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CONTABILIDADE INTERNACIONAL Aula 01 a 10 - 2019 novo

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Contabilidade Internacional - Aula 1: Contexto das Normas Internacionais
Apresentação - Sabemos que a contabilidade é uma ciência social aplicada, que apresenta interação constante com os meios interno e externo. A contabilidade recebe informações do ambiente externo, que pode afetar as estratégias da empresa a médio e longo prazo. As influências externas devem ser encaradas como oportunidades de interagir de forma preventiva, focando principalmente nos objetivos e metas da empresa. Nesta aula, você compreenderá o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade com as Normas Internacionais de Contabilidade.
Objetivos - Reconhecer a história das IFRS - USGAAP - BRGAAP; Explicar a evolução da contabilidade internacional – IFRS.
Evolução e convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade
A Contabilidade acompanhou a evolução da sociedade desde a época rudimentar do homem das cavernas, passando pela fase evolutiva com o avanço da comercialização entre os povos na Idade Média até a atualidade.
Essa ciência recebeu influência e contribuições de todas as partes do mundo, principalmente da escola italiana e da escola americana do pensamento contábil.
ESCOLA ITALIANA
Foca no controle patrimonial, baseada em legislação, com forte influência da escola alemã
ESCOLA AMERICANA
Foca na divulgação da informação contábil para o usuário externo, baseada em princípios e interpretações da lei, sendo predominantemente necessário o conhecimento e o julgamento do profissional contábil.
Nos EUA a sigla US GAAP United States Generally Accepted Accounting Principles e quer dizer: Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos.Essas normas devem ser obedecidas por todas as empresas que tiverem o interesse de negociar suas ações na Bolsa de Valores americana.
O órgão responsável por emitir normas e princípios de contabilidade nos Estados Unidos é o Financial Accounting Standards Board (FASB) organização criada em 1973, com objetivo de padronização e a regulação das normas contábeis de empresas listadas na bolsa de valores dos Estados Unidos.
Esses padrões são oficialmente reconhecidos pela Securities Exchange Commission (SEC), correspondente à CVM norte-americana, e pelo American Institute of Certified Public Accountants (AICPA). Tais normas contábeis estabelecem regras e norteiam a preparação das demonstrações contábeis naquele país.
As USGAAP não representam a contabilidade internacional, mas é um padrão de contabilidade adotado pelo maior mercado de capitais internacional e amplamente aceito nos Estados Unidos.
Atenção
Verifica-se, nesse contexto, a preocupação das normas de contábeis americanas com a informação que os relatórios financeiros divulgam para o mercado de capitais, pois é comum que o cidadão americano invista na bolsa de valores mobiliários e, com essa pulverização, é muito importante para o usuário compreender a situação econômico-financeira da sociedade. Não quer dizer que as normas não sejam importantes para os demais países, mas, nos Estados Unidos, é muito forte a questão da informação para o usuário.
Em virtude da possibilidade de julgamentos e interpretações, a má interpretação ou contabilidade criativa se mostrou como um dos maiores escândalos contábeis entre os anos de 2000 a 2003, que foram protagonizados pelas empresas Enron, WorldCom e a Tyco, que acabaram por falir várias empresas e investidores.
Essas empresas se apropriavam da contabilidade criativa para fraudar bilhões de dólares em transações, que visavam ocultar passivos incobráveis e inflar ativos com falsos ganhos, reconhecidos a partir da utilização mal-intencionada da subjetividade dos princípios contábeis americanos na época.
Toda essa falta de transparência nas informações contábeis colocou em cheque os princípios americanos de contabilidade (USGAAP). Para inibir o gerenciamento de resultados das demonstrações contábeis nos Estados Unidos pelos executivos, foi criado, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida também como Sarbox, que visa garantir a redução dos riscos, além de identificar e evitar fraudes.
Com o objetivo de assegurar números confiáveis, foram impostas regras mais rígidas às empresas com operações financeiras no exterior, que negociam seus títulos de valores mobiliários na bolsa de valores americana e em outros países.
Para melhorar a qualidade da informação contábil e assegurar a confiabilidade e comparabilidade das demonstrações contábeis, iniciou-se um movimento mundial de convergência das normas contábeis. Também se verificou um enfraquecimento das USGAAP devido a esses escândalos e iniciou-se um processo de fortalecimento das normas IFRS.
Assim como o FASB, o International Accounting Standards Committee (IASC) foi criado em 1973 para editar as normas internacionais (MACKENZIE et al., 2012, p. 8) e se tornar o órgão responsável pela edição e divulgação do que representam as IFRS atualmente. As International Financial Reporting Standards (IFRS) representam o modelo de regras contábeis aplicadas ao mercado de capitais (MACKENZIE et al., 2012, p. 4).
Somente quando o IASC começou a trabalhar com o IOSCO, órgão sobre o qual a SEC sempre teve grande influência foi que o FASB passou a se interessar pelas ações do IASC.
O IASC emitia as International Accounting Standards (IAS). Atualmente, são as IFRS.
Saiba mais
A SEC teve papel importante na evolução das normas emitidas a partir do IAS, fortalecendo as normas editadas pelo IASB. A estrutura, até 2001, era IASC, que emitia os pronunciamentos contábeis chamados de IAS e a SIC foram às primeiras interpretações emitidas pelo IASC.
Nesse contexto, o FASB não é um organismo que emite normas internacionais, pois sua atuação está restrita ao território americano. Ao contrário do IASB, que tem como principais responsabilidades a emissão e a publicação de normas contábeis com a finalidade da convergência internacional de padrões contábeis.
IASB
O IASB foi criado em 2001 a partir da estrutura do IASC, buscando a convergência das normas internacionais de contabilidade e assumindo, a partir de então, as reponsabilidades técnicas desenvolvidas pelo IASC. Sua sede fica em Londres, no Reino Unido, e seus objetivos relacionados às normas IFRS são:
• Melhorar;	• Atualizar;	• Editar;	• Publicar.
Com a criação do IASB, a Comissão Europeia adotou as normas internacionais de contabilidade. O IASB passou a revisar as normas internacionais e a emitir novas orientações, formando um conjunto de normas contábeis a ser adotado e que passou a direcionar e padronizar a maneira como as companhias abertas sediadas na Europa deveriam preparar e divulgar as suas demonstrações contábeis (ERNEST & YOUNG, 2010).
A estrutura para emissão das IFRS encontra-se na figura 1:
A figura 1 apresenta a estrutura organizada desde a criação do IASC até a transformação em IASB, ou seja, um trabalho de desenvolvimento contínuo, monitoramento, gerenciamento e financiamento com alta qualidade voltada a editar, interpretar e divulgar os relatórios contábeis dentro dos padrões internacionais para comparabilidade das informações publicadas pelas companhias. Verifica-se que o IASB centraliza as orientações e interpretações das normas contábeis para posteriormente criar e editar as IFRS.
No Brasil, em 1976, foi criada a Lei 6.404 para atender às necessidades iniciais do mercado de capital, que se estabeleceu no mesmo ano com a criação da CVM, mas predominantemente influenciada pelas regras fiscais.
Essa lei se manteve praticamente intacta. Em 2000, foi apresentado à Câmara dos Deputados o projeto de Lei nº 3.741, propondo alterações no capítulo XV da Lei 6.404/76, conhecida como a lei das sociedades anônimas.
O Projeto de lei tratava de assuntos contábeis e visava as alterações pertinentes à modernização da lei das sociedades por ações, alinhando as práticas contábeis brasileiras às práticas internacionais de contabilidade, viabilizando a convergência com as IFRS.
Em 2005
Foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) pela Resolução de nº 1.055 do Conselho Federalde Contabilidade (CFC). O projeto de Lei já previa que a CVM, BACEN, SUSEP e os demais órgãos reguladores poderiam adotar as normas contábeis editadas e publicadas por um órgão emissor de normas no Brasil, conhecido pela classe contábil e empresarial em geral.
Então, foi criado o CPC, que, na sua formação, contou com o apoio das seguintes entidades:
Conselho Federal de Contabilidade;
Bolsa de Valores de São Paulo;
Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto;
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;
Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais;
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.
Em 31 de dezembro de 2007
Foi publicada a Lei 11.638, convergindo as normas brasileiras de contabilidade às normas internacionais (IFRS), alterou significativamente a Lei 6.404/76, aplicando as alterações já para o ano de 2008. Foi um marco na contabilidade brasileira em trinta anos da Lei 6.404/76.
Ainda em 2007, a partir da Deliberação nº 520, a CVM passou a emitir seus pronunciamentos em consonância com o CPC. Em 17 de novembro de 2007, com a Deliberação 527, a CVM aprova o pronunciamento CPC 01, que aborda o reconhecimento e mensuração da perda de recuperabilidade dos ativos, e emitiu a Instrução CVM nº 457, em 13 de julho de 2007, determinando que todas as empresas de capital aberto preparassem e divulgassem seus relatórios financeiros em consonância com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB em 2010.
Na figura 2, você observa a correlação da emissão dos pronunciamentos contábeis (CPC) com os órgãos mais importantes para a implantação e sustentação da convergência com as normas internacionais (IFRS).
A adoção das normas exigiu dos profissionais da área contábil, dos gestores das empresas, assim como do corpo docente na época, a atualização e conhecimento imediato do assunto.
Verificou-se, na época, que a legislação tributária influenciava fortemente as normas e princípios contábeis, ou seja, a contabilidade societária era severamente influenciada pelas regras fiscais para atender às necessidades de arrecadação de impostos e, por consequência, a informação contábil continha um viés fiscal latente nos relatórios financeiros divulgados aos usuários.
As orientações das normas internacionais (IFRS) se baseiam em princípios e na essência econômica das operações e não mais na letra fria da regulação fiscal. Elas exigem do profissional contábil o exercício do julgamento baseado em princípios e conceitos das normas IFRS.
Comparativo alterações antes da Lei 11.638 e após a Lei 11.638
	Nova numeração
	Resolução CFC
	Nome da norma
	CPC
	IASB
	NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL
	1.374/11
	Estrutura conceitual para a elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro
	CPC 00R1
	Framework
	NBC TG 01 (R4)
	DOU 22/12/17
	Redução ao valor recuperável de ativos
	CPC 01R1
	IAS 36
	NBC TG 02 (R3)
	DOU 22/12/17
	Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis
	CPC 02R2
	IAS 21
	NBC TG 03 (R3)
	DOU 22/12/16
	Demonstração dos fluxos de caixa
	CPC 03R2
	IAS 7
	NBC TG 04 (R4)
	DOU 22/12/17
	Ativo intangível
	CPC 04R1
	IAS 38
	NBC TG 05 (R3)
	DOU 01/12/14
	Divulgação sobre partes relacionadas
	CPC 05R1
	IAS 24
	NBC TG 06 (R3)
	DOU 22/12/17
	Operações de arrendamento mercantil
	CPC 06R2
	IFRS 16
	NBC TG 07 (R2)
	DOU 22/12/17
	Subvenção e assistência governamentais
	CPC 07R1
	IAS 20
	NBC TG 08
	1.313/10
	Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários
	CPC 08R1
	IAS 39(part)
	NBC TG 09
	1.138/08
	Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
	CPC 09
	Não há
	NBC TG 10 (R3)
	DOU 22/12/17
	Pagamento baseado em ações
	CPC10R1
	IFRS 2
	NBC TG 11 (R2)
	DOU 22/12/17
	Contratos de seguro
	CPC 11
	IFRS 4
	NBC TG 12
	1.151/09
	Ajuste a valor presente
	CPC 12
	Não há
	NBC TG 13
	1.152/09
	Adoção inicial da Lei nº. 11.638/07 e da medida provisória nº 449/08
	CPC 13
	Não há
	NBC TG 15 (R4)
	DOU 22/12/17
	Combinação de negócios
	CPC 15 R1
	IFRS 3
	NBC TG 16 (R2)
	DOU 22/12/17
	Estoques
	CPC 16R1
	IAS 2
	NBC TG 18 (R3)
	DOU 22/12/17
	Investimento em coligada, em controlada e em empreendimento controlado em conjunto
	CPC 18R2
	IAS 28
	NBC TG 19 (R2)
	DOU 06/11/15
	Negócios em conjunto
	CPC 19R2
	IAS 31
	NBC TG 20 (R2)
	DOU 22/12/17
	Custos de Empréstimos
	CPC 20
	IAS 23
	NBC TG 21 (R4)
	DOU 22/12/17
	Demonstração intermediária
	CPC 21
	IAS 34
	NBC TG 22 (R2)
	DOU 06/11/15
	Informações por segmento
	CPC 22
	IFRS 8
	NBC TG 23 (R2)
	DOU 22/12/17
	Políticas contábeis, mudança de estimativa e retificação de erro
	CPC 23
	IAS 8
	NBC TG 24 (R2)
	DOU 22/12/17
	Evento subsequente
	CPC 24
	IAS 10
	NBC TG 25 (R2)
	DOU 22/12/17
	Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
	CPC 25
	IAS 37
	NBC TG 26 (R5)
	DOU 22/12/17
	Apresentação das demonstrações contábeis
	CPC 26R1
	IAS 1
	NBC TG 27 (R4)
	DOU 22/12/17
	Ativo imobilizado
	CPC 27
	IAS 16
	NBC TG 28 (R4)
	DOU 22/12/17
	Propriedade para investimento
	CPC 28
	IAS 40
	NBC TG 29 (R2)
	DOU 06/11/15
	Ativo biológico e produto agrícola
	CPC 29
	IAS 41
	NBC TG 31 (R4)
	DOU 22/12/17
	Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
	CPC 31
	IFRS 5
	NBC TG 32 (R4)
	DOU 22/12/17
	Tributos sobre o lucro
	CPC 32
	IAS 12
	NBC TG 33 (R2)
	DOU 06/11/15
	Benefícios a empregados
	CPC 33R1
	IAS 19
	NBC TG 35 (R2)
	DOU 26/12/14
	Demonstrações separadas
	CPC 35 R2
	IAS 27
	NBC TG 36 (R3)
	DOU 06/11/15
	Demonstrações consolidadas
	CPC 36 R3
	IAS 27
	NBC TG 37 (R5)
	DOU 22/12/17
	Adoção inicial das normas internacionais de contabilidade
	CPC 37R1
	IFRS 1
	NBC TG 39 (R5)
	DOU 22/12/17
	Instrumentos financeiros: apresentação
	CPC 39
	IAS 32
	NBC TG 40 (R3)
	DOU 22/12/17
	Instrumentos financeiros: evidenciação
	CPC 40
	IFRS 7
	NBC TG 41 (R2)
	DOU 22/12/17
	Resultado por ação
	CPC 41
	IAS 33
	NBC TG 42
	DOU 21/12/18
	Contabilidade em economia hiperinflacionária
	CPC 42
	IAS 29
	NBC TG 43
	1.315/10
	Adoção inicial das NBC Ts convergidas em 2009
	CPC 43R1
	Não há
	NBC TG 44
	DOU 26/06/13
	Demonstrações combinadas
	CPC 44
	Não há
	NBC TG 45 (R3)
	DOU 22/12/17
	Divulgação de participações em outras entidades
	CPC 45
	IFRS 12
	NBC TG 46 (R2)
	DOU 22/12/17
	Mensuração do valor justo
	CPC 46
	IFRS 13
	NBC TG 47
	DOU 22/12/16
	Receita de contrato com cliente
	CPC 47
	IFRS 15
	NBC TG 48
	DOU 22/12/16
	Instrumentos financeiros
	CPC 48
	IFRS 9
	NBC TG 49
	DOU 24/5/18
	Contabilização e relatório contábil de planos de benefícios de aposentadoria
	CPC 49
	IAS 26
	ITG 01 (R1)
	DOU 22/12/17
	Contratos de concessão
	ICPC 01R1
	IAS 12
	ITG 07 (R1)
	DOU 20/12/13
	Distribuição de lucros in natura
	ICPC 07
	IAS 17
	ITG 08
	1.398/12
	Contabilização da proposta de pagamento de dividendos
	ICPC 08 R1
	Não há
	ITG 09 (R1)
	DOU 22/12/16
	Demonstrações contábeis individuais, demonstrações separadas, demonstrações consolidadas e aplicação do método de equivalência patrimonial
	ICPC 09
	Não há
	ITG 10
	1.263/09
	Interpretação sobre a aplicação inicial ao ativo imobilizado e à propriedade para investimento
	ICPC 10
	Não há
	ITG 12
	1.265/09
	Mudanças em passivos por desativação, restauração e outros passivos similares
	ICPC 12
	IAS 1
	ITG 13 (R2)
	DOU 22/12/17
	Direitos a participações decorrentes de fundos de desativação, restauração e
reabilitação ambiental
	ICPC 13
	IAS 5
	ITG 15
	1.289/10
	Passivos decorrentes de participação em mercado específico – resíduos de equipamentos eletroeletrônicos
	ICPC 15
	IAS 6
	ITG 16 (R2)
	DOU 22/12/17
	Extinção de passivos financeiros com instrumentos patrimoniais
	ICPC 16
	IAS 19
	ITG 17
	1.375/11
	Contratos de concessão: evidenciação
	ICPC 17
	SIC 29
	ITG18
	DOU 19/09/13
	Custos de remoção de estéril de mina de superf. fase de produção
	ICPC 18
	IFRIC 20
	ITG 19
	DOU 01/12/14
	Tributos
	ICPC 19
	IFRIC 21
	ITG 20
	DOU 28/11/14
	Limite de ativo de benefício definido, requisitos de custeio (funding) mínimo e sua interação
	ICPC 20
	IFRIC 14
	ITG 21
	DOU 22/12/17
	Transação em moeda estrangeira e adiantamento
	ICPC 21
	IFRIC 22
	ITG 22
	DOU 21/12/18
	Incerteza sobre tratamento de tributos sobre o lucro
	ICPC 22
	IFRIC 23
	ITG 23
	DOU 21/12/18
	Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária Prevista na NBCTG 42
	ICPC 23
	IFRIC 7
	CTG 01
	1.154/09
	Entidades de incorporação imobiliária
	OCPC 01
	Não há
	CTG 02
	1.157/09
	Esclarecimentos sobre as demonstrações contábeis de 2008
	OCPC 02
	Não há
	CTG 04
	1.317/10
	Aplicação da interpretação técnica ITG 02 – Contrato de construção do setor imobiliário
	OCPC 04
	Não há
	CTG 05
	1.318/10
	Contratos de concessão
	OCPC 05
	Não há
	CTG 06
	DOU 26/06/13
	Apresentação de informações financeiras pró-forma
	OCPC 06
	Não há
	CTG 07
	DOU 01/12/14
	Evidenciação na divulgação dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral
	OCPC 07
	Não há
	CTG 08
	DOU 12/12/14
	Reconhecimento de determinados ativos e passivos nos relatórios contábil-financeiros de propósito geral das distribuidoras de energia elétrica emitidos de acordo com as normas brasileiras e internacionais de contabilidade
	OCPC 08
	Não há
Tabela 1: Comparativo Normas – Resolução CFC x CPC x IFRS.| Fonte: https://cfc.org.br/.
A Tabela 1 trouxe a você uma correlação entre as normas emitidas pelo IASB e as normas emitidas pelo CPC e regulamentadas pelas resoluções do CFC. Os pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC e regulados pelo CFC estão em completo acordo com as normas IFRS.
Verifica-se que, em algumas normas emitidas pelo CPC, não há a correlação com as normas IFRS, como ocorre nos pronunciamentos contábeis como mecanismos de ajustes e adequação às normas internacionais. Podemos mencionar como exemplo o pronunciamento contábil CPC 12, que estabelece os requisitos básicos para apurar os Valores de Ajuste Presente (AVP). Como regra geral, o AVP é um mecanismo para ajustar o valor do dinheiro no tempo das operações que estão no longo prazo e que estejam com juros embutidos.
A edição da Lei 11.638/2007 exigiu da classe contábil a interpretação da norma, pois a convergência para a harmonização das normas internacionais de contabilidade trouxe uma nova visão de registro das transações denominadas essência sobre a forma, ou seja, registrar os fatos contábeis de acordo com a essência econômica e não meramente a aplicação da forma legal.
Essa Lei trouxe também um novo conceito de enquadramento para as empresas de grande porte, que não estejam sob a regulação da CVM. Segundo o dispositivo legal, no artigo 3º parágrafo único, enquadra-se como empresa de grande porte a empresa constituída sob a forma jurídica limitada ou sociedade anônima que possua ativo superior a 240 milhões de reais ou receita bruta anual superior a 300 milhões de reais.
Atenção
Dentre outras alterações trazidas, é importante salientar que as empresas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões) na data do balanço ficam dispensadas de publicar as demonstrações do fluxo de caixa.
Na tabela 2, você pode verificar as principais alterações trazidas pelo manifesto legal para a convergência com as Normas Internacionais (IFRS).
Compararando as IFRS com as normas emitidas pelo CPC e resolução CFC.
	Antes da Lei nº 11.638/2007
	Após a Lei nº 11.638/2007
	Publicação da DOAR – Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos.
	Publicação da DFC – Demonstrações do Fluxo de Caixa.
	DVA – Sem exigência de publicação para as companhias abertas.
	DVA – Exigência de publicação para as companhias abertas.
	Aumento dos valores nos saldos de ativos serão registrados na conta Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido.
	Aumentos ou diminuição dos saldos de ativos passivos referentes à avaliação a valor justo serão registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial.
	Ativo Permanente divido em: Investimentos, Imobilizado e Diferido.
	Ativo Permanente passa a ser: Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido.
	Em operações de combinação de negócio: fusão, cisão e incorporação, os saldos vertidos poderão ser reconhecidos pelos valores contábeis.
	Em operações de combinação de negócio: fusão, cisão e incorporação, os saldos são vertidos pelo valor justo.
	Patrimônio Líquido dividido em: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados.
	Patrimônio Líquido dividido em: capital social, reservas de capital, ajuste de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
	Companhias abertas publicam suas demonstrações contábeis auditadas pelo auditor independente e as companhias fechadas são obrigadas a publicar suas demonstrações.
	Companhias abertas e empresas de grande porte de capital fechado devem publicar suas demonstrações contábeis em conformidade com as normas IFRS e auditadas por auditor independente.
	A escrituração contábil será efetuada em conformidade com os princípios contábeis, podendo registrar nos livros comerciais ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da legislação tributária.
	Deverá segregar a escrituração contábil x escrituração tributária.
	A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os princípios.
	A CVM expedirá normas em conformidade com as IFRS.
	As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
	As sociedades controladas, que fazem parte do mesmo grupo que estejam sob influência e controle comum, devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
Tabela 2: Comparativo alterações antes da Lei 11.638 e após a Lei 11.638. | Fonte: (Adaptado) de Deloitte, 2014.
A tabela 2 apresentou a você um resumo das principais modificações que a Lei 11.638/2007 promoveu para a convergência com as normas IFRS. Entre os diversos arranjos, destaca-se a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixas (DFC), como também a obrigatoriedade para as companhias abertas para a publicação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
Cabe mencionar as modificações importantes promovidas pela Lei 11.941 de 27 de maio de 2009, na qual ressaltamos o parágrafo 1º do artigo 243, que trata do conceito de empresas coligadas nas quais a investidora tenha a influência significativa.
Presume-se que a investidora tenha a influência significativa quando a entidade investidora detém ou participa das decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. A legislação presume a influência significativa se o investimento for de 20% ou mais sobre o capital votante.
Importante mencionar também que a Lei 11.941/2009 instituiu o Regime Tributário de Transição (RTT) até a edição e publicação da Lei 12.973/2014. A principal finalidade do período de RTT foi o tratamento tributário dado aos valores originados das normas internacionais e que, de alguma forma, transitassem pelo resultado da empresa, afetando a apuração e, consequentemente, o valor imposto de renda a ser recolhido.
Atividade
1. Como é chamada a má interpretação das normas? Explique-a.
Gabarito comentado - A má interpretação das normas usada pelos executivos das grandes empresas americanas, que causou o maior escândalo financeiro nos Estados Unidos de 2000 até 2003, é conhecida como Contabilidade Criativa, causando, assim, o enfraquecimento mundial das USGAAP. Motivo pelo qual as IFRS ganharam espaço e se tornaram a linguagem internacional dos negócios.
2. Quais são as responsabilidades do Comitê de Pronunciamentos Contábeis?
Gabarito comentado - O CPC é o órgão brasileiro responsável pela emissão das normas contábeis, além de editar e publicar as normas brasileirasde contabilidade em conformidade com as IFRS.
3. Indique as alterações que o CPC fez no contexto contábil
Gabarito comentado - Uma das alterações que a Lei 11.638/2007 fez na Lei 6.404/76 foi a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela divulgação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) para as empresas que possuem um patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00.
Contabilidade Internacional - Aula 2: Estrutura conceitual, elaboração e apresentação das demonstrações contábeis
Apresentação - Nesta aula, você compreenderá que as informações produzidas devem conter as características fundamentais e qualitativas de melhoria previstas pela estrutura conceitual para atender ao objetivo das demonstrações contábeis. As características qualitativas fundamentais da informação garantem sua confiabilidade contábil e as características qualitativas de melhorias, que, como a própria expressão traduz, melhoram a qualidade da informação, permitindo a comparabilidade e a verificabilidade contábil tempestiva para a tomada de decisão do usuário.
Objetivos - Descrever o propósito das demonstrações contábeis; Reconhecer os elementos patrimoniais; Identificar o conjunto completo das demonstrações contábeis disponíveis para divulgação.
Bases de preparação
A contabilidade é a linguagem dos negócios. A partir das informações contábeis produzidas sob a forma de demonstrações ou peças contábeis, é possível que o usuário tome certas decisões em relação à empresa que está investigando para investir recursos ou emprestar recursos para a empresa.
Para que a empresa forneça informações úteis para a tomada de decisão do usuário, elas devem ser confiáveis, representando a realidade econômica e financeira dos fatos.
Para tanto, é necessário estudar as características fundamentais de melhoria da informação contábil trazidas pela estrutura conceitual editada pelo CPC 00.
Quando abordamos a apresentação das peças contábeis, precisamos levar em consideração alguns aspectos relevantes que a estrutura conceitual menciona e como regra deve ser observada para melhorar a confiabilidade e a qualidade das informações produzidas nos relatórios contábeis.
Para compreender e assimilar melhor o conteúdo, é preciso saber que o objetivo geral das demonstrações contábeis é fornecer informações quantitativas e qualitativas sobre a posição patrimonial, desempenho operacional e os fluxos de caixa da entidade, que sejam úteis para a tomada de decisão dos usuários em geral (CPC 00 - Introdução).
Para que a informação contábil seja útil, ela precisa possuir necessariamente as características qualitativas da informação, como demonstrado a seguir.
Características qualitativas – CPC OO
Fundamentais
Relevância			Representação fidedigna
• Ser neutra		• Ser completa		• Ser livre de erros
Melhoria
Comparabilidade		Verificabilidade		Tempestividade		Compreensibilidade
As características qualitativas fundamentais da informação são:
Relevância
Então, vamos aos conceitos e definições para compreender quando uma informação é relevante.
Uma informação é relevante se ela for útil na decisão do usuário, ou seja, se ela for capaz de influenciar significativamente a decisão do usuário.
A relevância está intrinsicamente relacionada à materialidade da informação contábil. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder afetar as decisões econômica e financeira do usuário com base nas demonstrações contábeis publicadas.
A natureza e a materialidade da informação podem afetar a relevância da informação.
As informações divulgadas são relevantes e materiais se, a partir do julgamento do usuário, puder confirmar ou prever a posição patrimonial e os desempenhos passados e futuros da entidade.
Representação fidedigna
As características qualitativas da representação fidedigna da informação possuem a propriedade de representar fielmente a realidade econômica do fato predisposto a representar ou retratar.
Observe que a representação fidedigna pressupõe que as transações e fatos registrados na escrituração contábil devem refletir integralmente e fielmente as operações ocorridas no período dentro da entidade.
Esse princípio contábil visa impedir que as informações reconhecidas e mensuradas em conformidade com as normas repassem uma falsa imagem ou distorcida aos seus usuários, o que poderá comprometer a decisão do destinatário em relação às estruturas patrimonial e financeira, aos fluxos de caixa, à continuidade e ao desempenho da empresa.
Observe que os controles e a adequação dos processos contábeis são imprescindíveis desde a recepção dos documentos, escrituração até a divulgação dos relatórios contábeis.
A representação fidedigna atua com a colaboração extremamente pertinente à informação que pretende ser fiel ao fato ocorrido, pois precisa possuir três atributos indispensáveis: ser livre, ser neutra e ser livre de erro.
A informação não pode conter viés que venha distorcer e influenciar a decisão do usuário. Ela precisa ser completa, neutra e livre de erro, ou seja, quando for registrada e divulgada precisa estar integralmente e plenamente finalizada para ser publicada.
Como pretender ser um retrato fiel da realidade econômica, se não puder eliminar por completo as falhas, que sejam ao menos minimizadas quaisquer imperfeições na informação.
Lembrando sempre que a neutralidade é obrigatória quando as informações se dirigem aos gestores, que assinam e possuem responsabilidade técnica sobre as informações produzidas.
Agora, analisaremos como as informações contábeis divulgadas podem ser melhoradas quando possuem as características qualitativas de melhoria da informação. São elas:
Tempestividade
A informação é tempestiva se ela chegar a tempo do usuário poder usufruir da informação em tem hábil para a tomada de decisão, pois uma informação fora de prazo, tardia, já não terá mais utilidade para o seu destinatário.
Comparabilidade
Essa propriedade proporciona uma análise qualitativa e quantitativa da evolução patrimonial e do desempenho da entidade em relação ao seu objeto de existência, ou seja, a geração de lucro e o respectivo retorno ao investidor/acionista a partir da sua atividade fim.
É possível comparar as informações de um período para outro, assim como é possível confrontar as informações da empresa analisada com as outras empresas que atuam no mesmo segmento.
Verificabilidade e compreensibilidade
As duas características têm o propósito de tornar a informação clara e objetiva para que os seus usuários, a partir de sua compreensão, consigam chegar ao mesmo consenso sobre a evolução patrimonial e o desempenho da entidade.
Verifique que esses princípios norteadores da contabilidade, desde que respeitados e obedecidos, proporcionam uma informação útil mais confiável e transparente aos seus usuários.
Atividade
1. Quais são as caraterísticas qualitativas fundamentais da informação contábil?
Gabarito comentado - De acordo com a estrutura conceitual, são a relevância e a representação fidedigna. Esta última, que retrata a realidade econômica, necessita de três atributos: completude, neutralidade e liberdade de erro.
Elementos das demonstrações contábeis
As informações contábeis são apresentadas por meio de peças contábeis que compõem o conjunto completo das demonstrações contábeis. Mais adiante, falaremos das sete peças formadoras do conjunto completo.
Iniciamos com a apresentação do balanço patrimonial, na qual podemos observar, do lado direito, as origens dos recursos e as aplicações dos recursos do lado esquerdo.
As origens dos recursos são representadas pelos passivos e as aplicações dos recursos são apresentadas pelos ativos. As origens dos recursos são segregadas pelos passivos e pelo patrimônio líquido.
Os passivos têm origem nos recursos de terceiros alocados na empresa. O patrimônio líquido se forma a partir das contribuições de capital realizados pelos sócios na constituição da empresa.
O que são ativos e passivos?
Ativos
Representam as aplicações dos recursos naempresa convertidos em bens e direitos. Em um conceito mais amplo e elaborado, os ativos são recursos controlados pela empresa (bens + direitos = aplicações dos recursos), oriundos de eventos passados, que gerarão fluxos de caixas futuros e que possam ser mensurados com confiabilidade.
 Os passivos
São obrigações presentes da empresa, oriundos de eventos passados, na qual os desembolsos de caixa previstos gerarão fluxos de caixa que podem ser mensurados com confiabilidade. Portanto, os passivos são as obrigações presentes da empresa para com terceiros e para com os sócios e os ativos são os bens e direitos aplicados na empresa a partir das origens.
Atenção
Você pode verificar que os elementos patrimoniais relacionados diretamente com a mensuração da posição patrimonial e financeira da empresa, que estão representados no balanço patrimonial, são os ativos, passivos e patrimônio líquido.
Esses elementos refletem, ao longo de um período e ao final de cada exercício contábil, a variação e a evolução quantitativa e qualitativa em relação às origens e aplicações dos recursos na entidade.
Por fim, o patrimônio líquido é o valor residual entre ativos e passivos, ou seja, a diferença entre ativos e passivos, que representa a equação básica da contabilidade:
PL = Ativos - Passivos
Já na representação estruturada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), você identificará os elementos que estão diretamente relacionados com a mensuração do desempenho operacional da entidade. São eles: as receitas e as despesas. Ou seja, os elementos que, ao final de um exercício, demonstrarão os lucros ou perdas econômicas da empresa em um determinado período.
As receitas são os acréscimos patrimoniais e as despesas são os decréscimos patrimoniais.
Vamos às explicações.
Por que elas são chamadas de acréscimos e decréscimos patrimoniais?
Por meio das contas, ao final de cada exercício social, as contas de resultado são zeradas e o saldo positivo ou negativo é levado para a conta de lucros ou prejuízos acumulados dentro do BP no Grupo do PL.
Verifique que a conta que reflete os lucros ou prejuízos acumulados do exercício no balanço patrimonial são lucros ou prejuízos acumulados.
Na figura a seguir, você verá um esquema com os elementos patrimoniais diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira representada pelo BP. Observa-se também elementos patrimoniais diretamente relacionados ao desempenho operacional da empresa.
Elementos das demonstrações contábeis
Quando falamos dos elementos patrimoniais relacionados diretamente à posição patrimonial e financeira da entidade, estamos nos referindo às origens dos recursos e às aplicações dos recursos, que são representadas pelos bens, direitos e obrigações da empresa e, portanto, ativos, passivos e patrimônio líquido, se referem ao balanço patrimonial. A posição patrimonial está representada no balanço patrimonial, como segue:
Observe que as origens dos recursos estão segmentadas em recursos de terceiros e recursos próprios.
Recursos de terceiros
Os recursos de terceiros representam as fontes externas das origens dos recursos que estão financiando as operações da empresa, representadas pelos passivos: circulante e não circulante.
Enquanto os recursos próprios representados pelo patrimônio líquido (PL) se constituem pelo capital social integralizado pelos sócios e pelos recursos advindos da sua operação própria, os lucros ou os prejuízos são resultados do exercício.
Os ativos são aplicações dos recursos na empresa representados pelos bens e direitos da empresa. Os passivos são as obrigações presentes da empresa e o PL representa a diferença entre ativos e passivos, ou seja, o valor residual entre ativos e passivos.
Os ativos, passivos e patrimônio líquido continuam representando as origens e as aplicações dos recursos no balanço patrimonial, mas ganharam um conceito mais robusto em consonância com a estrutura conceitual advinda da convergência com as IFRS.
1 - Ativo
É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
2 - Passivo
É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação deve resultar na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
3 - Patrimônio líquido
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
(CPC 00, item 4.4)
Conheça a seguir, o conceito de benefícios econômicos futuros e veja mais detalhes sobre ativo, passivo e patrimônio líquido.
Benefícios econômicos futuros
A norma traz o conceito de benefícios econômicos futuros, o que significa dizer que os ativos, para que sejam reconhecidos no balanço patrimonial, precisam contribuir necessariamente para formação de caixa da empresa, ou seja, gerar recursos financeiros em caixa para a entidade.
Uma vez incorporados ao ativo, os benefícios podem fluir de diversas maneiras para a empresa, ou seja, a empresa pode realizar permutas com os ativos para liquidar passivos por exemplo.
Os passivos têm como característica essencial para a sua existência a necessidade que a entidade tenha uma obrigação presente, ou seja, uma obrigação implica em um dever, uma responsabilidade de cumprir determinada tarefa.
As obrigações surgem no decorrer das atividades operacionais da empresa e podem ocorrer por meio de aquisições de insumos como pratica usual no mercado em que a entidade atua, contribuindo com o fomento da cadeia produtiva. Também podem ocorrer de forma legal através de protocolos formais, como os contratos entre as partes interessadas na qual haja um objeto de interesse mutuo, com um cliente e um vendedor ou arrendador ou arrendatário.
Para a liquidação de um passivo ou da obrigação presente da empresa será necessária a utilização e disponibilização de um recurso da empresa em forma de caixa ou equivalente de caixa, ou seja, moeda corrente geralmente.
A liquidação dos passivos pode ocorrer por meio de trocas de ativos (bens e direitos), pela conversão da obrigação em ações da empresa ou pela substituição de uma obrigação por outra. O credor também renunciar a dívida e considera-la liquidada.
Já o patrimônio líquido é definido como o valor residual entre a dedução dos ativos pelos passivos no balanço patrimonial. O PL também pode ser analisado pelo valor a ser obtido com a venda do acervo líquido da entidade em valor contábil. Em outra análise, o patrimônio líquido representa o valor pertencente aos sócios e acionistas.
Os elementos patrimoniais que estão diretamente relacionados à mensuração do desempenho da entidade, que estão representados pelas despesas e receitas na demonstração do resultado do exercício (DRE), com as seguintes definições de acordo com a estrutura conceitual:
Receitas – abrangem as receitas propriamente ditas e os ganhos que surgem no curso normal das atividades usuais da entidade, representando os acréscimos patrimoniais.
Despesas – abrangem as perdas e as despesas que surgem no curso normal das atividades usuais da entidade, representando os decréscimos patrimoniais.
Portanto, você verifica que as receitas e despesas apresentadas na DRE representam os acréscimos e os decréscimos da entidade, pois a conta que interage com o PL ao final de um exercício, representando o desempenho da empresa em um determinado período, são as contas de lucros ou prejuízos acumulados.
Para incorporar ativos, passivos, receitas e despesas, as respectivas demonstrações contábeis passam pelo reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis, que nada mais é que o registro contábil desses elementos, atendendo à estrutura conceitual. Para tanto:
Reconhecimento é o processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado de item que se enquadre na definição de (ativo, passivo, receitas e despesas).	(CPC 00, item 4.37, grifo nosso)
Já o ato de mensurar os elementos das demonstrações contábeis nada mais é que a ação de atribuirvalores aos elementos patrimoniais das demonstrações contábeis. Portanto, corresponde à determinação dos valores monetários por meio dos quais os ativos, passivos, receitas e despesas serão quantificados e representados nas demonstrações contábeis.
Os elementos patrimoniais são reconhecidos inicialmente pelo custo de aquisição ao BP ou a DRE e, a partir desse momento, incorporados às demonstrações contábeis, recebendo a denominação de custo histórico, ou seja, são registrados pelo valor pago na data de aquisição ou compra e permanecem no custo histórico incorporado ao BP.
Atividade
2. Os elementos patrimoniais da mensuração do desempenho da entidade, presentes na DRE pelas despesas e receitas, recebem que definições?
Gabarito comentado - De acordo com a estrutura conceitual, correspondem às despesas (decréscimos patrimoniais) e às receitas (acréscimos patrimoniais).
Ajustes nas bases de mensuração
Alguns elementos patrimoniais, para representar fidedignamente a realidade econômica do fato ocorrido, sofrem alguns ajustes no decorrer dos exercícios, ou seja, as bases de mensuração podem sofrer alterações para retratar a realidade do fato e passar uma melhor informação ao usuário.
Esses ajustes nas bases de mensuração são denominados:
Custo corrente
Os ativos e passivos mantidos ao custo corrente no balanço patrimonial representam os elementos patrimoniais reconhecidos ou contabilizados pelos valores que teriam de ser pagos ou valores necessários que seriam esperados para liquidá-los na data do balanço patrimonial. Exemplo: caixas e equivalentes de caixas representadas pelas contábeis de conta correntes, aplicações financeiras e o próprio caixa da entidade.
Valor realizável
Descrito como o valor que seria efetivamente cobrado por determinado ativo se ele fosse colocado à venda por uma empresa. Exemplo mais comum são os estoques da empresa. Um item de estoque é registrado na contabilidade por R$100, mas o mercado onde será comercializado pagará R$80. Neste caso, há uma perda de recuperabilidade do ativo de R$20 e esse valor deverá ser contabilizado no estoque para representar o valor real daquele ativo, ou seja, ele vale R$80, não mais os R$100.
Ajuste a valor presente
Significa mantermos os ativos e passivos pelo valor presente, descontados dos fluxos de caixas futuros, ou seja, é preciso retirar dos valores registrados o valor do dinheiro no momento, que nada mais são do que os juros embutidos.
Exemplo
Em um empréstimo reconhecido no ativo não circulante, que será pago em trinta meses, há juros embutidos. Para efeitos de divulgação da informação ao usuário, se faz necessário explicar que, caso a dívida se fosse totalmente liquidada na data do balanço, seria cobrado um valor menor e, para isso, os ativos e passivos registrados no grupo do não circulante devem ser ajustados ao valor presente na data do balanço. Se houver ativos e passivos no circulante em que o montante do valor do dinheiro no tempo – juros - seja relevante, a entidade também precisa trazer o valor presente para apresentar ao usuário da informação.
Verifique que todos os elementos patrimoniais estão reconhecidos inicialmente ao custo histórico nas demonstrações contábeis. Posteriormente, alguns ativos e passivos para representar fidedignamente a realidade econômica das transações ocorridas podem sofrer alterações nas suas bases de mensuração, sendo combinados às demais bases para melhor atender à necessidade de utilidade e retratar a realidade econômica de determinado fato.
Exemplos de ajustes nas bases de mensuração
- Os ativos registrados em caixa e equivalentes de caixas estão contabilizados ao custo corrente, no qual os valores monetários são esperados para a sua realização ou liquidação na data do balanço. Lembre-se que grupo de equivalentes de caixas é representado pelas contas correntes de bancos e aplicações financeiras de curtíssimo prazo. Por curtíssimo prazo, entende-se os valores realizáveis até noventa dias.
- Os ativos que tendem a sofrer alteração nas suas bases de mensuração e serem apresentados pelo valor realizável são os estoques. Portanto, se for comprovado que os estoques contabilizados não serão realizados pelo valor em que se encontram registrados, deverá ser reconhecida a sua estimativa de perda de recuperabilidade.
- Nos casos de ativos e passivos reconhecidos nos grupos do não circulante do balanço patrimonial, que possuírem juros em suas bases de mensuração, deverão estar contabilizados livres das oscilações do câmbio e da inflação contidas em seus valores na data da divulgação do balanço, ou seja, descontar o valor do dinheiro no tempo e apresentar o quanto vale na data do balanço. Vale lembrar que o ajuste a valor presente (AVP) pode ocorrer também aos valores reconhecidos no grupo do circulante, mas, desde que representem valores monetários relevantes, e, nesse caso, sofrerão atualização da sua base de mensuração a valor presente.
Conceitos de manutenção de capital
Podemos dividir a manutenção de capital em dois conceitos:
Capital financeiro
É o conceito adotado pela maioria das empresas no momento da apresentação das demonstrações contábeis, o que significa informar ao investidor ao final de cada exercício que, se o valor final investido for superior ao valor inicial investido, a empresa obtém lucro no período, caso contrário obteve um prejuízo.
Capital físico
É o conceito que tem o propósito de mensurar a capacidade operacional da empresa, ou seja, haverá lucro se a capacidade de produção final exceder a capacidade produtiva inicial da entidade.
Premissas para divulgação das demonstrações contábeis
Para a divulgação e apresentação das demonstrações contábeis (DC) ao final de um exercício, a entidade deverá atender ao princípio da continuidade – que simboliza a premissa básica para que as demonstrações contábeis sejam elaboradas, partindo do pressuposto que a entidade está em plena atividade e irá se manter em operações por um futuro previsível, no qual a entidade não tem a intenção de encerrar suas atividades.
A norma contábil, que trata da apresentação das demonstrações contábeis, é o CPC 26, cujo objetivo é definir as bases de preparação e apresentação dos relatórios contábil financeiro e assegurar a comparabilidade e verificabilidade das informações apresentadas.
As demonstrações contábeis são apresentadas ao final de cada exercício de acordo com a situação em que a empresa se encontra. Elas podem ser apresentadas individualmente ou consolidadas para apresentar a situação patrimonial e financeira como um grupo econômico, ou seja, como se fosse uma única empresa.
Conceitualmente, as demonstrações individuais só deveriam ser divulgadas publicamente no caso de entidades que não apresentem investimentos em controladas ou empreendimentos controlados em conjunto.
No Brasil, divulgam-se as demonstrações individuais da controladora e o balanço consolidado do grupo econômico, divergindo dos demais países onde se adotam as IFRS. Essa é uma prática que não prejudica a informação, mas disponibiliza informação a mais para o usuário.
A norma enfatiza que os relatórios contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho operacional das empresas.
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer aos usuários a evolução patrimonial e financeira dos ativos, passivos e patrimônio líquido da empresa, assim como informar o desempenho operacional e a geração de caixa das empresas por meio das receitas e despesas.
Essas informações, juntamente com aquelas constantes em notas explicativas, auxiliam os usuários no diagnóstico da situação financeira atual e a prever o futuro da empresa (CPC 26, item 10).
O conjunto completo das DC é composto por sete peças:
Balanço patrimonial;
Demonstração do resultado do exercício;
Demonstração dos resultados abrangentes;
Demonstração dos fluxos de caixa;
Demonstração das mutações do PL;
Demonstração do valor adicionado;
Notas explicativas.
A empresa deve elaborar as demonstrações contábeis a partir dopressuposto da continuidade da empresa, utilizando o regime de competência para reconhecimento dos fatos contábeis.
O regime de competência prescreve que as receitas e despesas de um determinado período devem ser reconhecidas no momento da sua realização, ou seja, na efetiva confrontação das receitas e despesas de determinado período.
Quanto à materialidade e agregação:
“A entidade deve apresentar separadamente nas demonstrações contábeis cada classe material de itens semelhantes. A entidade deve apresentar separadamente os itens de natureza ou função distinta, a menos que sejam imateriais.”
Fonte: CPC 26, item 29
A regra que deve ser aplicada para o grupo de outras contas a receber ou outras contas a pagar divulgada no balanço patrimonial enfatiza a impossibilidade de exceder 10% do total do ativo circulante ou do não circulante. Caso ultrapasse o percentual, esses grupos de “outras” devem ser reclassificados.
Para a compensação de valores, a norma orienta que:
“A entidade não deve compensar ativos e passivos ou receitas e despesas, a menos que a compensação seja exigida ou permitida pela [legislação societária].”
Fonte: CPC 26, item 32
A frequência de apresentação das demonstrações, regra geral para as sociedades anônimas e para as empresas de grande porte, é de, pelo menos, uma vez ao ano até o mês de abril.
A CVM exige a disponibilização da informação trimestralmente para as entidades de capital aberto. Portanto, devem ser atendidas as exigências especificas do órgão regulador para as entidades que possuem registro de capital aberto.
O exercício social está definido no artigo 175 da Lei nº 6.404/1976, que estabelece que ele tenha a duração de um ano e a data do término será fixada no estatuto social.
Na maioria das empresas, o exercício social corresponde ao início em 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de cada ano, mas, com algumas exceções, ocorre em algumas atividades especificas do exercício social ser diferenciado. A regra geral nas empresas inicia em janeiro e vai até dezembro de cada ano.
Atividade
3. Cite as sete peças que compõem o conjunto completo das demonstrações contábeis.
Gabarito comentado - De acordo com o CPC 26, o conjunto completo das demonstrações contábeis é composto das seguintes peças:
Balanço Patrimonial (BP);
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
Notas Explicativas (NEs).
Contabilidade Internacional - Aula 3: Políticas contábeis, mudanças nas estimativas contábeis e retificação de erros
Apresentação - Nesta aula, você compreenderá que, para melhorar a relevância e a confiabilidade das informações divulgadas pela entidade, a empresa deve publicar informações consistentes que favoreçam a comparabilidade e a verificabilidade das informações. Ao publicarem as demonstrações contábeis, as empresas devem observar os impactos que podem influenciar a decisão final do usuário no momento de modificar as práticas contábeis adotadas no exercício social. Portanto, a uniformidade e a consistência dos dados contábeis devem ser mantidas de um período para outro para facilitar a comparabilidade das informações nos relatórios contábeis divulgados.
Objetivos - Identificar as aplicações prospectiva e retrospectiva da informação contábil; Distinguir erros de períodos anteriores, mudanças de estimativas e mudanças de políticas contábeis.
Tratamento contábil durante a mudança das políticas e estimativas contábeis
Vamos começar nossos estudos sobre o tratamento, a divulgação e os critérios utilizados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 23) quando a entidade alterar suas políticas e estimativas contábeis e sobre a retificação de erro.
É extremamente importante ao usuário da informação, no momento da análise das demonstrações contábeis, compreender as mudanças e ajustes que ocorrem nos saldos de ativos e passivos de um período para o outro.
Algumas mudanças são aplicáveis prospectivamente, como é o caso de alteração nas estimativas de algumas provisões associadas às obrigações futuras da entidade, que não são exatamente retificações de erros, mas uma forma mais próxima da realidade de retratar esse passivo. Assim ocorre com os passivos e com as estimativas de perdas de ativos.
No caso de erros de períodos anteriores, as omissões ou distorções ocorridas nas demonstrações contábeis de um período para outro são consideradas como retificação de erro quando são resultados da falta de uso ou da utilização incorreta de informação confiável e disponível, que não foi divulgada durante a elaboração das demonstrações contábeis.
Atenção
Esses erros podem ser de natureza matemática, de enganos na aplicação da norma, resultados da má interpretação dos fatos ou de enganos intencionais, provocando as fraudes. A norma deve ser aplicada retrospectivamente até o período em que deveria ser divulgada, desde que for possível identificar, mensurar e estimar confiavelmente os ativos, passivos, receitas e despesas que sofreram as respectivas falhas.
A norma orienta alcançar o período em que seja possível realizar as estimativas e mensurar com confiabilidade os elementos atingidos qualitativamente e quantitativamente que deveriam ser divulgados ao usuário.
Primeiramente, vamos entender o que são as políticas e estimativas contábeis.
Políticas contábeis
As políticas contábeis incluem princípios, normas, regras, fundamentos, práticas, postulados contábeis aplicados pelas empresas na preparação e divulgação dos relatórios contábeis.
As políticas adotadas na preparação e divulgação das informações contábeis precisam ser consistentes e uniformes. Ao aplicar determinada política contábil, ela deve permanecer constante e somente poderá ser modificada pela exigência de uma nova política ou interpretação contábil.
Um exemplo de regra contábil, que deve ser mantida para que a informação seja consistente e confiável, é a avaliação dos estoques. A empresa não pode iniciar o exercício social pela avaliação dos estoques pelo custo médio e terminar o exercício aplicando o PEPS. Portanto, a empresa deve manter o mesmo critério para que a informação seja consistente, confiável e possível de comparação para os períodos analisados.
Estimativas contábeis
As estimativas contábeis são ajustes nos saldos das contas patrimoniais decorrentes da avaliação ou consumo em relação aos benefícios econômicos futuros esperados desses ativos e passivos. As modificações nas estimativas contábeis podem ser decorrentes de uma nova informação e não constituem retificação de erros.
Em decorrência das incertezas no cenário empresarial inerentes ao negócio da empresa ou fatores internos e externos, que podem afetar as operações e atividades empresarias, muitas vezes não é possível fazer com precisão a mensuração de ativos e passivos e, nesses casos, são realizados pareceres baseados em evidências do cotidiano.
Portanto, as estimativas são realizadas em informações disponíveis e decisões que envolvem julgamentos e opiniões baseadas na realidade da entidade, que podem, ao longo de um exercício, sofrer variações impostas pelo ambiente interno e ou externo a empresa.
Exemplos de estimativas contábeis:
Vida útil dos ativos;
Devedores duvidosos;
Provisões;
Contingências passivas e ativas.
Os erros de períodos anteriores podem ser decorrentes de omissões ou falhas pelo uso incorreto de informações confiáveis disponíveis no momento da divulgação das demonstrações contábeis, que não foram levadas em consideração, como, por exemplo:
Interpretação incorreta dos fatos contábeis;
Fraudes;
Erros ao aplicar as políticas contábeis;
Erros matemáticos.
Os erros devem ser reparados e retificados. Suas correções devem ser reportadas a partir do período atual do seu reconhecimento, com efeitos de comparabilidade retrospectivamente até o período mais antigo que for possível aplicar as devidas correções.
Prospectiva
Período correntepara frente
Aplicação prospectiva de mudança em política contábil e de reconhecimento do efeito de mudança em estimativa contábil representa respectivamente:
a) a aplicação da nova política contábil a transações, a outros eventos e a condições que ocorram após a data em que a política é alterada;
(b) o reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil nos períodos corrente e futuro afetados pela mudança”.
Retrospectiva
Período mais antigo que for viável e aplicação retrospectiva
Aplicação retrospectiva representa a utilização de nova prática contábil como se ela estivesse sempre em uso.
Reapresentação retrospectiva é a correção do reconhecimento, da mensuração e da divulgação de valores de elementos das demonstrações contábeis, como se um erro de períodos anteriores nunca tivesse ocorrido.
Aplicação impraticável de requisito ocorre quando a entidade não pode aplicá-lo depois de ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido. Para um período anterior em particular, é impraticável aplicar retrospectivamente a mudança em política contábil ou fazer a reapresentação retrospectiva para corrigir um erro se:
(a) os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva não puderem ser determinados;
(b) a aplicação retrospectiva ou a reapresentação retrospectiva exigir premissas baseadas no que teria sido a intenção da administração naquele momento passado;
(c) a aplicação retrospectiva ou a reapresentação retrospectiva exigir estimativas significativas de valores e se for impossível identificar objetivamente a informação sobre essas estimativas que:
(i) proporciona evidências das circunstâncias que existiam quando esses valores deviam ser reconhecidos, mensurados ou divulgados;
(ii) estaria disponível quando as demonstrações contábeis desse período anterior tiveram autorização para divulgação.
Limitação da aplicação retrospectiva
Quando for inviável para a empresa determinar o período especifico e os efeitos das mudanças nas práticas contábeis em relação às informações comparativas, a entidade deverá aplicar a nova política ou a nova prática contábil para os saldos dos elementos patrimoniais envolvidos até o exercício mais antigo apresentado e em qual aplicação retrospectiva será viável proceder aos ajustes dos saldos de abertura de cada item que compõe o balanço patrimonial.
Além disso, a empresa deverá divulgar o respectivo motivo que ocasionou a limitação de tal fato em nota explicativa.
Todo esse cuidado tem como objetivo manter a consistência, a uniformidade e a confiabilidade da informação contábil divulgada nas DF.
“A entidade deve apresentar um terceiro balanço patrimonial no início do período anterior, [...] se: (a) aplicar uma política contábil retrospectivamente, fizer uma reapresentação retrospectiva de itens nas suas demonstrações contábeis ou reclassificar itens de suas demonstrações contábeis;
(b) a aplicação retrospectiva, a reapresentação retrospectiva ou a reclassificação tiver efeito material sobre as informações do balanço patrimonial no início do período anterior.”
CPC 26, item 40A
Os balanços patrimoniais reapresentados devem proporcionar a situação patrimonial no:
(a) final do período corrente;
(b) final do período anterior;
(c) no início do período precedente.
CPC 26, item 40B
Toda vez que ocorrer a apresentação e os elementos contábeis forem modificados, os valores apresentados deverão, para efeitos de comparabilidade, ser reclassificados a não ser que tal aplicação seja impraticável.
Quando ocorrer a reclassificação, a empresa deverá mencionar a natureza da reclassificação, os montantes de cada elemento reclassificado e os motivos da sua reclassificação no momento da divulgação.
Consistências de apresentação
A uniformidade e consistência das informações “contábeis devem ser mantidas de um período para outro” com o propósito de facilitar a comparabilidade e a verificabilidade da informação contábil divulgada.
Essas informações só podem ser alteradas se for evidente que, após a modificação, se verificar que outra classificação ou apresentação for mais apropriada na revisão das demonstrações contábeis (CPC 26, item 45).
O objetivo do pronunciamento contábil CPC 23 é contemplar todos os critérios possíveis de seleção e mudanças das políticas contábeis aliado ao tratamento na divulgação dessas políticas e das práticas contábeis adotadas ao aplicar as mudanças nas estimativas e nas retificações dos erros nos relatórios contábeis.
Quando não houver uma orientação clara a respeito da melhor pratica a ser adotada para aplicação e correção da estimativa ou política contábil, a administração emitirá sua opinião, que deverá resultar em uma informação relevante e confiável para a tomada de decisão do usuário.
Prevalecendo sempre a essência econômica dos fatos, não meramente a forma legal na qual a informação possa ser completa, sem viés, livre de erro, representando todos os aspectos materiais da informação.
Leia a seguir sobre as Divulgações das mudanças das políticas contábeis, mudanças das estimativas contábeis e sobre retificação de erro anterior.
Divulgações
Divulgação das mudanças das políticas contábeis
A empresa somente alterará uma política contábil se for exigida por uma norma ou esse procedimento resultar em uma informação mais confiável para o usuário.
Dessa forma, a entidade deverá divulgar em nota explicativa, no momento da adoção inicial do respectivo pronunciamento, os efeitos que impactaram no período corrente e nos períodos anteriores até quando for possível a sua aplicação e no caso de ser impraticável para um determinado período explicar os devidos motivos.
A empresa ainda deverá evidenciar em nota a natureza e os valores da mudança na política contábil, uma breve descrição dos efeitos na adoção inicial e nas disposições transitórias, assim como efeitos nas projeções futuras.
Divulgação das mudanças das estimativas contábeis
Durante o curso normal das atividades negociais, as empresas estão sujeitas às incertezas pertinentes das suas atividades e suas estimativas, muitas vezes, não são precisas. Nesse caso, elas são calculadas por meio de estimativas, baseadas no feeling do negócio ou na última informação disponível e mais confiável, ou ainda, na pratica de mercado, como acontece com as estimativas da vida útil dos ativos, que sofrem depreciação ou amortização, perda de recuperabilidade dos estoques e as estimativas de perdas de recebimentos dos créditos por inadimplência.
O uso das estimativas não reduz a confiabilidade da informação contábil nos relatórios. Elas são consideradas bases essenciais para a elaboração e divulgação das demonstrações contábeis, pois fazem parte do negócio da empresa. Muitas delas são características especificas de determinado segmento.
Divulgação de retificação de erro anterior
Os erros podem ocorrer na contabilização, na apresentação ou na divulgação da informação contábil e, portanto, as demonstrações contábeis não estarão em conformidade com a norma e os erros materiais que forem cometidos deverão ser reparados e divulgados. Como já foi explicado, erros intencionais são sinônimos de fraude e devem, assim que forem descobertos, ser retificados retrospectivamente até o período mais antigo que for possível.
Os erros potenciais descobertos durante a preparação das demonstrações contábeis devem ser imediatamente corrigidos e divulgados.
A entidade, ao divulgar erros de períodos anteriores, deve reapresentar os montantes e os saldos corrigidos dos períodos antigos para efeitos de comparabilidade. Também deverá mencionar a natureza e as circunstâncias da existência do erro e a descrição de como e desde quando o erro foi corrigido.
Atividade
1. Explique as definições de aplicação prospectiva e retrospectiva.
Gabarito comentado - A aplicação do tratamento dos critérios de mudanças de estimativas e retificação de erros de acordo com a norma pode ser, respectivamente, prospectiva e retrospectiva. As mudanças nos critérios de mensuração e reconhecimento das estimativas de perdas,decorrentes das inadimplências registradas no grupo de ativos de títulos a receber, são consideradas aplicações prospectivas.
2. O que representam os erros de períodos anteriores nas demonstrações contábeis de uma entidade?
Gabarito comentado - De acordo com o item 5 do CPC 23, são omissões e incorreções de um ou mais períodos anteriores, decorrentes da falta de uso ou de uso incorreto.
3. Indique as situações em que a aplicação retrospectiva é considerada praticável e impraticável.
Gabarito comentado - A aplicação retrospectiva é impraticável quando os efeitos cumulativos do erro não podem ser determinados para todos os períodos anteriores. A entidade retificará a informação retrospectivamente a partir da data mais antiga (praticável).
Contabilidade Internacional - Aula 4: Estoques
Apresentação - Nesta aula, você compreenderá a definição de estoques e o tratamento contábil aplicados aos ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios. Além disso, abordaremos a divulgação e os critérios utilizados pelo CPC 16 para a classificação dos ativos denominados estoques.
Objetivos - Reconhecer os ativos classificados no conceito de estoque – CPC 16; Identificar o valor realizável líquido dos estoques.
Tratamento contábil
O objetivo do pronunciamento dos estoques é estabelecer o tratamento contábil para os ativos identificados como itens estocáveis, ou seja, o ponto crucial da norma é determinar o reconhecimento do custo dos estoques.
Primeiramente, é importante estabelecer a definição e o conceito de estoques em conformidade com a norma. Eles são ativos que devem ser mantidos para venda no curso normal da atividade operacional da empresa, estar em processo de elaboração para comercialização ou sob a forma de materiais a serem consumidos durante o processo de produção.
Atenção
Estoques são, portanto, valores referentes aos produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias para revenda, insumos, produtos acabados, serviços em andamento e outros valores que se identifiquem com a atividade fim da empresa. Você pode identificá-los conforme o pronunciamento contábil se refere, ou seja, como bens tangíveis mantidos para venda ou uso no curso normal dos negócios.
Os estoques compreendem o grupo de contas subdivididas de acordo com a sua finalidade dentro dos ativos estoques. O grupo de contas e subcontas de estoques devem ser contabilizados no ativo circulante, pois correspondem a itens de ativo que devem ser realizados dentro do exercício social.
Nas atividades compreendidas pelos segmentos de indústria e comércio, podemos analisar o grupo de contas que compõem os estoques com mais precisão. Portanto, para um melhor entendimento, verificaremos os estoques conforme o segmento das empresas.
Indústrias
Identificamos no grupo dos estoques as contas de matérias-primas destinadas aos produtos em elaboração e aos produtos acabados. Nesse segmento, é comum o giro de estoque (O giro de estoque corresponde ao tempo em que a mercadoria fica dentro dos estoques das empresas esperando para serem vendidas.) ocorrer entre 30 e 40 dias. Quanto menor o tempo das mercadorias paradas nos estoques melhor para a empresa, pois significa que a empresa está transformando os produtos de vendas em caixa, ou seja, dinheiro.
Comércio
Identificamos as mercadorias compradas para revenda, ou seja, que não sofrem nenhuma transformação, pois o comprador as adquire e coloca nas prateleiras para revender. Neste segmento, o tempo de permanência dos estoques dentro da empresa é um pouco menor, em média em torno de 20 dias, ou até menos. Quanto menor o tempo dos estoques parados dentro do estabelecimento, melhor.
Prestadoras de serviços
Na prestação de serviço, você pode verificar que não há a conta de estoques no balanço patrimonial. Em certos casos, quando ocorrem lançamentos, eles correspondem a peças que serão utilizadas como reposição em bens do ativo imobilizado ou equivalente.
No comércio e na indústria
Os estoques correspondem às mercadorias adquiridas e destinadas à comercialização, inclusas nesse contexto as mercadorias adquiridas para a revenda.
Esse grupo compreende os estoques dos produtos acabados, os produtos em elaboração, os insumos e as matérias-primas à espera de utilização, tais como:
1 – Embalagens		2 – Componentes	3 – Partes	4 – Peças	5 - Material de uso	6 - Consumo
No final de cada exercício, as empresas devem inventariar os seus estoques, registrando-os no “Livro de Registro de Inventário” de acordo com os critérios legais – Regulamentos: ICMS - IPI e IRPJ (art. 294 do RIR/99).
Não será tratada no detalhe a questão legal dos estoques nesse momento, mas devemos lembrar das questões fiscais para não incorrer em riscos tributários para as empresas.
No final de cada exercício, as empresas devem inventariar os seus estoques, registrando-os no “Livro de Registro de Inventário” de acordo com os critérios legais – Regulamentos: ICMS - IPI e IRPJ (art. 294 do RIR/99).
Não será tratada no detalhe a questão legal dos estoques nesse momento, mas devemos lembrar das questões fiscais para não incorrer em riscos tributários para as empresas.
Mensuração dos estoques
A norma é clara quando orienta que:
“Os estoques (...) devem ser mensurados pelo custo de aquisição ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.”
CPC 16, item 9
Atenção
A expressão mensuração significa atribuir valores monetários confiáveis aos ativos e passivos.
Geralmente, a empresa mantém os itens de estoques registrados contabilmente ao valor de aquisição. Uma vez incorporados ao balanço patrimonial no grupo de estoques, permanecerão até a sua realização pelo custo histórico.
Mas, no caso dos estoques, verifica-se nas orientações previstas pela norma contábil que as bases de mensuração de grupo de estoques devem refletir o valor de realização ou do custo de aquisição, dos dois o menor.
Isso significa que, no momento em que a empresa coloca à venda o item de estoque, deve verificar se realmente ele vale o valor contabilizado no balanço.
Exemplo
Um item de estoque é reconhecido por R$100 no grupo de estoques. A empresa, no momento de vendê-lo, verifica que ele não vale mais R$100, mas R$80.
Neste caso, verificamos que houve uma perda de recuperabilidade de R$20, ou seja, esse ativo (estoque) vale R$80 e, para ser divulgado, precisamos reconhecer uma perda de R$20 no resultado do exercício para fornecer ao usuário das demonstrações contábeis uma informação condizente com a realidade econômica do respectivo ativo.
O valor realizável líquido é um valor específico da entidade, ou seja, próprio da empresa, porém é o valor que a empresa espera receber pela sua venda do ativo.
É a quantia estimada para venda deduzida dos custos orçados e necessários para se realizar a venda, ou seja, o valor esperado pela empresa para concretizar a venda do estoque durante as suas atividades operacionais.
O valor justo, muitas vezes, se aproxima do valor de mercado e a sua definição é o preço acordado entre comprador e vendedor em uma transação não forçada, em que ambos são conhecedores do mercado em que operam.
Atenção
O valor justo não é o preço especifico da empresa. Ao passo que o valor realizável líquido, sim. Diante deste cenário, podemos pontuar que o valor realizável liquido dos estoques não é equivalente ao valor justo reduzidos os custos necessários para realizar a venda.
Os custos dos estoques podem não ser recuperáveis se esses ativos estiverem estragados, danificados ou obsoletos, e, portanto, os custos dos estoques escriturados não devem estar registrados com valores superiores ao valor realizável liquido que se espera obter na transação de venda, que deve ser consistente com o valor que se espera comercializar.
Se o valor contábil dos estoques reconhecidos no balanço patrimonial estiver acima do valor realizável liquido, ele deverá ser ajustado para refletir a realidade econômica do ativo. Além disso, uma estimativa de perda deve ser reconhecida para equiparar o ativo ao seu valor de realização.
As estimativas de perdassão informações baseadas em provas confiáveis e disponíveis no momento de cálculo das prováveis perdas, considerando eventos e condições existentes, no momento e após o período de suposição, para os respectivos valores.
Diferenças entre custos, despesas e gastos
Gastos - São todos os desembolsos de caixa da empresa.
Despesas - São todos os gastos realizados para manter a estrutura da empresa em pleno funcionamento.
Custos - São atribuídos aos gastos efetuados, que estão diretamente relacionados ao produto final e atividade negocial da empresa, na indústria, no comércio ou na prestação de serviço.
Os custos relacionados especificamente à produção ou à comercialização e, ainda, à prestação de serviço estão classificados em custos diretos e indiretos, custos fixos e variáveis.
Os custos fixos ocorrem frequentemente dentro da empresa e os custos variáveis se relacionam diretamente ao volume de produção ou comercialização.
Os custos diretos e indiretos podem ser mais bem explicados se conseguirmos identificar com facilidade e atribuir valor a eles, podendo ser chamados de custos diretos. Já para os custos indiretos, temos um pouco mais de dificuldade de atribuir valor e identifica-lo e, por isso mesmo, são chamados de indiretos.
No valor de custo do estoque, devem ser incluídos todos os custos de aquisição, transformação, acabamento, beneficiamento, de apresentação, custos associados aos impostos não recuperáveis, frete, armazenagem, seguro, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à condição de venda.
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço da nota fiscal de compra, os impostos de importação e outros impostos não recuperáveis em que a pessoa jurídica não seja contribuinte do imposto. Incluem-se como custo de aquisição:
(...) os custos de transporte, seguro, (aluguel de máquinas e peças), manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (NBC TG 16, item 11)
Os custos de transformação, (beneficiamento, montagem, acondicionamento e de apresentação dos estoques) incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão de obra direta (e da matéria-prima, sendo que esses custos variam de acordo com o volume de peças produzidas). (NBC TG 16, item 12, grifo nosso)
Você pode verificar que os custos diretos são variáveis, ou seja, variam na proporção em que são produzidas ou comercializadas as unidades.
“Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação, a manutenção de edifícios e instalações fabris” (NBC TG 16, item 12), seguros, folha de pagamento do pessoal da fábrica, aluguéis, armazenagem, máquinas, equipamentos e ativos de direito de uso utilizados no processo de produção e o custo de gestão e de administração da fábrica.
Verifique que os custos fixos existem independentemente da existência ou não do processo de produção, independentemente da quantidade vendida, e os seus pagamentos são feitos de forma periódica e exigem uma programação da empresa.
Exemplo de custos fixos que podem ser atribuídos aos produtos são os valores pagos pelo aluguel do espaço, do armazém ou de uma máquina. Verifique que esse valor independe do volume produzido ou comercializado. Podem incorrer também outros custos atribuíveis como, por exemplo, as perdas por desperdícios.
Critérios de valoração de estoque
 A empresa deverá avaliar os estoques pelo menor valor entre o preço de venda estimado ou pelo menor valor de custo reduzindo as despesas de vendas.
Itens de estoques adquiridos para o desenvolvimento de novos projetos devem ser segregados e identificados separadamente dentro do grupo dos estoques.
A empresa pode utilizar na avaliação dos estoques o método PEPS (primeiro que entra primeiro que sai) ou o critério do custo médio ponderado.
 Ao avaliar os estoques, a entidade deve utilizar os mesmos critérios e bases de mensuração para todos os itens do estoque semelhantes, que possuem a mesma natureza.
 A entidade não pode ficar alternando os critérios de valorização dos estoques, pois, dessa forma, a consistência de análise e confiabilidade da informação se perde.
Reconhecimento como despesa no resultado
À medida em que são vendidos os itens dos estoques, os custos e despesas devem ser reconhecidos no resultado do exercício na qual a respectiva receita é contabilizada, utilizando o princípio da confrontação das receitas e despesas em um determinado período, ou seja, regime da competência.
Atenção
Os valores de qualquer perda por desvalorização dos estoques também devem ser reconhecidos no resultado do exercício à medida que esses itens são realizados ou baixados.
Divulgação dos estoques
As demonstrações contábeis devem divulgar as políticas e as práticas contábeis adotadas em notas explicativas, incluindo os critérios de valorização que foram utilizados nos itens de estoques.
Também devem ser divulgados os estoques que foram reconhecidos como despesas durante o exercício, as perdas de recuperabilidade desses ativos e as prováveis reversões de perdas do período em que está sendo processada a divulgação.
A entidade deve divulgar ao usuário as circunstâncias, as classificações e as proporções das alterações que ocorreram nos principais itens do grupo dos estoques.
Atenção
Também é importante, no momento de divulgação, mencionar as naturezas dos estoques, assim como qualquer agrupamento realizado aos itens que possuem as mesmas características e os seus respectivos valores, a capacidade de produção da empresa e a capacidade ociosa que impactou no custo dos estoques.
Atividade
1. Explique o termo estoques.
Gabarito comentado - Corresponde a todos os ativos mantidos para venda ou uso próprio no curso normal da atividade-fim da empresa.
2. Indique que tipos de estoques são comuns na indústria.
Gabarito comentado - Estoques de matéria-prima, insumos, produtos em elaboração e produtos acabados.
3. Explique o valor realizável líquido.
Gabarito comentado - Trata-se do valor de venda atribuído durante as atividades operacionais da empresa, “deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda” (NBC TG 16, item 6).
Contabilidade Internacional - Aula 5: Instrumentos financeiros
Apresentação - Nesta aula, você conhecerá os principais conceitos e a natureza dos instrumentos financeiros. Compreenderá o tratamento contábil dado aos instrumentos financeiros e patrimoniais, assim como o reconhecimento, a mensuração e a divulgação em nota explicativas dos ativos e passivos identificados em consonância com a norma contábil aplicada aos instrumentos financeiros.
Objetivos - Identificar ativos e passivos financeiros de acordo com as normas; Reconhecer instrumentos financeiros, patrimoniais e derivativos.
Tratamento contábil - identificação
Os seguintes documentos apresentam os aspectos fundamentais dos instrumentos financeiros (Instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para outra entidade. (CPC 39, item 11)) introduzidos a partir da Lei nº 11.638/2007 e normatizados quanto à mensuração, reconhecimento e divulgação por meio dos pronunciamentos contábeis:
CPC 38 (reconhecimento e mensuração) revogado a partir de 01/01/2018 pelo CPC 48 (instrumentos e financeiros);
CPC 39 (apresentação);
CPC 40 (evidenciação) apresenta os significados e as classificações dos instrumentos financeiros, visto que o assunto é complexo e extenso.
Veja a seguir a definição de alguns conceitos:
1 – Ativo - Recurso controlado pela empresa, que corresponde aos bens e direitos capazes de gerar fluxos de caixa futuros para a entidade.
2 – Passivo - Obrigação presente assumida pela empresa, representando

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