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Democracia e Protestos

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Ciência Política 
 
 
 
 
DEMOCRACIA E PROTESTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................................... 2 
 
Objetivos .................................................................................................................................. 2 
 
1. Democracia e Protestos.................................................................................................... 3 
1.1. Protestos, Movimentos Sociais e Democracia ........................................................... 3 
1.2. Movimento Social: Contexto e participação ............................................................. 4 
 1.3. Democracia e desigualdade………………………………………………………………………………………6 
Exercícios ................................................................................................................................. 7 
 
Gabarito ................................................................................................................................... 9 
 
Resumo .................................................................................................................................. 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Atualmente temos visto um grande número de protestos que ocorrem em 
diferentes partes do mundo; eles refletem o anseio da população por mudanças que 
a partir dos movimentos sociais são percebidos como fundamentais para a 
construção de uma realidade diferente da existente. 
Os movimentos sociais oferecem uma leitura sobre os aspectos culturais de 
uma sociedade, considerando que nasce da necessidade de criar novos significados 
frente aos existentes. Dessa forma, os movimentos sociais oferecem a leitura dos 
elementos culturais já existentes, como também a percepção de necessidade de 
mudanças. 
Para entendermos um movimento social precisamos compreender os valores 
culturais que permeiam as ações dos indivíduos que o compõem, como também a 
maneira pela qual esses indivíduos se articulam e traçam suas estratégias para 
alcançar seus objetivos, ou seja, é preciso compreender a cultura do grupo social em 
si como também da parcela desse grupo que não se identifica com o que está 
estabelecido. 
Para o antropólogo Clifford Guertz, a cultura pode ser definida como um 
conjunto de teias de significados que orienta a existência dos indivíduos e as formas 
simbólicas que compõem esses significados que são compostos por ações, costumes, 
hábitos e valores. Todos eles, minimamente articulados representam uma cultura 
tradicional desde que sejam estáveis criando assim uma lógica simbólica no que se 
refere às ações; por vezes essas ações são guiadas de maneira mais espontânea 
relacionada à determinada coerência guiada por valores ou sentimentos, ora guiada 
por uma consciência mais efetiva baseada no reconhecimento identitário. 
Os movimentos sociais têm nos protestos sua forma mais comum. Eles surgem 
a partir da construção de um conjunto de valores que criam um universo identitário, 
buscando um número ilimitado de outros indivíduos que também se identifiquem 
com a causa defendida pelo movimento social. E é nesse contexto que indivíduos 
comuns conseguem perceber pontos de vista semelhantes com os demais 
participantes, e juntos desenvolvem mecanismos para construir os objetivos 
pertinentes a causa do grupo. 
Objetivos 
• Explicar os protestos dentro do contexto democrático. 
• Identificar os problemas relacionados à democracia e os protestos como 
forma de remodelar a sociedade e combater as desigualdades. 
 
3 
 
1. Democracia e Protestos 
1.1. Protestos, Movimentos Sociais e Democracia 
A democracia pode ser definida como sistema político, onde, o poder é 
exercido pelo povo, o qual, por meio, do voto elege seu representante. O sistema 
democrático apresenta como princípios: a garantia e a proteção dos diretos humanos, 
além de assegurar a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e política. 
No contexto democrático, o direito de se manifestar contra ou a favor de 
variadas causas e situações devem ser assegurados. O exercício da cidadania está 
atrelado ao pleno gozo da democracia. 
Podemos perceber que nos regimes democráticos a vontade popular nem 
sempre e alcançada, muitas vezes, as decisões tendem a beneficiar grupos seletos. Os 
protestos ocorrem quando a vontade da maioria não é efetivada, mesmo estando 
dentro de um modelo democrático. 
Os protestos são uma forma positiva de exercer a democracia e reivindicar os 
seus direitos. Eles são os frutos da precariedade das políticas públicas que 
não garantem os direitos sociais estabelecidos pela Constituição de 1988. Além disso, 
as pressões e protestos também visavam ampliar esses direitos. 
O primeiro grande ciclo de protestos da história do Brasil começou em 1984 
com o Movimento das diretas já. O segundo ciclo surge em 1992 quando houveram 
protestos contra o presidente Collor, este último organizado pelo PT. 
 No entanto, com a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao poder os 
protestos acabaram, sendo retomados em 2013, diante de um cenário de corrupção, 
altos impostos e falta de qualidade nos serviços públicos. Os movimentos de junho de 
2013, foram uma surpresa para a imprensa e para os políticos, suas características 
também são específicas, pois são movimentos heterogêneos, horizontais e 
apartidários. 
O Movimento do Passe Livre (MPL) deflagrou o início da última onda de 
protestos no Brasil, chamada de Primavera Brasileira. Os protestos do MBL 
começaram em São Paulo, sua pauta era a diminuição da tarifa do transporte 
público. Os protestos se espalharam por várias cidades do país 
No Brasil os problemas econômicos e sociais ocasionaram a avalanche de 
protestos em 2013, que desencadeou uma série de manifestações com várias 
reivindicações expandindo-se pelo país. 
Os protestos por todo Brasil, possuíam pontos em comuns como: a deficiência 
dos serviços públicos, o gasto do dinheiro público com as obras referentes a 
construções de infraestrutura para a realização da Copa do Mundo em 2014, sediada 
pelo país e os escândalos de obras superfaturadas. Este último serviria como base de 
protesto para vários movimentos dissidentes que adotaram o discurso contra a 
corrupção. 
 
4 
 
 O grande problema dos protestos seria a falta de identidade do movimento. 
Milhões de pessoas na rua reivindicavam por melhorias na saúde, educação, 
segurança, problemas crônicos e estruturais na realidade brasileira. Nesse contexto 
de protestos a oposição política encontrou margem para minar e enfraquecer o 
governo em exercício, culminado com o impeachment de 2016. 
O que vale ressaltar dentro desses movimentos de reivindicações é a rejeição 
por parte da população frente ao modelo político que se configurava nos últimos 
governos caracterizados por uma redistribuição de direitos, de renda e de inclusão 
social, esse programa político conhecido como Lulismo gerou conflitos de interesses 
na configuração política e social vigente no país. 
As manifestações serviram como fio condutor na remodelação de projetos 
políticos, ou seja, a elite insatisfeita com o modelo inclusivo das políticas públicas 
buscou se apropriar de um movimento que apresentará várias pautas amplas e 
complexas para deslegitimar o governo. O impeachment da presidenta Dilma seria a 
concretização desse intento. 
A política brasileira apresenta traços de uma estrutura social baseada no 
conservadorismo,nesse cenário sua democracia demonstra em diferentes momentos 
históricos uma fragilidade e dificuldades de se estabelecer enquanto modelo político 
mais justo e igualitário. 
 
 
1.2. Movimento Social: Contexto e participação 
Para Gonh (2011) os movimentos sociais revelam a realidade social e 
constroem propostas e ações coletivas, a fim de, promover a inclusão social e o 
empoderamento da sociedade civil organizada. Historicamente os movimentos 
sociais são permanentes, ou seja, sempre existiram e sempre existirão. 
Desde o período colonial a sociedade brasileira é repleta de lutas e 
movimentos sociais, veja alguns exemplos elencados: 
 
Zumbi dos Palmares (1630-1695), Inconfidência Mineira (1789), 
Conspiração dos Alfaiates (Minas, 1798), Revolução Pernambucana 
(1817), Balaiada (Maranhão, 1830-1841), Revolta dos Malés (Bahia, 
1835), Cabanagem (Pará, 1835), Revolução Praieira (Pernambuco, 
1847-1849), Revolta de lbicaba (Estado de São Paulo, 1851), Revolta 
de Vassouras (Estado do Rio, 1858), Quebra-Quilos (Pernambuco, 
1873), Revolta Muckers (Rio Grande do Sul, 1874), Revolta do Vintém 
(Rio de Janeiro, 1880), Canudos (Bahia, 1874-1897) [...] Revolta da 
Vacina (Rio de Janeiro, 1905), Revolta da Chibata (Rio de Janeiro, 
1910), Revolta do Contestado (Paraná, 1912), ligas contra o 
analfabetismo (1915) [...] A greve de 1917, Lampião na Bahia (1925-
 
5 
 
1938), Revolução dos Tenentes (1822), a Coluna Prestes. [...] Ligas 
Camponesas do Nordeste, Movimento dos Agricultores Sem-Terra 
(MASTER), no Sul do país, Movimento de Educação de Base (MEB), os 
Círculos Populares de Cultura (CPC), União Nacional dos Estudantes 
(UNE), etc. (GOHN, 2000) 
 
As ditaduras varguista e militar haviam mudado a face da economia brasileira, 
que de país agroexportador, passa agregar características de uma industrialização 
periférica. Nesse contexto, surge o movimento operário brasileiro, fundamental para 
consolidar o processo de transição democrática. Ele atuará de 1970 até a década de 
1990, quando a adesão governamental ao neoliberalismo causará o processo de 
desindustrialização e enfraquecimento do movimento. 
Na década de 1970, frente ao autoritarismo se fortalecem os movimentos 
sociais. No final da ditadura com a crise econômica e o crescimento da oposição ao 
governo vários movimentos sociais emergem exigindo direitos a saúde, a educação, a 
terra, a moradia e ao transporte, essas organizações embasariam as greves que 
surgiram por todo o país entre 1978 e 1979. 
Esse movimento de resistência abrange grupos urbanos e rurais; estudantes, 
artistas, intelectuais, imprensa, trabalhadores do campo e da cidade. O exercício da 
cidadania passa para outro nível, onde, a sociedade civil se organiza para reivindicar 
por direitos políticos, econômicos e sociais. A campanha das diretas já representava 
os desejos de mudança da população, especialmente, em relação à classe política. 
Eventos mais recentes que envolvem questões políticas, econômicas e sociais 
demonstram a participação mais efetiva da população frente aos problemas 
enfrentados nesses âmbitos. 
O movimento dos estudantes secundaristas paulistas é exemplo desse novo 
nível de participação e organização social, visto que, as ocupações de unidades 
escolares pelos alunos surtiram o efeito desejado, embora tenha havido truculência 
da polícia e resistência por parte do governo. 
O Movimento dos trabalhadores Sem Teto (MTST) fundado em 1997, organiza 
trabalhadores urbanos levando em conta a localização de moradia; essas 
características criam uma identidade coletiva considerado o fato de ser um 
movimento que ocorre nas periferias das cidades para onde a massa trabalhadora é 
‘empurrada’, caracterizando-o como um movimento territorial dos trabalhadores. 
 
1.3. Democracia e desigualdade. 
Dagnino (1994) afirma que a democracia é crucial no Brasil, tendo em vista, as 
desigualdades econômicas e desigualdades sociais, o que ele denomina de 
autoritarismo social, que está arraigado na cultura brasileira e se baseia em critérios 
de classe, raça e gênero. Por isso, é necessário o aprofundamento da democracia, não 
apenas no sentido institucional, mas sim uma democracia social. 
 
6 
 
Após o período monárquico, tivemos a conturbada República da Espada, 
marcada pela não participação popular com a eleição indireta do presidente, nessa 
fase se promulga a primeira constituição republicana em 1891, que estabelece o 
presidencialismo e as divisões dos poderes entre Executivo, Judiciário e Legislativo. 
A mudança de Monarquia para República não alterou a exclusão da 
participação da população perante os assuntos políticos. Se antes o voto era 
censitário, de acordo com a renda, durante a República o voto era proibido aos 
analfabetos, mendigos, soldados, religiosos e mulheres. 
Além disso, o voto era aberto e a fraude eleitoral e a violência constituíam 
elementos fundamentais das eleições durante o período da República Oligárquica. 
Nesse período a pobreza e marginalização da população deram origem a movimentos 
populares (Canudos, Contestado e do Cangaço) que ameaçam a estabilidade da 
República. O Estado sufocou os movimentos populares com a extrema violência. 
O Estado representava apenas os interesses da elite agrária e o direito ao voto 
era restrito e controlado pelos coronéis. Esse controle eleitoral permeado de corrução 
era chamado políticas dos governadores, dessa forma, não podemos considerar que 
havia democracia para a maioria da população. 
Os anos que se seguem não são representados por um modelo político 
efetivamente democrático, a Revolução de 1930 culmina com um governo de quinze 
anos sem eleições, marcado por um governo provisório, um governo eleito 
indiretamente pelo congresso e por fim, se instaura a ditadura do Estado Novo que 
perdura até 1945. 
A Constituinte de 1946 é baseada no modelo democrático formalmente 
falando, no entanto, o que temos é uma reconfiguração das elites do Estado Novo que 
conseguem manter sua hegemonia, privando os indivíduos das liberdades e direitos. 
 A democracia apresenta grande instabilidade culminando em duas décadas 
de ditadura, ou seja, todos os direitos individuais seriam cerceados pelos governos 
ditatoriais. Nesse momento tenebroso de nossa história se desenvolve a consciência 
democrática; grupos dos mais diferentes seguimentos se organizavam na tentativa de 
criar mecanismos para resistir ao regime militar; surgem novos atores sociais e 
políticos. 
Atualmente, é difícil falar em democracia, tendo em vista, que ela é exercida 
somente quando os seus cidadãos possuem os seus direitos básicos garantidos. Mas 
essa não é uma realidade do país que após a implantação em 1990, de políticas 
neoliberais observa-se o avanço das desigualdade social e econômica. 
Veja o Índice Geni, que demonstra a desigualdade, quanto mais próximo ao 
número um maior a desigualdade do país. De acordo com o gráfico em 2019 ocorreu 
o maior patamar já registrado de desigualdade. 
 
 
7 
 
 
 
Figura 1: Desigualdade de renda no Brasil 
 
Durante o governo Lula o país obteve um auto crescimento econômico, mas 
no final do governo Dilma a desigualdade voltou a crescer alcançando índices maiores 
do que em 2002. A fome voltou a aumentar e a concentração de renda permaneceu. 
Além da desigualdade econômica, existem outros tipos como a de gênero, os 
salários das mulheres são 20% inferior aos dos homens, os negros também possuem 
mais dificuldades para o acesso de emprego, saúde e educação do que os brancos e 
os idosos possuem dificuldades para manter a dignidade após a velhice. 
Pensando em termos de desigualdade e falta da garantia de direitos básicospara a população, é necessário considerar que a democracia não deve se restringir ao 
âmbito institucional das eleições. Assim, os protestos visam ampliar a democracia, 
lutando pela garantia da efetivação dos direitos civis e sociais assegurados pela 
Constituição de 1988, marco inicial para construção da democracia brasileira. 
Exercícios 
1. É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a 
liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente 
o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer 
tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas 
proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal 
poder. 
 
8 
 
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 
(adaptado). 
A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito: 
A) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por 
si mesmo. 
B) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos a conformidades às leis. 
C) À possibilidade de o cidadão participar no poder e nesses casos, livres da 
submissão às leis. 
D) Ao livre-arbítrio do cidadão em relação aquilo que é proibido, desde que 
ciente das consequências. 
E) Ao direito de o cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores 
pessoais. 
 
2. (UFPR 2015 – C. Gerais) 
Maravilha! 
Pode-se parafrasear Winston Churchil e dizer da democracia o mesmo que se diz da 
velhice, que, por mais lamentável que seja, é melhor que sua alternativa. A única 
alternativa para a velhice é a morte. Já as alternativas para a democracia são várias, 
uma pior do que a outra. É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário 
político, quando sua irritação com a propaganda que atrasa a novela pode levá-lo a 
preferir outra coisa. Resista [...]. Diante disso, em vez de ‘que chateação’, pense ‘que 
maravilha’. É a democracia em ação, com seus grotescos e tudo. Saboreie, saboreie. 
O processo incrivelmente, se auto depura, sobrevive aos seus absurdos e dá certo. Ou 
dá errado, mas pelo menos de erro em erro vamos ganhando a prática. Mesmo o que 
impacienta é aproveitável, e votos inconsequentes acabam consequentes. O Tiririca, 
não sei, mas o Romário não deu um bom deputado? Vocações políticas às vezes 
aparecem em que menos se espera. E é melhor o cara dizer bobagem que quiser na TV 
do que viver num país em que é obrigado a cuidar do que diz. Melhor ele pedir voto 
porque é torcedor do Flamengo ou bom filho do que ter sua perspectiva de vida 
decidida numa ordem do dia de quartel. Melhor você ser manipulado por 
marqueteiros políticos, com direito a desacreditá-los, do que pela propaganda oficial 
e incontestável de um poder ditatorial [...] 
Certo, às vezes as alternativas para a democracia parecem tentadoras. Ah, bons 
tempos em que o colégio eleitoral era minimalista tinha um só eleitor. O general da 
presidência escolhia o general que lhe sucederia, e ninguém pedia o nosso palpite. Era 
um processo rápido e ascético que não sujava as ruas. A escolha do poder nas 
monarquias absolutas também é simples e sumária, e o eleitor do rei também é um 
 
9 
 
só, Deus, que também não se interessa pela nossa opinião. Ou podemos nos imaginar 
na Roma de Cícero, governados por uma casta de nobres, sem nenhuma obrigação 
cívica salvo a de aplaudi-los no fórum, só cuidando para não parecer ironia. 
A democracia é melhor. Mesmo que, como no caso do Brasil das alianças esquisitas, 
os partidos coligados em disputa lembram uma salada mista, e ninguém saiba ao 
certo quem representa o quê e onde, com o poder econômico mandando e 
desmandando, a atividade política termine parecendo apenas uma pantomina. Não 
importa, não deixa de ser - comparada com o que já foi – uma maravilha. 
 Geledes, Luis Fernando Veríssimo, 31/08/2014. 
 
Ao fazer elogio à democracia o autor aponta também defeitos do regime. 
Tendo isso em vista considere as seguintes afirmativas: 
1 – A democracia apresenta grandes incoerências internas. 
2 – O sistema econômico tem grande poder sobre as decisões. 
3 – O regime democrático tem na sua contraparte, muitas alternativas. 
4 – As articulações entre os partidos são pouco claras, dada sua definição. 
A) 1 e 4 apenas 
B) 1 e 3 apenas 
C) 2 e 3 apenas 
D) 2, 3 e 4 apenas 
E) 1,2 e 4 apenas 
Gabarito 
1. Resposta correta: Letra B. Montesquieu defendia que para uma democracia 
funcionar, a liberdade política deveria estar condicionada a obediência das leis, 
pois se essas não existissem, os cidadãos interfeririam na liberdade um do outro, 
desqualificando, portanto, o sentido de democracia. 
 
2. Resposta correta: Letra E. O Texto do famoso escritor, poeta e ensaísta Érico 
Veríssimo, aponta os pontos positivos e contraditórios do sistema democrático, 
sendo que as três prerrogativas corretas definem de forma branda quais são as 
fragilidades desse sistema. 
 
10 
 
Resumo 
 Os movimentos sociais oferecem uma leitura sobre os aspectos culturais de 
uma sociedade. Considerando que eles nascem da necessidade de criar novos 
significados frente aos existentes, esse conflito de valores irá oferecer elementos para 
entendermos a ação coletiva e sua causa dentro de um contexto que não representa 
os valores defendidos em sua pauta. Dessa forma os movimentos sociais oferecem a 
leitura dos elementos culturais já existentes como também a percepção de 
necessidade de mudança desses elementos por uma parcela desse grupo. 
A política brasileira apresenta traços de uma estrutura social baseada no 
conservadorismo, nesse cenário a democracia brasileira demonstra em diferentes 
momentos históricos sua fragilidade e dificuldades de se estabelecer enquanto 
modelo político mais justo e igualitário. 
Os movimentos sociais têm nos protestos sua forma mais comum no formato 
que coexiste a construção de um conjunto de valores como ponte para a criação de 
um universo identitário, o que busca o alcance de um número ilimitado de outros 
indivíduos que também se identifiquem com a causa defendida pelo movimento 
social. É nesse contexto que indivíduos conseguem identificar pontos de vista em 
comum com os demais participantes, daí passam a desenvolver mecanismos para 
construir os objetivos pertinentes a causa do grupo; os valores morais e as relações 
estabelecidas serão pontos fundamentais na articulação e coesão desse grupo. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Referências bibliográficas 
JASPER, James M. Protesto: Uma introdução aos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Zahar,2017. 
CAMPOS, A. MEDEIROS, J. RIBEIRO, M. Escolas de luta. São Paulo: Veneta,2016. 
DAGNINO, Evelina. Os movimentos sociais e a emergência de uma nova noção de cidadania. Anos, 
v. 90, p. 103-115, 1994. 
GOHN, Maria da Glória. 500 anos de lutas sociais no Brasil: movimentos sociais, ONGs e terceiro setor. 
Mediações-Revista de Ciências Sociais, v. 5, n. 1, p. 11-40, 2000. 
GOHN, Maria da Glória et al. Social Movements In Contemporary movimentos Sociais Na 
Contemporaneidade. Revista brasileira de Educação, 2011. 
 
Referências imagéticas 
Gráfico da desigualdade de renda no Brasil. Disponível 
em:https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/21/desigualdade-de-renda-no-brasil-atinge-o-
maior-patamar-ja-registrado-diz-fgvibre.ghtml Acesso em: 03/09/2019.

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