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Aula 8 - Classificação dos Solos

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Mecânica dos Solos 
 
AULA 08 – CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS (SUCS / AASTHO /QUANTO A 
ORIGEM / MCT) 
ENGENHARIA CIVIL 
Profª Drª Nágilla Huerb de Azevedo 
nagilla.azevedo@estacio.br 
ENGENHARIA CIVIL 
 Introdução 
 
• Assim como em outras ciências, é interessante na mecânica dos solos classificar os solos em 
agrupamentos cujos integrantes possuam as mesmas características. 
 
• A classificação na geotecnia utiliza em geral, para o agrupamento dos solos, parâmetros físicos como: 
origem, formação, constituição, granulometria, índices de Atterberg, etc. 
 
• Um sistema de classificação dos solos deve seguir alguns preceitos: 
Ser simples, facilmente memorizável e permitir uma rápida determinação do grupo a que o solo pertence; 
Ser flexível, para tornar-se geral ou particular, quando o caso exigir; 
Ser capaz de permitir uma expansão a posteriori, criando subdivisões. 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos (SUCS) 
 
• Elaborado pelo Engenheiro Geotécnico Prof. Arthur Casagrande, e baseia-se somente na distribuição 
granulométrica dos solos complementada por características peculiares de comportamento. 
 
• Nesse sistema, os solos são classificados por meio da associação de duas letras, em que a primeira 
representa a classe granulométrica do solo e a segunda corresponde a sua característica de 
comportamento. 
 
Turfa: solos altamente 
orgânicos, geralmente 
fibrilares e muito 
compressíveis. 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
• A metodologia utilizada para a classificação dos solos pelo sistema unificado preconiza, em primeiro 
passo, a realização de uma análise granulométrica. 
 No resultado da análise granulométrica dos solos, é observado o percentual retido na peneira n˚200 
(0,075mm). Como se sabe, essa peneira é tida na mecânica dos solos como o divisor entre os solos 
granulares e os solos finos. 
 
• Porcentagem passante menor de 50%: o solo é classificado como granular podendo ser representado 
pelas letras G (pedregulho) ou S (areia); 
• Porcentagem passante maior de 50%: o solo é classificado como fino podendo ser representado pelas 
letras M (silte), C (argila) ou O (solo orgânico). 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
• Após realizada a fase inicial de classificação, que definirá a primeira letra da terminologia de 
classificação do solo, os solos seguem para a segunda fase. 
 
• Para os solos classificados no agrupamento granulométrico dos solos granulares: 
 
 Teor de finos < 5%: os solos serão subclassificados de acordo com as propriedades de distribuição 
granulométrica como bem graduados (W) ou mal graduados (P). 
 
 Bem graduado (W): 
 
 Para pedregulho (G): Cu > 4 e 1 < CC < 3 (GW) / Cu < 4 ou 1 > CC > 3 (GP) 
 
 Para areia (S): Cu > 6 e 1 < CC < 3 (SW) / Cu < 6 ou 1 > CC > 3 (SP) 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
*CNU = CU 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
 Teor de finos 5% a 12%: deverá ser representado por um símbolo duplo: primeiro o do solo grosso (GW, 
GP, SW, SP), seguido pelo que descreve a fração fina. 
 
 Aqueles com fração fina silte são GM ou SM 
 Se os finos contêm argilas plásticas, os solos são GC ou SC 
 Se o finos são orgânicos, acrescentar “com finos orgânicos” 
 
 Se em pedregulho a areia > 15%, acrescentar “com areia” 
 Se em areia o pedregulho > 15%, acrescentar “com pedregulho” 
 Ex: GW – GM: pedregulho bem graduado com silte / SP – SC: areia mal graduada com argila 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
 Teor de finos > 12%: suas propriedades devem ser levadas em conta na classificação. Como a fração 
fina nos solos pode ter influência no comportamento do solo, os pedregulhos e areias têm outras duas 
subdivisões. Utiliza-se a CARTA DE PLASTICIDADE. Ex: GC, SC, GM ou SM (pedregulho argiloso, areia 
argilosa, pedregulho siltoso, etc) 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
• Para os solos classificados no agrupamento granulométrico dos solos finos: 
Se a fração fina é predominante, a classificação é feita pelo índice de consistência (IC). 
 
CARTA DE PLASTICIDADE: 
Solos de comportamento argiloso – acima da linha A 
Solos orgânicos e siltoso – abaixo da linha A 
 
Característica complementar dos solos finos: 
 
Baixa compressibilidade (LL < 50): ML, CL E OL 
 
Alta compressibilidade (LL > 50): MH, CH, OH 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
*wL = LL 
• A linha A é uma fronteira arbitrária 
entre argila orgânica (CL e CH) que 
estão acima desta linha e os siltes 
inorgânicos e argilas inorgânicas (ML, 
MH, OL e OH) que estão abaixo. 
 
• As argilas e siltes são divididos 
naqueles de alta e baixa 
compressibilidade de acordo com o LL, 
solos com LL > 50% são classificados 
como de alta compressibilidade (MH, 
CH). 
 
• A linha B delimita o comportamento de 
compressibilidade do solo LL > 50% alta 
compressibilidade, LL < 50% baixa 
compressibilidade. 
 
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 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
*wL = LL 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
Índices próximos das linhas A ou B ( ou sobre a faixa de 
IP 4 a 7), consistem em classificações intermediárias e 
as duas classificações são apresentadas. 
Ex: CL-CH. 
CL ou ML ou OL 
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 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
PARA A CLASSIFICAÇÃO PELA SUCS É NECESSÁRIO: 
 
 
• Porcentagem de pedregulho – fração que passa 76,2mm e fica retido em 4,75mm 
 
• Porcentagem de areia – fração que passa 4,75mm e fica retido na 0,075mm 
 
• Porcentagem de silte e argila – fração mais fina que passa 0,075mm 
 
• Coeficiente de uniformidade (Cu) e o coeficiente de curvatura (CC) 
 
• Limite de liquidez e índice de plasticidade da do solo 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
EXEMPLO: Com os dados a seguir, classifique os solos A e B por meio do SUCS. 
 
Solo A: LL = 30%, LP = 22% 
 
Solo B: LL = 26% e LP = 20% 
 
 
 
 
 
R – Solo A = SW – SC 
 Solo B = CL / ML / OL 
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 Sistema unificado de classificação dos solos 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema rodoviário de classificação dos solos (AASTHO) 
 
• Esse sistema foi desenvolvido com o propósito de classificar os tipos de solo para utilizar na engenharia 
de estradas. 
 
• Tem como principais critérios de agrupamento das classes dos solos as características granulares e os 
limites de Atterberg. 
 
• Da mesma forma que o sistema anterior, esse também baseia-se no resultado da análise 
granulométrica do solo, em especial a porcentagem fracionada pela peneira n˚200 (0,075mm). 
 
• A diferença é que nesse sistema é considerado como solo granular aquele que tem menos de 35% 
passando nesta peneira (0,075mm). 
ENGENHARIA CIVIL 
 Sistema rodoviário de classificação dos solos 
 
• A classificação rodoviária é classificado em sete grupo principais, e é distribuída da seguinte forma: 
 
Grupos A-1, A-2 e A-3 (solos granulares): solos que possuem uma porcentagem passante na peneira n˚200 
de no mínimo 35%; 
 
Grupos A-4, A-5, A-6 e A-7 (solos finos): solos que possuem uma porcentagem passante na peneira n˚200 
maior que 35%. 
ENGENHARIA CIVIL 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos quanto à origem 
 
Os solos podem ser classificados em 2 grandes grupos, Residuaise Sedimentares: 
 
• Solos residuais: são aqueles que se encontram na natureza, no próprio local em que se formaram. 
Podem ser subclassificados de acordo com seu grau de intemperização entre o solo residual jovem 
(saprolítico), solo residual maduro e rocha alterada. 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos quanto à origem 
 
Solos residuais 
 
• Solo residual maduro 
Superficial a um horizonte “poroso” ou “húmico” e que perdeu toda sua estrutura original da rocha-mãe. 
 
• Solo saprolítico (residual jovem) 
Solo que mantém a estrutura original da rocha-mãe, mas perdeu sua consistência / resistência de rocha. 
 
• Rocha alterada 
Horizontes com fraturas e regiões de menor resistência, existem grandes blocos de rocha original. 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos quanto à origem 
 
• Solos sedimentares ou transportados: são aqueles que foram levados aos seu atual local por um 
agente de transporte e lá depositado na natureza. São classificados de acordo com o agente de 
transporte, podem ser coluvionares, aluvionares, eólicos, drifts. 
 
Coluviar: formados por ação da gravidade 
Aluvionar: resultantes do carregamento pela água fluvial 
Eólico: transportados pelo vento 
Drifts: transportados por geleiras 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos tropicais (MCT) 
 
• As metodologias apresentadas até então foram desenvolvidas para solos temperados. 
 
• A classificação dos solos com uso da metodologia (MCT) – miniatura, compactada, tropical, foi 
desenvolvida com vista no estudo de solos tropicais. 
 
• Diferente das anteriores a classificação MCT, baseia-se na mensuração das propriedades mecânicas do 
solo. Para isso, são utilizados corpos de prova (CP) de solos compactados com dimensões reduzidas. 
 
• Através dessa metodologia, separa-se os solos tropicais em duas grandes classes: 
 
• Nogami e villibor (1980) 
 
Solos tropicais : 
 
 LATERÍTICOS 
 
 SAPROLÍTICOS OU NÃO LATERÍTICOS 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos tropicais (MCT) 
 
Solos lateríticos: 
 
São solos superficiais, típicos das partes bem drenadas das regiões tropicais úmidas, 
resultante de uma transformação da parte superior do subsolo pela atuação do 
intemperismo, e que possui grande concentração de hidróxidos de ferro e alumínio. Por 
isso, possuem cores: vermelho, amarelho, marrom e alaranjado. 
 
São encontrados em regiões de clima tropical, e ocorrem em grande parte do território 
brasileiro. 
 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos tropicais (MCT) 
 
• Solos de comportamento lateríticos: são representados pela terminologia “L”. E subclassificados em 
areia laterítica quartzosa (LA), solo arenoso laterítico (LA’) e solo argiloso laterítico (LG’) e solo argiloso 
laterítico (LG’). 
 
Em geral, os solos lateríticos podem ser superficiais (característico de regiões tropicais, úmidas e bem 
drenadas), residuais e ricos em argilominerais do tipo caulinita (contendo elevado teor de óxidos e 
hidróxidos de ferro e alumínio). 
 
Os solos lateríticos apresentam um comportamento desejável para a engenharia geotécnica após a 
compactação (elevada resistência mecânica, baixa permeabilidade e baixa deformabilidade). 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos tropicais (MCT) 
 
• Solos de comportamento não lateríticos (saprolíticos): são representados pela terminologia “N”. E subclassificados 
em: 
 
Areias, siltes e misturas de areais e siltes com predominância de grãos de quartzo e/ou mica não laterítico (NA); 
Misturas de areias quartzosas com finos de comportamento não laterítico (NA’); 
Solo siltoso não laterítico (NS’); 
Solo argiloso não laterítico (NG’). 
 
O saprólito, em geral, é o resultado do intemperismo da rocha mantendo, de maneira nítida, a estrutura da rocha que 
lhe deu origem. Sua ocorrência dá-se nas camadas mais profundas do perfil do solo tropical. 
 
Os argilominerais presentes nos saprólitos de solos tropicais em sua maioria são montmorilonita, ilita e alguns minerais 
primários. 
 
Importante: Os argilominerais nestes solos NÃO se encontram recobertos por óxidos e hidróxidos de ferro e de 
alumínio. 
ENGENHARIA CIVIL 
 Classificação dos solos tropicais (MCT) 
 
Solo saprolítico 
Solo laterítico 
ENGENHARIA CIVIL

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