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GUIA 65 Requisitos gerais para organismos que operam sistemas de certificação de produtos Primeira edição 1997 Elaborado no âmbito do CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade. Associação Brasileira de Normas Técnicas Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar - CEP 20003-900 Rio de Janeiro - RJ – Brasil Telex: (55-021) 34333 – Fax: (55-021) 240-8249 Telefone: (55-021) 210-3122 Caixa postal: 1680 International Organization for Standardization Case postale 56 • CH-1211 GENEVA 20 • Switzerland International Electrotechnical Commission Case postale 131 • CH-1211 GENEVA 20 • Switzerland Origem: No. ISO/IEC GUIDE 65:1997 ICS 03.120.20 Descritores: Garantia da qualidade, Sistemas de garantia da qualidade, Organismos sem fins lucrativos, Certificação, Organismos de certificação, Condições gerais Descriptors: Quality assurance, Quality assurance systems, Non- profit-making bodies, Certification, Certification bodies, General conditions 9 páginas Sumário Página 1 Objetivo .............................................................................................................................................................1 2 Referências .......................................................................................................................................................1 3 Definições ......................................................................................................................................................... 2 4 Organismo de certificação ................................................................................................................................2 4.1 Disposições gerais ...........................................................................................................................................2 4.2 Organização ..................................................................................................................................................... 2 4.3 Operações ........................................................................................................................................................3 4.4 Subcontratação .................................................................................................................................................3 4.5 Sistema da qualidade ....................................................................................................................................... 4 4.6 Condições e procedimentos para concessão, manutenção, extensão, suspensão e cancelamento da certificação ........................................................................................................................... 5 4.7 Auditorias internas e análises críticas pela administração .............................................................................. 5 4.8 Documentação ..................................................................................................................................................5 4.9 Registros ........................................................................................................................................................... 5 4.10 Confidencialidade ............................................................................................................................................6 5 Pessoal do organismo de certificação .............................................................................................................6 5.1 Generalidades ..................................................................................................................................................6 5.2 Critérios de qualificação ................................................................................................................................... 6 6 Alterações nos requisitos de certificação ......................................................................................................... 6 7 Apelações, reclamações e disputas ................................................................................................................. 6 8 Solicitação de certificação ................................................................................................................................7 8.1 Informações sobre o procedimento ..................................................................................................................7 8.2 A solicitação ......................................................................................................................................................7 9 Preparação para avaliação ..............................................................................................................................7 10 Avaliação .......................................................................................................................................................... 8 11 Relatório de avaliação ......................................................................................................................................8 12 Decisão sobre certificação ...............................................................................................................................8 13 Acompanhamento ............................................................................................................................................8 14 Uso de licenças, certificados e marcas de conformidade ................................................................................9 15 Reclamações aos fornecedores ....................................................................................................................... 9 1 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 Requisitos gerais para organismos que operam sistemas de certificação de produtos Introdução A certificação de um produto (termo que inclui um processo ou serviço) é um meio de prover garantia de que este aten- da a normas específicas e outros documentos normativos. Alguns sistemas de certificação de produtos podem incluir ensaios iniciais de um produto e avaliações dos sistemas da qualidade do seu fornecedor, seguidos de acompa- nhamento que leve em consideração os sistemas da quali- dade da fábrica e ensaios de amostras coletadas na fábri- ca e no mercado. Outros sistemas baseiam-se em ensaios iniciais e ensaios de acompanhamento, enquanto ainda outros compreendem somente ensaios de tipo. Este Guia especifica os requisitos cuja observância tem a finalidade de assegurar que os organismos de certificação operam os sistemas de certificação de terceira parte de maneira consistente e confiável, de modo a facilitar a sua aceitação em base nacional e internacional, bem como contribuir para o comércio internacional. Os requisitos contidos neste Guia são descritos, acima de tudo, para serem considerados como critérios gerais para organismos que operam sistemas de certificação de pro- dutos; eles podem ser ampliados quando setores indus- triais específicos ou outros fizerem uso deles, ou quando determinados requisitos, tais como saúde e segurança, tiverem que ser considerados. A confirmação da conformidade com as normas apropria- das ou outros documentos normativos será na forma de certificados ou marcas de conformidade. Os sistemas para a certificação de determinados produtos ou grupos de pro- dutos em relação a normas especificadas ou outros do- cumentos normativos exigirão, em muitos casos, a sua do- cumentação explanatória própria. Embora este Guia seja destinado à certificação de produ- tos por terceira parte, muitas disposições aqui contidas podem ser úteis também ao procedimento de avaliação da conformidade do produto por primeira e segunda partes. A diversidade de sistemas de certificação pode, a princí- pio, parecer desnecessária e até confundir os iniciantes neste campo, tanto os operadores como os clientes. A pu- blicaçãoISO/IEC Certificação e atividades correlatas está disponível para leitura dos fundamentos e ajudará a res- ponder às perguntas relativas às práticas da comunidade mundial de avaliação da conformidade. 1 Objetivo 1.1 Este Guia especifica os requisitos gerais que devem ser atendidos por uma terceira parte que opera um sistema de certificação de produto, para ser reconhecida como competente e confiável. Neste Guia o termo “organismo de certificação” é usado para qualquer organismo que opera um sistema de certifi- cação de produto. A palavra “produto” é usada no seu sen- tido mais amplo, incluindo processos e serviços; a palavra “norma” é usada para abranger outros documentos nor- mativos, tais como especificações ou regulamentações técnicas. 1.2 O sistema de certificação utilizado pelo organismo de certificação pode incluir um ou mais dos itens abaixo, que podem ser utilizados em conjunto com o acompanhamen- to da produção ou avaliação e acompanhamento do siste- ma da qualidade do fornecedor, ou ambos, como descrito no ABNT ISO/IEC Guia 53: a) ensaio de tipo ou outras verificações; b) ensaio ou inspeção de amostras coletadas no mer- cado, no estoque do fornecedor, ou de uma combi- nação de ambas; c) ensaio ou inspeção de cada produto, ou de um de- terminado produto, quer seja novo ou já em uso; d) ensaio ou inspeção de lote; e) avaliação do projeto. NOTA 1 O ABNT ISO/IEC Guia 28 pode ser consultado como modelo de uma forma de sistema de certificação de produto por terceira parte. 2 Referências NBR ISO 8402:1994, Gestão da qualidade e garantia da qualidade -Terminologia. NBR ISO 10011-1:1993, Diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade - Parte 1: Auditoria. 2 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 ABNT ISO/IEC Guide 2:1996 1), Standardization and related activities - General vocabulary. ABNT ISO/IEC Guia 7:1994, Diretrizes para elabora- ção de normas adequadas ao uso em avaliação da conformidade. ABNT ISO/IEC Guia 23:1993, Métodos de indicação da conformidade com normas para sistemas de cer- tificação por terceira parte. ABNT ISO/IEC Guia 25:1993, Requisitos gerais para a capacitação de laboratórios de calibração e de en- saios. ABNT ISO/IEC Guia 27:1993, Diretrizes para ações corretivas a serem tomadas por um organismo de cer- tificação no caso de uso indevido de sua marca de conformidade. ABNT ISO/IEC Guia 28:1993, Regras gerais para um modelo de sistema de certificação de produtos por ter- ceira parte. ABNT ISO/IEC Guia 39:1993, Requisitos gerais para a aceitação de organismos de inspeção. ABNT ISO/IEC Guia 53:1993, Uma abordagem da utilização do sistema da qualidade de um fornecedor em certificação de produto por terceira parte. ABNT ISO/IEC Guia 62:1997, Requisitos gerais para organismos que operam avaliação e certificação/re- gistro de sistemas da qualidade. 3 Definições Para os efeitos deste Guia, as definições pertinentes con- tidas no ISO/IEC Guide 2, NBR ISO 8402 e a descrita a se- guir são aplicáveis. 3.1 fornecedor: A parte que é responsável por assegurar que os produtos atendam e, se for aplicável, continuem a atender os requisitos sobre os quais é baseada a certifi- cação. 4 Organismo de certificação 4.1 Disposições gerais 4.1.1 As políticas e os procedimentos sob os quais o orga- nismo de certificação opera e sua administração devem ser não-discriminatórios, bem como ser administrados de forma não-discriminatória. Não devem ser usados proce- dimentos para impedir ou inibir o acesso dos solicitantes, exceto quando prescrito neste Guia. 4.1.2 O organismo de certificação deve manter os seus ser- viços acessíveis a todos os solicitantes cujas atividades se enquadrem na sua área declarada de operação. Não deve haver condições impróprias, financeiras ou outras. O acesso não deve ser condicionado ao tamanho do fornecedor so- licitante ou de sua participação em qualquer associação ou grupo, nem deve a certificação ser condicionada ao número de certificados já emitidos. 4.1.3 Os critérios de acordo com os quais os produtos do fornecedor são avaliados devem ser aqueles cons- tantes em normas especificadas. Os requisitos para nor- mas apropriadas para este fim estão contidos no ABNT ISO/IEC Guia 7. Se for necessário um esclarecimen- to quanto à aplicação destes documentos a um sistema de certificação específico, este deve ser formulado por comi- tês ou pessoas imparciais, possuindo a necessária compe- tência técnica, e publicado pelo organismo de certificação. 4.1.4 O organismo de certificação deve limitar os seus re- quisitos, avaliação e decisão sobre certificação àquelas matérias especificamente relacionadas ao escopo da cer- tificação que está sendo considerado. 4.2 Organização A estrutura do organismo de certificação deve ser tal que proporcione confiança na sua certificação. Em particular, o organismo de certificação deve a) ser imparcial; b) ser responsável pelas decisões relativas à conces- são, manutenção, extensão, suspensão e cancela- mento da certificação; c) identificar o gerenciamento (comitê, grupo ou pes- soa) que deve ter completa responsabilidade por cada uma das seguintes atividades: 1) execução de ensaios, inspeção, avaliação e certificação, conforme definidos neste Guia; 2) formulação de políticas relativas à operação do organismo de certificação; 3) decisões sobre certificação; 4) supervisão da implementação das suas políti- cas; 5) supervisão das finanças do organismo; 6) delegação de autoridade a comitês ou pessoas, conforme necessário, para executar atividades definidas em seu nome; 7) bases técnicas para conceder certificação; 1) A ser publicado pela ABNT. 3 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 d) ter documentos que comprovem ser uma entidade legalmente constituída; e) ter uma estrutura documentada que salvaguarde a sua imparcialidade, inclusive disposições para assegurar a imparcialidade das operações do or- ganismo de certificação; esta estrutura deve per- mitir a participação de todas as partes com interes- se significativo no desenvolvimento de políticas e princípios relativos ao conteúdo e ao funcionamen- to do sistema de certificação; f) assegurar que cada decisão sobre certificação seja tomada por pessoa(s) diferente(s) daquela(s) que executa(m) a avaliação; g) ter direitos e responsabilidades pertinentes às suas atividades de certificação; h) ter mecanismos adequados para cobrir responsa- bilidades legais decorrentes das suas operações e/ou atividades; i) ter estabilidade financeira e recursos necessários para a operação de um sistema de certificação; j) empregar um número suficiente de pessoas que tenham a necessária formação, treinamento, co- nhecimento técnico e experiência para desempe- nhar as funções de certificação relativas ao tipo, âmbito e volume de trabalho realizado, sob a res- ponsabilidade de um executivo sênior; k) ter um sistema da qualidade que proporcione con- fiança na sua capacidade de operar um sistema de certificação de produtos; l) ter políticas e procedimentos que distingam entre a certificação de produtos e quaisquer outras ati- vidades nas quais o organismo de certificação es- teja envolvido; m)juntamente com o seu executivo sênior e o pes- soal, deve ser livre de quaisquer pressões comer- ciais, financeiras e outras, que possam influenciar os resultados do processo de certificação; n) ter regras e estruturas formais para a nomeação e a operação de quaisquer comitês envolvidos no processo de certificação; estes comitês devem es- tar livres de quaisquer pressões comerciais, finan- ceiras ou outras, que possam influenciar nas deci- sões; uma estrutura cujos membros são escolhi- dos de forma a constituir um equilíbrio de interes- ses, no qual não predomine nenhum interesse in- dividual, será considerada satisfatória para aten- der a este dispositivo; o) assegurarque as atividades dos organismos rela- cionados1) não afetem a confidencialidade, objeti- vidade e imparcialidade das suas certificações, e não deve 1) fornecer ou projetar produtos do tipo que ele cer- tificar; 2) aconselhar ou prestar serviços de consultoria ao solicitante quanto aos métodos de tratar as maté- rias que sejam obstáculos para a certificação so- licitada; 3) fornecer quaisquer outros produtos ou serviços que possam comprometer a confidencialidade, objetividade ou imparcialidade dos seus proces- sos e decisões de certificação; p) ter políticas e procedimentos para a solução de re- clamações, apelações e disputas, recebidas de for- necedores ou de outras partes, sobre o tratamento dado a certificação ou quaisquer outras matérias relacionadas. 4.3 Operações O organismo de certificação deve realizar todas as etapas necessárias para avaliar a conformidade com as normas pertinentes de produtos, de acordo com os requisitos do sistema específico de certificação de produto (ver seção 3). O organismo de certificação deve especificar normas pertinentes, ou partes delas, e quaisquer outros requisitos tais como requisitos de amostragem, ensaios e inspeção, que formam a base do sistema de certificação aplicável. Na condução dos trabalhos de certificação, o organismo de certificação deve observar, conforme apropriado, os requisitos quanto à adequação e competência de orga- nismo(s) ou pessoa(s) que executa(m) ensaios, ins- peção e certificação conforme, especificado nos ABNT ISO/IEC Guias 25, 39 e 62. 4.4 Subcontratação Quando um organismo de certificação decide subcontra- tar trabalho relacionado com certificação (por exemplo: ensaio ou inspeção) a um organismo ou pessoa externos, deve ser elaborado um acordo devidamente documenta- do, contendo as condições, inclusive confidencialidade e conflito de interesses. O organismo de certificação deve a) assumir plena responsabilidade pelo trabalho sub- contratado e manter a sua responsabilidade pela concessão, manutenção, extensão, suspensão ou cancelamento da certificação; 1) Para os efeitos deste Guia, organismo relacionado é aquele que está ligado com o organismo de certificação por proprietários ou diretores comuns, mecanismos contratuais, um nome comum, entendimento informal ou outros meios tais que o organismo relacionado tenha um interesse por direito no resultado de uma avaliação ou tenha habilidade potencial para influenciar o resultado de uma avaliação. 4 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 b) assegurar que o organismo ou pessoa subcon- tratada seja competente e atenda as disposições aplicáveis deste Guia e outras normas e guias perti- nentes a ensaios, inspeção ou outras atividades técnicas (ver seção 2), e não esteja envolvido, dire- tamente ou através do seu empregador, com o pro- jeto ou a produção do produto de maneira tal que sua imparcialidade possa ser comprometida; c) obter o consentimento do solicitante. NOTAS 2 Onde trabalho relacionado com certificação tenha sido efetua- do anteriormente à solicitação de certificação, o organismo pode levar isto em consideração, uma vez que ele pode assumir a res- ponsabilidade conforme detalhado em 4.4 a) e satisfazer-se quanto às matérias detalhadas em 4.4 b). 3 Os requisitos apresentados em 4.4 a) e b) são também aplicá- veis, por extensão, quando um organismo de certificação usar, para concessão da sua própria certificação, o serviço realizado por outro organismo de certificação, com o qual tenha assinado um acordo. 4.5 Sistema da qualidade 4.5.1 A administração do organismo de certificação com responsabilidade executiva pela qualidade deve definir e documentar a sua política da qualidade, inclusive objeti- vos para qualidade e o seu comprometimento com a quali- dade. A administração deve assegurar que esta política seja compreendida, implementada e mantida em todos os níveis da organização. 4.5.2 O organismo de certificação deve operar um sistema da qualidade eficaz e de acordo com os elementos perti- nentes deste Guia e apropriado ao tipo, âmbito e abrangên- cia do trabalho realizado. Este sistema da qualidade deve ser documentado e a documentação deve estar disponível para uso do pessoal do organismo de certificação. O orga- nismo de certificação deve assegurar a implementação efetiva dos procedimentos e instruções do sistema da qua- lidade documentado. O organismo de certificação deve designar uma pessoa que tenha acesso direto ao seu mais alto nível executivo, a qual, independentemente de outras responsabilidades, deve ter autoridade definida para a) assegurar que seja estabelecido, implementado e mantido um sistema da qualidade de acordo com este Guia, e b) relatar o desempenho do sistema da qualidade à administração do organismo, para sua análise crí- tica e como base para melhoria do sistema da qua- lidade. 4.5.3 O sistema da qualidade deve ser documentado em um manual da qualidade e em procedimentos da qualida- de associados. O manual deve conter ou fazer referência pelo menos ao seguinte: a) declaração da política da qualidade; b) breve descrição da situação legal do organismo de certificação, inclusive o nome dos seus proprietá- rios e, se diferentes, os nomes das pessoas que o controlam; c) nomes, qualificações, experiência e termos de re- ferência do executivo sênior e de outras pessoas de certificação, internas ou externas; d) organograma da organização, mostrando as li- nhas de autoridade, responsabilidade e atribui- ções de funções a partir do executivo sênior; e) descrição da organização do organismo de certi- ficação, inclusive detalhes do gerenciamento (co- mitê, grupo ou pessoa) identificado em 4.2 c), a sua constituição, termos de referência e regras de pro- cedimento; f) política e procedimentos para conduzir as análises críticas pela administração; g) procedimentos administrativos, inclusive controle de documentos; h) deveres e serviços operacionais e funcionais per- tinentes à qualidade, de modo que a extensão e os limites da responsabilidade de cada pessoa sejam conhecidos por todos os envolvidos; i) procedimento para o recrutamento, seleção e trei- namento do pessoal do organismo de certificação e o monitoramento do seu desempenho; j) lista dos seus subcontratados aprovados e proce- dimentos para avaliação, registro e monitoramento de sua competência; k) seus procedimentos para tratar as não-conformi- dades e para assegurar a eficácia de quaisquer ações corretivas e preventivas tomadas; l) procedimentos para avaliar os produtos e imple- mentação do processo de certificação, inclusive 1) as condições para emitir, reter e cancelar os do- cumentos de certificação; 2) os controles sobre o uso e a aplicação de do- cumentos utilizados na certificação de produtos; m)política e procedimento para tratar das apelações, reclamações e disputas; n) seus procedimentos para conduzir auditorias internas, baseadas nas disposições da NBR ISO 10011-1. 5 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 4.6 Condições e procedimentos para concessão, ma- nutenção, extensão, suspensão e cancelamento da certificação 4.6.1 O organismo de certificação deve especificar as con- dições para concessão, manutenção e extensão da certi- ficação, e as condições sob as quais a certificação pode ser suspensa ou cancelada, parcial ou totalmente. 4.6.2 O organismo de certificação deve ter procedimentos para a) conceder, manter, cancelar e, se aplicável, suspen- der a certificação; b) estender ou reduzir o escopo da certificação; c) reavaliar a certificação, no caso de alterações que afetem significativamente o projeto ou a especifi- cação do produto, ou mudanças nas normas em relação às quais a conformidade do produto é certificada, ou mudanças de propriedade, estrutura ou administração do fornecedor, se pertinentes, ou no caso de qualquer outra informação indicandoque o produto pode não mais atender aos requisi- tos do sistema de certificação. 4.7 Auditorias internas e análises críticas pela adminis- tração 4.7.1 O organismo de certificação deve realizar auditorias internas periódicas, abrangendo todos os procedimentos, de maneira planejada e sistemática, para verificar que o sistema da qualidade está implementado e é eficaz. O organismo de certificação deve assegurar que a) o pessoal responsável pela área auditada seja in- formado do resultado da auditoria; b) a ação corretiva seja tomada no devido tempo e de maneira apropriada; c) os resultados da auditoria sejam documentados. 4.7.2 A administração do organismo com responsabilida- de executiva deve analisar criticamente o seu sistema da qualidade a intervalos definidos, que sejam suficientemen- te breves, para assegurar a sua contínua adequação e efi- cácia em satisfazer aos requisitos deste Guia e aos obje- tivos e política da qualidade declarados. Devem ser man- tidos registros destas análises críticas. 4.8 Documentação 4.8.1 O organismo de certificação deve fornecer, atualizar a intervalos regulares e tornar disponíveis (através de pu- blicações, meios eletrônicos ou outros), quando solicita- do, o seguinte: a) informação a respeito da autoridade sob a qual o organismo de certificação opera; b) uma declaração documentada do seu sistema de certificação de produto, inclusive as suas regras e procedimentos para concessão, manutenção, ex- tensão, suspensão e cancelamento da certificação; c) informação sobre os procedimentos de avaliação e processo de certificação relativos a cada sistema de avaliação de produto; d) uma descrição dos meios pelos quais o organismo de certificação obtém suporte financeiro e informa- ções gerais sobre as taxas cobradas dos solicitantes e dos fornecedores dos produtos certificados; e) uma descrição dos direitos e deveres dos solicitan- tes e fornecedores dos produtos certificados, inclu- sive requisitos, restrições ou limitações quanto ao uso da logomarca do organismo de certificação, e as maneiras de fazer referência à certificação con- cedida; f) informação a respeito dos procedimentos para tra- tar das reclamações, apelações e disputas; g) uma relação dos produtos certificados e os seus for- necedores. 4.8.2 O organismo de certificação deve estabelecer e man- ter procedimentos para controlar todos os documentos e dados relativos às suas funções de certificação. Estes do- cumentos devem ser analisados criticamente e aprova- dos, quanto à sua adequação, por pessoal devidamente autorizado e competente, antes da emissão de quaisquer documentos após o desenvolvimento inicial ou qualquer emenda subseqüente ou mudança que esteja sendo rea- lizada. Deve ser mantida uma listagem de todos os docu- mentos apropriados, com a identificação da respectiva si- tuação de emissão e/ou emenda. A distribuição de todos estes documentos deve ser controlada, para assegurar que a documentação apropriada esteja disponível para o pessoal do organismo de certificação ou fornecedores, quando eles forem requisitados para desempenhar qual- quer função relacionada com as atividades do organismo de certificação. 4.9 Registros 4.9.1 O organismo de certificação deve manter um sistema de registro apropriado para as suas necessidades particu- lares e para cumprir os regulamentos existentes. Os regis- tros devem demonstrar que os procedimentos de certifica- ção foram efetivamente seguidos, particularmente com respeito aos formulários de solicitação, relatórios de ava- liação, atividades de acompanhamento e outros documen- tos relativos à concessão, manutenção, extensão, suspen- são ou cancelamento da certificação. Os registros devem ser identificados, administrados e dispostos de maneira a assegurar a integridade do processo e a confidencialidade da informação. Os registros devem ser mantidos por um 6 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 período de tempo, de modo que uma contínua confiança possa ser demonstrada pelo menos por um ciclo completo de certificação, ou conforme exigido por lei. 4.9.2 O organismo de certificação deve ter uma política e procedimentos para reter os registros por um período con- sistente com as suas obrigações contratuais, legais ou ou- tras. O organismo de certificação deve ter uma política e procedimentos para acesso a estes registros conforme 4.10.1. NOTA 4 A questão do período de retenção dos registros requer atenção específica à luz de circunstâncias legais e mecanismos de reconhecimento. 4.10 Confidencialidade 4.10.1 O organismo de certificação deve ter mecanismos adequados, consistentes com as leis aplicáveis para sal- vaguardar a confidencialidade das informações obtidas no curso das suas atividades de certificação em todos os níveis da sua organização, inclusive comitês e organis- mos externos ou pessoas atuando em seu nome. 4.10.2 Exceto quando requerido neste Guia ou por lei, infor- mações obtidas no curso das atividades de certificação, sobre um produto em particular ou fornecedor, não devem ser revelados a terceiros sem o consentimento, por escrito, do fornecedor. Caso a lei exija que a informação seja reve- lada a terceiros, o fornecedor deve ser notificado do forne- cimento desta informação, como permitido por lei. 5 Pessoal do organismo de certificação 5.1 Generalidades 5.1.1 O pessoal do organismo de certificação deve ser com- petente para as funções que desempenha, inclusive fa- zendo julgamentos técnicos quando requeridos, deline- ando políticas e implementando-as. 5.1.2 As instruções claramente documentadas devem es- tar disponíveis ao pessoal, descrevendo os seus deveres e responsabilidades. Estas instruções devem ser mantidas atualizadas. 5.2 Critérios para qualificação 5.2.1 A fim de assegurar que a avaliação e a certificação se- jam realizadas eficaz e uniformemente, os critérios míni- mos pertinentes apropriados para a competência do pes- soal devem ser definidos pelo organismo de certificação. 5.2.2 O organismo de certificação deve exigir do seu pes- soal, envolvido no processo de certificação, a assinatura de um contrato ou outro documento no qual se compro- meta a a) obedecer às regras definidas pelo organismo de certificação, inclusive aquelas relativas à confiden- cialidade e independência de interesses comer- ciais e outros; b) declarar qualquer associação da sua parte, pre- sente ou passada, ou da parte do seu empregador, com um fornecedor ou projetista de produtos para cuja avaliação ou certificação venha a ser designa- do. O organismo de certificação deve assegurar, de modo do- cumentado, que qualquer pessoal contratado, tanto da sua parte como da parte do seu empregador, se houver, satisfaz a todos os requisitos para pessoal, definidos nes- te Guia. 5.2.3 O organismo de certificação deve manter informa- ções sobre as qualificações, treinamento e experiência pertinentes de cada pessoa envolvida no processo de certificação. Os registros de treinamento e experiência de- vem ser mantidos atualizados, especialmente os seguin- tes: a) nome e endereço; b) organização à qual está afiliado e posição ocupa- da; c) qualificação educacional e situação profissional; d) experiência e treinamento em cada campo de com- petência do organismo de certificação; e) data da mais recente atualização dos registros; f) avaliação de desempenho. 6 Alterações nos requisitos de certificação O organismo de certificação deve dar a devida notificação sobre quaisquer alterações que pretenda fazer nos seus requisitos para certificação. Deve considerar as opiniões expressas pelas partes interessadas antes de decidir so- bre a forma precisa e a data efetiva das alterações. Em se- guida à decisão e à publicação dos requisitos alterados, o organismo de certificação deve verificar que cada forne- cedor faça os necessários ajustes dentro de um prazoque na opinião do organismo de certificação seja razoável. 7 Apelações, reclamações e disputas 7.1 As apelações, reclamações e disputas apresentadas ao organismo de certificação por fornecedores ou outras partes devem estar sujeitas aos procedimentos do orga- nismo de certificação. 7.2 Cada organismo de certificação deve a) manter um registro de todas as apelações, recla- mações, disputas e das ações corretivas relativas à certificação; 7 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 b) tomar ações subseqüentes apropriadas; c) documentar as ações tomadas e a sua eficácia. 8 Solicitação de certificação 8.1 Informações sobre o procedimento 8.1.1 O organismo de certificação deve fornecer aos solici- tantes uma detalhada descrição atualizada dos procedi- mentos de avaliação e certificação, apropriada a cada pro- grama de certificação, e os documentos contendo os re- quisitos para a certificação, os direitos do solicitante e os deveres dos fornecedores que tenham produtos certifica- dos (inclusive as taxas a serem pagas pelos solicitantes e fornecedores de produtos certificados). 8.1.2 O organismo de certificação deve exigir que um for- necedor a) atenda às disposições pertinentes do programa de certificação; b) tome todas as providências necessárias para a rea- lização da avaliação, inclusive o exame da docu- mentação e acesso a todas as áreas, registros (in- clusive relatórios de auditoria internos) e pessoal para os fins da avaliação (por exemplo: ensaios, inspeção, avaliação, acompanhamento, reavalia- ção) e solução de reclamações; c) faça anúncio sobre a certificação somente com res- peito ao escopo para o qual a certificação foi con- cedida; d) não use a certificação do produto de maneira a pre- judicar a imagem do organismo de certificação e não faça qualquer declaração sobre a certificação do produto que o organismo de certificação possa considerar indevida ou não autorizada; e) em caso de suspensão ou cancelamento da certifi- cação, interrompa o uso de todo o material de pro- paganda que contenha qualquer referência à certifi- cação e devolva quaisquer documentos da certifi- cação que sejam exigidos pelo organismo de certifi- cação; f) use a certificação somente para indicar que os pro- dutos são certificados como estando em conformi- dade com as normas especificadas; g) faça esforço para assegurar que nenhum certifi- cado ou relatório, ou parte destes, seja usado de maneira indevida; h) ao fazer referência à certificação do produto em meios de comunicação tais como documentos, bro- churas ou propaganda, atenda aos requisitos do organismo de certificação. 8.1.3 Quando o escopo desejado da certificação está rela- cionado com um sistema específico, ou tipo de sistema operado pelo organismo de certificação, quaisquer expli- cações necessárias devem ser dadas ao solicitante. 8.1.4 Se requeridas, informações adicionais sobre a soli- citação devem ser fornecidas ao solicitante. 8.2 A solicitação 8.2.1 O organismo de certificação deve exigir o preenchi- mento de um formulário oficial de solicitação, assinado por um representante do solicitante devidamente autorizado, no qual, ou anexado ao qual, está contido o seguinte: a) o escopo da certificação desejada; b) uma declaração de que o solicitante concorda em cumprir os requisitos para a certificação e em forne- cer qualquer informação necessária para a avalia- ção dos produtos a serem certificados. 8.2.2 O solicitante deve fornecer no mínimo as seguintes in- formações: a) entidade corporativa, nome, endereço e constitui- ção legal; b) uma definição dos produtos a serem certificados, o sistema de certificação e as normas de acordo com as quais cada produto será certificado, se conheci- das pelo solicitante. 9 Preparação para avaliação 9.1 Antes de efetuar a avaliação, o organismo de certificação deve conduzir e manter os registros de uma análise crítica da solicitação de certificação para assegurar que a) os requisitos para certificação estejam claramente definidos, documentados e compreendidos; b) qualquer diferença de interpretação entre o orga- nismo de certificação e o solicitante seja resolvida; c) o organismo de certificação tenha a capacidade de executar o serviço de certificação com respeito ao escopo da certificação desejada e, se aplicável, ao local das operações do solicitante e quaisquer ou- tros requisitos especiais, tais como o idioma usado pelo solicitante. 9.2 O organismo de certificação deve preparar um plano para as suas atividades de avaliação, para permitir que to- das as medidas necessárias sejam administradas. 9.3 O organismo de certificação deve designar pessoal com a qualificação apropriada para executar as tarefas de 8 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 uma avaliação específica. Não deve ser designado pes- soal que tenha estado envolvido, ou empregado, por um organismo comprometido com o projeto, fornecimento, instalação ou manutenção de tais produtos, de modo e em um período que possam conflitar com a imparcialidade. 9.4 Para assegurar a execução de uma avaliação abran- gente e correta, o pessoal envolvido deve receber os do- cumentos de trabalho apropriados. 10 Avaliação O organismo de certificação deve avaliar os produtos do solicitante com base nas normas cobertas pelo escopo de- finido em sua solicitação e de acordo com todos os critérios de certificação especificados nas regras do programa. 11 Relatório de avaliação O organismo de certificação deve adotar procedimentos de elaboração de relatórios que atendam as suas neces- sidades, mas, no mínimo, estes procedimentos devem as- segurar que a) o pessoal designado para avaliar a conformidade dos produtos deve fornecer ao organismo de certifi- cação um relatório das suas constatações, quanto à conformidade com todos os requisitos da certifi- cação; b) um relatório completo com o resultado da avaliação seja prontamente levado ao conhecimento do soli- citante pelo organismo de certificação, identifican- do quaisquer não-conformidades que devam ser eliminadas para atender a todos os requisitos da certificação, e a extensão de avaliação adicional ou ensaios exigidos. Se o solicitante puder demons- trar que foram tomadas ações corretivas para aten- der a todos os requisitos dentro de um limite de tem- po especificado, o organismo de certificação deve repetir somente as partes necessárias do procedi- mento inicial. 12 Decisão sobre a certificação 12.1 A decisão de certificar ou não um produto deve ser tomada pelo organismo de certificação, com base nas in- formações obtidas durante o processo de avaliação e em qualquer outra informação pertinente. 12.2 O organismo de certificação não deve delegar auto- ridade para conceder, manter, estender, suspender ou cancelar a certificação a uma pessoa ou organismo exter- no. 12.3 O organismo de certificação deve entregar a cada um dos fornecedores que ofereça produtos certificados documentos formais de certificação, tais como uma carta ou um certificado assinado por um dirigente que tenha sido designado para tal responsabilidade. Estes documentos formais de certificação devem permitir a identificação do seguinte: a) nome e endereço do fornecedor cujos produtos são objeto da certificação; b) escopo da certificação concedida, inclusive, con- forme apropriado, 1) os produtos certificados, que podem ser identi- ficados por tipo ou classe de produtos, 2) as normas do produto ou outros documentos normativos de acordo com os quais cada produ- to ou tipo de produto é certificado, 3) o sistema de certificação aplicável; c) a data efetiva da certificação e o prazo de validade da certificação, se aplicável. 12.4 Em resposta a uma solicitação de emenda, quanto ao escopo de um certificado já concedido, o organismo de certificação deve decidir, se necessário, qual o procedi- mento de avaliação queé apropriado para determinar se a emenda deve ser feita ou não, e deve agir de acordo. 13 Acompanhamento 13.1 O organismo de certificação deve ter procedimentos documentados para permitir a realização do acompanha- mento, de acordo com os critérios aplicáveis do sistema de certificação pertinente. 13.2 O organismo de certificação deve exigir que o forne- cedor o informe a respeito de quaisquer alterações citadas em 4.6.2 c), tais como intenção de modificação do pro- duto, do processo de fabricação ou, se pertinente, do seu sistema da qualidade, que afetem a conformidade do pro- duto. O organismo de certificação deve determinar se as mudanças anunciadas exigem investigações adicionais. Se este for o caso, não será permitido ao fornecedor liberar produtos certificados resultantes de tais modificações até que o organismo de certificação tenha notificado o forne- cedor neste sentido. 13.3 O organismo de certificação deve documentar as suas atividades de acompanhamento. 13.4 Quando o organismo de certificação autorizar a conti- nuação do uso da sua marca em produtos do tipo que te- nham sido avaliados, o organismo de certificação deve avaliar periodicamente os produtos marcados, para con- firmar se continuam em conformidade com as normas. 9 ABNT ISO/IEC GUIA 65/1997 14 Uso de licenças, certificados e marcas de conformidade 14.1 O organismo de certificação deve exercer controle apropriado quanto à propriedade, ao uso e à exibição de licenças, certificados e marcas de conformidade. 14.2 Uma orientação quanto ao uso de certificados e mar- cas permitidos pelo organismo de certificação pode ser obtida no ABNT ISO/IEC Guia 23. 14.3 As referências incorretas ao sistema de certificação ou uso indevido de licenças, certificados ou marcas, encon- trados em anúncios, catálogos, etc., devem ser tratadas por meio da ação apropriada. NOTA 5 Essas ações são apresentadas no ABNT ISO/IEC Guia 27 e podem incluir ações corretivas, cancelamento do certificado, publicação da transgressão e, se necessário, outras ações legais. 15 Reclamações aos fornecedores O organismo de certificação deve exigir que os fornece- dores de produtos certificados a) mantenham registros de todas as reclamações tra- zidas ao conhecimento do fornecedor relativas à conformidade do produto com os requisitos da nor- ma pertinente e tornem disponíveis estes registros ao organismo de certificação, quando solicitado; b) tomem ações apropriadas com respeito a tais recla- mações e quaisquer deficiências encontradas em produtos ou serviços que afetem o atendimento dos requisitos para certificação; c) documentem as ações tomadas.
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