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FUNÇÕES PSIQUÍCAS E PATOLOGIA PROFESSOR: NELSONJR. CARDOSO FUNÇÕES PSÍQUICAS E PATOLOGIA CONSCIÊNCIA É aquilo que permite ao ser humano conhecer-se a si próprio e ao mundo externo. Representa a integração de todos os sentidos, funções cognitivas e afetivas e está relacionado à função do córtex cerebral. - Obnubilação e Sonolência há dificuldade de compreensão, de percepção, podendo haver também certo grau de desorientação, flutuações do nível de consciência. _ Torpor e Coma representam graus mais intensos de perda da consciência, geralmente acompanhados de outras perturbações neurológicas e somáticas. ORIENTAÇÃO É a capacidade de saber quem é, onde se está e a que tempo. 1. Autopsíquica: diz respeito à orientação em relação a si mesmo; 2. Alopsíquica: é a orientação ao que é externo ao paciente, basicamente tempo e espaço. Desorientação: é uma confusão acerca do tempo e ao espaço e/ou em relação a quem o indivíduo é. MEMÓRIA Faculdade de reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente. Alterações Quantitativas: Hipermnésia: corresponde ao aumento da capacidade de fixar informações e/ou aumento da capacidade de evocar informações já armazenadas. Hipomnésia e Amnésia: Podem estar relacionados à perda da capacidade de fixação ou apenas de evocação. Tipos: Alterações Anterógradas: déficit após a ocorrência de um determinado evento. O paciente tem uma perda na capacidade de fixação, e mantém déficit de evocação no início do quadro. Alterações Retrógradas: quando há dificuldade de evocar fatos ocorridos antes de uma determinada agressão ao cérebro ou uma experiência altamente estressante. Confabulações: o distúrbio primário é o de memória de fixação. Há lacunas mnêmicas que são preenchidas pelo paciente com conteúdos que não correspondem à realidade. PENSAMENTO Processo mental que se concentra nas idéias. Logorréia: discurso aumentado, tendência a falar muito, porém sem perda da seqüência lógica. Fuga de idéias: tendência irresistível a falar, juntamente com aceleração do curso do pensamento, a lógica muitas vezes se perde. Desagregação: discurso com quebra dos laços associativos lógico, de forma a ficar incompreensível. Incoerência: pensamento confuso e com quebra da lógica, desorganizado e incompreensível como na desagregação. Prolixidade: incapacidade de selecionar as representações essenciais das acessórias. Perseveração: repetição insistente do mesmo tema principal no discurso. Neologismos: palavras criadas pelos doentes ou palavras já existentes empregadas em sentido desfigurado. Disartria: dificuldade de articular as palavras. Mutismo: paciente não mantém contato verbal com o entrevistador. Bradilalia: discurso lentificado, pela diminuição da velocidade do curso do pensamento. Fobia: medo exagerado ou irracional de certos objetos ou situações. Ecolalia: repetição automática do que escuta ou da parte final de um comentário ou pergunta de outra pessoa. PENSAMENTO (Conteúdo) Fobia: medo exagerado ou irracional de certos objetos ou situações. Obsessão: pensamentos, imagens ou impulsos que surgem de forma indesejada/intrusiva e repetitiva na consciência do indivíduo. Delírio: falsa crença incompreensível, na qual o indivíduo se atém de forma inabalável e que não se modifica nem pela experiência nem por argumentação lógica contrária exaustiva. Transmissão de Pensamento: o paciente acredita que pode transmitir seus pensamentos à distancia para outras pessoas. SENSOPERCEPÇÃO Faculdade de apreciar, de julgar, entendimento. Ilusão: é a percepção deformada de um objeto real e presente. Alucinação: é uma percepção sensorial falsa não associada com estímulos reais externos. Tipos: Alucinação visual: falsa percepção visual, que pode ser elementar ou complexa. Alucinação auditiva: falsa percepção de sons, geralmente vozes, mas xtambém outros ruídos. Ex: 1.Sonorização do pensamento. 2.Audição de vozes que dialogam entre si. 3.Audição de vozes que interferem nas atividades. Alucinação Gustativa: falsa percepção de paladar. Alucinação Olfativa: falsa percepção de odor. Alucinação Motora ou Cinestésica: estas alucinações se relacionam com os movimentos e com o equilíbrio. Alucinação Tátil e de Contato: falsa percepção de toque ou sensações na superfície da pele. Alucinação Cenestésica: são as falsas percepções da sensibilidade geral e interna. Alucinação Psíquica ou pseudo-alucinações: certos fenômenos alucinatórios, cujas imagens alucinatórias não têm um verdadeiro caráter sensorial, objetivo. AFETIVIDADE Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões. Ansiedade/Angustia: Estado emocional desagradável, consiste em uma sensação de perigo iminente, apreensão e desamparo com ou sem objeto identificável. Hipotímia ou Hipomodulação: Humor deprimido. Hipertímia ou Hipermodulação : Humor exaltado e eufórico. Irritabilidade afetiva patológica: Aumento da reatividade e determinados estímulos. Indiferença afetiva: Diminuição da capacidade de vivenciar emoções. Embotamento afetivo: Grau Máximo de indiferença afetiva. Inadequação afetiva: Manifestações emocionais que não correspondem ao que se espera do individuo em determinadas situações. Ambivalência afetiva: Ocorrência de sentimentos contraditórios simultâneos sobre o mesmo acontecimento ou a mesma pessoa. PRAGMATISMO/PSICOMOTRICIDADE/VOLIÇÃO Psicomotricidade: A capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentos corporais. Volição: ato pelo qual à vontade se determina a alguma coisa. Inquietação psicomotora: certo aumento da atividade motora, relacionado com ansiedade. Agitação psicomotora: grau extremo de hiperatividade motora. Estereotipia Motora: repetição constante, uniforme e automática dos mesmos movimentos. Ecopraxia: repete ou imita gestos; posturas que vê. Negativismo: paciente pode ocorrer como resistência passiva ou oposição ativa. Atos impulsivos: atos súbitos, impetuosos, irrefletidos e em geral prejudiciais ao próprio individuo. Compulsão: comportamento ou atos mentais intencionais e repetitivos. Hiperbulia: aumento da vontade e da iniciativa. Hipobulia: debilidade da vontade e da iniciativa. Abulia: grau mais intenso de debilidade da vontade. Estupor: grande inibição/diminuição das atividades motoras, com perda de praticamente toda a atividade espontânea. Flexibilidade cérea: o paciente é “moldado”, adota e permanece corporalmente na posição em que é colocado por outra pessoa, até a exaustão. ATENÇÃO Capacidade de focalizar e manter a atenção em uma atividade, envolvendo a atenção/distração, frente aos estímulos externos ou internos. - Manutenção prejudicada. - Focalização prejudicada. - Desatenção Seletiva. - Alterações: Aprossexia, Desprossexia, hipoprossexia, hiperprossexia. JUÍZO CRÍTICO DA REALIDADE Considera-se que o juízo crítico da realidade está alterado, quando as decisões do paciente são determinadas por delírios ou alucinações. ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA A situação de entrevista psiquiátrica constitui-se numa forma particular de interação. A entrevista é um instrumento essencial para a realização dos tratamentos psiquiátricos, particularmente as psicoterapias. Os objetivos da entrevista psiquiátrica a) Avaliação psiquiátrica do paciente mediante: - a realização da anamnese psiquiátrica; - a realização do exame do estado mental; - o estabelecimento do diagnóstico; b) Indicação ou não de tratamento; c) Como recurso terapêutico (psicoterapia); d) Realização de perícias; e) Obtenção de dados para pesquisa; f) Ensino. ATITUDES DO ENTREVISTADOR CORDIALIDADE; AUTENCIDADE; SENSIBILIDADE; INTERESSE; CALOR HUMANO; PROXIMIDADE; ESPONTANIEDADE; EMPATIA. O QUE O ENTREVISTADOR NÃO DEVE FAZER Evitar ao máximo, questões que sejam respondidas somente com "sim" ou "não", preferindo perguntas abertas; Evitar interromperbruscamente o relato do paciente para solicitar informações sobre algum tópico que ficou faltando. Não pôr em dúvida os sintomas referidos, ou os fatos relatados; Não questionar as opiniões ou sentimentos do paciente; Não expor de forma direta suas contradições; Evitar fazer julgamentos morais, religiosos ou políticos; Evitar explicações, interpretações ou conclusões apressadas; Evitar discussões, mostrar-se ansioso, impaciente ou irritado; Ser sincero e direto esclarecendo dúvidas; Evitar firmar diagnósticos ou propor condutas sem ter os elementos necessários; Evitar perguntas que envolvam mais de um tema simultaneamente. 2
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