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Fármacos que atuam no Sistema Nervoso Central

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Fármacos que atuam no Sistema Nervoso Central
Acetilcolina 
Receptores nicotínicos e muscarínicos 
Funções essenciais na aprendizagem e na vigília 
As drogas que bloqueiam a Ach podem produzir déficits de cognição 
“Sistema de ativação reticular”: tronco cerebral, tálamo e córtex fazem manutenção do nível de excitação e vigília. 
Norepinefrina 
Os corpos celulares da maioria dos neurônios NE no cérebro são encontrados no locus ceruleus (LC) do tronco cerebral. 
Estímulo: aumenta a atenção
Nível máximo = vigilância 
Nível baixo = sono 
Resposta: modulação do medo, ansiedade e na memoria, estresse – luta e fuga. 
Liga-se aos receptores α e β
Hiperatividade (medo, pânico, terror)
Sistema Dopamina 
A dopamina tem efeito sobre a atividade motora, a motivação e a cognição. As principais fontes da dopamina são: a substância negra e a área tegumentar ventral. 
Serotonina (hidroxitriptamina receptores 5HT)
Receptores de serotonina envolvidos na regulação da temperatura, humor, ansiedade, respostas autonômicas relacionadas ao núcleo do trato solitário, ações antinoceptivas e antipsicóticas (hipocampo, hipotálamo, núcleos da rafe, trato solitário, amidala) 
Ansiolíticos e hipnóticos 
Benzodiazepínicos ansiolíticos:
Alprazolam 
Clonazempam
Clorazepato
Diazepam (Valium)
Lorazepam (Lorax) 
Benzodiazepínicos hipnóticos 
Midazolam 
Triazolam 
Flurazepam 
Ansiolíticos 
Barbituratos:
Aminobarbital
Fenobarbital 
Pentobarbital 
Secobarbital 
Tiopental 
Sedativos não barbituratos:
Anti-histamínicos (An4—histamínicos)
Hidrato de cloral
Etanol 
Benzodiazepínicos 
Midazolam, diazepam e lorazepam 
Indicação: ansiedade, amnesia e hipnose. 
Complicações: 
Hipotensão 
Depressão respiratória 
Agitação paradoxal 
Acidose hiperosmolar, se uso de lorazepam 
Cuidados de Enfermagem:
Aumento gradativo da dose
Monitorar pressão sanguínea e padrão respiratório
Administrar fluidos quando indicado 
Desmamar lentamente após longo período de tratamento 
Monitoração do propylene glycol no caso do uso de lorazepam 
Ansiolíticos não benzodiazepínicos 
β-bloqueador: diminui o componente fisiológico da ansiedade (taquicardia, palpitações, tremor, sudorese) decorrentes de excessiva estimulação dos receptores β2. É utilizado nas fobias situacionais (ansiedade de desempenho) 
Sedativo não benzodiazepínico
Propofol
Indicação: É utilizado como ansiolítico, em amnesia e para hipnose. 
Complicações: 
Hipotensão
Hiperlipidemia
Depressão respiratória
Risco de infecção 
Cuidados de Enfermagem:
Paciente entubado recebendo ventilação mecânica 
Monitorização hemodinâmica 
Mudança no sitio de infusão a cada 12 horas 
Monitorização do nível de lipídios no sangue 
Adequar velocidade de infusão ao grau de sedação 
Evitar retirada abrupta da droga. 
Monitorização do nível de sedação:
Limitações: uso limitado em pacientes recebendo bloqueadores neuromusculares e não respondem a estímulos. 
Monitorização da dor:
Anticonvulsivantes 
Crises epiléticas generalizadas (convulsivas ou não convulsivas)
Crise de ausência (pequeno mal)
Crises mioclônicas 
Crises clônicas 
Crises tônicas 
Crises tônico-clônicas (grande mal)
Crises atônicas 
Formas combinadas 
Fenitoína 
Mecanismos celulares: bloqueio do uso dependente dos canais de sódio.
Efeitos sobre a descarga: inibe a propagação da descarga. 
Principais indicações: todos os tipos de convulsões, exceto crises de ausência. 
Principais efeitos desejáveis:
Ataxia
Vertigem
Hipertrofia gengival
Hirsutismo 
Anemia megaloblástica 
Malformação fetal 
Reações de hipersensibilidade 
Carbamazepina
Mecanismos celulares: bloqueio uso dependendo dos canais de sódio 
Efeitos sobre a descarga: inibe a propagação da descarga.
Principais indicações: todos os tipos de convulsões, exceto em crises de ausência, particularmente epilepsia de lobo temporal, também utilizada na neuralgia do trigêmeo. 
Principais efeitos indesejáveis:
Ataxia
Sedação 
Visão turva 
Retenção de agua
Reações de hipersensibilidade
Leucopenia
Insuficiência hepática (rara)
Valproato
Mecanismos celulares: mecanismo celular incerto. Efeito fraco sobre a GABA transaminase e sobre os canais de sódio.
Efeitos sobre a descarga: desconhecido. 
Principais indicações: a maioria dos tipos de convulsões, particularmente em crises de ausência. 
Principais efeitos indesejáveis:
Em geral são menores do que os outros fármacos 
Náuseas
Queda de cabelos
Aumento de peso
Malformações fetais. 
Fenobarbital 
Mecanismos celulares: potencialização da ação do GABA, inibição da excitação mediada por glutamato (?)
Efeitos sobre a descarga: inibe o inicio da descarga 
Principais indicações: todos os tipos de convulsões exceto em crises de ausência.
Principais efeitos indesejáveis:
Sedação 
Depressão 
Benzodiazepínicos – clonazepam, clobazam, diazepam 
Mecanismos celulares: potencialização da ação do GABA.
Efeitos sobre a descarga: inibe a propagação. 
Principais indicações: todos os tipos. Diazepam por via IV utilizado para controle do estado de mal epiléptico. 
Principais efeitos indesejáveis: 
Sedação 
Síndrome de abstinência 
Convulsões tônico-clônicas (grande mal)
Carbamazepina (preferida em virtude da baixa incidência de efeitos colaterais)
Fenitoína 
Valproato 
Prefere-se o uso de um único fármaco quando possível devido ao risco de interações medicamentosas. 
Agentes mais recentes:
Vigabatrina – atua ao inibir a GABA transaminases 
Lamotrigina – atuam ao inibir canais de sódio 
Felbamato 
GabapentinaMecanismo de ação desconhecido
Tiagabina 
Topiramato 
Antipsicóticos neuroepilépticos 
Antipsicóticos 
Os antipsicóticos ou neuroepiléticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras, excitação e de agitação. Paralelamente eles atenuam também os distúrbios neuropsíquicos chamados de psicóticos, tais como os delírios e as alucinações. 
Os antipsicóticos são lipossolúveis de fácil absorção e penetração no Sistema Nervoso Central. 
Meia vida longa, entre 20 e 40 horas, cinco dias para estabilização da droga no organismo. Metabolização hepática. 
Mecanismo de ação: bloqueia dos receptores dopaminérgicose bloqueio da dopamina dos receptores pós-sinápticos do tipo D2. 
Efeitos colaterais: 
Hipotensão 
Sedação 
Tontura 
Impregnação neuroepiléptica ou síndrome extrapiramidal: via nigro-estriatal. O bloqueio dos receptores dopaminérgicos provoca hiperatividade colinérgica e sintomas extra-piramidais. Reação distônica aguda parkisonismo medicamentoso, acatisia, discinesia tardia, síndrome neuroepiléptica maligna. 
Antipsicóticos sedativos 
Clorpromazina, levomepromazina, clozapina, olanpazina, quetiapina, ziprazidona
Principal efeito: sedação.
Mecanismo de ação: 
Bloqueio dos receptores pós-sinápticos dopaminérgicos mesolímbicos no cérebro;
Bloqueio α-adrenérgico;
Inibição da liberação de hormônios hipotalâmicos e hipofisários;
Inibem a zona medular disparadora do vômito, e sua ação ansiolítica;
Redução indireta dos estímulos sobre o sistema reticular do talo encefálico. 
Antipsicóticos incisivos
Butirofenonas e substancias a elas relacionadas e Haloperidol 
Principal efeito: remoção dos chamados sintomas produtivos (delírios e alucinações)
Mecanismo de ação:
Bloqueio dos receptores pós-sinápticos dopaminérgicos D2 nos neurônios do SNC (sistema límbico e corpo estriado)
Competitividade dos receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, no sistema dopaminérgico mesolímbico. 
Haloperidol 
Indicação: antipsicótico, antidelírio 
Complicações: 
Efeitos extrapiramidais
Síndrome maligna 
Intervalo QT prolongado
Torsades de point
Cuidados de enfermagem:
Medir intervalo QT regularmente 
Usar o medicamento com cautela em pacientes que já tomaram antiarrítmico 
Administrar anticolinérgicos se os efeitos da síndrome extrapiramidal surgirem 
Antidepressivos 
Antidepressivos tricíclicos 
Nortriptilina, maprotilina, norcomipramina, reboxetina, emtripitilina, e etc administradasV.O.
Mecanismo de ação: inibidores do transporte neuronal (receptação) de norepinefrina ou 5HT. 
Fluoxetina, imipramina, sertralina, nofluoxetina e etc, administrados V.O.
Mecanismo de ação: inibidores seletivos da receptação de serotonina. 
Hidrazinas (fenelzinas, hidroxicarboxazida), derivados da anfetamina (tranicipromina) administrados V.O.
Mecanismo de ação: inibidores da monoaminoxidase (MAO) – selegilina 
Antidepressivos 
Farmacocinética: 
Metabolização hepática 
Excreção renal 
O tempo de eliminação é longo: 3 a 50 horas. 
Indicação:
Síndrome depressiva
Transtornos do humor (afetivos)
Transtornos graves de ansiedade
Transtornos obsessivos compulsivos. 
Efeitos colaterais antidepressivos tricíclicos:
Respostas autonômicas diversas
Efeitos muscarínicos: boca seca, palpitações, visão turva, constipação, retenção urinaria, ações cardiopressoras, alterações eletrofisiológicas. 
Fraqueza
Fadiga
Sedação 
Inibidores seletivos da serotonina:
Agitação
Inquietude 
Anorexia 
Insônia 
Alterações eletrofisiológicas 
SIHAD
Priaprismo 
Efeitos tóxicos:
Excitação
Agitação 
Convulsões tonico-clônicas 
Depressão respiratória 
Abolição dos reflexos
Hipotermia
Hipotensão 
Coma
Estabilizante do humor
Carbonato de lítio, V.O.
Mecanismo de ação: interfere no mecanismo de neurotransmissão, no metabolismo das monoaminas implicadas na fisiologia dos transtornos do humor. 
Farmacocinética: 
Absorção gastrointestinal 
Meia vida de 2 a 4 horas
Metabolismo hepático
Excreção renal 
Efeitos colaterais:
Vômitos 
Diarreia
Tremor grosseiro
Ataxia 
Coma 
Convulsões 
Dor abdominal 
Sedação (pico plasmático)
Indicação: transtorno bipolar.
Drogas para doenças neurodegenerativas
Doença de Parkinson 
Anticolinérgicos: para diminuir a transmissão em vias hiperativas.
Amantadina: supõe aumentar a liberação de dopamina no cérebro. 
Levodopa: precursor de dopamina.
Bromocriptina: um agonista dopaminérgico que ativa os receptores cerebrais. 
Inibidor da monoaminooxidase: retarda a incapacidade e a necessidade de terapia com levodopa.
Tolcapona: inibidor da COMT (catecol O transferase) bloqueiam a enzima que quebra a dopamina e a levodopa prolongando a ação = tratamento auxiliar. 
Demência de Alzheimer 
Donazepil, galantamina, tacrina, fisiostigmina, rivastigmina e metrifonato.
Os IAChE têm comprovada efetividade em estudos clínicos controlados por placebo, melhorando a cognição por critérios objetivos e subjetivos. Embora não revertam a progressão da doença, tendem a estabilizar o quadro cognitivo a médio prazo, diminuindo a velocidade das perdas, porem não contribuem para a cura da DA, que progride inevitavelmente. O período mínimo de tratamento com IAChE é de seis meses para a avaliação da resposta. Dependendo desta e da tolerância do paciente, o tratamento deve ser continuado, sendo que o efeito parece se manter por dois anos. 
Anestésicos 
Anestésicos gerais 
Mecanismos da anestesia: interromper a função do SN em uma variedade de níveis, incluindo: neurônios sensórios periféricos, medula espinhal, tronco e córtex cerebral.
Mecanismos celulares: hiperpolarização e transmissão sináptica. 
Inibição das sinapses excitatórias e excitação das inibitórias: aumentando a sensibilidade do receptor GABA ao GABA. 
Medição dos receptores de glicina: transmissão inibitória na medula e tronco. 
Agentes parenterais (moléculas hidrofóbicas)
Propofol 
Farmacocinética: difunde-se nos tecidos lipofílicos do cérebro e medula espinhal. Redistribuição = saída do SN para a circulação (músculos, vísceras e tecido adiposo –altamente hidrofóbico) – taxa metabólica, quantidade e lipofilia do fármaco menor do que os barbitúricos. 
Efeitos colaterais:
SNC = redução do FSC, PIC e TMC-O2
SCV = VD, hipotensão, diminuição da contratilidade e reflexo barorreceptor 
SR = diminuição VM, VC e FR, respostas reflexas à hipercarbia e hipóxia. 
Cetamina IV e IM (analgesia)
Farmacocinética: difunde-se nos tecidos lipofílicos do cérebro e medula espinhal. Redistribuição = saída do SN para a circulação (músculos, vísceras e tecido adiposo –altamente hidrofóbico) – taxa metabólica, quantidade e lipofilia do fármaco menor do que os barbitúricos, metabolização hepática, excreção renal e biliar. 
Efeitos colaterais:
SNC = nistagmo, dilatação pupilar, aumento do tônus muscular. 
SCV = hipertensão, aumento do debito cardíaco. 
SR = broncodilatação e reduzidos efeitos depressores sobre o SR. 
Agentes inalatórios 
Halotano, isofurano, enflurano, desflurano, sevoflurano, xenônio. 
Farmacocinética: pressão parcial do anestésico nos tecidos = a pressão parcial do gás alveolar expirado final = indução anestésica. 
Produção da anestesia: pressão parcial do anestésico no cérebro > CAM (concentração alveolar mínima)
60-80% eliminação pulmonar intacta
20-40% metabolização hepática, excreção renal.
Efeitos colaterais:
SCV = hipotensão, VD, depressão miocárdica direta com redução do debito cardíaco, bradicardia (halotano), VD coronariana (isoflurano), taquicardia (desflurano)
SR = inibição das respostas quimioceptoras centrais e periféricas, redução do VC, VM e FR. 
SNC = VD, aumento do FSC, redução da TMC-O2, aumento da PIC. 
Anestésicos locais 
Farmacocinética: metabolização hepática, meia vida dependente da associação a vasoconstritores, excreção renal. 
Efeitos colaterais: 
SNC = inquietude, tremor e convulsos clônicas.
SCV = redução da excitabilidade elétrica, da contratilidade, vasodilatação arteriolar.
Musculatura lisa = depressão das contrações do intestino, redução das contrações do útero.
Hipersensibilidade = dermatite alérgica, broncoconstrição.

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