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ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS SINTÉTICOS COM ÊNFASE NA NITAZOXANIDA

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INTERDISCIPLINAR 2018.2
CURSO DE FARMÁCIA
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS
FÁRMACOS SINTÉTICOS COM ÊNFASE NA NITAZOXANIDA.
Alunos: Gelyce Pinheiro, Andreia Gomes, João Heráclio Filho, Kennedy
Wellington, Valdir Nascimento, Jairo Walker.
Professora Fomentadora da Turma 4AT, Renata Carvalho
E-mail do responsável: joaoheracliofilho@outlook.com
Centro Universitário Brasileiro (UNIBRA)
Curso de Farmácia – Interdisciplinar 2018.2
Recife, PE. 
Palavras-chave: Nitazoxanida. Doenças parasitárias. Protozoários. Anti-
helmíntico. Antiparasitário. Assitência Farmacêutica.
Introdução
De acordo com Mishra (2014), “cerca de dois bilhões de indivíduos
integram a camada acometida por parasitos intestinais, sobretudo em países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento” sendo a helmintíase a diarreia
infecciosa as principais causas de mortalidade. Transtornos como ausência
de saneamento básico e carência na educação proporcionam maior
predisposição em adquirir doenças causadas por enteropasitas. 
Comumente contraídos por via oral e/ou fecal, parasito é, segundo
Ferreira (2002), “o organismo encontrado na superfície ou no interior de um
ser vivo intitulado hospedeiro, apresentando dependência metabólica” e,
conforme Neves (2010), “agredindo sua integridade física”. No entanto, a
presença de enteroparasitas em organismo humano ainda é bastante
subestimada por quem por eles é acometido.
Anteriormente a aprovação da nitazoxanida destinada ao tratamento
de infecções causadas por parasitas intestinais, pelo órgão americano Food
and Drug Administration (FDA), em 2002, medicamentos como
nitroimidazóis e benzimidazóis eram comumente utilizados. No entanto, no
Brasil, somente em 2006 tornou-se possível a comercialização da
nitazoxanida pelo laboratório Farmoquímica sob o nome comercial Annita,
proporcionando, mediante prescrição médica, seu uso em indivíduos
acometidos e ocasionando menores reações adversas.
Objetivos:
 
Apontar a nitazoxanida como forma de tratamento em distintas
doenças causadas por parasitas/protozoários característicos, além de
mencionar a importância de sua posologia correta bem como a importância
da assistência farmacêutica e apresentar a farmacocinética desenvolvida
dentro do organismo a partir de sua administração oral.
INTERDISCIPLINAR 2018.2
CURSO DE FARMÁCIA
Materiais e Métodos 
 Trata-se de uma pesquisa teórica constituída através de sites
especializados, tais como Ministério da Saúde e ANVISA, resoluções e
autores encontrados a partir de portais eletrônicos acadêmicos tais como
Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (Scielo).
Resultados e Discussão 
Descoberta pelo médico e cientista Jean-François Rossignol e
descrita, pela primeira vez, em 1984 como uma droga cestocida humana, a
nitazoxanida é o princío ativo do medicamento annita, desenvolvido através
de meios químicos, “tendo sido sintetizada, na década de 1980, com base
no anti-helmíntico niclosamida” (Ivers, 2009) sob a estrutura química 2-
acetoliloxi-N-(5-nitro-1-tiazolil)-benzamida presente na figura seguinte.
SO
N 
H
OO
N O
O
+ -
N
 
(Fonte: Look For Diagnosis)
Encontrada tanto em forma de comprimido revestido como em pó
para suspensão oral, este medicamento é considerado, de acordo com o
Ministério da Saúde (2012), “um anti-infeccioso de amplo espectro” com
atividade no tratamento de infecções intestinais causadas por protozoários e
helmintos, além de apresentar atividade contra bactérias anaeróbicas e
vírus. Seu reconhecimento ocorreu a partir de um estudo com acetonitrila,
seu diluente, misturada à 12µg/ml de amostras, através do equipamento
espectrofotômetro UV/Vis. De acordo com Malesuik (2010), 15mg de
nitazoxanida foram transferidas para balão volumétrico de 100ml, extraindo,
após adição de 50ml, o fármaco em banho de ultra-som por 10 min. Em
seguida, ocorreu sua filtração através de papel filtro, transferindo, então,
uma alíquota de 2ml para balão volumétrico de 25ml, sendo o restante
completado por água com pH 4,5. 
Diante de sua atividade contra protozoários, a nitazoxanida atua no
tratamento de gastroenterites virais além de doenças como helmintíases,
amebíases, giardíases, blastocistose, balantidíase, isosporíase e
criptosporidíase. Sua eficácia foi comprovada através de um estudo
realizado por Rossignol e Maisonneuve (1984), no caso de indivíduos
portadores de Taenia saginata e Hymenolepis nana, resultando em uma taxa
de cura de 95% para T. saginata, dentre os 22 pacientes infectados, e 90%
INTERDISCIPLINAR 2018.2
CURSO DE FARMÁCIA
para H. nana, dentre os 18 pacientes infectados, utilizando 30mg/kg e
50mg/k do fármaco nitazoxanida, respectivamente. Em meio a este estudo,
três indivíduos apresentaram reações adversas leves, resultando, então, em
uma boa tolerância. No caso de diarreia causada pela espécie C. Parvum,
de acordo com um estudo realizado por Rossignol (2001), o princípio ativo
nitazoxanida mostrou-se eficaz em uma população imunocompetente,
contudo, de acordo com o Ministério da Saúde (2012), “o Food and Drug
Administration (FDA) não aprovou seu uso para esta população, apontando
ineficácia no tratamento”. Com relação a doença parasitária ascaridíase,
Cebello (1997), em seus estudos, observa uma “taxa de cura de até 100%,
se considerar o uso do medicamento em quantidade equivalente a 7,5mg/kg
em intervalos de 12 horas durante três dias, bem como para isosporíase”,
sendo ambas infecções helmínticas. Finalmente existiu, ainda, um estudo
duplo-cego constituído por 50 crianças entre 5 meses e 7 anos, liderado por
Rossignol (2006), a fim de avaliar a nitazoxanida e placebo diante da
gastroenterite ocasionada por Rotavírus, resultando em uma maior eficácia,
por parte da nitazoxanida, na redução da duração da diarreia. Do mesmo
modo, de acordo com Andrade (2011), mais recentemente, a curiosidade em
descobrir e analisar os índices de cura entre tratamentos convencionais e
tratamentos a partir da nitazoxanida, ocasionou um estudo envolvendo
mulheres grávidas, crianças, imunodeprimidos, dentre outros, sendo aceito
pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos da Propesq/UFJF
além de atender às exigências da Declaração de Helsinque, às
recomendações da Resolução 196/96 referente ao Conselho Nacional de
Saúde e à necessidade de inscrever o mesmo no International Standard
Randomised Controlled Trial Number (ISRCTN) sob o número 74820169.
Este estudo, no entanto, observou proximidade entre os resultados, sendo
32,4% para nitazoxanida e 38,7% para medicamentos convencionais. No
entanto, além dos tratamentos convencionais ou tratamentos através da
nitazoxanida, existem, também, tratamentos alternativos, tais como leite
aromatizado com folhas de hortelã e pimenta ou chá de arruda com
sementes de mamão, ambos com ação vermifuga e antiparasitária, matando
e eliminando parasitas.
O empenho da ciência em descobrir, a fundo, o mecanismo de ação
da nitazoxanida, resultou em estudos com protozoários anaeróbicos
(Trichomonas vaginalis e Entamoeba histolytica) e com bactérias
anaeróbicas (Clostridium perfrigens e Helicobacter pylori), demonstrando,
conforme o Ministério da Saúde (2012), “que a nitazoxanida, além de
trabalhar independente de sua redução pela enzima piruvato-ferredoxina-
oxidoredutase (PFOR), juntamente com seu metabóluto ativo (tizoxanida),
sendo ambos rapidamente hidrolisados em contato com o sangue, é eficaz
em sua inibição, resultando em uma impossibilidade de acesso à energia por
parte de parasitas, além de dificultar o desenvolvimento de resistência,
erradicando-os. Em caso de vírus,sua ação deve-se a inibição da síntese da
estrutura viral, denominada proteína 7, bloqueando, assim, a multiplicação
do vírus. No mais, o presente fármaco possui dispõe de meia vida de
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elimiação após sua administração por via oral, sendo excretado pelas fezes,
urina ou bile. 
Devido à sua alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, seu uso
deve ser cauteloso em caso de coadministração com outros fármacos que
também apresentem elevada taxa de ligação proteica, tais como o
anticoagulante varfarina e o anticonvulsionante fenitoína. É importante
mencionar que a ingestão do presente fármaco em contato com alimento
aumenta sua absorção sendo, portanto, seu uso assim indicado, contudo, é
contraindicado para menores de 12 anos e pode ser utilizado em lactantes,
grávidas e diabéticos somente mediante avaliação médica. 
Dentre os efeitos secundários mais frequentes associados ao anitta,
segundo a bula disponibilizada pela ANVISA (1999), encontram-se reações
comuns, tais como dor abdominal, diarreia, náusea e dor de cabeça, e as
reações incomuns, tais como reação alérgica, anemia, alteração de apetite,
hiperidrose (transpiração excessiva), dentre outros, abordando diferentes
partes do corpo humano, tais como tecido epitelial glanudar, sistema
reprodutor, sistema nervoso, etc.
A fim de combater e prevenir a presença de parasitores sensíveis ao
presente fármaco, de acordo com a ANVISA (1999), torna-se imprescindível
adotar medidas higiências tais como lavar bem as frutas e verduras assim
como os utensílios domésticos; manter os alimentos e depósito de água
cobertos assim como utilizar água tratada e/ou filtrada e não bebê-la em
recipientes impróprios; não utilizar fezes humanas como adubo; não comer
carne suína e/ou bovina crua ou mal cozida; não ter contato direto com
locais possivelmente infectados; etc.
Não integrante da classe de Medicamentos Insentos de Prescrição –
MIP, conforme ANVISA (2016), a nitazoxanida é comercializada unicamente
sob prescrição médica sem retenção de receita (ANVISA) sob nome
farmacológico, de acordo com a Denominação Comum Brasileira protegida
pela lei n.° 9.787/1999 devido a sua tarja vermelha e tarja amarela
acompanhada com G referente à medicamento genérico, a fim de evitar a
prática da automedicação e mortes em decorrência da mesma, sugerindo
acompanhamento farmacêutico que “pode contribuir positivamente na saúde
do indivíduo e da sociedade”, de acordo com o Centro de Informação sobre
Medicamentos (2007), garantindo o seu uso criterioso e racional em virtude
de ausência de avaliação médica, além de implicar em uma relação de
confiança entre farmacêutico e paciente. No entanto, conforme pesquisa
realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) em 2014,
“a automedicação ainda é praticada por 76,4% dos brasileiros” sendo
Salvador (BA) e Recife (PE) os locais com índice mais elevado de
automedicação.
De acordo com o Ministério da Saúde (2004), caracteriza-se por
assistência farmacêutica um grupo de ações voltadas à promoção, proteção
e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o
medicamento como insumo essencial, visando, ao seu acesso, seu uso
racional e criterioso, sendo, assim, de fundamental importância a sua
presença no acompanhamento farmacológico, visto que, devido ao uso
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descontrolado e exagerado anteriormente mencionado, os fármacos, ainda
que possuindo um tratamento eficaz como finalidade, podem tornar-se
prejudiciais à saúde.
Conclusões
Deste modo, o presente trabalhou apontou a importância do
acompanhamento farmacêutico no uso do medicamento anitta, bem como
apontou seu uso devido em distintas doenças causadas por protozoários
e/ou vírus sensíveis ao fármaco, além de apresentar diversas maneiras de
prevenção e aspectos farmacocinéticos e farmacológicos. 
Referências
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tratamento de poliparasitoses intestinais em municípios da zona da
mata, minas gerais. Disponível em
<https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3946/1/elisabethcamposdeandra
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CURSO DE FARMÁCIA
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