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Ilha das flores um luga onde há poucas flores islene | ilha da flores | Data Ilha das Flores” é um curta metragem que aborda de forma bastante original dois temas que sempre fizeram parte da história mundial, especialmente no Brasil: a miséria e a desigualdade social. Com um diálogo sóbrio e descontraído, ele trata do assunto e promove a reflexão. “Ilha das flores” ao contrário do que o nome sugere é na verdade um depósito de lixo em Porto Alegre (RS). O documentário, de maneiro geral, perpassa o plantio, a colheita, a compra e o descarte de um determinado produto, que no caso é o tomate. E em cima dessa ideia faz uma crítica ácida a nossa mania de pensar nas consequências. O filme vai nas entrelinhas falar muito sobre a produção e o consumo com base na influência do dinheiro, e a falta que o dinheiro faz. A ideia é bem clara, ele nos mostra que produzimos demais e consumimos demais, mas depois não sabemos o que fazer com o lixo gerado – assim só o tiramos da nossa frente (Ilha das Fores). E daí então ele nos mostra que o lixo para algumas pessoas, nos dá o exemplo de uma comunidade que se sustenta daquilo que sobra do alimento dos porcos – sendo que os porcos já comem sobras. É de maneira um pouco cômica, porém bem dinâmica que o documentário vai mostrando o processo de produção, consumo e descarte. As trocas que são feitas, o valor agregado para enfim chegar ao descarte. Também nos faz ver „o outro lado da moeda‟, nos faz ver que talvez esse modo que estamos vivendo não seja o melhor para todos e nos faz refletir o quanto é forte e presente a desigualdade social, principalmente quando mostra um tomate que foi descartado por uma dona de casa, recusado para virar alimento de porco e por fim foi parar no prato de uma família que vivia de comer lixo. Embora não seja segredo para ninguém que boa parte da população brasileira vive em completa miséria, muitas vezes não nos damos conta do tamanho do problema por não termos contato direto com ele. Todo esse problema é sempre tratado com muita impessoalidade, o que não permite que tenhamos sua real dimensão.A forma como o tema é abordado no curta nos aproxima da desigualdade e permite que nos coloquemos no lugar das mães que têm que dar aos seus filhos restos de comida para não deixar que eles morram de fome. Outro detalhe chocante que merece a nossa atenção é o fato de os seres humanos terem que sobreviver com o que “não serve” para os porcos. É difícil acreditar que alguém considere isso normal, mas ao mesmo tempo todos nós sentimos que temos a nossa parcela de culpa por fazer parte dessa sociedade e compartilhar de seus princípios. Vídeo de "Ilha das Flores" A valorização do capital criou barreiras tão grandes que permitem que objetos sejam mais valorizados do que seres vivos e que o luxo de uma minoria imponha a miséria a tantos outros. Essa discrepância que recebe o nome de desigualdade social também pode ser observada entre países ricos, que investem em alta tecnologia e luxo, e países pobres, que sofrem de males como desnutrição e doenças tidas como simples no resto do mundo. No curta essa realidade é revelada aos poucos, o que permite que quem o assiste perceba o quanto o seu conhecimento do ser humano e do mundo em que vive são limitados. Nem todos têm a sorte de levar uma vida confortável e sem privações e é esse choque de realidade necessário que o documentário promove em jovens e adultos acostumados com um mundo em que a palavra de ordem é ‘consumir’. PÁGINA 1
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