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Definição de Direitos Fundamentais Direitos fundamentais são direitos subjetivos instituídos pelo direito objetivo (natureza jurídica) com aplicação das relações das pessoas (titularidade) com o Estado e na sociedade (campo de aplicação), positivados ou não no texto constitucional (positivação). - Por que se coloca a duplicidade de direito subjetivo e objetivo? O que significa natureza dúplice? Segundo jurisprudência do tribunal alemão os direitos fundamentais têm natureza dúplice. Todo direito fundamental tem seu aspecto subjetivo, pois são ligados à condição de pessoa, e objetivo, pois concretizam princípios integrantes do ordenamento. Esta duplicidade entre direito objetivo e subjetivo apenas ocorre nos direitos fundamentais. - Apenas direitos subjetivos ligados à condição de pessoa poderão ser chamados de direitos fundamentais. - Inga Wolfgang Sarlet e Guilherme Peña entendem que direitos fundamentais poderiam se aplicar a animais, porém representam doutrina bastante minoritária. Animais são considerados bens semoventes nos Direitos Reais, segundo entendimento atual. - São atrelados apenas a pessoas físicas ou também podem pessoas jurídicas serem titulares de direitos fundamentais? Via de regra, são atrelados apenas a pessoas físicas. Porém, desde que o direito tenha sua aplicação compatível com a pessoa jurídica, então tal aplicação será possível. Por exemplo, o direito de propriedade é fundamental e compatível com a personalidade jurídica, assim como o direito de assistência jurídica gratuita, direito ao nome, direito à imagem, etc. Já o direito à honra é fundamental mas incompatível com a pessoa jurídica. - Estrangeiros são titulares de direitos fundamentais? A Constituição trata no art. 5º, caput, de brasileiros e estrangeiros residentes no país. O STF interpreta o dispositivo extensivamente, englobando também estrangeiros em trânsito (mesmo que ilegalmente) pelo território nacional. Logo, o art. 5º se aplica a todas as pessoas que estão sob a autoridade da ordem jurídica brasileira, inclusive refugiados. Restringem-se a brasileiros ou brasileiros natos apenas os direitos fundamentais direcionados a estes, conforme estabelecido na própria Constituição. - Os direitos fundamentais se aplicam apenas na relação entre pessoas e Estado? Não. Hoje, aplicam-se não apenas entre pessoas e Estado (relação vertical), como antigamente, mas também entre pessoas em si (relação horizontal). No Brasil os termos mais utilizados para esta adequação dos direitos fundamentais na relação horizontal são: eficácia nas relações privadas, aplicação entre particulares ou horizontalidade dos direitos fundamentais. - Caso de Direito Civil no Brasil: O art. 1338, da CRFB, menciona ser possível no condomínio edilício a aplicação de multa caso o condômino se comporte de maneira inadequada. No entanto, deve-se haver o respeito à ampla defesa e ao contraditório, 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce sendo estes condições de validade da multa. Logo, há direitos fundamentais oponíveis entre particulares. - Caso de Direito Penal no Brasil: O art. 647, do CPP, prevê o habeas corpus, que é cabível no contrato entre particulares. Se o fazendeiro constrange o colono a ficar em sua fazenda ou se o diretor de uma clínica impede o paciente de sair enquanto não houver quitamento das dívida, pode-se dizer que o direito de ir, vir e ficar é oponível entre particulares. - Podem haver direitos fundamentais fora da Constituição? Direitos Fundamentais são, em regra, direitos constitucionais, porém podem excepcionalmente não ser. A enumeração dos Direitos Fundamentais na Constituição é exemplificativa, pois a intenção é a de apenas prever o mínimo deles. O Art. 5º, §2º, esclarece que há direitos fundamentais provenientes de três diferentes fontes: 1) expressos pela Constituição, 2) derivados de regimes e princípios que a Constituição adota e 3) que decorram de tratados que o país venha a ser parte. Nomenclatura dos Direitos Fundamentais Direitos Fundamentais são próprios do Direito Público, já Direitos da Personalidade são próprios do Direito Privado; logo, é mais adequado se falar em Direitos Fundamentais no estudo da Constituição. Direitos fundamentais são próprios de direito interno, enquanto que os Direitos Humanos tratam de direitos internacionais; logo, no estudo constitucional é mais adequado falar em Direitos Fundamentais. - A Constituição cita tratados de Direitos Humanos duas vezes: quando discute o Judiciário, nos arts. 109, §5º, e 50, §3º, ambos advindos da EC. 45/04. - Norberto Bobbio afirma que Direitos Fundamentais são Direitos Humanos internalizados em cada país. No direito estadunidense, fala-se em Direitos Civis ao invés de direitos fundamentais. Já na França, fala-se em Liberdades Públicas. Mesmo que sejam expressões incorretas, são respeitadas pelos aspectos históricos destes países. Características dos Direitos Fundamentais 1) Inalienabilidade - Não são passíveis de alienação, nem entre vivos nem causa mortis. Porem há a possibilidade de alienar o bem que corporifica esse direito, isto é, seu objeto. Por exemplo, pode-se alienar bem que corporifica o direito à propriedade. Da mesma forma, não se pode alienar seu direito à intimidade, mas sim sua imagem. 2) Irrenunciabilidade - Não são passíveis de renúncia. Deve-se atentar que renúncia não significa o não exercício voluntário; neste último o titular continua com sua titularidade, mas não o exerce voluntariamente durante um certo intervalo de tempo. Por 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce exemplo, uma pessoa pode ficar em casa o tempo que quiser, e isto não significa renunciar ao direito de ir e vir. 3) Imprescritibilidade - O não exercício voluntário nunca enseja na prescritibilidade do direito fundamental. Não exercício voluntário nunca será, por si só, motivo suficiente para perda de objeto de direito fundamental; apenas o não exercício voluntário somado a outro fator pode dar ensejo à usucapião deste. Historicidade - Os direitos fundamentais são alterados conforme a história, o tempo molda o direito de acordo com as novas realidades. - Fala-se em gerações dos Direitos Fundamentais, mas há alguns autores que falam em em “gestações”, como Hugo de Brito Machado, que afirma que o termo "geração" dá ideia de término, enquanto "gestação" transmite a ideia de continuidade. Há quem fale também em "ondas", perspectivas, etc. - Quem primeiro trouxe a ideia das Três Gerações foi Karol Vasak, que seguiu o lema da Revolução Francesa. Logo, os direitos de 1ª Geração corresponderiam à Liberdade (direitos individuais), os de 2ª Geração à Igualdade (direitos sociais) e os de 3ª Geração à Fraternidade (direitos difusos). - Defendem a existência de uma 4º Geração: Eliana Calmon - A 4º Geração corresponderia a àquilo referente a manipulação de patrimônio genético (clonagem, alimentos transgênicos, fertilização in vitro com escolha de sexo, etc). Paulo Bonavides - A 4º Geração corresponderia a àquilo referente a globalização econômica, tendo como exemplo o comércio eletrônico. Na década de 90, a preocupação central era essa, passando a partir do século XX a ser o terrorismo. Alberto Nogueira - A 4º Geração corresponderia a àquilo referente a tributação justa. Lúdio Pegoraro - A 4º Geração corresponderia a àquilo referente a diversidade de qualquer espécie (cultural, sexual,ética, política, etc). - Defendem a existência de uma 5º Geração: José A. Oliveira Júnior - Entende que a manipulação de patrimônio genético corresponde à 4ª Geração e acredita que tudo aquilo ligado à cibernética corresponde à 5ª Geração. Janusz Symonides - Presume-se que entenda a 4ª Geração como correspondente à globalização econômica, uma vez que segue a linha de Paulo Bonavides, e segue defendendo a 5ª Geração como correspondente ao Direito à Paz, especialmente contra o terrorismo. - Defende a existência de uma 6º Geração: Zulmar Fachin – Não é claro sobre quais seriam as 4ª e 5ª Gerações, mas afirma que a 6ª seria aquela correspondente ao direito de acesso à água potável. 4) Relatividade - Não existem Direitos Fundamentais absolutos. 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce - Há autores que entendem o contrário e defendem que existem sim Direitos Fundamentais absolutos: à dignidade da pessoa humana, à não tortura e a não escravidão. No entanto, ao que concerne à dignidade, esta é valor e não princípio. Da mesma forma, não tortura e não escravidão são garantias; se garante o direito à integridade física e moral. Logo, não são Direitos Fundamentais. - Caso haja conflito ou colisão entre Direitos Fundamentais, como se deve proceder? De início se aplicam três etapas básicas, e depois mais duas complementares. José Joaquim Gomes Canutilho apresenta três passos básicos: 1) identificação dos direitos em conflito; 2) verificação sobre a existência ou não de reserva legal (norma que se antecipa ao conflito e prescreve como solucionar o caso) para que seja aplicada; 3) caso não haja reserva legal, ponderação (balanceamento em que se pondera/sopesa os dois direitos e busca-se a solução mais plausível para o caso). Os outros 2 passos complementares são: 4) verificação sobre eventual abolição de um direito em questão (se algum direito foi aniquilado, a solução está incorreta, pois deve ocorrer restrição apenas); e 5) verificação de se houve consideração ao valor fundamental da ordem jurídica, a dignidade da pessoa humana (se a dignidade da pessoa envolvida não foi minimamente atendida, a solução está equivocada). - Até que ponto vai a liberdade de informação de alguém tendo em vista a intimidade de outrem? Aplicando as regras: i) identificação dos direitos em conflito (bem coletivo, a informação, e direito individua, a intimidade); ii) verificação sobre a existência ou não de reserva legal (não há); iii) ponderação (é relevante aquilo que for importante para a formação do cidadão, não configurando dano qualquer veiculação de informação, mesmo não autorizada, que for necessária para a formação da pessoa como membro da sociedade). No entanto, deve-se levar em consideração o tempo e o espaço, porque algo que já foi de interesse público pode deixar de ser algum dia. Classificação dos Direitos Fundamentais A primeira classificação diz respeito à fonte dos Direitos Fundamentais (art. 5º, §2º): - Direitos Fundamentais expressos na Constituição; - Direitos Fundamentais derivados dos princípios e do regime que a Constituição adota; e - Direitos Fundamentais decorrentes dos tratados internacionais em que o Brasil faz parte. A outra classificação diz respeito à subdivide dos gêneros de Direitos Fundamentais no Título II da Constituição: 1) Direitos individuais - São direitos individualmente considerados, direitos que cada um enquanto indivíduo pode ter (direito à vida, à liberdade, à propriedade, etc). São direitos predominantemente negativos (obrigação de não fazer). (Art. 5º, da CRFB) 2) Direitos coletivos - São direitos de coletividade, direitos de pessoas coletivamente consideradas, como grupos, classes ou categoria (direito à reunião e associação, etc). (Art. 5º, da CRFB) 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 3) Direitos sociais - São direitos positivos, atendidos por ação estatal (direito à saúde, previdência, educação, etc). (Art. 7º, da CRFB) 4) Direito à nacionalidade - Vínculo entre pessoa e Estado, pelo qual a pessoa se faz nacional do Estado. (Art. 12, da CRFB) 5) Direitos políticos - Corresponde à participação da vida política, podendo o indivíduo, inclusive, votar (participação ativa) e ser votado (participação passiva). (Art. 14, da CRFB) - Alexandre de Moraes e Pedro Lenza afirmam que existe uma sexta espécie que corresponderia ao direito a partidos políticos. Porém, o que existe, na verdade, é um direito político do indivíduo a ser votado. Não há, assim, direito a ter partido, mas sim direito a ser votado; para este é preciso que exista um partido político ao qual o indivíduo esteja ligado. Seria matéria de direitos políticos. Proteção aos Direitos Fundamentais 1) Proteção normativa - Decorre das cláusulas pétreas. (Art. 60, §4º, inc. IV, da CRFB) - Em relação à proteção normativa, a CF/88 dispõe que as cláusulas pétreas dizem respeito aos “direitos individuais”, logo essas se estendem apenas a esses ou também aos demais direitos fundamentais? A corrente minoritária, da qual Silvio Mota é adepto, entende que a interpretação deve ser literal, ou seja, só englobar os individuais. Já a corrente majoritária, de Manuel Gonçalves Filho, adotada pelo STF, crê que elas protegem todos os direitos fundamentais, pois deve haver uma interpretação extensiva e histórica do texto, logo eliminação do salário mínimo seria inconstitucional. - Em relação a questão da profundidade dessas clausulas, seria possível haver modificações mudam a forma de exercer o direito, sem desconfiguração seu núcleo essencial, ou seja, não o descaracterizam? Por exemplo, criação de salário mínimo estadual (o que apresentaria benefício para o trabalhador) que alteraria o artigo constitucional que fala em nacional. Conforme Geraldo Ataliba e a corrente minoritária, as clausulas pétreas são dogmas, logo mesmo pequenas modificações tendem a abolir direitos. Já a corrente majoritária, defendia por Nagib Slabi Filho, modificações pequenas não são tendenciosas a abolir direitos, desde que se flexibilize sem alterar o núcleo essencial, sem desnaturar o direito, podendo, assim, se criar EC que diga respeito ao salário mínimo estadual. 2) Proteção institucional - Decorre de instituições: como o Poder Judiciário, funções essenciais à justiça (Ministério Público: art. 127, da CRFB; Advocacia Pública: art. 131, da CRFB; e Defensoria Pública: art. 134, da CRFB) e Tribunal de Contas (atuando somente na perspectiva de controle de orçamento). - Em relação à proteção institucional, o que são ações afirmativas? São políticas ou programas públicos ou privados de concessão de benefícios a grupos sociais que foram ou que são vítimas de alguma discriminação que atente contra a sua dignidade. Seu fundamento seria uma justiça compensatória, no que se refere a uma retratação do passado, ou distributiva, ao que se refere à reparação do presente, dessas 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce discriminações. Com a Constituição Federal de 1988 definiram-se cinco grupos: os idosos, os índios, as mulheres, os negros e os deficientes; hoje em dia, no entanto, o rol é muito maior. - O sistema de cotas forma um meio às ações afirmativas, mas não é o único meio; aliás, apenas no Brasil o sistema de cotas ainda funciona. A ação afirmativa compreende quatro meios: 1) sistema de cotas; 2) sistema de pontuação (mais usado atualmente no mundo); 3) oferecimento de treinamento (trainee, Jovem Aprendiz, etc); e 4) reformulação de política para contratar pessoal (empresas contratando deficientes, pessoas de outras regiões e visando a uma maior diversidade). - O fim que o Brasil mais conhece é o de acesso ao Ensino Superior, podendo haver mais três fins possíveis: 1) obtenção de emprego (latu sensu, no sentido de ocupação/ função), 2) gasto de dinheiro público (Bolsa Família, etc); e 3) delegação de serviços públicos (acesso a canais de rádio e TV, por exemplo). - No Brasil, não temos um critério científico para definir se uma ação afirmativa é válida. Nos EUA, fixou-se a ideia de que qualquer ação afirmativa teria que passar pelo strict scrutiny test: 1) pensa-se no imperativo interesse do governo, 2) pensa-se um programa desenhado para o fim pretendido, e 3) prova-se que o fim não seria alcançado senão pelo uso do meio escolhido. 3) Proteção processual - Decorre do processo, os remédios constitucionais, tema este de processo civil e penal. São os remédios processuais: habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular (art. 5º, incisos 68 a 73, da CRFB). Autores mais novos falam de ação civil pública, que está prevista no art. 129, inc. III, da CRFB. - Em relação à proteção processual, qual é a distinção entre direitos, garantias e remédios? Os três se aproximam no quesito proteção, mas o momento em que são consagrados os afasta. Em um primeiro momento, a ordem jurídica afirma que um certo direito existe. Em um segundo momento, visando a assegurar esses direitos, surgem as garantias. Como a garantia não é suficiente para o direito ser efetivado, em um terceiro momento, é cabível o remédio para efetivar tal garantia. A todo o direito corresponde uma garantia que o assegura, e a toda garantia corresponde um remédio que a torna eficaz. Exemplo no Direito Penal - O direito de ir, vir e ficar é um Direito Fundamental individual. Para que o direito fosse assegurado, a ordem jurídica prescreve garantias (formalidades como prisão provisória, flagrante-delito ou punição militar). Se não ocorrer nenhuma dessas garantias, cabe o remédio: habeas corpus para cessar a violência. Exemplo no Direito Civil - O direito à propriedade é Direito Fundamental individual. Para que o direito fosse assegurado há garantias como a de que desapropriação deve pressupor interesse público. Se houver desapropriação mediante interesse privado, cabe o remédio adequado: mandado de segurança. 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce 212731146 Realce
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