Buscar

Linguagem, Língua e Língua de Sinais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Linguagem, língua e língua de Sinais
Fernandes (2003) define linguagem como um sistema de comunicação natural e ou artificial como: a linguagem corporal, as expressões faciais, as reações do nosso organismo (o pensamento e os aspectos fisiológicos), o vestir, ou a linguagem de outros animais, códigos de transito, a música, as artes, entre outros.
Segundo Sánchez (1993), a linguagem é um instrumento mental que todos os seres humanos possuem que possibilita duas coisas: a primeira é aquela que nos diferencia dos animais ou qualquer máquina, por mais sofisticada que seja, é a competência de comunicar compreendendo tudo o que se passa conosco e com o mundo a nossa volta, a segunda se refere à capacidade do pensar, ou seja, o desenvolvimento do pensamento abstrato, que nos permite a observação, a aprendizagem, o experimentar, explicar, criar, modificar o mundo e a nós mesmos. Esse instrumento mental se assemelha em todos os seres humanos, mesmo que existam distintas línguas (idioma).
Indico a leitura dos livros para aprofundar o conhecimento acerca da aquisição da linguagem pela criança surda.
      
A língua, para Saussure (1991), é o aspecto social da linguagem, pois, é compartilhada por todos os falantes de uma comunidade linguística e é compreendida como um sistema complexo com regras abstratas e composto por elementos significativos que se relacionam entre si. Nesse sentido, a língua é uma propriedade coletiva e não individual, só tem razão de existir se for compartilhada. Daí a importância de reconhecer a existência de uma comunidade linguística de surdos para que se reconheça também a língua utilizada por ela. A língua de sinais é o veículo natural de manifestação da linguagem da pessoa surda.
Salles (2004) afirma que todo ser humano que esteja em contato com uma comunidade linguística, fala pelo menos uma língua, que denominamos como a língua materna, aprendida até os cinco anos de idade, período estimado para crianças que não tenha outros comprometimentos que possa dificultar esse desenvolvimento. A aquisição de linguagem acontece em estágios com características semelhantes entre comunidades linguísticas. Quadros (2008) confirma que aquisição da linguagem pelas crianças surdas pode ser comparada à aquisição das línguas orais em muitos sentidos.
Questão para reflexão: Quadros ( 2008) afirma que as crianças surdas filhas de pais surdos, têm acesso à língua de sinais naturalmente, sendo a mesma modalidade dos seus pais, inclusive os pais se tornam referência do uso da língua de sinais quando estes estão sinalizando com os amigos, parentes e outros. No caso da criança surda cujos pais são ouvintes como ocorre à aquisição da linguagem pela criança.
	Para saber mais         
Acesse o link abaixo para aprofundar o conhecimento acerca da aquisição da linguagem pela criança surda.
http://penta2.ufrgs.br/edu/telelab/edusurdos/linguage.htm
.
Segundo Monteiro (2006), há poucos anos, a Língua de Sinais Brasileira era ainda vista como “tabu”, pois não havia sido atribuído a ela o status de língua. Essa afirmação pode ser reforçada por Sacks (1990 p, 33), ao dizer que os ouvintes sempre negaram a eficácia da língua de sinais. Esse autor explica que algumas pessoas, “[...] por mais bem-intencionadas que possam ser, consideram a língua de sinais como algo rudimentar, primitivo, pantomímico, confrangedor”.
Percebe-se que ainda predomina conceitos anteriores ao estudo científico das Línguas de Sinais, os quais consideram os sinais utilizados pelos surdos como insuficientes para a formação intelectual e inferiores à linguagem oral. Lúria e Yudovich (1978), afirmavam que a pessoa surda que utiliza só os sinais adquiridos pela experiência visual, é incapaz de formar conceitos abstratos.
Quadros e Karnopp (2004) revelam pesquisas realizadas em vários países, as quais procuram demonstrar o status linguístico das Línguas de Sinais, a partir da desmistificação de concepções inadequadas em relação a essas línguas. Essas pesquisadoras apontam essas concepções como mitos, totalizando seis, os quais são descritos a seguir.
O primeiro mito é que “[...] a língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos. Quadros e Karnopp (2004, p. 31).” As autoras esclarecem que esta concepção sugere que os sinais sejam icônicos, ou seja, não apresentam arbitrariedade. Porém, qualquer pessoa que já teve algum contato com a língua de sinais é capaz de perceber essa arbitrariedade na língua, motivo pelo qual muitas têm dificuldade de memorizar os sinais, visto que os poucos sinais icônicos são mais facilmente retidos na memória.
Selecionei um vídeo que mostra uma criança surda filha de pai surda e mãe ouvinte se comunicando em LIBRAS.
Questão para reflexão: Você acredita que os tabus relacionados a língua de sinais pode estar relacionado a falta de informações acerca a pessoa surda?
O segundo mito seria a crença de que “[...] haveria uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas surdas. Quadros e Karnopp (2004, p. 33).” Essa concepção é a mais comum e muitas vezes as pessoas até se decepcionam ao saber que cada país tem sua própria língua de sinais, pois, poderia parecer mais apropriado que essa língua fosse universal, pois facilitaria o contato entre os surdos do mundo todo. Mas há que se considerar que a não universalidade dessas línguas é um dos aspectos que lhes permite incluírem-se entre as demais línguas.
O terceiro mito trata da concepção que “[...] haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais, que seria derivada das línguas orais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e inferior às línguas orais” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 34). As autoras frisam que as línguas de sinais são totalmente independentes das línguas orais dos seus países de origem e exemplificam com a questão da diferença entre a língua de sinais brasileira e a portuguesa, enquanto as línguas orais desses dois países são correspondentes.
O quarto mito concebe a língua de sinais como um “[...] sistema de comunicação superficial, com conteúdo restrito, sendo estética, expressiva e linguisticamente inferior ao sistema de comunicação oral” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 34). Sobre essa concepção, Quadros e Karnopp (2004, p. 35) citam as pesquisas realizadas por Klima e Bellugi (1979), que comprovam o equívoco dessa concepção, demonstrando que piadas, poesias e outras produções culturais “[...] são parte significativa do saber da cultura surda”.
O quinto mito põe em cheque a originalidade das línguas de sinais, refere-se à concepção de que “[...] as línguas de sinais derivam da comunicação gestual espontânea dos ouvintes” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 36). Se os surdos fossem depender completamente dos gestos que os ouvintes produzem, seria real sua condição de inferioridade comunicativa, mas a desmistificação dos mitos anteriores reforça a deste.
O sexto e último mito destacado é que “[...] as línguas de sinais, por serem organizadas espacialmente, estariam representadas no hemisfério direito do cérebro” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 36). Segundo resultados de algumas pesquisas, citadas por Quadros e Karnopp (2004), surdos com lesão no hemisfério direito conseguiam processar informações linguísticas das línguas de sinais enquanto os com lesão no hemisfério esquerdo não eram capazes de lidar com as informações linguísticas, o que comprovou que a língua de sinais é processada no hemisfério esquerdo o cérebro como as demais línguas.
Questão para reflexão: Quais estratégias você acredita que deveriam ser tomadas para desmistificar os mitos acerca da língua de sinais e da pessoa surda?
Resumo: Nessa web discutimos sobre concepções acerca da linguagem, língua e desmistificamos conceitos inadequados em relação à língua de sinais.
Referências
LÚRIA, A.; YUDOVICH. R. Lenguaje y desenrollo intelectual en el niño. Madri: Pablo de Rio,1978
MONTEIRO, M.S. ETD. Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.292-302, jun. 2006
QUADROS, Ronice Mullerde; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
QUADROS, Ronice Muller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre. Artes Médicas. 1997
SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 1991 
SACKS, Oliver. Vendo vozes. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
SALLES, H., FAULSTICH, E., CARVALHO, O.; RAMOS, A. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica (v. 1 e 2) Brasília: MEC. 2004.
SÁNCHEZ, C. Vida para os surdos. Revista Nova Escola, set./1993.

Continue navegando