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Aula 4 A Decisão Sobre o que Produzir

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
___________________________________________ 
 
Prof. Dr. Marcos Rambalducci 
 
8 
Aula 4 
 
A Decisão Sobre o que Produzir 
 
Como os fatores produtivos são escassos e as necessidades humanas ilimitadas, os agentes 
econômicos precisam decidir onde aplicar preferencialmente os recursos disponíveis. Por exemplo, 
a sociedade pode escolher entre produzir mais canhões e menos alimentos, ou mais escolas e 
menos estradas. No dia-a-dia, os consumidores fazem escolhas desse tipo no supermercado. O 
Poder Executivo, ao enviar o orçamento anual ao Congresso, efetua escolhas similares. 
 
Ao formular a política econômica, o Governo pode induzir a economia a produzir mais bens 
para o mercado interno nacional e menos para a exportação, ou, inversamente, aumentar as 
exportações com redução da oferta interna. Essas escolhas referem-se às possibilidades de 
produção da economia. 
 
 
 
Suponha que a economia escolha a combinação C0, produzindo f0 de feijão para o mercado 
interno nacional e s0 de soja para atender à exportação, com todas as terras férteis ocupadas. 
Desejando aumentar a produção de soja para o mercado externo, passando, por exemplo, de s0 
para s1, será necessário que o cultivo de soja avance em terras anteriormente ocupadas com 
feijão. Assim, a produção de feijão cairá para f1. 
 
Se a economia empregar todos os seus recursos na produção de feijão, ela obterá a 
produção máxima fm de feijão e produção nula de soja; inversamente, empregando todas as terras, 
capitais e mão-de-obra na produção de soja, ela colherá SM toneladas de soja e zero tonelada de 
feijão. Em qualquer ponto sobre a curva, haverá uma combinação tecnicamente eficiente na 
produção dos dois bens, pois todos os recursos estarão sendo plenamente empregados e a 
produção total permanece constante. 
 
O ponto final de equilíbrio dependerá dos preços de mercado ou de decisões políticas. Se os 
preços da soja (ps) subirem no mercado externo, os produtores nacionais tenderão a produzir mais 
soja e menos feijão. Tanto as oscilações de mercado como as decisões políticas, provocarão 
mudanças no preço do feijão (pf ), alterando os preços relativos (ps/pf) e as quantidades 
demandadas de cada bem. O equilíbrio mudará para outro ponto sobre a curva de transformação, 
como de C0 para C1 (Figura 1.1, (A)). 
 
FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
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Prof. Dr. Marcos Rambalducci 
 
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Em uma situação de pleno emprego dos recursos, a curva de transformação ou fronteira das 
possibilidades de produção (FPP) indica quanto a economia deverá renunciar de determinado bem, 
por unidade de acréscimo da produção de outro. Qualquer ponto sobre a curva indica uma 
produção total constante, com a redução da produção de um bem sendo compensada pelo 
aumento da produção de outro. 
 
Havendo desemprego de recursos, ou ineficiência em sua utilização, como terras férteis 
livres, mão-de-obra desocupada, ou capital ocioso, a economia estaria em um ponto abaixo da 
FPP, como no ponto A da Figura 1.1, parte (A), produzindo fa de feijão e sa, de soja. Assim, no 
curto prazo, seria possível aumentar a produção tanto de feijão, como de soja. Nos anos de 1970, 
quando o Brasil incentivou o aumento da produção de soja para exportação, a idéia era a de que a 
existência de terras livres na fronteira agrícola e a concessão de crédito subsidiado para a 
agricultura impediriam a queda da produção de alimentos para o setor urbano. 
 
Também é possível aumentar-se a produção no curto prazo, com mudanças tecnológicas 
que incrementem a produtividade dos fatores, como novas técnicas de plantio, sementes 
geneticamente melhoradas, contratação de mão-de-obra mais bem treinada, novos arranjos das 
máquinas e equipamentos existentes etc. 
 
No longo prazo, como no ano 2027, é possível aumentar simultaneamente a oferta de ambos 
os bens, deslocando a FPP para cima e para a direita, devido à realização de novos investimentos 
de capital (compra de tratores, equipamentos de irrigação e adubos). Esses novos investimentos 
podem ser realizados pela utilização de poupanças acumuladas ou por financiamentos, de fontes 
nacionais e internacionais. Assim, seria possível elevar tanto a produção de soja, como a de feijão, 
atingindo-se a combinação C1’ (s1,f1’), sobre a FPP’ da Figura 1.1, parte (B). 
 
Nessa figura, a mudança da curva de transformação para a direita, paralelamente, indica a 
ocorrência de mudança técnica na mesma proporção na produção dos dois bens. As mesmas 
quantidades de insumos são requeridas, como antes, para produzir uma unidade de cada um dos 
bens (custos constantes no longo prazo): o acréscimo possível da produção de soja (sM - sM) é 
igual à variação possível de feijão (fm - fm ). 
 
Já na Figura 1.2, o crescimento econômico (deslocamento da FPP) ocorre com acumulação 
de capital e progresso técnico diferenciado entre os setores. Na parte (A) da figura, a dotação de 
recursos torna-se mais intensa na produção de produtos manufaturados do que no setor primário 
(agropecuária, extrativa vegetal e mineral). Isso pode ser percebido pelo fato de que o acréscimo 
possível da produção de manufaturas, dado pela maior abertura da FPP no eixo das abscissas, é 
maior do que no caso da produção primária. 
 
 
 
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Prof. Dr. Marcos Rambalducci 
 
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Isso se explica porque, no processo de desenvolvimento, aumenta mais a demanda de 
produtos manufaturados em relação à demanda de produtos primários. Cresce substancialmente a 
demanda de eletrodomésticos, automóveis, computadores. Isso pode ser percebido pelo fato de 
que, no ponto de equilíbrio E1, o acréscimo da produção de bens primários (a1 - a0) foi menor do 
que o acréscimo da produção de bens manufaturados (m1 — m0). 
 
O mesmo ocorre com a produção de bens públicos, como rodovias, defesa nacional, 
educação, pesquisa científica, cuja demanda expande-se consideravelmente no processo de 
desenvolvimento econômico (parte (B) da Figura 1.2). Tendo em vista que a urbanização, 
industrialização e desenvolvimento evoluem no mesmo sentido, os gastos com a geração de bens 
públicos tendem a aumentar no tempo, elevando a produtividade e o bem-estar social.

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