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AULA 2 – CICLO HIDROLÓGICO PROFª MIRELLA GONÇALVES Hidrologia O CICLO HIDROLÓGICO A água na hidrosfera se encontra em seus três estados físicos básicos: sólido, líquido e gasoso. O segundo estado é o que tem maior interesse para a hidrogeologia, uma vez que é na fase líquida que a água se acumula no interior da Terra, além de constituir os principais cursos superficiais. Tanto na linguagem vulgar, como na científica, a palavra água, salvo quando especificado diferentemente, se refere à sua fase líquida. O ciclo da água na terra, ou ciclo hidrológico, é a contínua circulação da água em nosso planeta. Não tem início nem fim, mas é comum se começar sua descrição com as águas do oceano, uma vez que cobrem cerca de três quartos da superfície terrestre. Definições Importantes ➢Oceano Pacífico - é o maior da Terra, com 180 milhões de km2; ➢Oceano Atlântico - é o segundo maior em superfície, com 82,4 milhões de km2; ➢Oceano Índico - é o terceiro maior em extensão, com 74 milhões de km2; ➢Oceano Glacial Ártico - com 13 milhões de km2, formado por mar e geleiras ao redor do Círculo Polar Ártico, seu descongelamento tem sido acelerado pelo efeito estufa; ➢Oceano Glacial Antártico - constitui um prolongamento dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Por essa razão, muitos cientistas, oceanógrafos e geógrafos não reconhecem a existência do Oceano Antártico, considerando-o apenas uma junção de partes dos outros oceanos. É o único que rodeia o globo completamente, com superfície de 20,3 milhões de km2. Oceanos: correspondem a uma vasta extensão de água salgada que cobre quase três quartos da superfície da Terra. Cada uma das divisões maiores do oceano constitui-se em áreas geográficas isoladas em regiões diferentes, sendo divididas pelos continentes e grandes arquipélagos em cinco grandes oceanos: Definições Importantes Mares: partes de oceanos que são cercadas por ilhas ou terras são chamadas de "mar". Um mar é uma extensão de água salgada conectada com um oceano. Além de apresentarem menores profundidades que os oceanos, os mares apresentam também uma maior variação de salinidade, temperatura e transparência das águas. Os cinco maiores mares são: Mar da China do Sul, Mar do Caribe, Mar Mediterrâneo, Mar Bering e Golfo do México. Rios: curso de água natural, mais ou menos caudaloso, que deságua em outro rio, no mar ou em um lago. No sentido geral, esses cursos naturais de água doce possuem canais definidos e fluxo permanente (perene), cujas águas correm durante todo o ano. Os rios também podem ter fluxo sazonal (ou temporário), cujo regime d'água é intermitente - o leito fica seco em algumas épocas do ano. Definições Importantes Lagos: são massas de águas confinadas, mais ou menos tranquilas e profundas. Os lagos têm em geral origem natural e estão situados em depressões de rochas impermeáveis, produzidas por causas diversas e sem conexão com o mar. Geralmente a água dos lagos é doce, mas existem importantes lagos salgados. Geologicamente, a maior parte dos lagos da Terra é recente e, quanto a sua origem, os lagos podem ser formados por: ➢Influências tectônicas - águas acumuladas nas deformações da crosta terrestre. Resultam na formação de lagos grandes e profundos; ➢Atividades vulcânicas - águas que ocupam antigas crateras ou barragens efetuadas pelo escoamento de lavas de vulcões extintos; ➢Influência fluvial - ao longo de cursos de água onde os rios apresentam meandros, é comum o aparecimento de lagos; Definições Importantes Lagoas: depressões de formas variadas, normalmente circulares, de profundidade pequena. As lagoas podem ser definidas como massas de água superficial de pequena extensão e profundidade, cercadas por terra. Geralmente, a água dos lagos é doce, mas existem importantes lagos salgados. Laguna: do latim lacuna, cisterna, pântano. Caracterizam-se como um ambiente de águas paradas, separadas do mar por uma barreira. Recebem ao mesmo tempo águas doces dos rios e águas salgadas quando ocorre a ingressão das marés. Todas as lagunas têm uma ou mais entradas, ou seja, uma conexão com o mar. As águas de uma laguna podem variar entre doce, salobra (água de salinidade inferior à da água do mar) e salgada. Isso irá depender do tamanho das entradas e da quantidade de água doce trazida pelos rios. Definições Importantes ➢Atividades glaciárias - tem sua origem relacionada com a ação das geleiras continentais e de montanhas; ➢Influência litorânea - associada ao surgimento de cordões arenosos que vão fechando reentrâncias que acabam por separar e enclausurar massas de água salgada (residuais) do mar aberto; ➢Atividades mistas - resultante da combinação de diversos fatores capazes de represar certa quantidade de água. Lago Crater de origem tectônica - Oregon (EUA) ▪ Fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. Ciclo hidrológico ▪ A irradiação solar evapora a água do oceano para a atmosfera. O vapor de água sobe e junta-se para formar as nuvens. Sob certas condições, a umidade das nuvens se condensa e cai sobre a Terra sob várias formas de precipitação: chuva, granizo ou neve. Os hidrólogos e outros chamam-na de “água de origem meteórica”. ▪ A precipitação sobre a superfície da Terra é a origem de todos os nossos suprimentos de água potável. Dela depende a reposição da quantidade que é retirada dos lagos e outros cursos superficiais para os numerosos usos do homem. ▪ Uma parte da precipitação, depois de molhar a folhagem e o solo, escorre sobre a superfície em direção aos cursos de água. ▪ Outra parte se impregna no solo. Grande parte da água que penetra no solo é retida na zona das raízes das plantas, retornando eventualmente à superfície, pelos vegetais ou pela capilaridade do solo. Parte, porém, se infiltra abaixo da zona das raízes, continuando a mover-se para baixo, até alcançar os reservatórios de água subterrânea. O sistema hidrogeológico, por sua vez, está relacionado à porção subterrânea do ciclo, envolvendo processos de infiltração, além de fluxos horizontais e verticais subsuperficiais Representação esquemática da porção subterrânea do Ciclo Hidrológico Termos fundamentais dos Recursos Hídricos Subterrâneos. Aqüífero Aqüífero Livre ou Freático Aqüífero Confinado ou Artesiano Poço Freático Poço Artesiano Poço Artesiano Jorrante Nível Freático Nível Piezométrico Camada rochosa que armazena e transmite a água Sem camada confinante Com camada confinante Relacionado ao aqüífero livre Relacionado ao aqüífero confinado Nível piezométrico acima da topografia Nível da água no aqüífero livre Nível da água no poço artesiano • Escoamento subterrâneo • Evaporação • Transpiração • Condensação • Precipitação • Escoamento superficial • Infiltração • Percolação Fases do ciclo hidrológico Água subterrânea: • Escoamento sub-superficial • Escoamento superficial • Escoamento subterrâneo Água subterrânea: ▪O escoamento superficial é o processo do ciclo hidrológico do ciclo hidrológico do deslocamento das águas na superfície da Terra, ou seja, representa o fluxo sobre a superfície do solo das bacias hidrográficas e pelos seus múltiplos canais. ▪Além do escoamento superficial há outros dois tipos de escoamento: o sub-superficial, que é definido como o fluxo que se dá logo abaixo da superfície, na altura das raízes da cobertura vegetal e; ▪o subterrâneo que corresponde ao fluxo devido à contribuição do aquífero (região saturada do solo com água em movimento) aos canais superficiais. O escoamentosub-superficial, ocorrendo nas camadas superiores do solo, é difícil de ser separado do escoamento superficial, principalmente porque se houver uma pequena depressão no relevo o escoamento sub-superficial se torna superficial, • Sub-superficial ?? • Superficial • Subterrâneo Tipos de escoamento bacia • Chuva, infiltração, escoamento superficial • Chuva, infiltração, escoamento superficial, escoamento subterrâneo Camada saturada • Escoamento sub-superficial Camada saturada • Depois da chuva: Escoamento sub-superficial e escoamento subterrâneo • Estiagem: apenas escoamento subterrâneo Camada saturada • Estiagem: apenas escoamento subterrâneo Camada saturada • Estiagem: apenas escoamento subterrâneo Camada saturada • Estiagem muito longa = rio seco Rios intermitentes Camada saturada CICLO HIDROLÓGICO Período de renovação de água em diferentes reservatórios na Terra. Fonte: Paz (2004). CICLO HIDROLÓGICO O volume de água compreendido em cada parte do ciclo hidrológico é relativamente constante. Entretanto, quando se considera uma área limitada, o volume de água varia continuamente em cada parte do ciclo. A superabundância e a escassez de água, numa área, representam os extremos desta variação. CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO Ciclo Hidrológico Global: ➢Ciclo fechado; ➢Recirculação de toda a água; ➢Oceanos: mais evaporação do que precipitação; ➢Continentes: mais precipitação do que evaporação. ▪ Ciclo Hidrológico Regional: ➢Ciclo aberto; ➢Parte da água retorna, fechando parte do ciclo; ➢Parte da água é retirada pela atmosfera; ➢Parte da água é trazida de fora pela atmosfera; ➢Balanço hídrico. CICLO HIDROLÓGICO Fluxos: oceano 361 9962 32437 37 Superfície terrestre Unidades : 1012 m³/ano Atmosfera P = E = 423.1012 m³/ano 85% 15% 77% 23% CICLO HIDROLÓGICO Equação hidrológica: I - O = ΔS Onde: I - entradas O - saídas ΔS - variação no armazenamento sob as várias formas de retenção. CICLO HIDROLÓGICO Fatores que influenciam no ciclo: ➢Volume de água; ➢Velocidade de circulação em cada etapa; ➢Cobertura vegetal; ➢Altitude; ➢Topografia; ➢Temperatura; ➢Tipo de solo e geologia; ➢Clima. IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO O homem vem modificando o meio em que vive, de modo à “adequá-lo” às suas necessidades, o que repercute em sensíveis alterações do ciclo hidrológico (PAZ, 2004). IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO Impermeabilização do solo - diminui a parcela infiltrada e aumenta o escoamento superficial, causando alagamentos. Desmatamento - na medida em que diminui a interceptação, deixando os solos expostos à ação das gotas de chuva e do escoamento superficial, que erodem o solo e carreiam nutrientes e sedimentos para rios e lagos. IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO Fonte: EPA (1998). IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO Fonte: EPA (1998). Contaminação das Águas Águas Superficiais + Águas Subterrâneas Água Contaminada Possui organismos patogênicos ou substâncias tóxicas e/ou radioativas em teores prejudiciais à saúde do homem. Água Poluída Depende da utilização da água, pode estar poluída para um determinado fim e para outro não Piscicultura Temperatura muito alta, poluída para determinada espécie de peixe. EX: Principais Fontes Poluidoras Fontes Pontuais Quando a fonte está concentrada numa determinada superfície ou ponto. Ex.: um poço tubular Fonte Difusa Quando a fonte de contaminação se estende por uma grande superfície, como é o caso de áreas urbanas ou de irrigação. Fossas sépticas Águas residuais e esgotos domésticos Fertilizantes agrícolas Lodos de estações de tratamento Poluentes atmosféricos Emissões de automóvel, fumaça de industrias, incinerações, etc. Poços produtores (óleo, gás, energia geotérmica e água Contaminantes podem ser introduzidos durante a perfuração. Poços mal construídos Cimentação deficiente e/ou revestimento corroído, podem contaminar de um aqüífero para outro Poços escavados (Amazonas) Fáceis de contaminar e, abandonado, servem de depósito de lixo Poluição Urbana Poço escavado ou Amazonas Poços de Serviços e Combustíveis NOÇÕES SOBRE METEOROLOGIA HIDROLOGIA INTRODUÇÃO A coleta e a transmissão de dados hidrometeorológicos são feitos através da implantação de estações meteorológicas (sistemas clássicos) ou de satélites (sistemas especiais). SISTEMAS CLÁSSICOS Estações Meteorológicas - realiza as medições de dados meteorológicos. ➢Os dados medidos em uma estação podem ser comparados com os de outra forma, verificando-se a consistência dos fatores medidos e permitindo-se fazer as previsões meteorológicas. SISTEMAS CLÁSSICOS Estações meteorológicas no ES: ➢Afonso Cláudio; ➢Alegre; ➢Alfredo Chaves; ➢Linhares; ➢Nova Venécia; ➢Presidente Kennedy; ➢Santa Teresa; ➢São Mateus; ➢Vitória (UFES); ➢Aeroporto de Vitória. Fonte: INMET http://www.inmet.gov.br/portal/ SISTEMAS CLÁSSICOS Dados medidos em uma estação meteorológica: ➢Temperatura (mínima e máxima); ➢Pressão atmosférica; ➢Umidade relativa do ar; ➢Direção e velocidade dos ventos, ➢Evaporação; ➢Pluviometria. SISTEMAS CLÁSSICOS ➢Temperatura - medida por meio de termômetros na escala Celsius (°C) ou Farenheit (°F); ➢Pressão atmosférica - medida utilizando-se um barômetro de mercúrio ou um barômetro aneróide, em unidade mmHg; ➢Umidade relativa do ar - medida por termômetro de bulbo úmido ou psicrômetro; SISTEMAS CLÁSSICOS ➢Direção e velocidade dos ventos - A direção é indicada através do cata-vento, como sendo a da ponta da bússula para onde o vento sopra. A velocidade é indicada em m/s ou km/h, e os instrumentos de medição são os anemômetros. ➢Evaporação - evaporímetros; ➢Pluviometria - medida feita avaliando-se a altura de água precipitada numa determinada área de influência do aparelho medidor. SISTEMAS ESPECIAIS A medição dos fatores físicos da atmosfera em níveis elevados da superfície terrestre são importantes na interpretação e avaliação dos fenômenos meteorológicos. Alguns sistemas especiais são listados a seguir: a) Radarvento - equipamento que possibilita calcular a direção e velocidade do vento em altitude, mediante de um alvo refletor que ascende por meio de um balão piloto inflado com um gás mais leve que o ar. b) Radiossondagem (balão meteorológico) - avaliação dos elementos meteorológicos, desde o ponto de lançamento até o ponto em que o balão que carrega o radiotransmissor se rompe. SISTEMAS ESPECIAIS SISTEMAS ESPECIAIS c) Radar meteorológico - observação de fenômenos meteorológicos por meio de radar. No ES há de 34 municípios com radares meteorológicos a partir de 2014. SISTEMAS DE SATÉLITES No Brasil, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) utiliza os dados de satélites espaciais para utilização em modelos de previsão meteorológica. SISTEMAS DE SATÉLITES Sensoriamento remoto: SISTEMAS ESPECIAIS A utilização de técnicas especiais em hidrologia visa fundamentalmente o seguinte: - Aumentar o conhecimento da atmosfera e seus processos; - Aumentar a capacidade de previsão de fenômenos atmosféricos; - Fornecer, em tempo real, estimativas de distúrbios atmosféricos (posição, intensidade, etc); - Melhorar e aumentar, qualitativa e quantitativamente, os parâmetros ambientais medidos; - Contribuir para o desenvolvimento de redes internacionaise domésticas de observação.
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