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1 
 
 
 
VISITE A BASTTER.COM E APRENDA MUITO MAIS SOBRE OPÇÕES 
ÁREA DE OPÇÕES DA BASTTER.COM 
2 
 
SUMARIO 
CAPÍTULO I 
PARA QUE SERVEM AS OPÇÕES 3 
CAPÍTULO II 
O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM AS OPÇÕES 9 
CAPÍTULO III 
ENTENDENDO O TEMPO E A DISTÂNCIA 27 
CAPÍTULO IV 
O VALOR DE EXPECTATIVA DAS OPÇÕES (VE) 45 
CAPÍTULO V 
É FÁCIL COMPREENDER A VOLATILIDADE 59 
CAPÍTULO VI 
OPÇÕES NO BRASIL 67 
CAPÍTULO VII 
COMECE PELA VENDA COBERTA 74 
CAPÍTULO VIII 
AS RARAS OPORTUNIDADES DE COMPRA 110 
CAPÍTULO IX 
OPERANDO COM O TEMPO A FAVOR 120 
CAPÍTULO X 
PLANEJAMENTO 140 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
CAPÍTULO I 
PARA QUE SERVEM AS OPÇÕES 
 
 
 
 
O que Fazer na Bolsa de Valores? 
Antes de entrar nas opções propriamente ditas, vamos dissertar 
sobre o pequeno investidor na bolsa de valores. E porque isso? 
Porque há uma relação das opções com as ações, já que operamos na 
bolsa de valores notadamente opções de ações que são as que serão 
tratadas neste livro. 
A bolsa de valores tem uma grande utilidade para o pequeno 
investidor, que é possibilitar a poupança e acúmulo de capital 
através da compra de ações de boas empresas como sócio. Não 
vamos abordar aqui a compra de ações e como montar uma carteira 
de ações, que é tema outros livros meus, mas apenas falar de ações 
quando da sua relação com as opções. 
Não importa o instrumento utilizado, o que é fundamental é 
perceber que a riqueza vem do acumulo de capital proveniente do 
trabalho e de se beneficiar dos juros sobre este dinheiro e não do 
giro. Tratamos de algumas formas de operações mais avançadas 
com opções, mas mesmo quem for por este caminho deve saber que 
o objetivo é ter lucro nestas operações, para com o lucro comprar 
investimentos como ações de empresas boas, FIIs, tesouro direto, 
imóveis, etc., para ir construindo seu capital. 
No caso das ações, ter uma carteira de boas empresas, realizar 
compras mensais e reaplicar dividendos são iniciativas que podem 
fazer com que se acumule um capital expressivo ao longo dos anos. 
A bolsa de valores serve então ao pequeno investidor como um local 
para se tornar sócio de boas empresas e receber parte dos lucros 
destas empresas (dividendos), reaplicar este lucro e ir aumentando 
seu capital, capital este que produzirá renda para que ele possa se 
aposentar e/ou viver em paz sem pressão financeira. 
4 
 
 
Eu sou Obrigado a Operar Opções? 
Não, ninguém precisa operar opções para vencer na bolsa. O 
pequeno investidor pessoa física pode acumular ações de boas 
empresas, reaplicar dividendos, fazer compras mensais e no longo 
prazo acumular um belo capital sem nunca operar opções. 
Muitos passaram pelo mercado e tiveram bons resultados sem 
nunca saber o que são opções. Entretanto, as opções podem ser um 
fator adicional interessante para o crescimento da sua carteira de 
ações. 
Vantagens de Operar Opções 
O caminho do pequeno investidor na bolsa é acumular ações de boas 
empresas. Mas este caminho não é tão simples quanto parece. 
Primeiro é necessário perseverar, o início muitas vezes não é fácil. 
Os juros compostos demoram alguns anos para agir 
substancialmente e a bolsa cai. Sim, a bolsa cai e as vezes cai muito e 
por períodos longos e o pequeno investidor inexperiente, vendo seu 
capital diminuir, fica inseguro e guiado por movimentos de pânico, 
acaba por vender suas ações na baixa, no fundo, após queda do 
mercado, o maior erro que um sócio de boas empresas pode 
cometer. 
Um investidor que remunera sua carteira com opções, pode 
conseguir, se operar pequeno, com risco controlado, comprar mais 
ações durante a queda com o ganho nas vendas de opções e com isso 
suportar melhor a pressão psicológica dos períodos de queda. Mas 
tome muito cuidado aqui, não é para defender queda com opções e a 
ambição de ganhar grandes somas pode levar a enormes prejuízos 
nos fortes repiques que ocorrem nestes períodos. Muito cuidado se 
a volatilidade do mercado estiver explosiva. 
Não deixa de ser uma vantagem a possibilidade de comprar mais 
ações com as vendas de opções sobre a carteira de ação, mas isso, 
diferentemente do que muitos pensam, não é garantido, como nada 
é na bolsa. De qualquer forma, quando bem feito, sem grandes 
ambições, e com o intuito de alimentar sua carteira de ações, é uma 
5 
 
vantagem enorme e pode potencializar substancialmente os juros 
compostos da sua carteira de ações. 
Além disso, as opções são bem fáceis de operar. Quem estuda e 
trabalha direito, sem ilusões de riqueza fácil, quem se preocupa em 
se desenvolver como operador tem nas opções um forte aliado para 
se tornar um operador melhor. Não é complicado montar planos 
completos para operações com opções que incluem inclusive o 
máximo que se pode perder na operação se tudo der errado (risco 
máximo) e isso permite que se treine e se desenvolva como um bom 
operador de bolsa, o que é necessário para vencer mesmo que seja 
apenas comprando ações e reaplicando dividendos. 
Uma boa forma de aprendizado é ir ao nosso Grupo de Opções e 
simular operações. O pessoal comenta e você vai aprendendo. 
Quando falamos em venda de opções estamos quase sempre falando 
em Venda de VE ou Valor Extrínseco (vai ser explicado mais a frente 
em detalhes). Opções não são ativos direcionais e não servem para 
trades direcionais. Veremos isso mais a frente também. 
 
O que Fazer com as Opções? 
Há diversos tipos de estratégias, métodos e operações a serem feitas 
com opções e alguns serão explicados e exemplificados em detalhes 
nos capítulos seguintes. Basicamente podemos classificar em três 
grupos: 
 
1) Compra e Venda ‘a Seco’ de Opções 
Consiste da compra ou venda de opções “a seco” isto é, uma opção 
isolada para tentar ter lucro com a alta ou a queda de valor da 
opção. A compra de opção a seco pode ser usada em raras 
circunstâncias que vamos detalhar mais a frente no livro. A venda “a 
seco” de opções tem risco ilimitado e não deve ser utilizada a não 
ser com um seguro (trava) que determina o risco máximo da 
operação. O trade direcional com opções, tentando obter lucro 
seguindo a variação da ação não faz o menor sentido, pois opções 
não são ativos puramente direcionais, como ações e futuros. 
Veremos isso em detalhes mais a frente. 
6 
 
Esta é a modalidade mais comum e por onde a maioria dos 
iniciantes normalmente começa, infelizmente. É também a mais 
destruidora. É bem difícil que especialmente amadores tenham 
sucesso nestas modalidades no longo prazo. E na venda descoberta 
de opções além de não obter sucesso há o risco de quebrar pois lida 
com risco ilimitado. 
 
2) Venda Coberta 
São operações em que se vende opções de compra sobre a carteira 
de ações. O objetivo é remunerar a carteira de ações com esta venda 
e com o possível lucro da venda comprar mais ações. É uma 
operação bem simples com risco limitado que veremos em detalhes 
nos capítulos seguintes. Há duas variações que veremos também 
que é a Venda Coberta com seguro (VSEG), que diminui o risco da 
operação obviamente incluindo um custo e a Venda Coberta sem a 
ação (VCSA) que é semelhante a VSEG mas sem possuir a ação. 
Vamos ver tudo em detalhes mais a frente 
Há outra modalidade de venda coberta que é a chamada operação 
de taxa. Nesta modalidade, a intenção não é remunerar uma carteira 
de ações e comprar mais ações, mas apenas remunerar capital, 
obtendo uma renda sobre o investimento feito, utilizando a ação e 
as opções para tanto. Esta modalidade deve ser usada apenas pelos 
que tem mais capital eexperiência. 
 
3) Travas 
São operações combinadas com opções em que normalmente se 
compra uma opção e se vende outra (Travas simples) ou se monta 
operações mais complexas utilizando mais de duas opções 
diferentes (Travas complexas como Operações Alvo ou Operações 
de Volatilidade). 
Nesta modalidade, diferente das operações a seco, mais de uma 
opção é envolvida, mas o risco é limitado desde que a soma de 
opções compradas menos vendidas seja zero ou positiva. São 
operações mais avançadas que requerem um conhecimento e 
7 
 
experiência maior com opções e devem ser utilizadas somente 
quando se tiver mais experiência com opções. 
O que vemos, na prática, infelizmente é que muitos iniciantes 
desiludidos com a compra e venda a seco encontram nas travas a 
solução para suas esperanças irreais de enriquecimento fácil usando 
as opções. Será apenas mais uma desilusão. Apesar de serem 
operações muitas vezes interessantes e poderem produzir bons 
resultados, não são nenhuma mágica. Acima de tudo não são 
operações direcionais, para tentar ganhar a alta ou a queda da ação, 
são novamente, Vendas de VE. 
 
 
Mas Afinal, Para que Servem as Opções? 
Para o pequeno investidor, a grande utilidade das opções é comprar 
mais ações ou outros investimentos. O objetivo do pequeno 
investidor na bolsa deve ser montar uma carteira de ações de 
empresas boas. Como se pode alimentar esta carteira? Basicamente 
com compras periódicas com parte da poupança do dinheiro 
proveniente do seu trabalho, e com a reaplicação dos proventos 
(dividendos, etc.). As opções poderiam ser utilizadas para acelerar 
este processo, potencializando os juros compostos de sua carteira 
de ações. No longo prazo, se bem feito, isso iria fazer com que uma 
carteira de ações bem maior fosse produzida e a tranqüilidade 
financeira fosse alcançada em menos tempo. Na teoria é fácil, mas 
na prática a maioria se enrola, tem grandes prejuízos pelo caminho 
e termina diminuindo a carteira ao invés de aumentar. Não foi a toa 
que escrevi Opere Pequeno 138 vezes no meu primeiro livro de 
opções. 
É importante que o pequeno investidor que for operar opções não 
perca o foco que é montar uma carteira de ações de boas empresas 
com parte de sua poupança de longo prazo, para ir aumentando seu 
capital e um dia poder ter uma tranqüilidade financeira que lhe 
permita ter uma vida melhor. É muito comum as opções tomarem 
todo o tempo do pequeno investidor e passarem a ser o seu grande 
objetivo no mercado e, pior, às vezes até na vida. 
8 
 
As opções têm uma capacidade incrível de tomar conta da vida do 
operador e ele ficar totalmente viciado e se preocupando somente 
com elas. Isso acontece quando se esquece do objetivo principal que 
é acumular patrimônio e se é envolvido pela fantasia do lucro fácil e 
rápido. Mantendo o foco no interesse principal, que é a carteira de 
ações, não importa o tipo de operação que se esteja fazendo, as 
opções podem ser utilizadas com risco controlado, sem tirar a 
harmonia da vida do operador, e com um grande potencial de ser 
um coadjuvante do seu investimento em ações e do seu acumulo de 
capital de longo prazo. 
Veremos durante o livro como fazer isso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
CAPÍTULO II 
O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM AS OPÇÕES 
 
O que são Opções? 
 
Opções são direitos que são negociados no mercado. Vamos a um 
exemplo simples: 
Paulo gosta muito do carro de João e quer comprá-lo. Estamos em 
Janeiro e Paulo só irá receber dinheiro suficiente para comprar o 
carro de João em março, dois meses depois. Mas João fala para 
Paulo: “se aparecer um comprador, eu vou ter de vender”. 
Paulo quer muito o carro. Por outro lado, ele não tem dinheiro para 
comprar agora. Pensando no assunto, surge uma ideia: 
Paulo faz a seguinte proposta para João: 
 - Você quer vender seu carro por 20 mil reais. Proponho o 
seguinte: Pago 500 reais pelo direito de comprar seu carro por 20 
mil reais até o dia 31 de março deste ano. Se até esta data eu não 
comprar seu carro, você pode vender para quem quiser, está livre 
da obrigação. Mas até o dia 31 de março você esta preso ao contrato 
que te obriga a me vender o carro por 20 mil reais, para tanto vou 
te pagar os 500 reais. 
 
João aceita a proposta e agora vamos destrinchar isso: 
1. O Ativo a ser negociado é o Carro do João 
2. Preço do carro no mercado neste momento é de 20 mil reais 
3. Preço do “direito” (também chamado de prêmio, pois é o 
prêmio que João irá receber para se colocar na obrigação de 
vender o carro) que Paulo está comprando de João, é de 500 
reais 
4. Data em que o direito expira = 31 de março 
Mas o que quer dizer esta salada? 
10 
 
Paulo comprou por 500 reais uma opção de compra do carro de 
João, de preço de exercício de 20 mil reais, com data de exercício 
(vencimento) em 31 de março. 
Paulo pagou 500 reais pelo DIREITO de comprar o carro de João a 
20 mil reais até o dia 31 de março. João vendeu o direito, se 
colocando na obrigação de vender o carro para Paulo por 20 mil 
reais até o dia 31 de março. Para se colocar nesta obrigação, ele 
recebeu 500 reais. Não importa o que aconteça, estes 500 reais são 
dele, porque os 500 reais ele recebeu pela venda do direito e não 
pela venda do carro. 
Mas qual é a razão por trás disso tudo? 
Paulo deseja o carro e acha que o preço do carro em 20 mil reais é 
um bom negócio então para ele pode ser vantajoso gastar 500 reais 
para garantir a compra a este preço até a data em que ele vai ter o 
dinheiro para comprar o carro. 
João vai vender o carro de qualquer forma, mas se ele não tiver 
pressa de vender, recebendo 500 reais, ele garantiu mais 2,5% na 
venda do carro, sendo que se Paulo desistir da compra, após o dia 
31 de março ele não tem mais obrigação de vender o carro para 
Paulo e os 500 reais ficam para ele. 
Agora vamos transformar isso em opcionês ou a linguagem das 
opções: 
As opções têm as seguintes características 
1. Ativo subjacente – ativo do qual deriva a opção 
2. Preço de exercício – preço pelo qual o ativo adjacente será 
negociado se a opção for exercida 
3. Data de vencimento – data a partir da qual a opção deixa de 
valer e existir se não for exercida 
Então vamos lá: 
O ativo subjacente é o Carro do João. A opção de compra que Paulo 
comprou de João por 500 reais significa o direito de comprar o 
carro de João a 20 mil reais até o dia 31 de março. 
11 
 
O preço de exercício é de 20 mil reais, ou seja, se Paulo exercer o seu 
direito, ele irá comprar o carro de João por 20 mil reais . Exercer 
uma opção significa exercer o direito inerente na opção, que é o 
direito de comprar o ativo subjacente ao preço de exercício antes da 
data de vencimento.* 
*Nota: Isso no caso de opções de compra que são as que trataremos 
neste livro. Uma opção de compra é sempre o direito de comprar um 
ativo a um preço pré-determinado. A opção de venda seria o direito de 
vender o ativo. Quando um investidor compra uma opção de venda ele 
passa a ter o direito de vender o ativo subjacente ao preço pré-
determinado e o vendedor da opção de venda se coloca na obrigação 
de comprar o ativo ao preço pré-determinado se o comprador exercer 
seu direito. A opção de compra é o direito de comprar e a opção de 
venda é o direito de vender. Não confundam vender uma opção de 
compra com uma opção de venda. Como considero que o iniciante em 
opções deve firmar bem os conceitos de opções de compra e adquirir 
experiência com elas antes de se aventurar nas opções de venda, 
sempre que estivermos nos referindo a opções, a não ser que seja dito 
o contrário, estaremos falando de opções de compra. 
A data de vencimento é 31 de março. Após esta data a opção deixa 
de existir e junto com elao direito . Se o comprador ou 
proprietário da opção (do direito) não exercê-lo até esta data, o 
direito (opção) deixará de existir e o vendedor não está mais 
obrigado a vender o ativo subjacente para o comprador ao preço 
pré-determinado. Junto com a opção (ou direito), sua obrigação 
morre. 
 
O que pode acontecer? 
A negociação foi feita. Paulo pagou a João 500 reais pelo direito 
(opção de compra) de comprar o carro de João por 20 mil reais até 
no máximo o dia 31 de março. 
E agora o que pode acontecer? 
 Hipótese 1: Paulo exerce seu direito, paga 20 mil reais a João 
pelo carro, antes do dia 31 de março. João entrega o carro a 
12 
 
Paulo, recebe 20 mil reais e os 500 reais da venda do direito 
que ele já tinha recebido antes são seus também. 
 Hipótese 2: O carro cai de preço no mercado e Paulo vê carros 
semelhantes ao de João sendo vendidos a 15 mil reais. Ele 
resolve então abrir mão de seu direito de comprar o carro de 
João por 20 mil reais e compra outro igual no mercado por 15 
mil reais. A despeito de ter perdido os 500 reais da compra do 
direito, ele perdeu menos do que se tivesse comprado o carro 
a 20 mil reais. João, após o prazo do fim do direito, pode 
vender o carro, só que por menos do que antes, ou vender o 
direito novamente a outra pessoa. Só que agora o direito de 
comprar o carro a 20 mil reais não vale mais 500 reais, pois, 
tendo o carro perdido valor, é menos interessante possuir o 
direito de comprá-lo a 20 mil reais. João pode vender o mesmo 
direito por um prêmio menor ou vender o direito de comprar 
o carro a 15 mil reais por aproximadamente os mesmos 500 
reais. 
 Hipótese 3:O carro sobe de preço no mercado, passa a valer 
muito mais que 20 mil reais e por consequência o direito de 
comprá-lo a 20 mil reais passa a valer mais. Vendo isso, Paulo 
ao invés de exercer seu direito de comprar o carro a 20 mil 
reais, vende o direito (opção de compra) para outra pessoa 
por 1000 reais, embolsando um lucro de 500 reais. A partir do 
momento que ele vende a opção de compra ele não tem mais o 
direito, mas João continua tendo a obrigação, ainda que agora 
para outra pessoa. 
 Hipótese 4:João, vendo o carro subir de preço no mercado e 
sabendo que vai ter de vendê-lo por apenas 20 mil reais se 
Paulo exercer seu direito, vai ao mercado e compra de Manuel 
o direito de comprar um carro semelhante ao seu no mesmo 
preço de exercício (20 mil reais) para o mesmo vencimento 
(31 de março). Tendo o carro (ativo subjacente) subido de 
preço, o direito (opção de compra) sobe também de preço e 
seu prêmio fica mais caro. Assim para comprar outro direito 
semelhante ao que vendeu, João terá prejuízo, mas ele pode 
achar melhor assumir prejuízo na negociação da opção, do que 
vender o carro a um preço bem menor do que do mercado. Se 
ele estava vendido no direito (opção de compra) e compra um 
13 
 
direito semelhante, passa a estar zerado, livre de obrigações e 
sem direitos. Obviamente, Paulo ainda terá o seu direito de 
comprar um carro igual ao de João por 20 mil reais, mas a 
obrigação de vender o carro agora será de Manuel. Como João 
tem a obrigação de vender um carro e o direito de comprar um 
carro, uma anula a outra e ele passa a não ter mais nem 
obrigação nem direito, o que no mercado se chama estar 
zerado. Na vida real, na Bolsa de Valores estes direitos e 
obrigações vão sendo casados pela bolsa, segundo regras e 
sorteios, conforme são exercidos.·. 
Estas são algumas possibilidades. No mercado de opções de ações, 
que é o que nos interessa mais, há muito mais possibilidades, mas 
compreender estas hipóteses exemplificadas é o primeiro passo. 
Todas as situações acima ocorrem com as ações e suas opções. 
 
As Opções de Ações 
Usamos o exemplo do carro para chegar ao que interessa: As opções 
de ações. Estas são as opções que o pequeno investidor pessoa física 
deve operar ao menos no início no Brasil. 
Uma opção de compra de ação é o direito de comprar a ação. 
Quando você compra uma opção de ação, estará comprando o 
direito de comprar a ação a determinado preço até determinada 
data como no exemplo do carro acima. E o número de opções 
compradas corresponde ao número de ações que estão incluídas no 
direito. 
Na maior parte das vezes você não vai exercer este direito e nem 
será exercido na sua obrigação (quando vender a opção). O objetivo 
normalmente é auferir lucro (para comprar mais ações ou outros 
investimentos) com a negociação dos direitos apenas, pois o 
exercício dos direitos que leva a negociação das ações aumenta 
expressivamente os custos das transações bem como os impostos. 
Além do mais, para o pequeno investidor que tem como objetivo 
acumular ações para longo prazo como uma poupança em renda 
variável, não é interessante vender suas ações especialmente devido 
aos custos com imposto de renda. 
14 
 
Nota: Neste livro estaremos usando exemplos de opções de Petrobrás 
PN (PETR4) e Vale PNA (VALE5) sobre as quais até este momento se 
negociam a maioria das opções no Brasil. Há opções de outras ações 
também, mas o grosso dos negócios se encontra nestas duas ações, ao 
menos até o momento da publicação deste livro. Apesar de 
utilizarmos estas duas ações, os conceitos ensinados neste livro 
servem para opções de qualquer ação. 
 
Conceitos Básicos das Opções 
- Preço de Exercício e Data de Exercício 
 
O preço pré-determinado em que será feita a negociação se uma opção 
for exercida, é conhecido como o preço de exercício, ou PE, ou ainda 
strike da opção. Quando uma opção de compra é exercida, o 
proprietário (comprador) paga pela ação o preço de exercício e o 
lançador vende a ação ao preço de exercício. 
 
A data limite para o exercício das opções, após a qual a opção deixa de 
existir é a data de exercício ou dia de vencimento das opções, pois 
nestes dias os contratos que não forem exercidos, morrem sem valor, 
deixam de existir. No Brasil é usualmente a terceira segunda-feira do 
mês. 
 
Exemplo: A opçao de compra de PETR JUL 20 (PETRG20)* representa o 
direito de comprar PETR a 20 reais até a data de exercício que 
ocorrerá em Julho. 
*Nota: A nomenclatura das opções utiliza o símbolo da ação na bolsa (no 
caso PETR), o mês do vencimento (A para janeiro, B para fevereiro, C 
para março, até L = Dezembro), e um número que normalmente mas não 
obrigatoriamente corresponde ao preço de exercício da opção. PETRG20 
então é a opção de preço de exercício de 20 reais da Petrobrás PN com 
vencimento em Julho. VALEI24 seria a opção de preço de exercício de 24 
reais da Vale PN com vencimento em Setembro. Algumas vezes o número 
não corresponde exatamente ao preço de exercício ou porque a 
distribuição de dividendos alterou o preço de exercício ou porque quando 
a opção foi lançada o número correspondente ao preço de exercício dela 
já estava sendo usado por outra opção com vencimento na mesma data. 
Veremos em as regras para as opções no Brasil no Capítulo 6. 
15 
 
- Posição da Opção em relação ao preço da ação 
 
As opções são também classificadas de acordo com a posição de seu 
preço de exercício em relação ao preço da ação. Se o preço de exercício 
é inferior ao preço da ação, a opção é dita “dentro do dinheiro” ou In-
The-Money (ITM). 
Se o preço de exercício é bem próximo ou igual ao preço da ação, a 
opção é dita “no dinheiro” ou At-The-Money (ATM). 
Se o preço de exercício é superior ao preço da ação, a opção é dita “fora 
do dinheiro” ou Out-of-The-Money (OTM). 
O conceito é estático, mas a ação não e, portanto, conforme a ação varia 
de preços, as opções podem ir variando nesta característica. Opções 
ITM podem se tornar OTM após uma forte queda e vice-versa. De 
qualquer forma, o importante é saber a posição da opção no momento 
em que ela está sendo analisada. 
Exemplificando com a ação Vale PN (VALE5)a R$42,50 a 30 dias do 
vencimento das opções: 
Preço de 
Exercício da 
Opção 
Prêmio (Preço) 
da Opção 
ITM / ATM / 
OTM 
30 12,60 ITM 
32 10,61 ITM 
34 8,70 ITM 
36 7,00 ITM 
38 5,20 ITM 
40 3,80 ITM 
42 2,35 ATM 
44 1,47 OTM 
46 0,80 OTM 
48 0,38 OTM 
50 0,19 OTM 
52 0,10 OTM 
54 0,04 OTM 
O conceito de ATM não é plenamente definido, sendo de qualquer 
forma as opções com preço de exercício mais próximo do preço da 
ação. No exemplo acima a opção de PE de 42 certamente é ATM, mas 
16 
 
alguns poderiam considerar ATM também as opções em volta dela, de 
PEs de 40 e 44. 
Estes conceitos não são importantes apenas como denominação das 
opções, mas também, para compreender como elas se comportam e 
quais opções utilizar para suas operações. As opções reagem de forma 
diferente aos fatores que influenciam seus preços de acordo com sua 
posição em relação ao preço da ação. Apenas como exemplo, uma 
alteração no preço da ação irá influenciar de forma muito mais intensa, 
em termos de variação em centavos, uma opção ITM do que uma OTM. 
Já alterações na volatilidade influenciarão mais as ATM, depois as OTM 
e por último as ITM. Veremos isso em maiores detalhes mais a frente 
no livro, mas por hora é importante guardar o conceito e a 
denominação das opções de acordo com seu posicionamento em 
relação ao preço da ação. 
- Componentes do preço da opção: 
 
O preço de uma opção é chamado de prêmio e é constituído de valor 
intrínseco ou verdadeiro e valor extrínseco ou de expectativa, também 
chamado de VE. Uma opção pode ter apenas um destes ou uma 
combinação dos dois. 
O Valor intrínseco é a parte do prêmio da opção que está dentro do 
dinheiro, ou seja, que fica entre o preço da ação e o preço de exercício 
da opção. 
Ex: A opção de compra de PETRH20 (opção de compra de Petrobrás 
PN para agosto, com preço de exercício de 20 reais) possui 2 reais de 
valor intrínseco se a PETR4 estiver cotada a R$22,00. 
Somente as opções ITM ou dentro do dinheiro possuem valor 
intrínseco, pois sendo ele a diferença entre o preço da ação e o preço 
de exercício da opção, esta conta daria negativa para as opções OTM ou 
fora do dinheiro. 
Ex: Considerando a PETR4 (Petrobrás PN) a 20 reais, a opção de preço 
de exercício de 18 reais teria 2 reais de valor intrínseco (20 – 18 = 2), 
enquanto que a opção de preço de exercício de 22 reais não teria valor 
intrínseco (20 – 22 = -2). Não existe valor intrínseco negativo se a 
opção é fora do dinheiro, ou seja, se tem preço de exercício acima do 
preço da ação, ela não possui valor intrínseco. 
17 
 
Fica fácil compreender o valor intrínseco sabendo os conceitos básicos 
das opções. Se a opção de preço de exercício de 18 reais do exemplo 
acima é, na verdade, o direito de comprar PETR4 a 18 reais, estando a 
ação PETR4 a 20 reais, ninguém venderia este direito por menos do 
que 2 reais, senão estaria dando dinheiro de graça. Se eu tenho o 
direito de comprar PETR4 a 18 reais e ela está 20 reais no mercado, se 
me vendem este direito por menos do que 2 reais, basta eu exercer o 
direito, o que significa comprar PETR4 a 18 reais, e vender a ação no 
mercado a 20 reais. Como 20 menos 18 é igual a 2 reais, se me 
venderem este direito por menos do que 2 reais, estão me dando 
dinheiro de graça. Logo, no mercado, esta opção vai valer sempre no 
mínimo 2 reais, pois no mercado real não há lanche de graça. Se não for 
na hora exata ou muito próximo da hora do vencimento, a opção 
provavelmente vai ter algum valor além deste valor verdadeiro que é o 
valor extrínseco ou de expectativa. Este nome decorre da expectativa 
de que a ação possa subir de preço até a hora do vencimento. 
O valor extrínseco ou de expectativa é a porção do preço de uma opção 
(prêmio) que está além do valor intrínseco e também, além do preço 
da ação. Por hora, estamos lidando com os conceitos básicos, mas o 
valor extrínseco é a parte da opção que normalmente vamos negociar e 
o que realmente interessa nas opções, pois o valor intrínseco é 
exclusivamente ligado a variação da ação. Se a ação sobe, o valor 
intrínseco aumenta, se a ação cai, ele diminui.·. 
Preço PETR4 a 
10 dias do 
vencimento 
Preço Opção de 
PE de 20 
Valor 
Intrínseco 
24 4,20 4,00 
22 2,50 2,00 
20 0,80 0,00 
18 0,15 0,00 
 
Veja no quadro acima que a ação varia 2 reais de 22 a 24 e o valor 
intrínseco da opção varia os mesmos 2 reais. O valor intrínseco está 
totalmente ligado a variação da ação e é influenciado apenas por este. 
Já o valor extrínseco é influenciado por quatro fatores além do preço 
da ação: Tempo, Preço de Exercício da Opção, a Volatilidade da ação e a 
taxa de juros praticada na economia. 
18 
 
No quadro abaixo vemos uma opção (PE de 18) com valor intrínseco e 
extrínseco, pois ela é ligeiramente ITM, dentro do dinheiro, Preço de 
exercício (PE) abaixo do preço da ação. Vemos também uma que só 
possui valor extrínseco (PE de 22), pois ela é OTM ou fora do dinheiro. 
E uma que só possui valor intrínseco pois é muito dentro do dinheiro 
(ITM). Estas opções muito ITM algumas vezes mantém um VE residual 
e outras vezes devido a baixa liquidez, são negociadas até a preços um 
pouco abaixo do valor intrínseco. 
Preço da 
Ação 
PE Opção Prêmio Valor Intrínseco Valor Extrínseco 
R$20,00 18 3,00 2,00 1,00 
R$20,00 22 0,50 0,00 0,50 
R$20,00 12 8,00 8,00 0,00 
Seguem então as fórmulas: 
 
[Valor Intrínseco = Preço da Ação – Preço de Exercício da Opção] 
 
obs.: Essa fórmula é válida se o resultado for positivo, pois, se o 
resultado for negativo, a opção é OTM e não tem valor intrínseco. 
 
[Valor Extrínseco (VE) = Prêmio Opção – Valor Intrínseco] 
 
O que Influencia o Preço das Opções? 
São cinco os fatores que influenciam o preço das opções. São eles, o 
preço da ação, o preço de exercício da opção, o tempo, a volatilidade e a 
taxa de juros. 
Destes podemos dividir: 
- Fatores que interferem positivamente no preço (Fatores Positivos): 
Preço da Ação, Volatilidade, Taxa de Juros 
- Fatores que interferem negativamente no preço: 
Tempo, Preço de Exercício das Opções 
19 
 
Os fatores positivos influenciam de forma direta a opção, ou seja, se 
aumentam, o preço da opção tende a aumentar e se diminuem o preço 
da opção tende a diminuir. Os fatores negativos influenciam de forma 
inversa, mas aqui cabem parênteses. O tempo maior leva a preços 
maiores, então seria um fator positivo, mas o tempo não anda para 
trás, só para frente, então a passagem do tempo influencia 
negativamente as opções. Já o preço de exercício não se altera, mas 
comparando os diversos preços de exercício, quanto maior o preço de 
exercício, menos custam as opções. 
Vamos analisar cada fator isoladamente: 
Preço da Ação: Este é o fator mais importante, mas, por ser o mais 
importante e o mais intuitivo, leva muitos a compreenderem 
erradamente as opções como um ativo semelhante às ações. Apesar de 
as opções serem muito influenciadas pelo peço da ação subjacente, esta 
influencia vai variar de acordo com a volatilidade da ação, o tempo 
para o exercício da opção e a posição da opção em relação ao preço da 
ação (preço de exercício), ou seja, de acordo com os outros fatores, a 
influência do preço da ação em determinada opção, poderá ser maior 
ou menor. 
Apesar de a opção ter a tendência de seguir a ação, isso não ocorre 
diretamente e há outras influências que podem fazer com que este 
padrão ocorra erroneamente. As opções não devem ser utilizadas 
como e não são um substituto da ação. Não são ações de 1 real. As 
estratégias que pretendem operar as opções tão e somente a partir do 
gráfico das ações são fadadas ao fracasso, pois compreendem apenas 
um dos cinco fatores que influenciam as opções e demonstram que o 
operador desconhece a análise gráfica(que é uma ferramenta para 
ações e futuros) e as opções, que não são influenciadas apenas pelo 
preço da ação. 
Na teoria, se ação sobe, a opção sobe, se a ação cai, a opção cai. Só que 
no mundo real muita coisa pode acontecer que modifica isso. Então, 
analisando os outros fatores juntos, podemos dizer que: 
 Quanto mais distante para fora do dinheiro (OTM) for uma 
opção, menor será a influência do preço da ação. Quanto mais 
para dentro (ITM) for a opção, maior será a influência do preço 
da ação.* 
 
20 
 
Ex: Se a PETR está 20 reais e sobe para 21 reais, a PETRC12 deve 
ganhar 1 real ou quase isso em seu preço, enquanto que a 
PETRC28, se ganhar alguma coisa, serão apenas alguns centavos. 
 
 Quanto mais volátil (mercado volátil tem variações expressivas 
de preço, mercado pouco volátil é aquele que anda de lado, com 
pequenas variações de preço) o mercado, menos o preço da ação 
vai influenciar, quanto menos volátil, mais o preço da ação vai 
influenciar. Como o prêmio ou preço da opção é determinado 
considerando cinco fatores, se um fator aumenta 
expressivamente, ele passa a ter mais importância. Então, em 
situações de grande volatilidade, é como se a volatilidade 
assumisse maior relevância, e os outros fatores passam a ter 
menos importância. Como volatilidade alta significa risco alto, os 
preços das opções sobem de forma a compensar este risco, pois o 
lançamento (venda) de opções se torna mais perigoso, logo os 
lançadores exigem prêmios maiores. E isso acontece 
independente da alta ou queda da ação. Claro que, no final das 
contas, os fatores se relacionam e cada um tem seu papel, mas 
para explicar os conceitos isoladamente temos que recorrer a 
simplificações teóricas.·.·. 
 
 Quanto mais tempo para o vencimento, mais o movimento da 
ação ainda pode influenciar o preço da opção. Quanto menor o 
tempo, menor esta capacidade de influenciar em termos de VE. 
Claro que a parte do preço da opção que é valor intrínseco ou 
verdadeiro sempre segue o preço da ação, mas em termos de 
valor extrínseco (VE) esta influência tende a diminuir com a 
passagem do tempo, com exceção das opções muito próximas ao 
preço da ação, onde a influência pode permanecer grande e até 
aumentar com a proximidade do vencimento. Isto porque estas 
opções passam a valer bem pouco próximo do vencimento, mas 
terão que reagir expressivamente a uma forte alta da ação, pois 
vão de OTM para ITM facilmente por estarem próximas ao preço 
da ação e se tornando ITM e ganhando valor intrínseco as 
variações percentuais delas podem ser expressivas. 
É importante ter ciência, que quando ocorrem altas ou quedas 
expressivas da ação, a influência do preço da ação passa a ser bem mais 
importante e os outros fatores influenciam bem menos nesta situação. 
Se uma ação que vale 20 reais sobe, por exemplo, 5 reais em um dia, é 
21 
 
claro que a variação nas opções será expressiva independente da 
volatilidade (que estará alta devido a variação extraordinária da ação) 
e do tempo (apesar que a influência vai variar de acordo com o tempo 
que falta para o vencimento). No caso da distância (preço de exercício) 
as variações nos prêmios serão diferentes, mas um movimento muito 
forte da ação poderá influenciar opções distantes que não seriam 
quase influenciadas por uma alta normal. 
 
Volatilidade: A volatilidade influencia positivamente o valor extrínseco 
(VE) das opções Quanto maior a volatilidade da ação, maior tenderá a 
ser o VE ou a expectativa nas opções. Muito cuidado com os períodos 
de volatilidade expressivamente alta, especialmente nas quedas fortes. 
São os períodos de maior risco para as operações com opções. Longos 
períodos de baixa volatilidade, mercado de lado, levam ao achatamento 
das opções que vão perdendo VE. Ganha-se muitas vendas mas de 
pouco valor. Cuidado com a soberba do vendido após ganhar muitas 
vendas. Mantenha o controle de risco. 
Taxa de Juros: Falamos pouco neste fator por duas razões: Em primeiro 
lugar, em situações de taxas de juros normais, a influência deste fator é 
muito pequena. Em segundo lugar, teoricamente o aumento da taxa de 
juros leva a um pequeno aumento nos prêmios das opções, mas, na 
prática, o aumento da taxa de juros pode influenciar negativamente o 
mercado de ações e até levar a uma redução nos prêmios das opções. 
De qualquer forma, este fator não é muito importante enquanto as 
taxas de juros no país se mantiverem em níveis baixos e, mais 
importante que isso, as variações nas taxas de juros não forem 
expressivas.* 
*Nota: O Brasil ainda possui taxas de juros elevadas se comparado com 
outros países, mas não são suficientemente altas para produzir grande 
efeito nas opções. Em situações de taxas de juros e custo do dinheiro 
(inflação) muito elevadas, os prêmios são carregados com estas taxas e 
se tornam maiores. 
Tempo: A influência do tempo nas opções é tão importante que o 
próximo capítulo do livro será só sobre isso. Mas, resumindo de forma 
bem simples, todas as opções perdem algum valor (da parte do prêmio 
acima do preço da ação, ou valor extrínseco) pela passagem de um dia. 
A influência do tempo será tanto maior quanto mais tempo tiver 
passado, ou seja, quanto menos tempo de vida uma opção tiver, mais a 
22 
 
passagem de um dia irá influenciá-la negativamente. Isso é fácil de 
visualizar considerando que uma parte do prêmio da opção 
corresponde ao tempo e que esta parte irá morrer até o dia do 
vencimento. Se ela perde uma porção a cada dia que passa, quanto 
menos dias faltarem, maior será a porção perdida. Apenas 
exemplificando teoricamente, e pegando uma licença matemática, 
porque na prática não é simples assim, seria como dizer que faltando 
dez dias ela perderia 10% de VE pela passagem de um dia e faltando 5 
dias perderia 20%. 
Uma volatilidade muito alta pode compensar o efeito do tempo e as 
opções se manterem com VEs altos apesar da proximidade do 
vencimento. Ainda assim, alguma perda pela passagem do tempo 
sempre ocorrerá. Um aspecto que muitos não percebem é que mesmo 
na alta da ação, mesmo a opção se valorizando, há perda de valor pela 
passagem do tempo. Vamos dizer que de hoje para amanhã uma opção 
sobe de 1,00 para 1,25. Pode ser que se não tivesse passado um dia ela 
tivesse subido para 1,28 ou 1,30 dependendo da situação. Mesmo 
quando uma opção sobe de valor decorrente de uma valorização do 
ativo subjacente, ela perde valor pela passagem do tempo. 
A distância para o preço da ação (preço de exercício) também vai 
influenciar a perda de valor pela passagem do tempo. Teoricamente, 
as opções que mais perdem valor em termos absolutos (centavos) pela 
passagem do tempo são as ATM ou próximas do preço da ação (opções 
que tem o preço de exercício próximo do preço da ação naquele 
momento), pois são as que têm mais VE (valor extrínseco) e a perda de 
valor pela passagem do tempo só ocorre no VE. O valor intrínseco da 
opção segue a ação. Sendo assim, as que têm mais VE são as que 
perdem mais centavos. As opções dentro do dinheiro tem menos VE 
quanto mais dentro do dinheiro forem (apesar de terem prêmios 
maiores devido ao valor intrínseco). Sendo assim, as opções ITM 
perdem pouco valor pela passagem do tempo tanto em termos de 
centavos, absoluto, quanto em termos proporcionais ao seu prêmio 
total. E vão perder menos quanto mais ITM forem. Já as opções OTM, 
ou fora do dinheiro, que tem o preço de exercício longe do preço da 
ação tem pouco VE (que é todo seu valor, já que não possuem valor 
intrínseco por estarem acima do preço da ação) e por isso perdem 
menos centavos pela passagem do tempo do que as ATM ou próximas 
do preço. Mas como elas valem pouco, são as que proporcionalmente 
(percentualmente) perdem mais valor pela passagem do tempo.* 
23 
 
*Nota: Esta questão da posição da opção, ou do preço de exercício da 
opçãoem relação ao preço da ação é sempre uma fotografia de um 
momento. Claro que conforme a ação varia de preço, isso vai mudando e 
opções dentro do dinheiro podem virar fora do dinheiro e vice-versa. 
- Preço de Exercício: A influência aqui é bem direta e objetiva. Quanto 
mais dentro do dinheiro (ITM) for o preço de exercício da opção, mais 
ela vai custar. Quanto mais fora do dinheiro (OTM) menos ela vai 
custar, independente do que consiste o prêmio da opção, se valor 
intrínseco ou extrínseco. Repetindo abaixo a tabela do início deste 
capítulo veja como o prêmio (preço) das opções vai se tornando maior 
quanto mais ITM e menor quanto mais OTM. Sendo a opção um direito 
de comprar a ação ao preço de exercício da opção, quanto mais baixo 
este preço de exercício, mais barato se irá comprar a ação no caso de 
exercer o direito, então mais vale a opção. Se uma ação está 40 reais, 
por exemplo, vale muito mais o direito de comprá-la a 32 reais do que 
o direito de comprá-la a 48 reais. 
 
 
Preço de 
Exercício da 
Opção 
Prêmio (Preço) 
da Opção 
ITM / ATM / 
OTM 
30 12,60 ITM 
32 10,61 ITM 
34 8,70 ITM 
36 7,00 ITM 
38 5,20 ITM 
40 3,80 ITM 
42 2,35 ATM 
44 1,47 OTM 
46 0,80 OTM 
48 0,38 OTM 
50 0,19 OTM 
52 0,10 OTM 
54 0,04 OTM 
 
24 
 
Uma coisa importante a observar é que o preço de exercício é fixo (a 
não ser quando eventualmente se modifica devido a distribuição de 
dividendos), mas a distância do preço de exercício da opção para o 
preço da ação não. Conforme a ação se movimenta, o preço de exercício 
da opção pode ficar mais próximo ou mais distante do preço da ação. A 
variação do preço da ação aumenta ou diminui a Distância do strike da 
opção para o preço da ação. 
 
Juntando Tudo 
As opções são influenciadas primordialmente por: 
 Distância da ação para o preço de exercício da opção 
 Tempo para o dia do exercício 
 Volatilidade da ação 
A Distância é inversamente proporcional preços das opções, ou seja, 
quanto maior à distância (para fora do preço, OTM), menor o preço 
das opções. 
O Tempo é diretamente proporcional, ou seja, quanto mais tempo 
para o vencimento, mais valem as opções. Mas a passagem do tempo 
que é sempre para frente, faz as opções valerem menos. 
A Volatilidade é diretamente proporcional, ou seja, quanto mais 
volátil o mercado, ou quanto mais expressivas as variações da ação, 
não importa a direção, maior o risco percebido pelos lançadores de 
opções que exigem prêmios maiores para se colocar no risco da 
venda e, portanto maiores os preços das opções. 
Para que o preço de uma opção aumente, é necessário que os efeitos 
positivos da variação do preço da ação e da volatilidade (se 
positivos) sobre a opção sejam maiores do que a perda de valor pela 
passagem do tempo (o tempo, ou a passagem dele, só influencia 
negativamente, já que o tempo só anda em uma direção). 
Avaliando as influências, podemos dar nomes como segue: 
 Preço da Ação - O QUE 
 Preço de Exercício da Opção - AONDE 
25 
 
 Tempo para o vencimento - QUANDO 
 Volatilidade da ação - COMO 
Vê-se logo que opções não são ativos direcionais, pois ativos 
direcionais são como o preço da ação, te dizem O QUE. Mas em 
opções importa também AONDE. Uma ação a 20 reais é diferente 
para uma opção de preço de exercício de 16 reais, para uma de 
preço de exercício de 20 reais e para uma de preço de exercício de 
26 reais. A influência do preço da ação será diferente nestas opções, 
logo de nada adianta eu saber o preço da ação (O QUE) sem saber 
AONDE (preço de exercício ou o strike da opção). Eu preciso saber 
também QUANDO, que é o tempo. De nada adianta eu dizer O QUE 
(preço da ação) e AONDE (strike) sem dizer QUANDO. Se a ação está 
20 reais e minha opção é de preço de exercício de 22 reais, faz muita 
diferença se faltam 60 dias, 30 dias ou apenas um dia para o 
vencimento. Mas tudo isso não estará completo se eu não souber 
COMO, ou seja, COMO a ação subiu ou caiu. Se eu disser que a ação 
subiu 2 reais não quer dizer nada se eu não disser como foi esta alta. 
Se foi uma alta extremamente volátil em apenas uma hora, a 
influência nas opções será enorme. Foi uma alta lenta e progressiva 
que se deu em dois meses, pouco influencia as opções. 
Aos poucos, o operador vai aprendendo a lidar e a compreender 
estes fatores e perceber como eles influenciam as opções, para 
começar a entender o que está acontecendo com as opções e suas 
operações. No parágrafo acima se vê por que as opções não são 
ativos direcionais, não são ações de 1 real e não podem ser tratadas 
como tal. Apesar do preço da ação ser um fator de extrema 
importância, ele com certeza não é o único e assim as opções não 
são puramente direcionais, ou seja, não são unidimensionais, como 
ações e futuros. 
Avaliando o que acontece com as opções durante o vencimento e 
juntando todos os fatores, temos: 
 Opções Dentro do Dinheiro (ITM) - Vão perdendo VE com o 
passar do tempo, apenas seguindo a ação e perdendo a 
capacidade de ter variações expressivas em relação a seu 
preço, apesar de poder ter variações absolutas em centavos 
grandes. (Vai virando ação com a passagem do tempo) 
26 
 
 Opções No Dinheiro (ATM) - Se mantêm próximas do preço da 
ação, mas vão perdendo valor. Por estarem perto do preço da 
ação e valendo bem pouco, mesmo que o vencimento esteja 
muito próximo, podem ter variações expressivas. (Vai virando 
opção explosiva com a passagem do tempo) 
 Opções Fora do Dinheiro (OTM) – Conforme o tempo passa e 
elas se mantêm longe do preço, a chance de variarem 
expressivamente vai diminuindo ao mesmo tempo em que vão 
perdendo valor. Importante ter ciência que não perdem só 
valor, mas também chance de serem exercidas ou de ganhar 
valor. A cada dia que passa, as variações necessárias da ação 
para produzir efeitos nelas terão de ser mais expressivas. (Vai 
virando pó com a passagem do tempo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
CAPÍTULO III 
ENTENDENDO O TEMPO E A DISTÂNCIA 
 
O que tem o Tempo a ver com as Opções? 
Tudo. Opções são dependentes do tempo e quanto mais o tempo 
passa, mais dependentes elas ficam. 
Quando demos o exemplo simples do carro, o tempo não parecia tão 
importante, mas se considerarmos opções de ações, fica fácil de 
entender. 
Vamos considerar, por exemplo, uma série de opções da Petrobrás, 
estando a ação PETR4 (Petrobrás PN) a 38,50 reais. 
 
Preço de 
Exercício 
Prêmio 
34 5,10 
36 3,49 
38 2,10 
40 1,21 
42 0,71 
44 0,37 
46 0,19 
48 0,09 
 
Agora vamos considerar a mesma série com Petrobrás PN no mesmo 
preço. 38,50: 
 
 
 
28 
 
Preço de 
Exercício 
Prêmio 
34 4,79 
36 3,00 
38 1,34 
40 0,58 
42 0,24 
44 0,09 
46 0,02 
48 0,01 
 
Ué, o que aconteceu? 
TEMPO! 
A primeira série vence em 35 dias úteis e a segunda série em apenas 
15 dias úteis. Mas isso tudo é só por causa do tempo? Quase que 
tudo sim, porque os outros fatores influenciam as duas séries quase 
da mesma forma sendo que somente a volatilidade tem uma 
influência mais intensa na série que tem menos tempo pela frente. 
E porque o tempo influencia tanto as opções? 
Simples, O que é a opção 42 que nós vemos valendo 0,71 no 
primeiro quadro e apenas 0,24 no segundo quadro? 
É o direito de comprar ações da Petrobrás PN a 42 reais. Quanto 
está a ação PETR4? 38,50. Alguém ia querer comprar a ação a 42 
reais se ela está 38,50 no mercado? Provavelmente, ou quase com 
certeza não. Mas então porque a opção existe e porque ela vale 
alguma coisa? 
Perspectivas, Probabilidades, Possibilidades, RISCO! 
42 é mais caro que 38,50 e ninguém vai comprar uma ação a 42 se 
pode comprar a 38,50. 
29 
 
Mas existe a possibilidade(risco) da ação ir a 42? Claro que existe. 
Pode não ir, é mais provável que não vá, mas pode ir. E pode até 
passar e ir a 43 ou 44. Assim como pode ficar na mesma ou cair. 
Pode fazer qualquer coisa, mas existe uma possibilidade, uma 
probabilidade, um risco de ela ir a 42. 
 Se você fosse obrigado a correr 150KM, você iria preferir que o 
prazo para você conseguir superar os 150KM fosse de 15 dias ou de 
35 dias? Claro que 35 dias. Você pode conseguir correr 150KM em 
15 dias a uma média de 10KM por dia, mas em 35 dias você só 
precisa cumprir uma média de pouco mais de 4KM por dia e agora 
qualquer um que consegue andar poderia perfazer a distância. 
Então a primeira opção de preço de exercício de 42 reais tem 35 
dias úteis para que a Petrobrás chegue nela, enquanto a segunda só 
tem 15 dias úteis. A Petrobrás pode ir a 42 em um dia ou até em 
uma hora. Mas a chance dela ir a 42 em 35 dias é maior do que em 
15 dias. Disso não resta dúvida. 
Então voltando ao exemplo do carro. Se eu vou te pagar um prêmio 
de 500 reais para adquirir o direito de comprar o seu carro a um 
preço determinado, quanto maior o prazo que você me der, mais eu 
estarei disposto a pagar os 500 reais. Agora se você me der um 
prazo somente até amanhã, eu não vou querer pagar os 500 reais. 
Posso pagar 100 reais talvez ou 50 reais, mas nunca os 500 reais. 
Especialmente se o carro estiver valendo menos do que o preço 
combinado no direito. 
Quem compra uma opção de compra de uma ação, está adquirindo o 
direito de comprar a mesma quantidade de ações, ao preço de 
exercício da opção até uma data pré-determinada. E quem vende a 
opção de compra está se colocando na obrigação de vender a mesma 
quantidade de ações ao preço de exercício da opção até determinada 
data. O vendedor se coloca em uma obrigação que pode ser 
entendida como um risco, porque se a ação ultrapassar o preço de 
exercício da opção (No caso da opção de preço de exercício de 42, se 
a ação for a 43, ou 46 ou ainda 50) o vendedor da opção de compra 
terá que entregar suas ações ou comprar ações no mercado para 
entregar ao preço de exercício da opção, tendo assim o prejuízo 
equivalente a distância que a ação ultrapassou o preço de exercício 
da opção (menos o prêmio recebido pela venda da opção). 
30 
 
Claro que ele pode recomprar a opção vendida no mercado e fechar 
sua posição se livrando de qualquer obrigação, mas ainda assim, no 
caso de alta da ação, isso será provavelmente feito com prejuízo. 
Logo pela perspectiva do vendedor, pode-se falar em risco. Pela 
perspectiva do comprador pode-se falar em probabilidade ou 
possibilidade ou ainda perspectiva (apesar de que ele tem um risco 
também que é o valor pago pelo prêmio da opção). O preço da 
opção, ou prêmio, será resultado da combinação de interesses 
destes dois lados. Quanto mais os vendedores, ou lançadores 
perceberem risco, maiores prêmios eles irão exigir, e a percepção de 
risco deles, do outro lado, para os compradores, será percebido 
como maiores perspectivas e estes estarão então dispostos a pagar 
os prêmios mais altos que os lançadores (vendedores) estão 
exigindo. Assim os prêmios ficam mais altos e a opção sobe de 
preço. 
Se, no entanto, os compradores estão percebendo um mercado 
fraco, pouco volátil, com poucas perspectivas, ao mesmo tempo em 
que os lançadores captam menos risco, estes últimos aceitam os 
prêmios menores que os compradores estão dispostos a pagar nesta 
situação e os prêmios das opções caem. 
Quanto maior a chance de uma opção ser exercida, maior a 
percepção de risco pelos vendedores, e maiores as perspectivas dos 
compradores, maiores os prêmios (preços) das opções. Quanto 
menor a chance de uma opção ser exercida, menor a percepção de 
risco pelos vendedores, e menores as perspectivas dos 
compradores, menores os prêmios (preços) das opções. 
Voltando a nossa maratona de 150KM, quanto maior o tempo 
disponível, menor o risco de você não conseguir ir até o final. 
 Os compradores e vendedores de opções vêm o tempo como chance 
ou risco. Para o comprador (de opção de compra), quanto mais 
tempo, mais chance para a sua opção, pois maior a chance da ação 
chegar ao preço de exercício da opção. Para o vendedor, tempo é 
risco, pois quanto mais tempo, maior o risco da ação chegar ao 
preço de exercício da opção vendida. Se a ação está 38,50 e você vai 
comprar uma opção de preço de exercício de 42 reais, você prefere 
que ainda faltem 35 dias úteis ou apenas 15 dias úteis para o 
vencimento? Claro que 35 se o prêmio fosse o mesmo, sem nenhuma 
31 
 
dúvida. A de 35 dias tem mais chance de ser exercida, do mercado 
chegar nela e ela se valorizar. Por outro lado, do lado do vendedor, 
tendo as duas o mesmo prêmio, não resta dúvida que ele iria para a 
de menor prazo. E é isso mesmo que acontece no mercado. Na vida 
real, a opção de maior prazo sempre terá um prêmio maior, pois o 
mercado irá equilibrar as probabilidades e o risco, mas apenas a 
título de exemplo, tendo o mesmo prêmio e o mesmo preço de 
exercício, quanto menos tempo para o vencimento melhor para o 
vendedor e pior para o comprador. Não é a toa, portanto, que as 
opções perdem valor com a passagem do tempo. 
Os compradores preferem mais prazo e os vendedores menos prazo. 
A princípio em um exemplo teórico, as duas opções de preço de 
exercício de 42 nos quadros acima custariam o mesmo. Mas estando 
elas custando o mesmo, a de 35 dias atrairia mais compradores e a 
de 15 dias atrairia mais vendedores. E o q iria acontecer? Com mais 
compradores e menos vendedores na de 35 dias e os compradores 
dispostos a pagar o que os vendedores estavam exigindo, a de 35 
dias iria subir de preço. Com mais vendedores e menos 
compradores na de 15 dias e os vendedores dispostos a vender pelo 
baixo preço oferecido pelos compradores, a de 15 dias iria cair de 
preço. E é exatamente este balanço que ocorre no mercado real que 
vai determinando os preços das opções. 
Então voltamos aos quadros acima que são situações reais: 
Parte esquerda do quadro: 35 dias úteis para o vencimento das 
opções: Opção de preço de exercício de 42 = 0,71 
Parte direita do Quadro: 15 dias úteis para o vencimento das 
opções: Opção de preço de exercício de 42 = 0,24 
Agora vamos considerar a mesma série com Petrobrás PN no mesmo 
preço. 38,50: 
 
 
 
 
 
32 
 
 
35 dias Prêmio 15 dias Prêmio 
34 5,10 34 4,79 
36 3,49 36 3,00 
38 2,10 38 1,34 
40 1,21 40 0,58 
42 0,71 42 0,24 
44 0,37 44 0,09 
46 0,19 46 0,02 
48 0,09 48 0,01 
 
Bingo! Aconteceu na prática exatamente o que previmos na teoria e 
é de se esperar que aconteça. Claro que há distorções no mercado, 
distorção entre o que os ativos valem e o que eles estão custando, 
até mesmo porque o mercado é movido por seres humanos e suas 
emoções e muitas vezes as emoções das massas perdem o controle 
ou se tornam exageradas. Mas para explicar o efeito do tempo sobre 
as opções, vamos ficar com o básico e considerando o básico, 
podemos ver claramente porque as opções com mais tempo para o 
exercício custam mais, se o preço de exercício for o mesmo. 
 
Influência do Tempo 
O tempo então influencia negativamente as opções, ou seja, quanto 
menos tempo, menos tendem a valer as opções. Há uma parte do 
prêmio da opção que é preenchido pelo tempo e esta parte será 
menor, quanto menor for o tempo para o vencimento. 
Claro que o tempo não se altera como o preço da ação e a 
volatilidade que podem subir e cair diversas vezes durante o 
vencimento da opção. Também não se altera como a taxa e juros, 
que apesar de se alterar menos que os dois anteriores também pode 
33 
 
subir ou cair, assim como ficar na mesma. E também não pode haver 
diversos tempos ao mesmo tempo como os diversos preços de 
exercício de uma série de opções. 
Diferentedos outros quatro fatores que alteram os prêmios das 
opções, o tempo é sempre constante e negativamente constante, ou 
seja, a cada dia que passa, a opção tem menos tempo de vida. E a 
cada dia que passa, a parte do prêmio da opção que é preenchida 
pelo tempo irá diminuir. Logo o preço da opção tenderá a diminuir 
com a passagem do tempo, a não ser que os outros fatores que 
influenciam o preço, notadamente o preço e a volatilidade da ação, 
compensem esta perda de valor pela passagem do tempo. Ainda 
assim, mesmo que o preço total da opção aumente, a parte dele 
preenchida pelo tempo, irá diminuir. 
Vamos ver quatro situações diferentes para entender a dinâmica do 
tempo. Cada quadro total representa o prêmio da opção e cada 
célula a parte de cada um dos três fatores neste prêmio (São 
representações teóricas esquematizadas que não refletem 
necessariamente a proporção correta destes fatores nas opções): 
 
Tempo Preço da Ação Volatilidade 
 
Tempo Preço da Ação Volatilidade 
 
Tempo Preço da Ação Volatilidade 
 
Tempo Preço da Ação Volatilidade 
 
A primeira opção seria a base. 
Na segunda opção, a menor participação do tempo no prêmio da 
opção, levou a um prêmio menor. 
34 
 
Na terceira opção, mesmo tendo havido perda da participação do 
tempo, o aumento do preço da ação e da volatilidade compensaram 
fazendo com que o prêmio total subisse um pouco. 
Na quarta opção, ocorreu perda da participação do tempo 
concomitante com menor participação do preço da ação (queda do 
preço da ação). Mesmo tendo havido aumento da volatilidade, isso 
não foi suficiente para compensar e a opção perdeu parte do 
prêmio. 
Apesar de haver mais dois fatores que influenciam o preço das 
opções, taxa de juros e preço de exercício das opções, o primeiro 
influencia pouco a não ser em épocas de grandes variações nas taxas 
de juros que hoje em dia são raras e o segundo a princípio não se 
altera durante o vencimento (exceção para a distribuição de 
proventos, mas mesmo neste caso há o ajuste na ação e a influência 
sobre o prêmio das opções é pequena). Estes três acima são os 
fatores dinâmicos que mais influenciam o prêmio das opções e que 
devem ser sempre acompanhados. Quanto ao preço de exercício da 
opção, o que consideramos é que a variação do preço da ação junto 
com o preço de exercício das opções produzem a influência que 
chamamos de distância, ou seja a distância do preço de exercício da 
opção para o preço da ação e esta distância sim é influenciada pelas 
variações no preço da ação. 
Pois bem, sabemos agora porque a opção com 35 dias de vida 
custava 0,71 e a com 15 dias de vida apenas 0,24. E comparando 
duas opções de mesmo preço de exercício e da mesma ação, mas 
com datas de vencimento diferentes, a possibilidade dos outros 
fatores compensarem a perda de valor pela passagem do tempo é 
quase inexistente, pois a despeito da influência do preço da ação e 
da volatilidade terem intensidades diferentes em opções com data 
de vencimento diferentes, não será suficiente para suplantar a 
perda de valor pela passagem do tempo em opções da mesma ação e 
do mesmo preço de exercício, de datas de vencimento diferentes. 
Tendo duas opções o mesmo preço de exercício, a com mais tempo 
para o vencimento sempre irá custar mais e vemos isso na prática 
na tabela acima. 
Além de o tempo influenciar as opções, ele influencia de forma 
diferente de acordo com a passagem do tempo, ou seja, quanto 
35 
 
menos tempo para o vencimento, maior a influência proporcional do 
tempo. Consideremos primeiro que todo o valor da opção relativo 
ao tempo, ou seja, todo o valor que não é intrínseco tem que por 
definição acabar antes do vencimento da opção. 
Exemplificando: 
Tempo para o Vencimento = 20 dias úteis 
PETR4 = 40 reais 
PETRL38 (opção de PETR4 de preço de exercício de 38 reais com 
vencimento em dezembro) = 3 reais 
Valor intrínseco = 40 (preço da ação) – 38 (preço de exercício da 
opção) = 2 reais 
Valor extrínseco = 3 (preço da opção) – 2 (valor intrínseco da 
opção) = 1 real 
 
Na hora do Vencimento 
PETR4 = 40 Reais 
PETRL38 = 2 Reais 
 
Logo, este 1 real extra no preço da opção que existia quando 
faltavam 20 dias para o vencimento, é a expectativa de que a ação 
possa subir inserida no prêmio da opção e grande parte dele é 
devido ao tempo que falta para o vencimento. 
Na hora do vencimento a opção em teoria só tem valor real ou 
intrínseco que é o preço da ação menos o preço de exercício da 
opção. Na prática, no mundo real, pode haver algum valor residual 
além do valor real, mas apenas por questões de custos transacionais 
e outras questões que não são importantes para entendermos a 
influência do tempo nas opções. 
Pois bem se esta opção tinha 1 real de expectativa há 20 dias do 
vencimento e na hora do vencimento só tem valor real, sem nenhum 
valor de expectativa, ela perdeu este valor conforme o tempo passou 
36 
 
e como ela só perde valor de expectativa (Valor Extrínseco – VE) 
pela passagem do tempo temos de considerar a perda de valor pelo 
tempo em relação a este valor e não em relação ao valor total da 
opção que inclui também o valor verdadeiro ou intrínseco da opção. 
Como a cada dia que passa, faltam menos dias para o vencimento 
das opções, mais rápida terá de ser a perda, proporcionalmente ao 
que resta de valor extrínseco, para que todo o valor desapareça até 
o dia do vencimento. 
Logo, a perda de valor pela passagem do tempo é maior 
proporcionalmente quanto menos tempo falta para o vencimento, 
ou seja, quanto menos tempo falta para o vencimento, mais 
importante é a perda de valor da opção pela passagem de tempo. 
Quanto mais próximo for o vencimento, mais ela vai perder 
proporcionalmente ao seu valor de expectativa, pela passagem de 
um dia. 
Considerando uma opção que tem 30 centavos de valor de 
expectativa, se faltam 30 dias para o vencimento, ela irá perder uma 
pequena porção destes 30 centavos pela passagem de um dia, 
porque tem 30 dias para perder tudo. Se faltam 10 dias, ela tem de 
perder uma porção maior destes 30 centavos pela passagem de um 
dia, porque faltam só 10 dias para ela perder todos estes 30 
centavos. Se faltam apenas 2 dias para o vencimento das opções, a 
perda terá de ser enorme em relação aos 30 centavos, porque ela 
tem apenas 2 dias para perder completamente os 30 centavos. 
Claro que em um exemplo real, conforme a opção perde valor de 
expectativa, pela passagem do tempo, menos valor de expectativa 
ela tem com exceção de situações de um aumento enorme na 
volatilidade em opções próximas ao preço da ação, mas ainda assim, 
se considerarmos a perda proporcional de valor, ela será sempre 
maior, apesar de que a perda absoluta em centavos poderá diminuir 
com a passagem do tempo. Importante lembrar que os movimentos 
da ação, não influenciam diretamente o valor de expectativa das 
opções, aumentando ou diminuindo apenas o valor verdadeiro ou 
intrínseco. Claro que um mercado muito forte ou um mercado muito 
fraco, podem alterar indiretamente as expectativas das opções, mas 
de forma direta, matemática, as variações de preço da ação, 
influenciam apenas o valor intrínseco da opção. 
37 
 
Numa licença matemática apenas para compreensão, pois a 
realidade matemática não é exatamente assim, poderíamos 
exemplificar da seguinte forma: 
 
Dias para o 
Vencimento 
Perda 
Percentual de 
VE pela 
Passagem de 1 
dia 
50 2% 
20 5% 
10 10% 
5 20% 
2 50% 
1 100% 
 
 
Vejam, que independente, do valor absoluto em centavos que a 
opção perde pela passagem de um dia, a perda proporcional ao 
valor de expectativa da opção é cada vez maior, quanto menos 
tempo faltar para o vencimento. 
Concluímos então que as opções perdem valor pela passagem de um 
dia, todos os dias e que estaperda de valor é proporcionalmente 
maior quanto menos tempo faltar para o vencimento. A perda de 
valor pela passagem do tempo, pode ser contrabalanceada pelo 
ganho em relação a alta da ação e/ou da volatilidade da ação, mas 
ainda que o prêmio da opção não caia ou até aumente, a opção terá 
perdido algum valor pela passagem de um dia. 
 
Influência da Distância 
38 
 
Outro fator importante na definição do preço das opções e na forma 
como os diversos fatores influenciam o preço das opções, é a 
distância do preço de exercício da opção para o preço da ação. 
Vejam o quadro abaixo com a Vale PN (VALE5) custando 42,80 a 33 
dias úteis do vencimento das opções: 
 
Preço de 
Exercício 
Prêmio 
36 7,40 
38 5,60 
40 3,95 
42 2,68 
44 1,65 
46 1,00 
48 0,54 
50 0,27 
52 0,13 
 
Quanto mais longe do preço da ação for o direito, menos ele vale. Se 
a VALE5 está 42,80, o direito de comprá-la por 48 não pode valer 
muito, mesmo com o tempo que falta para o vencimento, e o direito 
de comprá-la a 50 vale bem menos, porque é mais distante ainda. 
Quanto mais longe o preço de exercício da opção, menor o risco para 
o lançador de esta opção ser exercida, então ele aceita se colocar no 
risco da venda da opção por prêmios menores (porque ele tem um 
lastro de distância maior que compensa o prêmio menor, lastro de 
distância significando um espaço maior para a ação subir sem 
chegar ao preço de exercício da opção). Ao mesmo tempo, o 
interesse do comprador diminui ao passo que a opção vai ficando 
mais longe do preço. Este equilíbrio faz as opções custarem menos, 
quanto mais longe forem do preço da ação. Conforme o preço de 
exercício da opção se aproxima do preço da ação, o lançador vai 
39 
 
exigir prêmios mais altos, porque o risco dele ser exercido é maior e 
o comprador estará disposto a pagar mais por uma expectativa 
maior da opção ser exercida. 
O preço de exercício é estático, mas conforme a ação varia, a opção 
se torna mais próxima ou mais distante do preço da ação. O preço de 
exercício não varia, mas a distância dele para o preço da ação varia 
devido as variações da ação. Além disso, esta distância não é 
absoluta, ele depende do tempo e da volatilidade. A mesma distância 
é maior quanto menos tempo falta para o vencimento das opções e 
menor quanto mais volátil for o mercado. 
Se falta menos tempo para o vencimento, há menos tempo hábil 
para a ação conseguir subir e chegar até o preço de exercício da 
opção, logo a distância é “maior” proporcionalmente. Já a 
volatilidade mais alta traz variações mais expressivas da ação, 
fazendo a mesma distância ficar proporcionalmente “menor” , pois 
uma ação mais volátil tem maior possibilidade de preencher 
distâncias maiores. 
Todas as opções perdem valor todos os dias pela passagem do 
tempo. E esta perda é mais expressiva proporcionalmente ao preço 
da opção, quanto mais longe do dinheiro (OTM) a opção for. Todo o 
valor de uma opção OTM, ou seja, que tem o preço de exercício mais 
alto do que o preço da ação é valor extrínseco ou de expectativa. 
Devido à expectativa e ao risco da ação subir e atingir o preço de 
exercício da opção antes do vencimento da opção, estas opções tem 
um valor de expectativa ou extrínseco que de certa forma equivale a 
este risco, mas de qualquer forma, quanto maior a distância do 
preço de exercício da opção para o preço da ação (comparando 
opções com a mesma data de exercício), menor o prêmio da opção. 
E esta distância é maior proporcionalmente conforme o tempo 
diminui, ou seja, há menos tempo para a ação preencher esta 
distância então a opção vale menos. Esta distância também é 
proporcionalmente menor se a volatilidade da ação for maior. Ações 
mais voláteis variam mais e conseguem suplantar distâncias 
maiores. Logo a distância não é também algo fixo. A mesma 
distância é “maior” se falta menos tempo e “menor” se a volatilidade 
é maior. 
 
40 
 
Combinando as Influências 
A princípio quanto mais distante a opção do preço da ação, menor o 
prêmio dela. Analisando somente a distância, isso é claro e obvio 
como podemos ver no quadro abaixo. Mas vamos comparar o 
primeiro vencimento abaixo com outro em que só faltam 15 dias 
com a Vale a 42,80. 
 
Preço de 
Exercício 
Prêmio a 
33 dias 
Prêmio a 
15 dias 
36 7,40 7,20 
38 5,60 5,27 
40 3,95 3,40 
42 2,68 1,81 
44 1,65 0,66 
46 1,00 0,25 
48 0,54 0,09 
50 0,27 0,03 
52 0,13 0,01 
 
Apesar da mesma distância, as opções com menos tempo de vida 
custam menos. E, mais importante que isso, mesmo opções mais 
distante chegam a custar mais que opções com menos tempo 
faltando até o vencimento, quando incluímos a influência do tempo. 
Vejam que a opção de preço de exercício de 44 com 15 dias de vida 
custa 0,66 e a de preço de exercício de 46, mais distante, mas com 
mais que o dobro de vida útil, custa mais, 1,00. 
O mercado vai ajustando todos estes fatores. A distância deve ser 
estudada a princípio isoladamente para se entender a influência 
dela e assim temos de fazer com os principais fatores: Preço da 
Ação, Tempo, Volatilidade e Preço de Exercício (A distância é a 
41 
 
combinação de Preço da Ação com Preço de Exercício), mas temos 
que saber também, que na prática, estes fatores se entrelaçam na 
definição dos prêmios das opções. 
Considerando a distância em relação ao tempo e a volatilidade é 
fácil traçar um paralelo voltando às corridas. 
Você precisa correr 10KM. E nós vamos apostar na chance de você 
conseguir completar os 10KM. Se eu te dou 2 horas para completar 
os 10KM, todos vão apostar em você, a chance de você conseguir 
completar o percurso é enorme, pois até andando da para percorrer 
10KM em duas horas, mas obviamente a aposta não vai pagar muito 
pois as chances de êxito são enormes. Os que estiverem apostando 
contra, irão exigir relações muito favoráveis a eles para aceitarem 
esta aposta. 
Se eu mudo e exijo os 10KM em uma hora, menos gente vai querer 
apostar em você e os que apostam contra você já começam a aceitar 
condições um pouco piores pois agora há uma chance maior de você 
não conseguir completar a corrida. Se eu determino 30 minutos, 
bem pouco tempo, quase ninguém vai apostar em você, pois apenas 
profissionais de ponta conseguem completar 10KM abaixo de 30 
minutos. Por outro lado, quem ainda assim apostar em você irá 
receber um belo pagamento se você conseguir vencer os 10KM em 
30 minutos. Conforme o tempo foi diminuindo, você foi 
proporcionalmente valendo menos, o que fez com quem apostasse 
em você passasse a arriscar cada vez menos para ganhar cada vez 
mais, já que a chance de ganho ia diminuindo conforme se diminuía 
o tempo. Do outro lado de quem apostava contra você, as chances de 
ganhar a aposta foram aumentando conforme o tempo diminuía 
logo estes iam aceitando progressivamente pagar mais pelas 
apostas (ou receber menos). 
As opções mais distantes se tornam relativamente “mais próximas” 
se é dado a elas mais tempo de vida. Vejam na tabela acima que a 
opção de preço de exercício de 46, mas com 33 dias de vida, vale 
mais que a de preço de exercício de 44, ou seja, mais próxima, mas 
com menos tempo de vida. 
O outro aspecto a considerar é a volatilidade, que nada mais é o 
quanto e com que intensidade a ação varia. Ações com grande 
variações de preço são muito voláteis e as que andam de lado, sem 
42 
 
grandes variações de preço, são pouco voláteis. A princípio ações 
mais voláteis colocam os lançadores em maior risco, pois se a ação 
se movimenta mais, o risco do exercício é maior, e este em 
consequência exige prêmios mais altos, o que faz com que vejamos 
opções com maiores valores de expectativa (VE) em épocas de 
volatilidade alta da ação e opções mais “magras” quando a 
volatilidade é menor. 
Voltandoa nossa corrida, a volatilidade poderia ser de certa forma 
comparada a velocidade do corredor. Não é uma comparação 
perfeita, pois volatilidade é igual a variação para qualquer lado, não 
importa se para cima ou para baixo mas o exemplo e a comparação 
servem aos nossos propósitos, então vamos usá-la. Se eu te coloco 
para correr os 10KM, e coloco um profissional Queniano, entre os 
melhores do mundo, para correr 15KM, provavelmente ele vai 
chegar antes de você, a não ser que você seja um exímio corredor. 
Como opção ele vai “valer” mais que você apesar de ter uma 
distância maior a percorrer. 
Obviamente que no mercado, comparando opções da mesma ação, 
todas serão influenciadas pela volatilidade da mesma ação, que será 
a mesma para todas, mas esta influência será diferente de acordo 
com o tempo para o exercício e a posição em relação ao preço da 
ação de cada opção. A influência de qualquer coisa positiva na 
opção, positiva no sentido de fazer com que ela ter maior 
expectativa (e maior VE - valor extrínseco), será tanto maior, quanto 
maior for a chance dela ser exercida. Uma opção próxima do 
dinheiro irá responder mais a um aumento de volatilidade do que 
uma muito distante, pois a mais próxima já tem uma grande 
expectativa (e risco) de ser exercida e este risco irá aumentar 
consideravelmente se a volatilidade aumentar ou se o preço da ação 
aumentar, diminuindo a distância. Uma opção muito distante irá 
responder pouco as duas influências, pois a despeito da chance (ou 
risco) de ser exercida ter aumentado, esta chance ainda é muito 
pequena estando ela ainda muito distante do preço da ação. 
Novamente nas corridas, Se você é um corredor que chega próximo 
de correr 10KM em uma hora, pequenas variações no tempo como 
passar de 1 hora para 1hora e 10 minutos, ou diminuir um pouco a 
distância (preço da ação) ou até mesmo aumentar uma pouco de 
43 
 
alguma forma a sua velocidade de corrida (volatilidade) podem 
fazer com que você consiga cumprir a prova. 
Agora se eu te desafio a correr 40KM, não faz muita diferença se eu 
te dou uma ou duas horas para cumprir os 40KM as suas chances 
continuam praticamente nulas ( a não ser que você esteja entre os 
melhores corredores do mundo), e o seu “valor” permanece muito 
baixo. Mesmo que eu diminua um pouco a distância para uns 35KM, 
suas chances ainda são pequenas e até aumentar um pouco a sua 
velocidade não vai resolver. Mesmo para um profissional de corrida 
não é garantido que ele irá conseguir cumprir os 40KM em 2 horas. 
Estas mudanças irão fazer com que seu “valor” ou o valor de apostar 
em você seja muito influenciado positivamente no primeiro exemplo 
dos 10KM mas terão pouco valor nas apostas em você nos 40KM. 
Quando as chances são muito pequenas, somente grandes mudanças 
irão provocar resultados expressivos. 
Resumo das influências: 
 O Preço da Ação influencia positivamente o prêmio da opção 
Quando o preço da ação sobe, o preço das opções tendem a 
subir. 
 A passagem do Tempo influencia negativamente o prêmio das 
opções. Conforme o tempo passa, menos valem as opções. 
Quanto maior o Tempo, mais valem as opções, se as outras 
condições forem as mesmas, mas a passagem do Tempo faz as 
opções valerem menos. 
 A Distância influencia negativamente o prêmio das opções. 
Quanto maior a distância do preço de exercício da opção para 
o preço da ação, menor o preço da opção. 
 A Volatilidade influencia positivamente o prêmio das opções. 
Quanto maior a volatilidade da ação, maiores tendem a ser os 
prêmios das opções. 
 A taxa de juros influencia pouco a não ser em ambientes de 
grandes variações nas taxas de juros. 
Para concluir as influências podemos dizer que: 
44 
 
O PRÊMIO DE UMA OPÇÃO SÓ SOBE SE O EFEITO NELE DA ALTA DO 
PREÇO DA AÇÃO E/OU DA VOLATILIDADE FOR MAIOR DO QUE A 
PERDA DE VALOR PELA PASSAGEM DO TEMPO, E A DISTÂNCIA 
AINDA PERMITIR QUE ESTAS INFLUÊNCIAS POSITIVAS SURTAM 
EFEITOS REPRESENTATIVIVOS NA OPÇÃO. 
Em outras palavras, para uma opção variar positivamente (subir de 
preço), e ter chance de ser exercida, é necessário que a influência 
positiva da alteração no preço da ação e/ou aumento da volatilidade 
sejam maiores que as influências negativas do tempo e da distância. 
E para terminar, novamente, em opções você tem sempre que saber 
O QUE (preço da ação), QUANDO (tempo), AONDE (preço de 
exercício, distância) e COMO (Volatilidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
CAPÍTULO IV 
O VALOR DE EXPECTATIVA DAS OPÇÕES (VE) 
 
O que é VE? 
As opções têm um valor, um preço, que é chamado de prêmio. Assim 
como qualquer ativo financeiro, as opções têm um custo a qualquer 
momento. O valor da opção, ou prêmio é dividido em duas partes: 
Valor Intrínseco e Valor Extrínseco (VE). Vamos dissecar uma opção 
para compreender estes dois valores: 
Com a Vale PNA (VALE5) a 37 reais, a duas semanas do vencimento: 
 
Opção Preço de 
Exercício 
Preço da 
Opção 
Valor 
Intrínseco 
Valor 
Extrínseco 
(VE) 
VALEI34 34,00 3,50 3,00 0,50 
VALEI36 36,00 1,92 1,00 0,92 
VALEI38 38,00 0,95 0 0,95 
VALEI40 39,60* 0,44 0 0,44 
VALEI42 42,00 0,11 0 0,11 
VALEI44 44,00 0,03 0 0,03 
 
*Nota: Eventualmente surgem opções com os Preços de Exercício 
tortos, e o nome da opção com o preço correto permanece. Isso 
acontece devido a distribuição de dividendos e outros proventos. Na 
hora que uma ação vira EX-Dividendos, e o valor dos proventos são 
retirados dela, todas as opções lançadas até aquele momento, 
independente da série e data de lançamento tem o valor líquido 
retirado dos seus preços de exercício. Como as vezes umas são 
lançadas antes de outras na mesma série, opções tortas ocorrem as 
vezes como no exemplo da tabela. 
O Valor intrínseco é o valor verdadeiro da opção. Olhando na 
Tabela a opção VALEI34 com preço de exercício de 34 reais é o 
46 
 
direito de comprar Vale PNA a 34 reais. Estando a ação a 37 reais, 
seria dar dinheiro de graça vender esta opção por menos do que 3 
reais que é a diferença entre o preço da ação e o preço de exercício 
da opção. 
Vamos exemplificar. Se alguém me vendesse esta opção (VALEI34) 
por 2 reais por exemplo, eu poderia exercê-la, o que significa 
comprar VALE5 a 34 reais e vender a ação no mercado a 37 reais, 
auferindo um lucro de 1 real (37-34 -2). Como eu só paguei 2 reais 
na opção, o vendedor teria me dado 1 real por cada opção 
negociada. Logo o valor verdadeiro ou intrínseco é o valor mínimo 
que a opção pode ser vendida, ou seja, o preço da ação menos o 
preço de exercício da opção:·. 
[Valor Intrínseco = Preço da Ação – Preço de Exercício da Opção] 
 
obs.: Essa fórmula é válida se o resultado for positivo, pois, se o 
resultado for negativo, a opção é OTM e não tem valor intrínseco. 
Apesar de ser importante conhecer o conceito de Valor Intrínseco, ele 
não é tão importante para operar opções. O que se opera é o valor 
extrínseco ou VE. O Valor Intrínseco varia de acordo com os 
movimentos da ação, pois como vemos na fórmula acima ele é 
dependente do preço da ação. 
Se o valor intrínseco é o valor da opção preenchido pela ação, o valor 
extrínseco é o que sobra, o que vai além do preço da ação, logo as 
opções fora do dinheiro, ou OTM só tem valor extrínseco (VE).·. 
[Valor Extrínseco (VE) = Prêmio Opção – Valor Intrínseco] 
 
Vamos pegar, por exemplo, a opção na tabela acima de preço de 
exercício de 36 reais. A ação está 37 reais, logo a ação preenche a 
opção em 1 real, de 36 a 37 reais. O que sobra além disso é VE. A opção 
está valendo 1,92 logo ela tem a seguinte configuração: 
 
 
Valor Intrínseco Valor Extrínseco (VE) 
1 Real 0,92 Centavos 
47 
 
 
Ou seja, o VE é o prêmio da opção menos o valor intrínseco, em outras 
palavras, tirando

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