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1
MODELO DE ARTIGO PÓS – GRADUAÇÃO
NOME DO ALUNO
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL CAUSADO POR PRODUTOS AGROTÓXICOS 
Local
Ano
�
NOME DO ALUNO
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL CAUSADO POR PRODUTOS AGROTÓXICOS 
Artigo Científico apresentado ao Programa de Pós-Graduação	 em	da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança do Centro Universitário Uninter, como requisito parcial à obtenção do título de especialista em		.
 Orientador:Prof.	
Local
Ano�
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL CAUSADO POR PRODUTOS AGROTÓXICOS .
Luci Nara Rita Dias*
Profª. Sonia de Oliveira **
Resumo: O presente trabalho de conclusão faz uma análise da responsabilidade civil ambiental levando a expor as suas peculiaridades quando o dano ao ambiente é originado por produtos agrotóxicos. Tenhe-se a noção de meio ambiente e dano ambiental, em contrapartida com a necessidade de desenvolvimento com o risco de dano. Investiga a relação entre o meio ambiente, a agricultura e o uso que esta faz de produtos agrotóxicos. Deixe exposto a configuração da responsabilidade civil a partir da ótica do Direito Ambiental, identificando sua evolução e destacando comentários a respeito das duas principais teorias (integral e do riscocriado) que justificam e delimitam aquela responsabilidade. Estuda as peculiaridades da responsabilidade civil ambiental quando o dano é originado por produtos agrotóxicos, levando a uma breve análise dos diferentes agentes que serão responsabilizados pela lesão. Concluindo que o direito ambiental deve guiar-se tanto pela prevenção e precaução quanto pelo desenvolvimento sustentável, fazendo com que o uso de produtos perigosos, mas ultimamente necessarios, seja atento para a legislação específica da matéria, bem como que nos casos de dano ambiental originado por produtos agrotóxicos seja inaplicável a teoria do risco integral.
Palavras-chave: Meio ambiente. Responsabilidade civil. Agrotóxicos. Agricultura. Desenvolvimento sustentável. Risco integral. Risco criado
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho proporciona um estudo sobre a responsabilidade civil pelos danos ambientais provocados pelo uso de agrotóxicos, com a finalidade de evidenciar o trato jurídico da matéria. E imprescindível que coexista a preservação ambiental, já que esta, além de conceber extraordinário papel na economia brasileira, há a missão de garantir a produção de alimentos, cujo ritmo precisa ser cada vez maior pelo motivo do aumento da demanda (expansão demográfica). Para ser admissível esta produtividade, será indispensável o uso de agrotóxicos, não existindo, ainda nenhuma tecnologia competente o suficiente para comportar sua substituição. No entanto, é inigualável o risco que estes proporcionam em originar dano ambiental.
Dessa forma, o estudo da responsabilidade civil decorrente de tal espécie de dano se faz imprescindível para que, além gerar maior empenho pela prevenção, se dissemine adequadamente o ônus de arcar com a reparação de eventual dano ambiental, impedindo erros e injustiças na pertinência de responsabilidade, caso em que seria alocada em risco a própria cadeia de produção. Igualmente, uma análise mais planeada desta modalidade de responsabilidade civil é respeitável em função da complexidade do dano ambiental e das regras peculiares que conduzem os produtos agrotóxicos.
Para a realização do trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas e por meio eletrônico, considerando também a legislação em vigor, a fim de comprovar o trato de modo eminente jurídico da matéria, procurando o afastamento da mera repetição de idéias e a captação de uma reflexão sobre o assunto.
De início, no primeiro capítulo foram destacados os conceitos de meio ambiente e de dano ambiental, o momento em que este se conforma e quando se torna condescendente para o Direito. Em seguida estes danos são pautados com a agricultura e com o uso de produtos agrotóxicos, na busca de se demonstrar o imprescindível equilíbrio entre a preservação ambiental e a produção agrícola, através da concepção do princípio do desenvolvimento sustentável.
Já no segundo capítulo é avaliada a responsabilidade civil emergente do acontecimento de dano ambiental. São avaliadas as peculiaridades desta forma de responsabilização e seus níveis de precaução ao nexo de causalidade, tratando especialmente das teorias do risco integral e do risco criado. Em seguida, são comprovadas as peculiaridades da temática quando o dano é determinado por produtos agrotóxicos, sobretudo na forma de demarcação do responsável pela reparação.
A partir deste estudo se averigua que a proteção ambiental deve advertir tanto o princípio da prevenção como o do desenvolvimento sustentável. Isto constitui que produtos que proporcionam risco ao meio, mas que são imprescindíveis deve ter seu uso regulado pelo direito. No evento de dano, a responsabilidade civil ambiental incide sobre o poluidor independentemente de culpa, mas não isenta a demonstração do nexo de causalidade. Quanto aos produtos agrotóxicos, a legislação específica considera preceitos que provocam ainda mais para as(s) condutas(s) geradoras da lesão, afastando a aplicação da chamada teoria do risco integral.
2 CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE E DANO AMBIENTAL
O dano, em sua definição geral, é de fácil avaliação e averiguação. Ele está intimamente pertinente com importância alheio juridicamente protegido, visto que é com a lesão destes, pelo meio de conduta do agente causador, que o dano se consolida. Tais empenhos podem ser observados por meio da ótica da posição do sujeito em relação a um bem que é adequado de satisfazer-lhe indigências. Assim sendo, em um sentido amplo, “dano compreende qualquer diminuição ou adulteração de bem designado à satisfação de um interesse” (LEITE, 2014, p. 97). Sob um ponto de vista mais limitado, traçando parâmetros de aferição, para Agostinho Alvim (GONÇALVES, 2012, p. 798) “dano é, para nós, a lesão do patrimônio; e patrimônio é o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa, consideráveis em dinheiro. Contempla-se o dano tendo em vista a diminuição suportada no patrimônio”.
No entanto, quando conduzido para a esfera ambiental a consideração de dano submerge a sua simplicidade e facilidade na averiguação concreta. De uma maneira pouco profunda e ponderando a definição do dano comum, poder-se-ia dizer que, de modo óbvio, o dano ambiental “é dano ao meio ambiente” (ANTUNES, 2010, p. 247). Portanto, para a apropriada abrangência de dano ambiental e das circunstâncias em que ele se averigua, compõe ser necessária, primeiramente, uma demarcação jurídica deste termo largamente empregado recentemente, cujo real definição restou demasiadamente aberto: meio ambiente. Nesta definição já é a tese protegida por José Rubens Morato Leite e Patryck de Araújo Ayala (2014, p. 98), para quem “o âmbito do dano ambiental está, logicamente, circunscrito e verificado pelo significado que se outorgue ao meio ambiente.”
O bem de uso comum do povo [...] é o bem de domínio público que pode ser utilizado por qualquer pessoa. Ao contrário do que alguns pretendemclassificar, não existe um bem difuso, ou da coletividade. A divisão clássica dos romanos continua atual. Sendo a dominialidade do bem de uso comum do povo do Poder Público compete a este a guarda, administração e fiscalização. Ou em conceito econômico, a gestão. (BARROS, 2013, p. 137).
Em verdade, o próprio Código Civil brasileiro ordena, em seu artigo 99 e inciso I, que são bens públicos “os de uso comum do povo” (BRASIL, 2014). Assim, quando a Constituição pátria define o meio ambiente como bem de uso comum do povo, não está praticando nada mais do que enquadrá-lo em uma das classificações do bem público.
RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE DANO AMBIENTAL
Para sucedido o dano, advém à obrigação de reparar o mesmo.Para tanto, o instituto da responsabilidade civil convém como ferramenta para constranger o agente a conseguir tal restauração. 
Apesar disso, a responsabilidade civil ambiental há peculiaridades provenientes das peculiares e da seriedade do meio ambiente.
Discute-se na doutrina e na jurisprudência brasileiras a demarcação e serventias destas peculiaridades. Nos casos de danos gerados por produtos agrotóxicos permanecem ainda outras especificidades na lei que significam uma tratativa caracterizada da matéria em comparação com a própria responsabilidade civil ambiental geral.
O descumprimento de um dever jurídico que provoque dano juridicamente relevante tem como decorrência a pertinência de uma obrigação proveniente ao ocasionador de tal lesão. Em outros termos, inadimplida uma obrigação proveniente, aparece ao agente uma compulsão proveniente, sucessiva: a responsabilidade. Esta constitui um novo dever, o de restaurar a circunstância ao estado anterior à conduta danosa, improvisar com que o prejudicado veja refeita a diminuição patrimonial suportada.
Em cercada síntese, responsabilidade civil é um dever jurídico consecutivo que aparece para remanejar o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário. Só se raciocina, assim sendo, de responsabilidade civil onde existir violação de um dever jurídico e dano. Em outras palavras, responsável é a pessoa que deve compensar o prejuízo decorrente da infração de um antecedente dever jurídico. E assim é porque a responsabilidade pressuposto um dever jurídico preexistente, uma obrigação descumprida. (CAVALIERI FILHO, 2012, p. 2).
Quando a lei protege o meio ambiente de danos não está cometendo nada mais do que distinguir a seriedade do equilíbrio e sustentabilidade dele para o homem. Assim sendo, em presença do fato de dano, nada mais coerente de que se procure exatamente a recomposição daquele balanceamento e integridade protegidos, afim de que seja restabelecida a capacidade ambiental comprometida. Esta forma de recomposição será sem pré hierarquicamente preferencial, já que “na reparação o meio ambiente será restituído ao seu estado anterior que, afinal, é o objeto maior a proteger. A condenação em dinheiro exclusivamente deve acontecer quando esta última for impraticável” (BARROS, 2013, p.210).
De acordo com FABIO DUTRA LUCARELLI (2015, p. 8), a despeito de a responsabilidade civil proporcionar uma construção desde os primórdios da história, ela viu no direito romano a maior subsídio para sua conceituação, através da Lex Aquilia. Esta norma servia de ferramenta para a reparação de danos, estabelecer-se a pertinência de melhorar na experiência de culpa do causa dor da lesão, ou seja, abordava da responsabilidade subjetiva, onde o agente só se via responsável pela lesão se atuou com dolo ou culpa.
A responsabilidade subjetiva é indissociável da ilegalidade da conduta do agente. Ela é presentemente contemplada no caput do artigo 927 do Código Civil brasileiro (BRASIL, 2014), que apronta: “Aquele que, por ato ilícito (arts.186e187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Assim, para restar configurada a responsabilidade subjetiva deve ser demonstrada, além do dano e do nexo causal, a conduta culposa e ilícita do agente.
DANO PRODUZIDO POR AGROTOXICOS
A lei nº 7.802, também chamada de Lei dos Agrotóxicos (BRASIL,2014), aborda, em meio a outros assuntos, do modo como se dá a responsabilização civil pelos danos alistados à atividades com agrotóxicos. Deste modo, manifesto que esta espécie de responsabilidade civil tem disciplina especial. Institui a referida lei em seu artigo14:
 As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem: (Redação dada pela Lei nº 9.974, de2000)
Ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;
Ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo com o receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de2000)
ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais; (RedaçãodadapelaLeinº9.974,de2000)
ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;
ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade com a legislação pertinente; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de2000)
ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos. (BRASIL, 2014, grifosnossos)
Precavida aos vários sujeitos que de alguma forma desempenham atividades alistadas à agrotóxicos, a legislação define como se abonará a divisão de responsabilidade entre eles. Analisando que cada um dos integrantes ali apresentados tem condições técnica e econômica muito dessemelhante, não consistir em justo conferir-lhes a mesma carga de responsabilidade involuntariamente da causa do dano.
Como regra geral da Lei 7.802, é aproveitada ao fabricante a regra de que será culpado “quando determinar mercadorias em discordância com as especificações inalteráveis do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em concordância com a legislação relacionada” (BRASIL, 2014).
Não são imprescindíveis explanações ou empenhos intelectuais para se abranger que a resposta é presente. Assim sendo, permanecer o fabricante e o formulador na posição de fornecedores, é aproveitada à eles a legislação relacionado: o Código de defesa do consumidor. Dessa forma, a responsabilidade civil por danos ambientais decorrentes das atividades que submergem agrotóxicos “deve ser observadas o fluxo das regras de responsabilidade civil por dano ao meio ambiente e das regras que fazer obedecer às relações de consumo (BRUM VAZ, 2006, p. 130). Por conseguinte, são aproveitadas à responsabilidade civil por dano ambiental por parte dos fabricantes e formuladores as regras do artigo 12, caput e §1º, do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 2015, grifos nossos):
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes deprojeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como porinformações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
– sua apresentação;
– ou so e os riscos que razoavelmente deles e esperam; 
aépocaemquefoicolocadoemcirculação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não seráresponsabilizado quando provar:
- que não colocou o produto nomercado;
- que, embora haja colocado o produto no mercado, o de feito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou deterceiro.
O decreto nº 4.074 (BRASIL,2014), que regulamenta a Lei dos Agrotóxicos, estipula ainda no inciso IV do seu artigo 84 que será responsabilidade do “o profissional que prescrevera emprego de agrotóxicos e afins em discordância com as especificações técnicas”. Integra no inciso VI que será responsável pelo dano “o comerciante, o empregador, o profissionalresponsável ou prestador de serviços que deixar de requerer as medidas imprescindíveis de proteção à saúde ou ao meio ambiente”. Assim sendo, o profissional deve garantir para consistir em adotadas as medidas de proteção ao meio ambiente, sob pena de sua responsabilização.
O erro pode ser de diagnóstico, quanto ao produto receitado, quanto à quantidade administrada, quanto à periodicidade do uso, etc. A emissão displicente de receita caracteriza-se pela conduta negligente ou desleixada do profissional. O profissional que não inspeciona a área antes de diagnosticar ou o faz de forma displicente assume o risco de causar danos ao usuário, ao meio ambiente e à saúde pública, devendo por eles responder (...). Indevido é o que se revela contrário aos deveres éticos e morais. É indevida, por exemplo, a receita que a profissional deixa assinada e em branco nas comercializadoras (...). A responsabilização do profissional não se limita, no entanto, à emissão do receituário agronômico, isto porque as atribuições do profissional não se exaurem na emissão da receita. É dever do profissional, por exemplo, acompanhara aplicação de agrotóxico e prestar assistência ao usuário em caso de acidentes. (BRUM VAZ, 2006, p. 137, grifos do autor).
Pondera-se usuário “toda a pessoa física ou jurídica que empregue agrotóxico ou afins” (MACHADO,2012,p.757), isto é, aquele que, pelo meio da proveito dos químicos, procura ganhar vantagens por meio da bom emprego deles. Sem dúvidas, é necessitado à conduta deste agente que acontece a grande maioria dos danos ambientais causados a partir de agrotóxicos. Aplicação de produtos ilegais, sem apoio técnico ou receituário, doses ao bel prazer do usuário leigo e mistura de produtos incompatíveis são somente alguns dos exemplos.
Sabe-se que a maior incidência de casos de danos ao meio ambiente à saúde das pessoas decorre do mau uso de agrotóxicos. Aplicações de agrotóxicos proibidos ou sem a prévia receita, com formulações manipuladas e alteradas indevidamente, em dosagens ou em fases não recomendadas, sem os cuidados técnicos e equipamentos de segurança indispensáveis, sobretudo a observância da carência mínima entre a aplicação e a colheita, são práticas corriqueiras entre nossos produtores rurais (BRUMVAZ,2006,p.138).
É conveniente destacar que também podem sobrevir danos por má aplicação devido à conduta do aplicador, não do usuário em si. Aplicadores, neste sentido, são na maioria das vezes empresas especializados na pulverização de produtos agrotóxicos, especialmente por meio da utilização de aviões.
considerações finais
A temática ambiental vem adquirindo cada vez mais espaço no mundo moderno. Modificações climáticas, esgotamento de recursos, ampliação demográfica, industrial e tecnológica, pesquisas científicas e conscientização da população fizeram com que a preocupação com o meio ambiente se tornasse, acima de uma realidade, uma obrigação para garantir apropriadas condições de vida às contemporâneas e futuras gerações.
Esta consciência e prudência ao meio ambiente ajustaram a criação de normas e princípios característicos do tema: o direito ambiental, que se realça pela importância do empenho coletivo na preservação do meio ambiente saudável e na tentativa de harmonizar tal proteção com o desenvolvimento.
A lei aborda o meio ambiente como um bem público autônomo dos recursos que o compõem, sendo fundamental à sadia qualidade de vida. É um bem imaterial resultante de todas as interações, leis e influências que consentem, protegem ou conduzem a vida em todas as suas formas. Assim sendo, existirá dano ambiental quando uma degradação expressiva ou grave acabe por comprometer o equilíbrio existente naquela complexa interação, degradando o bem autônomo. A mera modificação não pode ser confundida com o dano ambiental.
A par da importância e da fragilidade do equilíbrio ambiental, o ordenamento considera princípios ambientais específicos, como os da prevenção, precaução e desenvolvimento sustentável, com a finalidade de guiar a criação da lei e a aplicação do direito.
Ocorre que praticamente todas as atividades humanas, sem contara própria existência do homem, intervêm de alguma forma no meio, sendo que algumas delas se realçam por preservarem maior proximidade e interação com o seu ambiente. No entanto, estas atividades não podem simplesmente deixar de ser em desempenhadas em prol da preservação ambiental, sob pena de ocasionar insustentável o convívio social ou a própria vida humana. Assim sendo, necessitam coexistir o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento humano pelo meio da observância dos princípios ambientais acima mencionados.
Referente ao meio ambiente natural, é evidente a significativa ligação existente entre ele e as atividades agrárias, as quais implicam relacionamento entre homem, trabalho e natureza, e que tem com ausência a produção de bens predispostos à contentamento das necessidades humanas, especialmente alimentares.
Apesar de a atividade agrária ser necessária em função seus aspectos econômicos, sociais e produtivos, é inerente à ela interferir no meio ambiente, sendo que tal relação nem sempre será benéfica ao último. Um dos ramos desta atividade, a agricultura, é alvo de atenção e crítica em razão do potencial de alteração e degradação ambiental que possui, principalmente através dos chamados produtos agrotóxicos (também chamados de defensivos agrícolas ou agroquímicos) que utiliza para tornar possível um nível de produtividade que acompanhe o crescimento da demanda.
O choque é evidente: o uso dos químicos propicia melhores produtividades e condições de sobrevivência do homem, mas, por outro lado, sendo explorado de maneira irracional gera o grande e inegável risco de danos ao meio ambiente e, conseqüentemente, riscos à saúde e perpetuação da espécie. Aqui, nenhum dos lados pode ser lavado a extremos. A proporcionalidade deve servir como a balança; os princípios da prevenção, precaução e desenvolvimento sustentável como pesos.
Sobrevindo dano ambiental a partir da utilização de produtos agrotóxicos, a responsabilidade civil surge como ferramenta para reparar este dano. Não há qualquer dúvida de que a responsabilidade civil ambiental é objetiva, ou seja, prescinde da existência de culpa do agente. Todavia, a dificuldade técnica em delimitar o dano ambiental e seus causadores faz com que surja a discussão de quão objetiva seja esta responsabilidade: se guiada pela teoria do risco integral ou do risco criado.
Na aplicação prática, sustenta-se que diferença entre ambas as teorias reside na análise do nexo de causalidade: de acordo com a teoria do risco criado, será responsável pelo dano
Advindo de sua atividade todo aquele que houver criado ou potencializado o risco de dano. Já pelo risco integral, serão responsáveis todos aqueles que desenvolvam atividade de risco que seja conexa ao dano, relativizando a configuração do nexo de causalidade (não cabem excludentes de responsabilidade civil. Enquanto uma exige que o dano derive da atividade, para a outra basta a potencialidade de dano gerada pela atividade, independentemente de conduta.
Ocorre que as teorias acima referidas servem apenas como base de fundamentação da responsabilização objetiva, isto é, explicam o motivo pelo qual a responsabilidade deve sedar independentemente da ocorrência de culpa. Todavia, em nenhum momento a lei permite que se atribua à alguém a responsabilidade de reparar um dano independentemente de nexo de causalidade. É justamente para a dispensa velada deste requisito que serve a adoção da teoria do risco criado na aplicação da responsabilidade civil objetiva.
Ademais, quando o dano ambiental ocorre através de produtos agrotóxicos, esta conclusão pela inaplicabilidade, quiçá inexistência, da teoria do risco integral como parâmetro de aferição do nexo causal, é ainda mais acentuada. A lei claramente distingue, dentre todas as atividades que podem ser consideradas causas pela teoria do risco integral, aquelas que são verdadeiramente relevantes para a identificaro responsável pela lesão ambiental. Aqui, a causa não pode ser confundida com a simples existência de empreendimento considerado poluidor, sendo necessária uma análise mais apurada do caso. Condições e causas são contrastadas. Destarte, a discussão do nexo causal, inclusive mediante a alegação de excludentes, é plenamente possível quando o dano ambiental é gerado a partir de produtos agrotóxicos.
REFERÊNCIAS
AMADO, Frederico. Direito Ambiental Sistematizado. 5. ed. São Paulo: Métido, 2014.
BARROS, Wellington Pacheco. Direito ambiental sistematizado. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.
	. Responsabilidade civil pelo dano ambiental. Revista de direito ambiental, São		Paulo,	v.	3,	n.	9,	p.	5-52,	1998.	Disponível	em:
<http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/44994>. Acesso em: 04 março 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Disponível em<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 01 maio 2019.
	.	Decreto	nº	4.074, de	4	de	janeiro	de 2002. Disponível	em		 www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4074.htm>. Acesso em 28 abr 2019.
	.	Lei	nº	6.938,de	31	de	agosto	de	1981. Disponível	em<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 04 mai2019.
Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Apelação/Reexame Necessário nº 2005.71.11.000835-4 RS, julgamento em 17/12/2008. Disponível em ia.trf4.jus.br/pesquisa/inteiro_teor.php?orgao=1&documento=2594513>. Acesso em 12/02/2019.
BRUM VAZ, Paulo Afonso. O direito ambiental e os agrotóxicos: responsabilidade civil, penal e administrativa. Porto Alegre: Livraria do Advogado,2006.
CARRARO, Gilda. Agrotóxico e meio ambiente: Uma Proposta de Ensino de Ciências edeQuímica.	PortoAlegre,	1997.Disponível	em
<http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/publicacoes/matdid/livros/pdf/agrotoxicos.pdf>. Acesso em 15 abril 2019.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso
futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 14. ed. revista ampliada e atualizada em face da Rio+20 e do novo “Código” Florestal. São Paulo: Saraiva, 2013.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 4: responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
LANDSBURG, Lauren F. Thomas Robert Malthus. Library of economics and liberty. Disponível em <http://www.econlib.org/library/Enc/bios/Malthus.html>. Acesso em 28 mar 2019.
LEITE, José Rubens Morato; AYALA, Patryck de Araújo. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA FILHO, Mauro Faria de. Responsabilidade civil do Estado pelo dano ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.
* Breve currículo que qualifique o autor na área de conhecimento do artigo, incluindo-se o endereço de e-mail.
** Especialista em Direito Processual Civil pelo Centro Universitário UNINTER. Especialista em Direito Público pela FEMPAR-PR. Graduada em Direito pela UNICURITIBA. Professora Orientadora de TCC no Centro Universitário UNINTER 
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