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Política Criminal de Drogas

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Criminologia
Aula 7: Política criminal de drogas
Apresentação
A política criminal de drogas é algo recente, embora o uso de drogas sempre estivesse presente em nossa história .�Nesta
aula, vamos contextualizar seu uso com momentos históricos e conhecer os discursos legitimadores do controle das
drogas.
Nesta aula, você:
A evolução histórica do uso das drogas;
Os discursos legitimadores para o seu controle;
As políticas criminais de controle.
Objetivos
Conhecer a evolução do uso de drogas na sociedade e de seu controle;
Conhecer os discursos legitimadores do controle das drogas;
Diferenciar a ideologia da defesa social para a de segurança nacional.
Origem da palavra
A origem da palavra "droga" é um tanto controversa:
O conceito de drogas é muito amplo, podendo ser de�nido como
qualquer substância capaz de alterar as condições psíquicas e, às
vezes, físicas do ser humano. São entorpecentes aquelas que alteram
seu estado de percepção.
Controle penal das substâncias entorpecentes
O controle penal das substâncias entorpecentes é algo relativamente recente, uma vez que o seu uso sempre esteve presente
em nossa história. Vejamos um pouco da história de utilização de entorpecentes:
Maconha
Há aproximadamente 4 mil anos
Há indícios de que a maconha, por exemplo, é
conhecida na China há aproximadamente 4
mil anos.
450 a.C.
O grego Heródoto anotou em 450 a.C. que a
maconha era queimada nas saunas para
causar efeito entorpecente em seus
frequentadores.
Século XIX
A maconha, também conhecida como
cânhamo, entrou no Brasil trazida da África
pelos escravos, enquanto que na Europa era
usada para fazer roupas, papel, óleo para
luminárias e remédios.
O maior livro de Medicina do Brasil do século
XIX (Pedro Luis N. Chernovitz) a indicava para
o tratamento de bronquite, tuberculose e
cólicas.
A droga foi usada  de forma terapêutica até
pela Rainha Vitória da Inglaterra.
Século XX
Porém, já no início do século XX, por ser
muito barata, a droga �ca vinculada aos
negros e mulatos e à sua degeneração moral.
Quando começa a ser usada pelos �lhos da
burguesia, passa a ser uma vingança
inconsciente dos negros, que a trouxeram da
África para escravizar os brancos.
1960
Há mais de 4 mil anos os índios da Amazônia
usam plantas alucinógenas como a
ayahuasca e a jurema, as quais atraíram
muitos turistas estrangeiros para
experimentá-la até aproximadamente 1960.





Ainda hoje o Santo Daime, substância
entorpecente não ilícita, é usado em cultos
religiosos.
Cocaína
Antes do descobrimento das
Américas
As folhas de coca já eram muito usadas e
posteriormente conquistaram a Europa.
A droga foi usada, inclusive, para fazer vinhos,
como o Mariani, preferido do papa Leão XIII
em 1863. Neste período, Albert Nieman isolou
o cloridrato de cocaína, criando a droga
conhecida hoje, que – vale lembrar – foi
muito usada e receitada por Freud.
Após a I Guerra Mundial
A cocaína vira moda no Rio de Janeiro e em
São Paulo, sendo encontrada nas farmácias
até 1924 com o nome de “fubá mimoso”.
“Vícios elegantes” No século XIX
Pela in�uência do Romantismo, as drogas
faziam parte dos chamados “vícios
elegantes”.
Drogas de “Vícios elegantes”



 Ópio
O ópio era um dos mais
usados. Originado da
papoula, também tinha
�nalidade médica como
analgésico e
antidiarreico, tendo seu
uso conhecido no
Sudoeste Asiático e no
Oriente Médio há 5 mil
anos.
 
Mor�na
Em 1817, a mor�na do
ópio foi isolada e
produzida por
laboratórios como
analgésico, e em 1874, é
produzida a heroína.
Ambas eram vendidas
em farmácias.
 
LSD
O LSD (ácido lisérgico) foi
criado em 1943 por
Albert Hofmann quando
estudava um fungo do
centeio para fazer um
remédio para ativar a
circulação. Até 1963, o
LSD era utilizado em
tratamentos
psicológicos. Foi
difundido e ganhou força
como uma droga
relacionada à liberdade
criativa e a artistas com
Aldous Huxley, cujo livro
As portas da percepção
in�uenciou o nome da
banda The Doors, marco
do rock questionador e
psicodélico.
Ecstasy
Atualmente há um
incremento do uso por
parte de jovens de classe
alta e média de drogas
sintéticas, tendo em vista
a sua fácil aquisição fora
da periferia. Alguns
exemplos são o ecstasy,
derivado de anfetamina e
estimulante do sistema
nervoso central, o Special
K, produzido a partir da
quetamina, substância
presente em anestésicos
de uso veterinário, e
o GHB, que também é
chamado de Ecstasy
líquido.
Formas de controle
A partir do século XX, as drogas começam a sofrer algumas formas de controle. Seu uso era legitimado por determinados
discursos, nos seguintes âmbitos:
Médico
Onde o usuário é considerado um
doente, cujo aumento na
sociedade se transforma numa
epidemia;
Cultural
Onde o jovem usuário é visto como
aquele que se opõe ao consenso,
que age contrariamente aos
valores dos homens de bem;
Moral
Que de�ne a droga como o veneno
da alma e o usuário como ocioso,
improdutivo;
Político-criminal
Onde a droga é relacionada a
outros crimes.
Na década de 50, a droga não era um problema criminal, sendo seu uso ainda restrito a camadas especi�cas da população,
como a Aristocracia, intelectuais, artistas e delinquentes comuns. Porém, já existem observações médicas, morais e ético-
juridicas (periculosidade) sobre seu uso.
É no período do pós-guerra, porém, que há a cristalização do trá�co de drogas. Por força da guerra, houve uma superprodução
de mor�na na Europa que não foi utilizada, a qual foi escoada pela nascente má�a italiana na conexão Marselha-Havana-Nova
York (conhecida como Cosa Nostra).
Ideologia de defesa social e de segurança nacional
Após a II Guerra Mundial, a política criminal do Ocidente se respaldou em uma ideologia de defesa social, ou seja, um sistema
de controle social que tem no sistema penal um instrumento de reação contra a criminalidade.
Na década de 80, no entanto, o combate ao trá�co ganha in�uência do Neoliberalismo e passa a ser conduzido por
uma ideologia de segurança nacional.
Vejamos os desdobramentos e sobre quais aspectos a ideologia de defesa social e de segurança nacional é construída:
Clique nos botões para ver as informações.
Os EUA, talvez para fortalecer a sua noção de patriotismo, talvez para alimentar sua indústria bélica, sempre construiu
inimigos externos, como a antiga União Soviética, nos anos 60 e 70. Nos anos 80, foram as drogas. Hoje, naturalmente, é
o terrorismo.
Fortalecimento do patriotismo 
Essa ideologia é formada pela ideia de estado de guerra, onde os inimigos devem ser eliminados. É o que Nilo Batista
chama de “política criminal com derramamento de sangue”. Quem nunca ouviu dizer que as favelas do Rio são um Estado
à parte? Essa ideia nos leva a crer encontrar-se em risco nossa própria soberania, o que autorizaria toda e qualquer
medida para se impor a lei e a ordem, ainda que haja o sacrifício de garantias individuais (como as invasões de domicílio
sem mandado).
Estado em guerra 
O que observamos é uma política irracional de controle, cujo problema não é criminal, mas sim de mercado, onde há
oferta e procura. O trá�co se resume a alguém que quer comprar algo e alguém que tem esse algo para vender. Tal fato
pôde ser veri�cado em Chicago, nos anos 30, quando foi instaurada a lei seca, em que se proibiu a venda de bebidas
alcoólicas. Sua venda tornou-se uma atividade marginal e fortaleceu o crime organizado e do colarinho branco. As
pessoas continuaram bebendo, enquanto outras morriam nessa guerra pelo controle. Da noite para o dia, percebeu-se a
inutilidade de tal proibição, e a venda de bebidas voltou a ser permitida.
Política de controle pautada no mercado 
Numa sociedade desigual como a nossa, em que as oportunidades não são distribuídas de forma igualitária,onde o
Estado é omisso e grande parcela dos jovens não possui perspectivas, como punir criminalmente, à custa de tantas vidas,
uma prática comercial? Como criminalizar o uso quando, em última instância, o usuário é a vítima do trá�co, que é um
delito contra a saúde pública? Como manter uma política onde há mais mortes pelo seu combate do que pela própria
droga? Existe um número muito maior de mortes em decorrência da luta armada entre tra�cantes, e entre estes e
policiais, do que motivados pelo uso da droga em si.
Criminalização do uso 
Atividade Correlacione
1. A partir do século XX, as drogas começam a sofrer algumas formas de controle. Seu uso era legitimado por determinados
discursos, em determinados âmbitos.
Médico 1 Cultural 2 Moral 3 Político-criminal 4
1) Que de�ne a droga como o veneno da alma e o usuário como
ocioso, improdutivo
2) Onde o jovem usuário é visto como aquele que se opõe ao
consenso, que age contrariamente aos valores dos homens de bem
3) Onde a droga é relacionada a outros crimes
4) Onde o usuário é considerado um doente, cujo aumento na
sociedade se transforma numa epidemia
Notas
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
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Referências
BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
1998.
ARNEIRO, Henrique Soares. Artigos publicados na revista Nossa História. Nº 33, julho de 2006, Editora Vera Cruz.
CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: do discurso o�cial às razões de descriminalização. Rio de Janeiro:
Luam, 1997.
OLMO R d l A f lt d d Ri d J i R 1990
OLMO, Rosa del. A face oculta da droga. Rio de Janeiro: Revan, 1990.
Próxima aula
A evolução histórica da pena privativa de liberdade;
As teorias justi�cacionistas da pena;
O sistema carcerário.
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