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Casos concretos_Semanas 01 a 05

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Semana 01 - Direito Administrativo: premissas iniciais - Surgimento do Estado de Direito e das funções do Estado: contexto histórico; Direito Administrativo: Conceito, objeto de estudo, fontes e sua interdisciplinaridade com os demais ramos do Direito. Função Administrativa: conceito, elementos, identificação; Funções típicas e atípicas dos Poderes.
Caso concreto:
É correto afirmar que o Direito Administrativo é fruto de construções jurisprudenciais? Discorra a respeito, identificando na Constituição de 1988 os artigos que refletem o pensamento dos principais articuladores da Revolução Francesa de 1789.
Resposta: Sim, pois o Direito Administrativo decorre das decisões do Conselho de Estado, que
através dos princípios fundamentais inscritos na CF/88, define as regras para o próprio Estado obedecer. Isso se dá a partir da Revolução Francesa de 1789, que foi o marco inicial, dando fim ao Estado Absolutista e estabelecendo a tripartição de funções, ou seja, legislar, revisar e executar, consagrando a separação dos poderes (arts. 1º ao 4º, da CF/88), passando pelos direitos e garantias dos cidadãos no âmbito social, político e econômico (arts. 5º ao 17, da CF/88), até chegarmos à proteção do meio ambiente, das crianças e adolescentes (arts. 225 a 230, da CF/88), validando assim a necessidade pública. Os artigos da CF/88 que refletem o pensamento de filósofos articuladores da revolução francesa são: o art. 1°, § 1°, que traduz a ideia de Rousseau em relação ao Estado Democrático de Direito, e o art. 2°, que prevê a tripartição das funções de Estado de Montesquieu.
Semana 02 - Princípios administrativos constitucionais - Princípios do Direito Administrativo: princípios expressos
Caso Concreto:
O prefeito do município “P”, conhecido como João do “P”, determinou que, em todas as placas e inauguração das novas vias municipais pavimentadas em seu mandato na localidade denominada “E”, fosse colocada a seguinte homenagem: “À minha querida e amada comunidade “E”, um presente especial e exclusivo do João do ‘P”, o único que sempre agiu em favor de nosso povo!”
O Ministério Público estadual intimou o Prefeito a fim de esclarecer a questão. Na qualidade de procurador do município, você é consultado pelo Prefeito, que insiste em manter a situação. Indique o princípio da Administração Pública que foi violado e por que motivo.
Resposta: Na hipótese ocorreu a violação ao Princípio da Impessoalidade. Por esse princípio, traduz-se a ideia de que a Administração Pública tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou negativas. Dessa forma, não se admite, por força de regra constitucional, favoritismos, perseguições, sejam políticas, ideológicas ou eleitorais. No caso concreto, a publicidade presente nas placas de inauguração da localidade não teve caráter educativo, informativo ou de orientação social, mas sim ato característico de promoção pessoal do prefeito, vedado pelo art. 37, § 1º, da CF/88.
Semana 03 - Princípios administrativos constitucionais - Princípios do Direito Administrativo: Princípios reconhecidos ou implícitos
Caso Concreto:
José está inscrito em concurso público para o cargo de assistente administrativo da administração Pública direta do Estado de Roraima. Após a realização das provas, ele foi aprovado para a fase final do certame, que previa, além da apresentação de documentos, exames médicos e psicológicos. A lista dos candidatos aprovados e o prazo para a apresentação dos documentos pessoais e para a realização dos exames médicos e psicológicos foram publicados no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado de Roraima após 1 (um) ano da realização das provas; assim como foram veiculados através do site da Internet da Administração Pública direta do Estado, tal como previsto no respectivo edital do concurso. Entretanto, José reside em município localizado no interior do Estado de Roraima, onde não circula o Diário Oficial e que, por questões geográficas, não é provido de Internet. Por tais razões, José perde os prazos para o cumprimento da apresentação de documentos e dos exames médicos e psicológicos e só toma conhecimento da situação quando resolve entrar em contato telefônico com a secretaria do concurso. Insatisfeito, José procura um advogado para ingressar com um Mandado de Segurança contra a ausência de intimação específica e pessoal quando de sua aprovação e dos prazos pertinentes à fase final do concurso. Na qualidade de advogado de José, indique os argumentos jurídicos a serem utilizados nessa ação judicial.
Resposta: Em relação à ausência de norma prevista no edital prevendo a intimação pessoal e específica do candidato José, a Administração Pública tem o dever de intimar o candidato, pessoalmente, quando há o decurso de tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação, em atendimento aos Princípios Constitucionais da Publicidade e da Razoabilidade. É desarrazoada a exigência de que o impetrante efetue a leitura diária do Diário Oficial do Estado, por prazo superior a 1 (um) ano, ainda mais quando reside em município em que não há circulação do DOE e que não dispõe de acesso à Internet.
Semana 04 - Organização Administrativa I - Descentralização e Desconcentração; Órgãos Públicos; Administração Direta: entes federados, princípios da Administração Direta, Políticas Públicas e repartição constitucional de competências.
Caso Concreto:
O Prefeito de uma Cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro editou decreto promovendo uma ampla reformulação administrativa, na qual foram previstas a criação, a extinção e a fusão de órgãos da administração direta e de autarquias municipais. Alegou o governo municipal que, além de atender ao interesse público, a reformulação administrativa inseria-se na competência do Poder Executivo para, no exercício do poder regulamentar, dispor sobre a estruturação, as atribuições e o funcionamento da administração local. Em face dessa situação, responda, de forma fundamentada, se é considerada legítima a iniciativa do chefe do Poder Executivo municipal de, mediante decreto, promover as mudanças pretendidas.
Resposta: Não, pois não é considerada legítima a iniciativa do chefe do Poder Executivo Municipal de, mediante decreto, promover as mudanças pretendidas. Não pode o Chefe do Executivo criar ou extinguir órgãos públicos mediante decreto, tanto a criação, como a extinção de órgãos, haja vista a violação do art. 84, VI, “a”, da CF/88. Para tanto, ele deveria fazer uso da lei, conforme dispõe expressamente o art. 48, XI, da CF.
Semana 05 - Organização Administrativa II - Administração Indireta; Princípios gerais; Autarquias, Agências Reguladoras, Agencias Executivas, e fundações públicas.
Caso Concreto:
O Governador do Estado X, após a aprovação da Assembleia Legislativa, nomeou o renomado cardiologista João das Neves, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina e seu amigo de longa data, para uma das diretorias da Agência Reguladora de Transportes Públicos Concedidos de seu Estado. Ocorre que, alguns meses depois da nomeação, João das Neves e o Governador tiveram um grave desentendimento acerca da conveniência e oportunidade da edição de determinada norma expedida pela agência. Alegando a total perda de confiança no dirigente João das Neves e, após o aval da Assembleia Legislativa, o governador exonerou-o do referido cargo.
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) À luz do Poder Discricionário e do regime jurídico aplicável às Agências Reguladoras, foi juridicamente correta a nomeação de João das Neves para ocupar o referido cargo?
Resposta: Não foi correta a nomeação de João das Neves, visto que a nomeação de um cardiologista, ainda que renomado, para exercer o cargo de diretor de uma Agência Reguladora de Transportes Públicos Concedidos, não obedece à exigência de que o nomeado tenha alto grau de especialização técnica no setor regulado, inerente ao regimejurídico especial das agências. A discricionariedade é a margem de liberdade que a lei confere ao administrador para integrar a vontade da lei nos casos concretos conforme parâmetros e critérios de conveniência e oportunidade. Assim, desde que observados alguns parâmetros, a escolha do dirigente é ato discricionário do chefe do Poder Executivo. No entanto, discricionariedade não se confunde com arbitrariedade, ainda que discricionária, a escolha deve atentar para o caráter técnico do cargo a ser ocupado, vez que as Agências Reguladoras exigem especialização técnica no setor regulado para o seu correto exercício, exigindo assim, consequentemente, uma formação especial dos ocupantes de seus cargos.
b) Foi correta a decisão do governador em exonerar João das Neves, com aval da Assembleia Legislativa, em razão da quebra de confiança?
Resposta: João das Neves não poderia ter sido exonerado pelo governador, pois uma das características das Agências Reguladoras é a estabilidade reforçada dos dirigentes. Essa estabilidade é diferenciada e caracterizada pelo exercício de mandato a termo, na qual se afigura impossível a exoneração ad nutum (que costuma ser inerente aos cargos em comissão). Desse modo, os diretores, na forma da legislação em vigor, só perderão os seus cargos por meio de renúncia, sentença transitada em julgado por meio de processo administrativo, observados a ampla defesa e o contraditório.

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