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20/09/2016 1 Práticas interdisciplinares A infra estrutura urbana e o desenvolvimento urbano sustentável Prof. Msc. Ísis Meireles Rodrigues Isis@uninovafapi.edu.br Engenharia Civil UNINOVAFAPI Desenvolvimento urbano: cidades sustentáveis e qualidade de vida Raízes do debate Ecologia: suposto equilíbrio, resiliência, capacidade de suporte – fundamenta o indicador mais pedagógico da ideia de sustentabilidade ambiental: a pegada ecológica Economia: divergências entre economia convencional, a ecológica e a que está em busca de uma terceira via 20/09/2016 2 Pegada Ecológica Metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais. Contabiliza os recursos naturais biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixes, madeira e fibras, energia renovável etc.), segmentados em Agricultura, Pastagens, Florestas, Pesca, Área Construída e Energia e Absorção de Dióxido de Carbono (CO2). Livro lançado em 1996, foi criada para nos ajudar a perceber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida Políticas e Protocolos Ambientais Custos da poluição ambiental: danos e mitigação Políticas propostas para sua redução Barreiras para a sua implementação Medidas para superá-las Princípio básicos Políticas e Protocolos Ambientais PPP – princípio do poluidor-pagador Internalizar as externalidades: o preço dos produtos deve refletir os custos totais, incluindo todos os efeitos colaterais ambientais e sociais Responsabilidades comuns, mas diferenciadas entre os países Padrões sustentáveis de produção e consumo 20/09/2016 3 Políticas e Protocolos Ambientais Instrumentos financeiros Novos impostos ou mudanças nos existentes Incentivos e empréstimos comerciais Política de preços Políticas e protocolos Ambientais Instrumentos regulatórios Regulamentos ambientais Padrões de desempenho de equipamentos Política de compras do governo Imposição de % mínima de fontes renováveis de energia Planejamento integrado de recursos Padrões de desempenho mínimo Programas informativos Barreiras para redução de emissões e políticas para superá-las Barreiras Custos ocultos do uso da tecnologia Incerteza sobre os preços futuros Medidas Trocas de permissão para emitir Acordos negociados com a indústria Padrões e etiquetas Programas de pesquisa e desenvolvimento Incentivos Conferências internacionais ONU Estocolmo 1972 Brutland 1987, “Nosso Futuro Comum” Rio 92 Johanesburgo, Rio +10, 2002 Conferência das Nações unidas na Suécia trouxe a temática ambiental para agenda política internacional Relatório da ONU propõe o conceito de desenvolvimento sustentável capaz de satisfazer o desenvolvimento das gerações atuais sem comprometer as gerações futuras. Lançou documentos que passaram a nortear o debate ambiental: 1. Convenção sobre Mudança de Clima 2. Convenção sobre diversidade biológica 3. Declaração do rio sobre meio ambiente e desenvolvimento 4. Agenda 21 Reafirmou metas da Rio 92 e incluiu no debate as energias limpas e responsabilidade das empresas. 20/09/2016 4 Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 1992 – A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) é adotada em 9 de maio, em Nova York. O Brasil foi o primeiro país a assiná-la, em 4 de junho, durante a Rio 92 UNFCCC reconheceu as mudanças climáticas como um problema ambiental real e global; assumiu a interferência humana nas mudanças climáticas e a necessidade de cooperação internacional na solução da emissão de gases que contribuem com o efeito estufa num nível em que a ação humana não afete o clima ou que as mudanças ocorram lentamente, além de assegurar que a produção de alimentos e que o desenvolvimento econômico fossem sustentáveis. Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas Os 192 países signatários da Convenção do Clima passaram a se encontrar regulamente para continuar as discussões na Conferência das Partes (COP) A COP adota decisões e resoluções que, com o tempo, se transformam em regras de implementação prática da Convenção. A Conferência das Partes (COP), constituída por todos os Estados Partes, é o órgão decisório da Convenção. Reúne-se a cada ano em uma sessão global onde as decisões são tomadas para cumprir as metas de combate às mudanças climáticas. As decisões só podem ser tomadas por unanimidade pelos Estados Partes ou por consenso. 20/09/2016 5 20/09/2016 6 Mudanças Climáticas REDD - Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal Incluir na contabilidade das emissões de GEE aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e a degradação florestal. Nasceu de uma parceria entre pesquisadores brasileiros e americanos, que originou uma proposta conhecida como “Redução Compensada de Emissões”, apresentada durante a COP-9, em Milão, Itália (2003) Os países em desenvolvimento detentores de florestas tropicais, que conseguissem promover reduções das suas emissões nacionais oriundas de desmatamento receberiam compensação financeira internacional correspondente às emissões evitadas. O conceito de redução compensada tornou-se a base da discussão de REDD nos anos seguintes 20/09/2016 7 20/09/2016 8 Conferências internacionais ONU COP 15 Copenhagen. Não houve um consenso mínimo sobre as próximas metas de redução dos gases do efeito estufa (GEEs). Divergências entre países ricos e pobres sobre as obrigações de cada parte foram o principal obstáculo Cancún. Foi firmada a criação do Fundo Verde. Necessidade de reduzir, acabar e reverter a perda da cobertura florestal e do carbono, mas decisões com relação ao REDD+ ainda são vagas. COP 16 COP 17 Durban. Na concepção de boa parte dos grupos ambientalistas, o resultado em Durban foi muito pior do que o esperado. Dohan, O segundo período do Protocolo de Quioto foi aprovado e irá durar de 2013 a 2020 e garantirá um corte de 18% dos gases de efeito estufa sobre os níveis de 1990. COP 18 COP 19 Varsóvia. propõe que os governos preparem "contribuições" sobre o que pretendem fazer para cortar gases- estufa em vez de "compromissos". Essas contribuições serão integradas ao novo acordo global Lima. Principio da responsabilidade comum e ajuda dos mais ricos aos mais pobres através da transferência de tecnologia. COP 20 A COP21 busca alcançar um novo acordo internacional sobre o clima, aplicável a todos os países, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2°C Buscando ainda “esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 ° C acima dos níveis pré-industriais”. O texto final determina, no que diz respeito ao financiamento climático, que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação em países em desenvolvimento. REDD+ construção de um mecanismo, ou uma política, que deverá contemplar formas de prover incentivos positivos aos países em desenvolvimento que tomarem uma ou mais das seguintes ações para a mitigação das mudanças climáticas: 1. Redução das emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas 2. Aumento das reservas florestais de carbono 3. Gestão sustentável das florestas 4. Conservação florestal 20/09/2016 9 Os 10 países mais sustentáveis do mundo A Finlândia é opaís mais sustentável do mundo, segundo o Environmental Performance Index (EPI). Os indicadores para elaboração do ranking levam em conta alguns fatores de sustentabilidade, entre eles: os recursos naturais do país, o investimento em energias renováveis e qualidade de vida da população. O resultado foi divulgado no último final de semana, em Davos, na Suiça. O ranking elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e Columbia. O que torna uma cidade VERDE? 20/09/2016 10 Baixo impacto ambiental ao longo do ciclo de vida Quem DIZ se é VERDE mesmo? 20/09/2016 11 Fatores de sustentabilidade Qualidade do ar Mobilidade Urbana Áreas verdes urbanas Medidas para lidar com as mudanças climáticas. Impactos na saúde O que torna um edifícioVERDE? 20/09/2016 12 Adequação ao local Melhor orientação ao sol, aos ventos e ao ruído Otimização da ventilação e da iluminação natural Diminuição da carga térmica na envoltória (fechamentos verticais e cobertura) Otimização do condicionamento artificial (iluminação e AC) Uso de materiais e componentes ecologicamente corretos (baixo impacto ambiental ao longo do ciclo de vida) Operação e manutenção visando otimização do consumo de água, energia e materiais Sustentabilidade das edificações 20/09/2016 13 Sustentabilidade na Construção Civil Sustentabilidade do canteiro de obras e da área em torno dele; Recuperação de todas as áreas que forem afetadas pela construção; Eficiência total no consumo de água, reaproveitamento da água utilizada e aproveitamento da água da chuva; Garantir a redução do consumo e a eficiência energética do prédio, inclusive com uso de fontes renováveis de energia; Reciclagem e tratamento correto dos dejetos e resíduos; Trabalhar para manter o mais baixo possível as emissões de poluentes e usar materiais de origem vegetal ou reciclados no acabamento ou infra- estrutura; Buscar sempre a melhoria e adequação dos procedimentos. Desenvolvimento urbano: cidades sustentáveis e qualidade de vida 3 critérios que devem orientar qualquer proposta de ação 1. Responsabilidades históricas 2. Diferenças de capacidade para maior eficiência energética, redução do consumo, sequestro de carbono ou minimização de emissões 3. Gerações futuras - sustentabilidade 20/09/2016 14 20/09/2016 15 20/09/2016 16 20/09/2016 17 Cradle to Cradle Sistema produtivo circular “do berço ao berço” onde não existe o conceito de lixo Tudo é nutriente para um novo ciclo e resíduos são de fato nutrientes que circulam em ciclos contínuos. 20/09/2016 18 CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES 20/09/2016 19 CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES O que é mais sustentável – econômica, ambiental e socialmente –refazer os imensos territórios centrais rarefeitos com os paradigmas contemporâneos ou deixar a cidade crescer de modo difuso ocupando áreas distantes e pouco urbanizadas (urban sprawl)? Desenvolvimento urbano sustentável impõe o desafio de refazer a cidade existente, reinventando-a. De modo inteligente e inclusivo. CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES Dois terços do consumo mundial de energia advêm das cidades 75% dos resíduos são gerados nas cidades Vive-se um processo dramático de esgotamentos dos recursos hídricos e consumo exagerado de água potável. A ecologia da cidade e não a ecologia na cidade, ou a natureza como um sistema separado na cidade. Eco-urbanismo ou ecologia urbana. CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES CIDADE REINVENTADA. CIDADE INOVADORA. CIDADE CRIATIVA. As grandes cidades sempre enfrentaram seus ciclos de decadência e ressurgimento Megacidades funcionam. Megacidades lideram. Megacidades se reinventam Por que as metrópoles contemporâneas compactas – densas, vivas e diversificadas nas suas áreas centrais – propiciam um maior desenvolvimento sustentável, concentrando tecnologia e gerando inovação e conhecimento em seu território? CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES As metrópoles são o grande desafio estratégico do planeta neste momento. Já existem diversos indicadores comparativos e rankings das cidades mais verdes do planeta. Fora dos países ricos, Bogotá e Curitiba colocam-se na linha de frente A reinvenção das metrópoles contemporâneas, no século 21, passa pelos novos indicadores que mostram oportunidades em termos de cidades mais sustentáveis e mais inteligentes do que as que cresceram e se expandiram sem limites no século 20. 20/09/2016 20 CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES O abandono das áreas centrais metropolitanas gera consequente degradação urbana de espaços Expõe a urbanização ilegal, real e incontrolável, de nossas periferias, o chamado espraiamento urbano, cujas consequências são dramáticas em termos de total insustentabilidade ambiental, social, econômica e urbana. Voltar a crescer para dentro da metrópole e não mais expandi-la Reciclar o território é mais inteligente do que substituí-lo. CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES Cidades sustentáveis são, necessariamente, compactas, densas. Maiores densidades urbanas representam menor consumo de energia per capita. As cidades mais densas da Europa e da Ásia são hoje modelos na importante competição internacional entre as global green cities, justamente pelas suas altas densidades, otimizando as infraestruturas urbanas e propiciando ambientes de maior qualidade vida promovida pela sobreposição de usos. CIDADES SUSTENTÁVEIS CIDADES INTELIGENTES Os espaços de uso coletivo podem voltar a fazer parte integrante de todas as nossas cidades e em todo o território, assim como o gradiente verde, as águas e as ciclovias. A cidade sustentável é muito mais que o conjunto de edifícios verdes. As oportunidades cada vez mais estarão por diversos núcleos da cidade, espalhadas, promovendo e gerando externalidades positivas, da cidade global ao território informal. Não há cidade sustentável sem a desejável sociodiversidade territorial. 20/09/2016 21 URBANISMO SUSTENTÁVEL Aonde precisamos ir Crescimento urbano inteligente, Novo Urbanismo, edificações sustentáveis Esforço conjunto Não é aceitável construir uma edificação de alto desempenho em uma área não urbanizada e certifica-la como sustentável Urbanismo sustentável: Bom sistema de transporte público Possibilidade de deslocamento a pé Edificações e infra estrutura de alto desempenho URBANISMO SUSTENTÁVEL Aonde precisamos ir Definição : rede social, cotidianidade Compacidade: alta densidade populacional, integração do projeto de infra estrutura Totalidade: satisfação das necessidades de médio e longo prazo, diversidade Conexão: integração de transporte e uso do solo, corredores de sustentabilidade Biofilia: conectando os seres humanos à natureza. Interdependência. URBANISMO SUSTENTÁVEL Aonde precisamos ir Infra estrutura de alto desempenho e projeto integrado Escala humana Edificações de alto desempenho Otimizar o desempenho das edificações em torno de um sistema inteiro URBANISMO SUSTENTÁVEL Aonde precisamos ir Três passos do urbanismo sustentável 1. Criar um mercado para o urbanismo sustentável 2. Derrubar as barreiras da era do petróleo 3. Campanha nacional (internacional) para implementação do urbanismo sustentável 20/09/2016 22 Um teto verde a cada edifício: A política de Copenhague para eliminar as emissões de carbono até 2025 Copenhagen Em 2008 a Comissão Europeia estabeleceu que a partir de 2010daria o título de “Capital Verde Europeia” às cidades que adotassem iniciativas sustentáveis A primeira cidade a receber esse prêmio foi Estocolmo, seguida por Hamburgo (2011), Vitoria-Gasteiz (2012) e Nantes (2013) Esse ano a Capital Verde Europeia é Copenhaguen Se destaca pelo incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte. um dos objetivos é que, até 2015, 50% da população – cerca de 541 mil habitantes – utilize a bicicleta para trajetos urbanos cotidianos. Para alcançar essa meta um Circuito Verde - onde coexistem uma linha de metrô e uma “super rota de bicicletas” – está sendo projetado. Copenhagen um dos objetivos é que, até 2015, 50% da população – cerca de 541 mil habitantes – utilize a bicicleta para trajetos urbanos cotidianos. Para alcançar essa meta um Circuito Verde - onde coexistem uma linha de metrô e uma “super rota de bicicletas” – está sendo projetado. Copenhagen 20/09/2016 23 Copenhagen Um segundo objetivo que a cidade se propôs é eliminar suas emissões de carbono até 2025. Para desenvolver essa ideia a cidade estabeleceu, através de planos estratégicos de sustentabilidade e mudança climática, que as coberturas dos novos edifícios (que tiverem a inclinação adequada) deverão ser, obrigatoriamente, "tetos verdes". 20/09/2016 24 Copenhagen Três estratégias que visam à construção de telhados verdes ideia de construir tetos verdes na capital da Dinamarca surgiu com mais força em 2008 como uma forma de gerenciar mais eficientemente as águas pluviais e residuais, considerando-se que, segundo estudos, durante os próximos 100 anos choverá 30% a mais do que chove atualmente. Sustentabilidade na Construção e Obras Civis, Plano Climático e Estratégia para a Biodiversidade – a construção de mais tetos verdes a fim de tornar Copenhague uma cidade mais sustentável. Copenhagen Quais são os benefícios dos tetos verdes para as cidades? Como as coberturas são, por vezes, espaços inutilizados, sua transformação em espaços verdes permite criar um habitat adequado para a flora e fauna. Os tetos verdes também ajudam a reduzir a temperatura no interior dos edifícios e em seu entorno. 20/09/2016 25 DINAMARCA 5 Desafios ecológicos para a cidade contemporânea 1. Sustentabilidade e democracia A atual crise ambiental é tão grave e generalizada em nossas cidades que o problema será insolúvel se for deixado para políticas centralizadoras impostas de cima 2. Agricultura e consumo de território fértil Necessário encontrar um modelo que não seja mais ligado à expansão horizontal perpétua . Agricultura periurbana. 3. Natureza e controle Prever espaços para natureza que é próxima de nós mas que não é controlada, atenuada ou artificializada 5 Desafios ecológicos para a cidade contemporânea 4. Compactar e descartar Adensamento urbano como resposta possível 5. Desertificação urbana Aluga-se e vende-se. Desconfiança do sistema imobiliário. Fenômeno generalizado
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