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RESENHA_CRÍTICA_REVOLUÇÃO_DOS_BICHOS_marciano[1]

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR - SEI
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP EAD
SERVIÇO SOCIAL 1º SEMESTRE
DISCIPLINA: ECONOMIA POLÍTICA
RESENHA CRÍTICA
LIVRO: REVOLUÇÃO DOS BICHOS
Marciano Silva Bezerra
Maracanaú
2019
George Orwell
Resenha crítica do Livro: Revolução dos Bichos
“Os sentimentos elevados vencem sempre no final; os líderes que oferecem sangue, trabalho, lágrimas e suor conseguem sempre mais dos seus seguidores do que aqueles que oferecem segurança e diversão. Quando se chega a vias de fato, os seres humanos são heroicos.”
George Orwell 
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
	A Revolução dos Bichos – Escrito por George Orwell, jornalista, escritor, militante político que serviu o exército Britânico e lutou como voluntário na Guerra Civil Espanhola em uma milícia com tendências marxista e trotskista. Orwell foi perseguido pelos anarquistas e outros comunistas que eram a favor do governo Stalinista. Baseado no governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944, porém nenhuma editora aceitou publicar, pois a obra apresentava uma crítica a política, trazendo nos textos ideias contrárias ao totalitarismo político, e na época Stálin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Logo após o término da guerra, em 1945 o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial. O autor na elaboração do seu livro mencionou metaforicamente a Revolução Russa e incorporou em seus personagens grandes figuras da época como: Leon Trótski, Vladimir Litch Lenin e Josef Vissarionovitch Stalin. O Major incorporado na imagem de Lenin rejeitava o evolucionismo, propagando a retomada revolucionária do marxismo. Dessa forma, Lenin queria que o Estado reconhecesse a importância da classe trabalhadora e que esta controlasse as decisões sociais, já o major desejava que os animais passassem a dominar a fazenda, expulsando os seres humanos, pondo fim as injustiças que os animais sofriam. Os bichos ao se organizarem socialmente criam mandamentos, que são resumidos em um princípio: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim” o que posteriormente o porco Napoleão muda para “Quatro pernas bom, duas pernas melhor ainda” já aceitando e atribuindo para si o comportamento humano. Trótsky acreditava que o ideal da revolução deveria ser reproduzido para outros países, apontando as falhas do regime Stalinista e os riscos que oferecia ao processo revolucionário, assim como fez Bola-de-Neve com Napoleão, ao sugerir que a ideia revolucionária da granja fosse espalhada por toda a Inglaterra, principalmente, nas granjas vizinhas com a finalidade de acabar com a exploração dos bichos. Napoleão desconfiava dos planos de Bola-de-Neve, pois tinha outras ideias e Bola-de-Neve deixa subentendido que teme os riscos do projeto de Napoleão. Stálin incorporado na imagem de Napoleão não dava expansão do seu governo nas questões internas da Rússia, voltando o socialismo para os interesses de uma única classe, já Napoleão concentrou o poder apenas entre os porcos. Para aproximar ainda mais ficção e realidade, Napoleão passa a perseguir Bola-de-Neve, fazendo com que ele fosse visto como traidor diante dos bichos da granja, lhe aplicando punições e até mesmo pena de morte, algo que era proibido por eles através da lei do animalismo que afirmava: “Nenhum animal pode matar outro animal” o que logo Napoleão modifica para: “Nenhum animal pode matar outro animal sem motivos”. Na verdade podemos perceber que Napoleão usou os ideais do velho Major para fundamentar sua ditadura e tornar-se um grande capitalista reproduzindo as mesmas características do Senhor Jones.
 
RESUMO
	No livro “A Revolução dos Bichos”, George Orwell descreve por meio de uma fábula, dividida em dez capítulos a história de uma fazenda com diversas espécies de bichos que eram oprimidos, explorados e maltratados por seu dono, Sr. Jones. Os bichos idealizaram uma grande revolução, por influência do velho Major, um porco que estava quase no fim de sua vida, mas que era respeitado e visto como o mais sábio entre os bichos da Granja do Solar. A finalidade da revolução era a expulsão dos humanos, com isso, os próprios animais deteriam o poder, legitimando um sistema cooperativo e igualitário entre eles, baseados em algumas regras cujo princípio mais importante era: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”, apresentando o ódio dos animais em relação ao comportamento humano. Depois de algum tempo, os porcos, vistos como os animais mais inteligentes, começam a adaptar as regras de acordo com seus interesses, estabelecendo de forma vagarosa um regime de abatimento de forças, incorporando-os em um novo lema “Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”. Agora os animais que após a revolução eram livres recebem influências para atender aos pedidos da classe dominante, ou seja, a classe dos porcos, que apresentava cada vez mais o comportamento humano, deixando de lado todos os objetivos que tinham antes da revolução.
RESENHA CRÍTICA
	A nossa resenha crítica começa com a apresentação dos personagens principais do livro “A Revolução dos Bichos”, fazendo uma comparação entre eles e as grandes figuras integrantes da historicidade do Brasil, desde um país com um governo ditatorial, autoritarista e absolutista até um país em busca da democracia, tentando comparar o comportamento dos animais a nossa realidade contemporânea, mostrando que, o que George Orwell escreveu em 1944, encontra-se ainda bastante presente nos dias atuais, como também, refletir a luz dos pensadores estudados em sala, dentre eles Karl Marx, que temos como principal figura, pois mostra as irregularidades e as contradições do sistema capitalista que cada vez mais vem dominando a nossa sociedade. 
	Senhor Jones: Ser humano, dono da fazenda e dos bichos: Grande capitalista, explorava a força de trabalho dos animais, visava lucro com a produção de cada espécie em benefício próprio para acumular capital; Major – Porco, considerado o mais sábio entre os bichos, estava no fim da sua vida e foi através dele que os animais passaram a se organizar em busca de proporcionar uma grande revolução, pois passaram a dar-se conta de como estavam sendo explorados pelo Sr. Jones. Comparamos o Major com Karl Marx, grande idealista do comunismo; Bola-de-Neve – Porco Napoleão – Porco, queria maior concentração de poder para os porcos, comparado aos militares e líderes dos governos do período ditatorial que queriam a concentração do seu governo entre as classes dominantes; Sansão – Cavalo, representa o trabalhador que não é reconhecido pelo seu trabalho, não percebe a exploração a que está submetido, reproduz o sistema por confiar fielmente em seus representantes; Granjeiros Locais – também capitalistas, as granjas representavam os outros países que receberiam fortes influências da revolução; Animais da Granja: Eram explorados por seus “donos”, através da força de trabalho e representam a classe dos trabalhadores, ou seja, o proletariado.
	O Major é referência dentre os demais bichos, pois era o mais sábio e o mais velho da granja, por isso, era o responsável pelas realizações das reuniões com os bichos, concentrou todos, fez um discurso mostrando como todos os animais da granja estão sendo explorados pelos humanos, trazendo a ideia de uma grande revolução, conta que teve um sonho onde havia um mundo em que o homem não existia. Sabemos que, para uma revolução ser legitimada depende da potência, da força e da mobilização do grupo, lutando para conseguir seus ideais. Nesse sentido, trago a ideia de Marx que bem define essa ação “Luta de Classes”. Marx no seu livro, “O capital”, mostra o pensamento de Feuerbach:
“O homem, para Feuerbach, é ser genérico natural, supra-histórico, e não ser social determinado pela história das relações sociais por ele próprio criadas. Daí o caráter contemplativo do materialismo feuerbachiano, quandoo proletariado carecia de idéias que o levassem à prática revolucionária da luta de classes.” (1996, P.11).
	Uma classe, seja ela qual for, pode se tornar um estopim para mudar as condições de vida degradante que estão submetidas, desde que levantem-se e reconheçam-se enquanto classe para derrotar seus superiores carrascos. Nesse capítulo, a ideia central é a revolução, pois os bichos, revoltados com os maus tratos de seu dono e as péssimas condições de sobrevivência a que eram expostos pelo Sr. Jones, que exercia poder sobre os animais, autoritarismo, como também, os explorava. Sendo assim, se não buscarmos nos organizar e lutar pelos nossos objetivos, como fizeram os bichos em prol da liberdade, buscando melhorias de vida, onde a produção seria cooperativa suprindo as necessidades de todos e felizmente sem a exploração do trabalho, jamais conseguiremos estabelecer um governo democrático ou um estado de bem estar social. A vida do Major infelizmente chega ao seu fim, os bichos ainda incentivados com sua ideia, planejam a revolução, que logo acontecera, expulsando os humanos e tornando-os proprietários da fazenda, onde Napoleão e Bola de Neve passaram a comandá-la, estabelecendo leis e mandamentos para os animais. Como diria Marx (1844) em uma de suas frases do livro, “Manuscritos econômico-filosóficos”, publicado em (2004) “Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem, a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”. Após uma revolução vitoriosa, os bichos que antes estavam subordinados ao sistema de governo do Sr. Jones, começam a dividir-se na formação de um novo sistema de governo, assim também, seus representantes, descartando tudo que fariam lembrar do império de Jones, inclusive mudam o nome da Granja do Solar para “Granja dos Bichos” em virtude do recomeço. Três animais entre eles se destacavam Napoleão, conhecido pela sua força de vontade, Bola-de-Neve que era mais comunicativo que Napoleão e também Garganta que era conhecido pela sua capacidade de convencimento. Os três ficaram encarregados de estabelecer as falas do Major dentro de um regime que chamaram de Animalismo. Mesmo na construção de um novo governo, ainda existiam animais que tinha o Sr. Jones como seu dono, principalmente os que tinham contatos mais próximos com ele, como, por exemplo, Mimosa. Porém, os porcos tinham como dever inserir esses animais no Animalismo. Marx e a crítica à consciência moderna define que:
“[...] as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas, econômicas, sendo estas as determinantes. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, bem como modificam a maneira de ganhar a vida, modificando todas as relações sociais.”(Karl Marx, 1818- 1883) 
	Os animais representantes, aprenderam a escrever e, assim como todo governo que tem suas leis e que regulam os limites comportamentais dos indivíduos, os porcos escreveram os sete mandamentos do Animalismo, que todos os animais teriam como princípio antes de qualquer comportamento. Os bichos se organizam e juntos trabalham para garantir um bom funcionamento da granja, alguns aprenderam a ler e escrever. Sob o comando dos porcos todos geram uma nova organização, semeiam e colhem, elaboram datas comemorativas, hinos e festas com a ideia de reorganização da propriedade. Segundo Locke em seu Livro: “Dois tratados sobre o governo”(2005, traduzido por: Júlio Fischer) diz: “A terra é propriedade de todos. Mas cada ser humano é uma propriedade única, e ninguém mais tem direito a ela, a não ser ele mesmo”. Todos trabalhavam, mas Sansão se destacava dentre os demais e usava o lema “Trabalharei mais ainda”. Mesmo com dificuldades os animais foram guerreiros, pois desenvolveram ferramentas e técnicas que suprimisse o fato de não poderem ficar sobre duas pernas na realização de suas atividades. Também, puderam desfrutar de certos direitos como a diversão e o lazer, até sobrara um tempinho para descanso. Organizado sob a égide de um governo comunista os bichos tinham seus encontros, dando soluções e resoluções para a melhoria de vida de todos na granja. Percebermos aí que, os bichos colaboram na produção, cada um com suas técnicas. Os granjeiros começam a temer que seus bichos revoltem-se, Jones, seus homens e os donos das granjas vizinhas, dedicaram a ajudá-lo, na tentativa de tomar a granja de volta. O que não sabiam é que os animais estavam preparados para o ataque dos humanos. Na tentativa de recuperar sua granja, Jones é vencido pelos bichos, finalmente os animais conseguem derrubar o autoritarismo, Bola-de-Neve e Sansão são privilegiados pela bravura e desempenho na batalha, Mimosa foge para a propriedade vizinha, induzida pelos humanos, percebemos aí a covardia que a mesma fizera com os outros bichos, nem se quer lembrou do princípio da revolução, todos na batalha contra os humanos. A batalha expressa a luta pelos direitos dos animais. Os animais criam a condecoração militar, a comenda “herói animal, classe especial” e a “herói animal, segunda classe”, esse comportamento dos animais faz com que cada vez mais eles sejam vistos como diferentes diante dos outros animais, percebe-se aí uma forma de divisão de classes, passando a existir a ideia de uma classe melhor que outra, esquecendo dos demais animais que também estiveram presentes na batalha, contribuindo como podia, de acordo com suas limitações e que não foram lembrados em nenhum momento. 
	Mais uma vez Mimosa foge para viver entre os humanos. Napoleão e Bola-de-neve discordavam em tudo, principalmente durante os debates violentos. Para Trotsky, o ideário da revolução deveria ser espalhado para outras nações, em contrapartida, Stalin tinha o objetivo de concentrar seu governo nas questões internas da Rússia. Bola-de-neve anuncia a criação de um plano: a construção de um moinho de vento. Napoleão rejeitava a idéia dizendo que a grande necessidade do momento era aumentar a produção de alimento. Foram divididos dois grupos, um que iria votar em Napoleão e outro no Bola-de-Neve, Benjamim foi o único animal que não quis se aliar a nenhum partido. Bola-de-neve foi atacado pelos os cães de 	Napoleão enquanto falava sobre seu plano, e para se defender saiu correndo em direção à estrada. Napoleão anunciou que a partir daquele momento terminariam os debates de domingo. Os animais não gostaram da notícia, mas logo foram coagidos pelos rosnados dos cães de Napoleão. Assim como Napoleão, em seu governo, Stalin reprimia qualquer pessoa que fosse capaz de apresentar uma certa oposição à suas idéias. No terceiro domingo após a expulsão de Bola-de-Neve, sem dar explicações, Napoleão anuncia que através de um trabalho muito duro o moinho será realmente construído. Mais tarde Garganta tenta convencer aos bichos que Napoleão foi o verdadeiro criador da idéia e que Bola-de-Neve havia roubado seu plano. 
	Os bichos trabalharam muito durante o ano inteiro, mas trabalhavam felizes por saberem que agora estavam trabalhando para o benefício deles próprios. Em uma de suas frases Adam Smith afirma: ‘’O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção’’. Agora os animais produzem para o próprio consumo e não mais para os humanos. Napoleão estabelece que aos domingos à tarde os animais teriam que trabalhar também, um trabalho voluntário mas quem não aceitasse trabalhar nesse dia teria a metade da ração diminuída. A construção do moinho de ventos vinha apresentando dificuldades imprevistas e sempre quem resolvia o problema com toda sua força era sansão, por isso todos os outros animais o admiravam. Era um domingo de manhã e Napoleão anunciou sua decisão de criar uma nova política, a Granja dos Bichos passaria a comerciar comas da vizinhança. Os animais não se sentiam a vontade pois tinham o acordo de nunca realizar qualquer contato com os seres humanos, não comercializar nem utilizar dinheiro. Como não havia nada escrito parecido com isso, Garganta consegue convencer os bichos de que eles estavam enganados.Conseguiram um representante que concordou em atuar como intermediário entre a Granja dos Bichos e o mundo exterior. Os porcos mudaram-se para a casa-grande e foram julgados pelo restante dos bichos, mas Garganta novamente consegue convencê-los do contrário com o argumento de que os porcos precisavam de um local calmo para trabalhar. Em novembro, devido aos fortes ventos, o moinho foi arruinado e Napoleão atribui a culpa à Bola-de-neve. Ordenou aos bichos que no mesmo dia pela manhã recomeçassem a construção do moinho de vento e ofereceu recompensas à quem conseguisse capturar Bola-de-Neve. 
	O inverno continuava e os bichos encontravam inspiração na força de sansão para continuarem a construir o moinho. A situação começou a piorar na granja e, os animais fingiam não estar com fome, enchendo as tulhas para que parecessem cheias, com a intenção de enganarem o representante. As galinhas, que foram ordenadas a entregar seus ovos, fizeram uma revolta, e logo depois tiveram sua ração cortada, por isso desistiram. Começaram boatos de que Bola-de-Neve andava pela granja à noite roubando e destruindo. Este era culpado por tudo que aconteceu de errado e segundo Garganta ele era aliado de Jones desde o início. Garganta então em seu discurso colocou os outros animais contra Bola-de-neve. Napoleão matou em uma reunião todos que confessaram ajudar seu inimigo Bola-de-Neve, ou que ajudaram a sabotar o novo regime. Não sabiam o que era mais chocante, se a traição dos animais que foram cúmplices de Bola-de-Neve ou a repressão que tinham acabado de presenciar. A música Bichos da Inglaterra foi então proibida e substituída por outra. Assim como Napoleão, Stalin inseriu um sistema de censura, perseguições e assassinatos de políticos que se opunham ao Regime. 
	Os novos administradores da Granja não implementaram mudanças, muito menos instauraram a igualdade e ou a fraternidade, como idealizado antes da revolução, ao contrário, estabeleceu-se uma nova dinâmica de hierarquização e segregação social. Os porcos incorporando ideias meritocráticas, criaram estratégias de separação e classificação entre os animais, se auto avaliando como uma espécie superior detentora de um capital intelectual exclusivo de sua espécie, utilizam-se da violência para inibir qualquer tentativa de manifestação dos outros bichos e se valendo do fato das demais espécies serem submissas e não se reconhecerem enquanto sujeitos de direitos, que conhece suas garantias e luta pela efetivação. Dessa forma, Napoleão lhes priva de uma vida digna e os submete a uma existência de privações.
	Os bichos da Granja do Solar estão totalmente presos a uma lógica que não permite com que reflitam sobre suas reais condições, assim não sabem responder como era suas vidas antes da revolução e se esta trouxe alguma melhoria. Somando-se a isso temos o auto poder de persuasão existente na figura do porco Garganta, uma espécie de mídia alienante que detém qualquer tentativa de reinvindicação e transfigura a realidade aos interesses de Napoleão. Fato semelhante ocorre em nossa sociedade moderna liquida, onde as massas populacionais são alheias aos fatos relevantes da nação e atentas a uma lógica mercadológica de consumo. Nesse país as leis são alteradas e a população não toma conhecimento e quando descobre a alteração não se mobiliza por desconhecerem como era anteriormente, deixando os políticos se deleitarem na usurpação de nossos direitos.
Sob um regime ditatorial Napoleão comete uma série de desmandos, submete os animais a um sistema exploratório de trabalho, onde mal recebem o que comer, situação semelhante a existente no nosso sistema atual, no qual os trabalhadores passam a maior parte de seu tempo no interior de empresas desenvolvendo as mais diversas atividades e recebem míseros salários que não dá para uma alimentação de boa qualidade, para usufruir de uma educação digna ou para aproveitar em um lazer cultural.
	Marx ao formular suas teorias a cerca da vida social, em especial, em sua análise sobre a sociedade capitalista afirma que o trabalhador é tanto mais pobre quanto mais riquezas produz o que acarreta sua própria mercadorização.
“O trabalhador é tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce sua produção em potência e em volume. O trabalhador converte-se numa mercadoria tanto mais barata quanto mais mercadorias produz.(...) O trabalho não apenas produz mercadorias, produz também a si mesmo e ao operário como mercadoria.” Karl Marx (Um Toque de Clássicos, 2007. pg. 27).
	Percebe-se, portanto, que a riqueza socialmente produzida, acabou sendo apropriada por apenas uma classe, ocasionado a dinâmica do mérito, dessa forma, reforça-se a ideia de que a sociedade historicamente se encontra dividida em classes sociais, sendo controladas por um Estado que favorece a apenas uma delas.
Tem-se, assim a supremacia de um governante o que nos remete a formação de uma espécie de Estado Absolutista, ocasionado pela extrapolação de poder de um governo que inicialmente deveria garantir a liberdade e os direitos individuais e acaba assumindo outras funções que comprometem tais direitos.
 
CONCLUSÃO
	Este livro pode resultar em inúmeras conclusões, a intenção do autor adquire múltiplos significados que podem variar de acordo com o nível de imaginação do leitor. Orwell rompe com a ideia romântica de um final feliz, onde um mocinho chegará, resolverá os problemas sociais e todos viveram igualitariamente.
	O livro nos leva a concluir que as mudanças não partem dos governantes e sim das massas e para isso estas devem ter ciência de que qualquer mudança provém de sua organização, conscientização e formação política, dessa forma, é preciso que os autores sociais se vejam como protagonistas de um roteiro que eles escrevem diariamente e não como meros coadjuvantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARX, K. (1844), Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004. 
Disponível em:<http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/animaisf.pdf >. Acesso em: 30 Mai. 2013.
Disponível em:<http://www.livrosepessoas.com/2011/03/06/vida-e-obra-de-george-orwell-autor-de-1984-e-a-revolucao-dos-bichos/ >. Acesso em: 30 Mai. 2013.
Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Orwell>. Acesso em: 30 Mai. 2013.
Disponível em:<http://www.brasilescola.com/historiag/governo-stalin.htm>. Acesso em: 05 Jun. 2013.
Disponível em:<http://www.suapesquisa.com/russa/>. Acesso em: 05 Jun. 2013.
Disponível em:<http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/revolucao-russagoverno-stalin.htm >. Acesso em: 15 Jun. 2013.
Disponível em:<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_fontes/acer_marx/ocapital-1.pdf>. Acesso em: 19 Jun. 2013.
Disponível em:<http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/images/4/4e/III-texto1-Locke.pdf>. Acesso em: 19 Jun. 2013.

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