Buscar

Lourenço et al. Morcegos em Manguezal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MORCEGOS EM MANGUEZAL – ANÁLISE
DE UMA ASSEMBLÉIA E COMPILAÇÃO DE DADOS
DISPONÍVEIS NO BRASIL
ELIZABETE CAPTIVO LOURENÇO, LUCIANA DE MORAES COSTA, JÚLIA LINS LUZ,
RENAN MEDEIROS DIAS E CARLOS EDUARDO LUSTOSA ESBÉRARD
Resumo: O manguezal é um ecossistema da Mata Atlântica que ocupa regiões costeiras tipicamente
inundadas pelas marés e poucos são os estudos de morcegos neste ecossistema. O objetivo deste
trabalho foi realizar uma comparação da riqueza e abundância das espécies de morcegos coletadas
em um manguezal e no seu entorno, na Ilha da Marambaia, estado do Rio de janeiro, e apresentar a
listagem atual de morcegos encontrados neste ecossistema para o Brasil, através de uma compilação
de dados. Foram utilizadas redes de neblina, abertas sobre a superfície da água e no entorno, as redes
foram abertas em trilha e quintal de residência. Foram capturadas 22 espécies sobre a água e 16
espécies no entorno do manguezal, totalizando 23 espécies. Doze espécies capturadas constituem
registros inéditos para manguezais, totalizando 37 espécies registradas para os manguezais do Brasil.
Os resultados demonstram que a eficiência de captura e a diversidade são altas sendo, portanto,
relevante a inclusão deste ecossistema em futuros inventários de morcegos.
Palavras-chaves: Corpos d’água. Guildas de forrageamento. Ilha da Marambaia. Morcegos insetívoros.
Similaridade.
Abstract: Bats in mangrove - Analysis of an assembly and compilation of data available in Brazil.
The mangrove ecosystem occupies Atlantic coastal regions typically flooded by tides and few studies
with bats are available in this ecosystem. The aim of this study was to compare richness and bats
abundance collected in one mangrove and its surrounding, in Ilha da Marambaia, state of Rio de
Janeiro, and to present an actual bat list found in this ecosystem in Brazil, by data compilation. Mist
nets were used, opened over water and surroundings, opened in trails and yard of residence. Twenty-
two species were captured on mangrove nets and 16 species in surrounding ambient, resulting in 23
species. Twelve species caught in this work are new records for mangrove, totalizing 37 species recorded
for the Brazilian mangroves. The results show that the capture efficiency and diversity in mangrove are
high, and therefore captures efforts in this ecosystem are relevant for future bat inventories.
Key-words: Foraging guilds. Marambaia Island. Water bodies. Insectivorous bats. Similarity.
Introdução
Entre os ecossistemas brasileiros menos amostrados para morcegos destacam-se as restingas
(OPREA et al., 2009; LUZ et al., 2009) e os manguezais (ALMEIDA et al., 2007; CRUZ et al., 2007;
ANDRADE et al., 2008; COSTA 2009; LOURENÇO et al., no prelo). Mesmo para outros grupos de
mamíferos, são poucos os trabalhos que tratam da associação destes com os manguezais
(FERNANDES & AGUIAR, 1993; FERNANDES, 2000; ANDRADE & FERNANDES, 2005; CRUZ et al., 2007;
ANDRADE et al., 2008).
O manguezal é um ecossistema da Mata Atlântica que ocupa regiões costeiras tipicamente
inundadas pelas marés, podendo ser caracterizado pela mistura de água doce e oceânica.
Este ecossistema ocorre sob condições ambientais específicas, tendo sua distribuição
determinada por condições climáticas, regime e amplitude de marés, topografia da zona
costeira, e natureza físico-química dos sedimentos e das águas estuarinas (VANNUCI, 1999).
Uma recente revisão mundial da fauna de vertebrados em manguezais demonstrou que os
mamíferos representam uma pequena parcela dessa fauna – 7,5% de 1.467 espécies
(FERNANDES, 2000). Quatorze espécies de morcegos foram listadas, sem a inclusão de qualquer
espécie neotropical (MCKENZIE & ROFLE, 1986; FERNANDES, 2000). No entanto, uma espécie de
2 E.C.Lourenço et al.
morcego brasileira já foi citada para o ambiente de manguezal, Noctilio leporinus (Linnaeus,
1756) (BORDIGNON, 2006).
Entre os mamíferos brasileiros encontrados no manguezal, destacam-se os marsupiais Didelphis
marsupialis Linnaeus, 1758, Philander opossum Linnaeus, 1758 e Micoureus demerarae
(Thomas, 1905), os primatas, Cebus apella (Linnaeus, 1758) e Saimiri sciureus (Linnaeus,
1758), os carnívoros, como Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) e Panthera onca Linnaeus,
1758 e os ungulados, como Mazama americana (Erxleben, 1777).
Um dos motivos para os manguezais serem pouco atraentes para pesquisadores de morcegos
pode ser a dificuldade na amostragem em ambientes alagados, principalmente quando sujeito
a um regime de marés. Mas é conhecida a maior eficiência de captura de morcegos de
hábitos insetívoros sobre a água (TUTTLE, 1976; KUNZ & KURTA, 1988; BOWLES et al., 1990;
ADAMS & SIMMONS, 2002; ESBÉRARD, 2003; MACSWINEY et al., 2007; COSTA, 2009; LOURENÇO et
al., no prelo).
Amostragens nesse ecossistema são de primordial importância para o conhecimento devido
aos constantes processos de degradação ao qual esse ecossistema é submetido pela ocupação
humana. O objetivo deste trabalho foi realizar uma comparação da riqueza e abundância
das espécies e das guildas de forrageamento de morcegos coletadas em um manguezal e no
seu entorno, na Ilha da Marambaia, Estado do Rio de janeiro. Além disto, foi realizada uma
compilação dos trabalhos sobre morcegos capturados em manguezais no Brasil e apresentada
uma listagem das espécies ligadas a este ecossistema.
Metodologia
Para a compilação de uma lista de espécies de morcegos presentes no ecossistema de
manguezal foi realizado extenso levantamento bibliográfico, incluindo artigos publicados,
dissertações de mestrado e teses de doutorado. Registros pontuais de ocorrência e estudos
investigando aspectos da biologia de morcegos, sem produzir listagem local de espécies, não
foram considerados quando as espécies abordadas já estavam inclusas em listagens obtidas
em outros estudos referentes às mesmas áreas.
A Ilha da Marambaia está localizada na Baía de Sepetiba, litoral sul do Estado do Rio de
Janeiro (23° 04’ S e 043° 53’ W) (Fig.1A). A Ilha possui 42 km², e liga-se ao continente por
uma faixa de areia de cerca de 40 km de extensão, denominada Restinga da Marambaia
(MENEZES et al., 2005). O conjunto formado pela ilha e pela restinga é uma formação alongada
no sentido norte-sul até o continente, da qual é separada por um estreito canal. O relevo
varia entre baixada e morros com afloramentos rochosos, apresentando como ponto mais
elevado o Pico da Marambaia com 641 m (CONDE et al., 2005).
O clima da região é classificado como tropical chuvoso, sendo julho o mês mais frio do ano
na região (média de 16,8 °C) e fevereiro o mais quente (média de 32,3 °C). De novembro a
março a pluviosidade média é superior a 100 mm. Aproximadamente 37% da precipitação
média anual (1.240 mm) ocorrem no verão, sendo fevereiro o mês mais chuvoso e julho o
mês mais seco (MATTOS, 2005).
A Ilha da Marambaia resguarda remanescentes florestais, abrangendo áreas de Mata Atlântica,
associadas a trechos de manguezais e restingas que compõem um mosaico vegetacional. A
vegetação dominante é a mata secundária, que é o resultado da regeneração após
desmatamento para aproveitamento agrícola (MENEZES et al., 2005).
Durante a época colonial, a ilha sofreu uma forte ocupação humana, com intensas atividades
3Morcegos em manguezal
agropecuárias (PEREIRA et al., 1990). A Restinga e a Ilha da Marambaia compreendem hoje
uma região de uso restrito a atividades militares. A Ilha da Marambaia é considerada área de
alta prioridade para conservação de mamíferos levando em consideração a riqueza, o
endemismo e o isolamento (MAURY, 2002).
As coletas ocorreram em um riacho (23° 03’ 55" S e 043° 59’ 26" W), que desemboca na
Praia Grande, na face oeste da Ilha da Marambaia, voltada para o continente (Fig.1B). Ambas
as margens do riacho apresentam espécies vegetais típicas de manguezal, como Avicenia
schueriana Stapf & Leechman, Laguncularia racemosa(L.) Gaerten e Rhizophora mangle L.
(Fig.1C). O entorno desse ambiente caracteriza-se pela vegetação de restinga, com
predominância de espécies das famílias Bromeliaceae e Cactaceae, com a presença de espécies
arbóreas exóticas, como amendoeiras Terminalia catappa L. (Combretaceae), mangueira
Mangifera indica L., cajazeiros Spondias sp., cajueiros Anacardium occidentale L.
(Anacardiaceae), pitangueiras Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) e bananeiras Musa sp.
(Musaceae) (Fig.1D). Nesse ambiente, observam-se residências (distantes 10 m ou mais do
manguezal) de quilombolas que sobrevivem através da pesca.
As capturas foram classificadas quanto ao tipo de ambiente em duas áreas: (i) manguezal,
quando as redes de neblina foram armadas sobre a superfície da água e entre a vegetação de
manguezal e (ii) entorno, onde as redes foram armadas em trilha de acesso de uma residência
(cerca de 30 m de extensão) e no quintal de uma residência distante cerca de 30 m do canal.
Figura 1. (A) Localização da área de estudo, no Estado do Rio de Janeiro; (B) detalhe da Ilha da Marambaia,
localização do manguezal em 1; (C) visão geral do manguezal e (D) área do entorno.
4 E.C.Lourenço et al.
Entre janeiro de 2007 e maio de 2009, foram realizadas 15 noites de coleta a intervalos
variáveis (30 ou mais dias), agendadas independentemente da fase do ciclo lunar (ESBÉRARD,
2007; COSTA, 2009). Os exemplares de morcegos foram capturados utilizando redes de neblina
(9,0 x 2,5 m e malha 19 x 19 mm). As redes permaneceram abertas do pôr-do-sol até o
amanhecer, exceto nas três primeiras noites de coleta, onde as redes permaneceram abertas
até as 00h 00min. Isso devido, principalmente, às condições adversas encontrada pela equipe,
como chuva intensa. O esforço de coleta foi calculado considerando cada rede aberta por
uma hora como uma unidade amostral (= 1 rede-hora, MARTINS et al., 2006). Parte dos
dados aqui apresentados foram publicados por LOURENÇO et al., (no prelo) como parte da
listagem de espécies da Ilha da Marambaia e apresentados em COSTA (2009), em uma análise
da riqueza de espécies insetívoras coletadas sobre coleções de água.
As redes armadas sobre o espelho d’água fechavam todo o canal, de modo a capturar os
indivíduos que voassem a até 2,5 m de altura acima da água. As redes tiveram a altura
corrigida com a variação da maré, sempre que necessário. Foram utilizadas de quatro a oito
redes sobre a água, totalizando 77 redes e 863 rede-hora. A área ao redor do manguezal foi
amostrada em 13 noites de coleta, utilizando de duas a sete redes totalizando 52 redes e
544,5 rede-hora.
Os animais capturados foram marcados através do uso de coleiras plásticas com numeração
individual (ESBÉRARD & DAEMON, 1999) e soltos no mesmo local, exceto por dois exemplares
de cada espécie, que foram tombados como material testemunho na coleção de referência
do Laboratório de Diversidade de Morcegos, atualmente depositada na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (Processo número 1755/89 IBAMA-DF) (Anexo 1).
Os morcegos foram identificados em campo através de chaves de identificação (principalmente
VIZOTTO & TADDEI, 1973; MARQUES-AGUIAR, 1994; GREGORIN & TADDEI, 2002) e confirmadas,
quando necessário, por especialistas. A nomenclatura das espécies seguiu SIMMONS (2005).
Para as análises entre as duas áreas (manguezal e entorno) foram calculados a riqueza de
Margalef e o índice de Simpson (MAGURRAN, 1988) e para análise da similaridade qualitativa
das espécies foi utilizado o índice de Jaccard e a distância de similaridade de Bray-Curtis que
se baseia nas abundâncias das espécies (MCCUNE & GRACE, 2002).
Sendo o esforço de coleta diferente entre os dois ambientes, a abundância das espécies de
morcegos foi considerada como a eficiência de captura, sendo multiplicada por 1.000, quando
necessário para diminuir as casas decimais (capturas/rede-hora*1.000).
Foram elaboradas curvas de acumulação de espécies, para o manguezal e para área do
entorno, utilizando o esforço de coleta e capturas em redes, sendo, que essa última foi realizada
também a curva aleatorizada (1.000 iterações), utilizando o programa EcoSim for Windows
7.0 (GOTELLI & ENTSMINGER, 2009). A curva de rerefação para os dois ambientes, com o
intervalo de confiança (95%), também foi realizada.
Foi realizada uma NMDS (análise de escalonamento multidimensional não-métrica) que resulta
em uma representação espacial dos dados e pode facilitar uma interpretação e revelar padrões
que diferenciem as assembléias de morcegos das duas áreas (MCCUNE & GRACE, 2002).
As espécies foram inseridas nas respectivas guildas de forrageamento segundo KALKO et al.
(1996) para comparação da abundância e riqueza das guildas entre o manguezal e área do
entorno. O teste de Qui-quadrado (p < 0,05) foi realizado para verificar as possíveis diferenças
na abundância das espécies e na abundância das guildas de forrageamento entre os dois
ambientes (MAGURRAN, 1988).
5Morcegos em manguezal
Resultados e Discussão
Poucos trabalhos citam assembléias de morcegos em manguezais no Brasil. ALMEIDA et al.,
(2007) comparam a atividade de espécies entre diferentes ambientes usando detectores de
morcegos, sem produzir uma listagem. CRUZ et al., (2007) e ANDRADE et al., (2008) comparam as
listagens de morcegos obtidas em diferentes localidades na região nordeste e norte do Brasil,
respectivamente nos estados do Maranhão e Pará. Parte dos dados aqui apresentados já foi
objeto de publicação e listam 22 espécies no manguezal analisado detalhadamente neste trabalho
(Lourenço et al., no prelo). A compilação de espécies de morcegos capturadas em todas essas
contribuições demonstra que 37 espécies podem ser capturadas neste ecossistema (Tab.1). Doze
espécies capturadas neste trabalho constituem registros inéditos para manguezal. A lista atual de
espécies com capturas em manguezal no Brasil incluem uma espécie de hábito hematófago, uma
piscívora, três onívoras, duas nectarívoras, três frugívoras de sub-bosque, dez frugívoras de
dossel, cinco insetívoras de áreas abertas, seis insetívoras de áreas fechadas e seis catadoras.
Tabela 1. Espécies de morcegos e respectivas guildas (sensu Kalko et al., 1996) capturadas no manguezal e
entorno da Ilha da Marambaia, no manguezal do Maranhão (MA) e do Pará (PA).
 ESTE TRABALHO OUTROS 
TAXA GUILDA MANGUEZAL ENTORNO ILHA DA 
MARAMBAIA 
MA PA 
FAMÍLIA EMBALLONURIDAE 
 Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) Iaf x 
 Saccopteryx leptura (Swchreber, 1774) Iaf x 
FAMÍLIA PHYLLOSTOMIDAE 
 Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) Hem x x x x 
 Diaemus youngi (Jentink, 1893) Hem x 
 Diphylla ecaudata (Spix, 1823) Hem x 
 Anoura caudifer (E. Geoffroy, 1818)* Nec x x x 
 Anoura geoffroyi Gray, 1838 Nec x 
 Glossophaga soricina (Pallas, 1766) Nec x x x 
 Lonchophylla bokermanni Sazima, 
 Vizotto & Taddei, 1983 
Nec x 
 Micronycteris megalotis (Gray, 1842) Cat x x x x 
 Micronycteris schmidtorum Sanborn, 1935 Cat x 
 Mimon crenulatum (E. Geoffroy, 1803) Cat x 
 Phylloderma stenops Peters, 1865 Oni x 
 Phyllostomus discolor Wagner, 1843 Oni x 
 Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) Oni x x 
 Tonatia bidens (Spix, 1823)* Cat x x x 
 Tonatia saurophylla Koopman & Wiliams, 1951 Cat x 
 Trachops cirrhosus (Spix, 1823) Cat x x x x 
 Carollia brevicauda (Schinz, 1821) Fsb x 
 Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) Fsb x x x x x 
 Continua
6 E.C.Lourenço et al.
Conclusão
 ESTE TRABALHO OUTROS 
TAXA GUILDA MANGUEZAL ENTORNO ILHA DA 
MARAMBAIA 
MA PA 
 
 Artibeus cinereus (gervais, 1856) Fdo x x 
 Artibeus fimbriatus Gray, 1838* Fdo x x x 
 Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Fdo x x x x 
 Artibeus obscurus (Schinz, 1821) Fdo x x x x 
 Artibeus planirostris (Spix, 1823) Fdo x x x x x 
 Chirodermadoriae Thomas, 1891 Fdo x x 
 Chiroderma villosum Peters, 1960 Fdo x x 
 Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810)* Fdo x x x 
 Platyrrhinus recifinus (Thomas, 1901) Fdo x 
 Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) Fdo x 
 Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) Fsb x x x x 
 Uroderma bilobatum Peters, 1866 Fdo x 
 Uroderma magnirostrum Davis, 1968 Fdo x 
 Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) Fdo x 
 Vampyrodes caraccioli (Thomas, 1889)* Fdo x x 
FAMÍLIA NOCTILIONIDAE 
 Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) Pis x x x x x 
FAMÍLIA MOLOSSIDAE 
 Cynomops abrasus (Temminck, 1827)* Iaa x x 
 Molossus molossus (Pallas, 1766) Iaa x x x x 
 Molossus rufus E. Geoffroy, 1805* Iaa x x x 
 Nyctinomops laticaudatus (E.Geoffroy, 1805)* Iaa x x 
 Nyctinomops macrotis (Gray, 1840)* Iaa x x 
FAMÍLIA VESPERTILIONIDAE 
 Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819) Iaf x x 
 Lasiurus blossevillii (Lesson & Grnot, 1826)* Iaf x x 
 Lasiurus ega (Gervais, 1856)* Iaf x x 
 Myotis albescens (E. Geoffroy, 1806) Iaf x 
 Myotis nigricans (Schinz, 1821)* Iaf x x 
 Myotis riparius Handley, 1960 Iaf x 
TOTAL DE ESPÉCIES 22 16 36 12 18 
 Iaf – insetivoros de áreas fechadas, Hem – hematófagos, Nec – nectarívoros, Oni – onívoros, Cat
– catadores, Fdo – frugívoros de dossel, Fsb – frugivoros de sub-bosque, Iaa – insetívoros de
áreas abertas.
* Espécies que constituem registro inédito de ocorrência em manguezal.
Fontes: COSTA & PERACCHI (2005); LOURENÇO et al., (no prelo); CRUZ et al., (2007); ANDRADE et
al., (2008).
7Morcegos em manguezal
Na área estudada foram amostradas 23 espécies de morcegos, 22 espécies sobre a água e 16
espécies no entorno do manguezal (Tab.1). Sete espécies mostraram-se exclusivas ao
manguezal, Cynomops abrasus (Temminck, 1827), Lasiurus ega (Gervais, 1856), Lasiurus
blossevillii (Lesson & Grnot, 1826), Nyctinomops laticaudatus (E.Geoffroy, 1805),
Nyctinomops macrotis (Gray, 1840), Myotis nigricans (Schinz, 1821), Vampyrodes
caraccioli (Thomas, 1889), e apenas Chiroderma doriae Thomas, 1891 foi capturada
exclusivamente no entorno.
A riqueza total neste estudo corresponde a 63,9% das espécies registradas para a Ilha da
Marambaia (COSTA & PERACCHI, 2005; LOURENÇO et al., no prelo). A riqueza estimada (Margalef)
foi similar nas duas áreas da Ilha da Marambaia amostradas neste trabalho (C
j
 = 3,37 para o
manguezal e Cj = 3,36 para o entorno) e o índice de diversidade de Simpson foi de D
S
 =
0,69 para o manguezal e D
S
 = 0,86 para o entorno.
A similaridade entre as espécies de morcegos nos dois ambientes amostrados, segundo o
Índice de Jaccard foi de 65,2%, e a distância de similaridade de Bray-Curtis foi de 36,5%.
Considerando a proximidade das áreas amostradas (30 a 50 m) uma similaridade tão
baixa não seria esperada. CRUZ et al., (2007) compararam os ambientes de capoeira,
mangue, várzea e mata de terra firme e obtiveram elevadas similaridades e diversidade
entre todos os ambientes, exceto no manguezal. ANDRADE et al., (2008) compararam as
assembléias de morcegos nos ambientes de manguezal e terra firme e encontraram
diversidades similares e similaridade qualitativa de 64,3%.
Corpos d’água com diferentes características podem influenciar a composição de espécies
de morcegos (GRINDALL et al., 1999; CIEHANOWSKI, 2002; COSTA, 2009). Maiores atividades
de forrageamento são encontradas sobre a superfície de águas calmas comparando
com águas mais turbulentas (COCKRUM & CROSS, 1964; FRENCKELL & BARCLEY, 1987;
RUSS & MONTGOMERY, 2002; CIEHANOWSKI, 2002), e podem variar com a presença e tipo
da vegetação encontrada na área ao redor (RACEY, 1998; CIEHANOWSKI, 2002; ALMEIDA et
al., 2007).
O padrão observado na
NMDS (stress = 0,11 –
Fig.2) demonstra uma
tendência de isolamento
das espécies insetívoras,
que obtiveram valores
positivos no segundo
eixo e nota-se que as
espécies frugívoras
tendem a se posicionar
no meio do gráfico. Tal
fato demonstra que as
espécies podem ser
ordenadas quanto ao
seu hábito alimentar e
suas abundâncias nos
dois ambientes.
As curvas de acumulação
de espécies mostram uma
Figura 2. NMDS usando a distância de Bray-Curtis para as 23 espécies de
morcegos capturadas no manguezal e entorno. Os pontos brancos diferenciam
as espécies que não apresentam hábitos alimentares insetívoros ou frugívoros.
(PIS) Piscivoro, (CAT) Catadores, (NEC) Nectarívoros, (HEM) Hematófago.
8 E.C.Lourenço et al.
tendência de estabilização no manguezal. No entanto, no entorno sugere que o número de
espécies continuará aumentando com a continuação das coletas. A rarefação demonstra que
o entorno deve se mostrar mais rico em espécies que a área de manguezal (Fig.3).
Figura 3. Curvas de acumulação de
espécies de morcegos para manguezal
(pontos em preto) e entorno (pontos em
cinza) na Ilha da Marambaia. (A)
Acumulação de espécies por esforço de
captura em rede-hora; (B) acumulação de
espécies por número de capturas (pontos)
e aleatorização (linhas); (C) rarefação com
intervalo de confiança (95%) no
manguezal (linhas em preto) e entorno
(linhas em cinza).
 
9Morcegos em manguezal
A abundância total no manguezal foi de 511 capturas e no entorno foi de 87 capturas,
resultando em uma eficiência de captura no manguezal de 0,59 capturas/rede-hora e na área
do entorno de 0,15 capturas/rede-hora. A eficiência de captura em manguezal no Pará foi
similar a de outros ambientes, com 0,22 capturas/rede-hora (ANDRADE et al., 2008). A diferença
na eficiência de captura entre os dois ambientes considerados neste trabalho foi causada
principalmente pela concentração local de Molossus molossus (Pallas, 1766).
As espécies mais abundantes no manguezal foram M. molossus, com 53,2% das capturas e Artibeus
lituratus (Olfers, 1818), com 8,4%. Na área do entorno do manguezal as espécies mais abundante
foram Artibeus obscurus (Schinz, 1821) com 24,1% das capturas e A. lituratus com 19,5%. A
abundância de 10 espécies de morcegos diferiu significativamente entre as duas áreas, das quais
seis insetívoras, uma piscívora e três frugívoras, todas mais frequentes no manguezal (Tab.2).
CAPTURAS CAPTURAS/REDE-HORA*1000 QUI-QUADRADO ESPÉCIES 
MANGUEZAL ENTORNO MANGUEZAL ENTORNO Χ2 p < 0,05 
Molossus molossus 272 1 315,18 1,84 269,01 * 
Nyctinomops laticaudatus 37 - 42,87 - 37,00 * 
Noctilio leporinus 22 2 25,49 3,68 16,67 * 
Artibeus lituratus 43 17 49,83 31,25 11,27 * 
Molossus rufus 13 1 15,06 1,84 10,29 * 
Platyrrhinus lineatus 10 2 11,59 3,68 5,33 * 
Vampyrodes caraccioli 5 - 5,79 - 5,00 * 
Artibeus planirostris 26 13 30,13 23,9 4,33 * 
Cynomops abrasus 4 - 4,63 - 4,00 * 
Myotis nigricans 4 - 4,63 - 4,00 * 
Artibeus obscurus 35 21 40,56 38,6 3,50 
Tonatia bidens 9 3 10,43 5,51 3,00 
Artibeus fimbriatus 10 4 11,59 7,35 2,57 
Nyctinomops macrotis 2 - 2,32 - 2,00 
Anoura caudifer 3 7 3,48 12,87 1,60 
Chiroderma doriae - 1 - 1,84 1,00 
Lasiurus blossevillii 1 - 1,16 - 1,00 
Lasiurus ega 1 - 1,16 - 1,00 
Desmodus rotundus 3 5 3,48 9,19 0,50 
Carollia perspicillata 4 3 4,63 5,51 0,14 
Micronycteris megalotis 1 1 1,16 1,84 - 
Sturnira lilium 5 5 5,79 9,19 - 
Trachops cirrhosus 1 1 1,16 1,84 - 
 
Tabela 2. Abundância e eficiência de espécies de morcegos e valores de Qui-quadrado no manguezal e no entorno
na Ilha da Marambaia.
10 E.C.Lourenço et al.
Não foram encontradas diferenças na abundância entre os dois ambientes para 13 espécies,
entretanto, oito espécies foram representadas por cinco ou menos indivíduos na amostra total.
Estas devem ter sua abundância considerada com cuidado devido à raridade nesta amostra.
Dentre as espécies que apresentaram diferença nas abundâncias apenas Anoura caudifer e
Desmodus rotundus apresentaram maior abundânciana área do entorno.
Espécies frugívoras tiveram maior abundância no manguezal, o que não era esperado, já
que a área ao redor apresentava árvores frutíferas que poderiam servir como alimento para
essas espécies e as espécies de manguezal não são tão atrativas.
As espécies insetívoras também apresentaram elevada abundância no manguezal comparada
à área do entorno (Tab.2). A maior abundância de espécies insetívoras no manguezal pode
ser devido à necessidade de ingestão de água e forrageio. A ingestão de água é importante
para os morcegos, em especial dos insetívoros, devido à dieta rica em proteínas e a alta taxa
de evaporação (MCNAB, 1982). Essas espécies são conhecidas por se alimentarem acima da
água (TUTTLE, 1976; RACEY, 1998; CIEHANOWSKI, 2002; ADAMS & SIMMNONS, 2002; MACSWINEY
et al., 2007), devido, principalmente, a alta densidade de insetos nesses locais (FENTON &
BELL, 1979; FENTON et al., 1983; FRECKELL & BARCLAY, 1987).
A guilda de onívoros, representada na Ilha da Marambaia unicamente pela espécie
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) (COSTA & PERACCHI, 2005; PERACCHI & NOGUEIRA, 2008;
LOURENÇO et al., no prelo) não foi encontrada no manguezal e na área do entorno. A guilda
de insetívoros de áreas fechadas não foi encontrada no entorno do manguezal.
No manguezal, a guilda com maior riqueza foi a de frugívoros de dossel com seis espécies,
seguida pela de insetívoros de áreas abertas com cinco espécies. A guilda dos insetívoros de
áreas abertas foi a mais abundante no manguezal, com 64,19% das capturas, seguida pelos
frugívoros de dossel, com 25,24%.
No entorno, a maior riqueza encontrada foi de frugívoros de dossel com seis espécies, seguida
pela guilda de catadores com três espécies. Levando em consideração a abundância, no
entorno a guilda mais abundante foi a dos frugívoros de dossel, com 66,67% das capturas,
seguida pela de frugívoros de sub-bosque com 9,20%.
Foi encontrada diferença significativa entre as duas áreas nas guildas de frugívoros de dossel,
insetívoros de áreas abertas, insetívoros de áreas fechadas e piscívoros (Tab.3).
O fato de o manguezal apresentar baixa diversidade de espécies vegetais pode diminuir a
oferta de itens vegetais para muitas espécies, principalmente as frugívoras (FERNANDES, 2000).
Porém a maior riqueza encontrada, mesmo sobre a superfície da água, foi de espécies
frugívoras. Tal fato é corroborado com os dados de análises semelhantes no Maranhão e
Pará, com maior riqueza de frugívoros no manguezal (CRUZ et al., 2007; ANDRADE et al.,
2008). Essas espécies de morcegos podem utilizar esses ambientes para ingestão de água
(RACEY, 1998; CIEHANOWSKI, 2002, MACSWINEY et al., 2007) ou até como passagem durante os
deslocamentos noturnos (HUTCHINGS & SAENGER, 1987; FERNANDES, 2000).
O manguezal na Ilha da Marambaia apresentou uma elevada riqueza de espécies insetívoras, inclusive
com espécies que não são encontradas usualmente em listagens realizadas no Estado do Rio de
Janeiro com redes de neblina, como L. ega, L. blossevillii e C. abrasus (e.g. PERACCHI & ALBUQUERQUE,
1971; ESBÉRARD, 2004; ESBÉRARD & BERGALLO, 2005). Espécies insetívoras não são facilmente
capturadas por esse método, principalmente, por voarem a alturas maiores que as redes (KUNZ &
KURTA, 1988; FINFLEY, 1993). No entanto, é conhecido que o uso de redes sobre água pode aumentar
a eficiência de captura dessas espécies (TUTTLE, 1976; VOSS & EMMONS, 1996; BOWLES et al., 1990;
SIMMONS & VOSS, 1998; ADAMS & SIMMONS, 2002; ESBÉRARD, 2003; MACSWINEY et al., 2007).
11Morcegos em manguezal
Neste manguezal do sudeste do Brasil, 22
espécies foram confirmadas por captura em
redes armadas sobre a água e entre vegetação
de manguezal, das quais 12 ainda inéditas
para este ecossistema (59,5% das espécies
já registradas em manguezal). A elevada
riqueza de espécies e predominância de
espécies frugívoras é similar ao observado
por outros autores em trabalhos já publicados
no Maranhão (CRUZ et al., 2007) e no Pará
(ANDRADE et al., 2008). Visto ser a vegetação
típica de manguezal pouco atrativa, este fato
demonstra que muitas espécies [62% das
espécies já coletadas na Ilha da Marambaia
(LOURENÇO et al., no prelo)] podem usar este
ambiente para forrageio e passagem. Neste
trabalho e no Pará (ANDRADE et al., 2008),
como esperado, um elevado número de
espécies insetívoras foi amostrado.
Poucos trabalhos já amostraram a assembléia
de morcegos em manguezais, mas os
resultados deste trabalho e de anteriores
demonstram que a eficiência de captura é
alta e pode ser obtida diversidade elevada,
sendo, portanto, relevante sua inclusão em
futuros inventários faunísticos.
Agradecimentos
Ao Centro de Adestramento da Ilha da
Marambaia; A D. Dias (Laboratório de
Mastozoologia - UFRuralRJ) pela confirmação
da identificação do material testemunho; H.R.
Silva que permitiu a utilização do mapa da
Ilha da Marambaia; A.P.F. Carvalho, A.
Fernandes, D.S. França, G. Peixoto, L.A.C.
Gomes pela assistência no campo; E.C.
Lourenço agradece a bolsa PIBIC/CNPq/
UFRuralRJ; L.M. Costa e E.C. Lourenço a
bolsa de mestrado da CAPES; J.L. Luz a bolsa
de Doutorado do CNPq; C.E.L. Esbérard
agradece ao CNPq a bolsa de produtividade
em pesquisa (processo 301061/2007-6) e a
FAPERJ a bolsa de Jovem Cientista do Nosso
Estado. A FAPERJ e ao CNPq que
financiaram o trabalho em campo (processos
E-16/170.449/07 e 471983/2007-1). O
trabalho foi autorizado por licença permanente
de coleta SISBIO/IBAMA (número 10356-1).Ta
b
e
la
 
3
. 
R
iq
u
e
za
 e
 a
b
u
n
d
â
n
ci
a
 d
a
s 
g
u
il
d
a
s 
fo
rr
a
g
e
a
m
e
n
to
 d
e
 m
o
rc
e
g
o
s,
 e
m
 m
a
n
g
u
e
za
l 
e
 á
re
a
 d
o
 e
n
to
rn
o
 e
 p
a
ra
 t
o
d
a
 a
 I
lh
a
 d
a
 M
a
ra
m
b
a
ia
 e
 Q
u
i-
q
u
a
d
ra
d
o
 d
a
s
a
b
u
n
d
â
n
ci
a
s 
(p
<
 0
,0
5
). 
R
IQ
U
E
ZA
 D
E
 E
S
P
É
C
IE
S
 
C
A
P
T
U
R
A
S
 
Q
U
I-
Q
U
A
D
R
A
D
O
 
G
U
IL
D
A
 D
E
 F
O
R
R
A
G
E
A
M
E
N
T
O
 
M
A
N
G
U
E
ZA
L
 
E
N
T
O
R
N
O
IL
H
A
 D
A
 M
A
R
A
M
B
A
IA
M
A
N
G
U
E
ZA
L
 
E
N
T
O
R
N
O
Χ
2
 
p
<
 0
,0
5
C
a
ta
d
o
re
s 
3
 
3
 
3
 
1
1
 
5
 
2
,2
5
 
 
F
ru
g
ív
o
ro
s 
d
e
 d
o
ss
e
l 
6
 
6
 
1
0
 
1
2
9
 
5
8
 
2
6
,9
6
 
*
 
F
ru
g
ív
o
ro
s 
d
e
 s
u
b
-b
o
sq
u
e
 
2
 
2
 
3
 
9
 
8
 
0
,0
6
 
 
H
e
m
a
tó
fa
g
o
s 
1
 
1
 
3
 
3
 
5
 
0
,5
0
 
 
In
se
tí
v
o
ro
s 
d
e
 á
re
a
s 
a
b
e
rt
a
s 
5
 
2
 
5
 
3
2
8
 
2
 
3
2
2
,0
5
 
*
 
In
se
tí
v
o
ro
s 
d
e
 á
re
a
s 
fe
ch
a
d
a
s 
3
 
0
 
6
 
6
 
0
 
6
,0
0
 
*
 
N
e
ct
a
rí
v
o
ro
s 
1
 
1
 
4
 
3
 
7
 
1
,6
0
 
 
O
n
ív
o
ro
s 
- 
- 
1
 
0
 
0
 
- 
 
P
is
cí
v
o
ro
 
1
 
1
 
1
 
2
2
 
2
 
1
6
,6
7
 
*
 
T
o
ta
l 
2
2
 
1
6
 
3
6
 
5
1
1
 
8
7
 
 
 
 
12 E.C.Lourenço et al.
Referências
ADAMS, R.A. & SIMMONS, J.A., 2002. Directionality of drinking passes by bats at water holes: is
there cooperation? Acta Chiropterologica, 4:195-199.
ALMEIDA, H.; DITCHIFIELD, A. & TOKUMARU, R.S., 2007. Atividade de morcegos e preferência
por habitatsna zona urbana da Grande Vitória, ES, Brasil. Revista Brasileira de Zoociências,
9(2):13-18.
ANDRADE, F.A.G. & FERNANDES, M.E.B., 2005. Mamíferos terrestres e voadores. In: FERNANDES,
M.E.B. (Ed.) Os manguezais da costa norte brasileira. São Luis: Fundação Rio Bacanga.
p.103-126.
ANDRADE, A.G.; FERNANDES, M.B.; MARQUES-AGUIAR, S. & LIMA, G.B., 2008. Comparison
between the chiropteran fauna from terra firme and mangrove forests on the Bragança peninsula in
Pará, Brazil. Studies on Neotropical Fauna and Environment, 43(3):169-176.
BORDIGNON, M.O., 2006. Padrão de atividade e comportamento de forrageamento do morcego-
pescador Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) (Chiroptera, Noctilionidae) na Baía de Guaratuba,
Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 23(1):50-57.
BOWLES, J.B.; HEIDEMAN, P.D. & ERICKSON, K.R., 1990. Observations of six species of free-tailed
bats (Molossidae) from Yucatán, Mexico. The Southwestern Naturalist, 35:151–157.
CIECHANOWSKI, M., 2002. Community structure and activity of bats (Chiroptera) over different
water bodies. Mammalian Biology, 67:276-285.
COKRUM, E.L. & CROOS, S.P., 1964. Time of bat activity over water holes. Journal of Mammalogy,
45:635-636.
CONDE, M.M.S.; LIMA, H.R.P. & PEIXOTO, A.L., 2005. Aspectos florísticos e vegetacionais da
Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil. In: MENEZES, L.F.T.; PEIXOTO, A.L. & ARAÚJO, D.S.D. (Eds.)
História Natural da Marambaia. Seropédica: Editora da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. p.133-168.
COSTA, B.N. & PERACCHI, A.L., 2005. Morcegos da Ilha da Marambaia. In: MENEZES, L.F.T.;
PEIXOTO, A.L. & ARAÚJO, D.S.D. (Eds.) História Natural da Marambaia. Seropédica: Editora
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. p.169-194.
COSTA, L.M., 2009. Morcegos insetívoros que voam sobre lagoas no Estado do Rio de
Janeiro. 58p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Programa de Pós-Graduação em Biologia
Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
CRUZ, L.D.; MARTINEZ, C. & FERNANDES, F.R., 2007. Comunidades de morcegos em habitats de
uma Mata Amazônica remanescente na Ilha de São Luís, Maranhão. Acta Amazonica, 37:613-620.
ESBÉRARD, C.E.L., 2003. Diversidade de morcegos em uma área de Mata Atlântica regenerada no
sudeste do Brasil (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Zoociências, 5(2):189-204.
ESBÉRARD, C.E.L., 2004. Morcegos no Estado do Rio de Janeiro. 238p. Tese (Doutorado em
Ecologia) – Programa de Pós-Graduação em Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro.
ESBÉRARD, C.E.L., 2007. Influência do ciclo lunar na captura de morcegos phyllostomidae. Iheringia,
série Zoologia, 97(1):81-85.
ESBÉRARD, C.E.L. & BERGALLO, H.G., 2005. Research on bats in the state of Rio de Janeiro,
southeastern Brazil. Mastozoologia Neotropical, 12(2):237-243.
ESBÉRARD, C.E.L. & DAEMON, C., 1999. Novo método para marcação de morcegos. Chiroptera
Neotropical, 5(1-2):116-117.
FENTON, M.B.; MERRIAM, H.G. & HOLROYD, G.L., 1983. Bats of Kootenay, Glacier, and Mount
13Morcegos em manguezal
Revelstroke national parks in Canada: identification by echolocation calls, distribution, and biology.
Canadian Journal of Zoology, 61:2503-2508.
FENTON, M. & BELL, G., 1979. Echolocation and feeding behavior in four species of Myotis
(Chiroptera). Canadian Journal of Zoology, 57:1271-1277.
FERNANDES, M.E.B., 2000. Association of mammals with mangrove forests: a world widereview.
Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 13:83-108.
FERNANDES, M.E.B. & AGUIAR, N.O., 1993. Evidências sobre a adaptação de primatas neotropicais
às áreas de mangue com ênfase no macaco-prego Cebus apella apella. A Primatologia no Brasil,
4:67-80.
FINDLEY, J.S., 1993. Bats – A Community Perspective. Cambridge Studies in Ecology, London:
Cambridge University Press. 167p.
FRENCKELL, B.V. & BARCLAY, R.M.R., 1987. Bat activity over calm and turbulent water. Canadian
Journal of Zoology, 65:219–222.
GOTELLI, N.J. & ENTSMINGER, D.G.L., 2009. EcoSim: Null models software for ecology.
Version 7. Acquired Intelligence Inc. & Kesey-Bear. Jericho, VT 05465. Disponível em: <http://
garyentsminger.com/ecosim.htm>. Acesso em: 5 abr. 2009.
GREGORIN, R. & TADDEI, V.A., 2002. Chave artificial para identificação de Molossídeos brasileiros
(Mammalia, Chiroptera). Mastozoologia Neotropical, 9(1):13-32.
GRINDAL, S.D.; MORISSTTE, J.L. & BRIGHAM, R.M., 1999. Concentration of bat activity in riparian
habitats over an elevational gradient. Canadian Journal of Zoology, 77:972-977.
HUTCHINGS, P. & SAENGER, P., 1987. Ecology of mangroves. St Lucia: University of Queensland
Press. 388p.
KALKO, E.K.V.; HANDLEY, C.O. & HANDLEY, D., 1996. Organization, diversity and long-term
dynamics of a neotropical bat community. In: CODY, M.L. & SMALLWOOD, J.A. (Eds.) Long-term
studies of vertebrate communities. San Diego: Academic Press. p.503-553.
KUNZ, T.H. & KURTA, A., 1988. Capture methods and holding devices. In: KUNZ, T.H. (Ed.) Ecology
and behavioral methods for the study of bats. Washington: Smithsonian Institution Press. p.1-30.
LOURENÇO, E.C.; COSTA, L.M.; SILVA, R.M. & ESBÉRARD, C.E.L., no prelo. Bat diversity of Ilha
da Marambaia, Southern Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian Journal of Biology, São Carlos.
LUZ, J.L.; COSTA, L.M. ; LOURENÇO, E.C.; GOMES, L.A.C.; ESBÉRARD, C.E.L., 2009. Bats
from the Restinga of Praia das Neves, state of Espírito Santo, Southeastern Brazil. Check List,
5:364-369.
MACSWINEY, G.M.C.; VILCHIS, L.P.; CLARKE, F.M. & RACEY, P.A., 2007. The importance of cenotes
in conserving bat assemblages in the Yucatan, Mexico. Biological Conservation, 136:499-509.
MAGURRAN, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. London: Croom Helm.
179p.
MARQUES-AGUIAR, S., 1994. A systematic review of the large species of Artibeus Leach, 1821
(Mammalia: Chiroptera), with some phylogenetic inferences. Boletim do Museu Paraense Emilio
Goeldi, zoologia 10(1):3-83.
MARTINS, A.C.M., BERNARD, E. & GREGORIN, R., 2006. Inventários Biológicos Rápidos de Morcegos
(Mammalia, Chiroptera) em Três Unidades de Conservação do Amapá, Brasil. Zoologia, 23(4):1175-
1184.
MATTOS, C.C.L.V., 2005. Caracterização climática da restinga da Marambaia, RJ. In: MENEZES,
L.F.T.; Peixoto, A.L. & Araújo, D.S.D. (Eds.) História Natural da Marambaia. Seropédica: Editora
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. p.55-66.
14 E.C.Lourenço et al.
MAURY, C.M., 2002. Biodiversidade brasileira. Avaliação e identificação de áreas e
ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios
da biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília, Distrito Federal, Ministério do Meio
Ambiente. 404p.
MCCUNE, B. & GRACE, J.B., 2002. Analysis of ecological communities. Gleneden Beach:
MJM Software Design. 300p.
MCKENZIE, N.L. & ROLFE, J.K., 1986. Structure of bat guilds in the Kimberley mangroves, Australia.
Journal of Animal Ecology, 55:401-420.
MCNAB, B.K., 1982. Evolutionary alternatives in the physiological ecology of bats. In: T.H. Kunz
(Ed.) Ecology of bats. New York: Plenum Press. p.151-200.
MENEZES, L.F.T., PEIXOTO, A.L. & ARAÚJO, D.S.D., 2005. História Natural da Marambaia.
Seropédica: Editora Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 288p.
OPREA, M.; ESBÉRARD, C.E.L.; VIEIRA, T.B.; MENDES, P.; PIMENTA, V.T.; BRITO, D.; DITCHFIELD,
A.D., 2009. Bat species richness and composition in a restinga protected area in southeastern Brazil.
Brazilian Journal of Biology, 69:631-637.
PERACCHI, A.L. & ALBUQUERQUE, S.T., 1971. Lista provisória dos Chiropteros dos Estados do
Rio de Janeiro e Guanabara (Chiroptera; Mammalia). Revista Brasileira de Biologia= Brazilian
Journal of Biology, 31:405-413.
PERACCHI, A.L. & NOGUEIRA, M.R., 2008. Quirópteros da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. In:
PACHECO, S.M., MARQUES, R.V. & ESBÉRARD, C.E.L. (Orgs.) Morcegos no Brasil:biologia,
sistemática, ecologia e conservação. Porto Alegre: Editora Armazém Digital. p.279-298.
PEREIRA, L.A.; XEREZ, R. & PEREIRA, A.M.C., 1990. Ilha da Marambaia (Baía de Sepetiba): resumo
fisiográfico, histórico e importância ecológica atual. Ciência e Cultura, 42(5/6):384-389.
RACEY, P. A., 1998. The importance of the riparian environment as a habitat for British bats. In:
DUNSTONE, N. & GORMAN, M.L. (Eds.) Behaviour and ecology of riparian mammals.
Cambridge: Cambridge University Press. p.69-81.
RUSS, J.M. & MONTGOMERY, W.I., 2002. Habitat associations of bats in Northern Ireland: Implications
for conservation. Biological Conservation, 108:49-58.
SIMMONS, N.B., 2005. Order Chiroptera. In: WILSON, D.E. & REEDER, D.M. (Eds.) Mammal
species of the world: a taxonomic and geographic reference. Baltimore: Johns Hopkins
University Press. p.312-529.
SIMMONS, N.B. & VOSS, R.S., 1998. The mammals of Paracou, French Guiana: A neotropical lowland
rainforest fauna. Part 1: bats. Bulletin American Museum Natural History, 237:1-219.
TUTLE, M.D., 1976. Colleting techiniques. Special Publications of the Museum Texas Tech
University, 10:71-88.
VANNUCCI. M., 1999. Os manguezais e nós. São Paulo: Edusp. 233p.
VANZOLINI, P.E., 1988. Distributional patterns of South American lizards. In: VANZOLINI, P.E. &
HEYER, W.R. (Eds.) Proceedings of a Workshop on Neotropical Distribution Patterns. Rio
de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências. p.317-342.
VIZOTTO, L.D. & TADDEI, V.A., 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Boletim
de Ciências Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, 1:1-72.
VOSS, R.S. & EMMONS, L.H., 1996. Mammalian diversity in neotropical lowland rainforests: a
preliminary assessment. Bulletin American Museum Natural History, 230:1-115.
15Morcegos em manguezal
ANEXO 1
Material testemunho tombado na coleção de referência do Laboratório de Diversidade de 
Morcegos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Estado do rio de 
Janeiro, Brasil: Anoura caudifer LDM 4591 / LDM 4371 , Artibeus fimbriatus LDM 
1033 / LDM 4559 , Artibeus lituratus LDM 4375 / LDM 4363 , Artibeus obscurus LDM 
4353 / LDM 4563 , Artibeus planirostris LDM 4582 / LDM 5080 , Carollia perspicillata 
LDM 4350 / LDM 4355 , Chiroderma doriae LDM 4352 , Cynomops abrasus LDM 
4943 / LDM 4906 , Desmodus rotundus LDM 4664 / LDM 4705 , Lasiurus blossevillii 
LDM 4663 , Lasiurus ega LDM 4703 , Micronycteris megalotis LDM 5012 / LDM 4331 , 
Molossus molossus LDM 4702 / LDM 4662 , Molossus rufus LDM 4551 / LDM 4554 , 
Myotis nigricans 4334 /4293 , Noctilio leporinus LDM 4881 / LDM 4428 , Nyctinomops 
laticaudatus LDM 4428 / LDM 4881 , Nyctinomops macrotis LDM 4434 / LDM 4435 , 
Platyrrhinus lineatus LDM 4667 / LDM 4345 , Sturnira lilium LDM 5072 / LDM 4579 ,
Tonatia bidens LDM 4328 / LDM 4351 , Trachops cirrhosus LDM 4313 / LDM 4384 , 
Vampyrodes caraccioli LDM 4382 / LDM 4383 .

Continue navegando