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Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Relatório 1 - Eficiência térmica do arco elétrico na Soldagem TIG NOME: Bruno Matos de Araújo Matrícula: 391739 Disciplina: Tecnologia da Soldagem Fortaleza, 12 de Setembro de 2019 INTRODUÇÃO O processo de soldagem TIG ou Gas Tungsten Arc Welding ( GTAW ), como é mais conhecido atualmente, é um processo de soldagem a arco elétrico que utiliza um arco entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a poça de soldagem. A poça de fusão, o eletrodo e parte do cordão de solda são protegidos por um gás inerte para que a eficiência do processo seja aumentada. No caso da prática em estudo, o gás utilizado foi o argônio. O arco elétrico é criado pela passagem de corrente elétrica pelo gás de proteção ionizado, estabelecendo-se o arco entre a ponta do eletrodo e a peça. Vale ressaltar que o esse processo de soldagem é aplicável para a maioria dos metais e suas ligas, particularmente adequada na soldagem de chapas finas e de materiais de difícil soldabilidade. Sabe-se que pode ser feita com metal de adição ou não. Na atividade laboratorial em estudo, o metal de adição não foi utilizado. Metais ferrosos, tais como o aço inoxidável, são soldados na condição CC- (corrente contínua e eletrodo ligado ao terminal negativo da fonte). Nesta condição, a corrente é conduzida através do plasma, parcialmente por íons e principalmente por elétrons que são emitidos pelo cátodo de tungstênio. Figura 1 - Esquema do processo soldagem TIG Algumas aplicações da soldagem TIG • Soldagem de tubos e chapas de espessuras finas; • Soldagem de alumínio e magnésio e suas ligas; • Soldagem de materiais dissimilares; • Soldagem de uma ampla gama de metais, como aços carbono e baixa liga, aços inoxidáveis, ligas de alumínio, ligas de níquel, ligas de cobre e ligas de magnésio. OBJETIVOS ● Estudar quanto em percentual de calor é transmitido para o metal base num processo de soldagem TIG; ● Entender como a alteração de uma das variáveis da soldagem, no caso a distância da ponta do eletrodo até a peça (DPEP), de 3 mm e 4,5 mm, pode alterar o rendimento do processo. MATERIAIS Os componentes e materiais utilizados na atividade foram: ● Tocha de soldagem; ● Eletrodo de tungstênio (em tubo de aço inoxidável austenítico AWS 317 de 4 mm de espessura); ● Fonte de energia: IMC INVERSAL (figura 3); ● Cilindro com gás inerte - argônio (figura 3); ● Computador para processamento e armazenamento dos dados do ensaio; ● Tubulação para passagem de água para refrigeração; ● Máscara de proteção; ● Bata de proteção. - Figura 2 - Figura 3 METODOLOGIA Vale ressaltar que, para a realização dos ensaios, com distâncias da ponta do eletrodo até a peça (DPEP) diferentes, alguns dados já eram conhecidos e outros poderiam ser facilmente calculados por fórmulas também conhecidas: Tempo de Soldagem: 20 segundos Vazão da água (V): 0,00000305 m³/s Corrente elétrica do ensaio (i): 90 A Tensão (U): 14 V Potência: P = Ui = 90 x 14 = 1260 W Além disso, os valores de calor específico da água e densidade da água poderiam ser facilmente encontrados na literatura: Cp - água ( J/Kg°C) = 4187 𝜌 água (Kg/m³) = 997 Não obstante, para o cálculos das temperaturas de entrada e de saída da água (medida nos dois momentos em que a água passa pelos sensores) foram utilizados termopares. A energia entregue ao corpo de prova no processo de soldagem, por sua vez, segue a equação 1 abaixo: Tendo isso estabelecido, o rendimento do processo poderia ser facilmente calculado pela equação 2 (abaixo), dando margem para que fosse possível fazer uma comparação entre a eficiência de soldagem nas duas DPEP’S: PROCEDIMENTO E RESULTADOS Foram feitos dois ensaios de soldagem TIG no tubo: Ensaio 1: DPEP de 3 mm, corrente de 90 A e tocha perpendicular ao tubo. O número de linhas aqui, ou seja, o número de vezes em que foram feitas as medições de temperatura foi 3600. Considerando a vazão de água constante e os outros dados já pré-estabelecidos e mencionados na metodologia, temos que: Dessa forma: , 0000305 x 997 x 4187 x 822, 1 x 3600 10467, 3654 J Q = 0 0 1 = 1 Obs.: a integral foi obtida calculando todas as subtrações entre os valores de temperatura de saída - valores de temperatura de entrada, fazendo um somatório dessas e, logo após, dividindo o somatório por “n” e ainda multiplicando, dentro da integral, por “ ”.tΔ Além disso, η = 10467,13654 /(1260x20) = 41,54% dados e resultados - ensaio 1 - DPEP de 3 mm Gráfico - ensaio 1 - DPEP de 3 mm Ensaio 2: DPEP de 4,5 mm. corrente de 90 A e tocha perpendicular ao tubo. O número de linhas aqui, ou seja, o número de vezes em que foram feitas as medições de temperatura foi 3330. Considerando a vazão de água constante e os outros dados já pré-estabelecidos e mencionados na metodologia, temos que: Dessa forma: , 0000305 x 997 x 4187 x 790, 3 x 3330 10068, 7836 J Q = 0 0 8 = 8 Obs.: a integral foi obtida calculando todas as subtrações entre os valores de temperatura de saída - valores de temperatura de entrada, fazendo um somatório dessas e, logo após, dividindo o somatório por “n” e ainda multiplicando, dentro da integral, por “ ”.tΔ Além disso, η = /(1260x20) = 39,95%0068, 78361 8 Dados e resultados - ensaio 2 - 4,5 mm Gráfico - ensaio 2 - DPEP de 4,5 mm Figura 4 - Processo Soldagem TIG Figura 5 - Processo de Soldagem TIG CONCLUSÃO Diante do exposto, pôde-se concluir que a eficiência do processo ficou abaixo do esperado (60-70%) e que isso aconteceu provavelmente pela perda de calor por radiação (dissipado) . Além disso, ficou claro que é possível estudar quanto em percentual de calor é definitivamente transmitido para o metal base. Ademais, a prática confirmou que a alteração de uma variável tem influência direta sobre o rendimento de um processo de soldagem. No caso, a soldagem realizada com uma distância da ponta do eletrodo até a peça (DPEP) menor (3 mm), mostrou-se mais eficiente. BIBLIOGRAFIA SCHWEDERSKY, Mateus Barancelli et al . Soldagem TIG de elevada produtividade: influência dos gases de proteção na velocidade limite para formação de defeitos. Soldag. insp., São Paulo , v. 16, n. 4, p. 333-340, Dec. 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-92242011000400004&lng=en&nrm=iso>. access on 13 Sept. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-92242011000400004.
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