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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR (10 linhas) Processo nº _____ JORGE, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através do seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, no termos do art. 57, caput da lei 11.343 c/c art. 403, §3° do CPP, tempestivamente, no quinquídio legal, apresentar MEMORIAIS, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I- DOS FATOS Jorge de 21 anos de idade, conheceu analisa em um bar, onde estava com outros amigos. Após conversarem e trocarem beijos, foram a um local mais reservado. Neste local, os dois praticaram conjunção carnal, de forma voluntária para ambos. Ao chegar em casa, Jorge, fora procurar analisa pelas redes sociais, e ficou pasmo ao olhar a página, pois apesar de ter aparência de mais velha, de adulta, esta tinha apenas 13 anos de idade, onde Jorge não tinha noção desta realidade no momento em que ficara com Analisa. Após o ocorrido chegou na residência de Jorge a notícia da denuncia movida pelo Ministério Público, pois o pai de Analisa havia descoberto o ocorrido entre Jorge e Analisa, e informado as autoridades. Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na exordial, porém essa alegação não deve progredir. II- DO DIREITO a) DA ASBOLVIÇÃO POR ERRO DE TIPO Jorge não tinha consciência da idade de Analisa, por no bar só poder ser permitido entrada de pessoas maiores de 18 anos, portanto presumiu a idade da Analisa. A própria analisa afirmou em seu depoimento frequentar lugares para adultos, como bares. E também os amigos de Jorge que estavam presentes no local, alegaram que as atitudes da Analisa eram incompatíveis com uma criança de 13 anos e que Jorge não estava embriagado quando conversou com Analisa. Portanto a situação se trata de erro do tipo, que exclui o dolo, que exclui a tipicidade do crime. b) DE CRIME ÚNICO A acusação imputou o crime de dois estupro de vulnerável, o que está incorreto, pois para o STJ (Supremo Tribunal de Justiça), prevalece a tese de crime único, pois é um tipo penal misto alternativo e caso não seja aceita a atipicidade do fato, deverá afastar o concurso de crimes. c) DA AUSÊNCIA DE EMBRIAGUEZ PRÉ-ORDENADA Não há o que se falar em embriaguez de Jorge, já que Jorge não estava embriagado, e seus amigos, que são testemunhas, falaram que o mesmo não estava bêbado. Portanto caso não seja aceita a atipicidade do fato, é totalmente justo o entendimento da medida que afasta a agravante. d) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL Jorge faz jus em todos os requisitos para receber a pena base mínima legal, pois tem bons antecedentes, com residência fixa, com boa conduta social, e nos fatos narrados não ocorreu o animus do tipo penal, pois não agiu com má intenção de se aproveitar da suposta ingenuidade de analisa. e) DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI-ABERTO O crime de estupro de vulnerável, que é previsto como crime hediondo, tem como fixação de cumprimento de pena incialmente no regime fechado, neste caso Excelência, deverá analisar a situação no caso concreto, e não o preceito em abstrato. Sendo assim, por o réu ter bons antecedentes, o regime semi aberto é a melhor solução, caso não seja aceita a atipicidade do fato. III- DO PEDIDO Ante o exposto, requer: a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP, por ausência de tipicidade; b) Caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único; c) fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; d) fixação do regime semi-aberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, §2º, “b”, CP; Nestes termos, Pede deferimento. Curitiba-PR, 29 de abril de 2014 ADVOGADO OAB/__ nº __
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