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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP BIOMEDICINA TOXINA BOTULÍNICA FRANCIELE CRISTINA DE GODOY PEREIRA – N371951 CRISTIANE PEREIRA PIAZENTINE – D835998 EDUARDA MARIA PALADINO ROCCO – D8362I2 VITOR AUGUSTO MEDEIROS – T6154G5 MARCELO SALZEDAS RICCI – D847FI0 CAMPINAS,SP 2019 FRANCIELE CRISTINA DE GODOY PEREIRA – N371951 CRISTIANE PEREIRA PIAZENTINE – D835998 EDUARDA MARIA PALADINO ROCCO – D8362I2 VITOR AUGUSTO MEDEIROS – T6154G5 MARCELO SALZEDAS RICCI – D847FI0 TOXINA BOTULÍNICA CAMPINAS,SP 2019 Trabalho apresentado ao curso de Biomedicina, Universidade Paulista (UNIP) como requisito para obtenção de nota. Orientador: Marcelo Datti SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 2 OBJETIVO ............................................................................................................ 5 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 6 4 ORIGEM DA TOXINA BOTULÍNICA.................................................................... 7 5 O QUE É A TOXINA BOTULÍNICA ...................................................................... 8 6 PRINCÍPIO ATIVO ............................................................................................... 9 7 MECANISMO DE AÇÃO .................................................................................... 10 8 UTILIZAÇÕES DA TOXINA TIPO A .................................................................. 11 8.1 Uso estético ................................................................................................ 11 8.2 Uso terapêutico .......................................................................................... 12 8.3 Uso clínico .................................................................................................. 12 8.3.1 Desordens neurológicas ..................................................................... 13 8.3.2 Enxaquecas Crônicas ......................................................................... 13 8.3.3 Oftalmologia ......................................................................................... 13 8.3.4 Hiperidrose ........................................................................................... 13 8.3.5 Condições Urológicas ......................................................................... 14 8.3.6 Parkinson ............................................................................................. 14 8.3.7 Fissura Anal ......................................................................................... 15 8.3.8 Bruxismo .............................................................................................. 15 8.3.9 Esclerose Múltipla ............................................................................... 15 9 CONTRAINDICAÇÕES ...................................................................................... 16 10 EFEITOS ADVERSOS ....................................................................................... 17 11 PESQUISAS E NOVIDADES ............................................................................. 19 11.1 Toxina botulínica pode causar botulismo, diz pesquisa dos EUA ........ 19 11.2 Espasticidade:sequela do AVC pode ser tratada com toxina botulínica 19 11.3 Toxina Botulínica superpura que não gera anticorpos .......................... 20 11.4 Uso da toxina botulínica tipo A em pacientes com bruxismo reabilitados com prótese do tipo protocolo em carga imediata ...........................................20 12 CONCLUSÃO .................................................................................................... 21 13 REFERÊNCIAS...................................................................................................22 4 1 Introdução A toxina botulínica é uma proteína, considerada uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Atua como um neuroparalítico, bloqueando a liberação de neurotransmissores responsáveis pela contratura muscular, atuando principalmente na inibição da exocitose de Acetilcolina na fenda pré-sináptica (PAVONE; LUVISSETO, 2010). A Toxina Botulínica é um dos procedimentos relevantes dos tempos modernos, podendo evitar o recurso a meios cirúrgicos. São diversas as aplicações desta toxina na terapêutica, tendo um objetivo complementar, como o assumido também pela Cirurgia Plástica. No entanto, o ato não cirúrgico característico da Toxina Botulínica torna a sua aplicação mais convidativa e libertadora de uma série de cuidados ligados a um tempo de recuperação mais longo e característico do ato cirúrgico. Atualmente, a toxina botulínica “A” é bastante utilizada e mostra ser um tratamento vantajoso, por não necessitar de aplicações diárias, onde, dependendo do quadro clínico do paciente, a reaplicação será de 4 a 6 meses, diferenciando de outros métodos, como é o caso dos fármacos orais, necessitando o seu uso diariamente, e por vez mais de uma vez ao dia (LILLO; HARO, 2014). A toxina botulínica tem muitas utilizações terapêuticas, além da estético, mostrando ser eficaz em diversos tratamentos. Logo, sua utilização é segura, tendo efeitos reversíveis e mínimos efeitos colaterais. Com isso foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 1992 a comercialização de toxina botulínica no Brasil para estes fins. A toxina também é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde 1995(CARVALHO; GAGLIANI, 2014; CHINELATO et al, 2010). 5 2 Objetivo Este estudo tem o objetivo de descrever as ações e riscos do uso nos procedimentos decorrentes do uso da toxina botulínica tipo A, abordando o histórico do desenvolvimento desta toxina, assim como os aspectos taxonômicos e fisiológicos de Clostridium Botulinum, microrganismo responsável pela sua produção, relatar os tipos de toxina botulínicos utilizados na terapêutica, as ações farmacológicas do subtipo A, suas aplicações, descrevendo alguns procedimentos, utilizações e os riscos associados a seu uso. 6 3 Metodologia Esse trabalho de pesquisa trata-se recapitulação bibliográfica-explicativa, utilizando conteúdo dos meios de comunicação digital. E os seguintes artigos, história e existência da toxina botulínica, reações adversas do Botox e o uso de toxina botulínica em odontologia. Durante o processo de pesquisa e desenvolvimento foram selecionados artigos e realizado uma revisão explicativa dos mesmos, todos em língua portuguesa. Com base nas pesquisas realizadas temos como principal finalidade apresentar nesse trabalho, o que é, como é, e para que é utilizado a toxina botulínica. Durante o processo de construção e formatação do trabalho constatamos que a utilização dessa substância evoluiu ao longo dos anos beneficiando o ser humano em vários aspectos. 7 4 Origem da Toxina Botulínica A toxina botulínica é uma neurotoxina Gran Positiva da Bactéria Clostridium Botulinum. Se liga aos canais de cálcio fazendo com que aja a diminuição da liberação de acetilcolina, sendo assim há o relaxamento do músculo que recebeu a aplicação. A Clostridium Botulinum é uma bactéria anaeróbia, que em condições apropriadas à sua produção, cresce e produz sete tipos de sorotiposda toxina, dentre esses o tipo A é o mais comum, pois é o mais utilizado em fins terapêuticos. Mas há vários tipos de toxina do A ao G. O Surgimento da Toxina Botulínica foi na década de 60 quando o médico Dr. Edward J. Schantz, doou uma amostra da toxina para o oftalmologista Dr. Alan B. Scott, que buscava um tratamento alternativo não cirúrgico para casos de estrabismo. Foi então que médico começou sua pesquisa utilizando a toxina primeiro em nervos óticos de macacos, observando uma resposta positiva, veio então sua primeira publicação sobre o assunto no ano de 1973, confirmando então a eficácia da toxina tipo A no tratamento contra o estrabismo e também como um tratamento alternativo para o estrabismo. Ainda na década de 70, Scott recebeu autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regulamenta as medicações do EUA (Estados Unidos da América), à utilização da Toxina em humanos, conduzindo estudos nos anos de 1977 e 1978, descobriu que, quando injetado o medicamento no músculo, havia o relaxamento do mesmo. Após esse estudo começaram a utilizar a toxina para o uso cosmético em 1988, iniciou-se então as pesquisas para o uso da toxina em rugas, porém só foi autorizada o uso humano em 2002. A toxina também é utilizada em vários tratamentos odontológicos, tratamento de sorriso gengival, de bruxismo, disfunções e dores na articulação temporomandibular e nas dores de cabeça de origem não Odontogênica. Sendo lançado no mercado por uma empresa chamada Botox®, originou-se o nome comercial conhecido entre as pessoas. 8 5 O que é a Toxina Botulínica A toxina botulínica é um complexo proteico (neurotoxina) produzida pela bactéria Clostridium botulinum, também responsável por causar a doença botulismo. É uma bactéria anaeróbia, ou seja, que não necessita de oxigênio para seu crescimento, mas toleram sua presença ou até mesmo podem utilizar o oxigênio se ele estiver presente. Entretanto, a toxina produzida por esta bactéria é importante para fins terapêuticos que em condições apropriadas (10 Graus Celsius) cresce e produz sete tipos de toxinas: B, C1, C2, D, E, F e G. As toxinas patogênicas para o homem são as dos tipos A, B, E e F, sendo as mais frequentes a A e a B. A mesma sofre desnaturalização se submetida temperaturas maiores do que 80 °C. A toxina tipo H é o veneno mais letal conhecido, tornando-se mais letal que a dioxina (conservante). Se administrada oralmente em grande quantidade promove o bloqueio dos sinais nervosos do cérebro para o músculo, tendo como resultado uma paralisia generalizada, porém se administradas em pequenas quantidades pode trazer benefícios ajudando no tratamento de doenças ou estético. 9 6 Princípio ativo Os esporos do C. botulinum resistem a temperaturas de 120°C por 15 minutos. Estão amplamente distribuídos na natureza, no solo e em sedimentos de lagos e mares. São encontrados em produtos agrícolas, como legumes, vegetais, mel, e em vísceras de crustáceos e no intestino de mamíferos e peixes. As condições ideais para que a bactéria assuma a forma vegetativa, produtora de toxina, são: anaerobiose, pH alcalino ou próximo do neutro (4,8 a 8,5), atividade de água de 0,95 a 0,97 e temperatura ótima de 37ºC. Os tipos A e B se desenvolvem em temperaturas próximas das encontradas no solo (acima de 25º e até 40ºC), enquanto o tipo E é capaz de proliferação a partir de 3ºC. A toxina botulínica é termolábil, sendo inativada pelo calor, em uma temperatura de 80ºC por, no mínimo, 10 minutos. Tendo como princípio para fins terapêuticos, produzida a partir da cepa Hall *1 da bactéria Clostridium Botulinum, a toxina tipo A é produzida de uma forma purificada, congelada a vácuo e estéril, esta forma proporciona maior duração na utilização de fins terapêuticos. Esta forma aplicada em pequenas doses bloqueia a liberação de acetilcolina – neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos inibindo assim a contração muscular. 10 7 Mecanismo de ação A toxina botulínica tem como alvo o complexo SNARE e SANP25 que são proteínas envolvidas na fusão de vesículas contendo neurotransmissores com a membrana plasmática para a liberação de sinapses. A toxina é uma protease dependente de zinco, que então cliva ligações específicas entre as proteínas desse complexo, desta forma impede a liberação e acetilcolina nas sinapses das junções neuromusculares. Sua ação é tão letal que se um único grama fosse acidentalmente dispersado e inalado, seria capaz de matar mais de um milhão de pessoas. A toxina botulínica é liberada como um polipeptídio de 150 kDa, que sofre mudanças sob a função de endopeptidase dependente de zinco que cliva diferentes proteínas envolvidas na liberação de acetilcolina na fenda sináptica de acordo com o tipo da toxina A. Entre o músculo e os nervos, há uma placa responsável pela transmissão do estímulo nervoso que produz a contração muscular. A toxina botulínica age nessa placa, dificultando a transmissão do estímulo e levando ao relaxamento da musculatura. É dessa propriedade fisiológica que advém sua utilidade terapêutica, que numa concentração bem baixa, ela pode ser usada para relaxar músculos contraídos, sintoma de patologias como as lesões cerebrais. Uma vez bloqueada, a transmissão não volta por esse local, mas o efeito da Toxina Botulínica acaba sendo temporário porque o organismo faz novas vias de transmissão após alguns meses. Após um determinado tempo ocorre uma regeneração neuronal, ocorrendo a reativação do músculo, por isso são necessárias várias administrações da toxina botulínica. 11 8 Utilizações da toxina tipo A 8.1 Uso estético Existem sete tipos de toxina, porém somente a tipo A foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso estético sendo popularmente conhecida como Botox. Ao longo das décadas, o desenvolvimento de novas pesquisas tem revelado importantes aplicações da aplicação da toxina botulínica no campo da estética, ao contrário do que se pensa, a utilização da toxina é aplicada principalmente no campo terapêutico, porém por se tratar de injeção muscular direta com um efeito a curto prazo de 24 horas após a aplicação e efeito notável em 3 dias, a toxina tem sido muito utilizada para o tratamento de rugas de expressão, o chamado sorriso deprimido, além de tratamento de hiperidrose palmar e axilar, mais conhecido como excesso de transpiração nestes pontos do corpo humano. É mais eficaz para tratar as marcas de expressão do terço superior da face sendo indicado para eliminar rugas que se formam entre as sobrancelhas e as linhas horizontais na testa e pés de galinha. O procedimento consiste em relaxar a musculatura disfarçando as rugas já existentes e prevenindo o surgimento de outras mais profundas. Também é aplicado em outras partes do corpo como: Pescoço: local de pele delicada e fina, que diferente do rosto é pobre em glândulas sebáceas a tornando menos resistente ás agressões do dia-a-dia, sendo alvo dos raios solares. Essa agressão diária, com o passar dos anos, deixa a pele flácida e com rugas. A toxina botulínica é aliada para tratamento das linhas verticais que surge na região do pescoço que podem ser suavizadas com a aplicação na platisma (músculo bilateral) que desce da mandíbula para clavícula. Sobrancelhas: Com o tempo a tendência é ficar mais baixa por ação da gravidade e é usado para deixa-las mais arqueadas. Axilas, pés e mãos: usado para tratamento de hiperidrose axilar, plantar e palmar doença que causa suor excessivo, indicado como tratamento não cirúrgico de sucesso por ser minimamente invasivoe de resultados rápidos. 12 Gengiva: usado no tratamento de sorriso gengival, sendo eficaz e rápido pois diminui a contração muscular e impossibilita a gengiva de se evidenciar quando o indivíduo sorri. Mesmo sendo considerado como uma droga de risco por envenenamento, a aplicação da toxina é feita de forma segura, aplicada diretamente no ponto intramuscular evitando assim a utilização de intervenção cirúrgica. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética dados confirmam que desde 2007 os tratamentos estéticos não cirúrgicos atingiram 82% dos procedimentos estéticos, contra 18% do restante, onde o público feminino é o público que mais procura o procedimento sendo responsável por 91 % contra 9% do público masculino. A faixa de idade que se concentra entre a procura deste tratamento compreende pessoas entre 35 e 50 anos (46%), entre 19 e 34 anos (21%) e 65 anos (6%), e por último menos de 18 anos (menos de 2% do total). 8.2 Uso terapêutico Aplicada em pequenas doses para fins terapêuticos, promove o bloqueio da acetilcolina que é a molécula transmissora que atua na passagem do impulso nervoso dos neurônios para os músculos impossibilitando o recebimento dos comandos. Aplicada diretamente nos músculos comprometidos, a toxina provoca o relaxamento muscular bloqueando a atividade motora involuntária, reduz as dores que a contração muscular promove e aumenta a amplitude dos movimentos dos pacientes. Teve seu primeiro uso terapêutico para tratamento do estrabismo, distúrbio que afeta o paralelismo entre os dois olhos que apontam para direções diferentes e foi um sucesso abrindo as portas para novos estudos sobre o tema. Passou a ser usada também para tratamento de outros tipos de distúrbios em que ocorre espasticidades, como traumatismo craniano (contusão ou lesão na cabeça), paralisia cerebral (lesão no sistema piramidal) e sequelas de lesões do sistema nervoso central. 8.3 Uso clínico Apesar de ser muito famoso o seu uso cosmético, com aplicações do Botox no rosto para tratar rugas, esta droga inicialmente foi usada para o tratamento de doenças. Como seu tempo de ação é longo, podendo paralisar músculos por até 6 meses, a inoculação controlada através de uma pequena injeção com quantidades mínimas da 13 toxina se tornou uma boa opção no tratamento de doenças neurológicas/musculares. Entre as principais indicações para o uso terapêutico do Botox estão: Desordens neurológicas A distonia é uma desordem neurológica caracterizada por contrações repetitivas e padronizadas de músculos produzindo movimentos e posturas anormais. Enquanto alguns pacientes com distonia primária ou secundária melhoram com Levodopa, anticolinérgicos e relaxantes musculares, há situações em que não há melhora. Assim, injeções de toxina botulínica são consideradas o tratamento de escolha na maioria dos pacientes com distonia focal ou segmentar (Jankovic, 2004). Podemos identificar vários tipos de distonias como a Cãibra do escritor, Distonia do pé, Distonia Axial, Discinesia Tardia, Síndrome de Tourette, Tremor, Espasticidade com taxas de resposta de 90% para blefarospasmo e 95% para o espasmo hemifacial (Carruthers, 2005). Enxaquecas Crônicas É útil para o tratamento de cefaleias tensionais e as resultantes de contratura na região cervical. Em 1992, o cirurgião plástico Willian Binder notou que quando aplicava Botox para diminuir as rugas de seus pacientes, eles relatavam menos dores de cabeça. Mais tarde, o FDA, agência nacional de saúde dos Estados Unidos, aprovou o uso do produto para essa finalidade. O tratamento é feito com mais de 30 aplicações em pontos da cabeça e do pescoço, e o efeito dura três meses Oftalmologia Estrabismo: é o grupo de doenças onde os olhos não ficam paralelos, o popular “olho vesgo”, que ocorre por assimetria na contração dos músculos oculares. A aplicação de Botox ajuda a diminuir a força muscular de um dos olhos, conseguindo alinhar os globos oculares. Hiperidrose A Hiperidrose define-se como a transpiração excessiva, pode dar-se nas palmas das mãos, pés ou axilas e afeta cerca de 0,5% da população. Ainda sem causa conhecida, pensa-se ser causada por disfunção hipotalâmica, raramente responde ao tratamento médico, e a simpatectomia está associada a um risco considerável (Jankovic, 2004). 14 Num estudo randomizado, controlado por placebo da hiperidrose axilar, Naumann et al (2003) obtiveram uma taxa de resposta de 96% após um único tratamento A duração média entre os tratamentos foi de aproximadamente 7 meses e 28% dos pacientes necessitaram de uma injeção apenas após 16 meses (Carruthers, 2005). Condições Urológicas Atualmente, o tratamento farmacológico para disfunções urológicas, como Bexiga Hiperativa ou Disfunção do Esfíncter Detrusor, são agentes anticolinérgicos. Infelizmente, vários pacientes não toleram tal medicação ou sofrem sintomas adversos graves. Estes pacientes podem necessitar de intervenções cirúrgicas, como cistoplastia ou neuromodulação. A Toxina Botulínica é um tratamento altamente eficaz nestes pacientes antes da intervenção cirúrgica (D. Sinhaa, 2006). É usado a toxina tipo A para tratamento de bexiga hiperativa e incontinência urinária sendo aplicada diretamente na parede da bexiga, gerando um relaxamento temporário da musculatura, proporcionando controle da vontade de urinar. Assim, o paciente adquiri um maior conforto e autoestima não tendo mais que se preocupar em liberar acidentalmente a urina. Parkinson O Parkinson é uma doença caracterizada por uma desordem lentamente progressiva dos movimentos. Acontece uma disfunção dos neurônios secretores de dopamina que atuam na transmissão dos comandos do córtex para os músculos. Afeta o sistema motor, levando a alterações dos movimentos corporais, tremores, rigidez, sialorreia, distonias de várias ordens que levam a alterações na marcha entre outros. Esta doença não tem cura mas a sintomatologia pode ser aliviada. O excesso de tônus muscular é o causador das alterações fisiológicas nesta patologia e, sendo a toxina botulínica um relaxante muscular, consegue revertê-las temporariamente, o que a torna bastante eficaz no alívio das várias desordens debilitantes e incapacitantes do Parkinson (Jankovic, 2004, Jenner, 2014). 15 Fissura Anal A fissura anal é uma das doenças anais mais comuns (D. Godevenoset al., 2004), é uma fenda na metade inferior do canal anal, mantida pela contração do esfíncter anal interno. Um dos mecanismos que perpetua a fissura anal é o espasmo do esfíncter do ânus, que acaba por lesionar a fissura e dificultar a evacuação. O uso de Botox ajuda a relaxar esta musculatura, facilitando o processo de cicatrização. Bruxismo Apesar das injeções de toxina botulínica não curarem o bruxismo, produzem uma melhora sintomática que dura três a quatro meses introduzindo a injeção diretamente no músculo masseter relaxando-o de tal maneira que impede o típico ranger de dentes e seu desgaste, evitando a necessidade de usar os dispositivos que previnem o desgaste dos dentes. Esclerose Múltipla Doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, causada pela alteração na camada de mielina. Causa alterações sensitivas e de motilidade que evoluem com o passar do tempo e produz dano neurológico progressivo. 16 9 Contraindicações Toxina botulínica é contraindicada para pacientes que apresentam: Gravidez e aleitamento; Alergia conhecida ao medicamento ou seus componentes; Portadores de doenças neuromusculares; Portadores de doenças imunológicas e coagulopatias; Hipersensibilidade (sãorespostas imunes protetoras que algumas vezes se resultam em reações inflamatórias e dano tecidual). 17 10 Efeitos adversos Os parâmetros de frequência das reações adversas para cada indicação são definidos como: Muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento); Comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento); Incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento); Rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento) Muito rara (ocorre entre menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento) Reações muito comum: Ptose palpebral (pálpebra caída). Blefaroespasmo/espasmo hemifacial Reações comuns: Ceratite (inflamação da córnea) superficial puntiforme, lagoftalmos (paralisia da pálpebra que deixa o olho parcialmente aberto), olho seco, irritação ocular, fotofobia (intolerância à luz), equimoses (manchas arroxeadas na pele) e aumento de lacrimejamento. Reações incomuns: Ceratite (inflamação da córnea), ectrópio (pálpebra revirada para fora), diplopia (visão dupla), entrópio (pálpebra revirada para dentro), borramento de visão, tontura, erupção cutânea, paralisia facial, cansaço. 18 Reação rara: Edema (inchaço) palpebral. Reações muito raras: Ceratite (inflamação da córnea) ulcerativa, defeito epitelial corneal, perfuração da córnea. 19 11 Pesquisas e novidades 11.1 Toxina botulínica pode causar botulismo, diz pesquisa dos EUA Toxina botulínica pode causar sérios problemas a saúde, como, o botulismo, doença que paralisa os músculos e pode levar a morte. Pesquisa realizada pela universidade de wiscinsin-madisin, nos estados unidos, encontrou evidencias de que a aplicação da toxina pode provocar sintomas parecidos com do botulismo. Em testes realizados os cientistas descobriram que a substancia pode se movimentar do local da aplicação para outras áreas do corpo, como por exemplo o cérebro. Para o neurologista Henrique Ballalai, membro da academia brasileira de neurologia (ABN) é possível que o botulismo ocorra a depender da quantidade aplicada. O risco aumenta quando usam doses a mais do que é permitido, por exemplo, para idade ou tamanho da pessoa e quando ultrapassam essas doses há o risco de produzir sintomas semelhantes ao do botulismo. Embora seja pequena a chance de contrair o botulismo por meio da aplicação de toxina botulínica, o médico alerta que há outros problemas com maior incidência. Normalmente, a substância é aplicada na face ou no pescoço. Por isso, podem surgir complicações como dificuldades na degustação, queda de pálpebra (e consequentemente a visão é afetada). São efeitos colaterais que são possíveis. 11.2 Espasticidade: sequela do AVC pode ser tratada com toxina botulínica Explicando de forma simples a espasticidade provoca descontrole do tônus muscular, podendo causae rigidez e dificuldade a movimentar a região afetada. Causando tantos entraves na vida dos pacientes, os médicos desdobram para conseguir criar tratamentos para reduzir sintomas. Uma das saídas é usar a famosa toxina botulínica para conseguir relaxar o musculo e evitar grande rigidez. Ao diminuir a rigidez e deixar os músculos mais relaxados, mais soltos, o tratamento promete uma melhora na mobilidade e fim da dor. A toxina pode ser aplicada em qualquer parte muscular do corpo, variando de acordo com grau de força muscular e da lesão. O medicamento começa a agir no sistema em 72 horas. Em 15 dias, há respostas mais claras e em um mês acontece o auge da melhora, após a aplicação é necessário ter acompanhamento de perto, para ver o paciente no pico de ação para saber como ele reagiu. Com o tempo uma ação neurológica faz com que o musculo (note) que existe uma enervação bloqueada temporariamente pela toxina botulínica e volta a estimular o musculo daquela forma negativa. Por isso, se houver melhora no tratamento, a replicação da toxina botulínica é indicada após um intervalo mínimo de três meses O tratamento com toxina botulínica para espasticidade em pacientes que tiveram AVC está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde). 20 11.3 Toxina Botulínica superpura que não gera anticorpos Foi criada uma toxina botulínica superpura com ativos mais puros e sem conservantes que não gera anticorpos. O que temos de novidade é que a toxina botulínica vem sem a capsula proteica A toxina botulínica superpura é composta por toxina XEOMIN é uma neurotoxina altamente purificada, com quase 0% de chance de dar algum problema de alergia ou de um edema muito forte. O produto XEOMIN contem ingredientes ativo chamado toxina botulínica tipo A, que é tipo de proteína que é purificada da bactéria chamada CLOSTRIDIUM BOTULINUN. A toxina botulínica tipo A atua nas terminações nervosas dos músculos para impedir que as fibras musculares se contraiam e contribuem para os sinais de envelhecimento. Uma vantagem é que o XEOMIN não tem aditivos e contem toxina botulínica tipo A. algumas proteínas que são encontradas em outros medicamentos que podem desencadear uma resposta negativa do sistema imunológico são removidas, o que pode significar que leva menos efeitos colaterais. Alguns especulam que menos proteínas significam menos chances de desenvolvimento de anticorpos e menor o risco de resposta alérgica. 11.4 Uso da toxina botulínica tipo A em pacientes com bruxismo reabilitados com prótese do tipo protocolo em carga imediata Com a evolução dos implantes dentários, seu uso tem sido cada vez mais indicado como um dos principais tratamento reabilitados na odontologia melhorando o desempenho estético e funcional dos pacientes. Nos últimos anos o objetivo foi revisar a literatura sobre a toxina botulínica e suas indicações na implantodontia para pacientes bruxômanos. Nesses pacientes, o planejamento cirúrgico ou proteico e a utilização de técnicas para diminuir a sobrecarga nos implante são a melhor forma de preservação da integridade e de sucesso dos implantes. Na odontologia seu uso mais comum é no tratamento de bruxismo, que nada mais é do que o ato de ranger os dentes, e o briquismo definido como ato de apertar os dentes. A toxina botulínica é aplicada diretamente em um dos músculos da face, chamado musculo masseter. A toxina age diretamente na tensão muscular, diminuindo e tirando a força para o ato de ranger e apertar os dentes. 21 12 Conclusão Dada a importância do assunto, haja vista que a utilização da toxina botulínica pode trazer benefícios ao ser humano em vários aspectos, este trabalho contém todas as informações a respeito da mesma abrangendo suas áreas de atuação, contraindicações, efeitos adversos, público alvo, pesquisas e novidades a respeito do assunto. Ao longo do trabalho é possível observar que a utilização da toxina vai muito além da área estética que é o mais conhecido até então como o famoso Botox, podendo ser eficaz também na área terapêutica. O complexo proteico produzido pela bactéria Clostridium botulinum forma sete sorotipos diferentes, sendo que somente o tipo A foi liberado para uso. Sua principal utilização é na área terapêutica, onde foi descoberta a eficácia para tratamento de estrabismo o que abriu portas para novos estudos deste mecanismo. De um modo geral na área estética, os clientes são em sua maioria do sexo feminino por se tratar de tratamentos que possibilitam uma melhor aparência podendo ser aplicado em rugas de expressão, hiperidrose, sorriso deprimido e outros. A procura por homens é menor, mastambém é existente para ambas as utilizações. Verificou-se a partir deste estudo que a utilização da toxina botulínica se administrada de forma correta e por profissionais capacitados traz mais benefícios do que riscos para o ser humano e que a partir de novas pesquisas é possível expandir ainda mais o seu campo de ação, tendo em vista o quanto já evoluiu desde sua descoberta. 22 13 Referências http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo/11179-descricao-da-doenca http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=29 368572016&pIdAnexo=4360394 http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo/11179-descricao-da-doenca www.compass3a.com.br Autor correspondente: Emerson Delázari Donini WWW.NUTRINDOIDEIAS.COM https://mybeauty.ig.com.br/pele/2019-04-03/toxina-botulinica-superpura.html www.compass3a.com.br Toxina Botulínica no Tratamento da Dor – OCG Colhado, M Boeing, LB Ortega – Revista Brasileira de Anestesiologia, 2009 - vol.59 no.3 Campinas May/June 2009 Alan B Scott, Carter C Collins: "Division of Labor in Human Extraocular Muscle". Archives of Ophthalmology, vol. 90, no. 4, pg. 319-322. Outubro de 1973. Soares, Carolina Lourenço – 2016 – Aplicações não Cosméticas da Toxina Botulínica em Dermatologia - Trabalho final de mestrado integrado em Medicina, apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
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