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Músculos da cabeça e do pescoço

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MUSCULOS DA CABEÇA
MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL:
Suas funções mais importantes são proteção dos olhos, deglutição, mastigação, fonação. Estão logo abaixo da pele formando uma camada quase única, pois seus feixes estão muitas vezes fundidos com os demais. Não são cobertos por fáscias superficiais e se inserem na tela subcutânea, a movimentando. São os músculos mais delicados e fracos do corpo, não possuindo fáscias. Seus movimentos são guiados pelo nervo facial. Todos têm origem embrionária do 2º arco branquial, ou arco hioide.
M. Orbicular da boca: É o esfíncter da boca. Quase não possui origem óssea, apenas alguns feixes se fixam na espinha nasal anterior e nas fóveas incisivas da maxila e mandíbula. Muitas fibras se inserem na mucosa da pele e dos lábios. Comprime os lábios contra os dentes (sugando), protrui os lábios (assobio, sopro, beijo) e fecha a rima bucal.
M. orbicular do olho: Está em torno do olho e excede muito os limites da órbita. È quase todo cutâneo. Consiste de:
1.	Parte orbital: se origina das faces orbitais dos ossos frontal e maxila e se insere nos músculos adjacentes, responsável pelo fechamento voluntario das pálpebras.
2.	Parte palpebral: se origina do ligamento palpebral medial e se insere nas pálpebras, responsável pelos fechamentos voluntario e involuntário das pálpebras. 
3.	Parte lacrimal: se origina da crista lacrimal posterior e se insere nas pálpebras, as tracionando medialmente.
M. levantador do lábio superior: Origina-se na margem infraorbital. Suas fibras descem obliquamente e se inserem na metade lateral do lábio superior. Muitas de suas fibras se entrelaçam com as fibras do m. orbicular da boca. Responsável pela elevação do lábio superior.
M. levantador do lábio superior e da asa do nariz: Parte do processo frontal da maxila até o lábio superior, emitindo fibras para a asa do nariz no caminho. Faz a elevação do lábio superior e dilata as narinas.
M. levantador do ângulo da boca: Origina-se na fossa canina da maxila e se insere no ângulo da boca. È coberto pelo m. levantador do lábio superior
M. zigomático menor: Fixa-se no o. zigomático medialmente ao m. zigomático maior. Dirige-se à pele do lábio superior. Colabora com o levantamento do lábio superior.
M. zigomático maior: Se origina na parte lateral do o. zigomático, lateralmente ao m. zigomático menor. Se insere no ângulo da boca. È conhecido também como músculo do riso, pois levanta e retrai o ângulo da boca.
M. risório: Se origina das fáscias massetérica ou parotídea. Insere-se no ângulo da boca. Não possui fixação óssea. Retrai o ângulo da boca.
M. bucinador: Se origina dos processos alveolares dos molares da mandíbula e da maxila. Posteriormente, é praticamente contínuo com o músculo constritor superior da faringe, separado apenas pela rafe pterigomandibular (que vai do hámulo pterigoide ao trígono retromolar). Fixa-se no ângulo da boca, fundindo-se com o m. orbicular da boca. Muitas de suas fibras superiores ultrapassam o ângulo da boca inferiormente e se inserem no lábio inferior, assim como muitas de suas fibras inferiores ultrapassam o ângulo da boca superiormente e se inserem no lábio superior. É perfurado pelo ducto parotídeo. É antagonista do m. orbicular da boca, mas sua função é manter a bochecha distendida durante abertura e fechamento da boca, evitando que seja ferida pelos dentes, e trabalhando em conjunto com a língua na manutenção do alimento nos espaços entre as faces oclusais dos dentes. È importante, também, na amamentação do bebê e na expulsão do ar pela cavidade oral. Também retrai o ângulo da boca.
M. abaixador do ângulo da boca: Cobre parte do m. abaixador do lábio inferior e do m. bucinador. Tem sua origem na base da mandíbula, do tubérculo mentoniano à região molar da mandíbula. Por ter larga origem e fina inserção, tem aspecto triangular.
M. abaixador do lábio inferior: origina-se na base da mandíbula. Seus feixes migram obliquamente e se inserem no lábio inferior. A parte lateroinferior do músculo é oculta pelo m. abaixador do ângulo da boca. Cobre o forame mentoniano.
M. mentoniano: Origina-se da fossa mentoniana, acima do tubérculo mentoniano. Insere-se na pele do mento. Enruga a pele do mento, everte, eleva e protrui o lábio inferior.
OBS: AS INSERÇÕES DE TODOS OS MUSCULOS QUE SE INSEREM NO ÂNGULO DA BOCA, ASSOCIADAS AO ENTRELAÇAMENTO DAS FIBRAS DO M. ORBICULAR DA BOCA, DETERMINAM A FORMAÇÃO DE UM NÓDULO TENDÍNEO NESSA ÁREA, CONHECIDO COMO MODÍOLO DO ÂNGULO DA BOCA.
M. platisma: não se trata de um músculo peribucal, mesmo se inserindo na base da mandíbula e enviando fibras até a bochecha. Recobre a maior parte das regiões lateral e anterior do pescoço. Insere-se na fáscia que recobre os mm. Peitoral maior e deltoide, se inserindo na pele dessa região e a tendo a função de enrugá-la, além de tensionar a pele do pescoço e abaixar a mandíbula, apenas em aberturas forçadas.
M. occipitofrontal: É o músculo do couro cabeludo. Consiste num ventre frontal e um ventre occipital, unidos pela aponeurose epicrânica (gálea aponeurótica), que se insere frouxamente no periósteo da calvária. O ventre frontal se insere na pele e tela subcutânea do supercílio e da fronte, elevando as sobrancelhas e franzindo a pele local; e o ventre occipital se origina do processo mastoide e da linha nucal suprema, quando presente, ou na linha nucal superior, puxando o escalpo para trás.
M. prócero: Origina-se no osso nasal e na glabela e insere-se na pele adjacente à glabela, tracionando os supercílios para baixo. 
M. corrugador do supercílio: Origina-se na margem supraorbital e insere-se na pele do supercílio. È recoberto pelo m. orbicular do olho e frontal.
M. nasal: Origina-se na eminência canina e se divide em parte transversa (compressora da narina),que se insere numa aponeurose no dorso do nariz, e parte alar (dilatadora da narina), que se insere na asa do nariz.
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
São considerados quatro os músculos pertencentes ao grupo da mastigação: três elevadores (m. masseter, m. temporal e m. pterigoide medial) e um protrusor da mandíbula (m. pterigoide lateral inferior). Dois são superficiais e de fácil palpação (m. masseter e m. temporal) e os outros dois são profundos (mm. Pterigoide lateral e medial). Todos eles se originam no crânio (ponto fixo) e se inserem na mandíbula (ponto móvel). Atuam em grupo, muito mais que individualmente, e movimentam a mandíbula em todos os planos e direções, tendo como fulcro a articulação temporomandibular. Todos tem origem do primeiro 1º arco branquial ou arco mandibular.
Os músculos da mastigação recebem inervação do n. trigêmeo, através de sua raiz motora, o n. mandibular. Os ramos que chegam aos músculos recebem um nome equivalente ao do próprio músculo.
M. masseter: É um músculo retangular, espesso e forte, totalmente recoberto pela fáscia massetérica, que o contém e protege. A fáscia se insere no arco zigomático e nas bordas do ramo da mandíbula. 
Pode ser dividido em duas partes, uma superficial e uma profunda. A parte superficial, muito maior, toma origem na margem inferior do osso zigomático, estendendo-se atrás até a metade do arco zigomático (sutura zigomaticotemporal).
A parte profunda, menor, origina-se da margem inferior e na face medial do arco zigomático, prolonga-se atrás até o limite da eminência articular.
Portanto, a parte superficial é mais anterior e, e a profunda, mais posterior. Essa disposição faz com que as fibras superficiais sejam mais inclinadas, e as profundas, verticais.
Ambas partes se inserem em uma larga área que ocupa os dois terços inferiores da face lateral do ramo da mandíbula, as fibras da parte profunda mais acima e as da parte superficial mais abaixo. Surgem, deste modo, pequenas elevações no contorno do ângulo da mandíbula e suas imediações, cujo conjunto recebe o nome de tuberosidade massetérica.
Na elevação da boca, o masseter é o músculo que eleva a mandíbula com maior potência. Por sua parte superficial, a mandíbula sobe ao mesmo tempo em que se desloca ligeiramente para frente,conforme o sentido oblíquo das fibras, a fim de ocluir os dentes. A parte profunda ajuda neste movimento de ascensão e age principalmente na manutenção da oclusão forçada por longos períodos.
M. Temporal: É coberto pela densa fáscia temporal, que se fixa acima da linha temporal e margem do processo frontal do zigomático. Abaixo, ela se comporta de maneira peculiar – divide-se em duas folhas, uma superficial, outra profunda, para abraçar a margem superior do arco zigomático por dentro e por fora. A fáscia temporal é revestida pela aponeurose epicrânica.
O músculo temporal origina-se por fibras cárneas do soalho da fossa temporal e da superfície medial da fáscia temporal, o que dá ao conjunto um arranjo bipenado. As fibras mais internas do músculo são substituídas por um tendão disposto sagitalmente, o que reforça o aspecto bipenado do músculo. A fáscia não só apenas cobre, contém e protege o músculo, mas também lhe oferece inserção como se fosse uma aponeurose.
 Outra função da fáscia é contrapor-se à força do masseter, que traciona o arco zigomático, agindo como um elemento supressor (do arco) pela sua fixação no arco.
Tal como um leque aberto, as porções anterior, média e posterior do músculo convergem em um vasto tendão para o espaço entre o crânio e o arco zigomático e inserem-se no processo coronóide (da mandíbula) que aí se encontra, especificamente na crista temporal do processo coronóide. Não há inserção na face lateral do processo, apenas na medial. Fortes fibras tendíneas fixam-se na crista temporal podendo seguir até o trígono retromolar.
Mesmo sendo grande e potente, o m. temporal é mais um músculo de movimento do que de força. Suas fibras são paralelas e não entrelaçadas como no m. masseter, além de serem mais longas e menos tendíneas. Quando a mandíbula se eleva sem oposição, como nos movimentos de falar ou fechar rapidamente a boca, as fibras do temporal é que são requisitadas para a função. O m. temporal eleva a mandíbula pelo seu conjunto de fibras, mas esta função é realizada com mais potencia por aquelas da porção anterior, que é mais espessa. A porção posterior, entretanto, é essencialmente retrusora da mandíbula.
M. pterigoide medial: É retangular, insere-se no ramo da mandíbula, é um músculo de força com fibras curtas e trançadas, bastante tendíneo, as fibras tem sentido inclinado da frente para trás, desenvolve uma tuberosidade óssea na sua inserção e é elevador da mandíbula, sendo sinergista do m. masseter. Apenas uma lâmina fascial delgada o separa do m. pterigoide lateral.
O músculo pterigoide medial tem origem na face medial da lamina lateral do processo pterigoide. De sua origem, os fascículos inclinam-se para baixo, para fora e para trás, a fim de se inserirem em uma área triangular da face medial do ramo, compreendida entre o forame da mandíbula e o sulco milohióideo, de um lado, e o contorno do ângulo da mandíbula, de outro. Os feixes de fibras mais potentes provocam o aparecimento de elevações óssea, tornando rugosa a área de inserção – é a tuberosidade pterigoidea.
Concomitamente com sua ação de elevar a mandíbula, o m. pterigoide medial a desloca ligeiramente para frente, tal como faz a parte superficial do masseter.
OBS: O masseter exerce mais força de tração pois é mais robusto.
Mm. pterigoides laterais: são os mais curtos dos músculos da mastigação, os únicos que se dispõem horizontalmente e também os únicos que se relacionam com a articulação temporomandibular. Por isso mesmo, realiza movimentos mandibulares que os outros três não realizam.
M. pterigoide lateral inferior: é inferior ao m. pterigoide lateral superior, maior, prende-se na face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide; Insere-se na fóvea pterigoidea do processo condilar da mandíbula.
M. pterigoide lateral superior: é superior ao m. pterigoide lateral inferior, menor, origina-se na superfície infratemporal da asa maior do esfenoide, abaixo da crista infratemporal. Insere-se no disco articular da ATM.
A contração dos dois mm. pterigoides laterais faz as cabeças da mandíbula deslizarem para frente, em movimentos de protração. A contração de apenas um lado dos mm. pterigoides laterais desloca o mento para o lado oposto, em movimento de lateralidade. 
As fibras que se inserem na articulação temporomandibular têm função especial de dar estabilidade ao disco articular, evitando seu deslocamento posterior e um possível descompasso entre a movimentação dele próprio e a cabeça da mandíbula.
MÚSCULOS SUPRAHIÓIDEOS
Compõem um grupo de músculos pares que unem o osso hioide ao crânio. Com exceção do estilohióide, todos se ligam à mandíbula. São, no conjunto, considerados músculos abaixadores e retrusores da mandíbula e, portanto, antagonistas dos músculos da mastigação. Mas, de qualquer forma, colaboram com a mastigação.
Sua motricidade depende de três nervos: n. trigêmeo (n. milohioide para o m. milohioide e ventre anterior do m. digástrico),n. facial (ramos para o m. estilohioide e ventre posterior do m. digastrico) e n. hipoglosso (m. gêniohioide)
M. digástrico: Possui dois ventres cárneos unidos por um tendão comum. Especificando, o ventre posterior nasce na incisura mastoidea e desce com obliquidade anterior, oculto pelo m. esternocleidomastóideo na primeira parte do trajeto. A extremidade anterior do tendão se confunde com o ventre anterior, um corpo achatado coberto pelo m. platisma e se aplica acima do m. milohioide e, por fim, insere-se na fossa digástrica (da mandíbula). 
O tendão intermédio é vinculado ao osso hioide por meio de uma alça derivada da fáscia cervical e tambem pelo m. estilohioide, que se abre em dois e abraça o m. digástrico antes de se inserir.
Os dois ventres formam um ângulo obtuso; juntamente com a base da mandíbula, demarcam o chamado triângulo submandibular, cujo soalho é feito pelos mm. Milohioide e hioglosso, em que se encontra a gl. Submandibular.
Os dois ventres anteriores delimitam com o corpo do o. hioide o triangulo submentoniano, soalhado pelo m. milohioide.
Seu ventre anterior tem origem embrionária do 1º arco branquial, e seu ventre posterior, do 2º. Seu ventre posterior é inervado pelo nervo facial (assim como o m. estilohioide), e seu ventre anterior é inervado pelo nervo milohióide. A contração do ventre anterior dirige o mento para baixo e para trás, e se o ventre posterior estiver fixo, ele gera a flexão posterior da cabeça. A contração de todo o corpo muscular eleva o osso hioide.
M. estilohioide: desde sua origem no processo estiloide (do o. temporal) até sua divisão em dois feixes e inserção no corpo do osso hioide, ele acompanha o ventre posterior do m. digástrico. Os dois feixes envolvem o tendão intermédio do digástrico em uma espécie de túnel, para manter sua posição ao lado do o. hioide. 
Tem origem embrionária do 2º arco branquial. Inervado pelo nervo facial, o m. estilohioide puxa o hioide para trás e para cima.
M. milohioide: surge de toda a extensão da linha milhioide e dirige-se posterolateralmente para encontrar o homônimo (outro m. milohioide) do lado oposto na rafe milohioide, um tênue cordão tendíneo, mediano, que vai da mandíbula ao hioide.
Os dois mm. milohioides formam o soalho anatômico muscular da boca, que é diferente do soalho cirúrgico. Inervado pelo nervo milohioide. Se a mandíbula for imobilizada, eleva o osso hioide com a laringe e leva a língua para o palato (ato da deglutição). Se o hioide for imobilizado, age abaixando a mandíbula, contribuindo com a abertura da boca.
Tem origem embrionária do primeiro arco branquial. A principal função do m. milohioide é elevar o soalho da boca e com ele a língua e o hioide. Também adianta o hioide.
M. gêniohioide: Sua origem é na espinha mentoniana inferior e a inserção no corpo do o. hioide.
Tem origem embrionária dos somitos tireoglóssicos. Inervado por um ramo do nervo hipoglosso, se a mandíbula estiver fixa leva o hioide para diante e para cima, provocando assim uma redução e uma elevação no soalho da boca. Se houver imobilização do hioide, é depressore um pouco retrusor da mandíbula.
MÚSCULOS INFRAHIOIDEOS
Indica-se um grupo de quatro músculos estreitos e longos, situados entre o o. hioide e a abertura superior do tórax, na frente dos órgãos cervicais e protegidos por desdobramento da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical. No plano superficial estão os mm. Omohioide e esternohioide; no plano profundo, os mm. Esternotireoide e tireohioide. A inervação procede de alças do hipoglosso ou diretamente deste nervo craniano. Tem origem embrionária dos somitos cervicais.
M. omohioide: é semelhante ao m. digástrico, com dois ventres unidos por um tendão intermediário. O ventre posterior tem origem na margem superior da escápula, medialmente à incisura. Insere-se na margem inferior do o. hioide. Inervado pelo nervo hipoglosso ou seus ramos, traciona posteroinferiormente o o. hioide.
M. esternohioide: Abaixo, insere-se na extremidade medial da clavícula, na articulação esternoclavicular e na face posterior do manúbrio do esterno. Insere-se na margem inferior do o. hioide. Com ponto de apoio no ápice do tórax, abaixam e fixam o osso hioide, permitindo o movimento dos músculos suprahioideos.
M. esternotireoide: Ocorre (sua inserção) na face posterior do manúbrio do esterno e na primeira cartilagem costal, por meio de fibras tendíneas curtas que, às vezes, chegam até a segunda cartilagem costal. Termina-se por inserir-se na Linha obliqua da cartilagem tireoide. Abaixa a laringe.
M. tireohioide: Pode ser considerado uma continuação anatômica do m. esternotireoideo. Nasce na linha obliqua da cartilagem tireoide e fixa-se na margem inferior do corno maior do o. hioide, sendo que algumas se fixam na capsula da tireoide. È depressor da laringe, e se não houver fixação do o. hioide, é depressor deste.
FÁSCIA CERVICAL
O pescoço é uma região anatômica constituída por um esqueleto vertebral e por dois compartimentos: um anterior ou ventral e outro posterior ou dorsal, separados pelos processos costovertebrais.
No compartimento anterior distinguem-se três grupos de formações anatômicas:
 1) muscular, dividido em planos superficial (m. esternocleidomastóideo), médio (mm. Suprahioideos e infrahioideos) e profundo (mm. Escalenos e pré-vertebrais);
 2) visceral, com os canais respiratórios (laringe-traquéia) e digestivo (faringe-esôfago), aos quais devem ser acrescentados as glândulas salivares e a tireóide
3) elementos vasculonervosos: artérias carótidas comuns com seus ramos terminais, veias jugulares internas e seus afluentes, além do nervo vago
O compartimento posterior é ocupado pelos músculos da nuca.
Todas essas formações são revestidas por fáscias próprias; por conseguinte, é preciso descrever bainhas musculares, viscerais e vasculares. Imediatamente abaixo do plano subcutâneo, em toda a extensão do pescoço, verifica-se a presença de uma lâmina fascial denominada Lâmina superficial da fáscia cervical . No plano da musculatura infrahioidea, encontra-se outra lamina, situada entre a lamina superficial e as vísceras cervicais: a Lâmina pré-traqueal da fáscia cervical. Finalmente, atrás do plano visceral, aparece a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical, que cobre os músculos pré-vertebrais.
MÚSCULOS DA LÍNGUA
A língua é dividida internamente em duas metades por um septo fibroso delicado que se prende no osso hioide. Em cada metade, há uma série de músculos que podem ser divididos em intrínsecos e extrínsecos. Os primeiros estão confinados à própria língua, não se ligando a estruturas vizinhas, e servem para modificar sua forma. Os extrínsecos têm origens em ossos próximos e entendem-se até a língua para não somente lhe dar formas variadas, como também movimenta-la para os lados.
Todos os músculos são inervados pelo n. hipoglosso, com exceção do m. palatoglosso, que é inervado pelo n. vago. 
M. intrínsecos da língua: são constituídos por feixes de fibras dispostos longitudinalmente (mm. longitudinais superior e inferior), transversalmente (m. transverso) e verticalmente (m. vertical).
	
M. genioglosso: è o maior músculo da língua. Surge da espinha mentoniana superior e daí, abre-se em leque para ocupar uma posição desde o ápice até a raiz da língua. Fundamentalmente retrusor da língua. As fibras anteriores conduzem a língua para baixo e para trás, as fibras medianas são propulsoras e as fibras postero-inferiores projetam o osso hioide e a base da língua para cima. O tônus das fibras do músculo genioglosso evita a queda da base da língua sobre a epiglote, mantendo abertas as vias aéreas
M. hioglosso: Sua origem é no corno maior do osso hioide pelo fascículo ceratoglosso e no corpo do osso hioide pelo fascículo basioglosso. Os fascículos se fundem e se inserem na mucosa do dorso da língua, desde a base até próximo ao ápice. Algumas fibras que nascem no corno menor são individualizadas por alguns como m. condroglosso. É um abaixador da língua. Se a língua estiver fora da boca, é levada para dentro da cavidade oral pelo m. hioglosso.
M. estiloglosso:. Com origem no processo estiloide, penetra as porções posterior, lateral e inferior da língua. É um músculo retrusor e levantador da língua, a levando contra o palato.
M. palatoglosso: Origina-se na margem inferior da aponeurose palatina e prossegue até sua inserção na língua. Pode agir como levantador da língua, mas, se ela estiver fixa, ele abaixa o palato mole. Tem origem embrionária dos somitos tireoglóssicos e é inervado pelo n. hipoglosso.
M. faringoglosso: parte do m. constritor superior da faringe, suas fibras se dispersam e terminam confundindo-se com outros grupos musculares das margens da língua. Traciona a língua para cima e para trás.
M. amigdaloglosso: origina-se na face externa da capsula tonsilar e se estende até a margem da base da língua. Traciona a base da língua para cima e a encosta no véu palatino.
MÚSCULOS DO PALATO
Entra na constituição dos dois terços anteriores do palato mole, uma lamina fibrosa que se prende na borda livre do palato ósseo. È a aponeurose palatina, uma expansão da inserção de um dos músculos do palato – o m. tensor do véu palatino. Todos os demais músculos do palato tem fixação na aponeurose palatina.
São inervados pelo n. vago, via plexo faríngeo ou n. glossofaríngeo?, com exceção do m. tensor do véu palatino, cuja inervação vem do n. mandibular, ramo do n. trigêmeo.
M. tensor do véu palatino: origina-se da fossa escafoide e pouco da fossa pterigóide e desce verticalmente até o hámulo pterigoideo, o qual contorna (fixando-se parcialmente) para tomar direção a horizontal do palato. No palato, ele é uma lâmina horizontal tendínea que se encontra com a do lado oposto para formar a aponeurose palatina. Tem origem embrionária do 1º arco branquial. Inervado pelo n. mandibular, ramo do n. trigêmeo. Quando ambos os tensores se contraem, o palato mole torna-se tenso, enrijecido, principalmente na sua porção anterior. Durante a deglutição, agindo sinergicamente com outros músculos, dilata a tuba auditiva.
M. levantador do véu palatino: À área de origem situa-se na parte póstero-inferior da parte petrosa do o. temporal, logo à frente da abertura inferior do canal carótico e posterior à fossa escafóide. Insere-se na superfície superior da aponeurose palatina e aí se difunde para se juntar com o do lado oposto. È medial em relação ao m. tensor do véu palatino.
Tem origem embrionária dos 4º a 6º arcos branquiais, é inervado pelo nervo vago.
Sua função é elevar o palato mole como na deglutição e na sucção. Ao levantar o palato, está colaborando na elevação, ao mesmo tempo, da faringe. Neste ato, coloca o palato em contato com a parede posterior da faringe, separando assim a nasofaringe da bucofaringe (orofaringe) para evitar, na deglutição, a entrada e partículas de alimento na cavidade do nariz.
M. palatofaríngeo: Dividido em três fascículos: 
I.	O fascículo principal tem origem na parte posterior da aponeurose palatina e suas fibras se cruzam com as do lado oposto. 
II.	O fascículo salpingofaríngeo: Nasce na superfície inferior à tuba auditivaIII.	O fascículo pterigopalatino: nasce da parte posterior da aponeurose palatina e suas fibras se confundem com as do músculo constritor superior da faringe.
Os três fascículos fundem-se e inserem-se na parede lateral da faringe. Tem função de aproximar o arco palatofaríngeo de ambos os lados e com isso estreitar o istmo da garganta (das fauces, ou adito da garganta) agindo como constritor da faringe e isolando o istmo nasofaringeo. Age também como elevador da faringe e da laringe e dilatador da tuba auditiva.
M. da úvula: diminuto músculo que sai da espinha nasal posterior para se inserir na mucosa da úvula e provocar sua movimentação. È o único músculo intrínseco do véu do palato. Tem origem embrionária do 4º ao 6º arcos branquiais. Ao contrair, encurta a úvula e eleva o palato mole. 
Músculos do pescoço
M. esternocleidomastóideo: É um músculo longo e retangular. Origina-se na articulação esternoclavicular e se insere no processo mastoide. Divide-se em três feixes:
	I.	Fascículo esternal: Origina-se na face anterior do manúbrio do esterno e insere-se no processo mastoide e na linha nucal superior.
	II.	Fascículo clavicular: Origina-se na face superior da clavícula e insere-se no processo mastoide pelo fascículo cleidomastóide e na linha nucal superior pelo fascículo cleido-occipital
È inervado pela parte espinhal do nervo acessório e pelo II par de nervos cervicais. Sua contração unilateral causa a rotação lateral da cabeça na mesma direção da contração. Na contração bilateral, a cabeça é levada para trás
MM. escalenos:
M. escaleno anterior: origina-se nos tubérculos anteriores dos processos transversos de C3 a C6. As fibras descem em direção à face superior da primeira costela, onde se inserem no tubérculo do músculo escaleno anterior.
M. escaleno médio: origina-se da parte lateral dos processos transversos de todas as vértebras cervicais. As fibras unem-se numa massa muscular única e inserem-se na face superior da primeira e da segunda costela.
M. escaleno posterior: Origina-se dos tubérculos posteriores dos processos transversos de C4 a C6. As fibras unem-se e inserem-se na margem superior da segunda costela.
M. escaleno mínimo: Músculo pequeno e inconstante. Origina-se dos tubérculos anteriores de C6 e C7 até a face superior da primeira costela. Quando ele não existe, há feixes fibrosos no seu lugar.
São inervados por ramos dos III, IV, V e VI pares de nervos cervicais. A contração unilateral deles promove o movimento de rotação da coluna cervical; No caso de contração bilateral, ocorre a flexão, com ponto de apoio fixo nas duas primeiras costelas.
M. reto lateral da cabeça: Origina-se do processo transverso do atlas e insere-se acima no processo jugular do occipital. È inervado pelo primeiro par de nervos cervicais. A contração unilateral provoca a flexão lateral da cabeça; caso for bilateral, promove a rigidez da coluna junto a outros músculos.
Músculos da faringe
M. estilofaringeo: originado do processo estiloide , insere-se na faringe. Tem origem embrionária do 3º arco branquial e é inervado pelo n. glossofaríngeo. Tem função de elevar a faringe.
M. constritor superior da faringe: origina-se do tubérculo faríngeo do occipital e se insere na parede lateral da faringe, unindo-se com o mesmo músculo do lado oposto. Origina-se dos 4º a 6º arcos branquiais e é inervado pelo nervo vago. Tem função de fechar a faringe para deslocar o bolo alimentar.
M. Constritor médio da faringe: origina-se do corno maior do osso hioide e se insere na parede lateral da faringe, unindo-se com o mesmo músculo do lado oposto. Origina-se dos 4º a 6º arcos branquiais e é inervado pelo nervo vago. Tem função de fechar a faringe para deslocar o bolo alimentar.
M. constritor inferior da faringe: não possui fixação óssea. Insere-se na parede lateral da faringe, unindo-se com o mesmo músculo do lado oposto. Origina-se dos 4º a 6º arcos branquiais e é inervado pelo nervo vago. Tem função de fechar a faringe para deslocar o bolo alimentar.
Estilofaringeo

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