subsolo em virtude da presença de uma camada impermeável e por ação da gravidade, inicia o escoamento subterrâneo.
Segundo Rascón e Román capacidade de infiltração – indicam que a capacidade de infiltração é dada pela quantidade de agua que determinado solo pode absorver por unidade de tempo, representa o potencial de absorção de agua do solo. Alguns fatores podem interferir na capacidade de infiltração: tipos de solo, unidade antecedente, presença de partículas coloidais, ação de precipitação cobertura vegetal a ação humana e de animais.
Água subterrânea - é aquela que se encontra dentro da litosfera e é estudada por um ramo da hidrologia denominada hidrogeologia. Água subterrânea pode ser armazenada e se movimentar por três tipos de domínios geológicos: fissural – a água se movimenta por fraturas na rocha, que pode ser do tipo ígneo ou metamórfico, constituindo os terrenos cristalinos; fraturado cárstico – representa áreas em que a água se move na descontinuidade das rochas, porém esse tipo de domínio é associado ás rochas calcárias; poroso - é constituído por rochas sedimentares, onde a água pode ficar contida e se movimentar entre as partículas constituintes da rocha. 
Zona de aeração ou zona vadosa – é a zona superficial do solo, em que os poros se encontram cheios de ar, compreende outras três zonas: zona de umidade do solo – encontramos a parcela de água gravitacional, a água capilar e a água higroscópica; franja de capilaridade – é a região cuja umidade é maior em razão da proximidade com o lençolfreático; zona intermediária – localizada entre a zona de umidade e a franja sendo mais úmida próximo à franja de capilaridade.
Zona de saturação- é uma região localizada abaixo do nível freático, configurando o próprio lençol freático; a agua subterrânea propriamente dita.
Segundo Horton escoamento – considera que a capacidade de infiltração do solo é constante no espaço, fazendo com que o escoamento superficial ocorra de forma uniforme em toda a bacia. 
Segundo Dunne escoamento – ocorre quando há esgotamento da capacidade de armazenamento de agua no solo, fazendo com que o nível freático se eleve e a agua flua para a superfície, ele não ocorre de maneira uniforme.
Escoamento – consiste na dinâmica da água na vertente, podendo ser separado em três tipos: superficial – é aquele que escoa sobre a superfície e depois pelo leito dos rios, subsuperficial – é o que ocorre nas primeiras camadas do subsolo, está relacionado com o escoamento superficial, subterrâneo ou base – é aquele que ocorre nas camadas mais profundas do solo, de forma mais lenta do que o escoamento superficial e subsuperficial, sendo responsável pela vazão dos rios quando não há precipitação.
Evapotranspiração – É o processo de perda de água do solo, por meio de evaporação e por meio da transpiração das plantas, para a atmosfera, é a união de dois processos: a evaporação e a transpiração. evapotranspiração real – total de agua transferida para atmosfera em forma de vapor, em condições reais atmosféricas e de vegetação, evapotranspiração potencial – máxima capacidade de transferência de água para vapor em dada condição climática e de vegetação.
Evaporação - ocorre em superfícies liquidas, como lagos, reservatórios, gotas de orvalho e oceano, e consiste na transferência de água liquida que se encontra na superfície em forma de vapor. Transpiração – acontece por meio das plantas, que retiram a agua do solo pela raiz e a devolvem para a atmosfera por seus estômatos, ou por meio da evaporação que ocorre diretamente no solo. 
O que é gestão de recursos hídricos – atividade que demanda um setor de planejamento, no sentido de garantir água em quantidade e qualidade suficiente para que toda população possa utilizar, seja nas atividades industriais, rurais ou para o consumo humano nas cidades e áreas rurais.
Gestão de recursos hídricos – sua regulamentação começou a ter visibilidade no Brasil na década de 1930, que foi a época de grandes mudanças no país. A água se tornou necessária para abastecer as cidades e também para fazer funcionar o setor industrial, além disso, a agua apresentava outro potencial importante, a geração de energia. Na década de 1980 a gestão de recursos hídricos passou a ser pensada em conjunto e seu caráter deixou de ser apenas desenvolvimento. Na conferência internacional de água e meio ambiente em 1992, em Dublin estabeleceu-se uma preocupação conjunta com o futuro hídrico do mundo, foi produzido um documento de recomendações para a gestão sustentável dos recursos hídricos: 1) a água potável é um recurso finito e vulnerável, essencial para sustentar a vida, o desenvolvimento e o meio ambiente, 2) o desenvolvimento e o gerenciamento dos recursos hídricos devem ser baseados num modelo de gestão participativa, 3) as mulheres tem um papel central no suprimento, na gestão e na proteção dos recursos hídricos e 4) a água tem valor econômico e deve ser reconhecida como um bem econômico. Direito de águas no Brasil – pode ser entendido como o conjunto de princípios e normas jurídicas que disciplinam o domínio, uso, aproveitamento e preservação das águas assim como a defesa contra suas danosas consequências (POMPEU), o primeiro documento a dispor sobre o Direito das Águas foi o Código das Águas de 1934 que foi elaborado com o objetivo de controlar e incentivar o aproveitamento industrial das águas 
Segundo Pompeu – a derivação de águas públicas para fins de utilidade publica era outorgada mediante concessão administrativa, enquanto os usos particulares eram outorgados mediante autorização administrativa. A outorga (autorização do governo; União ou Estado para fazer uso da água) de recursos hídricos no Código de 1934 visava aos usos múltiplos da água, uma vez que as águas destinadas a determinado uso não poderiam ser destinas para outro sem que fosse feito o pedido de nova autorização.
Constituição de 1988 – declarou dois domínios para os corpos de água: água de domínios da União e águas de domínio do Estado; rios, lagos, reservatórios que estejam inteiramente dentro de 1 Unidade Federativa ele vai ser de domínio dessa UF e todo rio que ultrapassa esse limite, que faça divisa entre 2 UF, divisa internacional do Brasil e de países vizinhos vai ser de domínio da União.
Politica Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) - os fundamentos da Lei n° 9.433/97 baseia-se nos fatores: a água é um bem de domínio publico; é recurso natural limitado e dotado de valor econômico, em situação de escassez, deve-se priorizar o consumo humano e a dessedentação de animais, a gestão de recursos hídricos deve priorizar o uso múltiplo das águas; que cada setor possa usar desde que não falte para outros, a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da PNRH e a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNFRH), a gestão de recursos hídricos deve ser descentralização e contar com a participação o Pode Publico, dos usuários e das comunidades.
Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos – funciona nas esferas nacional e estadual, dividindo-se as funções de formulação e implementação de politicas. É integrado pelas seguintes instituições: Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), Agência Nacional de Agua (ANA), Conselhos de Recursos Hídricos Estaduais e do Distrito Federal (CERH), comitês de bacia hidrográfica, órgãos públicos relacionados à gestão dos recursos hídricos e agências de água.
Princípios da gestão de recursos hídricos – a gestão é realizada de acordo com alguns princípios que buscam a sustentabilidade e a boa utilização da água. Universalização do acesso aos recursos hídricos, integração dos aspectos econômicos, sociais, ecológicos, políticos e culturais na gestão de recursos hídricos, gestão descentraliza por bacia hidrográfica, gestão participativa, cooperação internacional e inter-regional, sistematização e disponibilização das informações e atuação preventiva na gestão dos recursos hídricos, planejamento integrado sistemático, valor econômico dos recursos, educação para a gestão dos recursos hídricos e solução negociada de conflitos.
Uso múltiplo da água – O uso múltiplo caracteriza a utilização da água para as diferentes finalidades e necessidades da sociedade como um todo. Nesse sentido, a gestão dos recursos hídricos tem a finalidade de garantir a disponibilidade de água em quantidade e qualidade para o consumo humano, animal e demais usos, ou seja, garantir o uso múltiplo. Essa questão está muito relacionada aos conflitos de uso, ou seja, quando não há água suficiente em qualidade ou quantidade em determinada bacia hidrográfica, e a demanda é maior do que a disponibilidade. A demanda é a quantidade de água necessária para suprir as necessidades em determinado local e dependendo de fatores sociais, culturais e econômicos. A disponibilidade está relacionada à quantidade e qualidade da água em determinado local, que está relacionada também a fatores naturais. Considerando o caráter descentralizado da PNRH, a disponibilidade e demanda hídrica são calculadas comumente por bacia hidrográfica.
Região Amazônica e Tocantins Araguaia - A Região Amazônica é a maior do país, em disponibilidade hídrica e em tamanho. Na região vive uma população de mais de 9 milhões de habitantes e as principais cidades são: Manaus-AM, Porto Velho-RO, Macapá-AP, Rio Branco-AC, Boa vista-RR, Santarém-PA, Paraupebas-PA e Jí-Paraná-RO. Na região, os temas mais relevantes para gestão de recursos hídricos são: hidroeletricidade, navegação, eventos críticos, saneamento ambiental, irrigação, dessedentação animale desmatamento. A região do Tocantins-Araguaia ocupa aproximadamente 10% do território do Brasil, abrangendo os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e uma pequena parte do Distrito Federal, e possui população de mais de 8 milhões de habitantes, 76% em áreas urbanas. As principais cidades são: Belém/PA, Ananindeua/PA, Barra do Garça/MT, Primavera do Leste/MT. A maior demanda hídrica na região é para irrigação, que é um dos temas estratégicos de gestão.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental e Nordeste Ocidental - A Região Atlântico Nordeste Oriental ocupa cerca de 4% do território brasileiro e abrange parte dos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. A população é de mais de 24 milhões de habitantes, com 80% vivendo em áreas urbanas. As principais cidades que se localizam dentro dos limites da região são: Fortaleza/CE, Recife/PE, Maceió/AL, Natal/RN e João Pessoa/PB. A região possui baixa disponibilidade hídrica, por estar localizada em parte do semiárido nordestino. Combinado ao grande contingente populacional, esse é um fator de conflito no uso múltiplo, o que é um dos temas estratégicos de gestão. A Região Atlântico Oriental ocupa uma área de 3% do território brasileiro, abrangendo parte dos estados de Maranhão e Pará, com população de 6,2 milhões de habitantes, 61% em áreas urbanas. Na região, o consumo humano é a maior demanda e os principais temas de gestão são criticidade hídrica e saneamento.
Região Hidrográfica Parnaíba e Região São Francisco - A Região Hidrográfica Parnaíba ocupa aproximadamente 4% do território nacional, abrangendo parte dos estados do Ceará, Piauí e Maranhão. A população é de 4,15 milhões de habitantes, 65% em áreas urbanas. A maior demanda hídrica da região é irrigação, caracterizando um tema estratégico de gestão. A região está parcialmente inserida no semiárido nordestino, o que caracteriza um problema na questão do abastecimento de água e também se torna um tema estratégico de gestão. A Região do São Francisco ocupa uma área de aproximadamente 7,5% do território nacional e abrange parte dos estados de da Bahia, de Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Possui população de 14,3 milhões de habitantes, sendo que 58% desse contingente está inserido no semiárido nordestino. A demanda principal da região é irrigação, o que configura um tema de conflito, tendo em vista a baixa oferta hídrica devido ao clima.
Região Hidrográfica Atlântico Leste e Atlântico Sudeste e Paraguai - A Região Atlântico Leste possui todos os seus rios vertendo para o mar e seus limites se encontram em maioria dentro do estado da Bahia, seguido de Minas Gerais, Sergipe e Espírito Santo. Possui 15 milhões de habitantes. Temas importantes de gestão na região são irrigação e uso humano. A Região Atlântico Sudeste possui 28 milhões de habitantes em seus limites, com grande densidade populacional, e 92% da população em áreas urbanas. Assim, um dos temas mais relevantes na região é o abastecimento humano e demanda industrial. As principais cidades na região são: Rio de Janeiro/RJ, Nova Iguaçu/RJ, São José dos Campos/SP, Juiz de Fora/MG, Santos/SP e Vila Velha/ES. A Região Hidrográfica do Paraguai abrange parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com população de 2,6 mi de habitantes, 87% em áreas urbanas. Temas de gestão importantes são a agropecuária e aproveitamento hidrelétrico.
Região Hidrográfica Paraná, Uruguai e Atlântico Sul - A Região Hidrográfica do Paraná ocupa uma área de 10% do território do país, abrangendo os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. A população total é de 61,3 milhões de habitantes, 93% vivendo em áreas urbanas. O grande contingente populacional faz com que uma das preocupações de gestão seja o abastecimento humano e qualidade das águas, seguido por temas como industrialização, navegação e geração de energia. A Região do Uruguai ocupa 3% do território, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 6,2 milhões de habitantes, 61% em áreas urbanas. A maior demanda de água é para irrigação (82% da demanda total), justificada pelo importante papel da agricultura na economia local. A Região Atlântico Sul ocupa 2,2% do território nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, com população de 12 milhões de habitantes, e se destaca pelo desenvolvimento na agricultura.

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