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Aula 01 Curso: Direito Constitucional p/ Técnico de Controle Externo do TCM RJ Professor: Jonathas de Oliveira Aula 02 Curso: Direito Constitucional para FCC Professor: Jonathas de Oliveira Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Fundamentos, objetivos e princípios nas relações internacionais .... 3 2- Direitos e Deveres individuais e coletivos. Remédios constitucionais: O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O mandado de injunção (individual e coletivo). O habeas data. A ação popular. A ação civil pública. ............................................................... 4 3- Questões Comentadas ................................................................... 22 4- Lista de Exercícios ......................................................................... 41 5- Gabarito ........................................................................................ 52 6- Referencial Bibliográfico................................................................ 67 Aula 02 – Princípios fundamentais. Direitos e garantias fundamentais – Parte 1 Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Fundamentos da República Federativa do Brasil Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Princípios da República Federativa do Brasil nas relações internacionais Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 1- Fundamentos, objetivos e princípios nas relações internacionais MNEMÔNICO SO-CI-DI-VA-PLU MNEMÔNICO CON-GA-ERRA- PRO MNEMÔNICO IN-PRE-AUTO-NÃO-IGUAL- DEFE-SO-RE-CO-CO Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 67 www.exponencialconcursos.com.br IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL FUNDAMENTOS OBJETIVOS PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I- Soberania II- Cidadania III- Dignidade da pessoa humana IV- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa V- Pluralismo político I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária II- Garantir o desenvolvimento nacional III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação I- Independência nacional II- Prevalência dos direitos humanos III- Autodeterminação dos povos IV- Não-intervenção V- Igualdade entre os Estados VI- Defesa da paz; VII- Solução pacífica dos conflitos VIII- Repúdio ao terrorismo e ao racismo IX- Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade X- Concessão de asilo político A Constituição Federal classifica o gênero “direitos e garantias fundamentais” em cinco espécies: 2- Direitos e Deveres individuais e coletivos. Remédios constitucionais: O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O mandado de injunção (individual e coletivo). O habeas data. A ação popular. A ação civil pública. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 5 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Muito embora se concentrem no art. 5.º da CF/88, o STF já se posicionou no sentido de que os direitos e deveres individuais e coletivos não se limitam ao rol ali estabelecido, mas espraiam-se pelo texto constitucional (ADI 939- 7/DF). Ou seja, o rol do art. 5º não é exaustivo! Direitos x garantias fundamentais A distinção entre ambos é relativamente simples. Dimensões de direitos fundamentais Direitos e garantias fundamentais direitos e deveres individuais e coletivos direitos sociais direitos de nacionalidade direitos políticos direitos dos partidos políticos Direitos prestações positivas consagradas pela Constituição Garantias instrumentos assecuratórios da adequada prestação de direitos ou da reparação de eventual lesividade a eles causada 1ª dimensão: LIBERDADE – Direitos civise políticos (primeira dimensão) Delimitação do individual e do público. Transição entre Estado Autoritário e Estado Liberal de Direito. Direitos de resistência/oposição perante o Estado. 2ª dimensão: IGUALDADE – Direitos sociais, econômicos e culturais (SEC - segunda dimensão) Transição entre Estado Liberal e Estado Social. Igualdade real e não meramente formal. 3ª dimensão: FRATERNIDADE – Direitos coletivos e difusos (desenvolvimento, meio ambiente equilibrado, comunicação etc.) Transição entre Estado Social e Estado Democrático. Proteção do gênero humano. 4ª dimensão: Democracia direta, pluralismo e acesso à informação 5ª dimensão: Paz (universal), direitos virtuais, transconsitucionalismo Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 6 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Eficácia dos direitos fundamentais O Supremo Tribunal Federal coleciona diversos julgados em que é reconhecida também a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. E o que é isso? Vejamos: O STF entende que violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Características dos direitos e garantias fundamentais Características dos direitos e garantias fundamentais Universalidade Destinam-se às coletividades e não meramente aos indivíduos Inalienabilidade Não podem ser cedidos, transferidos ou negociados sob qualquer forma como ativo econômico-financeiro Imprescritibilidade Seu usufruto não é perecível com o passar do tempo Irrenunciabilidade / Indisponibilidade Não é possível que seu titular os rejeite. No máximo, poderá não usufruí-los Concorrência O usufruto de diferentes direitos e garantias pode ser cumulativo e simultâneo por um mesmo indivíduo Historicidade São produto de processos sociais históricos e estão em constante processo de mutação Vedação ao retrocesso Sua mutação não pode implicar em evolução recionária. Ou seja, seu núcleo não pode ser suprimido ou extinto Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Eficácia Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal Horizontal é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 7 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O art. 5.º, da Constituição Federal de 1988 – parte 1 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: NOTAS (1) Para o STF (HC 94.016/SP) a simples presença de pessoa no território nacional, mesmo que estrangeiro e sem domicílio no Brasil, é elemento habilitador de direitos e garantias fundamentais, tais como o de ser processado por meio do devido processo legal. (2) Como já vimos, o princípio da isonomia (insculpido no caput do art. 5º), implica em tratar de forma desigual os desiguais, na medida de sua desigualdade. Grosso modo, é a chamada igualdade material. Nesse sentido, por exemplo, já dispôs o STF que a lei pode distinguir situações a fim de conferir a uma situação tratamento diverso do que atribui a outra, desde que a discriminação seja compatível com o conteúdo do princípio em que se sustenta (ADI 2.716/RO). (3) Como salienta Lenza (2012, p. 970), o direito à vida “abrange tanto o direito de não ser morto [quanto] o direito de ter uma vida digna”. Dessa compreensão decorrem diversas disposições constitucionais, sendo uma das mais evidentes a proibição de pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (art. 5º, XVLII, “a”). Questão não pacificada (e de improvável incidência em concursos) é a extensão da significação do termo vida. Como definir quando ela começa e o que lhe é elemento fundamental? Nessa seara, o STF já declarou a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias (ADI 3.510/DF) e do aborto de fetos anencefálicos (ADPF 54/DF), observados determinados elementos reguladores e limitadores. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; NOTA (1) Este inciso recai também no princípio da isonomia. Desta forma, igualdade não impede tratamento diferenciado na medida das diferenças! Foi assim que o STF já declarou constitucional a adoção de critérios diferenciados para a promoção de integrantes das Forças Armadas, em razão do gênero (RE 498.900-AgR/BA), dentre outras medidas afins. Essa linha deraciocínio também serve de parâmetro para a aplicação das denominadas discriminações positivas ou ações afirmativas. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 8 de 67 www.exponencialconcursos.com.br II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; NOTAS (1) Aqui está insculpida a formulação genérica do princípio da legalidade, vetor de todos os Estados de Direto (o Estado é “de Direito” justamente porque sua atuação é vinculada ao ordenamento jurídico-normativo). (2) Cabe fazer uma distinção entre dois conceitos comumente cobrados: reserva legal e legalidade. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; NOTAS (1) STF – Súmula Vinculante nº 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (2) Importante tema diz respeito à análise da recepção da chamada Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) – que tornou impuníveis, dentre outros, todos os que cometeram crimes políticos e eleitorais entre os anos de 1961 e 1979 –, levada ao STF pela Ordem dos Advogados do Brasil na ADPF 153. O STF entendeu como não admitida a revisão jurisdicional daquela lei por ter sido uma decisão política assumida naquele momento. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; LEGALIDADE • Termo mais genérico • Compreende tanto o uso de leis formais, como o uso de atos infralegais, nos limites da lei RESERVA LEGAL • Termo mais específico • Necessariamente lei formal (ou equivalente, como medida provisória) Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 67 www.exponencialconcursos.com.br VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; NOTAS (1) Percebam que a medida de privação do inciso VII exige dupla recusa: (2) Além disso, a própria CF/88 estabelece um limite circunstancial à norma, ao definir que não é permitida escusa de consciência para serviço militar em tempo de guerra (cf. art. 143). IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; NOTAS (1) “Casa” aqui é um conceito amplo. Não se limita aos lugares de habitação individual. Pelo contrário, abrange até mesmo um quarto de hotel (RHC 90.376/RJ) ou local reservado ao exercício de atividade profissional (MS 23.642/DF). Há privação de direitos por convicção subjetiva? REGRA Não EXCEÇÃO Se for invocada para o afastamento de obrigações impostas a todos Não for prestada obrigação alternativa Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 10 de 67 www.exponencialconcursos.com.br (2) (3) A prisão em flagrante independe de mandado judicial, qualquer que seja sua natureza (RHC 91.189). XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; NOTAS (1) Um clássico exemplo de norma constitucional de eficácia contida. A produção de efeitos é plena desde sua vigência. No entanto, pode lei infraconstitucional posterior restringir alguns deles. É o que ocorre, por exemplo, por meio do exame de ordem da OAB, cuja constitucionalidade já foi aceita pelo STF (RE 603.583/RS). (2) A esse respeito, entende o STF que não são todos os ofícios ou profissões que podem ser sujeitos ao cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Por exemplo, somente quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional (RE 414.426/SC). XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra Quando o domicílio pode ser adentrado? COM consentimento do morador Sempre SEM consentimento do morador Qualquer hora Flagrante Desastre Socorro De Dia Determinação Judicial Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me ntode ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 11 de 67 www.exponencialconcursos.com.br reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 12 de 67 www.exponencialconcursos.com.br NOTA (1) Notem que a Constituição distingue duas categorias para fins de direito autoral: XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; AUTORES (GERAIS) • Direitos de propriedade perduram pelo menos até a morte do autor AUTORES DE INVENTOS INDUSTRIAIS • Direitos de propriedade perduram em caráter mais temporário Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 13 de 67 www.exponencialconcursos.com.br XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; NOTA (1) A regra é que a lei penal somente incida sobre fatos ocorridos a partir de e durante a sua vigência. Mas vamos abrir um parêntese e ilustrar alguns marcos cronológicos do ciclo de vida de uma lei. Esquematicamente, temos a seguinte sequência de fatos ao término do processo legislativo1: Excepcionalmente, para benefício do réu (reformatio in mellius), a lei penal pode incidir sobre fatos ocorridos antes da sua vigência, inclusive sobre ato jurídico perfeito e coisa julgada!!! Por outro lado, a lei penal que agrave a situação do réu (reformatio in pejus) não pode retroagir. Exemplo: XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 1 Vamos pular aqui os procedimentos de iniciação, revisão, e deliberação. O estudo do processo legislativo será detalhado na aula pertinente. Promulgação Publicação Vigência e Eficácia (regra) Condenado em 10 anos por homicídio doloso tem a pena máxima do tipo penal legalmente reduzida para 5 anos. Pode retroagir (reformatio in mellius) Condenado em 10 anos por homicídio doloso tem a pena máxima do tipo penal legalmente ampliada para 15 anos. Não pode retroagir (reformation in pejus) Vacatio legis Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 14 de 67 www.exponencialconcursos.com.brXLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; NOTA (1) Inciso bastante visado em concursos. Estudaremos detidamente os aspectos constitucionais relativos à nacionalidade ao anotarmos o art. 12 da CF/88. De todo modo, temos resumidamente: Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 15 de 67 www.exponencialconcursos.com.br LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; Brasileiro Nato Nunca é extraditado Naturalizado Pode ser extraditado em caso de Crime comum anterior à naturalização Envolvimento a qualquer tempo com tráfico ilícito de drogas Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 16 de 67 www.exponencialconcursos.com.br LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; [...] LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Os remédios constitucionais Remédios constitucionais (writs) Habeas corpus Habeas data Ação Popular Mandado de injunção (individual e coletivo) Mandado de segurança (indivudal e coletivo) Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 17 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Habeas corpus [art. 5º] LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; De antemão, vale ainda lembrar que: Impetrante (legitimado ativo) É o autor da ação. Paciente É o indivíduo a ser beneficiado pela ação. Coator (impetrado) É o sujeito contra a qual se impetra a ação. H a b e a s c o r p u s Objeto e objetivo Proteção ou restauração da liberdade de locomoção Impetrante Qualquer pessoa física (nacional ou estrangeira) ou jurídica (em pouquíssimas circunstâncias). Pode também ser concedido de ofício por juiz ou tribunal. Paciente Pessoa física (nacional ou estrangeira) Coator Pessoa ou entidade, pública ou privada, cujo ato é ativo ou omissivo (HC 95.563) Competência para julgar Varia em função da pessoa ou entidadecoatora ou em função do paciente Não é cabível para questionar (dentre outros) - Punições disciplinares militares (CF/88, art. 142, §2º) - Penas de multa (Súmula 693) - Procedimentos judiciais em que não se discute, nem indiretamente, a liberdade de ir e vir (HC 90.378/MS) - Sequência de Processo Administrativo Disciplinar (HC 100.664/DF) - Suspensão de direitos políticos (REsp 19.663/SP) - Dilação probatória (HC 68.397-5/DF) - Perda de patente ou de função pública (Súmula 694) Admite liminar? Sim Outros aspectos É ação gratuita e imune de taxas (art. 5º, LXXVII) Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 18 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Mandado de segurança (individual e coletivo) Ao contrário do habeas corpus o mandado de segurança é ação de natureza eminentemente civil que pode ser aplicada, em determinados casos, também no âmbito penal. No habeas corpus, a pessoa ou entidade coatora não é necessariamente pública ou revestida de atribuições do Poder Público (pensem numa clínica particular de reabilitação que impede a saída de um paciente enquanto este não quitar o tratamento). Já no mandado de segurança esse é um dos elementos exigidos para a procedência da ação. Ok, e o objeto? Também é distinto. [art. 5º] LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Direito líquido e certo É aquele que pode ser provado de imediato (não necessita dilação probatória) e se sustenta em fatos sobre os quais inexiste incerteza. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 19 de 67 www.exponencialconcursos.com.br As diferenças entre o mandado de segurança coletivo e o mandado de segurança individual se concentram nos elementos “objeto” e “impetrantes”. (i) Objeto M a n d a d o d e s e g u r a n ç a i n d i v i d u a l Objeto e objetivo Proteção, preventiva ou repressiva, de direito líquido e certo, desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data Impetrante - pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras - universalidades reconhecidas por lei e que tenham capacidade processual, mesmo sem personalidade jurídica (ex.: o espólio, a sociedade de fato etc.) - alguns órgãos públicos - o Ministério Público Paciente O detentor do referido direito Coator Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público Competência para julgar Varia em função da pessoa ou entidade coatora e sua sede (federal, estadual, distrital ou municipal) Não será concedido contra - ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; - decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; – decisão judicial transitada em julgado (STF - Súmula nº 268). - lei em tese (geral e abstrata), exceto se produtora de efeitos concretos (STF - Súmula nº 266) - atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público Admite liminar? Como regra, sim! Outros aspectos Não é ação gratuita ou imune de taxas Como regra, o prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado (art. 23). É vedada a concessão de medida liminar que tenha por objeto (Lei 12.016/09, art. 7º, § 2º): a) a compensação de créditos tributários; b) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; c) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos; d) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 3- Questões ComentadasÉ vedada a concessão de medida liminar que tenha por objeto (Lei 12.016/09, art. 7º, § 2º): a) a compensação de créditos tributários; b) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; c) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos; d) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 3- Questões Comentadas Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 20 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Os direitos líquidos e certos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. (ii) Impetrantes (legitimação ativa) Mandado de injunção (individual e coletivo) O mandado de injunção (MI) é uma ferramenta que guarda semelhanças com a ADO e que também tem por objetivo combater a inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada (que precisam de regulamentação infraconstitucional para a produção plena de efeitos). [art. 5º] LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Apesar da CF/88 não falar expressamente em mandado de injunção coletivo, o STF coleciona julgados (MI 73/DF, MI 361/RJ, MI 472/DF, dentre outros) em que admite, por analogia, como impetrantes (legitimados ativos) do MI coletivo, o rol do inciso LXX. Vejamos os aspectos gerais do writ: Impetrantes Partido político com representação no CongressoNacional Defesa de interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária A representação se configura mesmo com apens 1 membro em qualquer das Casas (ver ADI 2.060-MC/RJ) Organização sindical e entidade de classe Defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial Associação O mesmo que as organizações sindicais e entidades de classes. No entanto, é obrigatório que as associações (e somente elas) estejam constituídas há pelo menos 1 ano Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 21 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Habeas data [art. 5º] LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Apesar do inciso XXXIII assegurar o direito à informação de interesse particular ou de interesse coletivo, ele não se confunde com a informação protegida pelo habeas data, que é sempre relativa à pessoa do impetrante (HD 87-AgR/DF). O direito à informação que se exerce naquele inciso é mais amplo que o exercido por meio de habeas data e pode dizer respeito a diversos conteúdos, porém não se refere a dados sobre a própria pessoa do impetrante. M a n d a d o d e i n j u n ç ã o Objeto e objetivo Viabilizar o exercício de direito e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania Impetrante Mandado de injunção individual: - Pessoa física ou jurídica titular dos direitos e liberdades Mandado de injunção coletivo: - Partido político com representação no Congresso Nacional; - Organização sindical e entidade de classe; - Associação que esteja constituída há pelo menos 1 ano Paciente O titular dos referidos direitos e liberdades Coator Poder, órgão, entidade ou autoridade competente para regulamentar a norma de eficácia limitada Competência para julgar Varia em função da pessoa ou entidade coatora, podendo ser de competência do STF, STJ ou TJs locais Admite liminar? Não Outros aspectos Não é ação gratuita ou imune de taxas Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 22 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Além disso, para a proteção do direito líquido e certo de receber informações de interesse pessoal ou coletivo de órgãos públicos, o remédio adequado é o mandado de segurança! Ação popular [art. 5º] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Dois elementos já saltam à vista numa primeira leitura. Primeiro, o impetrante é qualquer cidadão. Pessoa jurídica não é cidadão, logo, não pode propor ação popular (STF – Súmula 365). Em segundo lugar, a capacidade eleitoral ativa é facultativa para pessoa física que tenha mais que dezesseis e menos que dezoito anos. Sendo detentor de título de eleitor, não há impedimento legal para que um indivíduo menor de idade proponha a ação. Passemos a analisar a ação: H a b e a s d a t a Objeto e objetivo - Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; - Retificar de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Impetrante Qualquer pessoa física ou jurídica de cuja informação se trate Paciente O impetrante Coator Entidade pública ou privada na qual estejam registrados os dados Competência para julgar STF, STJ, TRFs e juízes federais Admite liminar? Não Outros aspectos É ação gratuita e imune de taxas Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 23 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Ação civil pública A Constituição Federal dispõe a respeito do Ministério Público que: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...] III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; [...] § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. [...] O que são direitos difusos e coletivos? A ç ã o p o p u l a r Objeto e objetivo Anular o ato lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (CF/88) e reparar o dano (Lei nº 4.717/65). Impetrante Qualquer cidadão (brasileiro nato ou naturalizado) Paciente O impetrante Coator Pessoas físicas ou jurídicas que pratiquem ou se beneficiem do ato lesivo (ou potencialmente lesivo) Competência para julgar STF e juízes de 1º grau Admite liminar? Sim Outros aspectos É ação gratuita e imune de taxas, salvo comprovada má-fé O prazo prescricional da ação civil pública é de 5 anos, ressalvada ação de ressarcimento ao erário Titulares são indeterminados e indetermináveis Exemplo: No caso da poluição dos rios de uma cidade, por lançamento de esgoto in natura por uma indústria da região, todos seus moradores, de forma indeterminada e indeterminável, têm seu direito ao meio ambiente violado. Titulares são indeterminados, porém determináveis Exemplo: No caso de um defeito mecânico de uma marca de automóvel, de determinado ano de fabricação, o direito é coletivo, mas os sujeitos são determináveis (os adquirentes do veículo). D ir e it o s d if u s o s D ir e ito s c o le tiv o s Có pi a re gist ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 24 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O art. 5.º, da Constituição Federal de 1988 – parte 2 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. A ç ã o c i v i l p ú b l i c a Objeto e objetivo Tutelar, dentre outros interesses difusos e coletivos (rol não taxativo), ações relacionadas: - ao meio ambiente; - ao consumidor; - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; - à ordem econônima; - à ordem urbanística. Legitimados ativos - o Ministério Público; - a Defensoria Pública; - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção aos objetos acima relacionados. Legitimados passivos Pessoas físicas ou jurídicas que lesionem ou ameaçem lesionar os bens tutelados Competência para julgar Juízes federais e TJs Admite liminar? Sim Não é cabível para Pretensões que envolvam: - tributos e contribuições previdenciárias; - o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 25 de 67 www.exponencialconcursos.com.br LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Lembremos que: § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Eficácia das normas constitucionais Plena - Produzem integralmente seus efeitos a partir da vigência da Constituição; - Desnecessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade plena e imediata. Contida - A produção de efeitos também é integral. No entanto, há margem para que norma constitucional ou infraconstitucional os limite; - A priori, desnecessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade plena e imediata. Limitada - A produção de efeitos é reduzida (apenas os mais gerais são notados a partir da vigência da Constituição); - Necessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade reduzida e mediata. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 26 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Tratado e convenção que versa sobre direitos humanos aprovado segundo o rito do art. 5º, § 3º Status constitucional (equivale às emendas constitucionais) Tratado e convenção que versa sobre direitos humanos aprovado em rito ordinário de internalização Status supralegal (abaixo da Constituição, porém acima da legislação infraconstitucional) Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 27 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 1- (FCC / Defensor Público – MA / 2009 / Adaptada) O jurista espanhol Antonio Perez Luño define os direitos fundamentais como um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências da dignidade, igualdade e liberdade humanas, devendo obrigatoriamente ser reconhecidos no ordenamento jurídico positivo e por este garantidos, em âmbito internacional e nacional, gozando no ordenamento nacional de tutela reforçada em face dos poderes constituídos do Estado (Los derechos fundamentales. 5. ed. Madrid: Tecnos, 1993, p. 46-47, tradução livre). No ordenamento brasileiro, a tutela reforçada a que se refere o autor: a) não encontra previsão em nível constitucional. b) não pode ser imposta ao poder constituinte derivado. c) é considerada um desdobramento da aplicabilidade imediata e eficácia limitada das normas definidoras de direitos fundamentais previstas na Constituição. d) decorre da impossibilidade de o Congresso Nacional deliberar sobre proposta de emenda à Constituição tendente a abolir os direitos fundamentais. Resolução: Alternativa D. Questão relativamente simples. Lembram-se que existem normas constitucionais que são cláusulas pétreas? Pois então. Os direitos e garantias fundamentais gozam dessa blindagem adicional. 2- (FCC / Analista Judiciário do TRT da 6ª Região / Área Judiciária / 2012) O voto é uma das principais armas da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democráticode Direito. Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a: a) soberania. b) prevalência dos direitos humanos. c) cidadania. d) independência nacional. e) dignidade da pessoa humana. 3- Questões Comentadas Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 28 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: Alternativa C. Parte expressiva da doutrina define cidadão como o brasileiro (nato ou naturalizado) que possui capacidade eleitoral ativa e passiva (de votar e ser votado). Assim, nos termos constitucionais, a cidadania diz diretamente com o voto. 3- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 23ª Região / 2016) Ao dispor sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil, a Constituição prevê, expressamente, como (1) fundamento, (2) objetivo e (3) princípio de relações internacionais da República: a) (1) Fundamento - a soberania (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a solução dos conflitos pela arbitragem b) (1) Fundamento - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (2) Objetivo - a garantia do desenvolvimento nacional (3) Princípio de relações internacionais da República - a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade c) (1) Fundamento - a cidadania (2) Objetivo - a promoção de formas alternativas de geração de energia (3) Princípio de relações internacionais da República - a independência nacional d) (1) Fundamento - a dignidade da pessoa humana (2) Objetivo - a proteção da infância e da juventude (3) Princípio de relações internacionais da República - a concessão de asilo político e) (1) Fundamento - o parlamentarismo (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a defesa da paz. Resolução: Alternativa B. Mais uma questão literal. Note-se que é lugar comum tentar confundir os FUNDAMENTOS, OBJETIVOS FUNDAMENTAIS e PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. No entanto, isso é facilmente vencível após algumas revisões. Vamos novamente organizar nossas ideias conforme o quadro resumo abaixo. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 29 de 67 www.exponencialconcursos.com.br REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL FUNDAMENTOS OBJETIVOS PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I- Soberania II- Cidadania III- Dignidade da pessoa humana IV- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa V- Pluralismo político I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária II- Garantir o desenvolvimento nacional III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação I- Independência nacional II- Prevalência dos direitos humanos III- Autodeterminação dos povos IV- Não-intervenção V- Igualdade entre os Estados VI- Defesa da paz; VII- Solução pacífica dos conflitos VIII- Repúdio ao terrorismo e ao racismo IX- Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade X- Concessão de asilo político 4- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 23ª Região / 2016) Os chamados direitos de primeira geração (ou dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência do modelo de Estado Liberal. São exemplos de direitos de primeira geração ou dimensão: a) direito à vida e direito à saúde. b) direito à liberdade e direito à propriedade. c) direito à igualdade e direito à cultura. d) direito ao lazer e direito à moradia. e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável. Resolução: Alternativa B. Questão bem simples. Os direitos de 1ª dimensão são aqueles que marcam um distanciamento entre cidadão e Estado, garantindo àquele, formas básicas de proteção contra o poder arbitrário deste. São os direitos que se consolidaram com as revoluções burguesas. No entanto, ainda não cuidavam de aspectos como a igualdade material, os direitos sociais e outros aspectos relativos à sociedade (coletivamente considerada). Vale aqui fazer a revisão: Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 30 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 5- (FCC / Analista Judiciário do TRF da 4ª Região / Área Judiciária / 2010) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração: a) os direitos econômicos e culturais. b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. c) as liberdades públicas. d) os direitos e garantias individuais clássicos. e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. Resolução: Alternativa A. Basta lembrar o mnemônico SEC (de “second” – “segunda” – [geração]). Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. É interessante memorizá-lo já que assim, de quebra, conseguimos imediatamente visualizar o que caracteriza os direitos de 1ª e 3ª gerações. 6- (FCC / Gestor Público – PI / 2013) O Supremo Tribunal Federal entende que: a) os direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal vinculam diretamente apenas os poderes públicos. 1ª dimensão: LIBERDADE – Direitos civis e políticos (primeira dimensão) Delimitação do individual e do público. Transição entre Estado Autoritário e Estado Liberal de Direito. Direitos de resistência/oposição perante o Estado. 2ª dimensão: IGUALDADE – Direitos sociais, econômicos e culturais (SEC - segunda dimensão) Transição entre Estado Liberal e Estado Social. Igualdade real e não meramente formal. 3ª dimensão: FRATERNIDADE – Direitos coletivos e difusos (desenvolvimento, meio ambiente equilibrado, comunicação etc.) Transição entre Estado Social e Estado Democrático. Proteção do gênero humano. 4ª dimensão: Democracia direta, pluralismo e acesso à informação 5ª dimensão: Paz (universal), direitos virtuais, transconsitucionalismo Có pi a re gi st ra da p ar a Herc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 31 de 67 www.exponencialconcursos.com.br b) as violações a direitos fundamentais ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado. c) o caráter público da atividade exercida por associação privada e a dependência do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios legitimam a aplicação direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. d) o espaço de autonomia privada garantido pela Constituição Federal aos particulares é imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram respeito aos direitos fundamentais. e) a autonomia privada pode ser exercida em detrimento aos direitos e garantias de terceiros, inclusive àqueles positivados em sede constitucional. Resolução: Alternativa C. O STF entende que violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Nesse sentido, a eficácia os direitos fundamentais assegurados pela Constituição também se presta à proteção dos particulares em face dos poderes privados. Por exemplo, dos empregados em relação aos empregadores, na relação dos consumidores em relação às empresas, dentre outros. 7- (FGV / Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal de Cuiabá – MT / 2015 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir. Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis e indisponíveis. Resolução: Como regra, correta. E por que como regra? Imaginem a participação de indivíduos em certos realitys shows. Tal participação potencialmente ocasiona uma restrição a direito fundamental dos participantes, qual seja, à intimidade! Importante observar que, cada vez mais, a doutrina e jurisprudência entendem que a maior parte dos direitos fundamentais não é absoluto, podendo ser restringidos/suspensos pela lei ou mesmo por vontade dos próprios indivíduos, desde que de modo não permanente e em situações excepcionais. 8- (ESAF / Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental / 2013 / Adaptada) Assinale a opção correta. a) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição em vigência não assegura inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade ao estrangeiro em trânsito pelo território nacional. Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 32 de 67 www.exponencialconcursos.com.br b) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição em vigência não assegura inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade ao estrangeiro que não possua domicílio no país. c) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição garante acesso à justiça gratuita às pessoas jurídicas. d) Pessoas jurídicas são beneficiárias de direitos e garantias fundamentais, exceto direitos e deveres individuais. e) Direitos enunciados e garantidos pela Constituição são de brasileiros, pessoas físicas e jurídicas e de estrangeiros, exceto aqueles em trânsito pelo território nacional. Resolução: Alternativa C. O STF possui diversos julgados em que admite acesso à justiça gratuita às pessoas jurídicas desde que comprovem a impossibilidade de arcarem com os encargos processuais, sem comprometer a existência da entidade. O problema nas alternativas “A”, “B” e “E” é que o entendimento da Corte Maior é bastante expansivo quanto ao tema. Ou seja, admite-se a extensão de direitos e garantias individuais aos estrangeiros que estiverem em território nacional, ainda que em trânsito (como os turistas) e que não possuam vínculos jurídicos com o Estado brasileiro (como a posse de bens em território nacional, por exemplo). Por fim, a alternativa “D” complementa o entendimento acima. Nossas cortes superiores (STF e STJ) admitem a incorporação de muitos direitos (e deveres) individuais às pessoas jurídicas. Além do supracitado, outro exemplo vem do STJ, que admite que pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227). 9- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) Julgue o item seguinte, acerca dos direitos e garantias fundamentais da República Federativa do Brasil. Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para determinados segmentos. Resolução: Correto! As ações afirmativas, a princípio, são medidas temporárias com efeito compensador ou reparador para fins de eliminar ou minimizar distorções entre os diferentes segmentos da sociedade. O princípio da isonomia (insculpido no caput do art. 5º), implica em tratar de forma desigual os desiguais, na medida de sua desigualdade. Grosso modo, é a chamada igualdade material. Nesse sentido, por exemplo, já dispôs o STF que a lei pode distinguir situações a fim de conferir a uma situação tratamento diverso do que atribui a outra, desde que a discriminação Có pi a re gi st ra da p ar a He rc ul es (C PF : 0 35 .17 3.7 41 -30 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Constitucional – Curso regular Resumo + Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira 33 de 67 www.exponencialconcursos.com.br seja compatível com o conteúdo do princípio em que se sustenta (ADI 2.716/RO). 10- (FCC / Oficial de Defensoria Pública – SP / 2015) Márcio, Oficial de justiça da Defensoria do Estado de São Paulo, necessita cumprir um mandado na residência de Simone. Para o efetivo cumprimento do mandado Márcio precisa entrar no interior da residência. Quando chega ao local, às 19 horas e 45 minutos, Simone não permite a sua entrada, afirmando que seus filhos estão dormindo e que, se ele desejar, retorne outro dia em horário diurno. Neste caso, de acordo com a Constituição Federal, considerando que não há flagrante ou situação de urgência, Márcio deverá: a) retornar outro dia, em horário diurno, uma vez que Simone está apenas exercendo seu direito constitucional consistente na inviolabilidade domiciliar. b) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite a entrada na residência de Simone até às 21 horas. c) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite a entrada na residência de Simone até às 20 horas. d) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite
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