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Guarulhos 2015 FACULDADE ENIAC ENGENHARIA MECATRÔNICA GILSON ALBUQUERQUE DE ALMEIDA JONATAS FREITAS DA SILVA ESTUDO, EFICIÊNCIA E CARACTERÍSTICAS NA FIXAÇÃO COM UMA MORSA HIDRÁULICA Guarulhos 2015 GILSON ALBUQUERQUE DE ALMEIDA JONATAS FREITAS DA SILVA ESTUDO, EFICIÊNCIA E CARACTERÍSTICAS NA FIXAÇÃO COM UMA MORSA HIDRÁULICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Eniac, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Mecatrônica em Nome do Curso. Orientador: Mestre Sergio Fernandes. Banca Examinadora: _______________________________________ Nome do (a) Professor (a) orientador(a) Sérgio Fernandes _______________________________________ Nome do (a) Professor(a) avaliador (a) Sandro Oliveira de Queiroz _______________________________________ Nome do (a) Professor(a) avaliador (a) Eduardo S. D’Elia ESTUDO, EFICIÊNCIA E CARACTERÍSTICAS NA FIXAÇÃO COM UMA MORSA HIDRÁULICA Aos nossos pais, esposas e filho. Obrigado pelo apoio, dedicação e as lembranças, que nos fortalecem cada vez mais. AGRADECIMENTOS À nossa família, que nos apoiou e incentivou nos nossos estudos durante a realização desse trabalho. Agradecemos ao senhor Márcio Gonçalves pelo fornecimento de catálogos e atendimento online da empresa Davima Comercial e Importadora LTDA. Aos Engenheiros de Processo da empresa Flexitech do Brasil ( André Locatti e Anderson Pinesso), pelo apoio e cooperação técnica do trabalho. Agradecemos especialmente aos professores da Faculdade Eniac, (Sérgio Fernandes e Luciano Galdino), pela orientação nas situações de dúvida e dificuldades encontradas no andamento do trabalho. ”Acredite em si. Engate a mente na sua boa estrela e reconheça que a sua luz interior o conduzirá sempre para cima e para frente”. Autor: desconhecido RESUMO O objetivo deste trabalho é fazer um estudo sobre as morsas, mecânica e hidráulica, que são duas ferramentas de fixação que utilizam parafuso de potência e atuador hidráulico. A morsa mecânica é uma ferramenta muito utilizada na indústria e oficinas em geral, e apresenta um ganho mecânico na fixação através de um parafuso de potência. A morsa hidráulica possui um multiplicador de pressão incorporado ao fuso. A pressão de fixação é proporcionada pelo multiplicador hidráulico, o que resulta em uma maior produtividade ao final da jornada de trabalho. O estudo compara valores calculados para os dois modelos de morsas, através de equações matemáticas citadas nas referências utilizadas. Palavras chave: Morsa. Atuador Hidráulico. Fixação. Multiplicador hidráulico. ABSTRACT The objective of this work is a study about vises, mechanics and hydraulics, which are two fixing tools using power screw and hydraulic actuator. The mechanical vise is a tool widely used in industry and workshops in general and presents a mechanical gain in fixing via a power screw. The hydraulic vise has a hydraulic pressure intensifier incorporated into the spindle. The clamping pressure is provided by hydraulic intensifier, resulting in greater productivity at the end of the working day. The study compares the calculated values for the two models of vises, through mathematical equations used in the cited references. Keywords: Vises. Hidraulic actuator. Fixing. Hidraulic intensifier. . LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Rosca triangular................................................................................ ................. 02 Figura 2 – Característica de rosca........................................................................................ 03 Figura 3 – Roscas de parafusos de potência ........................................................................ 04 Figura 4 – Parafusos de potência..........................................................................................06 Figura 5 – Diagrama de força no parafuso ao elevar uma carga ......................................... 07 Figura 6 – Representação das forças componentes do diagrama de força. ......................... 08 Figura 7 – Atuadores hidráulicos diversos...........................................................................11 Figura 8 – Multiplicador Hidráulico.....................................................................................12 Figura 9 – Morsas mecânicas................................................................................................13 Figura 10 – Morsa mecânica de referência para cálculo.......................................................13 Figura 11 – Fuso e multiplicador hidráulico.........................................................................14 Figura 12 – Manivela de morsa.............................................................................................18 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Perfis de roscas. ................................................................................................. 03 Tabela 2 – Coeficiente de atrito estático ............................................................................. 05 Tabela 3 – Coeficientes de atrito (destaque aço/ferro fundido) ......................................... 06 Tabela 4 – Relação de torque calculado entre morsa mecânica e hidráulica ...................... 18 Tabela 5 – Cálculo de forças para manivela.........................................................................19 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CST Companhia Siderúrgica de Cubatão EUA Estados Unidos da América ISO International Organization for Standardization SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial UNS Unified National Standard LISTA DE EQUAÇÔES Equação 1 – Ângulo de Avanço................................................................................21,29,31 Equação 2 – Somatória das forças em x .............................................................................. 22 Equação 3 – Somatória das forças em y.... .......................................................................... 22 Equação 4 – cálculo para força de avanço ........................................................................... 22 Equação 5 – cálculopara força de avanço......................................................................22,23 Equação 6 – Força normal. .................................................................................................. 23 Equação8 – Momento torsor.................................................................................23,24,30,31 Equação9 – Torque no colar.................................................................................................24 Equação 11 – Pressão. ......................................................................................................... 26 Equação 12 – Ganho hidráulico na morsa.......................................................................22,30 LISTA DE SÍMBOLOS μ Coeficientes de atrito (µ) μ� Coeficientes de atrito estático �� Diâmetro médio (mm) � Passo (mm) λ Ângulo de avanço (graus) ψ Ângulo de hélice ψ (graus) � Força de compressão axial (N) �� Força de avanço (N) � Força resistente (N) � � Força de atrito (N) � Força normal (N) �� Perímetro médio da rosca (mm) � Altura ou Passo (mm) ∑ � Somatória das forças (N) �� Torque no colar (N/m) �� Coeficiente de atrito no colar �� Diâmetro do colar (mm) � Pressão (�/���) � Força (N) � Área (���) �� Força entrada (N) �� Força saída (N) �� Área entrada (���) �� Área saída (���) ��� Kilograma força �� Momento torsor SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 01 CAPÍTULO 1 SISTEMAS DE FIXAÇÃO..................................................................................................02 1.1 Fixação por roscas............................................................................................................ 02 1.2 Parafusos de potência........................................................................................................04 1.3 Atrito nas roscas................................................................................................................05 1.4 Análise de Forças em parafusos rosca quadrada.............................................................. 06 CAPÍTULO II ATUADOR HIDRÁULICO.................................................................................................11 2.1 Atuador Hidráulico Linear............................................................................................... 11 CAPÍTULO III MORSAS...............................................................................................................................11 3.1 Morsa mecânica.................................................................................................................13 3.2 Morsa Hidráulica...............................................................................................................14 CAPÍTULO IV CÁLCULO DAS FORÇAS E TORQUES APLICADOS.................................................15 4.1 Cálculo do Torque em uma morsa Mecânica....................................................................15 4.2 Cálculo do torque em uma morsa hidráulica.....................................................................16 4.3 Comparação de valores de torque e força entre as morsas................................................17 CONCLUSÃO ......................................................................................................................20 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................21 ANEXOS ...............................................................................................................................22 15 INTRODUÇÃO As tecnologias utilizadas em máquinas e equipamentos de usinagem acompanham no desenvolvimento dos produtos em geral, portanto se torna necessário a inovação em todos os aspectos, os sistemas de fixação de peças são adaptados e utilizados para atender às necessidades dos processos de fabricação. A morsa hidráulica é um equipamento muito utilizado na fixação de peças que facilita o manuseio do operador, pois o esforço físico para se fixar uma peça é muito menor aumentando a eficiência na fixação de peças a serem usinadas. Quando comparado ao esforço na fixação por uma morsa mecânica. Na comparação das morsas em questão, é possível entender que a diferença no ganho de fixação das peças está diretamente ligada ao multiplicador hidráulico, pois os dois modelos de morsa utilizam parafusos de potência para fixar a peça, mas a morsa hidráulica multiplica o seu ganho através do cilindro hidráulico multiplicador de força, que é acionado ao encostar na fixação da peça. Através das referências citadas no trabalho é possível uma analogia das forças e do torque necessário para se fixar peças, estudando o comportamento do parafuso de potência (rosca quadrada) e do atuador hidráulico. Esta pesquisa reforça a importância da hidráulica em dispositivos manuais onde são necessários grandes esforços físicos, onde o ganho mecânico do parafuso de potência é multiplicado, pois além do ganho do atuador hidráulico, se diminuem as perdas relacionadas ao atrito nas roscas. Existem maiores tecnologias voltadas à fixação de peças, onde são utilizados sistemas automáticos que não necessitam de nenhum esforço humano, mesmo assim não são sempre utilizados devido ao custo elevado que torna essa solução inviável, neste caso a morsa hidráulica é uma solução comumente aplicada. O objetivo maior do trabalho apresentado é o estudo matemático e físico de um sistema mecânico/hidráulico, ressaltando a importância da utilização de ferramentas hidráulicas manuais que facilitam o trabalho do homem. 16 CAPÍTULO I SISTEMAS DE FIXAÇÃO 1.1 Fixação por roscas “Rosca é uma saliência de perfil constante, helicoidal, que se desenvolve de forma uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. Essa saliência é denominada filete” (SENAI/CST, 1996, p. 13). As roscas podem ser internas (fêmea) ou externas (macho), e são representadas na figura1: Figura 1 – rosca triangular Fonte: SENAI/CST (1996, p. 13) Os sistemas de fixação por rosca são muito utilizados em elementos de máquinas, um exemplo comum é a utilização de parafusos e porcas para se unir duas peças. As porcas e os parafusos utilizados em um projeto podem parecer um dos aspectos de menor interesse, mas na verdade é um dos mais fascinantes, e a seleção incorreta desses fixadores pode resultar em falhas de projeto de uma máquina, um carro ou um avião, por exemplo, possuem de milhares a milhões de juntas fixadas por parafusos (NORTON, 2013). O parafuso de rosca helicoidal é uma invenção mecânica importante e que serve de base para parafusos de potência, que transformam movimento angular em movimento linear, transmitindo potência ou desenvolvendo grandes forças para máquinas e equipamentos como prensas, macacos e fixadores rosqueados (SHIGLEY; etal, 2005). De acordo com Norton (2013, p. 862), os sistemas de padronização dos EUA (UNS) e Europeu (ISO) regulamentam e são utilizados como padrão internacional desde a segunda guerra mundial. 17 Segundo Norton (2013, p. 862) uma rosca triangular, onde se utiliza um ângulo incluído de 60º, a cristae a raiz de uma rosca são planas para diminuir a concentração das tensões do material da rosca, e o passo é a distância entre dois filetes de rosca, ou seja, em um parafuso simples, o passo é o deslocamento linear em uma volta do parafuso. O diâmetro máximo representa o valor a ser adotado como referência de medida, já o diâmetro primitivo e o diâmetro menor variam de acordo com o passo da rosca. Na figura 2 representam-se essas características. Figura 2 – Característica de rosca Fonte: Norton (2013, p. 862) Além do perfil de rosca triangular, demonstrados nas figuras 1 e 2, existem outros tipos de roscas que podem variar o perfil de acordo com a necessidade das aplicações, conforme demonstra-se na tabela 1. Tabela 1 - Perfis de roscas Fonte: ETEC (2000, p. 39) 18 1.2 Parafusos de Potência “Um parafuso de potência é um dispositivo usado em maquinaria para transformar o movimento angular em linear, e geralmente transmitir potência. Aplicações familiares incluem parafusos para morsa, prensas e macacos” (SHIGLEY; etal, 2005, p. 387). Conforme Norton (2013, p. 865) mesmo que as formas padrão de roscas triangulares forneçam uma boa fixação, elas não são fortes o suficiente para todas aplicações quando relacionadas aos parafusos de potência. Para essas aplicações de potência são muito utilizadas as roscas quadradas, trapezoidal (Acme) e de botaréu. Estas roscas possuem a característica de filetes de roscas mais resistentes à cargas axiais, seus perfis representam-se na figura 3. Figura 3 – Roscas de parafusos de potência Fonte: Norton (2013, p. 866) Os parafusos de potência devem apresentar uma resistência maior à cargas axiais e radiais, por esse motivo são normalmente utilizados em maiores dimensões para suportar tais esforços sem deformações em sua estrutura. A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar a carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio material e deve ser determinada por experimento. Um dos testes mais importantes a realizar nesse sentido é o teste de tração e compressão. (HIBBELER, 2004, p. 62). De acordo com Norton (2013, p. 865) a rosca quadrada oferece a máxima eficiência e rigidez, também elimina as componentes de força radial, mas representa maior dificuldade de se usinar devida sua face perpendicular, por esse motivo muitas vezes é substituída. 19 1.3 Atrito nas roscas “Atrito pode ser definido como uma força de resistência que atua em um corpo, evitando ou retardando seu deslizamento em relação a um segundo corpo ou a uma superfície com a qual ele está em contato” (HIBBELER, 2005, p. 323). Em mecânica são estudados dois tipos de atrito, o atrito seco e atrito fluido.O atrito seco, também chamado de atrito Coulomb, ocorre entre superfícies de corpos em contato na ausência de fluidos lubrificantes. O atrito fluido é diferenciado pela existência de uma lâmina de fluido entre as superfícies, e é estudado quando se precisa determinar velocidades dos fluidos e a capacidade de resistir às forças de cisalhamento (HIBBELER, 2005). Os coeficientes de atrito (µ) podem variar por serem estáticos, cinemáticos ou rolamentos, assim pretende-se aplicar neste trabalho o coeficiente de atrito estático no cálculo da fixação por parafuso de potência. Segundo Hibbeler (2005, p. 324) os valores para o coeficiente de atrito estático (��) é adimensional e depende somente das características das superfícies de contato, assim são utilizadas tabelas comuns em manuais de engenharia, conforme exemplo da tabela 2, mas para uso prático em situações de maior precisão dos cálculos, é necessário determinar o coeficiente de atrito através de ensaios dos materiais a utilizar. Tabela 2 – Coeficiente de atrito estático (��) Fonte: HIBBELER (2005, p. 324) Conforme Hibbeler (2005, p. 324) o coeficiente de atrito apresenta na sua maioria um valor inferior a 1, mas algumas vezes pode ocorrer de ser maior, isso ocorre em alguns materiais como duas peças em alumínio, por exemplo. O material utilizado para parafusos de potência de morsas é o aço, já a sua rosca interna (porca) é ferro fundido, e de acordo com a tabela 3 o coeficiente de atrito a ser utilizado corresponde entre os valores de 0,15 a 0,25. 20 Tabela 3– Coeficientes de atrito (destaque aço/ferro fundido) Fonte: Shigley, et al (2005, p. 396, destacado pelo autor) 1.4 Análise de torque e das forças em parafuso rosca quadrada. Segundo Shigley; et al (2005, p. 388) através do diâmetro médio�� de um parafuso, do passop, de um ângulo de avanço , e um ângulo de hélice ψ, é carregada pela força de compressão axial F. A figura 4representa a posição vertical de um parafuso rosqueado na base. Figura 4 – Parafuso de potência Fonte: Shigley, et al (2005, p. 391) Assim imagina-se um filete de rosca desenvolvida em apenas uma volta, formando um triângulo retângulo, onde a base é o comprimento da circunferência do círculo de diâmetro médio �� e a altura é o passo p. Substituindo o passo p por l para representar a altura do triângulo formado, multiplicando-se �� por para obter-se o perímetro da circunferência e representando as forças existentes ao elevar uma carga, assim obtem-se uma representação na figura 5. 21 Figura 5 – Diagrama de força no parafuso ao elevar uma carga. Fonte: Shigley, et al (2005, p. 391, modificado pelo autor) Onde: !": Força de avanço (N) !#: Força resistente (N) !$%#: Força de atrito (N) N : Força normal (N) & : ângulo de avanço (graus) '() : Perímetro médio da rosca (mm) * : Passo (mm) De acordo com as relações trigonométricas de um triângulo retângulo, é possível calcular o ângulo & através da equação 1. +,- & = / 012 1 Onde: +,- & ∶ Tangente do ângulo de avanço De acordo com Galdino (2014) as forças podem ser representadas por vetores nos sentidos horizontais e verticais, formando dois retângulos com dois triângulos inscritos em cada, que possuem ângulos equivalentes ao triângulo principal. Esta representação pode ser visualisada na figura 6. 22 Figura 6 – Representação das forças componentes do diagrama de força. Fonte: Galdino (2014, p. 221, modificado pelo autor) Baseando-se na figura 7, aplicando-se a segunda lei de Newton, analisando a somatória das forças nos eixos x e y, obtem-se as equações 2 e 3. 4! = 0 4!6 = !" − !$%6 − �6 = 0 2 4!8 = �8 − !$%8 − !# = 0 3 Ao analisara equação 2, as forças !$%6 9 �6 são substituídas pelas forças !$% 9 � multiplicados pelos valores de seno e cosseno. Deve-se lembrar que a força de atrito é multiplicada pelo seu coeficiente, tem-se então a equação 4. 4!6 = !" − !$%6 − �6 = 0 !" − (μ. �. ;<=&) − (�. =9-&) = 0 4 Isolando Fs do restante, e colocando a força N em evidência tem-se a equação 5. !" = (μ. �. ;<=&) + (�. =9-&) !" = �(μ. ;<=& + =9-&) 5 23 Analisando a equação 3, as forças !$%8 9 �8 também são substituídas por !$% 9 �, multiplicados por valores de seno, cosseno e coeficiente de atrito, tem-seassim a equação 6. 4!8 = �8 − !$%8 − !# = 0 (�. ;<=&) − (μ. �. =9-&) − !# = 0 �. (;<=& − μ. =9-&) = !# � = ?@ (AB"CDE."�FC) 6 Substituindo a força N da equação 5, pela sua representação da equação 6, é possível obter a equação 7, que representa as forças nos eixos x e y. !" = !# (;<=& − μ. =9-&) . (μ. ;<=& + =9-&) 1 !" = !# . (E.AB"CH"�FC) (AB"CDE."�FC) 7 Para se ter uma equação geral, é necessário transformar as forças em torque, utilizando-se o raio do diâmetro primitivo da rosca como referência para obter-se a distância. De acordo com Melconian (2012) o torque, ou momento torçor (I%), é definido pelo produto da carga (F) e a distância (d) do ponto de aplicação da carga e o centro da seção transversal, assim obtem-se então a equação 8. I% = !# . 12 � . (E.AB"CH"�FC) (AB"CDE."�FC) 8 Segundo Norton (2013, p. 868) para considerar uma equação completa para calcular o torque em parafusos de rosca quadrada, deve-se levar em conta o atrito do colar do parafuso, somando-se ao valor desta à interface parafuso porca. 24 A equação 9 representa o atrito do colar do parafuso. JA = �A!# 1K � 9 Onde: JA: Torque no colar (N/m) �A: Coeficiente de atrito no colar (A: Diâmetro do colar (m) Somando-se a equação 9 com a interface parafuso porca da equação 8, temos a equação 10, que representa a fórmula geral para o cálculo do torque em parafusos de rosca quadrada. I% = !# . 12 � . (E.AB"CH"�FC) (AB"CDE."�FC) + �A!# 1K � 10 2.1 Atuador Hidráulico Linear De acordo com Apostila SENAI do cilindro é realizado em linha reta, transformando energia hidráulica em energia mecânica. Os atuadores hidráulicos lineares são os mais comuns em sistemas hidráulicos em geral, como prensas, máquinas agrícolas, braços robóticos, macacos hidráulicos, etc. variadas dimensões e alguns De acordo com o catálogo do fa hidráulicas pode ser considerado como cilindro exerce uma pressão interna na camisa, que distribuí força na saída do conjunto.Essa CAPÍTULO II ATUADOR HIDRÁULICO 2.1 Atuador Hidráulico Linear De acordo com Apostila SENAI (1987), o atuador hidráulico é linear quando o trabalho do cilindro é realizado em linha reta, transformando energia hidráulica em energia mecânica. Os atuadores hidráulicos lineares são os mais comuns em sistemas hidráulicos em geral, nas agrícolas, braços robóticos, macacos hidráulicos, etc. variadas dimensões e alguns exemplos podem ser representados na fig. 7 Figura 7: Atuadores hidráulicos diversos Fonte: http://www.maqimport (2015) De acordo com o catálogo do fabricante ROHM, o atuador utilizado em morsas hidráulicas pode ser considerado como um multiplicador, pois a força aplicada à haste do cilindro exerce uma pressão interna na camisa, que distribuí-se internamente, aumentando a força na saída do conjunto.Essa analogia pode ser exemplificada na figura 8 25 (1987), o atuador hidráulico é linear quando o trabalho do cilindro é realizado em linha reta, transformando energia hidráulica em energia mecânica. Os atuadores hidráulicos lineares são os mais comuns em sistemas hidráulicos em geral, nas agrícolas, braços robóticos, macacos hidráulicos, etc. Estes possuem odem ser representados na fig. 7: atuador utilizado em morsas um multiplicador, pois a força aplicada à haste do se internamente, aumentando a e ser exemplificada na figura 8. 26 Figura 8: Multiplicador Hidráulico Fonte: Catálogo ROHM (2013,destacado pelo autor) De acordo com BRUNETTI (2008), se a pressão for uniforme em toda a área, ou se o interesse for a pressão média, a pressão é o resultado da força normal dividida pela área. L = ! M Onde: P : Pressão N/�� F : Força N A : Área /�� “Em termos de hidrostática, define-se pressão como sendo a força exercida pelo fluido por unidade de área do recipiente que o contém. Sua unidade no S.I. é dada por N/�� ou Pa.” ( FIALHO, 2003, p. 14). Relacionando a força e área de entrada, pela força e área da saída, através da equação principal, tem-se então a equação 11, para se obter o ganho hidráulico na morsa. ?N ON = ?P OP 11 Onde: !�: Força entrada (N) !": Força saída (N) M�: Área entrada �� M": Área saída �� 27 CAPÍTULO III MORSAS 3.1 Morsa Mecânica Uma morsa mecânica é uma ferramenta muito utilizada em oficinas industriais, serve para fixar peças à serem ajustadas, montadas ou usinadas. Por ser uma ferramenta muito útil, existem vários modelos e vários tamanhos disponíveis no mercado, a figura 9 demonstra alguns exemplos de morsas mecânicas. Figura 9: Morsas mecânicas Fonte: www.dutramaquinas.com.br(2015) A morsa mecânica utilizada como referência para o cálculo é utilizada para cargas até 5000 Kg, em comparação à morsa hidráulica, é aplicada em uma fresadora universal, e possui uma rosca quadrada de diâmetro 32 mm e o passo de 4 mm. Figura 10: morsa mecânica de referência para cálculo Fonte: Dados do autor (2015) 28 3.2 Morsa Hidráulica De acordo com o catálogo do fabricante ROHM (2013) as morsas hidráulicas possuem grande força de fixação com um mínimo de esforço muscular, onde um fuso acoplado ao multiplicador de força hidráulico é acionado, após o fuso principal da castanha móvel, encostar na peça. A figura 11 demonstra um fuso e o multiplicador hidráulico, utilizados em dois modelos de morsas hidráulicas. Figura 11: fuso e multiplicador hidráulico Fonte: Catálogo ROHM (2013) Onde: AxB: dimensão do multiplicador (mm) L: comprimento do fuso (mm) 29 CAPÍTULO IV CÁLCULOS DAS FORÇAS E TORQUES APLICADOS 4.1 Cálculo do torque em uma morsa mecânica Para se iniciar o cálculo do torque em uma morsa mecânica, mede-se o diâmetro externo e o passo do parafuso rosca quadrada da morsa, e através da tabela de roscas obtem-se o diâmetro médio para o cálculo do ângulo de avanço . Dados: Diâmetro externo: 32 mm Passo: 3 mm O diâmetro médio �� é de 30,5 mm, e o valor do passo corresponde à altura �, e aplicando os valores na equação 1, obtem-se o ângulo de avanço. +,- & = / 012 1 +,- & = 3 30,5. ' +,- & = 3 95,8 = V, WX � Y� Os valores de coeficiente de atrito μ e coe]iciente de atrito do colar μe utilizados serão de 0,2 de acordo com o valor médio da tabela 2. O diâmetro do colar (Aé de 20 mm e é utilizado na equação juntamente com o diâmetro médio () da rosca. Através de todos esses valores estabelecidos, para se calcular o torque aplicado na manivela de fixação é preciso estabelecer uma força desejada na fixação, e adota-se então uma força de fixação = 5000 Kg que equivale à 49.050N, que equivale à carga axial máxima recomendada pelo fabricante à esse modelode morsa. 30 Utilizando a equação 10, substituindo os valores dados em metros, calcula-se o torque necessário para fixar uma peça à uma carga de 49050 N. I% = !# . 12 � . (E.AB"CH"�FC) (AB"CDE."�FC) + �A!# 1K � 10 I% = 49050 . 0,0305 2 . (0,2. ;<=1,79 + =9-1,79) (;<=1,79 − 0,2. =9-1,79) + 0,2 . 49050 0,02 2 I% = 748 . 0,233 + 98,1 I% = 174,3 + 98,1 �� = iWi, j �. � 4.2 Cálculo do torque em uma morsa hidráulica. Para o cálculo do torque da morsa hidráulica, se faz necessário relacionar o ganho do multiplicador hidráulico em relação à força resistente, utilizando os valores de força e área na equação 11. ?N ON = ?P OP 11 A área da haste do cilindro multiplicador é bem menor em relação a área da camisa do cilindro, essa relação é equivalente ao ganho da força de entrada à força de saída. M� = 'k � = '. 7,5� = 176,7 ��� M" = 'k � = '. 25� = 1963 ��� Substituindo os valores de área, e aplicando a mesma carga de 49050 N de força na carga, calcula-se então a força resultante no fuso da morsa. !� 176,7 = 49050 1963 �� = jjVm � 31 O ângulo de avanço é calculado à partir do fuso hidráulico, onde as dimensões são menores do que o fuso principal, para uma rosca quadrada 16 mm, com passo de 2 mm, o diâmetro médio da rosca é de 15 mm, de acordo com a tabela utilizada em anexos. Utilizando a equação 1 novamente, tem-se: +,- & = / 012 1 +,- & = 2 15. ' +,- & = 2 47,12 = i, jn � Y� Já os valores do diâmetro do colar (Aé de18 mm e diâmetro médio() serão utilizados para o cálculo. Utilizando a equação 10 para o cálculo do torque na morsa hidráulica, tem-se: I% = !# . 12 � . (E.AB"CH"�FC) (AB"CDE."�FC) + �A!# 1K � 10 I% = 4415 . 0,015 2 . (0,2. ;<=2,43 + =9-2,43) (;<=2,43 − 0,2. =9-2,43) + 0,2 . 4415 . 0,01 2 I% = 33,1 . 0,245 + 4,41 I% = 8,11 + 4,41 �� = Vi, mi �. � 4.3 Comparação de valores de torque e força entre as morsas No momento que comparamos o valor calculado no torque de uma morsa mecânica com o valor calculado em uma morsa hidráulica, é percebível que os valores são bem diferentes e que resultam em um esforço muito menor quando se utiliza uma morsa hidráulica. Os valores demonstrados na tabela 4 demonstram, junto com a carga já calculada de 5000 Kg, outros valores calculados para cargas axiais de 1000Kg e 3000Kg. 32 Tabela 4: Relação de torque calculado entre morsa mecânica e hidráulica Carga Axial (Kg) Torque na morsa mecânica (N.m) Torque na morsa hidráulica (N.m) 1000 54,5 2,5 3000 163,4 7,5 5000 272,4 12,5 Fonte: Dados do autor Com esses valores demonstrados na tabela 3, é possível entender o quanto o esforço físico é diminuído quando utiliza-se uma morsa hidráulica ao invés de uma morsa mecânica. Para se ter uma ideia melhor da diferença do esforço físico, pode-se aplicar os valores de torque calculados em uma manivela utilizada para movimentação e fixação das peças em uma morsa, onde o seu raio é a distância utilizada para o cálculo da força necessária em cada caso. A figura 12 ilustra uma manivela utilizada nesse caso. Figura 12: Manivela de morsa Fonte: Catálogo ROHM (2013) Onde: L: comprimento da manivela (m) Conforme as tabelas de fabricantes, se adotado um valor de L=0,2 m , é possível calcular a força aplicada na fixação, de acordo com os valores de torque da tabela 4. 33 A tabela 5 demonstra os valores obtidos em Newton, sendo convertidos em Kgf,e a diferença entre as morsas mecânica e hidráulica calculadas. Tabela 5: Cálculo de forças para manivela (L = 0,2 m) Carga Axial (Kgf) Força calculada para morsa mecânica Força calculada para morsa hidráulica Newton (N) Kilograma força (Kgf) Newton (N) Kilograma força (Kgf) 1000 272 28 12,5 1,3 3000 817 83 37,5 3,8 5000 1362 138 62,5 6,3 Fonte: Dados do autor (2015) Com estes valores apresentados na tabela 5, é possível entender, por exemplo, que para uma carga axial máxima das morsas de 5000 Kgf, em uma morsa mecânica é preciso um esforço de 138 Kgf para uma manivela de 0,2 metros de raio. Enquanto uma morsa hidráulica, utilizando-se a mesma manivela, a força calculada é de 6,3 Kgf. Assim podemos imaginar como o esforço físico de um operador é menor ao utilizar a morsa hidráulica, tornando o seu trabalho mais eficiente e seguro. Muitas vezes em uma morsa mecânica os operadores utilizam alavancas maiores, ou até utilizam outras ferramentas, como um martelo, por exemplo, para que se obtenha uma fixação melhor das peças. De acordo com o departamento de vendas da empresa CRP (Matrizes e dispositivos Ltda), as morsas mecânicas estão se tornando obsoletas, pois as morsas hidráulicas possuem preços equivalentes às mesmas, e maiores vantagens na utilização. 34 CONCLUSÃO Através de cálculos obtidos o trabalho realizado ressalta a importância da hidráulica em sistemas mecânicos, pois o ganho pode ser multiplicado linearmente através dos atuadores. Com os valores de esforços obtidos nas tabelas 4 e 5, o esforço físico manual de um operador é muito menor quando utilizada uma morsa hidráulica, ao invés de uma morsa mecânica, fazendo com que facilite o seu trabalho e aumente a eficiência de fixação das peças. A característica fundamental para o uso de ferramentas como uma morsa hidráulica, por exemplo, é que o atuador hidráulico atua depois que o parafuso de potência encosta na peça a ser fixada, ou seja, já não é mais necessário um deslocamento, e sim maior força para fixação da peça. Os cálculos utilizados também servem para outros dispositivos manuais que utilizam parafusos de potência com ou sem multiplicador hidráulico, um exemplo seria para calcular o torque de extratores de rolamentos (hidráulicos ou mecânicos), pois também é possível obter valores comparativos. Uma sugestão para uma complementação desse trabalho, seria uma análise dos valores obtidos com um ensaio físico utilizando uma célula de carga ligada à um dinamômetro, sendo fixada em uma morsa com um torquímetro aplicando o torque no fuso. Através do valor da força obtida no dinamômetro pode ser feita a relação com o torque aplicado no torquímetro, assim seria possível uma comparação com os valores calculados. Os resultados obtidos através dos cálculos já representam valores baseados em sistemas reais comparados aos modelos citados, mas para uma confirmação exata sabemos que é necessário o dimensionamento correto e uma análise de coeficiente de atrito, através de ensaios que confirmam os valores utilizados nas fórmulas. 35 REFERÊNCIAS BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2ªed. São Paulo: Pearson, 2008. CRP Matrizes e dispositivos Ltda. Orçamento disponível em: <crp.metalurgica@gmail.com>. Acesso em 06 out. 2015. Davima Com. & Imp. Ltda. Orçamento disponível em: <davima@davima.com.br>. Acesso em 15 out. 2015. ETEC Paula Souza. Apostila Tecnologia de Projeto. Ciclo técnico mecânico, 2000. 39 p. FIALHO, A. B. Automação Hidráulica: Projetos, Dimensionamento e Análise de Circuitos. 2ªed. São Paulo: Érika,2003. 14 p. GALDINO, Luciano. Cálculo da rotação, do torque e da potência de motores elétricos para transmissão por parafusos de potência. 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Nome dos alunos _____________________________________________ _____________________________________________ Nome do arquivo: tcc terminado.docx Diretório: C:\Users\Gilson\Documents Modelo: C:\Users\Gilson\AppData\Roaming\Microsoft\Modelos\Normal.dotm Título: MODELO DE CAPA PARA MONOGRAFIA Assunto: Autor: Sergio Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 20/11/2015 14:36:00 Número de alterações: 7 Última gravação: 06/12/2015 20:01:00 Salvo por: Gilson Tempo total de edição: 76 Minutos Última impressão: 06/12/2015 20:02:00 Como a última impressão Número de páginas: 36 Número de palavras: 5.672 (aprox.) Número de caracteres:30.633 (aprox.)
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