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Introdução à Criminologia: Conceito e História

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Criminologia
Aula 1: Conceito e História
Apresentação
Nesta aula entenderemos que a Criminologia, enquanto ciência, possui métodos que visam explicar a realidade a partir de
um determinado objeto.
Também conheceremos a interdisciplinaridade que envolve a enfoques distintos e se apodera de diversas esferas do
conhecimento, a �m de melhor entender determinada situação criminológica.
Veremos ainda como a s formas de punição possuem um caráter estreitamente ligado à situação socioeconômica.
Objetivos
Conhecer os objetos de estudo da Criminologia e a metodologia aplicada;
Conhecer a diferença entre Criminologia, Direito Penal e Política Criminal;
Conhecer a �nalidade da Criminologia;
Conhecer a natureza interdisciplinar da Criminologia.
Conhecer a origem do direito penal e o desenvolvimento das políticas criminais de controle social na Idade Média e
Moderna;
Conhecer o conteúdo do pensamento iluminista da escola clássica e os limites dos poderes do Estado.
Métodos da Criminologia
A Criminologia é uma ciência do ser, ou seja, visa entender e explicar a realidade a partir de um determinado objeto, utilizando-
se para tanto dois métodos:
Clique nos botões para ver as informações.
Analisa a realidade pela coleta de dados concretos, materialmente veri�cáveis, como estatísticas, registro de ocorrências,
dados de vítimas e/ou criminosos, como idade, sexo, escolaridade etc.
Método empírico 
É indutivo, pois em decorrência da observação de premissas especí�cas é possível se construir uma teoria genérica capaz
de explicar determinado fenômeno.
Método indutivo 
Enquanto o direito valora o fato, de�nindo-o ou não como algo lesivo
para a coletividade, a criminologia o analisa e explica, como um
fenômeno real.
Objeto
Dependendo do interesse do pesquisador, o objeto da criminologia pode variar, via de regra, dentro dos seguintes temas:
O criminoso - Neste tema, tenta-se explicar seu motivo, seu psiquismo, suas motivações.
O crime - Este estudo pode ser dirigido à análise da prática de delitos especí�cos, como nos casos de
trá�co de drogas,crime organizado e lavagem de dinheiro.
A vítima - Através da vitimologia, ciência que estuda seu comportamento, sua posição frente o agente
vitimizante ou até mesmo, sua colaboração com a prática do crime.
Em uma decisão político criminal, o poder público intervém no cenário urbano, diminuindo assim o número de delitos.
Os processos de criminalização - Parte dos estudos mais modernos da chamada criminologia crítica,
que tem como interesse explicar, quais os critérios levam um delinquente a ser inserido no sistema
penal.
O sistema penal - São eles: o sistema policial, judiciário, o sistema carcerário e de aplicação de pena.
Função da Criminologia
A criminologia serve de referência teórica para a implementação de estratégias de políticas criminais, que são métodos
utilizados pelo poder público no controle da criminalidade. Exemplo:
Espaços abertos e mal iluminados facilitam a prática de crimes.
 
Da interdisplinaridade
A criminologia, além de ser reconhecida como ciência, também é considerada interdisciplinar, uma vez que para qualquer dos
objetos que se destina estudar, poderá fazê-lo sob vários enfoques distintos, podendo se apoderar de diversas esferas do
conhecimento a �m de melhor entender determinada situação.
Clique nos botões para ver as informações.
No estudo do desenvolvimento das práticas punitivas, da pena e do direito penal; a compreensão da Inquisição; a
relevância da escravidão e suas permanências no cenário atual do Brasil.
História 
Entender a in�uência da economia na tomada de determinadas políticas criminais; no estudo dos crimes econômicos e
transnacionais, como de lavagem de dinheiro e ambientais; na in�uência das diferenças sociais como fator criminógeno.
Economia 
Veri�car os fatores biológicos e psicológicos que in�uenciam o criminoso na prática do crime; o neo-positivismo e a busca
do gene da violência no código genético humano.
Biologia/psicologia 
Para a compreensão do crime como fenômeno social; o estudo dos grupos e subgrupos que compõe a sociedade e seus
valores; entender como a mobilidade social pode in�uenciar o crime.
Sociologia 
Nos critérios utilizados pelo legislador no momento de legislar matéria criminal; o papel do judiciário na seletividade do
sistema penal; o uso do direito como instrumento de poder.
Direito 
Pode ser estudada a �m de questionar os paradigmas de controle e as escolas existentes como, por exemplo, no estudo
das teorias que fundamentam a pena.
Filoso�a 
 Reações aos con�itos
“Ao longo de milênios, vem surgindo uma linha demarcatória
entre modelos de reação aos con�itos: um, o de solução entre
as partes; o outro, de decisão vertical ou punitiva”
- Eugênio Raul Zaffaroni e Nilo Batista
Punição e meios de produção
Ao longo dos séculos, a forma de punir varia conforme a economia: quando há aumento da pobreza, as punições são mais
cruéis, para controlar com maior rigor essa camada da população, havendo açoites e penas capitais; se por doença ou guerra
houver pouca mão de obra, incrementa-se a pena de trabalhos forçados (galés).1
1200
Neste período da Idade Média, já havia uma nítida distinção na forma como se punia segundo a situação �nanceira do
autor do fato: se era um nobre, a pena era uma �ança pecuniária; mas se o infrator fazia parte das camadas mais
pobres, recebia penas corporais.
Séculos XV e meados do XVI
Há um grande aumento da população miserável na Europa, o que repercutiu no incremento de penas mais cruéis, como
mutilações e morte.
Séculos XVI e XVII
Com o baixo crescimento demográ�co, face às guerras e doenças, muda-se a forma de punir, a �m de aproveitar a
mão-de-obra dos condenados. As penas de morte são substituídas pelas de trabalhos forçados, através do degredo e
das galés.
Séculos XVIII e XIX
Inicia-se o crescimento demográ�co. Havendo um excedente para a mão-de-obra, surge a necessidade de manter este
contingente sob controle, através da exclusão propiciada pela prisão, instituto que surge neste período.
Durante a Idade Média, com o fortalecimento da Igreja Católica, são criados o Santo Ofício e a Inquisição, tendo como
�nalidade caçar os inimigos da fé católica através de um processo sem contraditório, onde o acusador e o juiz eram a mesma
pessoa (presente ainda hoje no inquérito policial).
Clique nos botões para ver as informações.
No século XV, a Igreja ganha força política e usa efetivamente a Inquisição para caçar seus inimigos e acumular riquezas.
Força da Igreja 
Os crimes estavam de�nidos nos Editos da Fé, podendo se destacar: heresia (desprezo pelas leis da Igreja, pelo papa e
pelos santos), judaísmo, islamismo, luteranos, adivinhação, superstição, invocação do demónio e posse de livros proibidos
(uma vez que havia um controle sobre livros, livreiros e editores, pois os privilégios papais para impressão de livros
duraram até 1606; obviamente, essa era uma forma de controlar a circulação e o acesso ao conhecimento).
Tipos de crime 
A pena poderia ser a excomunhão, o con�sco (o que muito auxiliou para o enriquecimento da Igreja), o banimento ou a
morte. E como era relacionada à religião, sempre se buscava a con�ssão do herege, sendo legitimado o uso da tortura.
Tipos de pena 
Ostentação dos suplícios
Nos séculos XVII e XVIII, tornou-se comum o uso do corpo
do condenado para demonstrar o poder do soberano num
espetáculo de suplício em praça pública, buscando o
medo e o testemunho das pessoas.
A pena de morte é usada para aqueles crimes mais graves,
antecipada pela aplicação de uma série de técnicas para
aumentar a dor e o sofrimento do sujeito.
2
3
Iluminismo
Em meados do século XVIII, há o desenvolvimento de um conjunto de críticas àquele sistema punitivo cruel e irracional,
momentosem que se clamou pelo Humanismo e por um necessário limite ao Estado.
Trata-se de um movimento que teve como base o Contratualismo, desenvolvido por Rousseau, Hobbes e Locke, e que
in�uenciou autores dentro do Direito Penal.
A Escola clássica como estes �caram conhecidos, inclui Carrara, Feuerbach e, principalmente, Beccaria, que no seu livro Dos
delitos e das penas, critica a pena de morte, a denúncia anônima, a tortura e os crimes de perigo abstrato, dentre outras
práticas desumanas da época.
Jean J. Rousseau
 
Thomas Hobbes
 
John Locke
Francesco Carrara
 
Ludwig Feuerbach
 
Cesare Beccaria
4
Atividades
1. A criminologia utiliza dois métodos que visam entender e explicar a realidade a partir de um determinado objeto. Explique quais
são e quais seus objetivos.
2. A criminologia é perpassada por uma interdisciplinaridade. Explique como a Filoso�a, a História e a Sociologia contribuem
com a criminologia.
Notas
Galés1
A pena das galés era a punição na qual os condenados cumpriam a pena de trabalhos forçados. Era uma espécie de antiga
sanção criminal.
Suplício2
“O suplício faz correlacionar o tipo de ferimento físico, a qualidade, a intensidade, o tempo dos sofrimentos com a gravidade do
crime, a pessoa do criminoso, o nível social de suas vítimas” (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2000).
Sofrimento3
“... um executor tomou umas tenazes de aço (...) Atenazou-lhe primeiro a barriga da perna direita, depois a coxa, daí passando
às duas partes da barriga do braço direito; em seguida os mamilos(...) O mesmo carrasco tirou com uma colher de ferro do
caldeirão daquela droga fervente e derramou-a fartamente sobre cada ferida...” (execução de Damiens pelo crime de parricídio,
em 1757. Publicada na Gazeta de Amsterdam da época).
Contratualismo 4
Contratualismo é uma classe abrangente de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formar governos
e manter a ordem social.
Referências
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica ao direito penal: introdução à sociologia do direito penal. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1999.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2000.
BRUNO, Aníbal. Direito penal – parte geral - tomo 1º. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
CARVALHO, Salo. Pena e garantias: uma leitura do garantismo de Luigi Ferrajoli no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.
COSTA, Álvaro Mayrink. Criminologia. Vol. I, Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, 1982.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2000.
LISZT, Franz Von. Tratado de direito penal alemão. Campinas: Russel Editores, 2003.
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
RUSCHE, Georg e Kirchheimer, Otto. Punição e estrutura social. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999.
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
VERRI, Pietro. Observações sobre a tortura. Trad. Frederico Carotti. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
ZAFFARONI, E. Raúl e Batista, Nilo. Direito penal brasileiro, vol. I. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
Próxima aula
O Positivismo criminológico, considerada a primeira escola criminológica e os estudos de Lombroso, Ferri e Garofalo.
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Alemanha, 1986. Diretor: Jean-Jacques Annoud.

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