Buscar

Legislação aduaneira resumo aula 1, 2 e 3

Prévia do material em texto

Legislação aduaneira – Aula 01
De acordo com nossa Constituição, o Direito aduaneiro difere dos outros ramos do Direito (tributário, administrativo etc.) por estar direcionado para determinados locais ou áreas do território nacional considerados fundamentais à manutenção da soberania nacional, porque podem servir de acesso ao território nacional, a partir do exterior.
Nesta aula, vamos conhecer, portanto, o que é direito aduaneiro e como ele se aplica ao comércio exterior; quais os princípios e normas que o regem; como funciona o controle aduaneiro. Além disso, vamos refletir a respeito das idéias de território nacional e território aduaneiro, trânsito aduaneiro e a distinção entre zonas primárias e secundárias.
Objetivos
Discutir a aplicabilidade do direito aduaneiro no comércio exterior brasileiro.
Identificar as diferenças entre território nacional e território aduaneiro e as implicações no comércio exterior.
Distinguir zona primária e secundária.
Direito aduaneiro e sua aplicabilidade no comércio exterior brasileiro
A Constituição Federal, ao demarcar áreas, pontos e locais estratégicos do nosso território, expressa a preocupação com o controle do uxo de entrada e saída de bens, mercadorias, pessoas, veículos, e com a necessidade de uma vigilância contínua. Daí a importância de um sistema jurídico próprio direcionado a regular os procedimentos de importação e a exportação, hoje a cargo das Unidades Aduaneiras que pertencem à estrutura da Receita Federal do Brasil. O fundamento constitucional para o Direito Aduaneiro se expressa no artigo 22, inciso VIII da Carta Magna.
O direito aduaneiro tem sua origem nas Capitanias Hereditárias - de quem a Coroa portuguesa cobrava impostos, não muito diferente dos dias atuais, pois, como sabemos, a nossa Constituição também uniu o controle do comércio exterior à arrecadação de impostos (CRFB, art. 237 e decreto nº 6759/2009 (Regulamento Aduaneiro), art. 8º).
De acordo com José Lence Carluci (1966, pg. 25), o direito aduaneiro se dene como:
“Conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendendo esta como a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias e que constitui um sistema de controle e de limitações com ns públicos que regulam o comércio exterior brasileiro.”
São princípios que regem o direito aduaneiro:
Princípio da Transparência: As Normas Aduaneiras são reguladas, no âmbito internacional, pela OMA (Organização Mundial das Aduanas). Porém, os Estados (países) são soberanos e as operações, realizadas via entendimento recíproco; logo, é necessário que haja transparência na comunicação aos outros países sobre os controles e as exigências aduaneiras praticadas no país. 
Princípio da boa-fé nas transações comerciais: As transações comerciais devem ser pautadas na boa fé, e as informações apresentadas devem ser consideradas legítimas pelas administrações aduaneiras.
Prevalência das normas direitos internacionais: Os tratados sobre legislação aduaneira e tributária realizados entre os países condicionam a instituição (produção) de normas internas.
Universalidade do controle aduaneiro: O controle aduaneiro é atribuído a mercadorias, veículos e pessoas, salvo quando houver disposição internacional específica. Por exemplo: malas diplomáticas e consulares.
Discricionariedade na solução de questões de caráter não tributário: Consiste na opção de escolha entre duas ou mais alternativas válidas perante o direito. Por exemplo: a aplicação de medidas antidumping ou de regime aduaneiro especial depende de uma análise subjetiva por parte da autoridade aduaneira.
Princípio da circulação econômica: A aplicação de certos tributos só faz sentido se a mercadoria for integrada à economia brasileira, podendo circular internamente. Por este motivo, existem os regimes suspensivos, como por exemplo, a não tributação na Admissão Temporária.
Princípio da integridade territorial e da uniformização Jurídica: As regras aduaneiras, de competência da União, devem abranger todo o território nacional protegendo e salvaguardando a soberania nacional.
Princípio da extra- fiscalidade: No direito aduaneiro, trata-se da "função ordenatória, interventiva ou redistributiva da imposição tributária”, devendo ser considerada como uma característica regulatória mais do que arrecadatória, uma vez que os acordos internacionais estão voltados para a redução dos impostos. Quanto às diversas normas que regem o direito aduaneiro, sabemos que os principais instrumentos normativos são constitucionais (Constituição Federal), legais (Código Tributário Nacional, Decreto-Lei n 37/66, tratados internacionais), e infralegais (Regulamento Aduaneiro [decreto nº 6759/2009], Instruções Normativas, Portarias).
A jurisdição aduaneira
O conceito de jurisdição refere-se ao poder do Estado em aplicar regras jurídicas sobre determinado território, incluindo as atividades de localização, controle e exigência de conduta dos indivíduos que nele se encontram.
Estas regras de conduta (normas previstas pela legislação brasileira), dentro do território brasileiro, deverão ser cumpridas por brasileiros e estrangeiros que aqui se encontrem, pois todos devem se submeter à jurisdição nacional.
A legislação aduaneira tem suas atividades descritas no Regulamento Aduaneiro, Decreto nº 6759/2009. Diferentemente dos Decretos, que não têm força de lei, o Regulamento Aduaneiro possui status de Norma Nacional porque é expedido pelo presidente da República com o objetivo de regular a matéria referente ao comércio exterior, operações realizadas com outros sujeitos na ordem internacional.
Por outro lado, o art. 237 da Constituição Federal outorga ao Ministro da Fazenda, ou equivalente, a competência para scalização e controle das atividades de comércio exterior referentes à defesa dos interesses fazendários nacionais. O Brasil é um dos poucos países que deixam a cargo da Fazenda Nacional o gerenciamento das questões aduaneiras.
Como funciona o controle aduaneiro - As operações de comércio exterior são controladas em três instâncias:
Tributária: Refere-se à fiscalização dos procedimentos que envolvam as operações de importação e exportação. Este controle é realizado pela Receita Federal do Brasil, órgão da estrutura do Ministério da Economia.
Administrativa: Este controle é de atribuição da Secretaria de Comércio Exterior e seus departamentos, órgãos da estrutura do Ministério da Economia, e dos Órgãos Anuentes. Sua função é assegurar que os bens importados e exportados cumpram as regras internas. Este controle não visa às questões tributárias, acima mencionadas.
Cambial: Como o próprio nome indica, este controle refere-se aos pagamentos internacionais nas operações de comércio exterior, exercido pelo Banco Central do Brasil.
Estas atividades, atualmente, estão concentradas no Ministério da Economia, através da Secretaria de Fazenda/COANA – Coordenação Geral de Administração Aduaneira diretamente ligada à Receita Federal do Brasil; e da Secretaria Especial do Comércio Exterior e Assuntos Internacionais/Secretaria de Comércio Exterior e seus Departamentos.
É importante entendermos a distinção entre:
Território Nacional: Corresponde aos limites geográficos do país, ou seja, é a área politicamente definida e ocupada, onde o país exerce a sua soberania. É separado dos outros países limítrofes pelas fronteiras.
Território Aduaneiro: Corresponde à área juridicamente definida, protegida por um sistema aduaneiro (único), cujas regras são aplicadas a todas as entradas e saídas de pessoas, bens e veículos. Este sistema aduaneiro é constituído pelas normas jurídicas descritas (no Regulamento Aduaneiro), que devem estabelecer igual tratamento para todas as importações e exportações realizadas nesta área.
Ao analisarmos estes conceitos concluímos que nem sempre o território aduaneiro se confunde com o território nacional. Podemos ter um território aduaneiro com um ou mais territórios nacionais (união Europeia), ou um território nacional com mais de um territórioaduaneiro, como por exemplo, a zona Franca de Manaus, no Brasil.
Qualquer empresa que exporte seus produtos para a União Europeia, terá que se submeter às regras da União; não importa se os produtos entrem pela Alemanha ou por Portugal, as regras estão condicionadas a um único regime aduaneiro que trata de todas as importações e exportações deste bloco. Assim, quando estamos exportando carne para a França, não vamos conferir as exigências para este produto na legislação francesa, mas no regulamento aduaneiro da União Europeia.
Por outro lado, vamos analisar a situação da Zona Franca de Manaus:
O Decreto-Lei 288/67 e o art. 504 do Regulamento Aduaneiro mencionam que a ZFM é uma Área de Livre Comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, portanto, tratada como um regime aduaneiro diferenciado do restante território nacional.
Este regime aduaneiro “especial” dentro do território nacional teve a sua validade prorrogada até 2073.
Para entendermos melhor este assunto, em uma linguagem mais coloquial, podemos dizer que território nacional é aquele espaço que estamos acostumados a ver no mapa, o país chamado Brasil; o território aduaneiro é a área delimitada pela fronteira aduaneira de um país ou bloco, onde está vigente um único sistema administrativo tributário que abrange os direitos e controles aplicados às importações e exportações.
Assim, poderemos ter:
Um território nacional = Um território aduaneiro
Um território nacional = “N” territórios aduaneiros
Um território aduaneiro = “N” territórios nacionais
Como se divide o território aduaneiro
Depois de entendermos o conceito, fica fácil entendermos que, dentro de um país, o território aduaneiro pode ser dividido em diferentes áreas de acordo com o interesse do governo e a necessidade de controle e proteção às fronteiras do País.
No Brasil, o território aduaneiro é dividido em Zona Primária e Zona Secundária. A seguir, entenderemos melhor os processos que ocorrem em cada uma das zonas.
Zonas primárias:
 Em razão de sua extensa dimensão, com uma costa imensa (em torno de 7.400 km) e uma fronteira terrestre em torno de 16.900 km, não é possível para o Brasil receber mercadorias, veículos ou pessoas em toda esta extensão, quer seja por terra, água ou ar. Compete ao Estado brasileiro definir os locais onde deve ser exercido o contato com o exterior, ou seja, onde mercadorias, pessoas e/ou veículos poderão entrar e sair do nosso País, sob controle aduaneiro.
Por motivo de segurança nacional, o controle aduaneiro de fronteiras exige que as operações de comércio exterior sejam realizadas em áreas previamente definidas pelo poder público com infraestrutura necessária para as autoridades competentes exercerem suas atividades. Estas áreas são denominadas zonas Primárias (por serem o primeiro) e o único local do território aduaneiro onde é permitida a entrada e saída de mercadorias, veículos e pessoas vindas do estrangeiro, bem como a carga, descarga e armazenamento de mercadorias.
Dependendo do tipo de modal ou transporte utilizado nas operações de comércio exterior, as Zonas Primárias podem estar assim localizadas:
Portos e aeroportos alfandegados ;
Pontos de fronteira alfandegados.
A delimitação da área nas zonas primárias tem as seguintes funções:
Fixação da jurisdição Fiscal: Onde são praticados os atos jurídicos tributários e aduaneiros correspondentes às operações ali realizadas.
Classificação como Área de Segurança Nacional e acesso restrito: A administração aduaneira define a entrada, permanência, movimentação e saída de mercadorias, veículos e pessoas, de acordo com os interesses da Fazenda Nacional.
Você já deve ter observado que não é fácil o acesso às dependências, em portos ou aeroportos. Geralmente, há um aviso (letreiro) escrito acesso restrito, em alguns casos, mais especificamente, Área de Segurança Nacional.
O reconhecimento hierárquico das autoridades aduaneiras precede sobre os demais órgãos ali localizados. Além disso, as autoridades possuem livre acesso a todas as dependências, no interesse aduaneiro.
O art. 3º, § 1°, do Regulamento Aduaneiro determina que, para efeito do controle Aduaneiro, as Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) constituem zonas primárias.
Já há algum tempo, devido à globalização e ao desenvolvimento da logística, o procedimento de alfandegamento está sendo transferido para a iniciativa privada, o que o torna mais relevante devido ao fato de que o responsável pela sua administração se torna um fiel depositário , que deve providenciar toda a infraestrutura para o bom funcionamento operacional o controle aduaneiro.
O fiel depositário assume a responsabilidade pelo bem e pela sua conservação durante o processo de importação e/ou exportação; em contrapartida, cobra dos agentes intervenientes nestas operações os valores correspondentes à movimentação e armazenagem das mercadorias.
Algumas destas áreas recebem o título de Alfândega, ou seja, aquele departamento público, geralmente localizado na zona primária, com a função de controlar e fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras nas exportações, mas principalmente nas importações; ou seja, cobrar os direitos de entrada de mercadorias no território aduaneiro, as chamadas taxas alfandegárias.
Zonas secundárias:
 Durante um longo tempo, as zonas primárias foram a única porta de entrada das importações e a saída das exportações. Porém, em um território tão extenso quanto o do Brasil, os importadores e os exportadores passavam muitas dificuldades para fazerem chegar seus produtos a estas áreas e acompanhar o seu embarque e desembarque, uma vez que a maioria dos portos e aeroportos se encontra situada ao longo da costa, ficando o interior desfavorecido no que tange ao comércio exterior. Poucas são as exceções, tais como o Aeroporto de Brasília e a Zona Franca de Manaus.
Este fato poderia acarretar um desequilíbrio no desenvolvimento regional. Este problema foi resolvido com a interiorização dos procedimentos aduaneiros. A interiorização permitiu que os exportadores e importadores brasileiros não necessitassem deslocar-se para a Zona Primária para desembaraçarem as suas mercadorias, conseguindo acessar com mais facilidade o local onde é realizado o despacho aduaneiro das suas mercadorias.
Esta medida também permitiu que a concorrência entre os exportadores e importadores casse mais equilibrada, uma vez que um exportador de Minas Gerais poderia ter as mesmas facilidades de acesso ao local do despacho aduaneiro de seus produtos que aquele produtor do Estado do Espírito Santo, por exemplo, que escoa os seus produtos através do Porto de Vitória.
Os chamados portos secos são o mecanismo que permite a interiorização dos procedimentos do despacho aduaneiro. Trata-se de recintos alfandegados de uso público, localizado num porto seco (porto sem água, no interior), em zona secundária, embora possam, em alguns casos, situarem-se junto aos pontos de fronteira (área contígua) para armazenamento das mercadorias em trânsito. Os portos secos oferecem serviços de desembaraço, desova, movimentação de contêineres e mercadorias em geral, destinadas à importação ou exportação. Normalmente são explorados pela inciativa privada, mediante permissão ou concessão da Receita Federal.
A iniciativa privada tem mais agilidade na montagem e administração desses locais, tornando os procedimentos mais eficientes.
A maioria deles situa-se próximo aos grandes polos econômicos, facilitando a logística e, consequentemente, diminuindo os custos logísticos e aumentando a competitividade dos produtos no mercado, principalmente na exportação.
Nos portos secos, como já foi mencionado, são realizadas as mesmas operações de controle e fiscalização das zonas primárias. Assim sendo, os empresários que administram estes locais devem disponibilizar para a administração aduaneira toda a infraestrutura e segurança necessária para o desenvolvimento das suas atividades, de acordo com a legislação vigente.
A seguir, conheceremos um regime aduaneiroespecial. Vamos lá!
Trânsito Aduaneiro
A zona primária fica situada nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados; logo, todo o restante do território aduaneiro é considerado zona secundária, abrangendo terra (não delimitada para controle aduaneiro), mar (águas territoriais) e ar (o espaço aéreo) pertencentes à União.
Dissemos anteriormente que a zona primária é o único local de entrada de mercadorias estrangeiras. Agora falamos na possibilidade de realizar o despacho aduaneiro nos Portos secos. Esta operação não será inconstitucional? Como fazer as mercadorias chegarem a estes locais sem ter sido realizado o despacho aduaneiro e o respectivo pagamento dos seus impostos? Estarão as mercadorias importadas viajando clandestinamente da Zona Primária para a Zona Secundária onde se encontram os Portos Secos?
Claro que não!
A Legislação brasileira estabeleceu um regime aduaneiro especial denominado Trânsito Aduaneiro, o qual permite o trânsito de um local para outro do país desde que ambos sejam alfandegados. Este trânsito é realizado sob controle fiscal e com a suspensão dos tributos. O controle é realizado para assegurar que as mercadorias cheguem ao seu destino nas mesmas condições da partida, tanto qualitativa quanto quantitativamente. 
Este regime também funciona na exportação, porém no sentido inverso, ou seja, ele é aplicado no local de origem, sem o embarque físico das mercadorias. Estas serão entregues já despachadas para a exportação na Zona Primária.
Vale lembrar que as mercadorias a serem exportadas, com o despacho aduaneiro já realizado, necessitam estar protegidas pelo regime especial de Trânsito Aduaneiro para não serem consideradas contrabando.
Este regime especial será tratado em aula específica, dedicada aos regimes aduaneiros especiais.
Notas: 
Alfandegado 1: Local previamente demarcado pelas autoridades competentes para operações de tráfego internacional, através de ato declaratório de alfandegamento, sob o controle aduaneiro da Receita Federal.
As operações de comércio exterior somente poderão acontecer em locais alfandegados, o que significa dizer que poucos portos e aeroportos, no Brasil, podem realizar estas operações.
Fiel depositário 2: Termo jurídico usado para designar um indivíduo a quem a Justiça cona um bem durante um processo. É responsabilidade do fiel depositário zelar pela conservação do bem.
Aula 02 
- Administração aduaneira, alfandegamento e recintos alfandegados
Apresentação
Os negócios internacionais referem-se ao desempenho de atividades de comércio (produtos ou serviços) através das fronteiras entre países.
O crescimento da atividade de negócios internacionais coincide com o fenômeno da globalização, apontada como responsável pela crescente integração econômica e pela interdependência dos países. Esta interconectividade econômica, que conduz o mundo a uma compressão do tempo e do espaço, levando alguns autores a utilizarem a expressão aldeia global para denir o encurtamento das distâncias e a redução do tempo com que a vida pessoal e dos negócios é vivida em razão da facilidade que a tecnologia da informação (TI) nos proporciona.
Todavia, apesar de termos a sensação de que tudo é possível no mundo virtual, os produtos que compramos ou vendemos, inclusive praticando o “e-commerce”, ainda utilizam métodos de entrega tradicionais, com mais rapidez sem dúvida, mas utilizando os mesmos tipos de transporte: terrestre (rodoviário e ferroviário), marítimo e aéreo.
Nesta aula, aprenderemos a respeito do alfandegamento, do alfandegamento e verificaremos a importância dos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados. Também entenderemos o funcionamento da administração aduaneira, como é feita a fiscalização e quais são as responsabilidades do transportador.
Objetivos
Demonstrar os conceitos, as diferenças e os objetivos do Alfandegamento e dos Recintos Alfandegados.
Explicar como funciona a Administração aduaneira e seus impactos no comércio exterior brasileiro.
Alfandegamento e recintos alfandegados
Vamos iniciar nossa aula lembrando o que o Regulamento Aduaneiro (RA), no seu art. 5º, dispõe sobre alfandegamento.
Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório Executivo (ADE) da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob o controle aduaneiro:
Estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados.
Efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.
Assim sendo, entendemos que o alfandegamento é uma autorização, por parte da Receita Federal do Brasil (RFB), através de Ato Declaratório Executivo (ADE), emitido pelo Superintendente da região de jurisdição do porto, aeroporto ou ponto de fronteira a ser alfandegado.
Saiba mais: O aeroporto de Congonhas/SP, um dos maiores do Brasil, não pode receber tráfego internacional por falta de controle apropriado e, obviamente, falta do Ato Declaratório.
Ainda com relação ao Regulamento Aduaneiro (RA):
Artigo 6º - Estabelece que o alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será precedido da respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas autoridades competentes em matéria de transporte.
O seu parágrafo único especifica que, ao iniciar o processo de habilitação de que trata o caput (art. 6º), a autoridade competente notificará a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Artigo 7º - Prevê que o ato que declarar o alfandegamento estabelecerá as operações aduaneiras autorizadas e os termos, limites e condições para sua execução.
Analisando os artigos, concluímos que os veículos que circulam nestas áreas merecem especial atenção, tanto os nacionais quanto os internacionais utilizados no transporte de pessoas. Por este motivo, somente transitam nestes locais os veículos previamente autorizados, através de solicitação dos interessados à administração de cada porto, aeroporto ou ponto de fronteira, indicando itinerários, procedimentos de carga, descarga, embarque e desembarque.
Da mesma forma, o controle aduaneiro exige que todas as operações relacionadas ao exterior ou dele procedentes (inclusive o trânsito de pessoas) tenham segurança física e jurídica, identificando os responsáveis. Portanto, as empresas que atuam na armazenagem, movimentação de mercadorias e trânsito de passageiros, obrigatoriamente, devem possuir cadastro e autorização para funcionamento.
A armazenagem e movimentação de mercadorias pode ser gratuita ou remunerada. O Supremo Tribunal de Justiça decidiu que a cobrança de tarifas é absolutamente legal. Desta forma, o armazenamento e a movimentação de mercadorias na área primária e também na secundária, normalmente, é pago. A Zona Secundária tende a ser menos dispendiosa do que a Zona Primária, uma grande vantagem da transferência das mercadorias para esta área alfandegada, utilizando o Regime Aduaneiro Especial, denominado Trânsito Aduaneiro (TA).
O parágrafo único do art. 8º do Regulamento Aduaneiro aborda um assunto muito interessante sobre o qual não podemos deixar de comentar.
"Art. 8º Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá ser realizada a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - À importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil." - Regulamento Aduaneiro (RA).
O caput não nos surpreende, pois já foi objeto de comentário na aula anterior e devido a sua importância, também o está sendo nesta, mas o item I do Parágrafo único apresenta-nos pela primeira vez um tratamento diferenciado para produtos transportados de forma bem distinta: o transporte via linhas de transmissão e dutos. É a legislação aduaneira atualizando-se. Hojeimportamos e exportamos através de:
Tubos - Importamos gás da Bolívia através do chamado “Gasoduto Brasil-Bolívia”.
Linhas de transmissão - Importamos (Paraguai e Uruguai) e exportamos (Argentina) energia.
Saiba mais: Esta alteração no Regulamento Aduaneiro só foi realizada em 2013, através do Decreto nº 8.010, de 16/05/2013.
Voltando ao nosso assunto, os recintos alfandegados eram administrados pelo Estado, mas a necessidade de modernização e adaptação à nova realidade que o aumento dos negócios ocasionou devido à globalização e à logística levou à administração desses locais por empresas privadas através de licitação.
No comércio internacional são utilizados diversos modais de transporte, como: aéreo, aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) e terrestre (rodoviário e ferroviário). Para efeito de controle destas diversas classes de atividade, foram criadas as Agências Reguladoras:
ANAC: Agência Nacional de Aviação Civil 
ANTT: Agência Nacional de Transportes terrestres
ANP: Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis 
ANTAQ: Agência Nacional de Transportes Aquaviários
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica 
ANM: Agência Nacional de Mineração (a mais jovem, criada em 26/07/2017, devido ao transporte de minério já realizado por via duto).
Estas agências são as responsáveis pela Habilitação ao Tráfego Internacional, condição indispensável para a obtenção do Alfandegamento.
A seguir, veremos alguns detalhes sobre os recintos alfandegados.
Recintos alfandegados
Será que qualquer pessoa jurídica pode fazer a administração dos portos, aeroportos, instalações portuárias e aeroportuárias? Vamos conferir:
Concessionárias ou permissionárias dos serviços portuários e aeroportuários ou empresas e órgãos públicos constituídos para prestá-los.
Pessoas jurídicas autorizadas a explorar instalações portuárias de uso privativo exclusivo, misto ou de turismo nas respectivas instalações.
Arrendatários de instalações portuárias de uso público.
Muitos outros como: bases militares sob a responsabilidade das Forças Armadas, unidades de venda e armazenamento das lojas francas (Duty Free), silos ou tanques para armazenamento de produtos a granel, local para movimentação e armazenagem de correspondência internacional (ECT), recintos para quarentena de animais (MAPA), Zonas de Processamento de Exportações (ZPE), portos secos, recintos de exposições, feiras, congressos e outros eventos, sob a responsabilidade da pessoa promotora do evento.
Considerações
Nas unidades “físicas” das lojas francas também poderão ser vendidos produtos brasileiros (nacionais), mas este assunto será tratado com mais profundidade quando falarmos do regime “Loja Franca”.
Outro assunto que chama atenção é o caso dos recintos de exposições e feiras. O próprio local do evento poderá ser alfandegado. Normalmente, nas grandes feiras, como as de petróleo e gás, por exemplo, onde é exposta uma grande quantidade de maquinário importado, por motivos de controle aduaneiro, logísticos e de segurança, o local é alfandegado. Neste caso, a permissão é concedida pela Receita Federal diretamente à empresa responsável pelo evento.
A ZPE também recebe a concessão porque tem como objetivo desenvolver determinadas regiões cujos produtos serão destinados à exportação, mas como falamos anteriormente, é considerada uma Zona Primária, embora possa car situada na Zona Secundária.
Na nossa lista não constam os pontos de fronteira, mas também poderão ser alfandegados sob a responsabilidade direta da Receita Federal.
O artigo 13 do Regulamento aduaneiro especifica as exigências normativas para a efetivação do alfandegamento. No que diz respeito à área física, o Ato declaratório do alfandegamento mencionará todos os itens necessários ao seu funcionamento. Eis a lista (Portaria RFB nº 3518, de 30 de setembro de 2011 e Portaria RFB nº 1001, de 06 de maio de 2014):
Cais e águas para atracação, carga, descarga ou transbordo de embarcações no transporte internacional;
Pátios contíguos à faixa de cais referidos no inciso I, necessários à movimentação de cargas para embarque (pré-stacking) ou imediatamente após o desembarque (stacking);
Pistas e pátios de manobras, utilizados por aeronaves em voos internacionais;
Áreas destinadas ao carregamento, descarregamento, embarque e desembarque de aeronaves no transporte internacional;
Pistas de circulação de veículos e equipamentos de movimentação de cargas para acesso às áreas referidas nos incisos I a IV, bem como as pontes de embarque e desembarque;
Estruturas de armazenagem, tais como silos e tanques, pátios e edifícios de armazéns, ou qualquer outra estrutura adequada à guarda e preservação de carga;
Terminais de carga e terminais de passageiros internacionais.
As instalações físicas devem estar prontas para as operações autorizadas, inclusive com os equipamentos necessários ao controle aduaneiro por sua conta e ordem, ou seja, a RFB não terá qualquer custo ou ônus. Estes equipamentos incluem balanças, medidores de fluxos, scanners de grande porte e outros.
A Secretaria da Receita Federal tem competência para definir os requisitos técnicos e operacionais para o funcionamento do recinto alfandegado. Estes espaços físicos destinados ao controle aduaneiro também deverão ser segregados.
Verificamos que o Ato Declaratório de Alfandegamento procura englobar todas as áreas possíveis em que possa haver qualquer fuga ou perda de controle da atividade aduaneira, tentando evitar infrações à atividade de comércio, cujas consequências podem ser muito sérias, podendo até ameaçar a segurança nacional (comércio de drogas, venda ilícita de armas, prática de contrabando e descaminho em geral).
Tipos de alfandegamento
O Alfandegamento pode ser declarado em diversas modalidades:
Permanente:
Aquele que é concedido pelo prazo xado no ADE (Ato Declaratório Executivo), normalmente de acordo com o prazo de vigência do contrato ou ato de concessão, permissão, arrendamento ou autorização a título precário, significando que poderá ser revogado se não atender às condições de uso do respectivo ADE.
Como exemplo deste tipo de alfandegamento, podemos mencionar: portos, aeroportos e portos secos e alguns casos específicos como o terminal de ferro gusa em Vila Velha/ES, áreas de Collis posteaux (correspondência internacional da ECT) e outros. Estes alfandegamentos são considerados permanentes porque só poderão ser cassados se for comprovada infringência quanto aos termos da concessão.
Temporário (provisório):
Ocorre nos locais onde se realizam feiras, atividades culturais, artísticas ou esportivas, sob a responsabilidade do promotor do evento. Sua duração é definida de acordo com a duração do evento, acrescida de 30 dias antes e depois do evento para as providências necessárias (instalação e desinstalação de estandes, equipamentos e futura devolução dos bens ao exterior). Também podem ser alfandegadas a título temporário e parcialmente, portos, aeroportos, pontos de fronteira e outros como: silos, terminais portuários, tanques para recebimento de produtos a granel etc.
Extraordinário (eventual)
Outorgado especificamente para um voo, carga ou descarga, mediante solicitação justificada do administrador do local a ser alfandegado, dirigida à Superintendência Regional da Receita Federal responsável pelo local. Podemos incluir neste tipo de alfandegamento: estaleiros, portos ou instalações para as operações previstas nos incisos I e II do art. 4º do RA; na exportação ou importação de mercadorias com dificuldades no carregamento ou descarga em outro local alfandegado (dimensão, peso ou qualquer outra característica), em razão de calado , inexistência de equipamentos ou condições de segurança adequados à movimentação ou armazenagem da carga.
Atenção
Independentemente da modalidade de alfandegamento, o ADE deverá indicar: a forma de socialização do local e produtos além da unidade da Receita Federal responsável pelo controle aduaneiro.
O alfandegamento e os recintos alfandegados têm como objetivo facilitar a logísticadas mercadorias a serem importadas e exportadas, bem como as atividades econômicas do país, sem descuidar do controle aduaneiro.
Desalfandegamento
O desalfandegamento é a extinção do alfandegamento, quando:
Descumpridos os requisitos do alfandegamento;
Extinção do prazo do alfandegamento; 
Solicitação da administradora do local ou recinto alfandegado; 
Ato Declaratório Executivo (ADE) da Receita Federal.
O Desalfandegamento pode ter natureza de sanção administrativa, caso as exigências do alfandegamento tenham sido descumpridas e a Receita Federal assim o entenda. Além disso, pode ocorrer de forma parcial.
Saiba mais: Conheça as áreas de Controle Integrado (ACI).
Administração aduaneira
Administração aduaneira diz respeito a toda atividade das Alfândegas no País. O artigo 15 do Regulamento Aduaneiro dene como se dá o exercício da administração aduaneira:
"Art. 15: O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro.’’ 
Parágrafo Único: As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil."
Alfândega ou aduana? Os dois vocábulos designam uma repartição sob a administração federal, que tem jurisdição no território nacional com o objetivo de controlar a entrada e saída do país de:
Pessoas
Mercadorias
Veículos
É a repartição pública que controla a importação e a exportação. Pode ser usado um ou outro termo, indistintamente, porém a tendência no Brasil é o uso do termo “Alfândega”, talvez porque seja mais moderno. Na língua espanhola, o termo utilizado é “Aduana”.
Fiscalização
A fiscalização deve ser realizada pelos auditores fiscais de forma ininterrupta, exercida na Zona Primária, onde setores não podem fechar, funcionam 24 horas por dia, como é o caso do Setor de Bagagem dos aeroportos, por exemplo. Os aviões, de passageiros ou de carga chegam em qualquer horário e precisam passar pelo processo de fiscalização aduaneira.
A fiscalização pode acontecer de forma eventual, na Zona Secundária, onde os auditores fiscais comparecem, sem qualquer aviso ou determinação de dia e hora, por questões óbvias (Art. 16 do RA).
Outro assunto importante no que diz respeito à Administração Aduaneira, são os documentos. O art. 18 do RA prescreve:
"O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem têm a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentá-los à fiscalização aduaneira quando exigidos."
Os parágrafos do artigo fazem menção aos documentos de instrução das declarações aduaneiras, à correspondência comercial, incluídos os documentos de negociação e cotação de preços, aos instrumentos de contrato comercial, nanceiro e cambial, de transporte e seguro das mercadorias, aos registros contábeis e aos correspondentes documentos scais que a Receita possa solicitar. O descumprimento de obrigação implicará o não-reconhecimento de tratamento mais benéco de natureza tarifária, tributária ou aduaneira eventualmente concedido, com efeitos retroativos à data da ocorrência do fato gerador.
Essas instruções também se aplicam ao despachante aduaneiro, ao transportador, ao agente de carga, ao depositário e aos demais intervenientes nas operações de comércio exterior.
Neste quesito, o Código Tributário Nacional (CTN) também faz menção aos deveres instrumentais dos sujeitos passivos das obrigações geradas pelos tributos aduaneiros (arts. 21 e 22 do RA).
A Organização Mundial das Aduanas (OMA), que traça as normas a serem seguidas pelas Alfândegas dos países-membros da ONU, listou as seguintes funções para as alfândegas:
Arrecadação de tributos
Proteção da sociedade
Proteção do meio ambiente
Coleta de informações estatísticas
Obediência aos tratados referentes ao comércio internacional
Facilitação do comércio internacional
Proteção da herança cultural
Todavia, como os países são soberanos, eles podem ter sua própria legislação. O Brasil especificou as atribuições da Alfândega Brasileira na Lei 12.815/2013, a chamada Lei dos Portos, cujo artigo 24 evidencia a intenção do Governo de determinar pontos específicos para a realização destas atividades. Porém, existem mercadorias cujo controle não pode ser realizado enquanto trafegam. Nestes casos o controle deve ser realizado através de amostragem, volume ou capacidade de transferência, é o caso do transporte dutoviário.
Este tipo de transporte, abordado quando falamos dos modais, é utilizado para mercadorias sólidas ou líquidas em grandes quantidades:
Oleodutos: Utilizados para o transporte de petróleo e derivados, álcool e outros.
Minerodutos: Utilizados no transporte de granéis sólidos como minérios de ferro, sal e outros.
Gasodutos: Utilizados para o transporte de produtos gasosos. O mais conhecido é o transporte de gás.
Dutos ou cabos de transmissão: Utilizados no transporte de energia elétrica. Este tipo de transporte, mesmo considerado diferente, também tem o controle da Receita Federal.
Veja a seguir os detalhes do controle aduaneiro de veículos.
Controle aduaneiro de veículos
A Zona Primária é o local de entrada e saída de mercadorias, veículos e pessoas do País; o controle é realizado 24 horas por dia (diuturno). Portanto, o “controle de veículos” é realizado, exclusivamente, na Zona Primária, garantindo a segurança nacional e a soberania.
O controle aduaneiro de veículos é realizado desde o ingresso no país até à saída, estendido a outros bens e mercadorias, inclusive à bagagem dos passageiros, embora, em casos especiais, a autoridade local possa autorizar a entrada ou saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado.
O título de Autoridade Local é atribuído ao titular das delegacias, alfândegas e inspetorias, que são nomeados através de Portaria.
É conveniente lembrarmos que o ingresso de veículos no País por local não alfandegado, não autorizado, pode levar à pena de perda do veículo e da mercadoria (art. 104 do DL 37/66).
O controle de veículos tem como objetivo principal a proteção das fronteiras nacionais. O art. 27 do RA detalha os deveres e obrigações do condutor nestes casos. Por exemplo: não estacionar perto de outro que tenha vindo do exterior ou que a ele se destine, para evitar o transbordo de pessoas ou mercadorias.
Cuidados especiais de controle são realizados em áreas de maior risco. Por exemplo:
Orla Marítima: faixa de 100 metros medida a partir da linha da preamar média, considerada faixa de segurança nacional.
Faixa de Fronteira: área indispensável à segurança nacional com 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional (Lei 6.634/79, art. 1º).
Zona de Vigilância Aduaneira: A demarcação ou alteração na orla marítima ou na faixa de fronteira da zona de vigilância compete ao Coordenador Geral de Administração Aduaneira (COANA). Esta regulamentação encontra-se na Portaria da COANA, nº 17/2010.
Esta medida tem por objetivo intensificar o combate ao contrabando e descaminho nestas regiões.
Responsabilidades do transportador internacional
Considerando as operações internacionais, o transportador é o agente de contato entre o exportador e o importador, conduzindo as mercadorias do ponto de origem ao seu ponto de destino. Ele assume a responsabilidade pelo trajeto internacional; portanto, o seu veículo será a garantia dos débitos fiscais, inclusive multas a ele aplicadas ou ao seu condutor.
O transportador será responsável por:
Emissão do Conhecimento de Transporte.
Prestar todas as informações necessárias sobre mercadorias e veículos procedentes do exterior.
Informar ao importador, ao exportador e à Receita Federal a chegada da mercadoria para o início dos procedimentos aduaneiros.
Emitir o Termo de Entrada,documento necessário para o ingresso do veículo em território aduaneiro.
Apresentar à RF o Manifesto de carga.
Manifesto de carga
Trata-se do documento em que se especifica toda a mercadoria destinada ao país, conforme art. 44 do RA. Se tiver recebido carga de diversos pontos no país de origem, devem ser apresentados os respectivos manifestos (art. 43 do RA). Também devem ser prestadas informações sobre peças sobressalentes e provisões de bordo, caso existam.
O MDC só poderá ser alterado pelo emitente via “carta de correção” para a autoridade aduaneira do local de descarga. Caso o Manifesto não seja apresentado, pressupõe-se declaração negativa de carga e a mesma poderá ter pena de perdimento (art. 689, IV do RA).
Esse documento também tem como função a conferência nal de mercadorias servindo como fato gerador do imposto de importação daquelas que, porventura, não tenham sido declaradas.
Saiba mais: Na aterrissagem de volta, a Apolo 11 necessitou apresentar à aduana do porto de Honolulu (local onde mergulhou) um Manifesto de Carga com a relação de produtos coletados, devidamente assinados pelos aeronautas Neil Armstrong, Edwin Buzz Aldrin Jr. e Michael Collins. Veja o documento.
Estrutura da alfândega brasileira
Na maior parte dos países do mundo a Alfândega ou Aduana é uma repartição pública autônoma, geralmente ligada ao Ministério da Fazenda, porém desligada dos demais tributos. No Brasil, está inserida na estrutura da
Secretaria da Receita Federal, do Ministério da Economia, sujeita à administração que cuida dos demais tributos federais.
Na maioria dos países o órgão que trata da administração das alfândegas, em nível nacional, denomina-se Direção Geral das Alfândegas. No Brasil, é um órgão da Secretaria da Receita Federal chamado coordenação geral de administração aduaneira - coana.
Nos grandes portos e aeroportos (Santos, São Paulo, Rio de Janeiro), encontramos na Alfândega uma Superintendência Regional, uma Delegacia, uma Inspetoria da Receita Federal e os auditores fiscais. Os portos e os aeroportos menores não têm Superintendência, podem não ter Delegacia nem Inspetoria, mas sempre terão os auditores fiscais. Esta estrutura é constituída de acordo com o movimento do porto, aeroporto ou ponto de fronteira.
Não existe fiscal aduaneiro no Brasil, somente auditor fiscal da receita federal, com autonomia legal para atuar em qualquer área dos tributos federais; porém, quando localizado numa Alfândega, só tem poderes para assuntos aduaneiros.
Para terminarmos esta aula, deixamos a menção do Professor José Lence Carluci no seu livro Uma Introdução ao Direito Aduaneiro (1966, p. 20):
"Entendemos que Aduana tem sentido mais abrangente que Alfândega. Aduana denota mais do que uma repartição, órgão administrativo ou estação arrecadadora: designa a instituição jurídica, a organização ou entidade na totalidade dos seus aspectos e funções e seus múltiplos ns: arrecadação, protecionismo, controle administrativo etc. Neste contexto poder-se-ia dizer que as Alfândegas são as repartições da Aduana, que aplicam as normas e controles da Aduana. Fazendo um paralelo com o corpo humano, a Aduana é como se fosse a pele; protege o corpo e, somente se sentirá a sua importância, se ela se deteriorar ou extinguir."
Infraestrutura alfandegária nos portos (alfandegados)
Os portos alfandegados são áreas pertencentes à União, exploradas diretamente ou mediante concessão, e autorizadas a operar no comércio exterior. Exemplos: Porto de Santos, Rio de janeiro, Paranaguá, Vitória e outros.
Lei dos Portos A “Lei dos Portos”, Lei 12.815/2013, art. 2°, conceitua os locais sujeitos a exploração direita ou indireta da União e as formas de outorga:
Porto Organizado: bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de autoridade portuária.
Área do Porto Organizado: área delimitada por ato do Poder Executivo que compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado.
Instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário.
Terminal de uso privado: instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado.
Estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e utilizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias em embarcações de navegação interior ou cabotagem.
Instalação portuária pública de pequeno porte: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros ou mercadorias em embarcações de navegação interior.
Instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada mediante arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de embarcações de turismo.
Concessão: cessão onerosa do porto organizado, com vistas à administração e à exploração de sua infraestrutura por prazo determinado.
Delegação: transferência, mediante convênio, da administração e da exploração do porto organizado para Municípios ou Estados, ou a consórcio público.
Arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado.
Autorização: outorga de direito à exploração de instalação portuária localizada fora da área do porto organizado e formalizada mediante contrato de adesão; e
Operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.
Aeroportos alfandegados: são terminais alfandegados, de zona primária, destinados a aeronaves, cujo alfandegamento depende de prévia autorização do Ministério da Aeronáutica e do Ministério da Fazenda.
Os aeroportos alfandegados possuem algumas partes de destaque na organização da Alfândega, entre as quais podemos destacar:
Pista – Setor exterior do aeroporto, para fiscalizar a chegada e saída de aeronaves, orientando o encaminhamento do que é doméstico e do que é internacional, fiscalizando a descarga da mercadoria e seu destino aos armazéns, bem como a chegada de passageiros internacionais, encaminhando-os ao Setor de Bagagem.
Bagagem – Setor que fiscaliza o conteúdo das bagagens que chegam do exterior.
Armazém de conferência de despacho aduaneiro – Setor que fiscaliza os despachos aduaneiros, divididos em de importação e de exportação.
Tributação – Setor que cuida dos processos em tramitação na repartição, assessorando o Chefe da Alfândega na parte legal e decisória.
Revisão do despacho – Setor que revisa a correta propositura dos despachos de mercadorias já desembaraçadas com menos de 5 anos de sua propositura, quando ocorre a decadência do direito do Fisco.
Setor de perdimento de bens – Recinto onde se encontram os bens apreendidos ou abandonados, onde são elaborados os autos de infração objetivando o perdimento e remessa à destinação nal.
Setor de leilão – Cuida dos leilões de mercadorias cujo perdimento foi decretado, elaborando o respectivo edital e administrando os leilões, hoje eletrônicos, porém com dia e hora para a sessão pública de decisão dos vencedores.
Gabinete da che a – Local onde trabalham o chefe da repartição aduaneira e seus assessores.
Administração – Setor que cuida dos aspectos administrativos da Alfândega, como protocolo e assessoria administrativa a todos os demais setores.
Notas - Contrabando 1: Entrada ou saída de produtos considerados proibidos pelas leis brasileiras (cigarros,armas, munições, animais silvestres, drogas etc.). O contrabando é crime de ordem penal e tributária e inafiançável; é uma prática ilegal do transporte e comercialização de produtos e bens de consumo cuja venda é proibida em território nacional. 
Descaminho 2: A entrada ou saída do país de produtos cuja comercialização é permitida, mas sem o recolhimento dos impostos devidos. Pode ser realizado por pessoa jurídica ou física. O descaminho é um crime que tem características tributárias. Neste tipo de delito, as mercadorias importadas ou exportadas não são submetidas aos trâmites legais obrigatórios, principalmente nas fronteiras, aeroportos e correios. A ação penal para o descaminho termina quando o réu paga os respectivos tributos antes de ser denunciado.
Calado 3: Parte submersa do navio; ou a profundidade em que cada navio está submerso na água. O calado reete a profundidade que o porto deve ter para receber o navio. Tecnicamente, é a distância da lâmina de água (demarcação no casco do navio) até a quilha (ponto mais baixo da estrutura do navio).
Depositário 4: Fiel depositário é um termo jurídico que designa o indivíduo a quem a Justiça cona um bem durante um processo. É responsabilidade do el depositário zelar pela conservação do bem.
Aula 03 
- Tributos no comércio exterior brasileiro: imposto de importação
Nesta aula, veremos como funciona a política tributária brasileira no que se refere ao comércio internacional e quem são os sujeitos da relação tributária. Você vai conhecer também os conceitos de tributo, imposto, taxa, contribuição, fato gerador, assim como a distinção entre bens, produtos ou mercadorias.
Além disso, vamos nos aprofundar nas espécies de tributos que afetam o comércio exterior brasileiro, com ênfase no Imposto de Importação (II), buscando saber quais bens sofrem incidência desse imposto; a legislação específica,
incidência e fatos geradores.
Objetivos:
Descrever o papel da União, dos sujeitos ativo e passivo e responsáveis solidários pelo pagamento dos impostos.
Identificar como funciona o imposto de importação, bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores.
Reconhecer o funcionamento dos regimes de tributação simplificada, especial e unificada.
As barreiras comerciais
Os impostos internacionais estão relacionados ao protecionismo com que cada país trata a indústria nacional, as tão mencionadas barreiras comerciais. O protecionismo vem, gradativamente, perdendo força e é considerado pela OMC – Organização Mundial do Comércio, uma prática econômica desleal. O Brasil ainda é considerado um dos países mais protecionistas, segundo a OMC, seja na aplicação de barreiras tarifárias ou não tarifárias, as BNT: barreiras técnicas, sanitárias, verdes ou ambientais, laborais, quotas e outras.
A verdade é que todos os países, a pretexto de garantir sua soberania, são protecionistas, protegendo ou subsidiando um ou outro segmento da sua Economia.
Com o processo de globalização da Economia, a partir de meados do séc. XX, muitas barreiras alfandegárias caíram, e o comércio internacional sofreu um estímulo considerável.
Vamos entender os impostos que de alguma forma afetam o comércio exterior brasileiro, dando ênfase ao Imposto de Importação. 
São eles:
II - Imposto de Importação
IE - Imposto de Exportação
IOF – Imposto sobre Operações de Câmbio
PIS/ Co ns Importação
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS Importação
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Importação de combustíveis e tecnologia
Imposto Sobre Serviços – ISS Importação de Serviços
IR – Imposto de Renda (Importação de Serviços)
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Importação
AFRRM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante
Taxa de Utilização do Siscomex
Veremos a seguir alguns detalhes sobre esses impostos.
Impostos que afetam o comércio exterior brasileiro 
Os tributos relacionados incidem na importação de mercadorias, serviços ou tecnologia no todo ou em parte.
Os dois primeiros têm função extrafiscal, ou seja, seu objetivo não é arrecadatório, mas regulador de mercado, suas alíquotas podem ser alteradas com o intuito de corrigir possíveis distorções econômico-financeiras em algum segmento do mercado, afetando também as políticas econômicas e cambiais.
Nas exportações, por exemplo, podem ter o objetivo de estimular, reduzindo ou eliminando a tributação dos produtos exportados melhorando a balança comercial, ou eliminar o desabastecimento no mercado interno. Neste caso, as alíquotas podem aumentar. Nas importações, o estímulo pode ser aplicado para proteger determinados segmentos da Economia, aumentando as alíquotas. Reduzindo ou eliminando a tributação, o objetivo é aumentar a competitividade dos setores afetados pelas medidas. Em todos os casos, a tributação visa influenciar o comportamento do contribuinte, não a arrecadação propriamente dita.
De acordo com a Constituição Federal, art. 153, compete à União instituir impostos sobre importação e exportação. Assim funciona na maioria dos países, independentemente da forma de governo, devido ao princípio da Integridade Nacional, que permite a cobrança de impostos sobre a passagem das mercadorias por uma fronteira política (e jurídica), o que vale para a entrada (importação) e para a saída (exportação).
Segundo Aliomar Ribeiro, em seu livro Direito Tributário Brasileiro:
O imposto de importação destina-se em primeiro lugar a dar cumprimento à política governamental de proteção ao mercado interno, à indústria nacional, ao câmbio e ao balanço de pagamentos. Se é necessário proteger um setor incipiente da produção nacional que não pode enfrentar concorrentes estrangeiros, ou se a balança comercial está deficitária, o imposto de importação é instrumento ágil de controle e reequilíbrio.
Sem dúvida que este renomeado autor está correto, mas esta situação não pode manter-se eternamente, deve ser estipulado um período para reorganização do setor e o equilíbrio da balança comercial, haja vista que a OMC permite o uso do Imposto de Importação, do Ad-valorem, das Medidas Compensatórias e de Salvaguarda para este fim.
O II e o IE são tributos não contemplados pelos Princípios da Anterioridade (veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que a Lei foi publicada) e da Legalidade (somente pode ser alterado o imposto através de uma Lei que revogue a anterior), conforme o artigo 150 da CRFB.
Os demais impostos que recaem sobre a importação (IPI, PIS/COFINS, ICMS) têm como objetivo a arrecadação e baseiam-se no Princípio do Destino, tributando os produtos importados com os mesmos tributos que recaem sobre os produtos no mercado interno. Esta é uma das regras (a Isonomia – tratamento tributário igual na importação e no mercado interno para produtos iguais) que disciplinam o comércio exterior brasileiro.
Legislação que rege o Imposto de Importação (II)
É o Código Tributário Nacional - CTN, art. 19 e seguintes, que define o fato gerador do II, embora a sua instituição advenha do Regulamento Aduaneiro, que dispõe sobre a administração, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio (RA, artigos. 69 a 211-B).
O II recai em alguns casos sobre bens, produtos ou mercadorias. Existem diferenças entre estes conceitos? Qual o conceito a ser utilizado no caso do II?
Uma análise rápida:
Bens: O Código Civil define como algo que possui apreciação econômica e pode fazer parte do patrimônio de pessoas físicas e jurídicas, como móveis, imóveis, bens fungíveis, divisíveis, singulares, coletivos ou públicos, podendo, portanto, ser objeto de tributação.
Produto: O termo normalmente é utilizado como o resultado de um determinado processo no sentido de ser algo novo, extraído ou confeccionado a partir de outros bens.
Mercadorias: São bens tangíveis, objeto de negociações comerciais, logo, consideradas como o principal objeto da tributação do comércio exterior, normalmente tendo como base da negociação um contrato comercial mais simples,como uma fatura comercial ou commercial invoice; ou mais elaborado, se assim exigir a especificidade do produto ou da negociação.
Simplificando: podemos dizer que bens representam o gênero do qual produtos e mercadorias são espécies.
Por que estamos fazendo estas considerações?
Porque a legislação brasileira (CRFB, CTB e o RA) dispõe sobre tributação de bens, mercadorias e produtos aleatoriamente. Podem as diferentes definições afetar a incidência dos respectivos tributos? Não no que diz respeito ao II e ao IE, se considerarmos que estes impostos, quando devidos, recaem sobre bens tangíveis.
Serviços e direitos são intangíveis, regidos por legislação específica. Por este motivo, a TEC somente menciona BENS TANGÍVEIS.
Outro assunto também importante e que revela o status jurídico de determinado bem, são os conceitos:
Produto Nacional: Aquele fabricado no Brasil (produção total, como a soja, o café, por exemplo), ou aqui transformado de acordo com as exigências das Regras de origem (Regras de Origem do Mercosul). Esses produtos recebem o selo de Made in Brazil ou Fabricação Brasileira o qual determinará o seu tratamento administrativo e tributário.
Produto nacionalizado: Aquele que, fabricado ou transformado no estrangeiro, foi importado a título definitivo, o que significa dizer que, depois dos trâmites aduaneiros e tributários, passou a integrar a economia nacional, equiparou-se a um produto nacional (RA, art. 212).
Produto Estrangeiro: Aquele fabricado ou transformado no estrangeiro e, portanto, recebe tratamento tributário específico.
Produto desnacionalizado: O nacional ou nacionalizado, exportado a título definitivo.
Atenção
Os produtos importados ou exportados temporariamente não fazem parte da classe de “nacionalizados” ou “desnacionalizados”, porque eles retornarão ao seu país de origem.
Segundo o Regulamento Aduaneiro, quais os bens que sofrem incidência do Imposto de Importação?
Veremos a seguir.
Bens que sofrem incidência do Imposto de Importação
Mercadorias estrangeiras importadas ou nacionalizadas e exportadas, que retornem ao país; 
Bagagem de viajante; 
Bens enviados como presente (gifts) ou amostras, mesmo a título gratuito.
Como toda regra tem suas exceções, aqui também existem. Vamos conhecê-las:
O caput do artigo 70 dispõe sobre a regra geral: toda mercadoria nacional ou nacionalizada exportada que retorne ao país é considerada estrangeira, para fim de incidência do imposto.
Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao País, salvo se:
enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; 
por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; 
por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou 
por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O artigo 71 do RA complementa essa ideia com a relação das mercadorias estrangeiras que não sofrem incidência do imposto, nos seus incisos:
Art. 71. O imposto não incide sobre:
Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for predestinada ou devolvida para o exterior;
Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda;
Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida;
Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda;
Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem;
Mercadoria estrangeira destruída, sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada;
Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída.
Devido à extensão do assunto, vamos analisar somente alguns destes casos no sentido inverso, a não incidência dos impostos, nos casos da exportação, para que seja entendido o raciocínio do legislador.
Aquela mercadoria que foi exportada a título de venda (evento futuro) por um prazo determinado, de acordo com a legislação e não foi vendida, a chamada “Exportação em Consignação”, na sua volta deve ser tributada como importação?
A legislação prevê este tipo de reimportação, autorizando os bens que não foram vendidos a retornarem ao país sem o pagamento dos impostos, uma vez que a mercadoria saiu despachada pela autoridade competente e a sua venda não foi efetivada. O consignatário é um grande aliado do comércio exterior, portanto esta operação existe invertida, a título de reciprocidade. A mercadoria pode entrar como Admissão Temporária, sem o pagamento de impostos; caso os produtos não sejam vendidos dentro do prazo estipulado, poderão retornar ao exterior, isentos de impostos, a chamada reexportação.
E os produtos brasileiros exportados e devolvidos por defeito, para reparo ou substituição? 
Claro que não. O produto deve entrar como uma Admissão Temporária, sem a incidência de impostos e devolvido ao exterior da mesma forma, sem o pagamento de impostos. As vendas no mercado internacional já são difíceis devido à competitividade imposta pela globalização, imaginem se os produtos brasileiros não oferecessem garantias...
E aqueles produtos devolvidos devido a modificações na sistemática de importação no país importador, guerra ou calamidade pública ou qualquer outro fator alheio à vontade do exportador?
Também não devem pagar imposto na sua reimportação. A lei entende que qualquer circunstância que seja um obstáculo ao desembarque da mercadoria no exterior e que obrigue o retorno dos bens ao Brasil, desde que o exportador não tenha sido o causador do fato, não gera imposto, porque não foi conferido o “status de estrangeira”, devido ao princípio da não circulação econômica (a mercadoria brasileira não circulou no país estrangeiro), logo não existe a incidência do II nem dos demais encargos que porventura lhe sejam imputados
Imposto de Importação
Vamos conhecer como funciona o imposto de importação bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores. Mas, antes de iniciarmos nossa conversa sobre o Imposto de Importação, é necessário entender o conceito de tributo, imposto, taxa, contribuição e fato gerador.
Tributo: É toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Imposto: É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Exemplos: IPTU, IPVA, IR.
Taxa: É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição. Exemplos: custas judiciais, taxa de licenciamento de veículos.
Contribuição de Melhoria: Instituída para fazer face ao custo das obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. O limite total é a despesa realizada e o individual é o acréscimo de valor para cada imóvel beneficiado. Exemplo: benfeitorias no entorno do imóvel residencial (asfaltamento de ruas, beneficiamento de praças e jardins).
Fato Gerador do Imposto de Importação
Entendemos por gerador, o que gera, que dá início a algo ou alguma coisa. O fato gerador do tributo é a ocorrência que traza exigência do respectivo ônus para o contribuinte. A lei descreve situações que, ao ocorrerem, indicam o momento do “nascimento” da obrigação tributária.
"O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional."
O Imposto de Importação foi instituído efetivamente pelo art. 72 do RA: O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro.
Todavia não é tão simples definir o fato gerador do imposto de importação já que ele atende a três critérios que veremos a seguir.
Critérios para o fato gerador
Critério material: o que aconteceu? Para definirmos este critério, podemos armar que o II incide sobre mercadorias estrangeiras (produzidas no exterior), nacionais ou nacionalizadas (exportadas, anteriormente, a título definitivo), quando retornam ao País.
Critério espacial: onde aconteceu? O II incide sobre a mercadoria estrangeira quando está efetivamente ingressa no território aduaneiro brasileiro.
É considerado território brasileiro:
A porção terrestre: extensão do solo sob soberania do governo brasileiro, ou seja, todo o território nacional.
O mar territorial: compreende uma faixa de 12 milhas marítimas, incluindo a massa líquida, o espaço aéreo subjacente, o leito e o subsolo do oceano, a “costa”; Zona contígua, mais doze milhas após o final do mar territorial onde o Brasil poderá adotar medidas de controle aduaneiro (direito fiscalizatório), embora não constitua parte do território nacional; e Zona Econômica Exclusiva ou Zona de Exploração Econômica - ZEE, composta de 200 milhas náuticas, tendo como base o início do mar territorial onde o Brasil tem prerrogativas na utilização dos recursos, tanto vivos como “não-vivos” e responsabilidade na gestão ambiental.
O “pré-sal brasileiro” é explorado nesta área, fora do território nacional, mas na plataforma continental (compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas além do mar territorial, até 200 milhas do mar territorial); portanto, quando refinado no Brasil, constitui uma importação.
O espaço aéreo: compreende a área imediatamente acima do solo e do mar territorial, onde trafegam as aeronaves e o Brasil exerce controle aduaneiro.
Critério temporal: quando aconteceu? 
O art. 73 do RA define diversos momentos para ocorrência do fato gerador. Por que o legislador tomou esta decisão?
Devido à dificuldade, em alguns casos, de determinar o exato momento da entrada da mercadoria estrangeira no território nacional.
Como regra geral, ou regime comum de importação, é considerado fato gerador do II o “momento” em que as mercadorias são despachadas para consumo, importadas a título definitivo por pessoa jurídica, o equivalente à data do Registro da DUIMP no Siscomex (art. 73, I).
Nas situações em que não existir a DUIMP, o fato gerador será a data do lançamento do ofício realizado pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.
O II incide sobre a mercadoria estrangeira quando esta efetivamente ingressar no território aduaneiro brasileiro. Defina de forma sucinta (entre 6 e 8 linhas) como está dividido o território aduaneiro brasileiro. O território nacional abrange: A porção terrestre, extensão do solo sob a soberania do governo Brasileiro; o mar territorial, faixa de 12 milhas marítimas, incluindo a massa líquida, o espaço aéreo, o leito e o subsolo do oceano; a Zona contígua, composta por mais doze milhas; a ZEE, composta de 200 milhas náuticas onde o Brasil tem prerrogativas na utilização dos recursos e responsabilidade na sua gestão ambiental; e o espaço aéreo onde trafegam as aeronaves e onde o Brasil exerce controle aduaneiro.
Sujeito Ativo e Passivo do Imposto de Importação
O sujeito ativo é aquele que tem direito ao recebimento do imposto, a União. O sujeito passivo é aquele que tem a obrigação do pagamento do imposto, o contribuinte; neste caso poderá ser:
Importador - Aquele que promove a entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro, pessoa física ou jurídica.
Destinatário de remessa postal internacional - indicado pelo respectivo remetente.
Adquirente - De mercadoria entrepostada.
O sujeito passivo na importação (o importador) deve atender aos seguintes requisitos:
Inscrição na Receita Federal do Brasil como importador.
Registro de Importador no Portal Único Siscomex.
Outorga de poderes no Portal Único Siscomex (Cadastro de Intervenientes): despachantes aduaneiros, funcionários da empresa e outros previstos na legislação.
Fechamento de Operação de Câmbio (quando a operação for realizada com cobertura cambial).
Registro da DUIMP .
A seguir, veremos outros responsáveis pelo Imposto de Importação.
Responsáveis pelo pagamento do Imposto de Importação
Além dos contribuintes já citados, a legislação indica os Responsáveis Solidários (art. 106 do RA), aqueles que podem ser acionados para pagamento do Imposto de Importação devido, caso não seja possível cobrar do responsável expressamente designado (art. 105 do RA).
Como Responsáveis Expressamente Designados, podemos mencionar o Transportador das mercadorias advindas do exterior e o Depositário.
O Transportador é responsabilizado pela emissão do Conhecimento de Transporte, o documento mais importante no comércio internacional, e a CRFB também o torna responsável pelo pagamento do imposto, inclusive daquelas mercadorias que possam ter sofrido danos, avarias ou extravios ocorridos sob a sua custódia.
O Depositário também pode ser responsável pelos tributos de mercadorias estrangeiras danificadas, avariadas ou extraviadas caso estes fatos aconteçam enquanto a mercadoria se encontra sob sua custódia.
Os Responsáveis Solidários são diversos:
O Adquirente ou Cessionário (artigos. 140 e 146 do RA).
Um exemplo torna mais fácil o entendimento: o importador A importou um bem que, pelas suas características de importador, gozou de isenção do Imposto de Importação. Depois de realizar o despacho aduaneiro com esta isenção, transferiu o bem para B, que não goza da mesma isenção.
Neste caso, o crédito do imposto é devido, a Receita Federal vai exigir o pagamento do imposto do importador original, do adquirente ou do cessionário. Todavia, será mantido o direito à isenção se B tiver os mesmos direitos de A, o importador original.
Seguindo este raciocínio, podemos apontar como Responsáveis Solidários, agora no transporte de mercadorias vindas do estrangeiro, o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte modal.
Outra figura apontada como Responsável Solidário é o adquirente de mercadoria estrangeira na importação por sua conta e ordem, utilizando uma trading company, por exemplo.
Interpretando os casos apresentados como Responsáveis Solidários, vemos a preocupação do legislador em tornar sujeito passivo todo aquele que, de qualquer forma, possa vir a ser responsabilizado pelo pagamento do Imposto de Importação, evitando a chamada Interposição de Terceiros.
Cálculo do Imposto de Importação
Todo tributo tem uma base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual recai a alíquota de determinado imposto.
A definição da base de cálculo do Imposto de Importação deve obedecer ao Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), previsto no âmbito do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), cuja preocupação é que o Valor Aduaneiro declarado pelo importador atenda aos princípios do acordo: neutralidade, equidade (razoabilidade e proporcionalidade), uniformidade e publicidade (divulgação constante e satisfatória), tendo como base o valor (real) da transação. O Preâmbulo do Acordo menciona ainda a simplicidade e a não discriminação como princípios a serem observados na Valoração Aduaneira.
Assim, o Valor Aduaneiro utilizado no Brasil como base de cálculo para o Imposto de Importação é definido como o Valor do Produto (mencionado na fatura comercial, o real valor da transação comercial), as despesas de transporte internacional, acrescido das despesas relativas à carga, à descarga e ao manuseio,associados ao transporte da mercadoria importada e ao seguro internacional, ou seja, o Imposto de Importação terá como base de cálculo o valor CIF da mercadoria, embora o art. 77 do RA não o mencione desta forma.
Como definir alíquota no Imposto de Importação
A alíquota de qualquer imposto é o percentual sobre a base de cálculo, que deve ser pago ao Estado. No Imposto de Importação, é o percentual a ser pago ao Estado, tendo como base o Valor Aduaneiro.
Atenção
O Brasil é considerado o País que mais cobra impostos sobre a mercadoria importada, inclusive, utilizando bases de cálculo que se acumulam umas sobre as outras.
Atualmente o órgão que tem competência para alteração ou fixação das alíquotas do Imposto de Importação é a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX.
As alíquotas do Imposto de Importação podem ser classificadas como:
Específicas: Quando correspondem a uma quantia, em moeda nacional ou estrangeira, a ser aplicada em função de uma unidade estabelecida de determinado produto.
Ad valorem: Representadas por um percentual aplicável sobre o Valor Aduaneiro, que, como já foi mencionado, é a base de cálculo do Imposto de Importação.
Vale comentar que as alíquotas do Imposto de Importação devem ser analisadas à luz da NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul, com base no Sistema Harmonizado.
A seguir, veremos os regimes de tributação: RTS - Regime de Tributação Simplificada.
O RTS - Regime de Tributação Simplificada é aplicado em uma alíquota de 60% (sessenta por cento) sobre o valor aduaneiro dos bens mais o transporte, independentemente da classificação tarifária dos bens que compõem a remessa ou encomenda postal, ou seja, permite a classificação genérica dos bens.
É utilizado no despacho aduaneiro de importação de bens integrantes de remessa postal ou de encomenda aérea internacional realizada pelos correios ou empresas courier até US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, destinados a pessoa física ou jurídica. Acima de US$ 500,00 deverá ser registrada uma DUIMP na modalidade simplificada.
Estas importações, sem destino comercial, são isentas dos demais tributos incidentes na importação (IPI e PIS/COFINS); todavia, podem sofrer a incidência do ICMS.
O RTS não se aplica a bebidas alcoólicas, fumo e produtos de tabacaria; porém, sua alíquota será zero para medicamentos destinados a pessoa física.
Atenção - No caso da importação de bens, produtos ou mercadorias recebidas fora dos limites de aplicação do RTS, o procedimento de liberação ocorrerá por meio de procedimento comum de importação.
RTE - Regime de Tributação Especial
É aplicado em uma alíquota de 50%, equivalente somente ao imposto de importação sobre a bagagem de viajante internacional (acompanhada) que exceder os limites do valor da cota de isenção (US$ 500,00), obedecidos os limites quantitativos (sem destino comercial).
Bagagem tributável:
Bens dentro do conceito de bagagem e dos limites quantitativos; 
Bens adquiridos em Free Shop de saída do País ou em outros países serão incluídos na cota.
Alíquota de 50%:
Aplicada ao que exceder o limite da cota de isenção, de acordo com a via de transporte.
São considerados imposto de Importação!
O que é bagagem? A bagagem pode ser:
Bagagem acompanhada: Bens que o viajante traz com ele no mesmo meio de transporte em que viaja.
Bagagem desacompanhada: Aquela que chega ao País amparada por conhecimento de carga ou equivalente.
Você sabe o que deve ser declarado ao desembarcar no Brasil? Vamos conferir:
Escolhendo o canal!
Bens a declarar:
Bens tributários que ultrapassem a cota de isenção
Porte de valores em espécie acima de R$10.000,00 
Bens extraviados 
Bens sujeitos a controle da Vigilância Sanitária, Agropecuária ou Exército
Nada a declarar:
Bens isentos
Bens de uso ou consumo pessoal
Outros bens, até o limite da cota de isenção
Porte de valores em espécie até R$10.000,00
Bens de uso ou consumo pessoal
Artigos de vestuário, higiene e demais bens de caráter pessoal, em natureza e quantidade compatíveis com as circunstâncias da viagem, sem presunção de fins comerciais ou industriais.
O que fazer em caso de retenção de bens? 
Antes de comparecer à unidade da RFB para a solução da pendência, no horário indicado no documento, observe qual foi o motivo da retenção para dirigir-se ao local correto.
RTU - Regime de Tributação Unificada
A IN RFB 1698/2017 facilita o acesso ao Regime de Tributação Unificada (RTU), sem abrir mão do controle aduaneiro. Ainda viabiliza o desligamento do Sistema Harpia/RTU, proporcionando uma economia anual superior a 7 milhões de reais.
O RTU é uma medida que, aliada à economia de recursos, traz simplificação na utilização do regime, ao eliminar etapas na sua habilitação.
O RTU permite a importação, por microempresa importadora varejista habilitada e optante pelo sistema de tributação “Simples Nacional”, das mercadorias procedentes do Paraguai, por via terrestre, na fronteira Ciudad Del Este/Foz do Iguaçu, mediante o pagamento unificado dos impostos e contribuições federais devidos, com despacho aduaneiro simplificado.
As mercadorias que podem ser importadas ao amparo do RTU, constam da lista positiva, incluindo: bens de Informática, telecomunicações e eletroeletrônicos. Todavia o regime não pode ser aplicado à lista negativa:
Mercadorias que não sejam destinadas a consumidor final 
Armas e munições 
Fogos de artifício e explosivos 
Bebidas (inclusive alcoólicas) 
Cigarros 
Veículos automotores em geral e embarcações de todo tipo (inclusive suas partes e peças, como pneus) 
Medicamentos 
Bens usados 
Bens com importação suspensa ou proibida no Brasil
Atenção
Os tributos federais devidos nas importações amparadas pelo RTU são pagos no momento do registro da Declaração de Importação/DUIMP, alíquota total de 25%, aplicada sobre o valor dos produtos mencionado na fatura comercial, observados os valores mínimos de referência estabelecidos pela RFB:
7,88 % - Imposto de Importação 
7,87 % -IPI 
7,6 % - COFINS-importação 
1,65 % - PIS/PASEP-importação

Continue navegando