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1 ESTRELAS Silvia Rossi IAG/USP Julho/2015 2 Por que tudo no Universo se move? FORÇAS 3 O que é uma “FORÇA”? • A natureza é preguiçosa ou 1ª lei de Newton “Um objeto em repouso tende a ficar em repouso” e “Um objeto em movimento mantém a mesma velocidade e direção” A MENOS QUE UMA FORÇA AJA SOBRE ELE ! • Nada aconteceria sem a existência de “forças” 4 FORÇAS ! mudanças de velocidade ou mudanças de direção velocidade e direção são ambas constantes Precisa haver uma força agindo ! Não pode haver forças presentes OU as forças estão balanceadas 5 2ª LEI DO MOVIMENTO DE NEWTON: Forças fazem as coisas se movimentarem via aceleração Força = massa aceleração ou F = m a 6 Órbitas circulares implicam na existência de uma força central que impede que estrela/planeta/lua movimentem-se em linha reta. GRAVIDADE Gravidade além de manter objetos astronômicos em órbita, também os mantém ligados entre si. 7 O que é Gravidade? É uma das quatro forças fundamentais da natureza Gravidade atua em qualquer distância e afeta qualquer coisa que tenha massa. 8 Questão: • Gravidade responde à MASSA e força eletromagnética responde à CARGA. • Mas, de onde vem a MASSA e CARGA? Partículas Atômicas : o recheio de todas as coisas 9 Átomo: bloco básico de construção da matéria • Protons têm massa carga positiva • Neutrons tem massa não têm carga • Eletrons massa desprezível (me = mp / 1830) carga negativa 10 Elementos, Átomos e Moléculas: Qual é o grande acordo? • Universo é feito de elementos, átomos, e/ou moléculas material bruto para planetas, estrelas e galáxias. • Quase toda a luz no universo é gerada através de processos relacionados aos elementos, átomos e moléculas. • Espaço é rico em QUÍMICA! Existem nuvens de gás frio gigantes em nossa Galáxia que formam moléculas complexas (água,ácido sulfúrico, álcool, talvez aminoácidos?) 11 De todos os elementos possíveis, o universo é feito quase que totalmente de H e He • O resto é “poluição” 12 O mesmo elemento pode existir em diferentes estados. • Qual a diferença entre esses estados da matéria? Temperatura altera a estrutura dos átomos e/ou moléculas 13 Temperaturas muito mais altas! a estrutura dos átomos começa a mudar ! Eletrons se tornam tão energéticos que podem ser facilmente arrancados dos núcleos. Os átomos se tornam IONIZADOS. Os núcleos passam a chamar ÍONS. 14 • Diferentes elementos têm níveis de energia do eletron diferentes... 15 • Portanto, eles produzem diferentes linhas de emissão e absorção. PS. Há muitas outras linhas de emissão e absorção em outras partes do espectro EM (IV, UV,etc..) 16 Os espectros das estrelas são iguais? São similares - absorção de um espectro térmico MAS, também muito diferentes 17 Um espectro estelar simples • Quase que exclusivamente absorção de Hidrogênio, o que é de se esperar de um Universo composto 99% de H. 18 Mas, não é verdade para esta estrela! • Como essas estrelas se relacionam umas com as outras? • Estrelas diferentes são feitas de elementos diferentes? Esta era a situação na virada do século passado (1900), quando os astrônomos queriam saber o que acontecia…. 19 Os “Computadores” de Harvard 20 Classificação Espectral • Em 1881, Williamina Fleming classificou os espectros com base nas forças das linhas de H. A - linhas de H mais fortes B - linhas de H um pouco menos fortes C - linhas de H um pouco menos fortes ainda (etc., até a letra O). 21 22 Annie Jump Cannon • Em 1896, Annie descobriu que estrelas se apresentam em uma ordem natural, com base em seus espectros. 23 A Seqüência Espectral • Em 1910, Cannon sugeriu uma ordem diferente que fazia mais sentido e limitava a classificação à sete classes espectrais: primeiros tipos últimos tipos (early types) (late types) quentes frias • Em 1920, com o melhor entendimento dos sub-níveis do átomo tipo espectral função da temperatura superficial da estrela. O, B, A, F, G, K, M 24 A sequência espectral organizada ... Espectros de estrelas diferentes (diferentes tipos espectrais) com mesma composição química 25 Adaptado da figura da Profa. Jane Gregorio–Hetem 2014 26 Mas, mudanças na temperatura superficial podem causar variações tão grandes nas linhas de absorção? 27 Cecilia Payne- Gaposhkin Por que as linhas aparecem e somem? 28 Por que as linhas aparecem e somem? • Quando a temperatura do gás é muito alta – Elemento está completamente ionizado não há eletrons ligados para absorver os fotons! • Quando a temperatura do gás é muito baixa – Os eletrons não estão em estados excitados quando o foton passa por eles eletrons no nível fundamental 29 Força da linha depende da temperatura Muito quente, poucos eletrons ligados Muito frio, alguns eletrons no nível 2 30 Comportamento segundo classificação espectral 31 32 • ~ 1910: – Hertzprung m vs cor de aglomerados globulares ( estrelas à mm distância) largura das linhas espectrais correlacionavam-se com o brilho intrínseco das estrelas. – Estrelas brilhantes linhas mais estreitas – Estrelas com menor brilho linhas alargadas diferenças nas linhas espectrais causadas pelas diferenças nos raios estelares. Tipos Estelares e o Diagrama HR Tipos Estelares e o Diagrama HR – Russell M vs. tipo espectral , outros dados, para estrelas com distâncias conhecidas. • Correlações estabelecidas ficaram conhecidas como DIAGRAMA HR (Hertzprung-Russell) • Qualquer gráfico de luminosidade (eixo Y) e temperatura (eixo X) é chamado de DIAGRAMA HR 33 34 • A lei de Stefan-Boltzmann fornece: 42 * 4 effTRL a escolha de qualquer dois entre L, R, T fixa o terceiro. Tomando os logs: constRTL 101010 log2log4log Se graficarmos y = log L vs X = - log T teremos: A construção do Diagrama HR 35 Aonde estão as estrelas reais nesse gráfico ? 36 DIAGRAMA COR-MAGNITUDE 38 • Estrelas de diferentes massas localizam-se ao longo de um caminho estreito nesse tipo de gráfico • 90% das estrelas está na região chamada SEQUÊNCIA PRINCIPAL • Estrelas O, quentes e luminosas, são mais massivas que as estrelas M, fracas e frias. A Sequência Principal Classes de luminosidade • As estrelas podem ser separadas no Diagrama H-R de acordo com sua categoria. Exemplos: • Sol é considerado uma estrela anã. • Betelgeuse é uma super-gigante. • Anãs Brancas são estrelas muito quentes, mas muito menores que o Sol. • A distribuição de um grande número de estrelas no DiagramaH-R define claramente as regiões onde se encontram diferentes categorias de estrelas. 39 40 Figura extraída do Curso da Profa. Jane Gregorio-Hetem (Estrelas) 41 • A lei de Stefan-Boltzmann fornece: 42 * 4 effTRL a escolha de qualquer dois entre L, R, T fixa o terceiro. Tomando os logs: constRTL 101010 log2log4log Se graficarmos y = log L vs. X = - log T teremos: Raio e Densidade Raio e Densidade • Como diferenciar tamanhos de estrelas que tenham mesmo tipo espectral? • As características das linhas espectrais, que são formadas sob diferentes condições físicas, indicam: densidades nas atmosferas estelares gigantes << anãs << anãs brancas • As linhas espectrais são muito sensíveis à densidade nas fotosferas estelares pelas diferenças nas linhas pode-se identificar se a estrela encontra-se na sequência principal ou no ramo das gigantes, por ex. 42 Diagrama HR e as Classes de Luminosidade 43 Sol 44 O Diagrama HR (diferentes Tef, R, M e tempos de vida ) 45 Estrelas de diferentes massas têm diferentes estruturas internas Estrutura Estelar 46 • Um fato observacional importante é que estrelas não mudam rapidamente* e, portanto, suas estruturas internas devem ser razoavelmente constantes. • Para a teoria de interiores estelares, essa observação se traduz na condição de equilíbrio hidrostático, onde equilíbrio significa “balanço” (geralmente entre dois ou mais efeitos opostos), hidro significa “fluido” e estático significa “sem mudança”. • Então, o que mantém uma estrela? * a maior parte delas...há também as estrelas pulsantes Equação de EH 47 Auto-gravidade puxa para dentro Pressão interna empurra para fora Como o EH funciona na estrela? Equilíbrio hidrostático significa um balanço entre gravidade e pressão em cada camada (esfericamente simétrica) da estrela. Se a gravidade vencer, a camada se contrái Se a pressão vencer, a camada se expande Se esse balanço é quebrado, a camada irá encolher ou expandir: 48 Equação de Equilíbrio Hidrostático Equilíbrio entre ação gravitacional e pressão drdAdm 2 )( )( r rGM rg • Desvios do equilíbrio qual é o tempo necessário para que a estrela colapse sob ação gravitacional ? • Tempo de queda livre: Tempo característico em que uma estrela dinamicamente estável reage a uma perturbação no equilíbrio. 49 Escala de tempo de queda livre 50 Aplicação para o Sol M=1M e R=1R (Sol): tql ~ 27 min M=1M e R=100 R (Gigante Vermelha): tql ~ 18 dias M=0,6M e R=R/50 (Anã Branca): tql ~ 5,8 s Equação de Conservação de Massa • As quantidades Mr , e r ,que aparecem na equação de equilíbrio hidrostático, não são independentes: a massa Mr interior ao raio r será determinada pela densidade do material estelar. • Como a camada é fina, seu volume é simplesmente a área superficial vezes sua espessura, de modo que sua massa é: • Rearranjando essa expressão tem-se equação de conservação da massa 51 r r +dr dr • Para um estrela de massa M e raio R: • No Sol 52 341,1 cmg Densidade média Estimativa da Temperatura Central • Considere a estrela composta somente por H ionizado • Admitindo gás perfeito não degenerado: P ~ kT / mH , onde k =1,38x10-16 erg/K • Assim, • Para o Sol: Tc~ 1,6x10 7 K . • Para demais estrelas, como P M2 / R4 e M / R3 : 53 c cH c k Pm T ~ K106,1~ 7 Sol Sol c RR MM T 54 55 Variação da composição química do Sol em função da profundidade e distribuição de abundâncias. Mas, • Os valores de densidade e temperatura centrais são tão altos que a matéria no interior estelar comporta-se como um gás. Os átomos são separados formando um amr de eletrons e núcleos atômicos um plasma. • Por que tão quente? 56 Partículas se movem muito rápido em altas temperaturas. Para núcleos de H se fundirem, a temperatura deve ser ~ 107 K Os personagens! 57 A cadeia proton-proton 1. Dois p se fundem para formar um d, um e+ e um . Esta etapa é muito lenta (~109 anos); um p deve mudar para um n. O e+ irá aniquilar um e- imediatamente. 2. Um p e um d se fundem, formando 3He e um foton. Este passo produz a maior parte da energia, carregada pelo foton. 3.Dois 3He se fundem, produzindo um 4He e dois p. 58 59 60 Evolução sobre a Sequência Principal (SP) • Estrelas de SP vivem através da fusão de H em He • Abastecimento finito de H tempo de vida finito (90% de suas vidas) 61 Tempo de vida sobre a SP 62 • Sabemos que quanto maiores as estrelas menores seus tempos de vida: • Usando essa relação: uma estrela tipo O com 40 M viverá como uma estrela SP por ~ um milhão de anos. • Estrelas tipo M, com massas típicas de 0.2 M, terão tempos de vida de SP muito mais longos 560 bilhões de anos Relação Massa-Luminosidade para estrelas da SP 63 0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000 10000 0.1 1 10 Massa Lu m in os id ad e M<0.5 0.5 < M < 2 M > 2 64 • Consiste de estrelas queimando hidrogênio como o Sol (He & H) • 80 - 90% de todas as estrelas estão sobre a sequência principal passam 80 -90% de suas vidas queimando hidrogênio • Estrelas NÃO evoluem ao longo da sequência: – entram na SP quando começam a queimar H – saem da SP quando o H é exaurido Sequência Principal • No final da SP : Núcleo de He inativo. A composição química do interior estelar foi alterada abundância (He & H) “Queima de H” (fusão de H em He) continua em uma camada ao redor do núcleo. Expansão e resfriamento das camadas mais externas da estrela Gigante Vermelha 65 Evolução fora da SP: Expansão em uma gigante vermelha Gigantes Vermelhas Saindo da SP • Pgás diminui contração (~ 10 bilhões de anos após a chegada na sequência principal). • Temperatura aumenta (106 < T < 107 K) • Queima de H é mais rápida P. • Desbalanço geral: Rext & Tsup • Estrela segue um caminho evolutivo no diagrama H-R. • (b) ramo das sub-gigantes (3R) Por convecção, enormes quantidades de energia são levadas para a superfície, causando um rápido aumento de L sem variação de T. • Nesta fase, entre (b) e (c) a estrela encontra-se no ramo das gigantes vermelhas. 66 67 Flash do Hélio Densidades ~ 108 Kg m-3 Temperaturas ~ 108 K • Condições de altas e T, física clássica não vale mecânica quântica. • Grandes quantidades de elétrons no estado degenerado gás ideal nao vale (relações normais entre P, e T não se mantém). • Pe- degenerados substitui a Ptérmica sustentando o caroço estelar contra o colapso gravitacional. • Um aumento de temperatura não leva a um aumento de pressão não ocorrem Rext & Tsup equilíbrio não alcançado. 68 Evolução da Gigante Vermelha • T continuamente (P ~cte.) aumentando a drasticamente a taxa de fusão nuclear explosão chamada flash do He. • Ptérmica restabelecida. O caroço se expande, a densidade diminui e um novo equilíbrio é atingido. • Fusão do He: 3 4He → 12C “Processo Triple-Alpha” Fusão de He em Carbono 69 Ramo Horizontal Durante o RH, à medida que o He vai sendo queimado, um núcleo de 12C está se desenvolvendo. E, quando suficiente 12C tiver sido produzido, 16O pode também ser produzido. 70 Envelope Camada de queima de H Intershell de He Núcleo queimando He CO cresce no centro Supergigantes Vermelhas • Após a formação do caroço de carbono, estrela expande novamente L. ramo das supergigantes vermelhas. • Temperatura central (T < 6 x 108 K) não é alta o suficiente para fusão de C. • Ptérmica contração gravitacional até que ~ 1010 Kg m-3 gás não pode ser mais comprimido 71 Nebulosa Planetária • Temperatura se estabiliza e produção de energia ocorre nas camadas de queima de H e He. • Envoltório estelar se torna instável e é ejetado a uma velocidade de alguns Km/s. • Estrela tem duas componentes: núcleo central muito quente e pequeno + camada de material ejetado difuso. (f) Nebulosa Planetária 72 73 Anã Branca • Com o tempo, a camada externa em expansão se desfaz e passa a fazer parte do meio interestelar. • Resta então, um objeto central: tamanho da Terra e massa ~ 1 M ANÃ BRANCA: objeto quente e compacto com baixo brilho. • Esse objeto esfria aos poucos (~bilhões de anos) e termina sua vida como uma anã preta. 74 Resumo Evolução Estelar (estrelas tipo Sol) 75 A evolução estelar corresponde aos estágios de vida de uma estrelas. Depende da massa inicial da estrela Figura extraída de http://scioly.org/wiki/index.php/Astronomy/Stellar_Evolution 76 Elementos químicos em estrelas mais massivas que o Sol 77 78 Evolução Estelar em um aglomerado 80 CONCLUSÃO ESTRELAS São o triunfo temporário da física nuclear sobre a gravidade.
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