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Plantas e cFlores ‘Plantas e Tlores Volume 3 ABRIL CULTURAL Abril Cultural Editor e Diretor: VICTOR CIVITA © C o p y rig h t 19 7 1 , 1972 T im e L ife In te rn a tio n a l (N e d e rla n d ) BV D ire ito s e x c lu s iv o s p a ra a lín g u a p o rtu g u e s a A b ril S /A C u ltu ra l e In d u s tria l, 1977, S ã o P a u lo B ra s il, c a ix a p o s ta l 2372, E d iç ã o o rg a n iza d a po r A b ril S/A C u lt e Ind l (a rt 15 da lei n° 5988, de 14 /12 /1973 ). Esta ob ra lo i in te g ra lm e n te c o m p o s ta e im p re ssa e m o t ic in a s p ró p ria s Sumário Capítulo 35 Rosas 1 409 Capítulo 36 Rosas 2 421 Capítulo 37 Rosas 3 433 Capítulo 38 Rosas 4 445 Capítulo 39 Rosas 5 457 Capítulo 40 Rosas & 469 Capítulo 41 Rosas 7 481 Capítulo 42 Anuais 1 493 Capítulo 43 Anuais 2 505 Capítulo 44 Anuais 3 517 Capítulo 45 Anuais 4 529 Capítulo 46 Anuais 5 541 Capítulo 47 Anuais & 553 Capítulo 48 Flores de Corte 1 565 Capítulo 49 Flores de Corte 2 577 Capítulo 50 Flores de Corte 3 589 Capítulo 51 Flores de Corte 4 601 ABRIL CULTURAL Editor e Diretor: VICTOR CIVITA Diretores: Edgard de Sílvio Faria, Richard Civita, Roberto Civita, Rubens Vaz da Costa DIVISÃO DE FASCÍCULOS E LIVROS Diretor Gerente: Roger Karm an Diretora Editorial: Elizabeth di Cropani D iretor de Marketing: Élcio Capalbo CONSELHO EDITORIAL Diretor: Luiz Laerte Fontes Editora-chefe: M aria Otilia Bocchini Chefe de Arte: Ricardo Rego M artins Secretaria Editorial: M aria Elizabeth Gobbi (coordenação), M aria de Lourdes Carvalho Editor de Texto: Vicente de Paulo T. Adorno Iconografia: M aria Elena Litardo, Edenir da Silva Redatores: Elisabeth Justino C arastan, Geraldo Carlos do Nascimento, Neusa Pinheiro, Vera M aria Arantes Assistentes de Arte: Cleuza Andreato, José Fernandes de Oliveira Serviços Editoriais Auxiliares: Nilza S. B. Alvarez, Marise Simões, Maria Erminia Ferreira Soares Coordenação Gráfica: Samuel L. Silvério Preparador de Texto: Eliel Silveira Cunha COLABORADORES Consultoria: Alice M aria Capelari Galvão de M iranda Ilustração: Helena Vieira Franco do Amaral, Michele, João Xavier de Campos, Valdir Zacarias, Akiko Gushiken, Ernesto da Silva, Lúcia Vianna Lacourt Fotos: H. Takada, Jorge Butsuem/Abril Press, Luiz G arrido/Abril Press, J. A. Tavares/Abril Press, Milton S. Shirata/Abril Press, Carlos Namba/Abril Press, José Carlos de M oraes/Abril Press, M arcus Cappelano/Abril Press, Jussi Lehto/Abril Press, Silperg/Rizzoli Press, Roselândia, Sérgio Jorge/Abril Press, Fernando Abrunhosa/Abril Press, José Antônio/Abril Press, Keiju Kobayashi, M arcos M orato, Geraldo Mori/Abril Press, Luiz Humberto/Abril Press, Alípio Silva Jr./A bril Press, Shostal Associates, Abril Press, Roberto W olfenson/Abril Press, Georges Tresca/Abril Press, Raul Victor, Arnaldo K lajn/Abril Press, Roger Bester/Abril Press, Josaffá, Zsúl/Rizzoli Press Texto: Nelly Rachel, Ubirajara Coutinho, Vera Lúcia Borin, Amélia Fernandez Gomes, Hélio Leite de Barros, Maria Emilia Pagnozzi de Carvalho, Gerson Ferreira de Faria Tradução: Maria Inês Luchesi Dauman, Vera Maria Arantes, Rosália Guim arães Galliano, Celso Paciornick D EPARTAM ENTO COM ERCIAL Diretor: Marcos Pennacchi Gerente de Produto: M árcia Bagnolesi Gerente de Operações: Pedro Mingati Gerente de Promoções: José Carlos Mádio Serviço de Atendimento aos Leitores: Maria Eleonora Rocha Fotos e desenhos não creditados pertencem à obra original. CAPA: H. Takada C a p ít u l o 3 5 ROSAS i Cultivadas desde tempos remotos, as rosas foram sendo selecionadas e sofreram grandes transformações. As novas variedades, conhecidas como rosas de jardim, não podem mais viver sem o auxílio do homem. Os sucessivos cruzamentos as tornaram muito diferentes das espécies silvestres, cujas flores apresentam apenas cinco pétalas, uma das características típicas da família das rosáceas. Há muitos anos as rosas híbridas-de chá são as preferidas dos cultivadores e do público consumidor. Delas derivaram novos grupos, como o dasfloribundas e grandifloras. Mas suas excelentes qualidades ainda não foram ultrapassadas. Acim a, as flores bem form adas da híbrida-de-chá 'Montezuma 409 Lu iz G ar ri d o/ A b ri l P re ss Um pouco da história das rosas A creditam os cientistas que as rosas apareceram há 60 milhões de anos. O fóssil, abaixo, é de uma roseira de 40 milhões de anos. A o lado, a rosa ‘Torch', do tipo polianta. Ela produz cachos com pactos de flores com pétalas bem abertas, que lembram as flores das rosas silvestres. ão há, talvez, beleza que se compare à de um bo tão de rosa que desabro cha, ainda molhado pelo orvalho, numa manhã ensolarada. Seu in tenso colorido, a doce fragrância e a aparente fragilidade das péta las aveludadas exercem grande poder de atração que conquista a todos. Os jardineiros, mesmo acostu mados a apreciar belezas extraor dinárias, cedo ou tarde acabam por não resistir ao encanto das rosas. Afinal, do ponto de vista da jardinagem, a rosa apresenta muitas vantagens. Elas superam outras plantas de jardins pelo nú mero de flores que produzem de uma só vez e, embora estas não durem muito, novos botões conti nuam a desabrochar por um lon go período. Além disso, pode-se explorar muito bem a ampla va riedade de cores, formas e tama nhos de suas flores. Mas é neces sário lembrar-se de que as rosei ras não apresentam o mesmo charme de suas flores e, por isso, devem ficar em locais discretos, onde não quebrem a harmonia do jardim. O êxito com as roseiras requer certos cuidados especiais. Elas são dependentes da mão humana para sobreviverem, com exceção das verdadeiras rosas silvestres, que se parecem muito pouco com as de jardim. As rosas silvestres (bem diferentes das não-híbridas, às vezes designadas por esse no me) têm só cinco pétalas singe las. Com suas corolas abertas, as rosas silvestres facilitam a polini zação e garantem a perpetuação da espécie, o que não ocorreria com facilidade entre as rosas de jardim, que têm as flores pratica mente fechadas. A s prim eiras rosas de jardim Acredita-se que as rosas te nham aparecido há 60 milhões de anos. Como testemunha, existe o fóssil de uma rosa silvestre de 40 milhões de anos. O cultivo de ro sas também é muito antigo. Por volta de 5000 a.C., os chineses já as cultivavam e, pouco antes da Era Cristã, elas já apareciam em seus parques e jardins. Nesse mesmo período, os egípcios tam bém cultivavam rosas. 410 Acim a e ao lado, duas variedades de híbridas-de chá, grupo que apresenta rosas muito diversificadas quanto à cor, como se pode notar com o vermelho-vivo da 'Grande Amore ’ e o amarelo-pálido da ‘Van Run 411 Abaixo, fru tos da roseira que amadurecem após a queda das pétalas e, embaixo, um roseiral. Na página ao lado, a ‘K atherine Marshall'. Do Egito as rosas chegaram a Roma. Segundo a lenda, os roma nos, antes de terem suas próprias roseiras, importavam rosas fres cas do Egito, não se sabendo co mo elas suportavam a longa via gem através do Mediterrâneo. O fato é que os romanos se apaixo naram pelas rosas e criaram grandes viveiros no sul da Itália, particularmente em Paestum (local próximo à atual cidade de Salerno). No governo de Nero, elas eram as flores preferidas pa ra enfeitar as mesas de banquetes. Todas as rosas antigas e suas descendentes pertencem ao gêne ro Rosa, que faz parte de uma grande família de arbustos, ervas e árvores, denominada ROSA- CEAE. Dentre os parentes próxi mos da rosa encontram-se mo rangos, pêssegos, cerejas e ma çãs. A característica comum en treessas plantas é a flor: geral mente de cinco pétalas singelas como as da rosa silvestre. O fato de muitas rosáceas pro duzirem frutos comestíveis nào deve causar espanto, pois a rosa não constitui exceção. Depois que as pétalas das rosas caem, surgem pequenos frutos verme- lho-alaranjados. Na Inglaterra e outros países de cultura inglesa, o fruto da roseira é usado para se fazer geléia. A s rosas híbridas As modernas rosas de jardim são descendentes de oito espécies de rosas que chegaram à Europa, vindas da Ásia, por volta de J. VI a\ ar es /A b ri I P re ss Foram necessários m uitos anos de pesquisa para que se obtivesse uma rosa amarela. Hoje, no entanto, elas são comuns. A baixo, a rosa 'G r isb iu m a híbrida-de-chá. 1700. Elas possuíam uma carac terística muito interessante para os cultivadores: eram capazes de florescer continuamente, algumas durante toda uma estação. Embora as variedades híbridas derivadas dessas espécies fossem plantas muito resistentes, algu mas apresentavam um sistema radicular fraco, faltando-lhes aquilo que os cultivadores cha mam de vigor. A solução para es se problema foi conseguida por meio de um artifício: enxertaram- se caules de roseiras fracas em caules enraizados de rosas silves tres. Inicialmente essa prática era efetuada utilizando-se apenas as rosas silvestres; depois, passou se a cultivar rosas especiais para es se fim, como a R. multijlora ou a R.japonica. Surge a rosa amarela No fim do século XIX, já ha viam sido criadas rosas de todos os matizes conhecidos, exceção feita a uma ambicionada rosa amarela. Os asiáticos, é verdade, produziam uma rosa amarela, mas ela não apresentava uma to nalidade convincente, era mais sulfurosa do que amarela. Preo cupado com isso, um criador de rosas, o francês Joseph Pernet Ducher, iniciou suas pesquisas. Tudo teria começado num pas seio que o criador de rosas fizera pelo Parque do Tête d ’Or, no jar dim municipal de Lyon, França. Pernet Ducher sentiu se atraído pelas manchas douradas de uma variedade conhecida como ‘Per sian Yellow’. Embora ela não possuísse as características ideais para cruzamentos, como as ro sas-chá, tinha qualidades genéti cas suficientes para a realização de um bom enxerto. Depois de treze anos de pes quisas e vários cruzamentos, o criador de rosas francês obteve a ‘Soleil d 'Or’. Ela tinha a parte exterior amarelo-forte e o interior vermelho ou rosa. Ainda hoje ela é muito popular. Foram precisos ainda mais doze anos para se chegar a uma rosa inteiramente amarela: a ‘Rayon d’O r\ Dela e de suas variedades surgiram to das as rosas amarelas e laranja hoje conhecidas. O valor das novas variedades A descoberta de uma nova va riedade de rosa, principalmente se ela tiver cor diferente, é muito valiosa. A descoberta é patentea da, e o autor da proeza pode ga nhar muito dinheiro com isso. As espécies raras e produtivas são apreciadas e requisitadas por cul tivadores do mundo inteiro. 414 S xistem cerca de 13 000 I Qís) variedades de rosas de jardim, produto de cru zamentos e recruzamentos efetua dos desde tempos remotos. Em jardinagem, para facilitar a iden tificação, elas são distribuídas por nove grupos, alguns caracte rizados pelo tipo e outros pela fi nalidade paisagística. Híbridas-de-chá — Classificadas pelo tipo, as híbridas-de-chá ofe recem uma excepcional série de cores, fragrâncias, formas e ta manhos. O primeiro exemplar de rosa híbrida de-chá apareceu por acaso no jardim de um criador de rosas, em 1867. O francês J. B. Guillot plantara sementes de al gumas rosas e o resultado foi sur preendente. Um dos arbustos pro duziu flores de cor rosa prateada, muito bonitas. Em 1880, a nova criação — ‘La France’ — passou a fazer parte de uma classe pró pria: a das rosas híbridas-de-chá. Poliantas — O grupo das polian tas surgiu no último quartel do século XIX pelo cruzamento das variedades anãs da rosa da China (R. chinensis) e da rosa japonesa (R. mulliflorá). As poliantas são plantas muito resistentes, de bai xo crescimento e produzem pe quenas flores em cachos. Floribundas — Produto do sécu lo XX, as floribundas aparece ram como resultado do cruza mento de uma polianta com rosas híbridas de-chá. Seu criador foi o dinamarquês Sven Poulsen que, Os nove tipos de rosas M uito elegante na ponta de uma haste com prida, a rosa ‘M ount Shasta ’ (grandiflora) é uma das rosas brancas preferidas pelos consumidores, que tam bém apreciam seu tamanho. 415 Jo rg e B ut su em /A br il P re ss Jo rg e Bu ts ue m A b ri l P re ss A híbrida-de-chá ‘Sam ba ’(ao lado) sofre uma variação de cores: os botões desabrocham amarelo-ouro, mas vão adquirindo tonalidade avermelhada; quando a rosa acaba de se abrir, suas pétalas já estão inteiramente vermelhas. A baixo, a ‘Trade W in ds', que tem pétalas vermelhas com reverso prateado, e a rosa trepadeira 'Elmshorn ’com suas flores dobradas reunidas em cachos. Na página ao lado, a floribunda ‘Fee ’e um cacho típico da rosa polianta ‘Torch '. 416 dando seqüência às pesquisas de seu pai, conseguiu, em 1924, in troduzir a primeira floribunda, que foi batizada com o nome de ‘Else Poulsen'. As floribundas, co mo sugere seu nome latino, pro duzem muitas flores e, se forem cuidadas adequadamente, flores cem o ano inteiro. Seu apareci mento determinou um declínio no cultivo das poliantas. Grandifloras — Grupo recente, as grandifloras originaram se do cruzamento das híbridas-de chá com as floribundas. Formam um grupo de rosas vigorosas, geral mente mais altas que as híbridas- de chá. Suas flores, que aparecem em grande quantidade, são pe quenas e delicadas. Uma varieda de desse grupo, a ‘ Queen Eliza beth’^ muito popular. Rosas trepadeiras — As trepa deiras não constituem um tipo es pecífico. Formam um agrupa mento de plantas diversas, carac terizadas apenas pelos longos ra mos arqueados. Além disso, o termo trepadeira chega a ser ina dequado para designar o grupo, pois nenhuma dessas rosas possui órgãos de fixação que lhes permi tam subir num suporte. Todas precisam de amarrilhos para se fixarem; são, na verdade, arbus tos escandentes. Com o auxílio dos amarrilhos, porém, elas fun cionam como trepadeiras. Híbridas-perpétuas — Elas são altas e viçosas. Seu aparecimen to, no fim do século XIX, deter minou o fim de uma era: as rqsas que as precederam denominam-se antigas e as posteriores, moder nas. Cerca de 800 variedades de híbridas-perpétuas predomina ram por mais de cinqüenta anos. Hoje, elas estão cedendo lugar para as híbridas-de-chá. (J o•« Õu 417 Rosas-chá — Elas surgiram mui tos anos atrás, provavelmente da R. chinensis. Sua forma de trepa deira é derivada da R. odora ta gi gantea, uma trepadeira capaz de atingir 12 m e produzir flores de 13 cm de diâmetro. As rosas-chá, trazidas do Extremo Oriente, re ceberam esse nome porque seu perfume lembrava a fragrância de uma lata de chá recentemente es vaziada. Suas cores variam do branco ao rosado e apresentam vários tons de amarelo, inclusive o limão, além das variedades marrom claro, castanho-claro e salmão. São propagadas com fa cilidade por estacas de galho. Rosas antigas — Esse grupo é constituído por espécies vetera nas da história das roseiras. Mui tas delas não apresentam qual quer característica comum, ou tras relacionam se apenas vaga mente entre si e, ainda, algumas são produtos recentes de cruza mentos de rosas antigas. Especiais — Este agrupamento é o que abarca maior número de variedades,pois praticamente to das as variedades podem integrá lo. O que o caracteriza é a finali dade do uso da roseira. Assim, as roseiras arbóreas — qualquer ro seira enxertada num caule alto — e os enxertos comuns, que produ zem roseiras de 60 cm a 1,5 m de altura, entram nessa categoria. O mesmo ocorre com as roseiras miniaturizadas, tão pequenas que não chegam a atingir 30 cm de altura. Para se obter os efeitos paisagísticos desejados, pode-se apelar para grupos de rosas para Jins especiais: você pode encontrar desde as roseiras anãs, como a variedade ‘Carol '(ao lado), até as gigantescas trepadeiras. ultivar rosas é uma tare fa que requer muita dedi cação. Apesar de sua va riedade de tipos, todas necessi tam de cuidados especiais. Elas não se desenvolvem como plantas silvestres, pois são muito sensí veis às raízes de outras plantas. As rosas não se adaptam com algumas plantas vivazes, embora alguns jardineiros tentem combi nar os dois tipos, o que será pre judicial às rosas. Para que as roseiras cresçam bonitas, seus canteiros devem ser bem preparados e localizados de modo que as rosas possam rece ber sol num mínimo de 5 a 6 ho ras diárias, e algumas horas de sombra que ajudarão a proteger a cor das flores. O sol da manhã é o ideal para que as plantas pos sam secar durante o dia, evitan do-se assim a enfermidade das fo lhas, que é muito comum em con dições úmidas. Uma boa drenagem deverá ser providenciada a fim de evitar o acúmulo de água ao nível das raí zes: elas também necessitam de ar. Se o jardim não apresentar uma drenagem natural, faça a drenagem artificialmente. A drenagem de ar frio constitui um outro cuidado muito impor tante: as roseiras normalmente morrem em locais onde o ar frio fica estagnado (isso ocorre nas baixadas). Mesmo em um jardim que recebe brisas leves, as plantas podem ser prejudicadas pelos ventos de inverno. Por isso, con vém utilizar a proteção de um muro vazado ou uma cerca viva. Os cuidados essenciais A produtividade de um roseiral depende de uma série de fatores, a começar pelo plantio num terreno que possa garantir uma boa drenagem. Os exemplares devem ficar devidamente espaçados uns dos outros e dispostos de modo a form ar corredores que facilitem a circulação. Para a proteção do solo, convém usar uma camada de cobertura morta. Abaixo, a 'Climbing Orange Triumph', uma rosa trepadeira vigorosa, que apresenta intenso ritmo de crescimento. Suas pequenas Jlores amarelo-alaranjadas são muito graciosas. A o lado, 'Madame A . M eilland’,fam osa híbrida-de chá. Alguns ajustamentos da acidez do solo são sempre necessários: para determiná los, teste o solo com o peagâmetro. Os solos mais adequados ao plantio das rosas são os “pesados” (os argilosos), aos quais deve-se adicionar maté ria orgânica, para obter uma mis tura macia e porosa. Se o solo for “ leve” (muito arenoso), mais ma téria orgânica deverá ser adicio nada, para evitar que a água seja drenada muito rapidamente. A matéria orgânica que melhor se adapta às rosas é o esterco de curral bem curtido. Pode-se usar também terra vegetal, que se constitui de restos vegetais em decomposição. Para que as raízes se desenvolvam fortes, misture ao solo adubo fosforado a 20%, nu ma média de 150 a 200 g por m 2. A farinha de ossos degelatinados. uma fonte alternativa de fósforo, pode ser aplicada na proporção de 150 a 300 g por m 2. Além des ses cuidados no momento do pre paro do solo, os fertilizantes são indispensáveis durante o cresci mento das plantas. Comece a preparar os cantei ros 3 meses antes do plantio, para que os aditivos tenham tempo de se incorporarem ao solo. E im portante escavar toda a área a uma profundidade de 45 a 60 cm. para que as raízes penetrem ade quadamente no solo. A melhor época para o plantio das roseiras vai de abril a agosto, quando a temperatura é menos elevada. Nesse período elas não sofrerão com os rigores do sol ou o excesso de umidade. 420 H . T ak ad a/ C ol cç ào A lic e C ap cl ar i As resistentes rosas silvestres S çn) xistem cerca de 200 va I Qln riedades de rosas silves tres ou semi-silvestres. Elas são tão resistentes que, du rante muito tempo, seus caules eram os únicos usados como por- ta-enxerto. A maioria delas caracteriza-se por seu desenvolvimento arbusti vo, mas muitas são classificadas como trepadeiras. Todas elas de senvolvem-se com facilidade e N esta página e na do lado, híbridos de rosas silvestres que m antêm as características f lo res de poucas péta las: 1) a trepadeira 'Max Graf', criada pelo cruzam ento da R osa rugosa, alta e ereta, com a Rosa wichuraiana, planta rasteira; 2 ) a Rosa fo e tid a bicolor (am arelo e larar\ja), levada para a Europa pelos mouros, no século X II; 3 ) a R osa rugosa rubra, de cor vermelho-arroxeada; ela é m uito resistente e suporta viver em qualquer tipo de solo, mas prefere os arenosos, próxim os do mar. Na página ao lado, uma am pliação da Rosa spinosissima: podem se notar os estam es com as anteras carregadas de pólen. (N as páginas seguintes, um jardim com extensa sebe de ‘M ax G raf.) grande parte produz flores de cin co pétalas. Normalmente as ro seiras florescem apenas na prima vera, mas ocasionalmente podem repetir a floração no outono. Embora ainda seja possível transplantar para jardins domés ticos rosas silvestres em seu esta do nativo, quase todas as silves tres cultivadas atualmente são versões das originais ou híbridas criadas por cultivadores. 424 1 Î ^ V T *&m i7 • - < * i v * - \ y rKfc Bp àf■* '■ K ' 1B j "1 -^ / VJISf m - y * (>|SfWarn||gg®f M O T I j fe ^ A -7.- sBB^Ê£^_à f r f . < . i'* V * S f^ â®i '• ? Æ ÿ p & * 11 • ^ c - , « s a "- <;*<v ->?L— As enormes hibridas perpétuas Abaixo, a rosa 'Ferdinand P ichard’, uma das poucas híbridas perpétuas desenvolvidas neste século. Na página ao lado, a vistosa ‘J. B. Clark cujos ram os longos precisam ser apoiados em suportes. omo resultado de muitos cruzamentos e recruza- mentos de rosas, apare ceram as primeiras rosas híbridas modernas, batizadas com o nome de híbridas perpétuas por flores cerem durante mais tempo do que as rosas anteriores. O período áureo das híbridas perpétuas ocorreu na era vitoria na da Inglaterra. Suas flores grandes e quase esféricas, de tão cheias, atingiram naquela época o máximo de sua popularidade, enfeitando parques e jardins. Apareceram as variedades ‘Paul Neyron’, que produz flores com até 18 cm de diâmetro, e a ‘Prince Camille de Rohan’, cujas flores têm cerca de cem pétalas. Outras 3 000 variedades de híbridas perpétuas foram criadas ao longo dos séculos XVIII e XIX, caracterizadas pela sua for te resistência, sobretudo ao frio. Depois do século XIX, as híbri- das-de-chá, rosas que apresentam cores mais destacadas e florações mais regulares, as eclipsaram. Mesmo assim, sua superior resis tência ao frio as tornam, ainda hoje, uma das melhores escolhas para jardins situados em regiões de baixas temperaturas. 428 As vigorosas Horibundas Abaixo, a ‘Lili Marteen '.Jloribunda de beleza excepcional. Na página ao lado, a ‘Europeana ’, que num único ramo produz dúzias de rosas. riginadas do cruzamento de uma vigorosa polianta com uma bela, porém frágil, híbrida de-chá, as floribun- das herdaram as principais carac terísticas para uma boa roseira: resistência e beleza. Além disso, florescem continuamente, com exceção de um curto período de dormência no inverno. A maioria das floribundas pro duz flores de5 a 10 cm de diâme tro, que aparecem em graciosos cachos, na extremidade de ramos alongados. Algumas variedades apresentam flores dobradas de até sessenta pétalas, outras com pouco mais de vinte, e algumas possuem flores singelas de apenas cinco pétalas. As roseiras geral mente não são grandes, variam de 60 a 90 cm de altura, o que as torna ideais para cercas vivas ou cultivo em canteiros. J. A . T av ar es /A b ri l Pr es s L* j A br il P re ss Belas, resistentes e produtivas, asßoribundas ganharam destaque no com ércio de rosas e algumas variedades, com o as das fo to s abaixo, estão se popularizando: 1) 'Apricot N ectar 2) ‘Schneewittchen ’(botão); 3) ‘Schneewittchen ’; 4) ‘B etty Prior Dentre as floribundas, merece destaque especial a variedade ‘Floradora’. Suas excepcionais qualidades de beleza, produtivi dade e vigor revolucionaram o comércio de flores de corte, antes quase exclusivo das híbridas-de- chá. Também merecem menção, pelo vívido colorido vermelho- alaranjado, as variedades conhe cidas como ‘Jiminy Cricket’, ‘Spartan’, ‘Wild Fire’ e ‘Circus’. Durante muito tempo as varie dades de rosas floribundas eram todas chamadas híbridas-polian- tas. Embora a primeira delas ti vesse sido criada em 1924, so mente em 1951 é que as floribun das, por uma proposta de E. L. D. Seynour e Charles Perkins à Sociedade Americana de Rosas, passaram a constituir um grupo separado, com a denominação própria usada atualmente. C a p í t u l o 3 7 ROSAS 3 A s roseiras mais adequadas para o plantio em jardins são as trepadeiras. Elas podem subir em treliças, pérgulas ou caramanchões, sempre causando bom efeito. Os outros tipos, no entanto, não têm as mesmas propriedades ornamentais. Embora produzam flores maravilhosas, seus arbustos raramente são bonitos: as podas constantes deixam-lhes marcas pouco estéticas nos ramos. Com pétalas vermelho-sangue. m arcadas p o r som bras enegrecidas, a 'American H om e'(acim a) é uma das m ais significativas representantes do grupo das híbridas-de-chá: produz flo re s grandes, perfumadas, que aparecem na extrem idade de longas hastes, sendo ideais para o corte. 433 As majestosas grandifloras Originária do cruzamento da híbrida-de-chá ‘Charlotte Armstrong ’ com a floribunda ‘Floradora ’, a 'Queen Elizabeth ’(abaixo) deu origem à linhagem das grandifloras. Na página ao lado, a grandiflora ‘Duet ’. íbrida criada a partir de outras híbridas, a grandi flora representa a con cretização de u'm ideal dos cria dores de rosas: obter um tipo de rosa que tivesse a beleza das flo res e os longos caules das híbri- das-de-chá, assim como a resis tência e os abundantes cachos das floribundas. Essa etapa de desenvolvimento das rosas foi prenunciada com o aparecimento da ‘Queen Eliza beth’ (abaixo). Ela é uma roseira que pode atingir mais de 2 m de altura, superando nesse particu lar as híbridas-de-chá. Produz, como as floribundas, muitas flo res, que podem aparecer isolada mente na extremidade de um ra mo ou em cachos. Introduzida nos Estados Uni dos em 1954, a ‘Queen Elizabeth’ tornou-se a base para a criação das grandifloras (na Inglaterra, elas ainda são consideradas uma subclasse das floribundas), como a ‘Duet’, cultivada no Texas, que produz magníficos cachos de flo res (página ao lado). 434 As rosas trepadeiras Aqueles que dispõem de espaço suficiente para cultivar roseiras trepadeiras podem optar pelas novas variedades que, além de muito flexíveis, produzem flo res em abundância, como a ‘Pillar o f Fire ’(I ) ou a ‘Don Juan ' (2). A ‘Bloom field C ourage'(3), que tem flores singelas de cinco pétalas, é uma roseira muito resistente. Na página ao lado, uma cerca rústica revestida pela ‘Paul 's Scarlet C l im b e r Seus ramos longos e flexíveis, quando devidamente enrolados na cerca, atingem vários metros. Na época da floração, eles ficam cobertos de flores. s roseiras trepadeiras são plantas cujos caules se alongam tanto que po dem ser levadas a subir em treli- ças, pilares, gradis, dispostas ao longo de uma cerca e, até mesmo, em telhados. Como não consti tuem um tipo específico de rosei ra, podem ser encontradas entre as floribundas, as híbridas-de-chá e as silvestres. Geralmente, as trepadeiras são roseiras extremamente vigorosas e não raro crescem até 6 m em uma única estação. Não consti tuem uma novidade, pois já eram muito difundidas desde o século passado, e podem ser encontra das entre elas algumas espécies silvestres. Recentemente, no en tanto, as trepadeiras têm sido substituídas por variedades mais flexíveis e que produzem flores mais bonitas. Exemplos disso são a ‘Don Juan’, cujo botão aveluda do pode ser observado abaixo, à esquerda, e a ‘Paul’s Scarlet Climber’ (página ao lado) que se desenvolve com facilidade ao lon go de uma cerca. 3 436 A trepadeira ‘American Pillar ’ (abaixo e ao lado) é muito popular na ilha de Nantucket (M assachussets), onde as casas cobertas de rosas já se tornaram verdadeira tradição. A m arradas a treliças, elas cobrem, com sua densa folhagem , a casa inteira, do chão ao telhado. Também podem se estender ao longo de uma cerca. S —i . - *• « < - - m * * •' ' U i : ' » p i • • Hv-jÊ ■ I • • ’ ' * * ’ , • w. ■ * ’■ - - Ê *' * t % 4 ‘ ” a yY i * • •' ' 'i »•*? ■ ‘ « ’ • Híbridas- de-chá: as favoritas ‘T iffany’(1), ‘S im one’(2) e ‘La Jo lla ' (3), abaixo. Na página ao lado, a singela ‘D ain ty Bess ’. arco do início de uma su cessão de conquistas na hibridação de rosas, as híbridas-de-chá transformaram- se, num período de pouco mais de cinqüenta anos, na maior classe dessas flores. Suas cores, formas e tamanhos variam muito, como se pode ter uma idéia com as ilustrações des ta página e das seguintes. A rosa ‘Tiffany’ (1), por exemplo, possui as características básicas das híbridas-de-chá: cor notável (mis tura de rosa-suave com dourado- pálido), botões longos e pontiagu dos, flores grandes e longas has tes, próprias para corte e arranjos ornamentais. Outras variedades têm atribu tos específicos, como a tonalida de róseo-arroxeada da ‘Simone’ (2) ou o colorido matizado e a singular textura da "La Joila’ (3). Até uma requintada simplicidade pode ser encontrada em algumas híbridas-de-chá, como a ‘Dainty Bess’ (página ao lado) que, a exemplo das antigas silvestres, tem apenas cinco pétalas. 3 440 C a p í t u l o 3 8 ROSAS 4 O cultivo de rosas exige uma série de cuidados, a começar pela preparação prévia dos canteiros, que deve ser efetuada pelo menos três meses antes do plantio. A escolha das variedades, a maneira de se fazer as covas e conservar as mudas, tudo deve ser feito cuidadosamente, a fim de que o resultado final seja satisfatório: roseiras sadias, que produzam flores belas e perfumadas. O aparecimento de novos tipos de rosas, como as poliantas, floribundas e grandifloras, perm itiu aos jardineiros uma ampla possibilidade de escolha para o cultivo. Acim a, a ‘L ili Marleen floribunda que produz flores vermelhas em cachos que se abrem nas extremidades de suas longas e elegantes hastes. 445 Como plantar roseiras IR RIG A Ç Ã O E D REN A GEM Em locais secos e quentes, onde as roseiras necessitam de regas quase diárias, convém fazer, para poupar trabalho e água, um sistema de irrigação subterrâneo (1). Para isso, abra uma vala de 60 cm de profundidade (a largura ideal ê 1 m e o comprimento depende das condições da área disponível). Revista o fundo da vala com uma camada de 5 cm de altura de pedregulhos. Sobre eladisponha canos perfurados de 3 a 4 polegadas de diâmetro, de m odo a percorrer o canteiro no sentido do comprimento. Tape uma das extremidades dos canos; na outra, acople um pedaço de cano sem furos no sentido vertical. Junto ao nível do solo, coloque na boca do cano um filtro, para evitar possíveis entupimentos nos canos. Sobre os canos do fundo do canteiro, disponha outra camada de pedregulhos e complete com terra do canteiro. Para os locais muito úmidos, construa um sistema de drenagem artificial (2). O processo de construção é semelhante ao do sistema de irrigação. Só que, neste caso, dispensa-se a necessidade de um pedaço de cano na vertical e é necessário que os canos de drenagem tenham saída num leve declive. cu ltivo de ro sa s requer p re p a ra çã o inicial. A p ri m eira p rov idência a ser to m ad a é a av a liação do local do p lan tio . A s ro se iras gostam da um idade, m as não suportam solo e n ch a rcad o . Isto significa que elas p rec isam de solo bem d re n a do. A ssim , o local ideal p ara o p lan tio de ro se iras é aquele que ap resen ta um ligeiro declive, de fo rm a que a drenagem se faz n a tu ra lm en te . Se você d ispuser de um te rren o com essa c a ra c te rís ti ca, d ific ilm en te terá p rob lem as, a não ser que a reg ião seja m uito úm ida. N esse caso , será necessá rio p ro v idenc ia r um sistem a de d renagem artific ia l (veja ilustra ções abaixo). M as o local ideal nem sem pre fica onde você pre tende cu ltivar suas ro se iras. Se po r acaso seu terreno for p lan o , a so lução con siste em elevar os can te iro s ac im a do nível do solo. Evite p lan ta r as ro sa s em lo ca is ba ixos, su jeitos a in u n d ação nas ép o cas de chuvas. N esses lo cais, a té m esm o a drenagem a r ti ficial não será suficiente p a ra re solver o p rob lem a, e você poderá perder su as rosas. D efin ido o local onde você 446 pretende plantar as rosas, a etapa seguinte é a preparação do can teiro. As rosas precisam de um solo rico, bem preparado. Por is so, essa operação precisa ser rea lizada três meses antes do plantio (veja página 419). Inicialmente, você deve limpar bem o terreno. Em seguida, afofe bem a terra numa profundidade de cerca de 30 cm, retire-a e mis ture-a com composto orgânico - um terço da quantidade de ter ra — , e adicione farinha de ossos ou superfosfato. Recoloque a mistura na cova e deixe a descan sar até a época do plantio. Como comprar mudas de rosas Como você tem que esperar pelo menos três meses até que o canteiro fique pronto para o culti vo, terá tempo suficiente para es colher bem as variedades de ro sas que serão plantadas. As amostragens das flores são sem pre encantadoras, mas, nesse mo mento, leve em conta considera ções de ordem prática, como, por exemplo, a resistência da varieda de às doenças, a manutenção que ela exigirá, o tamanho da planta e a finalidade do plantio. Além disso, se você encomen dar mudas de roseiras com raízes nuas, convém plantá las o mais rápido possível e, de preferência, numa época amena. Embora a época ideal de plantio varie de acordo com a região, se você comprar as mudas de uma em presa conceituada, elas chegarão no período próprio para o plan tio. As mudas acondicionadas em vasos podem ser transplantadas em qualquer época, mesmo se es tiverem florescendo. Como a maior parte das rosas só pode ser comprada pelo reem bolso postal, provavelmente você verá o exemplar adquirido so mente quando desembrulhá lo. Uma boa roseira apresentará caules finos, frescos e esverdea dos (se estiverem enrugados e desbotados, é sinal de que o teci do está desidratado). As raízes perfeitas são finas, longas e bem distribuídas em torno dos caules. Como plantar e cuidar Os cultivadores de rosas expe rientes têm seus próprios segre dos e técnicas específicas para obter das roseiras uma floração abundante. Mas, as técnicas bási cas, na verdade, são simples. Os botões compridos que se abrem em flores de muitas pétalas caracterizam a 'Orchid M asterpiece uma híbrida de chá rosada. PLA N TIO DE M U D A S C O M R A ÍZ E S N U A S 1. Se você não pode plantar uma roseira de raízes nuas de um dia para o outro, proteja-as do ressecamento, enterrando-as numa cova inclinada. A profundidade deve ser suficiente para proteger adequadamente as raízes. 2. A ntes de plantar roseiras de raízes nuas, deixe-as no interior de um balde com água. Misture à água um pouquinho de terra: isso manterá as raízes úmidas enquanto você as ajeita na cova. 3. N o canteiro preparado, abra covas de 50 cm de profundidade. Encha-as de modo a form ar um cone e coloque a muda da roseira sobre ele. A s raízes que aparecem logo abaixo do nó de articulação devem ser espalhadas em volta do cone, m as não as force. O nó deve ficar 2.5 cm abaixo do nível do solo, se a sua região fo r fria , e 2.5 cm acima, se fo r quente, como no norte e nordeste brasileiros. Se você usar um pedaço de tábua como nível, achará a medida indicada com maior facilidade. 4. O preenchimento posterior da cova deve ser fe ito aos poucos. A cada 10 ou 15 cm, firm e a terra com os pés, tomando cuidado para não ferir as raízes. 5. Quando faltarem 7 cm para tapar toda a cova, interrompa a operação e complete o buraco com água (use uma mangueira de flu xo suave). D epois que a água tiver sido drenada, complete o fecham ento do buraco. 6. Faça um montículo de terra ju n to ao caule principal, de modo a proteger o nó de articulação; normalmente ele poderá ter até 20 cm de altura. Você deverá regá -lo com freqüência, pois ju n to ao nó nascerão as gemas. 448 O processo inicia-se com o plantio das mudas. Isso deve ser feito quando a temperatura é mais baixa e os raios solares não são intensos, de abril a agosto, no período da manhã. As mudas que você vai usar devem estar em per feitas condições. Por isso, quan do receber suas plantas, retire-as imediatamente da embalagem e umedeça suas raízes. Para mantê- las úmidas, envolva-as num peda ço de saco de estopa molhado, ou deixe-as no interior de um balde com água, de modo que apenas as raízes fiquem submersas. As plantas podem ficar na água até 24 horas, se preciso. Mas você deverá ter outras preocupa ções: à noite, elas não podem fi car ao relento, pois a temperatura tende a cair e o vento seco pode desidratá-las. Aliás, não convém plantar rosas em dias de vento. Quando você não puder plan tar a muda de um dia para o ou tro, proteja-a de uma maneira simples: enterre a planta numa cova rasa e inclinada (veja ilus tração na página ao lado). Profundidade da cova Na hora de plantar as suas ro seiras, você precisa pensar ini cialmente no espaçamento das covas, pois elas crescem e se ex pandem lateralmente. Roseiras grandes, como as híbridas-de- chá, devem distanciar-se 1,2 m uma da outra; roseiras comuns podem ter espaçamento de 1 m; e as mais baixas, distância de 40 a 50 cm. As trepadeiras exigem espaçamentos maiores; geralmen te o mínimo é de 1,8 m. Para fazer a cova no canteiro, use uma cavadeira com lâminas curvas, para obter buracos cilín dricos. Cada buraco deve ter cer ca de 50 cm de diâmetro e 50 cm de profundidade. As plantas, de modo geral, têm uma profundidade ideal para o plantio, que é determinada pela forma do desenvolvimento das raízes. Para as roseiras, a chave da profundidade ideal de plantio é o nó de articulação do caule princi pal com o porta-enxerto, que apa rece nas híbridas-de-chá, flori- bundas, grandifloras e muitas tre padeiras, enfim, nas plantas que foram enxertadas.Esse nó é a marca do enxerto realizado. Quando você for plantar uma ro seira de raiz nua, o nó deve ficar ao nível da superfície do solo. Em A baixo, um roseiral bem cuidado. Em primeiro plano, um canteiro da variedade 'Castanet ’, que produz grandes flores cor-de-rosa. 449 C O M O PLA N TA R UMA ROSEIRA A C O N D IC IO N A D A 1. Para plantar uma roseira comprada em vaso ou lata, cave um buraco no canteiro preparado (veja página 419). A cova deve ter duas vezes o diâmetro e duas vezes a profundidade do recipiente. C om plete o buraco até a metade com a terra retirada. Coloque o recipiente no fundo do buraco e verifique se suas bordas ficarão acim a do nível do solo. 2. Retire o recipiente da cova e regue-o abundantemente. Se ele fo r de lata, abra a inicialmente pelo fundo. Se fo r vaso, bata suas bordas contra uma superfície fixa , até que o torrão se solte. 3. Coloque o torrão bem centralizado no buraco. Se ele ainda estiver envolvido p o r lata, corte-a em sentido vertical, mas sem mexer na terra ao redor das raízes. 4. Preencha o buraco pressionando a terra para baixo. Trace um círculo correspondente à boca do vaso e, com punhados de terra, construa uma "coroa "de 4 cm de altura. Regue até transbordar a "coroa D epois que a água tiver sido drenada, preencha o espaço deixado com esfagno. regiões de clima mais frio, con vém deixá-lo de 2,5 a 5 cm abai xo da superfície do solo. Em re giões muito quentes, ao contrá rio, ele deve ficar de 2,5 a 5 cm acima do nível do solo. Para manter a planta no nível apropriado, a cova deve ser ajus tada no momento do plantio. C o mo as raízes nuas de uma roseira se abrem a partir do caule princi pal, amontoe terra apenas no meio do buraco até o ponto em que deverá ficar o nó de articula ção. Verifique se a cova está no tamanho suficiente, e lembre-se de que nunca se deve cortar as raízes. Aprofunde o buraco, se necessário, de modo que elas cai bam naturalmente. Às vezes, a planta apresenta uma única raiz comprida ao lado de outras me nores. Faça um buraco especial para ela no fundo da cova. Com a planta fixada no nível desejado, preencha gradativa- mente o buraco: a cada 10 ou 15 cm firme bem a terra com os pés, mas seja cuidadoso para não que brar as raízes e não pise muito próximo ao caule. Quando falta rem 7 cm para atingir o topo do buraco, interrompa o processo. Com uma mangueirinha aberta, 450 A trepadeira 'Elmshorn ’produz grandes cachos de flores. Observe, na fo to abaixo, suas flores dobradas, de form a quase esférica. água repartido em duas ou três aplicações que apenas umedeçam a superfície do solo. Aparentemente uma tarefa fá cil, a rega das roseiras deve ser cercada de alguns cuidados bási cos, para não pôr a perder todo o trabalho de cultivo. Um cuidado inicial é evitar molhar as folhas, porque a folha gem úmida facilita o aparecimen to de doenças. Por essa razão, fa ça a rega pela manhã; isso vai permitir que a superfície das fo lhas fique exposta ao sol durante o dia inteiro, facilitando assim a sua secagem. Para molhar somente o solo, use uma mangueira com fileiras de furos ao longo do tubo. A água que sai pelos orifícios pene tra lentamente no solo, em toda a extensão da mangueira. O trabalho de rega também po de ser feito utilizando-se um bico que, adaptado a uma mangueira comum de jardim, faz sair a água em forma de gotículas. Regue apontando a mangueira cuidado samente para o solo, ao redor de cada planta. Alguns jardineiros mais econô micos costumam adaptar uma meia velha ao bico da mangueira. Trata-se de um expediente casei ro, mas bastante funcional, pois quebra a força da água, protegen do assim o solo e mantendo a co bertura morta intacta. A cobertura vegetal morta Tanto quanto a água, a cober tura vegetal morta desempenha um papel de grande importância na conservação do seu canteiro, pois é ela a responsável pela re tenção da umidade do solo. Além disso, um manto de cobertura morta, com 5 a 10 cm de espessu ra, poderá encarregar-se de impe dir o excessivo aquecimento do solo, barrar a intromissão de er vas daninhas e, por fim, oferecer ao seu jardim uma aparência de bom trato. A cobertura morta pode se constituir de quase qualquer tipo de matéria orgânica. Além de es- fagno, outras boas matérias vege tais são tiras de cortiça, folhas, “agulhas” de pinheiro, cascas de arroz ou amendoim, bagaço de cana, palha de espiga de milho ou serragem. Mas, qualquer que seja o tipo de proteção que você use, ela de ve ser aplicada no início da pri mavera e certamente antes que o 454 sol fique realmente quente. Antes de espalhar a matéria vegetal, afofe o canteiro com um cultiva dor em forma de garra, para sol tar a superfície do solo, e remova qualquer erva daninha que tenha brotado. Em seguida, distribua a matéria vegetal uniformemente sobre o canteiro e ao redor da ba se de cada planta, numa camada de 5 a 10 cm de espessura. Ao fazer a rega não se preocu pe em umedecer a matéria vege tal; é o solo abaixo que deve manter-se úmido. Assim, faça uma pequena abertura na cober tura morta e aí assente a man gueira. Desta maneira, a água não será desperdiçada, saturando a matéria orgânica da superfície. Como a matéria orgânica usa nitrogênio do solo ao se decom por, esse elemento pode se tornar escasso para as roseiras, que pas sarão a apresentar folhas verde pálido. Nesse caso, aplique um adubo rico em nitrogênio. A adubação adequada Antigamente, adubo, para a maioria dos jardineiros, era si nônimo de estrume de curral decomposto. Consagrado como Os canteiros da ‘Peter Frankenfeld' são valorizados pelas longas hastes das flores , característica de muitas das híbridas-de-chá. Os pequenos arbustos das rosas miniaturas, que geralmente não crescem m ais do que 30 cm, permitem vários arranjos ornamentais. Abaixo, a miniatura tipo ‘G arnette’. uma combinação de cobertura morta, adubo e condicionador de solo, essa matéria de base orgâni ca acabou afinal por revelar-se de um conteúdo nutritivo bastante escasso em relação aos fertilizan tes químicos. Verificou-se, po rém, que o estrume de vaca bem decomposto, pela sua proprieda de característica de facilitar a ab sorção dos nutrientes do solo pe las plantas, constitui-se num ferti lizante insubstituível. Como nas cidades não é fácil encontrar es trume de curral, a maioria dos cultivadores usa fertilizantes quí micos, embora muitos continuem a preferir adubos orgânicos, tais como farinha de ossos e torta de caroço de algodão. Os fertilizantes químicos com põem-se de três elementos, cada qual com determinada função no desenvolvimento de sua roseira: o nitrogênio, que estimula o cresci mento, produzindo caules, hastes e folhas; o fósforo, que ativa o crescimento das raízes e aumenta a produção de flores; e o potás sio, que promove o fortalecimen to das plantas. Todo fertilizante apresenta uma fórmula que reve la a porcentagem de cada um dos elementos. O adubo químico mais usado para rosas é o de fór mula 6-12-6; ou seja, o que con tém 6% de nitrogênio, 12% de fósforo e 6% de potássio. Mas há outros, compostos em diferentes proporções, de forma a produzi rem diferentes efeitos. Normalmente roseiras novas não precisam de adubação até o aparecimento de flores. Plantas adultas, por outro lado, requerem fertilizantes justamente antes que os botões brotem, na primavera. Para elas, aplique 1/2 xícara (chá) de adubo 6-12-6 por planta. Caso você já tenha protegido a terra com cobertura morta, espalhe o adubo uniformemente por cima e regue abundantemente. Para man ter um crescimentovigoroso por toda a estação, adube tanto as ro seiras novas como as velhas, logo após a primeira floração, e, nova mente, em pleno verão, usando 1/4 de xícara (chá) de adubo por planta, em cada aplicação. Na re gião sul, se uma alimentação pos terior for necessária, use um adu bo sem nitrogênio, para não favo recer novos crescimentos de ra mos. Nas outras regiões, uma no va adubação, no final do verão, acrescentando-se 1/3 a 1/2 xícara (chá) por planta, garantirá lindas flores por todo o outono. 456 C a p í t u l o 3 9 ROSAS« O controle das doenças e pragas constitui um dos cuidados básicos para o êxito no cultivo de rosas. Identificados os agentes causadores da moléstia num ramo infestado, pode-se tomar providências antes que as plantas fiquem seriamente comprometidas. Mas são os cuidados preventivos, como podas e aplicações de defensivos, que garantem a boa saúde das roseiras. Para produzirem flores solitárias nas extremidades de longas hastes, as híbridas-de-chá, como a ‘Grande Am ore ’acima, precisam apenas de poda alta, aplicada logo após o período de dormência da planta, ou seja, no início da primavera, quando aparecem os prim eiros brotinhos. 457 Como controlar pragas e doenças f~ \ s rosas sofrem o ataque de um grande número de pragas e doenças. Embo ra algumas variedades sejam mais resistentes que outras, ne nhuma delas pode prescindir da proteção contra esses inimigos. O controle sistemático e pre ventivo de pragas e doenças im põe-se como uma prática normal no cultivo de rosas, mas convém lembrar que o controle mais efi caz resulta do cuidado adequado com as plantas: as roseiras bem adubadas e regadas ganham maior resistência. Também é im portante, como medida preventi va, remover as folhas e pétalas murchas, pois elas tendem a abri gar as pragas nocivas e propiciar o aparecimento de doenças. Mas os cuidados acima apon tados precisam ser complementa dos com a aplicação de defensi- DOENÇAS SIN AIS DE INFECÇÃO ROSAS M AIS SUSCEPTÍVEIS CANCRO Pode ser identificado pelas manchas m arrons que circundam os caules e que, depois, a tingem as fo lhas. É causado por fun gos que penetram pelos cortes de poda, nó de articu lação do enxerto ou ferim entos deixados por esp inhos arrancados. híbridas-de-chá híbridas perpétuas rosas-chá G ALHA Doença bacteriana, a galha é um tu m o r arredon dado e áspero, que aparece nos caules ju n to ao n íve l do solo. As p lantas infectadas — geralm ente a pa rtir de fe rim e ntos fe ito s por ferram entas de po da — perdem o viço e m orrem . todas M ILDIO Uma camada em poeirada, de cor branca ou cinza, aparece nos caules, fo lhas e botões. As fo lhas en rolam -se e secam; os bo tões se enrugam . 0 m ildio é provocado por fungos e se manifesta quando há m uita umidade ou pouco sol. híbridas-de-chá floribundas trepadeiras políantas PINTA PRETA Pintas pretas fo rm am -se nas folhas; o tecido ao redor da pinta to rna-se am arelo. A doença geral m ente ocorre em tem po úm ido e espalha-se por esporos form ados nas p in tas e levados para outras p lantas pela água da chuva ou das regas. h íb r id a s - d e - c h á h íb r id a s p e r p é tu a s r o s a s - c h á p o l ia n ta s %? FERRUGEM Pústulas laranja-averm elhadas, sem elhantes a pa pilas, aparecem na página in fe rio r da fo lha, que lo go m urcha e cai. No o u to n o , os esporos to rna m - se pretos, sobrevivem ao inverno , e com eçam no vo c ic lo na prim avera. h íb r id a s - d e - c h á t r e p a d e ir a s h íb r id a s p e r p é tu a s ANTR ACNOSF Fungos provocam nas fo lh as manchas brancas com anéis verm e lho -escu ros (eventualm ente, as m anchas ficam am arelas). Surgem vários buracos e as fo lhas caem. Nos cau les aparecem manchas m arrons com uma pinta clara no centro. t r e p a d e ir a s 458 vos químicos para garantir a boa saúde dás roseiras. Para diminuir o trabalho, você poderá aplicá- los quando fizer as adubações fo liares, misturando inseticidas e fungicidas aos fertilizantes. Os cultivadores profissionais costumam fazer aplicações sema nais, desde o início do crescimen to da planta na primavera. Quan do termina essa estação, as apli cações são feitas a cada 15 dias. Aqueles que têm poucas plan tas num jardinzinho caseiro po derão optar pelo polvilhamento de defensivos em pó, que não exigem a compra de equipamento para a aplicação e não dão o trabalho de um pulverizador, que exige lim peza após cada aplicação. A pulverização, no entanto, é mais eficiente do que o polvilha mento. O equipamento escolhido deve ter capacidade suficiente pa CONTROLES Q U ÍM IC O S OUTROS MÉTODOS DE CONTROLE Faça pulverizações à base de enxofre, an tes que se in ic ie o desenvo lv im ento da prim avera. Durante a estação de crescim ento, use sem analm ente fo lpe t, captan, zineb, maneb ou ferbam. Com o os fun gos se desenvolvem nos restos de tecidos m ortos ju n to aos cortes de poda, pode-se ev ita r isso fa zendo cortes ren tes a um bro to ou fo lha. Pode e queime todos os ga lhos infectados. Desinfete a tesoura de poda com álcool. Aplique estrep tom ic ina em pó a cada duas semanas, durante toda a prim avera. Remova e queim e as partes infectadas. Q uando estiver po dando, m ergulhe a tesoura, en tre um corte e outro, em form alde ído ou álcool, para ev ita r o contágio. Isole o exem plar atacado. Faça pulverizações à base de enxofre antes da pri m avera. Pulverize então com enxofre uma vez por semana, em dias com tem peratura abaixo de 30°C. Escolha variedades resistentes, com o as trepadeiras de fo lhas brilhantes. Evite o excesso de plantas em locais úm i dos e escuros. Regue no com eço do dia para que as fo lhas tenham tem po de secar. Faça pulverizações à base de enxofre antes que se in icie o crescim ento da prim avera. D urante o pe río do de desenvo lv im ento , pulverize com D ithane Z-78 e Fermate, sem analm ente. Regue sem pre no período da manhã. Remova as folhas e pode os ga lhos doentes antes do crescim ento da prim a vera. Procure não co locar as p lantas m uito próxim as um as das outras. Pulverize no in íc io da prim avera com enxofre, zineb ou maneb. Não se esqueça de pulverizar as páginas in feriores das folhas. Escolha espécies resistentes, com o as poliantas. Remova e queim e as partes infectadas. Espace as plantas para uma boa circu lação do ar. Evite m o lhar as fo lhas mais do que o necessário. Faça pulverizações à base de enxofre no in íc io da prim avera, quando a planta está dorm ente . Uma vez por semana, durante o período de crescim ento , pu l verize com maneb ou zineb. Pode os caules in fectados na prim avera. 459 ra cobrir todas as plantas sem ne cessidade de reabastecimento. (Existem no mercado pulveriza dores de diferentes tamanhos.) A plicação O tratamento mais conveniente é o que combina produtos quími cos para todas as finalidades, contendo pesticidas, fungicidas e acaricidas. Esse procedimento é geralmente adotado por jardinei ros que têm mais do que meia dú zia de roseiras. Ao comprar os produtos verifique no rótulo se eles contêm a fórmula adequada, ou seja, os produtos químicos ca pazes de combater as doenças ou pragas que podem estar amea çando suas rosas. Como os ingredientes quími cos utilizados são muito fortes, você precisa acompanhar atenta PRAGAS DESCRIÇÃO SIN AIS DE INFESTAÇÃO w p u l o Oks Insetos em form a de pêra, com ou sem pequenas asas, de várias cores e com m enos de 1 cm de com prim ento . Aparecem com freqüência nos novos rebentos, mas tam bém podem ser en contrados nas páginas in ferioresdas fo lh as e nos caules. ### 1 2 3 BESOUROS M uito s besouros atacam as roseiras. A o lado, os m ais com uns: 1) m arrom -am arelado, de 1,5 cm de com prim en to ; 2) m arrom -acinzentado, 1 cm; 3) verm elho com trom pa preta, 0 ,5 cm. A tacam as folhas, os caules e flo res das roseiras, deixando buracos arre dondados. Suas larvas a lim entam -se de raízes. f l a c r a in h a Inseto que se alim enta à noite. É m arrom -escuro , tem de 1,5 a 2,5 cm de com prim ento . Na parte posterior, apresenta p inças sem elhantes a um pe gador de gelo. A tacam as fo lhas e pétalas das rosas, deixando m u itos buraquinhos. n e m a t ô id e s Finos, freqüentem ente m icroscópicos, os nem a- tó ides são incolores e lem bram vermes. A lim entam -se particu la rm ente de raí zes, mas tam bém atacam as fo lhas, caules e brotos, tirando o v ig o r da planta. COCHONILHAS D iversas variedades deste inseto sugador atacam as rosas. A lguns lem bram pintas m arrons ou cinza, de tam anho in ferior a 3 mm. O utros assem elham - se a con ch in ha sde 7 mm. Sugam a seiva das fo lh as e caules. A p lanta acaba m urchando e fre q ü e n te m ente morre. ià ÁCAROS D esenvolvem -se em clim as quentes e úm idos em locais onde a circulação do ar não é satisfatória. A tacam as plantas, particu larm ente asfo lhas, e su gam sua seiva. Provocam nas fo lhas o aparec im en to de po n tos verm elhos, am arelos, cinza ou m arrons. C onstroem teias na pág i na in fe rio r das folhas. TRIPS Insetos sugadores, de pouco m ais de 1 mm de com prim ento . São am arelos ou am arelo-am arron- zados. Têm asasfranjadas. A tacam os tecidos dos caules, fo lh a s e flores. Têm preferência pelas rosas de cores claras. 460 que esteja comendo, bebendo ou fumando. Alguns elementos quí micos que compõem as fórmulas dos defensivos são perigosos para o ser humano e animais domésti cos; outros são prejudiciais aos peixes, passarinhos e abelhas. Guarde sempre os produtos longe do alcance das crianças e tenha o cuidado de fazer uma limpeza completa no pulverizador após cada aplicação. CONTROLES Q U ÍM IC O S OUTROS MÉTODOS DE CONTROLE Aplique m ala th ion, duas ou três vezes na prim avera a in te rva los de duas semanas. Não deixe de pu lve ri zar a página in fe rio r dasfo lhas. - ....... Pulverize com m alath ion, sem analm ente, o arbusto e o solo. Pode-se e lim iná -los apanhando-os m anualm ente e jo g a n d o -os no in te rio r de uma lata com água e querosene. A s lacrainhas esconderp-se, duran te o dia, em cer cas e fundações. Pulverize esses esconderijos com carbaryl. M antenha o jardim livre de fo lhas m ortas e ou tros de trito s que servem de esconderijo aos insetos. Seguindo instruções do fabricante de nem aticidas, tra te o solo duas ou três semanas antes do p lan tio ou logo após. Destrua as p lantas doentes. Cubra o solo com um a cam a da grossa de m atéria orgânica para desencorajar a in festa ção. Plante cravo-de-defun to (tagetes) no local, durante um ou do is anos. Aplique óxido de enxofre ou vaporize a p lanta com óleo em ulsionável, antes do crescim ento da prim a vera. Se aparecerem cochon ilhas, pulverize com m alathion. Corte os caules infestados. Na primavera, pulverize sem analm ente clorobenzila- to ou parathin. No in ício, a infestação pode ser com batida com ja to s de água sobre as plantas. Limpe to ta lm e n te o jardim na p ri m avera e no outono. Faça duas ou três aplicações de m alath ion, no in íc io da primavera. Rem ova botões e bro tos infestados. mente as instruções do fabricante do produto para .a diluição e apli cação da solução. Tome muito cuidado na hora da aplicação dos pesticidas: proteja-se com roupas que cubram todo o corpo. É im portante tapar o rosto com um lenço e a cabeça com um chapéu para evitar intoxicação. Nenhum produto químico deve ser usado quando o vento pode espalhá lo, ou perto de alguém 461 Os segredos da poda A conformação perfeita dos botões e flores é resultado de podas criteriosas. Abaixo, a 'IdylV, uma híbrida-de-chá; na página ao lado, a ‘Rossella C o m o ', híbrida-de-chá com hastes excepcionalmente longas. PODA DE R A M O S M O R TO S s podas são cuidados in dispensáveis para o culti vo das roseiras. Devem ser efetuadas considerando-se o objetivo do plantio (produção de flores, paisagismo, etc.) e as ne cessidades das plantas. As híbri das-de-chá, por exemplo, têm há bitos de crescimento diferentes dos das floribundas, e isso deve ser levado em consideração na hora da poda. Como e quando podar, no en tanto, é assunto polêmico entre os cultivadores de rosas. Alguns recomendam podas drásticas; ou tros estão convencidos de que se deve podar o mínimo possível. A adoção de um desses critérios, no entanto, depende da avaliação de cada caso. A época ideal para a poda também não deve ser consi derada em abstrato, sem se fazer a avaliação de cada caso. A prática tem demonstrado que as podas mais eficazes são as realizadas no fim do inverno ou início da primavera, quando o pe ríodo de dormência das plantas terminou. Deve-se, no entanto, evitar o risco de podar cedo ou tarde demais. No primeiro caso, as temperaturas ainda baixas po dem prejudicar bastante as rosei- O corte de ramos m ortos deve ser efetuado cuidadosamente para que aferida deixada não provoque apodrecimento. O melhor instrumento para isso é uma tesoura de duas lâminas, bem afiadas, que não esmaguem o tecido do caule. Também é conveniente que você execute a poda com uma luva grossa a fim de se proteger dos espinhos. O corte deve ser num ângulo de 45° em relação ao eixo do caule. Para maior garantia, cubra-o com uma pasta cicatrizante. 462 PO D A D A S R O S A S TRE PA D E IR A S I ■ Tenha o cuidado de distinguir os ramos de um ano de idade dos novos, que se arrastam peto chão. 2. N o f im do verão, depois de terminado o florescim ento, pode apenas os caules que produziram flores. Eles precisam ser podados rente ao chão, mas convém cortá-los aos poucos para facilitar a rem oção da massa de galhos espinhentos. 3. Am arre os ramos novos no local anteriormente ocupado pelos velhos. Os novos rebentos, que estão brotando da base da planta, devem ser amarrados assim que atingirem tamanho suficiente. ras; no segundo, a planta perde muita seiva e se enfraquece. O índice mais seguro para se efetuar as podas é o aparecimento de no vos brotinhos. Corte então os ra mos fracos, as hastes e os caules infectados ou mortos e efetue a poda planejada. Poda alta ou moderada Cada tipo de roseira deve ser podado de maneira diferente. As híbridas-de-chá, grandifloras e al gumas arbustivas, que predomi nam nos jardins modernos, po dem ser podadas de duas formas: “alta” (apenas ramos secos ou doentes) ou “moderada” (até a metade do comprimento de todos os caules). A opção por uma des sas alternativas depende das con dições climáticas e do padrão de crescimento que se deseja (veja ilustrações na página 468). As híbridas-de-chá, quando podadas moderadamente, respon dem emitindo um número limita do de ramos vigorosos. Para aqueles que pretendem ter roseiras sadias e com muitas flo res, aconselha-se não podar mais do que a metade do arbusto. Ro seiras drasticamente podadas produzem menos flores tanto na primeira floração quanto em todo o período de florescimento. Além disso, as podas drásticas produ zem flores malformadas e redu zem o armazenamento de alimen tos nos caules. No entanto, algu mas variedades de rosas, mesmo entre as híbridas-de-chá, têm há bitos de crescimento diferentese, se forem podadas até a metade dos caules, soltarão brotos sucu lentos que produzem poucas flo res. Para elas, a poda moderada pode ser demasiada. Na chamada poda alta, corta- se apenas parte do que cresceu na estação anterior, de metade a um terço dessa parte (veja instruções na página 468). Esse método pro picia o aparecimento de grande quantidade de rosas no verão e no outono. As podas, no entanto, qualquer que seja o seu tipo, devem ser orientadas pelo hábito de cresci mento de cada roseira. Varieda des de crescimento naturalmente alto não precisam de uma poda tão acentuada como as de cresci mento baixo (na Enciclopédia a altura média de cada roseira é descrita, e você poderá usá-la co mo guia para as podas). 464 No momento de podar, tenha em mente que é desejável que os raios do sol penetrem até o centro da planta. Para evitar a sombra úmida que favorece o apareci mento de doenças, remova cuida dosamente os caules que crescem para dentro do centro da roseira, especialmente se estão encosta dos em outros caules. E convém fazer as podas logo acima de uma gema voltada para o lado exter no, para que o novo crescimento se oriente na direção correta. Se você vive em regiões de cli ma quente, onde raramente existe um ramo morto para ser removi do, a poda moderada deve ser atenuada. Limite-se, quando se tratar de híbridas-de-chá, ã elimi nação de caules fracos, que usa riam as energias da planta impro dutivamente, e à poda de caules finos, com diâmetro não maior do que o de um lápis. Esta poda, assim limitada, garante uma boa produção de flores durante uma longa estação. Em alguns casos, no entanto, uma poda adicional pode se tornar necessária: as híbridas-de-chá têm a tendência de crescerem altas e finas, ou se ja, com poucos caules e raras fo lhas próximas ao chão. Para solucionar esse problema, é preciso podar as plantas indivi dualmente de tempos em tempos, de modo a forçar o aparecimento de brotos junto à base dos caules. Também é possível obter o mes mo efeito, podando alguns caules, de mais de quatro anos de idade, rente ao chão. Para maior eficiên cia, faça isso na primavera. Poda de roseiras especiais Outros tipos de roseiras (que não fazem parte do grupo das híbridas-de-chá) exigem podas di ferentes das anteriormente men cionadas. As roseiras arbustivas e as miniaturas (roseiras que não crescem além de 30 ou 45 cm) são tão resistentes que dificilmen te apresentam ramos mortos para serem removidos. Já as plantas que produzem flores em cachos, como as fioribundas, requerem uma operação quase contínua de podas: remova as flores que mur cham e os ramos velhos, depois de passada a sua melhor época de produção. Alguns tipos de trepa deiras também exigem a remoção de seus caules velhos. Elas geral mente produzem flores em caules de menos de quatro anos de ida- CO M O M A N TE R UMA TREPADEIRA FLO R ID A 1. Para estimular o contínuo florescim ento das trepadeiras, pode a parte superior de cada haste (sem cor no desenho) depois que as flores murcharem. 2. O corte deve ser fe ito a 1 cm acima da segunda fo lh a de cinco folíolos. Faça o corte inclinado para cima, do lado das folhas, para não danificar a gema da futura haste floral. 3. Seis ou sete semanas depois, sai um brotinho acima da folha mais alta (um outro poderá surgir acima da folha mais baixa). Repita o processo, quando as outras flores murcharem. 465 PODA DE R A M O S L A D R Õ E S E DE ROSEIRAS A R B U STIV A S 1. A s roseiras enxertadas, às vezes, emitem ramos ladrões. Se eles não forem eliminados a tempo, podem até matar a planta. Assim, ao notar um ramo que saia diretamente do chão e que apresenta folhas serrilhadas, pequenas ou pálidas, você deve verificar se se trata realmente de um ramo ladrão. 2. Cave cuidadosamente ao lado do porta enxerto até deixá-lo exposto. Se você verificar que o ramo está brotando abaixo do ponto de enxertia, ele é realmente um ramo ladrão, e deve ser podado bem junto ao caule. 3. Para as roseiras arbustivas, dispostas em sebes, convém realizar podas mínimas: corte apenas os ramos mortos, doentes ou que estejam cruzados, conforme indica a ilustração (partes sem cor). 4. O resultado da poda deve ser semelhante ao da ilustração. A pós os arbustos terem florescido, não elimine as flores murchas. No outono e no inverno, no lugar das flores surgem fru tos brilhantes, de cor vermelha ou laranja, muito atraentes. de. Esses caules devem ser corta dos o mais próximo possível do solo (veja ilustrações nas páginas 464 e 467). Na hora de podar Para efetuar podas adequadas em seus canteiros de rosas, você dispõe de muitos recursos. Exis tem no mercado vários tipos de tesouras de poda. Algumas têm duas lâminas afiadas que traba lham como uma tesoura comum. Este tipo é indicado para podas pesadas. Outras tesouras têm só uma lâmina afiada que corta 1 contra uma barra de metal sem corte. São ótimas para cortar ra mos grossos, mas esmagam as cé lulas delicadas dos caules finos. Se você cultivar rosas trepadei ras, necessitará de tesourões com lâminas longas, capazes de alcan çar os ramos que ficam além dos gradis e treliças, emaranhados na massa espinhenta. Caules resis tentes só podem ser cortados com um pequeno serrote. Todas essas ferramentas preci sam de limpeza meticulosa após o uso e devem ser afiadas fre qüentemente para que não provo quem o esmagamento dos ramos 2 466 T av ar es /A b ri l P re ss A o lado, o cacho de flores da trepadeira 'Chevy Chase Para obter essa produtividade, basta podar os caules antigos e aparar adequadamente os mais jovens. PODA DE TREPAD EIRAS QUE FL ORE SC EM A PENA S UMA VEZ POR A N O 1. Para mostrar claramente como se deve efetuar a poda, a trepadeira aparece sem suporte. Inicialmente, corte os ramos grossos, de cinco anos ou mais, bem rente ao chão. 2. Em seguida, remova os caules mortos, doentes ou que se cruzam no centro do arbusto. 3. Com o indica o detalhe (ampliação do lado direito do arbusto), pode também as partes superiores dos caules menores, deixando apenas três ou quatro gemas que produzirão flores. 467 (lembre-se de que um caule m a chucado é uma porta aberta às doenças). Quando estiver podan do caules infectados, mergulhe o instrumento numa solução de ál cool a 70% após cada corte. Os cortes devem ser feitos de modo preciso e num ângulo cor reto (veja instruções na página 462). Além disso, para evitar o perigo de contágio, muitos jard i neiros costumam cobrir os cortes das podas com substâncias cica trizantes e de ação fungicida. Se ria aconselhável adotar essa prá tica pelo menos para os caules fi nos, de diâmetro equivalente ao de um lápis. Antes de aplicar a pasta cicatrizante, certifique-se de que não sobraram detritos do ramo doente ou morto (a parte in terna de um ramo sadio é branca e cremosa, a de um ramo doente é amarronzada). Mesmo tendo como referência os padrões de podas anteriormen te referidos, você terá que adaptá- los às necessidades específicas de suas plantas, e terá que decidir, lembrando-se de que se deve po dar apenas o necessário. Não há técnica em jardinagem que não deva ser avaliada pelo bom sen so, antes de ser aplicada. PODA A LT A E P O D A M O D E R A D A 1. A melhor maneira de se podar as roseiras arbustivas modernas (híbridas-de-chá.floribundas e grandifloras) é rem over apenas os ramos m ortos e os que se cruzam no centro do arbusto (partes não coloridas do diagrama), método denominado poda alta. 2. O resultado da poda alta é um arbusto que cresce mais largoe cheio, e que produz mais flo res do que quando se efetua a chamada poda moderada. 3. Na poda moderada, além dos ramos mortos e cruzados, são removidas partes de caules sadios (metade de sua altura, como na ilustração). 4. O resultado da poda moderada, seguida pela rem oção dos brotos que surgem nas partes mais baixas dos caules, é um arbusto com menor número de flores, mas dotadas de longas hastes, que as tornam ideais para o corte. 468 C a p í t u l o 4 0 ROSAS« O jardineiro amador que cultiva roseiras não resistirá à tentação, cedo ou tarde, de produzir suas próprias rosas. Isso, no entanto, exige um perfeito domínio das técnicas adequadas para a multiplicação, hibridação e polinização controlada. Em si mesmas, essas técnicas não oferecem maiores dificuldades, mas requerem muita paciência, certa prática e, sobretudo, bom senso. Somente com o trabalho paciente, que requer múltiplos cruzamentos e técnicas de multiplicação, é que os produtores de rosas conseguem obter variedades maravilhosas, com o a 'Bronze M asterp iece' (acima). Mas, mesmo assim, no cultivo de rosas, não se pode excluir o fa to r sorte. 469 As rosas da imperatriz “La R ose de la M almaison ", do pintor francês Jean-Louis Vigier, retrata Napoleão oferecendo uma rosa à imperatriz Josefina. Ela fo i a responsável pela difusão das rosas no Ocidente. grande difusão de rosas no Ocidente deveu-se à imperatriz Josefina, es posa de Napoleão Bonaparte. Em 1799, quando o general combatia no Egito, Josefina adquiriu uma casa de campo, denominada Mal maison, às margens do Sena. O local foi transformado num parque onde eram exibidos vege tais e animais exóticos. Mas a de licadeza e fragrância das rosas sabiam mais ao gosto francês, e elas se tornaram a maior atração de Malmaison. Cuidava das rosas uma equipe especializada em horticultura e botânica, incluindo um famoso especialista inglês, John Kenne dy, que visitou Malmaison, mes mo durante a guerra entre a França e a Inglaterra. A partir das variedades de ro sas provindas de diferentes partes do mundo, os especialistas de Malmaison criaram muitas ou tras, depois de terem descoberto uma nova técnica de hibridaçào: a polinização. Em pouco tempo, eram quase duzentas as varieda des exibidas no jardim imperial. A paixão da imperatriz pelas rosas transformou-se em moda, e possuir roseiras em jardins pas sou a ser símbolo de status. O cultivo de rosas em jardins, ini cialmente uma atividade circuns crita à corte francesa, acabou atingindo as camadas populares, e tornou-se cada vez mais difun dido, embora os paisagistas prefi ram as roseiras em locais onde os arbustos — pouco estéticos — não fiquem visíveis. 470 s cultivadores de rosas, cedo ou tarde, sentem-se tentados a reproduzir suas roseiras. A maneira de se fa zer isso é muito simples, pois a maioria das roseiras multiplica-se por estacas de galho ou mergu- lhia, métodos de reprodução ve getativa muito fáceis de serem executados. Para a multiplicação por esta cas de galho é suficiente induzir o galho a criar raízes (veja a pá gina 472) e, posteriormente, plan tá-lo. Existem, no entanto, algu mas dificuldades: as híbridas-de chá, por exemplo, dificilmente se desenvolvem bem com suas pró prias raízes. Por isso, você terá maior êxito se optar por uma boa trepadeira ou pela rosa-chá, cujos caules se desenvolvem com facili dade, particularmente em climas quentes. Você precisa também escolher um caule adequado. A melhor época para isso é o fim da prim a vera, quando a planta ainda está florida. Selecione o caule e espere as pétalas das flores começarem a cair. Remova então alguns centímetros da parte superior do caule junto com a flor, cortando em diagonal logo acima de uma folha de cinco folíolos. Faça ou tro corte idêntico a 12 ou 15 cm abaixo, para obter a estaca (veja instruções na página 472). Tam bém se pode enraizar estacas de ramos em crescimento no período de dezembro a janeiro. O resultado desse processo é a obtenção de uma planta idêntica à anterior, o que é impossível quando se multiplicam roseiras por meio de sementes. A estaquia, ou enraizamento de caules, é pré-requisito para um processo mais sofisticado de mul tiplicação: a enxertia, no qual se usa uma estaca de uma roseira de raízes fortes para servir de porta enxerto a uma variedade bela mas frágil (veja a página 475). Um método ainda mais sim pies e eficaz para a multiplicação de roseiras é a mergulhia. Mas ela só pode ser adotada para va riedades que têm caules longos e flexíveis. A vantagem desse méto do resulta da alimentação do ra mo que está sendo enraizado, pe la planta-mãe. Para pôr esse mé todo em prática, você precisa fa zer uma cova ao lado da plan ta-mãe e fixar o caule a ser enraizado em seu interior (veja instruções na página 473). De pois que o ramo brotar, desli gue-o da planta-mãe e plante-o no local definitivo. Se você mora em local frio, convém manter as mudas numa estufa até passar o primeiro inverno. Como multiplicar roseiras O delicado m atizado de cores, que vão do amarelo-claro às sombras avermelhadas (no botão) ou alaranjadas (na f lo r aberta), são resultados dos cruzamentos que originaram a híbrida-de-chá 'Susan 471 I a ka da /C ol eç ào A lic e C ap el ar i M U LTIPLICAÇÃO POR ESTACAS DE C A L H O 1- Selecione, no fin a l da primavera, hm galho florido e sadio. Quando as pétalas da flo r estiverem Para cair, remova a parte Superior do caule, cortando-o diagonalmente logo acima de uma ]<>lha de cinco fo lío los (linha Pontilhada superior). Faça outro corte a 10 ou 15 cm mais abaixo para obter a estaca. 2- tlim in e todas as fo lh as da estaca, C'im exceção do par superior. 3- Molhe a base da estaca para umedecê la; em seguida, mergulhe-a em hormônio em pó indicado para estimular o aparecimento de raízes. 4- Plante as mudas num recipiente com mistura de areia comum e vermiculita (em lugar da vermiculita você poderá utilizar, se quiser, com posto orgânico). Num vaso de 15 cm de profundidade você poderá phintar até seis mudinhas. Firme i terra ao redor das •’siacas, e regue bem a mistura. 5. Envolva o vaso com as mudas ' i um saco plástico, amarrando-o l'mbaixo do recipiente. Coloque-o em local bem iluminado, mas solt luz indireta do sol. Cerca de seis semanas depois, aparecem "ovos brotinhos nas estacas. 6- Transplante as mudas para um va.\o pequeno preenchido com Partes iguais de terra comum e c oinposto orgânico. Regue-as e cubra-as com sacos plásticos, d e p o is de três semanas, l , ansplante as mudas para o h'Cal definitivo no jardim . 472 M U L T IP L IC A Ç Ã O POR M E R G U LH IA 1. Roseiras que têm caules flexíveis podem ser multiplicadas por mergulhia. Para isso, prepare umii cova de 18 a 20 cm de profundidade. Vergue o caule de m odo que um ponto a cerca de 30 cm da sua extremidade fiqui' ,,a parte mais funda da cova. 2. Na secção a ser enterrada, faça um corte superficial, logo abaixo de uma gema (indicada por um pon to preto no desenho). Coloque um palito de fósforo no corte para mantê-lo aberto. A rranque as fo lhas de ambos os lados do ramo; umedeça o corte e pulverize-o com hormôni<>- 3. Para manter o ramo curvado no interior da cova, prenda-o com uma forquilha. D epois de ter fechado a cova, disponha uma pedra para sustentar a forquilha na posição. Uma outra pedra deve ser usada para manter a extremidade do caule não enterrada acima do nível do solo. A melhor mistura para a cova é constituída por partes iguais de com posto orgânicoe areia. 4. Se o caule fo r enterrado na prim avera (melhor época), por volta do f im do outono as raízes já estarão form adas. Deixe-o enterrado e ligado à planta-m ãe até a primavera. 5. Corte então o caule, antes de aparecerem os novos brotos. R em ova o solo acima da estaca e corte a parte do caule aquém das raízes (linha pontilhada). 6. Plante a muda na cova definitiva, lendo cuidado com as raízes. A arte de enxertar D epois do período de dormência, os caules das roseiras soltam brotos que se transformam em hastes laterais, de onde surgem folhas com nove, sete, cinco, três ou apenas um folíolo. Em seguida, aparece o prim eiro botão na extremidade da haste e depois outros a partir das borbulhas (esquema abaixo). A o lado, a f lo r aberta da roseira híbrida de chá 'Vai dA uth ion ’. enxertia é também um método vegetativo de re produçào das plantas, mas exige uma técnica apurada, e, como é demorado, muita pa ciência. No entanto, por ser muito eficaz, a enxertia é o mé todo usado para reproduzir quase todas as rosas destinadas a finali dades comerciais. Em si mesma, a enxertia é sim pies: basta introduzir uma parte do caule de uma rosa que se quer multiplicar no caule enraizado de outra variedade que tenha raízes fortes. A produção de boas roseiras costuma levar, em um viveiro, dois anos: cerca de meio ano até o “ cavalo” ou porta-enxerto de senvolver raízes adequadas e mais um ano e meio para que as variedades enxertadas que produ zirão as flores (os “cavaleiros” ou enxertos) se adaptem. O cavalo adequado geralmente provém de um tipo especial de ro sa silvestre. É muito comum se usar, aqui no Brasil, as rosas Ro sa multijlora, R. canina e R. chi nensis como porta-enxerto. A melhor época para se fazer a estaquia do porta enxerto vai de abril a agosto. Os viveiristas preparam os porta-enxertos com estacas de 20 a 25 cm. Removem folhas, espinhos e gemas, com ex ceção das duas gemas superiores. No final do outono, ou do inver no, plantam a estaca preparada numa caixa com areia ou em es- tufins, enterrando cerca de 8 cm. Nessa fase eias são alimentadas apenas com água, e logo formam raízes. Na primavera, quando as mudas já se estabeleceram, os en- xertadores iniciam outra fase do trabalho (veja ilustrações na pá gina ao lado). Limpam a parte do caule mais próxima ao solo, e fa zem um corte, em forma de T, na casca. Em seguida abrem a casca e aí introduzem uma borbulha (gema) da variedade desejada. O local deve ser amarrado com rá fia ou tiras de pano encerado. Es pera-se mais vinte dias para reti rar os amarrilhos e aparar o ca valo logo acima do local do en xerto. Pouco depois, a borbulha brota. Quando o broto atingir de 5 a 8 cm, ele é despontado, ou se ja, corta-se 1 ou 2 cm da porção terminal, obrigando-o a se ramifi car. Essa operação, ao mesmo tempo em que reforça a base do enxerto, cria os primeiros ramos da copa do arbusto. 474 H . T ak ad a/ C o le çà o A lic e C ap cl ar i CO M O FA ZER ENXER TOS 1. No outono, corte uma estaca de 10 a 12 cm de um caule maduro. Rem ova seus espinhos e todas as folhas. 2. Escolha uma roseira de raízes fortes para servir de porta enxerto. Com um canivete afiado, faça um corte em T (linhas pontilhadas), suficiente para abrir a casca. 3. Segurando a estaca como indica o desenho, remova um pedaço de casca, de cerca de 2 cm de comprimento, que contenha uma borbulha (gema) sadia. Para evitar que a borbulha ftque danificada, faça um corte mais profundo do que a espessura da casca. Em seguida, retire delicadamente a madeira jun to à casca (como indicado pela seta). 4. Abra o corte doporta-enxerto em duas abas e enfie a borbulha no interior da incisão, de modo que a gema fique voltada para fora. Feche as abas da casca do "cavalo ” para prender a base da borbulha. 5. Amarre o enxerto com ráfia ou tiras de pano encerado, enrolando cuidadosamente acima e abaixo do local do enxerto. 6. Se o enxerto “pegar ”, o broto continuará verde. D epois de vinte dias, pode o “cavalo "acima do local do enxerto. Desponte o broto quando ele alcançar cerca de 8 cm, ou seja, elimine 2 cm de sua extremidade. Isso o obrigará a se ramificar. 475 Como criar novas rosas A descoberta da técnica de polinização controlada tornou possíveis as pesquisas que levaram à criação das mais espetaculares rosas modernas, como a 'Queen E lizabeth', cuja árvore genealógica aparece abaixo. experimentação no culti vo de rosas é um proces so que se desencadeia quase que naturalmente, depois que o amador domina bem as téc nicas de cultivo. Afinal, descobrir uma nova variedade ou chegar com as próprias mãos a resulta dos a que outros já chegaram é algo fascinante. A chance de se encontrar uma nova variedade, no entanto, é pe quena: estima-se que são necessá rios 10 mil cruzamentos para que surja uma nova variedade mere cedora de ser introduzida no co mércio de rosas. Mas isso não de ve desanimar o jardineiro ama dor, pois, certamente, ele conse guirá, senão novas variedades co mercializáveis, pelo menos belos exemplares para o seu jardim. Esse encorajamento não é gra tuito, pois a complexidade da he reditariedade de cada roseira é tão grande que ela poderá produ- zir flores ou desenvolver carac terísticas antes desconhecidas. Uma mutação, manifestada num exemplar, poderá ser preservada e propagada enraizando-se uma estaca do exemplar. Um exemplo notável deste fe nômeno é a rosa ‘New Dawn’, uma trepadeira de florescimento constante. Sua origem foi a muta ção ocorrida num ramo da rosa ‘Dr. W. Van Fleet’, uma espécie que só floresce uma vez por ano. O modo mais simples para se criar uma nova roseira consiste em selecionar um fruto maduro, plantar as sementes e cuidar das novas plantas até elas atingirem a maturidade. Cada uma delas é diferente da planta que produziu o fruto. E o resultado só poderá ser inteiramente avaliado quando os novos arbustos florirem. Mesmo as características da planta que produziu o fruto são um índice pouco valioso para se seed ling” O p h e lia '. 1915 M rs. C h a r le s E R ussell '. 1914 h íb n d a -d e c h á — verm elho m édio M m e. M elan ie S o u p c r t'. 1905 h íb r id a d e c h á - m aiiz d e a m arelo “ seed ling" Soleil d ’O r' K itc h en e r o f K hartoum '. 1917 h íb r id a d e c h á — verm elho m édio R ed L etter D a y '. 1914 h íb r id a de c h á - ve rm e lho c laro M iss E d ith C a v e » ’. 1917 p o lia n ta ve rm elho escu ro _ J. C T h o rn to n '. 1926 híb rid a de c h á ve rm e lh o m édio R o b in M ood '. 1927 v e rm elho m édio 'W illow m ere .' 1913 h íb r id a d e c h á — m a tiz d e ro sa M m e C a ro lin e T e s to u t '; 1890 h íb rid a de c h á — ro sa m édio h íb rid a d e c h á ro sa m éd io H o o sie r B e au ty '. 1915 -h íb rida d e c h á — ve rm e lh o e scu ro R ay o n d 'O r '. 1910 h íb rid a de chá — a m a re lo m édio M m e M éha S a b a tie r ', 1916 h íb r id a d e c h á — v erm elho e scu ro — S e n sa tio n ’. 1922 h íb r id a de c h á — ve rm e lh o m éd io C o n s tan c e" . 1915 h íb r id a d e c h á — a m a re lo m éd io A m i Q u in a rd '. 1927 h íb r id a d e c h á ve rm elho e scu ro E va . 1933 h íb r id a ve rm e lh o m éd io C a th r in e K o rd e s ', 1930 h íb r id a d e c h á — verm elho e scu ro W . E . C h a p lin '. 1929 h íb rid a de c h á — , v e rm elho escu ro Souvenir de C lau d iu s P e rn c t'. 1920 h íb rid a de chá am are lo médio A ro m a'. 1931 h íb rid a dc chá verm e lho escu ro _____ C rim so n G lo ry . 1935 h íb rid a de ch á — verm elho escu ro . S oeur T hérèse . 1931 j h íb rid a d e chá m a tiz dc a m a re lo 1 C h a rlo tte \ r m s t r ) n g '. 1940 h íb rida d e chá — ros» p ro fu n d o R osa ro ib u rg h n ro sa pálido Baby C h â te a u '. 1936 flo rihunda verm elho m édio E lo ra d > ra \ 1944 ' verm elho i a ra n ja d o Soleil d 'O r '. 1900 R.foelida h íb r id a — m a tiz dc a m arelo 'Q ueen E lizabe th . 1954 grand iflo ra - -osa m éd io 476 prever as características das no vas rosas. Com certeza sabe se apenas que ela forneceu o óvulo para a fecundação, mas ele pode ria ter sido fecundado por pólen de outro exemplar. Da fecundação natural decorre uma limitação no cruzamento das rosas, pois só a parte femini na é que pode ser selecionada, e as chances de se obter assim uma variedade nova são remotas. Esse tipo de cruzamento semi controlado, no entanto, foi muito difundido e obteve muito sucesso, ao longo dos séculos, nos jardins orientais e, mais tarde, nos euro peus. Acredita-se que as famosas rosas-chá originaram-se dessa maneira. No século XIX, no jardim da imperatriz Josefina, em Malmai son, foi desenvolvida uma nova técnica de cruzamento que visava controlar a polinização, provo cando a fecundação artificial com pólen colhido especialmente para tal propósito. Com isso, a possibilidade de se combinar ca racterísticas de duas rosas conhe cidas aumentou. Foi a polinização controlada que levou à criação das mais be las variedades conhecidas: surgi ram as magníficas híbridas-de chá, as resistentes poliantas, as produtivas floribundas. Conse guiu-se obter a ambicionada rosa amarela e uma gama vastíssima de tonalidades, perfumes e for mas. Somente uma variedade azul ainda não foi encontrada, embora o trabalho cuidadoso de seleção tenha levado às varieda des roxas e lilases. E, recentemen te, uma criadora de rosas ameri cana, Dorothy Whisler, obteve resultados encorajadores. Usando técnicas sofisticadas de análises químicas, a Sra. Whisler selecionou rosas híbri das-de-chá de cor lilás claro, com a finalidade de produzir descen dentes com pigmentações roxas ou magenta. Em 1960, ela cruzou duas rosas de coloração lilás, a ‘Simone’ com a ‘Sterling Silver’. Três anos depois, cruzou a rosa originária desse cruzamento com a rosa lilás claro ‘Song of Paris’. Desse cruzamento resultou uma rosa de tonalidade distintamente azulada, que foi batizada com o nome de ‘Blue Heaven’. Embora a própria Sra. Whisler não considere a ‘Blue Heaven’ a ambicionada rosa azul, e ache muito difícil consegui-la, o resul tado foi muito promissor e, tal vez, cruzamentos posteriores com essa rosa originem uma verdadei ra rosa azul. Para isso, os criado res de rosas contam com um apa rato tecnológico que permite a al teração genética das sementes por aplicações de raios X, radia ção atómica ou agentes químicos. Naturalmente os jardineiros M ais de cinqüenta anos e múltiplos cruzamentos foram necessários para se obter a 'Queen Elizabeth ’ (veja sua árvore genealógica na página ao lado). Suas qualidades excepcionais, no entanto, deram origem ao grupo das grandifloras. 477 CR UZA MEN TO D E R OS A S 1. Escolha duas roseiras de variedades diferentes e selecione um botão de cada uma, quando estiverem começando a desabrochar. Um dos botões será a ",mãe ” e o outro será o "pai Corte o botão-“p a i” com uma haste de cerca de 15 cm e deixe-o num recipiente com água, de modo que as pétalas não sejam molhadas. A rranque todas as pétalas do botão-“mãe", delicadamente. 2. Com o auxílio de uma lente e uma pinça, retire os estames (parte masculina) do botão “mãe ” para evitar a autopolinização. 3. Amarre um saquinho de pape! envolvendo o botão desfolhado e protegendo-o de possíveis contatos com pólen de outras flores trazido pelo vento. No dia seguinte, remova o saquinho e examine os pistilos com a lente de aumento. Se eles se tornaram pegajosos na parte superior, é sinal de que a flo r está pronta para ser polinizada. 4. Nesse meio tempo, o botão-“pa i ” deve estar aberto. Verifique, com a lente, se ele já começou a liberar o pólen (pó dourado), Esfregue, então, as anteras com pólen sobre os pistilos pegajosos. 5. Em seguida, ainda com a tente, verifique se cada p istilo tem na sua superfície dois ou três grãos de pólen. Se não os perceber, repita a operação do item 4. 6. Coloque o saquinho para envolver novamente a flo r-“mãe Uma semana depois ele pode ser retirado. Se houve fecundação, o ovário (à direita no desenho) começará a se desenvolver. Espere de quatro a seis meses, até que o fru to fique maduro. Depois, é só plantar as sementes e esperar o resultado. 478 amadores não contam com esses métodos complexos: eles simples mente cruzam duas plantas em seus jardins e esperam que elas dêem boas sementes. Preparação para a polinização Para obter um cruzamento, o trabalho deve ser iniciado antes que se abra a flor da roseira esco lhida para desenvolver o fruto que conterá as sementes. Nessa fase, os grãos do pólen ainda es tão imaturos e os órgãos sexuais da flor ainda estão cobertos pelas pétalas. Inicialmente, corte, com uma pequena tesoura, as pétalas (veja instruções na página 478); as sépalas, que ficam abaixo das pétalas coloridas, podem ser cor tadas ou escamadas. As anteras, partes sexuais masculinas, devem ser retiradas com pinça, uma a uma. Com isso, a flor fica apenas com seus órgãos reprodutores fe mininos, os pistilos, localizados no centro. Para evitar que ela seja fecun dada por grãos de pólen carrega dos pelo vento ou insetos, cu bra a com um saquinho de papel. Um ou dois dias depois, o felpu do estigma, parte superior dos pistilos de cor dourada, torna-se pegajoso e a flor está pronta para receber o pólen. Nesse meio tempo, você já de ve ter preparado a flor que forne cerá o pólen. Ele fica maduro de pois que a flor se abre; pode ser visto e assemelha se a uma poeira dourada presa às anteras. Você deve cortar a flor nessas condi ções e esperar um dia para usar o seu pólen. Para o amador, o modo mais simples de transferir o pólen con siste em esfregar as anteras da "flor-pai” nos estigmas da “flor mãe”. Os cultivadores profissio nais preferem, geralmente, trans- A rosa ‘Milagros de Fonte Cuberta ' (embaixo) tem uma estranha tonalidade malva-violácea. Ela é uma das mais recentes conquistas dos cultivadores de rosas, que ainda sonham em obter uma variedade azul. Abaixo, esquema dos órgãos de reprodução das rosas. Nas flores, eles são protegidos pelas pétalas. 479 C or te si a da R o se là n d ia Jo rg e B u ts u em /A b ri l P re ss A híbrida-de-chá ‘Nachtfalter ’ caracteriza-se por sua tonalidade vermelho-escura; ela é considerada a rosa mais escura do mundo. ferir o pólen para um recipiente e depois aplicá lo com um pincel de pêlo de camelo. Depois da polinização, o sa quinho de papel é recolocado, pa ra proteger a “flor”, e aí deve per manecer por várias semanas. Se houve a fecundação e tudo deu certo o fruto verde começa a cres cer. Quatro a seis meses depois ele estará maduro e mudará de cor (vermelho-cereja, amarelc- brilhante ou laranja brilhante). Quando estiver bem maduro deve ser colhido para o aproveitamen to das sementes. A seleção das sementes Para selecionar as sementes coloque-as numa vasilha com água: as que boiarem devem ser retiradas e jogadas fora. Sua leve za indica que elas são porosase dificilmente germinarão. As res tantes, que ficaram no fundo da vasilha, devem ser plantadas a uma profundidade de 1 cm e 2,5 cm de distância uma da outra. Para isso prepare uma mistura de partes iguais de areia, terra e composto orgânico. Você deve providenciar um recipiente sufi ciente para plantar as sementes na distância acima indicada. É muito importante que você coloque uma etiqueta no recipien te para posteriormente identificar quais foram os ancestrais das plantas que surgirão. Em seguida, coloque o recipiente na geladeira, cuja tem peratura estimulará a germinação. M antenha o reci piente na geladeira durante três meses. Depois desse tempo, transfira-o para próximo de uma janela ensolarada. Depois de duas ou três sema nas aparecem as folhinhas de al gumas sementes que germinarão; outras dem orarão mais tempo (há casos de sementes que ficaram dormentes durante sete anos an tes de germinarem). Como medi da prática, no entanto, você po derá jogá las fora depois de oito meses, caso ainda não tenham germinado. Com irrigações cuidadosas, as mudinhas crescem. Quando o ar busto tiver três folhas verdadei ras, sem contar as pequeninas fo lhas da semente, você poderá transplantá-la para um vaso (não se esqueça de rotulá-lo). Para surpresa dos cultivadores inexperientes, as primeiras flores aparecem quando o arbusto con ta com apenas 10 ou 15 cm de altura. Embora essas flores não indiquem o formato e o tamanho da flor que a futura roseira pro duzirá, revelam a sua cor. Na primavera seguinte, a nova rosa poderá ser enxertada num porta-enxerto mais resistente ou ser transplantada diretamente no jardim. 480 C a p í t u l o 4 1 ROSAS, Flores de corte, as rosas são muito usadas para arranjos decorativos. Apresentam, no entanto, um inconveniente: são efêmeras. Mas esse problema pode ser facilmente contornado com alguns artifícios, como a realização de colheitas na época certa e a execução de cortes adequados. Além disso, existem produtos químicos que tornam as rosas de um vaso tão duráveis quanto as outras flores. Em quase todo o mundo, as pessoas utilizam rosas para compor arranjos Jlorais, desde os clássicos, adequados aos am bientes form ais, até os mais ousados, próprios para locais bem iluminados e descontraídos. O arranjo informal da fo to acim a encontrou, na simplicidade da jarra de louça, o recipiente ideal. Como cortar as rosas A s rosas que têm longas hastes, como a ‘Tropicana’(página ao lado), causam bom efeito colocadas num recipiente para uma só rosa. E LIM IN A Ç Ã O DE BRO TOS C O N C O R R E N TE S 1. Você pode obter botões maiores deixando que eles cresçam naturalmente até atingirem cerca de 1 cm de diâmetro. Quando isso acontecer, retire todos os botões concorrentes e deixe apenas o que está se desenvolvendo na extremidade da haste. 2. Com isso, o botão do topo da haste não precisará repartir a alimentação do caule com os demais. Como conseqüência, desenvolve-se uma flo r esplêndida, que pode ser consideravelmente maior do que as normais. e os trabalhos de m anu tenção de suas roseiras forem feitos rotineira mente, você terá tempo suficiente para desfrutar a beleza de suas flo res e colher algumas para decorar sua casa. Como as roseiras sadias produzem grande número de flo res, a colheita não prejudicará o jardim, e, se for feita com critério, será muito benéfica. Para colher uma rosa de forma correta, você deve, inicialmente, providenciar equipamentos ade quados, como tesoura de poda bem afiada e limpa e um par de luvas resistentes para a proteção contra os espinhos. Depois, você precisa cortar no lugar certo. Se você examinar uma híbrida- de-chá ou qualquer outra roseira que tenha uma única flor em cada haste poderá observar folhas com um, três e cinco folíolos (folhas compostas). Como a folha de cin co folíolos é a mais apropriada para proteger um novo brotinho que surgirá futuramente, você de verá cortar a haste da flor esco lhida para a decoração acima da folha de cinco folíolos. Com isso, as energias da planta se dirigem para um botão em formação jun to à base dessa folha. Você deverá, no entanto, ter o cuidado de não cortar a haste muito distante da folha de cinco folíolos. Se isso acontecer, o cabi nho que sobra acima da folha se ca e pode ser um canal para a contaminação da planta; risco que praticamente desaparece se você cortar na medida correta: 1 cm acima da folha. Para as roseiras que dão flores em cachos, como as floribundas e poliantas, você poderá estimu lar a produção de novas flores eliminando do cacho aquelas que murcharem. Quando a última fior desaparecer, corte o caule 1 cm acima da primeira folha de cinco folíolos. A quantidade excessiva de cor tes, no entanto, danifica a roseira. O corte de um botão com haste longa, por exemplo, leva consigo muitas folhas e, se forem corta dos vários, a folhagem necessária à planta fica reduzida. Você também pode arrancar botões concorrentes para que ou tros tenham maior vigor e desa brochem como uma flor grande e bonita. Essa técnica pode ser usa da para as híbridas de chá e simi lares, quando os botões têm ape nas I cm de diâmetro. 482 Arranjos florais com rosas Abaixo, um arranjo deliberadamente simples com rosas ‘Queen E lizabeth ' e 'Regal G o ld ’, realçadas por um vaso de porcelana chinesa. Abaixo, à direita, um arranjo multicolorido, próprio para uma sala ensolarada. Na página ao lado, a original reunião de rosas e cravos brancos ao redor da vela, no alto do castiçal. om hastes longas, pétalas perfumadas e coloridas, as rosas são flores ideais para a decoração de interiores. Elas causam bom efeito dispostas em conjunto ou solitárias num pequeno vaso. O único inconve niente é a sua efemeridade: rara mente elas têm longa duração. Para fazer com que as rosas de um arranjo ornamental durem pe lo menos como as outras flores, tome algumas providências. Co mece por selecioná las quando o botão ainda não se abriu; depois, mergulhe alguns centímetros da extremidade da haste em água morna, de preferência misturada com um produto para conservar flores. Esses produtos (à venda em floriculturas) contêm nutrientes e agentes antibacterianos, e podem dobrar a durabilidade das rosas de seu arranjo. Uma outra providência muito importante é deixar as rosas des cansando, pelo menos durante uma hora, num local fresco para que o processo de transpiração e perda de umidade seja reduzido. Depois disso, elimine as folhas indesejáveis e aquelas que ficarão abaixo do nível da água do reci piente. Aproveite para arrancar os espinhos e apare a extremida de da haste com um corte oblíquo de cerca de 2,5 cm. Essa última providência aumenta a superfície que absorve água. Feito isso, vo cê pode começar a pensar no ar ranjo que fará. As regras fundamentais para o arranjo de rosas são idênticas às aplicadas para outras flores: não se deve encher muito o vaso para evitar que as flores fiquem umas contra as outras. Do ponto de vista estético, convém fazer um arranjo equilibrado, com as flores mais claras e os botões mais fe chados na parte inferior. O toque final depende da ade quação do tipo do vaso ao am biente em que será colocado. Em bora isso dependa do gosto pes soai, é importante considerar al guns aspectos básicos, tratados nas páginas seguintes. 484 Formalidade elegante O estilo clássico de um am biente exige arranjos sóbrios e uma combinação sutil de cores e form as. O form a to do vaso tem, então, papel fundam ental, com o se pode observar abaixo e na página ao lado. um ambiente requintado e sóbrio,como uma sala de visitas onde predomi na o estilo clássico, o arranjo de rosas deve refletir a harmonia do ambiente. As cores das flores es colhidas devem ser compatíveis com o padrão crom ático do am biente. Cores contrastantes pro vocariam uma sensação de dese quilíbrio, de desordem, e o arran jo pareceria fora de lugar. A es colha do vaso, neste caso, é fun damental. Os mais adequados para o ambiente requintado são os de materiais nobres, como bronze e porcelana. Suas cores e linhas precisam se integrar sutil- mente ao ambiente. Além disso, para valorizar o arranjo, convém que o vaso o eleve acima do nível da mobília em que será sobrepos to (veja fotos abaixo e ao lado). Caso você pretenda completar o arranjo com folhagens, escolha plantas de folhas delicadas, como as do eucalipto argentino (foto abaixo). Arranjos informais O sucesso de um arranjo informal depende, entre outras coisas, da escolha de um recipiente adequado, como se pode observar abaixo, na página ao lado e nas duas seguintes. uando as rosas são usa das para decorar am bientes informais — uma varanda, um pátio, ou uma ampla sala descontraída — , as combinações de cores podem ser audaciosas e vibrantes e torna-se possível selecionar uma gama mais variada de outras flores pa ra compor o arranjo. Essa grande possibilidade de escolha, no en tanto, náo quer dizer que você não precisa pensar na integração do arranjo com o ambiente. Convém lembrar que o arranjo informal, por ser normalmente disposto num ponto central do ambiente, requer um tipo de cui dado especial. Planeje-o conside rando que será visto sob todos os ângulos. Ao fim do trabalho, cir cule ao redor do vaso e certifique- se de que ele apresenta um belo efeito em toda a volta. Para o arranjo apresentado abaixo, escolheu-se um recipiente oval de estanho, ornam entado com bronze. A nota original está 488 Na composição de um arranjo de rosas com flores vigorosas como os crisântemos, convém usar ramos de gipsófila, para suavizar o conjunto. na harmonização de delicadas ro sas brancas com uma nova e rara criação: a zínia especialmente cruzada para produzir flores de um verde suave. Na página 489, um arranjo in formal planejado para uma mesa de terraço, apresenta rosas em quatro tonalidades (vermelho, amarelo, cor-de-rosa e branco) e hastes de sálvia roxa. O padrão das linhas da cesta de metal é rei terado pelas graciosas curvas das hastes de sálvia. Uma sala de jantar de paredes escuras pode ser iluminada por um arranjo vigoroso, como o das páginas 490 e 491, que reúne ro sas amarelas, branca: e cor-de rosa e delicados ramos de gipsófi la (também chamada mosquiti- nho). O vaso é uma artiga e pre ciosa terrina de porcekna. A delicadeza da gipsófila rea parece no arranjo desta página, conferindo leveza e harmonia de cores à reunião de rosas entrea bertas e opulentos crisântemos. C a p í t u l o 4 2 ANUAIS I Plantas que completam seu ciclo de vida em apenas um ano, as anuais são próprias para quebrar a monotonia de um velho jardim ou para serem usadas por aqueles que não dispõem de amplos espaços. Em pouco tempo, geralmente não mais do que seis meses, elas transformam o canteiro num arranjo espetacular, de cores vivas e variadas. E elas precisam apenas de sol e solo adequado. P o r não atingir rnais do que 20 cm de altura, o amor-perfeito (acima) é muito usado para a fon ação de h o rd a s de canteiro onde form a uma massa de colorido intenso e aveludado. M as como sua padronagem é rico e ielicada, ele também pode ser explorado com êxito no cultivo em vasos. 493 M ilt on S. S h ir at a/ A br il P re ss As plantas anuais Na página ao lado, um canteiro com diferentes espécies de plantas anuais. N ote que as variedades mais baixas foram plantadas na frente das mais altas. Abaixo, em detalhe, uma haste de boca-de leão e cosm os (variedade rosada). 494 s plantas anuais comple tam seu ciclo vital no pe ríodo máximo de um ano. Para perpetuar a espécie, são obrigadas a produzir grande número de sementes e, para que isso aconteça, muitas flores. Quase toda a energia das plan tas anuais é consumida na produ ção de espetaculares e abundan tes florações. Afinal, elas não precisam armazenar energias em suas raízes como as demais plan tas. Para se ter uma idéia concre ta disso, basta lembrar que, no fim da estação, cerca de 50% do peso de uma anual seca corres ponde às sementes. Em condições ótimas, ou seja, bom solo, água e luz suficientes, as anuais desenvolvem se muito bem. E para isso sequer é neces sário muito espaço. Elas são extremamente práti cas. Como são temporárias, po dem ser usadas em canteiros em torno de casas alugadas ou resi dências de verão. Pela mesma ra zão, servem para preencher locais do jardim onde as plantas pere nes ainda não cresceram o sufi ciente. E, ainda, por terem siste mas de raízes pequenos, a maio ria delas pode ser removida de um lado para outro do jardim (basta arrancá-las cuidadosamen te com o torrão de terra). Jardi neiros experientes costumam plantar espécies que florescem mais tarde em sacos plásticos pa ra depois transplantá las no ja r dim, à medida que outras plantas fenecem. Outros as cultivam em vasos ou recipientes portáteis pa ra poderem levá-las aos locais que quiserem. As anuais trepadeiras, que crescem rapidamente e produzem muitas flores, podem fornecer ta pumes quase instantâneos e, as sim, conferir a um local desagra dável uma vista bonita em ques tão de semanas. Naturalmente, as plantas anuais requerem cuidados espe ciais e são indicadas apenas para pequenos canteiros, vasos, jardins rochosos; enfim, pequenas áreas. Plantar as anuais num terreno grande pode ser muito perigoso para o solo: depois de produzi rem as sementes, elas secam e deixam a área desprotegida e ao sabor da erosão (o que não ocor re em áreas pequenas ou terrenos rochosos). Quanto à escolha de plantas, há centenas de espécies e milha res de variedades à disposição de quem pretende cultivá-las. Aliás, o difícil é optar pelas mais boni tas e interessantes, pois todas elas são excelentes. De qualquer for ma, convém consultar a Enciclo pédia no momento da escolha das plantas para melhor orientação. Algumas plantas anuais como as petúnias sempre-floridas e as prímulas não requerem mais do que seis meses para se transfor marem de uma simples semente em uma planta abundantemente florida. Também o amor-perfeito, a flox, a boca-de-leão, a papoula não exigem muito trabalho e fio rescem rapidamente. Planejamento do jardim Algumas anuais, como a Phlox drummondii (esquerda) e a Alyssum (direita), produzem flores pequenas e delicadas, que são ideais para comporem bordas de canteiros. t/3 c/i s flores das plantas anuais possibilitam a criação de canteiros mul- ticoloridos, desde que se combi nem espécies ou variedades dife rentes. Mas, para isso, é necessá rio um planejamento adequado, pois, caso contrário, o resultado será caótico e desagradável. Para fazer um bom planeja mento, comece pela seleção de es pécies que florescem na mesma época e que tenham altura e for mas diferenciadas. Decidindo com quantas espécies pretende fazer o canteiro, procure idealizar a localização de cada uma delas no canteiro. Para isso, convém fazer um esboço numa folha de papel. Com o desenho você terá uma idéia de como o canteiro fi cará depois de florido. E, o que é muito mais interessante, você poderá enriquecer a idéia origi nal, criando novas soluções ini cialmente inimagináveis. Na hora de esboçar suas idéiasno papel, não cometa o erro de pensar nas flores individualmen te. Elas devem ser consideradas como parte de um todo, não co mo entidades separadas. Lembre- se de que o efeito contrastante das cores das flores entre si ou com outros elementos do jardim dá um toque vivo e alegre a um ambiente externo. É conveniente colocar as plan tas mais altas atrás das mais bai xas, mas não seja muito rígido ao adotar essa regra. Uma pequena variação na altura das plantas em todo o canteiro proporciona um efeito mais agradável e elimina a possibilidade de ele parecer duro, compactado. Se o canteiro ficar junto a uma parede, muro ou qualquer su perficie pintada, considere a cor desse “pano-de-fundo” ao fazer a combinação das cores das flores. E lembre-se de que o uso de mui tas cores poderá neutralizar o efeito pretendido e transformar o canteiro em algo tão caótico quanto o resultado de uma solu ção não planejada. Convém, ainda, adotar algu mas regras básicas de disposição: nas proximidades da casa, o can teiro geralmente fica melhor com formas mais delineadas, geomé tricas; quando afastados, ficam melhor com linhas sinuosas que acompanhem a calçada do ja r dim ou a silhueta das plantas de forma orgânica, ou seja, form an do um todo integrado. O formato das flores das espé cies escolhidas para formar o canteiro poderá influir muito no efeito final. Exemplo disso são as esporinhas e tremoços que produ zem espiguinhas floridas, muito delicadas. As papoulas e os amo- res-perfeitos merecem, em função de sua beleza peculiar, local de destaque. C ondições de cultivo Ao selecionar as plantas anuais para o seu jardim , você não pode se esquecer de conside rar as condições de clima e solo. A maioria delas prefere o sol di reto, embora algumas espécies possam viver e florescer à som bra. As anuais precisam de uma boa quantidade de água e não su portam temperaturas altas ou baixas demais. O problema do frio, no entanto, pode ser facil mente resolvido: cultive a planta num recinto fechado até que o pe rigo de geada tenha passado. As qualidades que as plantas exigem do solo variam em função das necessidades de cada espécie: aquele que é excelente para algu mas pode não ser para outras. Felizmente, um bom solo para jardinagem apresenta algumas qualidades genéricas que permi tem sua identificação. Deve ser profundo, fértil e bem drenado. Precisa contar com suprimentos de matéria orgânica para manter a umidade necessária. Em contra partida, deve ser poroso, para possibilitar a penetração da água e do ar. O solo com essas carac terísticas é habitado por miríades de bactérias benéficas, que de compõem a matéria orgânica em seus componentes básicos, for mando o que se chama de húmus. Seria supérfluo dizer que um solo sem húmus é estéril. Mas por melhor que seja o solo, ele precisa ser cuidado para man ter ou desenvolver suas qualida des. E, sob esse aspecto, há duas escolas de ja rd in ag em : um a delas sustenta que os fertilizantes quí micos não devem ser usados, pois estragariam e até envenenariam o solo; a outra, ao contrário, consi dera o solo apenas como um local conveniente para que as plantas obtenham apoio para manter-se erguidas, pois os alimentos quími cos podem ser controlados de mo do mais eficiente. Para que — per guntam — se submeter ao traba lho pesado de transportar e aplicar Abaixo, duas variedades de amor-perfeito: a Viola tricolor (esquerda) e a Viola wittrockiana (direita), plantas também adaptáveis ao cultivo em vasos. 497 A br il P re ss V al di r Z ac ar ia s A s plantas anuais cabem em qualquer cantinho. Você pode plantá las nas bordas das calçadas do jardim , ao lado da casa ou numa área sem flores do jardim . Na página ao lado, você pode observar um grande número de variedades, plantadas num espaço relativamente pequeno. Para as bordas de um caminho curvo (!) convém seguir um padrão irregular que o acompanhe. Numa borda reta (2), de uma calçada ou canteiro, o padrão deve organizar áreas de ângulos retos. adubo orgânico nos canteiros, se as plantas precisam esperar que eles se decomponham para depois aproveitá-los? As discussões entre os defenso res ortodoxos desses dois pontos de vista vão longe. Mas há um es paço amplo na área entre esses dois extremos, ocupado pela maioria dos jardineiros, que se preocupa mais com a beleza e vi ço de suas plantas do que com o purismo da técnica utilizada para obtê-las. Os jardineiros ecléticos acei tam o fato de que a matéria orgâ nica beneficia o solo e aumenta seu valor nutriente. Ela contribui para melhorar a estrutura física do solo, dando-lhe a capacidade de manter a umidade e facilitar a entrada de ar até as raízes. Mas, por outro lado, reconhecem que os fertilizantes químicos são ines timáveis no suprimento do que pode ser chamado energia rápida. Assim, os adubos químicos são usados como complementares no processo de desenvolvimento da planta, na época da produção de flores, etc. Para as plantas anuais, o adubo complementar é geralmente aplicado junto à su perfície do solo, até 5 cm de pro fundidade. A água da chuva ou das irrigações se encarrega de le vá-lo até as raízes. Genericamente, pode-se dizer que são três os fatores relaciona dos ao solo que influenciam o crescimento das plantas anuais (e das outras também, é claro): a porosidade, que determina a rapi dez com que a água penetra e es coa do canteiro, a fertilidade e a acidez. Se um ou mais desses fa tores não forem considerados bons, eles podem ser alterados. Se o solo for leve demais, ou seja, tão poroso que a água se es coa muito depressa e a umidade não pode penetrar nele, ou, ao contrário, tão pesado (argiloso) a ponto de a água não poder pene trá-lo, trará problemas ao cultivo. O remédio para os dois casos é o mesmo: basta acrescentar ma téria orgânica em quantidade su ficiente para deixá-lo no ponto ideal. Quanto à fertilidade, adu bos orgânicos ou químicos, de pendendo da urgência da solução do problema, poderão melhorá- lo. O problema da acidez geral mente ocorre com maior freqüên cia e a correção só pode ser feita depois de uma avaliação mais complexa (veja pág. 500). 498 Preparação do solo Com hastes longas e cores marcantes, as papoulas (duas espécies abaixo) ficam muito bem quando usadas para form ar massas coloridas. S n A ificilmente se encontra ) U J um solo pronto para o plantio. Ele poderá ser fértil e poroso, mas com índice de acidez ou alcalinidade fora do padrão ideal. A correção do solo, no entan to, é perfeitamente possível, desde que se identifique previamente suas carências. Ao preparar um canteiro, a primeira providência a ser tomada é avaliar o seu grau de acidez. Para isso, basta usar um peagâmetro (instrumento que você pode adquirir em lojas espe cializadas em artigos para jard i nagem) ou mandar uma am ostra gem do solo para um laboratório. Como as plantas anuais reque rem solo ligeiramente ácido, com pH entre 6 e 6,5, você certamente precisará modificar o solo de seu jardim se ele estiver fora dessas especificações. Para solucionar problemas de excesso de acidez, deve-se acrescentar calcário do- lomítico e, se o solo for muito al calino, enxofre (consulte a tabela da página 102, para saber qual a quantidade necessária). Resolvido o problema da aci dez, você poderá aumentar a fer tilidade do solo, se necessário, com a adição de adubos químicos ou orgânicos. Mas seja qual for o tipo de adubo escolhido, ele de verá ser aplicado com precau ções, pois o excesso pode ser tão danoso quanto a falta desse in grediente.Aliás, algumas anuais se dão melhor com solos relativa mente inférteis. As doses genero sas de nitrogênio, por exemplo, fazem com que essas plantas con centrem suas energias no cresci mento de hastes e folhas, em de trimento das flores. De uma maneira geral, os três elementos de um adubo balancea do — nitrogênio, fósforo e potás sio — são benéficos também pa ra as anuais. O nitrogênio con corre para o viço da planta; o fósforo estimula o florescimento, o crescimento das raízes e dá energia extra às plantas jovens; e a resistência às doenças e pragas é garantida pelo potássio. Esses três elementos, distribuí dos em porcentagens diferentes, constituem as fórmulas de vários adubos químicos. O melhor para as plantas anuais é o de fórmula 6-12-6, que tem menor porcenta gem de nitrogênio. Maiores quan tidades de nitrogênio devem ser aplicadas apenas em solos muito carentes desse componente. A s folhas verdes e arredondadas da chagas (Tropaeolum majus) form am contraste natural com as flores intensamente coloridas. 501 M ilt on S. Sh ir at a/ A br il Pr es s A br il P re s Abaixo, as delicadas flores da begônia sempre florida, que form am cachos róseos sobre folhagem verde-escura. Embaixo, a variedade laranja de chagas. O nitrogênio, o fósforo e o po tássio encontram-se presentes em fertilizantes orgânicos, como es terco e torta de caroço de algo dão. A farinha de ossos contém nitrogênio e fósforo e a cinza de madeira, potássio. Você poderá usar tanto os adu bos químicos quanto os orgâni cos. Mas reserve os primeiros pa ra as situações mais difíceis, quando sentir que suas plantas necessitam com urgência de no vas energias. Caso contrário, o esterco de curral é o mais indica do. Como alternativa para o es terco de curral, muitos jardinei ros adotam um composto enri quecido. A vantagem que se tem com isso é que, além de se ali mentar as plantas, melhora-se a estrutura física do solo, tornan do-o mais leve se for pesado ou dando-lhe maior consistência se for leve demais. Uma camada de 2 ou 3 cm de profundidade desse composto sobre um canteiro é su ficiente para uma excelente pro dução de flores anuais. Composto enriquecido Nada mais encorajador para aqueles que cultivam plantas em jardim, do que preparar seu pró prio composto para o enriqueci mento do solo. Para isso, apro veite folhas, aparas de grama e outros resíduos de plantas. Quan do você tiver juntado bastante material, prepare uma cova e preencha-a com camadas de m a terial orgânico de 10 a 25 cm de espessura. Entre uma camada e outra, salpique uma mistura de seis partes de sulfato de amónia, três partes de superfosfato e qua tro partes de calcário dolomítico. Um litro dessa mistura deve ser espalhado sobre 30 litros de ma terial vegetal. Convém, ainda, adicionar um pouco de esterco de curral curtido à mistura. Faça um montículo de 1,2 a 1,5 m de altura (ele se encolherá consideravelmente ao se decom por). Ao amontoar o material em camadas, mantenha uma conca vidade na parte central, a fim de que a água da chuva e de regas possa ser captada. De tempos em tempos, revire todo o material em decomposição e mantenha o montículo sempre úmido. Depois de um período de três a seis meses, o material estará transformado num composto en riquecido, excelente para suas plantas. ultiplicar plantas anuais por sementes constitui uma tarefa fácil e com pensadora, mas elas precisam ser muito bem escolhidas, pois, caso contrário, põem a perder todo o trabalho com a preparação do so lo. A primeira regra é escolher se mentes novas, pois as sementes das anuais perdem o vigor depois de dois ou três anos. Embora as plantas de seu ja r dim produzam um grande núme ro de sementes, não convém usá- las: a prática tem demonstrado que essas experiências são geral mente frustrantes. A produção de boas sementes requer um cultivo orientado para tal finalidade, em local especial. A solução mais simples é, pois, comprá las em floriculturas ou lojas especializa das em jardinagem . Geralmente as sementes são embaladas em envelopes com a descrição das características da espécie e o ano em que foram produzidas. As vantagens dessas sementes, em relação às que fo ram produzidas por suas plantas, decorrem basicamente da seleção dos exemplares ideais para a pro dução de sementes, que implica no conhecimento da história pre- A escolha das sementes N ativas do Brasil, as petúnias hoje usadas em jardinagem são todas híbridas. Abaixo, a borda de um gramado decorada com petúnias nas cores branca e púrpura. A s abundantesßoradas das anuais perm item que você colha flores para fa zer arranjos em vasos sem prejudicar a beleza do canteiro. Abaixo, a f lo x e a flor-de-palha. gressa de seus ancestrais. Isso ga rante uma certeza prévia das ca racterísticas das flores que serão produzidas por elas, tais como forma, cor e tamanho. Quem planta suas próprias se mentes, portanto, corre o risco de ter surpresas desagradáveis; mes mo porque muitas anuais se dege neram na segunda geração. As petúnias, por exemplo, geram muitas sementes capazes de pro duzirem mudas vigorosas, mas que não apresentarão bom rendi mento: as flores da segunda gera ção são poucas e com tonalidade pálida, sem graça. O que foi dito acima não quer dizer que você não deve fazer suas experiências. Apenas elas não devem ser feitas quando se pensa num canteiro decorativo, pois elas não oferecem condições para um planejamento adequado. Sem entes híbridas No mercado de plantas exis tem as chamadas sementes F, (onde F é igual a filho e 1 igual a primeira geração). Essas se mentes são produzidas com técni ca especial para garantir as quali dades de duas espécies ou varie dades diferentes. O processo co meça com a seleção de dois exemplares, cujas características tenham sido apuradas e preserva das por várias gerações. Uma de las funcionará como planta- mãe, a outra como planta-pai. Quando surgem os botões, os téc nicos retiram os estames produto res de pólen das flores da planta mãe. Recolhem o pólen da plan ta escolhida para funcionar como pai e com ele polinizam a planta- mãe. Em seguida, cobrem os bo tões para evitar uma outra polini zação, que pode ser causada pelo vento ou por insetos. As sementes resultantes dessa flor herdarão uma combinação determinada das características dos dois exemplares escolhidos. Isso ga rante o aparecimento de flores novas de boa qualidade ou uma réplica perfeita dos exemplares anteriores, se eles forem de espé cies apuradas. Naturalmente as sementes F, são mais caras do que as semen tes comuns, dado o trabalho exi gido para sua produção. Nos Es tados Unidos e no Canadá essa prática é comum, e realizam-se concursos para avaliar as quali dades das novas variedades obti das por esse processo. K ei ju K o b a y a sh i as mudas que nela se desenvol vem sejam transplantadas com maior facilidade. Mas como os chamados “solos sem terra” não têm valor nutritivo, a mistura precisa ser enriquecida com ou tros componentes. O recipiente O recipiente mais simples para plantar sementes dentro de casa é um vaso de barro ou de plás tico. O de plástico tem a vanta gem de não secar tão rapida mente quanto o de barro. Porém, é necessário muito cuidado para não molhá-lo demais. Quanto ao tamanho, os mais indicados de vem ter de 10 a 15 cm de diâme tro (para funcionar como semen teiras, eles não precisam ser muito profundos). Para maior comodidade, use um vaso para cada espécie de planta que você vai semear. Lem bre-sede que as espécies diferen tes, mesmo quando florescem numa mesma época, não têm o mesmo processo de desenvolvi mento e, se forem plantadas no mesmo recipiente, é provável que o desenvolvimento de algumas delas seja prejudicado. Para obter uma grande quanti dade de mudas, convém adotar uma sementeira maior, de ma deira ou plástico. Normalmente usam-se como sementeiras cai xotes com 7,5 a 10 cm de profun didade, 30 a 45 cm de largura, e 45 a 60 cm de comprimento. Elas devem ter aberturas de 0,5 cm para a drenagem. Para isso, basta fazer o fundo com ripas pregadas de modo a deixar vãos nessa me dida e forrar o fundo com pedri- nhas para a terra não se perder (veja instruções na página 510). C om o sem ear M arque a superfície do solo com uma régua, pressionando-a levemente, de modo a formar sul cos paralelos. A maioria das se mentes não deve ser semeada a uma profundidade maior do que duas vezes o seu diâmetro e as pequenas não precisam ser cober tas com terra. A distância entre um sulco e outro depende tam bém do tam anho das sementes: as grandes, por exemplo, devem ficar a 8 cm de distância entre si. No alinhamento do sulco, mante nha a mesma distância. Lem bre-se de que quanto menos uma Os cravos (esquerda) e as cravinas (direita), plantas do gênero Dianthus, produzem flo res delicadas, coloridas e perfumadas. Os cravos form am massas de cores atraentes e são excepcionais para o corte. C O M O OBTER M U D A S A PA R T IR DE SEMENTES 1. Um vaso de 15 cm de diâmetro pode servir como sementeira. Para isso, form e uma camada de pedrinhas ou cacos de vasos quebrados no fundo. Sobre ela disponha uma camada fin a de composto orgânico. Preencha o resto do vaso, até 1,5 cm do topo, com terra de vaso. Junto à superfície, ponha uma camada de 0,5 cm de vermiculita. 2. Se você fo r plantar sementes grandes, firm e-as no solo antes de dispor a camada de vermiculita. Se forem pequenas, deixe-as soltas sobre a última camada. 3. Coloque o vaso no interior de um recipiente com água. Ela subirá pelo buraco de drenagem. Quando a superfície se apresentar úmida, retire o vaso do recipiente. 4. Coloque o vaso no interior de um saco plástico transparente. Para que ele não encoste nas mudas, coloque algumas estacas. M antenha-o em local com luminosidade suave, que apresente temperatura entre 20 e 25°C. 5. Quando aparecerem as primeiras fo lh as verdadeiras, logo acima das folhinhas embrionárias, retire o saco plástico. Regue o vaso e repique as mudas para vasinhos individualizados. Erga as mudas com um lápis ou marcador de plantas, tomando cuidado para que um pouco de terra se mantenha ju n to às raízes. Segure a planta por uma das fo lhas e cuide para não machucar a haste. 6. Prepare os vasinhos de 5 a 7,5 cm com terra de vaso. Firme a mudinha delicadamente. Coloque os vasinhos em bandejas de madeira e disponha-as junto a peitoris de janelas ensolaradas. Regue a bandeja a cada manhã, mas com uma quantidade de água que possa ser absorvida até o meio-dia. 508 muda tiver que competir com ou tras, mais forte ela será. A técnica para semear com nú mero reduzido de sementes é sim ples. Ela só requer uma batidinha do indicador na borda de um en velope de sementes dobrado entre o dedo médio e o polegar. As se mentes grandes podem ser despe jadas na palma da mão e coloca das uma a uma na posição. As muito pequenas podem ser mistu radas com areia grossa. Espa lhando uma leve camada dessa mistura na superfície do subs trato, elas ficam naturalmente es paçadas. E quanto maior for a quantidade de areia mais se espa lham, quando bem misturadas. Caso as sementes sejam escuras demais para se distinguirem do solo, a superfície da terra pode ser polvilhada com areia clara e fina para torná-las mais visíveis. Depois da semeadura, as exi gências para a germinação são poucas, mas devem ser rigi damente observadas: as semen tes precisam de uma atmosfe ra úmida, morna e sombreada. Quando se usa vasos, convém deixá-los sobre uma vasilha com água até que esta, penetrando pelo buraco de drenagem, atinja a superfície da mistura (mas não deixe que o solo fique ensopado). Em seguida, para preservar a umidade, introduza o recipiente no interior de um saco de plástico transparente e incolor. Para que o saco plástico não fique colado na superfície do recipiente, fato que impediria a formação de uma atmosfera permanentemente úmida, coloque estacas para mantê-lo na posição. Lápis ou ca netas esferográficas fora de uso são ideais para isso. Disponha a sementeira num local relativamente quente (25°C é a temperatura ideal), porém não a deixe receber sol direto. Faça uma tenda com folhas de jornal para produzir a sombra necessá ria às sementeiras até que elas germinem. A necessidade de luz Quando as sementes brotarem, deve-se remover a cobertura de jornal e plástico do recipiente. A exigência de sombra acaba e as mudinhas passam a necessitar de luz. Coloque o recipiente junto a uma janela ensolarada ou sob lâmpadas fluorescentes. Se você deixar sua sementeira junto a uma janela, lembre-se de virá-la com freqüência; caso con trário, ela recebe luz só de um lado, o que provoca um desenvol vimento irregular das mudas. Para evitar esse trabalho, muitos jardineiros preferem a luz artifi cial. Você pode comprar lâmpa- A baixo, recipientes próprios para o transplante das mudas obtidas por meio de sementes: 1) bolachas de turfa; 2) vaso comum; 3) blocos de celulose; 4) vaso de turfa. Embaixo, a delicada e frá g il flo r da papoula, do gênero Papaver. C O M O PRE P A R A R A SEMENTEIRA 1. Uma caixa qualquer de madeira, desde que tenha o fundo form ado por ripas pregadas a cerca de 0,5 cm de distância uma da outra, serve como recipiente (você pode aproveitar um caixotinho de frutas, vazio). Lave bem o recipiente e coloque pedrinhas nos vãos das ripas para propiciar uma boa drenagem e impedir que a terra escape pelos vãos. 2 Sobre a camada de pedrinhas, disponha uma mistura porosa para facilitar a aeração. Uma sugestão: partes iguais de areia, xaxim e terra vegetal não peneirada. 3 A próxima camada deverá ser constituída por terra vegetal peneirada. Lembre-se de que quanto mais fina a terra, mais fá c il será para as sementes germinarem. 4 Para que a terra fique bem distribuída e o excesso seja retirado, use uma régua de madeira, movimentando-a de um lado a outro da caixa e de form a a preencher todo o espaço. 5 Com uma prancha, soque levemente a terra, deixando a superfície do solo bem nivelada. N ão coloque mais terra, po is convém que a sementeira tenha uma pequena borda. 6 Para umedecer o solo, coloque a sementeira numa bacia com alguns centímetros de água. Em algumas horas a superfície do solo estará umedecida. Retire então a sementeira do recipiente com água e disponha soore dois pedaços de madeira a fim de que o excesso de água possa escorrer. A ki ko G u sh ik cn CO M O SEM EAR 1. Comece espalhando cuidadosamente as sementes para não haver concentração de mudinhas em alguns pontos. Se elas forem grandes, faça linhas sulcadas, distantes 2 cm uma da outra, e disponha as sementes no interior dos sulcos. 2. Peneire uma porção de terra para recobrir com uma leve camada as sementes. Caso elas sejam muito pequenas, essa camada é dispensável: basta que você as misture com areia grossa (mais ou menos do tamanho das sementes) e peneire tudo sobre a sementeira. 3. Coloque na sementeira uma plaquinha com o nome da planta e a data da semeadura, para que possa acompanhar melhor o desenvolvimento da mudinha. 4.Como o calor e a umidade são muito importantes para a germinação, disponha sobre a sementeira uma placa de vidro, apoiada em calços de madeira. A função desses calços é deixar a placa de vidro na posição adequada: se ela fica r alta demais, não atenua a evaporação; caso contrário, sufoca as sementes. 5. Cubra a sementeira com folhas de jornal. Elas qjudam a manter o calor e vedam a luz, que nessa fase do cultivo é prejudicial. D epois que as sementes germinarem, retire as fo lhas de jom al. 6. O tampo de vidro deve ser retirado mais tarde, po is as mudinhas precisam se adaptar aos poucos ao ar livre. M as como, agora, elas precisam de luz, limpe o vidro sempre que se form ar vapor de água. 511 C O M O A C E L E R A R O C R E SC IM E N TO U SAN D O L U Z AR TIF IC IA L 1. Quando se pretende desenvolver poucas mudas, basta um peitoril de jan ela e o trabalho de virar os vasos com freqüência para que as mudas recebam luz por igual. Mas quando elas são muitas ou não se dispõe de janelas iluminadas, convém apelar para a luminosidade artificial. Para tanto, basta deixar as mudas sob o fo co de dois tubos fluorescentes, colocados a 15 ou 20 cm dos vasos. Estes devem estar numa bandeja rasa, contendo um pouco de água e pedregulhos. 2. D epois de repicar as mudas para vasos individuais — o que deve ser fe ito quando surgirem as prim eiras fo lhas verdadeiras — , eleve o fo c o de luz para 25 ou 30 cm da superfície dos vasos. M antendo a luz ligada cerca de 18 horas p o r dia, as mudas se desenvolverão homogeneamente. Você poderá construir um “acelerador ”, com o o dos desenhos, ou improvisar algo que produza o mesmo efeito. das especiais para o cultivo de mu das, em lojas especializadas, ou usar lâmpada fluorescente co mum, rotulada como “branco frio”, “branco” ou “ luz do dia” (veja instruções abaixo). Repicagem Assim que as mudas apresen tarem seu primeiro par de folhas verdadeiras (não confundir com as folhinhas que aparecem quando a semente brota), já estão prontas para a repicagem, o que deve ser feito o mais rápido possí vel. Embora alguns jardineiros transfiram suas mudas para outras sementeiras, o melhor é transferi- las para vasos individuais, de 5 a 7.5 cm de diâmetro. Encha o recipiente com terra de vaso até 1 cm da borda. Faça um buraco suficiente para aco modar o sistema de raízes (use um lápis ou uma varinha com ponta, girando-a para fazer um furo em forma de cone). Remova as mudas da sementeira uma a uma. Use para isso uma espátula, e providencie para que venha com as raízes uma pequena por ção do solo da sementeira. Isso evita que as raízes sequem. Caso as raízes estejam muito entrelaçadas, bata o fundo da se menteira contra a superfície de uma mesa ou bancada, a fim de que o solo fique mais compacto. Em seguida, levante um grupo de mudas e coloque-o delicadamente sobre a superfície de trabalho: a terra se solta das raízes e as mu das se separam. Segurando a muda mais pelas folhas do que pelas raízes, disponha-a no bu raco aberto no interior do vaso preparado. Cuide para que ela não fique enterrada num nível superior ao que estava na semen teira (o peso do solo ao redor do caule poderá matá-la). Pressione o solo delicadamente em torno da planta, não tocando na haste. Deixe o vaso com a nova planta à sombra durante dois dias. De pois disso, leve-o para um local onde receba a luz direta do sol. Quando as mudas atingirem cerca de 5 a 10 cm de altura já podem ser transplantadas para o local definitivo. Ou seja, você po derá mantê-las em vasos para cultivo em interiores ou trans plantá-las em canteiros previa mente preparados no jardim. Poucas semanas depois, elas esta rão florindo. 512 uitas plantas considera das anuais, não o são de fato. Em suas regiões de origem, elas podem ser plantas vivazes ou perenes. Transfor mam-se, porém, em anuais em virtude da mudança do clima. Por isso, podem ser multiplicadas por estacas de galho como alter nativa para o método de reprodu ção por sementes. Plantas típicas desse grupo são os gerânios, a maria sem-vergonha, a begônia- sempre-florida e os coléus. A vantagem de reproduzi-las por estacas de galho consiste na diminuição do trabalho e na maior rapidez do processo. Para obter uma boa estaca, es colha um galho sadio e comprido e retire, da extremidade, um pe daço com 5 a 15 cm de compri mento, cortando logo abaixo de um nó. Remova as folhas dos pri meiros 3 cm da extremidade infe rior e elimine qualquer botão ou flor existente na estaca. Para enraizá-la, providencie um vaso de 15 cm de diâmetro e encha-o com uma mistura de par tes iguais de vermiculita e areia, ou, como alternativa, de com posto orgânico e areia. Antes de plantar a estaca, con vém mergulhar 2,5 cm da extre midade inferior, previamente mo lhada, em hormônio em pó, para incentivar o desenvolvimento de raízes, mas. certifique-se de ter comprado o hormônio correto: alguns deles dificultam o enraiza mento ao invés de incentivá-lo. Você pode colocar várias mu das para enraizar no mesmo vaso. Elas devem ser enterradas a uma profundidade de 2,5 cm e distantes umas das outras o sufi ciente para não ficarem amontoa- Como enraizar estacas O canteiro, à esquerda, em local sem i-som breado,foi form ado por marias-sem-vergonha vermelhas e por ageratos azuis, que contrastam com as brancas margaridas. A s begônias sempre-floridas foram aproveitadas num local ensolarado. 513 M U L TIPLICA Ç Â O POR E S T A C A S 1. Plantas vivazes cultivadas com o anuais podem ser multiplicadas por meio de estacas de galho. Para isso, corte um pedaço de 5 a 15 cm de com prim ento ju n to à extremidade da haste, logo abaixo de um nó. R etire as fo lhas que estiverem ju n to à base da haste. R em ova todas as flores. 2. Mergulhe a extremidade da estaca na água (cerca de 2,5 cm ) e depois em hormônio em p ó para prom over o crescim ento de raízes. Se houver excesso de hormônio, dê uma pancadinha na haste. 3. Prepare um vaso com material inerte (areia grossa, vermiculita ou com posto orgânico). Regue a mistura e f ix e as mudas numa profundidade de 2,5 cm. Firme o substrato ao redor da haste. N ão perm ita que as fo lh as de uma muda encostem nas de outra. 4. Coloque o vaso com as mudas no interior de um saco p lástico transparente. D isponha algumas estacas a f im de que o p lástico não encoste nas folhas. D eixe o vaso num local iluminado. Uma ou duas semanas depois, as raízes já terão se form ado. 5. Você poderá dispensar o saco p lástico se colocar um vasinho com água no interior do outro: a água passa pelas paredes do vaso e mantém o substrato úmido. N aturalmente, você precisará tapar o fu ro de drenagem do vasinho. 6. Quando as raízes atingirem 2,5 cm de com prim ento (erga uma das mudas depois do tem po previsto para o enraizamento a f im de verificar se já estão com o tamanho requerido) estão prontas para o plan tio num vaso definitivo. 514 das. O substrato de enraizamento deve ser firmemente apertado em torno de cada estaca. Em se guida, regue o vaso, mas tenha cuidado para não encharcá-lo. Para manter a umidade e uma temperatura adequada, coloque o vaso com as estacas no interior de um saco plástico transparente. Como regra geral, é desneces sário molhar o vaso novamente até que as novas mudas se enraí zem. Mas, se não for usado o saco plástico ou se ele não ficar bem vedado, a água poderá se evaporar e tornar necessária uma nova rega. Caso não seja providenciada nenhuma cobertura de plástico, é uma boa idéia colocar um pe queno vaso de barro nointerior do vaso com as estacas (o furo de drenagem do vasinho deve ser ta pado com uma rolha). Mantendo o vasinho cheio de água, ela se infiltra gradativamente, pelas pa redes porosas do vaso, no subs trato, mantendo-o com a umi dade necessária. O recipiente de enraizamento, vedado ou não com o saco plás tico, deve ficar afastado de locais excessivamente iluminados, ou seja, um pouco de sombra é es sencial para as estacas se aclima tarem. Alguns dias depois, no en tanto, elas devem ser expostas à luz: um local bem iluminado, mas não sob luz direta do sol. A maioria das plantas forma raízes depois de uma ou duas se manas. Nesse período, você deve levantá-las cuidadosamente do substrato e verificar se elas já es tão crescidas. Quando tiverem 2,5 cm de comprimento, as mu das já podem ser transplantadas para o local definitivo. A maria-sem-vergonha (à esquerda) e os coléus (à direita) fa zem parte do grupo de plantas que se pode multiplicar anualmente pelo processo de enraizamento de estacas de galho. 515 A br il P re ss A utilidade dos estuSins Para garantir luminosidade e temperatura ideais para as sementeiras, convém construir estufins (foto e desenho abaixo). O tamanho padrão de um estufim é de 90 cm po r 1,8 m. A parte de trás, que deve sempre ficar voltada para a face sul, deve ter de 50 a 90 cm de altura; a parte da frente, voltada para a fa ce norte, 35 a 70 cm de altura. O tam po pode ser de vidro ou veneziana de madeira (a segunda alternativa é mais indicada para locais muito luminosos). Se o tam po fo r de vidro, convém abri-lo um pouco nos dias muito ensolarados. s mudas das anuais obti das a partir do cultivo de sementes requerem muito espaço, uma vez que não podem ser levadas diretamente para o jardim. E como, nessa fase, elas precisam ficar expostas à luz, os peitoris de janelas po dem ser insuficientes. A solução ideal, principaímente quando se deseja formar um canteiro relati vamente grande, consiste em lan çar mão de um estufim. Os estufins são estruturas ge ralmente retangulares, com tama nho usual de 90 cm por 1,8 m, mas podem ser maiores ou meno res. A parte de trás da estrutura, que deve ser sempre voltada para o sul, deve ter de 50 a 90 cm de altura; e a parte da frente, de 35 a 70 cm. Essa armação é coberta com vidro ou plástico transpa rente ou ainda veneziana de ma deira. As paredes laterais podem ser de alvenaria ou madeira resis tente, se se quiser uma estufa per manente. Mas um estufim barato e simples pode ser feito apenas com suportes de madeira e uma janela envidraçada. No interior do estufim, acondi cionadas em vasinhos ou numa sementeira, as mudas resistem ao inverno e recebem mais sol do que se estivessem no peitoril de uma janela. Como conseqüência, crescem mais robustas e capazes de se adaptarem com maior faci lidade quando transplantadas para o jardim. Nesse meio tempo, seu único trabalho será o controle da tem peratura. Ela deve variar entre 20 e 25°C durante o dia e não deve cair abaixo de 8°C durante a noite. Convém, pois, pendurar um termômetro dentro do estu fim, num local onde você possa vê-lo com facilidade através do vidro, mas, é claro, sem que o sol incida diretamente sobre ele. Nos dias muito quentes e enso larados, levante o tampo do estu fim e calce-o com uma escora de madeira de modo a deixar uma fresta para circulação do ar. Por outro lado, nas noites frias, cubra o estufim com uma lona para manter o máximo de calor acu mulado durante o dia. Quando a superfície do vaso ou da sementeira der mostra de estar ressequida, você deve re gá-la. Mas faça-o pela manhã, pois a umidade excessiva durante a noite pode propiciar o apareci mento de doenças e pragas. 516 posto orgânico. Espalhe essa ca mada com o ancinho, aprofun dando-a até 5 a 8 cm. Regue bem o canteiro, até ficar ensopado, e passe novamente o ancinho. Espaçamento das plantas Chega a ser surpreendente o esquecimento de muitos jardinei ros amadores a respeito das ne cessidades de espaço que têm as plantas. As florações espetacula res que aparecem nos catálogos acontecem, em grande parte, de vido à observância correta deste pressuposto: é necessário que cada planta tenha espaço sufi ciente para desenvolver todas as suas potencialidades. Antes de plantar, consulte a Enciclopédia e verifique qual é o espaçamento necessário para a espécie que você pretende cultivar. Conhecida a medida, um modo simples para distribuir as plantas consiste em traçar no canteiro um quadriculado baseado nessas distâncias. Por exemplo, se os exemplares adultos necessitam de 20 cm de distância entre si, as li nhas do quadriculado devem es tar a 20 cm de distância umas das outras. Q U A D R IC U L A D O PARA O E SPA Ç A M E N TO D A S P L A N T A S 1. A o plantar as sementes no canteiro, você precisa considerar o espaço que cada espécie requer ao atingir a idade adulta. (Veja a Enciclopédia.) A seguir, trace um quadriculado baseado nas medidas necessárias. Meça as distâncias com uma trena e trace sulcos pressionando o cabo da enxada. 2. A s sementes devem ser plantadas no cruzamento das linhas. A s grandes podem ser dispostas com as mãos, uma a uma. Cubra as na profundidade indicada na embalagem. A s pequenas não devem ser enterradas; você pode despejá-las diretamente do envelope. Mas tenha cuidado para não colocar sementes demais. 3. O quadriculado facilita também a capina: o que nasceu fora dos cruzamentos só podem ser ervas daninhas. Comece a capina por um dos lados do canteiro, limpando a área que terá que pisar posteriormente para prosseguir. 4. Elimine cuidadosamente as mudas mais frágeis, de form a a perm itir um desenvolvimento adequado aos exemplares mais vigorosos. 519 H . T ak ad a/ C ol eç ào A lic e C ap cl ar i D evido aos m odernos m étodos de hibridação, as petúnias, nativas do Brasil, tornaram-se m uito populares. Elas podem ser cultivadas em vasos (página ao lado) ou em canteiros no jard im (abaixo). Para marcar o quadriculado, use uma trena e, a cada 20 cm, pressione o cabo da enxada con tra o solo. para formar um sulco até a outra borda do canteiro, e assim sucessivamente (veja ins truções da página 519). Em cada cruzamento das linhas ponha uma muda ou algumas sementes. O ponto de cruzamento das li nhas será de grande utilidade, pois você saberá onde as mudi- nhas deverão nascer, caso tenha semeado diretamente no canteiro. Tudo o que brotar fora desses pontos poderá ser eliminado sem receios. Caso você pretenda plantar es pécies diferentes num mesmo canteiro, a demarcação da área que elas ocuparão fica um pouco mais complicada, principalmente quando se pretende formar mas sas coloridas. Como semear Se você não tiver condições ou interesse em desenvolver mudas para serem transplantadas poste riormente no jardim, poderá fazer a semeadura diretamente nos canteiros. É claro que com isso o risco é maior: o canteiro poderá 520 Com folhagem rendada, de cor verde-prateada, eflores intensamente coloridas, a papoula da-califórnia form a canteiros alegres e vistosos, como o da página ao lado, onde se utilizaram diferentes variedades, e o canteiro abaixo, no qual se deu preferência à variedade amarela. apresentar algumas falhas; algu mas sementes podem nào germi nar; certos exemplares podem se desenvolver menos do que outros. Mas, se o terreno for bem prepa rado e o local oferecer boas con dições, os riscos diminuem e pode valer a pena arriscar. A semeadura direta nos cantei ros é muito simples, mas requercertos cuidados. Você precisa distribuir adequadamente as se mentes, pois de nada adianta um quadriculado ou desenho para delimitar o espaço se houver con centração ou carência de semen tes em alguns pontos. Lembre-se de que as sementes grandes devem ser colocadas nc palma da mão e dispostas uma a uma no canteiro. As de tamanho médio, como as de zínias, podem ser despejadas do envelope, mas com cuidado para que não se concentrem em demasia. Para isso, corte ou rasgue a borda superior do envelope. Com os de dos polegar e indicador pressione os lados para que ele se abra. In cline levemente o envelope em di reção ao chão, o mais próximo possível, e dê uma batidinha leve na parte de trás para que as se mentes deslizem para fora, aos C O M O A U M EN TAR A P R O D U Ç Ã O D E F LO R ES 1. D epois que a mudinha se firm ou e está com vários pares de fo lhas, ela precisa de uma poda chamada "beliscada ”. Com isso, elimina se o ponteiro e a planta começa a se ramificar. 2. N ovos ramos surgem ju n to à base das folhas, depois que o ponteiro tiver sido cortado. 3. Se o ponteiro não fo r cortado, ele continua a crescer sozinho. A planta não desenvolverá mais ramos e produzirá menos flores. Se ''beliscada”, ela se abre e produz muitas flo res (à esquerda). poucos. Quanto às sementes muito pequenas, misture-as com areia fina e espalhe a mistura nos cruzamentos. A profundidade em que as se mentes devem ser dispostas de pende também de seu tamanho. A espessura do solo que as reco brirá nunca deverá ser maior do que elas. Se forem arredondadas, a camada de solo deve ser igual a duas vezes o seu diâmetro. Logo após ter espalhado as se mentes, pressione o solo firme mente sobre elas, com as palmas das mãos ou com as costas de uma enxada. O resultado é a for mação de uma pequena depres são no local, que atua como re servatório de água, além de dei xar mais nítido o ponto em que elas foram plantadas. Com um regador de crivo bem fino, regue abundantemente o local de plantio. Mantenha as se mentes sempre umedecidas até que germinem. Se o local do j a r dim for muito ensolarado, cubra os canteiros com sacos de ania gem. Para mantê-los na posição, fixe-os com estacas ou pedras, nas bordas. Esta cobertura tem dupla função: protege contra a seca, retendo a umidade, e evita que as chuvas fortes carreguem as sementes (lembre-se de que elas são plantadas muito próxi mas à superfície). Assim que as sementes germi narem, retire a cobertura, caso contrário o sombreamento inibirá o desenvolvimento das mudas. O cuidado com as mudas As sementes das anuais, em sua grande maioria, levam duas ou três semanas para germinar. Três ou quatro dias depois, apa recem as folhinhas embrionárias. Tecnicamente, elas não consti tuem folhagem verdadeira, pois aparecem somente nesse estágio do desenvolvimento das plantas. Pouco depois, acima das embrio nárias, surgem as primeiras fo lhas verdadeiras. Quando isso acontecer, você pode começar a tratar das planti- nhas. Isole as maiores e mais ro bustas, retirando as pequenas e frágeis, para que as primeiras se desenvolvam sem concorrência. Antes de arrancar as mudas pe quenas, molhe bem o solo e reti re-as com cuidado para não pre judicar as raízes das plantas dei xadas para crescer. 524 Uma semana depois, aproxi madamente, quando as plantas selecionadas já atingiram de 5 a 10 cm de altura e desenvolveram vários grupos de folhas, elas es tão prontas para o processo de poda em que serão “beliscadas”. Essa operação também deve ser efetuada com mudas desenvolvi das em sementeiras, ou compra das em viveiros para serem trans plantadas em canteiros. O “beliscão” consiste na reti rada do ponteiro. Essa providên cia é básica, pois força a planta a desenvolver ramos laterais e, como conseqüência, ela se torna cheia e muito produtiva (as flores das anuais, geralmente, se abrem na extremidade dos ramos). Exe cutar o “beliscão” é muito sim ples: com o polegar e o indicador, belisque e remova a ponta do caule, imediatamente abaixo do par superior de folhas. A necessidade de apoios Atingindo um terço de sua al tura total, as plantas de cresci mento alto ou de caules frágeis, como as esporinhas e os cosmos, precisam de apoio para resistirem aos ventos e chuvas fortes. O suporte ideal para uma planta frágil, de altura pequena ou média, é um ramo seco com galhos finos. Eles devem ficar de 10 a 15 cm abaixo da altura da planta adulta, de modo que ela os esconda depois de crescida. Já as plantas altas precisam de estacas feitas de varetas de bambu, longas e finas. Sarrafi- nhos de madeira de 2 cm de es pessura podem ser usados como alternativa. Essas estacas devem ser enter radas no solo até uma profundi dade de 25 cm e convém que fi quem 10 cm abaixo da altura da planta crescida. Precisam ser dis postas o mais próximo possível da planta, mas não tão juntas que possam ferir as raízes. Plantas altas e com muitas hastes, como as esporinhas, de vem contar com uma estaca para cada exemplar. O caule deve ser atado ao suporte com nós tipo 8 bem folgados. Para plantas que têm hastes muito delicadas, como os cosmos, o nó poderá ser preju dicial. Por isso, use fios cruzados em forma triangular para apoiá- las (veja ilustração abaixo). O fio verde para jardinagem é próprio para isso. SU PO R TE S P A R A M A N TE R A S A N U A IS E R E T A S 1. Um ramo seco de galhos fin os fornece bom apoio para as plantas de caules frágeis. Se o ramo Jicar 10 cm abaixo da altura da planta adulta, ele será totalmente escondido pelas folhas. 2. Plantas altas e esguias requerem estacas individuais, fixadas a uma altura média, como se observa no desenho central. 3. Plantas de hastes delgadas, com o os cosmos, podem ser apoiadas por uma arm ação de fio s que form em triângulos, segundo o esquema m ostrado na ilustração. 525 Cuidados importantes A simplicidade das form as das zínias, anuais originárias do México, é compensada pela sua ampla gama de cores, que vai dos tons mais intensos aos mais pálidos. ais do que a maioria das outras plantas, as anuais alcançam pleno desen volvimento com um mínimo de cuidados. De tempos em tempos você deve capiná-las com a mão, porque a enxada pode prejudicar as raízes. Capine a área quando o solo estiver úmido, para poder arrancar as ervas daninhas com mais facilidade. Não deixe de re gá-las, ocasionalmente, em espe cial durante os períodos de seca. Embora muitas plantas anuais se jam nativas de regiões áridas, aceitam a falta de umidade so mente por um tempo limitado. Se voce notar que a terra em torno das plantas está secando, é hora de pegar a mangueira. Como as plantas anuais devem ser molhadas delicadamente, con vém usar uma mangueira com um bocal de crivo fino, ou então uma mangueira especial que con siste em um tubo plástico triplo, perfurado em toda a sua extensão por orifícios pequenos. Outra al ternativa é o tubo de lona perfu rada, acoplado à mangueira co mum, através do qual a água vaza suavemente para o solo (veja ilustrações na página 528). Lembre-se de que uma boa rega, mesmo a intervalos irregulares, é melhor do que regas diárias que apenas umedecem a superfície. Como para qualquer planta, a melhor hora para regar é de ma nhã cedo, para que as folhas pos sam secar durante o dia. Se você molhá-las à tardinha ou á noite, favorecerá o surgimento de doen ças causadas por fungos. A importância das coberturas Nas regiões secas e quentes, convém proteger as plantas com uma cobertura vegetal morta, que impedirá o sol de incidir direta mente sobreo solo, bloqueará a evaporação e reterá a umidade durante semanas, de modo a dimi nuir a freqüência das regas. Ou tra vantagem da cobertura é re duzir as ervas daninhas, por pri var suas sementes do sol de que necessitam para germinar. Você pode utilizar, como cobertura, materiais orgânicos como restos de folhas, palha, casca de amen doim ou de arroz, fibras de coco, serragem, etc. Espalhe uma ca mada de 2,5 cm de altura de um desses materiais sobre o canteiro. Coloque apenas 1,5 cm ao redor das hastes das plantas. O crescimento rápido, a graciosa aparência das flores, que lembram as margaridas, e a folhagem delicada tornam o cosm os (abaixo) uma planta ideal para combinar com gramados. 527 M ilt on S. Sh ir at a/ A br il P rc ? P R O T E Ç Ã O E REG A 1. Para manter o solo úm ido em locais ensolarados, proteja-o com camadas de 2,5 a 5 cm de cobertura vegetal morta. Junto à base da planta, a camada pode ser reduzida, p o is esse local já é parcialm ente sombreado. 2. C om o as mudas necessitam de regas delicadas, a melhor maneira de efetuá-las é usar uma mangueira perfurada e regular a pressão da água para que os borrifos sejam bem leves. 3. C om o alternativa para a mangueira perfurada, você pode acoplar um tubo de lona perfurada à mangueira comum de jardim . D essa form a a água penetra gradativam ente no solo. Se você tem pouco tempo para a jardinagem, ou se dedica a ela apenas nos fins de semana, a co bertura vegetal morta ajudará você a obter lindas flores. Entretanto, apesar de ser bené fica, a cobertura apresenta uma séria desvantagem: à medida que a cobertura se decompõe, os mi crorganismos do solo se multipli cam, esgotando o nitrogênio con tido na terra. Você percebe essa deficiência quando as folhas das plantas protegidas adquirem um tom verde-pálido. Nesses casos, convém aplicar uma dose auxiliar de nitrogênio. Uma maneira sim ples de suprir essa carência é uti lizar “ adubo lateral", termo em pregado para o fertilizante usa do nas colheitas em desenvolvi mento. Escolha um adubo rico em nitrogênio, como o de fór mula 12-8-5. Espalhe-o ao redor da base de cada planta, em um círculo pouco maior que a expan são de suas folhas (em geral as raízes se estendem ligeiramente além da expansão da folhagem). Mas não deixe que o fertilizante toque as hastes, pois ele pode queimar as plantas em cresci mento. Continue aplicando uma colher (café) por planta a cada 2 ou 3 semanas até que as folhas obtenham uma saudável cor ver- de-escura. O mesmo fertilizante pode ser aplicado quando os botões come çam a mostrar a cor, pouco antes de desabrocharem. Nesse estágio, uma dose extra de nitrogênio in tensifica a cor das flores e pro longa o tempo de floração das plantas. Para isso você também pode utilizar o “adubo lateral”, ou optar pelo método da “aduba- ção foliar” , que consiste em mis turar o pó solúvel ou líquido con centrado com água e borrifar di retamente sobre as folhas. A adu bação foliar representa rápida fonte de energia e possibilita re sultados espetaculares, mas, em pregada inadequadamente, pode exaurir as plantas. Usado em ex cesso, o fertilizante foliar produz folhas enormes, não sendo muito aconselhável para as flores. Qualquer que seja o adubo es colhido, você deve tomar o cui dado de aplicá-lo nas proporções indicadas pelo fabricante e nunca mais do que uma vez a cada 2 ou 3 semanas. Lembre-se de que é melhor usar pequenas doses vá rias vezes do que sobrecarregar as plantas com doses maciças. 528 C a p í t u l o 4 5 ANUAIS 4 A s margaridas (acima) são anuais de fá c il cultivo e de grande beleza. Elas podem ser usadas para form ar grandes ou pequenos canteiros, que ficam sempre valorizados pela singeleza de suas cores Também se prestam para a secagem e prensagem, quando se pretendem arranjos com Jlores secas. Plantas de vida curta, as anuais não sofrem o assédio intensivo das pragas e, geralmente, não são acometidas por doenças. Cuidando bem dos canteiros, mantendo-os limpos e livres de ervas daninhas, hastes e flores mortas, essa resistência natural aumenta ainda mais. Mas, como as anuais não estão imunes a esses males, convém prevenir-se contra eles. Como combater pragas e doenças Quando sadias, as anuais alegram os canteiros com flores quase perfeitas. Abaixo, um campo de margaridas; margaridas amarelas (abaixo, à direita); e a australiana perpétua rosa (à direita, embaixo). epois que as mudas são transplantadas nos canteiros, as anuais rara mente dão muito trabalho. Por serem plantas de vida curta - geralmente elas não duram mais do que seis meses — , não sofrem com a mesma intensidade que as outras plantas o assédio das pra gas. E, quando cultivadas em lo cais adequados, não têm tendên cia às doenças. Mas, infelizmente, elas não es tão inteiramente imunes a esses males. Por isso, é preciso man ter-se atento, pois, caso contrário, o trabalho com o planejamento do canteiro, o desenvolvimento das mudas e o cultivo poderão ser, senão perdidos, comprometi dos seriamente. A melhor maneira de se evitar o aparecimento de doenças e pra gas é cuidar bem dos canteiros, ou seja, mantê-los sempre limpos e remover folhas, hastes e flores mortas. Se aparecem sinais de que o jardim está sendo atacado por algum tipo de praga ou doença, você deverá tomar outras providências. Nas épocas chuvosas e úmi das, por exemplo, há possibilida des de as anuais serem atacadas por vírus ou fungos. Eles se mani festam, geralmente, nas folhas das plantas, formando manchas feias e impedindo o desenvolvi mento normal das mudas. Além disso, as anuais têm como inimigos muitos insetos. Os mais incômodos, provavelmente, são os pulgões. Também as lagar tas, vários tipos de besouros e um minúsculo membro da família das aranhas, conhecido por ácaro vermelho, costumam tirar pro veito das folhas e hastes macias das anuais. Nos quadros das páginas 532, 533, 534 e 535, há instruções para o combate das doenças e 530 pragas que atacam, com maior freqüência, as anuais. Mas antes de adotar medidas mais drásti cas convém solucionar os pro blemas de modo que as plantas se ressintam menos. Por exemplo, quando as pragas atacam em nú mero limitado, melhor é fazer uma catação manual do que eli miná-las com produtos químicos. Os pulgões, por exemplo, po dem ser destruídos com jatos de água de uma mangueira de ja r dim, pois, se forem derrubados das folhas, jamais conseguirão efetuar uma viagem de volta. (No entanto, você deve ter cuidado, pois um jato de água muito forte pode derrubar também uma planta frágil.) Os besouros podem ser elimi nados com iscas (veja quadro das páginas 534 e 535) ou serem apa nhados manualmente e jogados no interior de uma vasilha com uma mistura de água e querosene, onde se afogarão. Proteções de cartolina junto às hastes impe dem a aproximação das lesmas e caracóis (veja quadro das pági nas 534 e 535). As lagartas (tatu ranas), que se escondem durante o dia em tocas subterrâneas, po rém rasas, junto aos caules, po dem ser facilmente descobertas com o auxílio de uma vareta, e depois serem destruídas. Esses métodos tradicionais, no entanto, podem ser inoperantes quando as infestações se agra vam, e, sendo assim, a solução ideal é a aplicação de produtos químicos. Mas convém que você distinga bem os praguicidas dos fungicidas. A ação mais eficiente dos fun gicidas ocorre antes da manifes tação da moléstia, ou seja, têm maior eficiência preventiva. Por isso você deve recorrer a eles quando houver evidências de que seus canteiros de anuais possamA s hastes suculentas e as pétalas macias das anuais acabam por atrair as pragas, se não se cuidar bem dos canteiros. Abaixo, duas espécies de cosm os (branco e amarelo), uma haste de boca-de-leão e lobélia azul. 531 ser contaminados. Já os praguici- das devem ser usados depois da manifestação das pragas, pois atuam diretamente sobre os agen tes causadores, matando-os. Esses produtos — praguicidas e fungicidas — são vendidos em lojas especializadas em jardina gem em fórmulas já prontas, es pecíficas para determinados pro blemas. Eles são embalados em latas, que devem ser agitadas an tes do uso, em recipientes plásti cos tipo “spray” ou vasilhames pressurizados. Para as grandes aplicações, existem pós ou líquidos concen trados, que devem ser misturados com outros ingredientes na hora da aplicação. Antes de comprar esses produ tos, certifique-se de que sua fór mula contém os componentes in dicados para o extermínio das pragas que infestam o seu jardim (veja quadros). Use sempre a do sagem indicada nos rótulos, pois o excesso polui o ambiente, e quantidades reduzidas servem apenas para tornar os insetos mais resistentes ao veneno. Quando você tiver que apelar para esses produtos químicos, tome cuidado. Lembre-se de que muitos deles são perigosos para o ser humano, podendo queimar a DOENÇAS SINTOMAS JM“ DAMPING OFF" (apodrecimento pela umidade) 0 excesso de umidade e a tem peratura baixa propiciam o aparecim ento de fungos que causam o apodrecimento da haste junto ao solo. As mudinhas tom bam e morrem. MANCHAS NAS FOLHAS ^ \ Manchas vermelhas, m arrons ou amarelas, de vários tamanhos, surgem nas folhas quando o tempo está úmido. As vezes, o tecido manchado cai, deixando furos na folhagem. As primeiras m anchas geralm ente são pequenas e aparecem nas folhas mais baixas. Com o tempo, form am-se grandes manchas irregulares. '— As plantas ficam recobertas por um pó branco ou cinza. As folhas, geralmente, se enrolam e secam, e os botões m urcham antes de se abrirem. A doença é provocada por fungos que se desenvolvem em locais úm idos e sombreados. A l-l RKl CiHM Inicialmente, surgem nasfo lhas inferiores protuberâncias amarelas, laranja ou marrom-avermelhadas. As protuberâncias rebentam, especialmente quando chove, e a doença pode ser levada para outras plantas, pela água ou pelo vento A ferrugem prospera com maior facilidade nos dias úmidos e noites frias. l iMURCHA / D ) Ocorre com maior freqúência nos periodos de seca. As fo lhas ficam moles, tornam -se amarelas ou marrons e caem prematuramente.Antes de diagnosticar a doença, verifique se o solo está úmido. Se ele estiver, o problema é realm ente com a planta. 532 pele e ferir os olhos no momento da aplicação. Use, pois, uma roupa que cubra bem o corpo e proteja o rosto com um lenço. Há no comércio produtos que não causam danos aos seres huma nos, mas são capazes de matar pequenos animais domésticos, peixes, pássaros e abelhas. Seja qual for o produto a ser usado, não faça aplicações em dias de vento, nem em momentos em que alguém esteja comendo, bebendo ou fumando nas proxi midades. Não os aplique em lo cais próximos a canteiros de ver duras, árvores frutíferas ou poços de água potável. Depois de ter efetuado as apli cações, convém que você tome um bom banho, mas não o faça com água muito quente, o que abriria demais os poros. Ainda como medida de precaução, reco menda-se tomar um copo de leite depois das aplicações. Feche bem os recipientes que contêm os produtos químicos e guarde-os em locais longe do al cance das crianças, pois, se inge ridos, eles provocam envenena mento. Entretanto, não tenha receio de usá-los quando for ne cessário. Tomando se todas as precauções apontadas não haverá perigo. EXEMPLOS DE ANUAIS AFETADAS C O NTR OLES Q U ÍM ICOS OUTROS M ÉTO D O S DE C O N T R O L E açafates, amaranto, boca-de-leão, coléus, crista-de-galo onze-horas, petúnia, zínia captan ferban fo lpet zineb Use mistura de solo estéril nas sem enteiras quando for desenvolver as mudas. No m om ento do transplante, assegure-se de que as mudas estejam no espaçamento recom endado para evitar o adensamento. 0 canteiro deve ter boa drenagem. chagas, crista-de-galo, coléus, flox, malva-rosa, tagetes captan ferban fo lpe t maneb zineb Evite molhar excessivamente a fo lhagem . Elimine as fo lhas m ortas e machucadas, que podem provocar o aparecim ento da doença. Mantenha o canteiro sempre limpo. agerato, centáurea, dália, ervilha-de-cheiro. flox, íberis, zínia dinocap fo lpet enxofre Evite o adensamento exagerado das plantas e os lugares particularm ente úm idos ou som brios. agerato, boca-de-leão, calendula, cravo, malva-rosa, rainha-margarida, tagetes ferban maneb zineb Compre sementes de boa qualidade. Deixe, entre as plantas, espaço suficiente para boa circulação de ar. Evite m olhar asfo lhas mais do que o necessário. boca-de-leão, dália, ervilha-de-cheiro, maria-sem-vergonha, miosótis, rainha-margarida, tagetes Compre sementes de boa qualidade. Adube e regue as plantas regularmente a fim de obter um desenvolvim ento vigoroso. Embora nenhum produto qu ím ico possa con tro la r diretam ente a doença, o carbaryl impede a sua difusão por m eio de insetos. 533 PRAGAS DESCRIÇÃO SINAIS DE INFESTAÇÃO 1 PULGÕE S Insetos em form a de pêra, geralmente sem asas. Podem aparecer nas cores verde, preta, amarela, marrom e rosa. Eles não ultrapassam 3 mm de com prim ento. Os pulgões se fixam na página inferior das Jolhas, ao longi das hastes, na base dos botões e, principalmente, nos novos brotos. Eles sugam a seiva da planta, fazendo as fo lhas se enrolarem, e tornam os botões e brotos malformados. Soltam uma substância adocicada e pegajosa, que atrai formigas. Podem transm itir doenças provocadas por fungos ou bactérias. CIGARR1NHAS Inseto sugador alado, de corpo alongado, com 1,5 a 8 mm de com prim ento. Pode aparecer nas cores verde-clara, amarela, cinza ou branca. As cigarrinhas atacam na página inferior da folha, fazendo aparecer um pontilhado esbranquiçado na página superior. As bordas da folha se enrolam e parecem queimadas. Como os pulgões, podem transm itir doenças. V © MOSCAS BRANCAS Insetos sugadores de asas brancas. M uito pequenos (os maiores têm apenas 1,5 mm de comprim ento), eles são quase invisíveis quando ficam im óveis sobre a planta. Se perturbados, voam como uma fina poeira branca. Sugam a página inferior das folhas, que ficam sarapintada de amarelo ou prateado, e chegam a cair. As moscas brancas segregam uma substância adocicada e bolorenta. M m BESOUROS Grandes, de cor marrom, com cerca de 1 cm de com prim ento e hábitos alimentares noturnos, os besouros são os maiores inim igos das plantas anuais. Mascam as folhas, as hastes e as flores, fazendo furos redondos ou irregulares, de tam anho considerável. Suas larvas se alimentam das raízes das plantas. LAGARTAS Gordas, de aparência suculenta, as lagartas sem pêlos têm de 2,5 a 5 cm de com prim ento. Geralmente, elas são de cor amarronzada. Durante o dia, elas ficam escondidas em tocas junto à superfície do solo. À noite, abandonam seus esconderijos para se alimentarem dos brotos e hastes próximas ao solo. Mas existem algumas espécies que sobem pelas hastes para se alim entarem das folhas, flores e botões. ÁCAROS M uito pequenos, os ácaros não podem ser vistos a olho nu. Ao microscópio, pode-se notar que eles são semelhantes a uma aranhazinha, e podem ser vermelhos, verdes, brancos ou rajados. Sugam a seiva dasfolhas, deixando pontilhados vermelhos,amarelos, verdes ou marrons. Formam teias prateadas na página inferior das folhas. Proliferam em locais quentes e com ar estagnado; por isso, suas vítim as são quase sempre plantas que ficam próximas a uma parede aquecida pelo sol. LESMAS F. CARACÓIS Ambos são moluscos. As lesmas têm de 2 a 1 2 cm de com prim ento. Não têm pernas e podem aparecer nas cores areia, cinza, marrom e preta. Os caracóis têm de 1,5 a 4 cm de com prim ento e caracterizam-se pela concha protetora. A lim entam -se à noite e nos dias úmidos e nublados. Atacam as fo lhas próximas ao chão, abrindo buracos e deixando uma trilha viscosa e prateada. 534 EXEM PLOS DE ANUAIS AFETADAS CONTROLES QUÍMICOS OUTROS MÉTODOS DE CONT R OL E calêndula, chagas, cinerária, cosmos, cravo, ervilha-de-cheiro, esporinha, girassol, goivo, lobélia, maria-sem-vergonha, rainha-margarida, tagetes m alathion Derrube os pulgões da planta com o jato de água de uma mangueira de jardim. Tome cuidado, porém, para não danificar a planta com a violência da água. amaranto, calêndula, centáurea azul, clárkia, dália, gerânio, lobélia, rainha-margarida, tagetes m alathion As plantas mais sensíveis devem ser protegidas por uma estrutura leve, coberta com gaze grosseira de algodão. agerato, cinerária, coléus, rainha-margarida diazinon, m alathion Plante as mudas com espaçamentos adequados, a fim de que haja boa circulação de ar. agerato, cinerária, coléus, cosmos, dália, rainha-margarida carbaryl, m alathion Com as mãos protegidas por luvas, derrube os besouros em uma vasilha contendo uma m istura de água e óleo ou água e querosene. cinerária, cravina, cravo iscas envenenadas Proteja as plantas com "co la rinhos" dispostos ao redor das hastes. Eles podem ser fe itos com tiras de cartolina de 8 a 1 0 cm de largura e 20 a 25 cm de com prim ento. Enrole-as em torno da haste e grampeie. agerato, boca-de-leão, esporinha, gerânio, girassol, malva-rosa, petúnia, prímula, tagetes dicofol, malathion, clorobenzilato cinerária, malva-rosa, prímula metaldeído, iscas envenenadas Use com o isca uma tigela com cerveja; as lesmas são atraídas e morrem afogadas. Contorne a borda interna do canteiro com uma muretinha de areia grossa, cinza ou calcário. 535 A técnica de secagem tradicio nal é muito simples: basta deixar as flores penduradas em varais para secagem ou cobri las com substâncias secantes, como areia ou bórax. O processo inicia-se no momento da colheita das flores. Ao contrário das flores frescas para os arranjos em água, as fio res destinadas à secagem devem ser colhidas na hora mais quente do dia, a fim de perderem, já nesse momento, o máximo possí vel de água. Além disso, a co lheita só deve ser feita quando as cores das “pétalas” externas atin girem o apogeu, e antes que seus núcleos se abram. Depois de colhidas as flores, todas as folhas devem ser removi das. Em seguida, elas devem ser juntadas em pequenos feixes, a ta dos com tiras de borracha, e pen duradas, de cabeça para baixo, num varal, no interior de um ar mário escuro e seco. Se o tempo estiver quente, depois de uma ou duas semanas, as flores já estão prontas para o uso. Contudo, se elas forem expostas em locais cuja umidade relativa do ar seja alta, as hastes poderão se curvar. Por isso, nào as deixe expostas antes de verificar se as condições atmosféricas são favoráveis. Secagem com produtos químicos Além das flores do tipo das sempre-vivas, muitas anuais fo ram submetidas ao processo de secagem. O êxito dessa prática, no entanto, era dificultado pelo método tradicional de secagem que, no caso dessas flores, provo cava a descoloração das pétalas. Esse problema foi resolvido com a introdução de um novo produto para secagem, a sílica gel. Com isso, muitas flores das es pécies anuais podem ser secadas satisfatoriamente. Entre elas des- A arte de secar flores Abaixo, flores que ficam muito bem em arranjos secos: agerato (1), sempre-vivas, ainda no canteiro (2), e perpétua rosa (3). efemeridade das flores sempre foi um problema para aqueles que gostam de aproveitá-las em arranjos. Os floricultores, ao longo do tempo, desenvolveram muitas técnicas para conservá-las e aumentar sua durabilidade, transformando-as em flores secas. Algumas espécies, como a per- pétua-rosa, a imortal, a sempre viva, a estátice e a fior de palha sempre permitiram um aproveita mento maior, pois elas se trans formam em belas e duráveis flo res secas após um período de se cagem relativamente curto. tacam-se o agerato, a boca-de- leão, a calêndula, a rainha mar garida, a centáurea azul, a crista- de-galo, o cosmos, a dália, a cra- vina, a esporinha, e a zínia. A capacidade de absorção de umidade da sílica gel é muito grande: ela consegue absorver cerca de 40% de seu peso em água. Por isso, ela é usada indus trialmente para proteger instru mentos e aparelhos delicados contra a umidade. Na forma em pregada para a secagem de flores, os pequenos cristais básicos de sílica gel, semelhantes aos do açúcar, são misturados a cristais maiores, impregnados com um composto de níquel. Estes últi mos apresentam coloração azul quando secos, mas ficam cor-de- rosa quando molhados. Esse fe nômeno facilita o usuário, pois a coloração rosada indica que a sílica já absorveu toda a água que podia. E como esse fenômeno é reversível, isto é, quando aque cida a sílica perde a água absor vida, você pode aproveitar nova mente o material. Para isso, leve a sílica gel a um forno. Se você o regular para 125°C, depois de 30 minutos os cristais tornam se azuis outra vez CO M O SECAR FLORES 1. O método tradicional de secagem funciona muito bem para as chamadas sempre-vivas. Basta cortá-las quando as “pétalas "(na verdade flores) atingirem sua cor característica e pendurá las, em pequenos maços, num varal, no interior de um armário escuro e seco. Uma semana depois, já estão secas e prontas para o uso. 2. Se você quiser, poderá obter flores secas com hastes curvas. Para isso, amarre as extremidades da haste num cabide de arame. J. Para secar flores das plantas anuais, use sílica gel. Cubra o fundo de uma lata com uma camada de 4 cm de sílica gel, e disponha as flores. 4. A os poucos, coloque mais pó para cobrir inteiramente as flores. Feche e lacre a lata com f ita adesiva. D epois de 4 a 7 dias, as flores já estão secas. Monte-as, então, em hastes de arame. 537 A s Bellisperennis, popularmente conhecidas como sempre-vivas, são flores anuais freqüentemente utilizadas na composição de arranjos de Jlores secas. Para secar as sempre-vivas, bastapendurá las em maços, de cabeça para baixo, dentro de um armário escuro e seco. e já podem ser usados nova mente. Caso você não pretenda usá la imediatamente, guarde-a num recipiente hermeticamente fechado e em local seco, a fim de que ela não absorva umidade. A secagem de flores com sílica gel não oferece maiores dificulda des. As flores secadas devem ser colhidas na hora mais quente do dia e as folhas das hastes preci sam ser eliminadas. Se as hastes forem muito frágeis, elas devem ser removidas também (neste caso, você deverá montar uma haste de arame para sustentar a flor depois de seca). Providencie um recipiente para a secagem (uma lata de sorvete vazia é ideal para isso, se você pretende secar poucas flores) e disponha, no fundo, uma camada de sílica gel de 4 cm de espessura. Sobre ela, acomode as flores, com as pétalas voltadas para cima (veja página 537). Em se guida, polvilhe sílica gel em torno das flores, até que fiquem inteira mente cobertas. Verifique se as flores nãoestão encostadas umas nas outras, e tampe o recipiente. Para maior garantia, lacre a tampa com fita adesiva. Coloque o recipiente num local seco. Depois de quatro a sete dias, dependendo da espes sura das flores — as papoulas, por exemplo, secam mais de pressa do que as zínias — , as flo res estão prontas e podem ser re tiradas do recipiente. Com uma escova de dentes, de cerdas bem macias, remova deli cadamente os cristais de sílica que estão sobre as flores. Caso você perca uma pétala, não se de sespere: uma gota de cola trans parente, aplicada com a ponta de um palito, poderá fixá la nova mente em seu lugar. Prensagem de flores A sílica gel também acelera a técnica de prensagem. Natural mente, as melhores flores para isso são as achatadas, como as papou las e as margaridas africanas. Elas devem ser colhidas quando atingi rem o apogeu de sua beleza. Neste processo, convém prensar as has tes separadamente, quando se pre tende usá las. Comece por revestir uma tá bua com papel mata-borrão. So bre ele disponha uma camada de sílica gel. Em seguida, cubra essa camada com duas folhas de papel de seda sobrepostas. Coloque en tão as flores a serem prensadas. Sobre elas coloque mais duas fo lhas de papel de seda, outra ca mada de sílica gel, mais uma ca mada de papel mata borrão e ou tra tábua com as mesmas dimen sões da primeira. Coloque o "sanduíche" no interior de um saco plástico. Sobre ele disponha objetos pesados, como tijolos e li vros. Por fim, lacre a abertura do saco plástico com fita adesiva, excluindo todo o ar possível. Após uma semana, as flores já es tarão prontas para serem usadas na confecção de marcadores de livros e quadros ornamentais. M ar co s M r C a p í t u l o 4 6 ANUAIS s Na medida em que requer o jogo adequado das cores e o aproveitamento funcional e estético do espaço, o cultivo das anuais ultrapassa o campo da jardinagem, e, nesse momento, ganha relevância o aspecto decorativo. Com algumas noções sobre a teoria das cores, você poderá combinar as massas coloridas dessas plantas e criar, a cada ano, estilos diferentes para o seu jardim. Produzindo flores constituídas p o r cores quentes, os tagetes (acima) são ótim os para form ar bordas de grandes gramados, quando se pretende quebrar a monotonia de uma área excessivamente verde. Eles também podem ser com binados com anuais de cores contrastantes ou análogas. 541 Um jardim colorido cultivo de anuais só tem sentido em função de sua finalidade, ou seja, a produção de um grande número de flores em pouco tempo. E elas podem ser aproveitadas para o corte, a fim de se fazer arranjos em inte riores, ou para formar canteiros decora tivos no jardim. Nos dois casos, as cores das flores e sua disposição exercem pa pel fundamental. Assim, o cultivo das anuais — de modo mais marcante do que no caso das plantas floríferas perenes — transcende a esfera da jardinagem pura e simples para ganhar um aspecto que poderíamos chamar de decorativo: uma decoração especial, feita com seres vivos. Por isso, o jogo adequado das cores e o aproveita mento funcional e estético do espaço se impõem no cultivo dessas plantas; e os canteiros precisam ser planejados de modo a se obter o efeito desejado. Com suas flores ricamente coloridas, capazes de comporem massas densas e homogêneas, as anuais propiciam a re novação do jardim a cada ano, podendo valorizá-lo com pontos coloridos e ale gres. Dispostas em bordaduras, em torno de um ou mais lados do gramado, as anuais definem e realçam o espaço central. Podem também, como no jardim da foto ao lado, dividir uma área muito ampla, quebrando-lhe a monotonia e tornando os espaços mais aconchegan tes. São, ainda, excelentes para compor uma faixa de transição gradativa entre plantas de portes diversos. Trabalhando com essas flores, como se fosse um pintor, você pode criar am bientes excitantes, calmos e tranqüilos ou ligeiramente alegres. Dê asas à sua imaginação. 542 . ï : V , 4 ^ . V - *0 . - . - V ^ X \ l > ■i. . ' ' i * Br? > ‘s*vi m <X * . . ‘ 5 \- ' ’■ « ' <* > v «l£ \k ■ • ^ 4 *> ' • f • 9 H Í #<v * + * * £ , h *v i«; » V « \ ; * # * ' ' V 1- *> ;,W > ' - • ^ ’ / r îjr i, . +t. X:‘. : :.y '- • • A •:..................................... ... • • • 543 Como combinar as cores Numa área grande, você poderá adotar o esquema policrom ático, ou seja, misturar todas as cores, com o no jardim abaixo. Mas, se o canteiro fo r pequeno, o esquema das cores análogas (ao lado) fica melhor. distribuição das anuais de acordo com suas co res é o segredo que está por trás de um belo jardim. E isso não depende apenas, como se pode pensar à primeira vista, do bom gosto. Existe uma técnica de combinação de cores que, quando usada com imaginação, produz efeitos surpreendentes. Quando se pensa em jogar com as cores para obter certos efeitos, a primeira coisa a lembrar é que uma cor não é bonita em si mesma: sua beleza depende da re lação com outras cores. Uma cor pálida e quase sem brilho, como o creme, pode parecer sem graça. Mas em determinadas relações cromáticas adquire um encanto especial. Já uma cor brilhante e vistosa, como alguns matizes de vermelho e amarelo, pode ficar destoante em certos contextos. É o que ocorre com arranjos forma dos com flores bonitas e dispostas num belo vaso, mas que não se integram ao ambiente. A segunda regra a ser lem brada, quando se projeta um can teiro de anuais, é que as cores mudam a atmosfera do jardim. As tonalidades fortes de amarelo, vermelho, laranja, por exemplo, são vivas e quentes. Quando pre dominam num jardim, criam um clima excitante. Já o verde, o azul e o violeta são cores frias e cal mas. Elas são ideais para propor cionar sensações de frescor, am plitude e tranqüilidade. O disco das cores As cores do espectro solar fo ram agrupadas em um círculo, o disco das cores. Dele podem ser extraídas todas as combinações possíveis entre as chamadas co res, primárias, secundárias e ter ciárias (veja ilustração abaixo). As cores primárias — ama relo, um azul (tecnicamente cha mado ciano) e um vermelho (tec nicamente, magenta) — dão ori gem às outras. As secundárias são formadas pela mistura de partes iguais de duas primárias. Assim, magenta e ciano dão ori gem ao azul violeta; magenta e amarelo, ao vermelho alaran jado; e o verde é resultado da combinação de partes iguais de amarelo e ciano. As cores terciá rias são as intermediárias, que re sultam da combinação de primá rias e secundárias em proporções diferentes. Por exemplo, o la O D ISC O D A S CORES Com base no espectro solar, as cores foram agrupadas em um círculo denominado disco das cores. Com ele à mão, você poderá extrair todas as combinações de cores possíveis. No centro do disco estão as cores primárias (1, 3, 5) e as secundárias (2, 4, 6). Amarelo, ciano e magenta são chamados de cores primárias porque originam as demais cores. A s secundárias, por exemplo, são form adas p o r partes iguais de duas primárias. A ssim , o verde é resultado da combinação de partes iguais de amarelo e ciano. A mistura de uma primária com uma secundária produz as cores terciárias. O amarelo-limão, por exemplo, é resultado da combinação de amarelo e verde, com predom ínio, neste caso, da cor amarela. 545 O Tagetes patula (abaixo) é uma anual de grande riqueza cromática. Seus tons de laranja e amarelo, por serem cores análogas, suavizam em parte a intensidade dessas cores quentes. ranja, o verde-amarelado, o ver- melho-arroxeado, etc. A partir da posição dascores no disco, pode-se obter três tipos básicos de combinações: o es quema monocromático, o de co res análogas e o de cores comple mentares. No esquema monocro mático a combinação é feita com matizes diferentes de uma mesma cor (uma combinação de vários tons de verde, por exemplo). O esquema de cores análogas per mite a combinação de cores afins, ou seja, as que são vizinhas no disco das cores (por exemplo, a cor vermelha com tons alaranja dos ou arroxeados). Por fim, o es quema das cores complementares permite a combinação de cores que ficam diametralmente opos tas no disco (tons de amarelo com tonalidades de azul-violeta, por exemplo). A hora de planejar o jardim Ao esboçar no papel um can teiro de anuais (veja página 492), tenha à mão o disco de cores e decida o esquema a ser adotado (lembre-se de que as anuais podem formar massas coloridas com os mais diversos matizes). 548 O esquema monocromático, realizado com a combinação de matizes de uma mesma cor, per mite integrar homogeneamente as plantas de um jardim, mesmo que o tamanho e as formas delas se jam diferenciados. Essa homoge neidade confere ao ambiente um ar de tranqüilidade e calma, até mesmo quando se formam cantei ros com uma cor predominante mente vistosa, como o vermelho. Combinada com flores de cores próximas, como o vinho e o rosa, a intensidade das flores verme lhas diminui e todo o ambiente fica, por assim dizer, suavizado. As cores análogas, representa das umas ao lado das outras no disco das cores, proporcionam sensações perceptíveis muito vivi das. Isso pode ser observado, por exemplo, nas pétalas da papoula que tem tons de laranja, magenta e amarelo. Esse colorido confere brilho e profundidade à superfície lisa das pétalas dessa flor. Ob serve, nas páginas 550 e 55 í, o efeito conseguido com massas de tagetes em cores análogas (la ranja e amarelo). Canteiros em esquema mono cromático podem sugerir a idéia de movimento da sombra para a Esta variedade de amor-perfeito (abaixo) contém em suas pétalas duas cores contrastantes (que se opõem no disco das cores). Por isso, ela form a uma massa colorida intensa, que causa grande im pacto visual. 549 H . T ak ad a/ C ol eç ào A lic e C ap el ar i . - ♦ »,«i* *!•*■ _ - .* *■*•, * v^- • f ,#• î» ' . *'<ir *.- ■» .s ***»-*?00 • ** - , * * 7 ? * . í . 3 r ^ ' ^ " * • - * • >»/ - " , • . . . ' . * • ■ ~ 5 * ' * ■ .' , - •. .. V ' •• £ ;-»‘*** ;rf: *%, . í * * f • t f » ,* f - W r^* * l < / , Á * » í " A W ' r ^ v < b ^ ;ih r ;■ § fc ^ W 4 $ J H . T ak ad a/ C o le çà o A lic e C a p e la rí Um canteiro de flo res mim osas pode ler a sua delicadeza acentuada quando se usam flo res de cores pálidas, com o as esporinhas (abaixo), ou ser transformado em algo mais vivo com flo res de tonalidades mais quentes, com o os tons das cravinas (abaixo, à direita). luz quando se dispõem as cores gradativamente das mais escuras para as mais claras. A percepção do espaço também é alterada quando se utiliza o esquema das cores análogas. Quando se dis põem os canteiros formando fai xas, as mais claras ficam, aparen temente, maiores do que as mais escuras, mesmo que na realidade elas sejam da mesma largura. As cores que compõem o es quema das complementares, tam bém chamadas de contrastantes, provocam grande impacto visual. Um canteiro de flores vermelhas, em meio a folhagens verdes, so bressai de modo intenso. O mesmo ocorre com as flores ro xas, distribuídas esparsamente num canteiro de flores amarelas. Mas a aplicação pura e sim ples desses esquemas torna o ja r dim muito esquematizado. Você deve adotá-los apenas como pa râmetros, para dar o tom ao am biente que pretende criar. Cabe muito bem, num jardim onde pre domina o esquema monocromá tico, um canteirinho com flores de cores contrastantes. Num con texto como esse, elas dão um to que sutil de alegria e aquele algo mais que você ambiciona. 552 C a p í t u l o 4 7 ANUAIS * Quando o problema é cultivar em espaços muito limitados, terrenos em declive, terrenos rochosos, ou mesmo numa área muito extensa, a solução, às vezes, pode ser uma só: flores anuais, plantadas nos espaços entre as pedras, em jardineiras, canteiros construídos ou recipientes portáteis. Elas não darão muito trabalho e o resultado será surpreendente. Nos jardins rochosos, as pedras funcionam como paredes que dificultam a erosão do solo pela água ou pelo vento. Para cultivar entre pedras, escolha plantas que, como a begônia sempre-florida (acima), apresentem um sistema de raizes pouco desenvolvido, já que a quantidade de terra disponível não será muita. 553 Alegre os pequenos espaços m Gerânios e begônias sempre-floridas são flores que podem ser cultivadas em espaços mínimos, como se vê na fo to da página ao lado. Abaixo, bordaduras de maria sem-vergonha. escubra o que você quer cultivar, e cultive-o em grande quantidade.” Com estas palavras Lord Aber crombie, famoso cultivador in glês, aconselhava os jardineiros novatos. A frase aplica se tam bém ao jardineiro que tenta culti var flores em espaços limitados, seja em um terraço, seja em um pequeno jardim. O êxito será completo se as flo res escolhidas forem as anuais. Nenhum outro tipo de planta combina melhor com espaços restritos e sob condições ambien tais nem sempre favoráveis. As plantas anuais apresentam um sistema de raízes de pouca profundidade, e por isso reque rem pequena quantidade de terra, o que facilita o cultivo de diferen tes espécies delas num mesmo canteiro, jardineira ou vaso. O re sultado será surpreendente: lin das flores e variados matizes. Quanto à luz, elas são pouco exigentes, desde que recebam al gumas horas de sol por dia. Sob essa condição, os tagetes, as petú nias e as zínias crescerão rapida mente. Se houver menor quanti dade de luz, como acontece no pequeno jardim da página ao lado, plante begônias sempre-flo ridas e gerânios. Comparadas às outras plantas, as anuais são mais resistentes à poluição das grandes cidades. Enquanto arbustos, árvores e flo res perenes fenecem sob o efeito acumulado da fuligem e dos ga ses poluentes, as anuais conse guem sobreviver com facilidade. As plantas que brotam de semen tes frescas a cada ano florescem sem enfermidades e, devido à sua curta vida, são pouco vulneráveis às doenças comuns das plantas. Os jardins de anuais podem ser idealizados em qualquer espaço. Mesmo com poucos conhecimen tos de jardinagem, as pessoas que dispõem de grandes áreas podem facilmente cultivar um ou mais canteiros repletos de flores anuais para decorar seus pátios. Para quem mora em aparta mento, onde a área externa é res trita, algumas tinas de plantas anuais dispostas num pequeno terraço dão um toque primaveril ao ambiente. Onde nada mais é possível, consegue-se um colorido todo es pecial e um efeito encantador com apenas uma jardineira colo cada na janela, repleta de petú nias, flores fáceis de cultivar. 554 0 Flores anuais na cidade Petúnias brancas e vermelhas, tagetes amarelos, maria-sem-vergonha e begônia sempre-florida com põem o pequeno jardim , na cobertura de um edifício de 6 andares (abaixo). Na página ao lado, petúnias alegram a fachada austera do edifício. no centro das grandes cidades, onde cada centí metro quadrado de um apartamento deve ser aprovei tado, que as plantas anuais pro vam seu valor. Elas transformam um pequeno terraço, como o da foto abaixo, em um pequeno ja r dim rochoso florido, ou embelezam um velho edifício, como o que se vê na página ao lado, com jardineiras de janela cheias de pe túnias cor-de-rosa. A maioria das plantas anuais, que florescem em amplos jardins, adapta-se facilmente à vida na ci dade e algumas variedades tor nam-se as favoritas. O gerânio, por exemplo, ganhou a reputação de gutêntica “flor da cidade”, por se desenvolver bem, em vasos ou jardineiras, em praticamente qualquer lugar. Zínias e tagetes, nas varieda des gigantes ou anãs, florescem profusamente se forem cultivados em um cantinho ensolarado. As delicadas petúnias, por outro lado, toleram as sombras projeta das durante parte do dia pelos edifícios vizinhos, ao passo que as begônias sempre-floridas flo rescerão em locais mais sombrea dos ainda. 556 Jardins portáteis o redor das residências, muitas ' vezes vê-se um pátio cimen tado tomando um espaço que poderia ser transformado em um pe queno jardim. Na realidade, a existên cia de uma churrasqueira no quintal não é motivo para que aí não se culti vem flores: basta que elas sejam d is postas fora dos locais de passagem, seja em canteiros construídos, seja em vasos ou jardineiras que possam ser transportados para onde se desejar. Você pode conseguir efeitos maravi Ihosos com o cultivo de flores c plantas anuais em vasos, jardineiras ou tinas. A ilustração à direita mostra o que pode ser feito com recipientes portá teis, a fim de ampliar a beleza de um canteiro construído. Um vaso baixo, em forma de tartaruga, repete as begó nias sempre-floridas do canteiro sus tentado por uma mureta de tijolos apa rentes. Construído ao redor do tronco de uma árvore, o canteiro parte da área pavimentada para dentro do gramado. Em frente à porta envidraçada está co locada uma jardineira com tagetes amarelos e gerânios brancos. Montada sobre rodas, essa jardineira tem a van tagem de poder ser mudada de um lu gar para outro. A ampliação visual do espaço pode ainda ser obtida por meio de combina ções coloridas dentro de um único reci piente, como se vê à direita, em cima. As cores vibrantes das cristas de-galo harmonizam-se com os tons de ocre e marrom do vaso. Além disso, o con junto é valorizado pela proximidade da massa de tagetes amarelos. Uma tina rústica, coroada pela fo lhagem delicada do coléus, constitui outra sugestão original para recipientes portáteis (foto à direita, embaixo). 558 Jardins rochosos ma solução adequada para pe quenas áreas em declive é a criação de um jardim rochoso. Ao mesmo tempo em que evitam a ero são do solo, as pedras funcionam como limites dos bolsòes de terra, onde po dem ser plantadas diferentes espécies de anuais. Ao planejar um jardim rochoso com plantas anuais, selecione as de menor tamanho e que possuam reduzidos sis temas de raízes, isto é, plantas que pos sam sobreviver nas minúsculas áreas de terra entre as pedras. O jardim da foto à esquerda é dormi nado por Godelia cor de-rosa. verme lhas e brancas. À esquerda encon tram-se bocas-de-leào vermelhas, ver benas roxas e urzes. Você pode obter um efeito semelhante com flores anuais adaptadas ã região em que você vive. Uma sugestão para um jard im rochoso consiste na combinação de flores anuais miúdas e de cores vibrantes: massas de açafates brancos e duas belas variedades de amor perfeito (acima). 561 M . T ak ad a/ C o le ça o A lic e C a p e la ri Jardins em declives que faz um jardineiro quando o espaço de que dispõe para um jardim se estende por um declive? A solução é criar um minús culo jardim dentro do jardim. O terraço ajardinado da foto ao lado foi cavado na rampa que existia atrás da casa. A parte restante do declive foi deixada para um jardim livre e infor mal, acessível por meio de degraus e de um caminho sinuoso. A parte plana que rodeia a área pavimentada apre senta, atrás e dos lados, muros de ar rimo em madeira, que evitam um desli /amento de terra e formam uma base rústica para os canteiros. Nesses can teiros construídos florescem plantas anuais selecionadas por sua aparência e fragrância: açafates brancos (à es querda. em primeiro plano), tagetes amarelos e petúnias. A s begônias sempre floridas (foto acima), que florescem mesmo em locais levemente sombreados, constituem ótima escolha para o cultivo em pequenos jardins rochosos. 563 Si lv a Jr A br il Pr cs : Abaixo, dois recursos simples, de grande efeilo: o jardim de anuais disposto no declive e as flores plantadas em recipientes portáteis distribuídos pelo terraço. Na criação de um jardim em declive é importante que se provi dencie a contenção do solo por meio de muros de arrimo, porque a troca das plantas anuais dei xará o solo exposto e. se não hou ver essa contenção, ele poderá ser arrastado pela água, pela chuva e pelo vento. Na residência da foto abaixo, implantou-se um jardim rochoso no declive, utilizando se as pe dras para impedir a erosão do solo. A escolha das flores recaiu sobre espécies que se dão bem no Brasil: flox, amor perfeito, cha gas e açafates. Observe o efeito dos açafates plantados entre os degraus da escada, embaixo, à direita. No alto, uma solução simples: vasos com flores que dão um toque alegre e acolhedor ao terraço e à escada que conduz à piscina. M u a o M i C a p í t u l o 4 8 FLORES DE CORTE. As flores colhidas no jardim, para a composição de arranjos em vasos, podem ter sua vida bastante prolongada, se o corte for cercado de certos cuidados, como o uso de instrumentos bem afiados e a observação dos horários mais convenientes. Para que as flores conservem a maior quantidade possível de água, deve-se cortá-las pela manhã, bem cedo, ou então, no fim da tarde. A s anuais constituem a maioria das flo res utilizadas para corte e proporcionam duplo prazer aos seus cultivadores: alegram o jardim e embelezam o interior da casa. Elas não prejudicam o colorido do jardim , pois, quanto mais cortadas, mais florescem . Acim a, em primeiro plano, bocas de-leão em várias cores. 565 Sh os ta l A ss oc ia te s A br il P re ss As flores de corte N ativas do M éxico, as dálias são flo res de corte muito populares no Brasil. Apresentam tão grande variedade de form as, cores e tamanhos, que estão agrupadas internacionalmente em nada menos do que 16 categorias. rande parte das flores usadas para corte pro vêm de plantas anuais, que proporcionam um prazer du plo: alegram seu jardim e embele zam o interior da casa. A maioria dura quase uma se mana no vaso, e algumas espé cies, como zínias, calêndulas, margaridas e crisântemos, podem permanecer frescas e bonitas por quinze dias. Certas plantas anuais são até apreciadas indefi nidamente, em forma de flores se cas. O melhor é que nenhuma de las rouba a cor dos jardins por que, quanto mais são cortadas, mais florescem. As flores continuam a se de senvolver nos vasos, e sua vida pode ser prolongada pelo tipo de corte e por cuidados apropriados. Elas devem ser colhidas antes de desabrocharem totalmente, quando os botões estão abertos até a metade ou até três quartos. No caso das flores que se abrem em cachos, como a íberis, colha aqueles em que só a metade dos botões tenha desabrochado; os restantes se abrirão mais tarde na água, dentro de casa. Zínias, dá lias, ou rainhas-margaridas, cujo desenvolvimento cessa pouco de pois de colhidas, devem ser apa nhadas assim que se abrem, e nunca em botão. Sempre que possível, corte as flores logo acima de um ramo la teral em que uma flor esteja se formando; isso estimula o apare cimento demais botões. Faça o corte com um canivete bem afiado ou tesoura de jardinagem de duas lâminas, para não esma gar nem machucar as hastes. Como conservar a umidade Entre as inúmeras funções de sempenhadas pela água na planta incluem-se duas muito importan tes: transportar alimento para as células e torná-las túrgidas. O au mento de tamanho das células é que mantém a planta ereta; sem água ela murcha e morre. Você deve colher as flores de manhã ou no fim da tarde, pois as hastes murcham rapidamente se cortadas ao sol do meio dia, quando estão perdendo água. Conserve algumas folhas como fonte de energia, e retire as folhas inferiores, pois elas e as flores continuam a transpirar mesmo depois de colhidas. Por esse mo tivo, convém que as hastes corta das sejam mergulhadas rapida mente na água. Muitos pensam que a água fria é o ideal para refrescar as flores, e esquecem-se de que o processo vital dos vegetais, como o de to dos os seres vivos, é estimulado pelo calor moderado, e diminuído pelo frio. Quando você for ao jar dim apanhar flores, leve um balde com água morna, numa tempera tura entre 38° e 45°C. Mergulhe cada haste na água, logo depois de cortá-la. Em seguida, colo que-o em um lugar frio, e só ar rume as flores no vaso após duas horas. Isso fará com que elas du rem mais, pois é a combinação da água quente em torno das has tes com o ar frio em volta das fio res que realiza o fenómeno: as flores cortadas absorvem água mais depressa do que a perdem. C uidado com as folhas e hastes Ao arrumar o vaso, retire to das as folhas que permanecerão abaixo da linha da água. Quando deixadas, elas se decompõem e, além de provocar odor desagra dável, turvam a água com bacté rias e entopem os tubos conduto res de água da haste, apressando o fim da flor. Nesse momento você precisa cortar novamente as pontas das hastes, com um ins trumento bem afiado, a fim de não esmagá las e assim compri mir as células, dificultando a en trada da água. Algumas flores necessitam de um tratamento especial. Dálias e papoulas, por exemplo, devem ser fechadas na extremidade das has tes, pois gotejam um líquido que se coagula nas pontas cortadas, entupindo os tubos que absorvem a água. Para estancar o vaza mento, cauterize as extremidades das hastes com uma chama de gás ou fósforo, ou mergulhe-as momentaneamente em água fer vendo. Se escolher o último mé todo, mantenha a extremidade superior da haste floral afastada, mergulhando-a obliquamente, e fazendo penetrar na água apenas I a 1,5 cm. Prolongue a vida das flores Há incontáveis receitas para fa zer com que as flores durem mais. Contudo, a maioria não passa de simples crença. A prática de colo car um comprimido de aspirina na água não traz prejuízo, mas tam bém não faz qualquer efeito. Al guns hábitos muito divulgados, porém, às vezes podem até causar danos. Algumas pessoas afirmam, Com suas flo res miúdas e hastes delicadas, as esporinhas devem ser colhidas quando apenas metade das flo res da haste estiverem abertas. Nas páginas seguintes, arranjo com bocas-de-leão, nicotianas brancas e dálias de miolo amarelo. 567 A br il Pr es : Abaixo, à direita, um arranjo com heliotrópios, nicotianas e rainhas-margaridas nas cores rosa e roxa. A s anuais fornecem excelentes flores para vasos tanto frescas quanto secas, como as que compõem o arranjo à esquerda. por exemplo, que o açúcar pro longa a vida das flores. É verdade que ele dá energia às plantas, quando constitui um dos ingre dientes de produtos próprios para preservá-las. Mas o açúcar sozi nho estimula o crescimento de bactérias que entopem os vasos condutores das hastes. Os produ tos destinados a prolongar a vida das flores cortadas possuem com ponentes que controlam o desen volvimento desses microrganis mos, além de açúcar (que fornece energia) e sais metálicos (que mantêm a cor das pétalas). A maioria dos produtos para preservar flores realmente ajuda as plantas. Contudo, nada benefi cia mais a duração das flores do que um vaso bem limpo. Verifique se o recipiente está livre de qual quer sujeira deixada pelo arranjo anterior, e, feito o arranjo, acres cente água diariamente, a uma temperatura variável entre 38° e 45°C. Se você tiver tempo, o me lhor é trocar toda a água do vaso. Mantenha-o distante de correntes de ar e da luz muito forte do sol, porque ambas aceleram o pro cesso de transpiração. Como escolher flores para os arranjos Não é necessária uma ampla seleção de flores para fazer arran jos atraentes. Um vigoroso con junto de crisântemos amarelos, por exemplo, produz um ótimo resultado. Multiplicidade de co res e diversos tipos de flores tam bém criam harmonia e contraste. Se você optar por flores de uma só cor, utilize tamanhos, texturas e formas de diferentes espécies: para um arranjo em azul, reúna variedades azuis de esporinhas, centáureas e agerato. Você tam bém pode conseguir belíssimos efeitos ornamentais por meio da 570 mistura de uma mesma espécie de de água, torna-se suficientemente flor, em várias cores, como no ar- suave para qualquer haste. Para ranjo de ervilhas-de-cheiro apre- maior facilidade, faça furos na sentado á página 587. espuma com um lápis. A escolha do vaso As flores de corte disponíveis para arranjos apresentam vários tamanhos, formas e cores. Para cada espécie de flor ou for mato de arranjo use o recipiente adequado: um jarro, vaso ou até uma terrina. As papoulas de has tes curtas, por exemplo, condi zem com recipientes pequenos e baixos, como um açucareiro, en quanto os girassóis, bocas-de- leào e gladíolos, de longas hastes, ficam melhor em vasos mais altos e sólidos. Evite peças muito orna mentadas com linhas complexas ou decoração trabalhada, porque elas chamam demais a atenção e diminuem o efeito decorativo das próprias flores. Escolhido o vaso, verifique se ele é suficientemente fundo para que a água cubra a ponta das hastes, pelo menos de 2,5 a 5 cm. Os vasilhames de boca larga têm a vantagem de não apertar as hastes. Além disso, neles as flores ganham mais graça, pois as has tes se curvam com naturalidade, ao invés de se apresentarem rigi damente eretas. Existem vários tipos de supor tes para facilitar a execução de arranjos florais. Você pode ad quirir aquele pesado bloco de metal com pontas de agulha, em que as hastes são espetadas. Também é possível optar por uma bola de tela de arame amas sado, acessório bem mais barato por ser feito em casa. Mas, sem dúvida, o suporte mais prático continua sendo o bloco de es puma de plástico, que você corta com uma faca para acomodar no fundo do vaso. Quando saturado Flores na casa inteira Com um pouco de imaginação, você consegue compor belos ar ranjos para todos os aposentos de seu lar. Uma tigela de papoulas na mesa de café, por exemplo, alegra a cozinha sem ocupar es paço. Um arranjo na mesa de ca beceira do quarto refresca o am biente com delicado perfume. Uma outra idéia é colocar um arranjo de flores como enfeite central da mesa de refeições ou da mesinha colocada diante do sofá da sala. Colocando flores por toda a casa, você criará um ambiente aconchegante e agradável, tra zendo os prazeres do jardim para mais perto de você. Quando se pretende compor um arranjo informaI para obter uma vigorosa exibição de cores, pode se escolher um conjunto de flores da mesma espécie ou optar por uma combinação de diferentes espécies, como calêndulas e margaridas (abaixo). As belas formas das dálias A esquerda, um buquê compacto de dálias anãs, enfeitando uma cozinha, sem ocupar muito espaço. A direita e na páginaao lado, diferentes variedades de dálias cultivadas em pleno sol. ativas do México, as dá lias só mereceram a aten çào dos floricultores de pois de introduzidas na Europa, em 1789. No Brasil essas flores estão entre as preferidas. Há dálias em todas as cores, com exceção do azul-claro. As flores miniaturas mal alcançam 2,5 cm de diâmetro, enquanto que as gigantes podem atingir até 30 cm. Todas elas começam a de sabrochar a partir do meio do ve rão, fornecendo cores vibrantes ao jardim e ótimas flores de corte para os vasos. As plantas cres cem de raízes tuberosas, chama das tubérculos. Essas raízes en grossadas armazenam reservas para o crescimento da planta e a cada outono encerram um ciclo vegetativo. As dálias cultivadas atual mente são híbridas de diversas es pécies nativas do México e apre sentam tal variedade de formas. cores e dimensões, que se encon tram agrupadas em nada menos do que 16 categorias diferentes. A classificação das dálias parte das características da flor. na verdade uma inflorescència (conjunto de flores), onde cada pétala é na realidade uma flor. As dálias pertencem à família das compostas, da mesma forma que as margaridas, calendulas e giras sóis. Todas essas flores apresen tam o mesmo tipo de inflorescén cia (chamada capítulo). Assim, o que chamamos de flor da dália é um conjunto de flores em forma de línguas, sem pedúnculo (cabi nho). Essas flores ficam inseridas num eixo dilatado, que nós cha mamos de “ miolo’' da flor, e que recebe o nome botânico de disco. Cada uma das categorias de dálias descritas a seguir tem uma denominação própria, abreviada em uma sigla internacionalmente reconhecida. Abaixo, dálias das categorias anã miniatura (à esquerda) e pom pom (à direita). A dália-anã apresenta apenas uma carreira de "pétalas ”, e a dália-pompom é quase esférica, com grande número de “pétalas A n — As dálias-anémona apre sentam as flores centrais do capí tulo em forma de tubinhos, cir cundadas por uma única carreira de “pétalas” achatadas irradian do-se para fora. Ba — As dálias-bola têm capítu los esféricos, com 10 cm ou mais de diâmetro, e as “pétalas” são curtas, bem juntinhas. C — Dálias com “flores” pareci das com as flores dos cactos: apresentam grande quantidade de “pétalas” , muitas das quais em forma de tubinhos ocos. Em algu mas regiões do Brasil, essas dá lias são conhecidas popularmente como crisandálias. IC — As dálias-cacto-encurva- das apresentam “flores” pareci das com as da categoria C, mas com “pétalas” curvadas para dentro, em vez de para fora. SC — As “pétalas” das dálias- semicacto têm só a extremidade em forma de tubinho. St-C — As dálias-flor-de-cacto têm “pétalas” eretas, tubulares desde a extremidade até mais da metade de seu comprimento. CoII — As “flores” das dálias Collarelte apresentam uma única carreira de “pétalas” irradian do-se para fora, ao redor de uma carreira interna de “pétalas” pe quenas, freqüentemente em cor contrastante, a qual circunda o centro aberto da flor. D w f — As plantas das dálias- anãs alcançam até 80 cm de al tura e produzem grande número de “flores” formadas por uma única carreira de “pétalas” . FD — As numerosas “pétalas” das dálias form ais decorativas apresentam igual comprimento e uma disposição simétrica. ID — As dálias informais deco rativas compõem-se de grande número de “pétalas” longas, quase sempre torcidas e desigual mente distribuídas. 574 R ob er to W o lf en so n /A b ri l P re ss M — As chamadas dálias minia turas produzem “flores” em to dos os formatos, exceto bola e pompom, mas com apenas 6 a 11 cm de diâmetro. As plantas rara mente crescem além de 1,2 m. M Ba — As dálias-bola miniatu ras apresentam “flores” seme lhantes às da categoria Ba (dá- lias-bola), porém com diâmetro inferior a 10 cm. Pom — As “pétalas" das dálias- pom pom sào abundantes como as das dálias-bola, mas as “flo res” não sào tão arredondadas, e a maioria delas mede cerca de 5 cm de diâmetro. O — As dálias-orquídea apresen tam “flores” em forma de estrela. As “pétalas” longas curvam-se para trás nas extremidades. P — Os centros abertos das dá lias-peônia apresentam-se circun dados por 2 ou 3 carreiras de “pétalas”, geralmente torcidas ou enroladas. S — As “flores” das dálias singe las têm centros abertos, circunda dos por uma carreira de “péta las” que se irradiam para fora. Como cortar dálias Para que as dálias durem bas tante depois de cortadas, convém ter alguns cuidados e precauções. Como a seiva que goteja na hora do corte se coagula e entope os tubos condutores de água, tor na-se necessário aplicar um trata mento especial às extremidades da haste, para evitar que isso aconteça. Uma solução consiste em mergulhar 3 cm da ponta da haste em água fervente, imediata mente após o corte, conservando as flores longe do alcance do va por. A alternativa para esse pro cedimento é queimar rapida mente as pontas das hastes com a chama de uma vela, fósforo ou isqueiro. A dália-flor-de-cacto caracteriza-se por suas "pétalas"tubulares (à esquerda). A s dálias-anêmona apresentam "pétalas "centrais, em form a de tubinhos, circundadas por "pétalas "achatadas (à direita). A br il P re ss A br il Pr es s Para maior durabilidade, as dálias destinadas aos arranjos devem ser cortadas quando estiverem ainda entreabertas, como a da fo to abaixo. Elimine os botões laterais, deixando só uma flo r po r haste. Corte apenas as dálias já aber tas e, antes de acomodá-las no vaso, elimine eventuais botões la terais, deixando apenas uma flor em cada haste. Como cultivar as dálias Os tubérculos, raízes engrossa das das dálias, são conhecidos popularmente como “ batatas”, pois realmente se assemelham a elas. A divisão das “ batatas” constitui o processo mais conhe cido e também o mais simples de se multiplicar dálias, de forma a obter uma planta com as mesmas características da planta mãe. A melhor época para o plantio dos tubérculos vai de meados ao fim do verão, isto é, abrange os meses de janeiro e fevereiro. Cada tubérculo deve estar acom panhado de uma porção do caule original, onde estão as gemas que formarão a nova planta. Disponha os tubérculos deita dos em covas de 15 cm de pro fundidade e cubra os, inicial mente, com apenas 5 cm de terra, conforme instruções da página 89. À medida que os ramos forem aparecendo, coloque mais solo, pouco a pouco, até encher a cova. Mantenha uma distância de 40 cm entre os tubérculos, aumen tando-o até 80 cm para as varie dades maiores . A mistura de solo ideal para as dálias compõe-se de 5 partes de terra comum, 4 partes de esterco bem curtido e 1 parte de areia la vada de rio. Acrescente à mistura um fertilizante de fórmula 0 20-20, nas proporções indica das na embalagem. Quando as plantas começarem a crescer, adube-as com um fertilizante 6 12 6, incorporando-o à superfí cie do solo e irrigando em seguida. Repita a operação a cada 30 dias, até o término da floração. Os caules herbáceos das dá lias, por seu rápido crescimento, apresentam-se às vezes excessiva mente frágeis. Nessfs casos será necessário providenciar tutores para apoiá los. Em áreas onde venta muito, é comum os jardi neiros retirarem os ponteiros das plantas, a fim de obter plantas mais baixas e mais fortes. Se você pretende obter mudas de dálias, espere o final do pe ríodo de florescimento e então de senterre os tubérculos (“bata tas” ), juntamente com um pedaço do caule. Deixe-os secar por a! gumas horas e armazene-os por todo o período do inverno. Forreuma caixa de plástico, disponha nela os tubérculos e preencha os espaços entre eles com esfagno ou vermiculita. Mantenha a caixa em um local seco e arejado, até que os tubérculos comecem a brotar, na primavera, e possam então ser divididos e plantados. C a p ít u l o 4 9 FLORES DE CORTE, Em quase todos os países do mundo, os cultivadores profissionais reservam grandes áreas à produção de flores de corte, destinadas à comercialização. Embora algumas delas como, por exemplo, os crisântemos, exijam cuidados muito especiais, outras, como a íberis, a ervilha-de-cheiro e o tagetes, podem ser facilmente cultivadas nos jardins residenciais. Flores de corte de excepcional beleza, os crisântemos só podem ser cultivados com sucesso sob condições de iluminação, umidade e temperatura extremamente controladas, de ta lform a que sua produção fica restrita aos profissionais. Acim a, campo de crisântemos de uma grande companhia produtora, no Estado de São Paulo. 577 Crisântemos Cultivados apenas por produtores especializados, os crisântemos de corte exigem cuidados especiais como temperatura, rega, luz e proteção contra pragas e doenças. crisântemo, pertencente ao mesmo gênero botâni co da margarida comum, vinha sendo cultivado por jardi neiros orientais há mais de 2 000 anos, antes de chegar à Europa, no século XVII. Nessa época o Oriente já produzia quase todos os tipos das 13 categorias exis tentes (veja ilustrações das pági nas 104 e 105). Os japoneses ve neravam essa flor como “A Rai nha do Oriente” — emblema pes soal do imperador. Botânicos eu ropeus deram ao gênero o nome de Chrysanthemum, que significa “flor de ouro”. Existem hoje mais de 1 000 espécies, em dezenas de tonalidades. Os crisântemos destinados ao corte precisam de tantos cuida dos que sua produção fica restrita a cultivadores altamente especia lizados. O cultivo tem inúmeros "segredos” , que os profissionais não divulgam, a fim de evitar concorrência. O trabalhoso cultivo dos crisântemos Em geral, os especialistas im portam mudas sem raízes da Ho landa ou da Flórida. Tanto du rante a viagem como depois de plantá-las em caixas rasas con tendo bagaço de cana fermenta do, os viveiristas mantêm as mu das em câmaras especiais, a uma temperatura de 3o a 4°C e com 80% de umidade. Durante o pe ríodo de enraizamento é preciso aumentar a porcentagem de água, aparando-se também as folhas 578 C O M O OBTER M AIOR N Ú M E R O D E FLORES OU FLORES M AIO RES 1. Para aumentar o tamanho das flores em plantas que apresentam uma folhagem densa como os crisântemos, remova algumas hastes quando elas estiverem com 10 a 15 cm de altura. Corte as hastes bem rente ao solo deixando 4 ou 5 em cada grupo. 2. Com menor número de hastes para alimentar, as plantas crescerão mais vigorosas. As flores serão duas ou três vezes maiores do que seriam se não houvesse desbaste. 3. Para dobrar a colheita de flores, se fo r essa a intenção, tire o ponteiro de cada haste, quando as plantas estiverem com 15 cm de altura. Isso estimulará a form ação de maior número de ramos laterais e, conseqüentemente, maior produção de flores. 4. Dentro de uma semana aparecerão novos brotos nas junções das fo lhas (nós). Essa prática não só aumenta a quantidade de flores, como também torna a planta muito mais densa. 5. Para produzir um crisântemo digno de ser apresentado numa exposição, retire os botões que se desenvolvem junto ao caule, assim que eles aparecerem. Esse processo força a planta a colocar toda a sua energia na flo r remanescente, que está na ponta da haste floral. 6. A única flo r resultante de toda essa técnica será enorme. Para a composição de arranjos em vasos, colha a flo r assim que as pétalas começarem a se abrir, deixando algumas folhas na parte mais baixa da haste para manter a planto mais vigorosa. 579 R au l V ic to r Abaixo, pequenos e delicados botões de crisântemos brancos recobertos por sépalas sedosas. Na página ao lado, crisântem os plenam ente desabrochados, numa exibição vigorosa de form as e cores. para reduzir a transpiração. An tes de transplantá-las, os produ tores fertilizam o solo com baga ço de cana e adubos minerais ri cos em nitrogênio. Tomam ainda o cuidado de desinfetá-lo contra insetos, fungos, etc. Para isso uti lizam basamit granulado, incor porado à terra bem molhada com o auxílio de um rolo compressor. Só depois disso os profissionais transplantam as mudas, distri buindo-as na proporção aproxi mada de 60 por metro quadrado. Semanalmente, os canteiros são pulverizados e adubados. Os grandes produtores sepa ram a área destinada ao plantio de mudas da área de produção de flores, por causa do perigo de contaminação. Se estão cuidando de uma variedade e vão tratar de outra, os funcionários desinfetam as mãos com álcool. Na cultura dos crisântemos, a iluminação tem grande importân cia e, nos viveiros, sua intensidade é controlada eletronicamente. Nas áreas de produção de mudas há 4 horas de luz para outras 4 de escuridão e, durante o período de florescimento, utilizam-se seqüên cias de 10 minutos de iluminação para 20 minutos sem luz. Esse controle regula o momento em que as plantas devem florescer, para atendimento do mercado. Quanto à irrigação, aspersores especiais a realizam sob a forma de garoa. Aproveita-se a mesma aparelhagem para a adubação e aplicação de pesticidas. As flores são colhidas com bo tões abertos até a metade e, em seguida, passam aos galpões de classificação e embalagem, fican do prontas para o embarque e venda ao comércio. A rn al do K la jn /A b ri l P re ss Iberís No Brasil, são mais conhecidas as íberis brancas, embora essas flores apresentem várias tonalidades. Seus delicados cachos achatados (à direita) perm item a composição de arranjos adequados para a mesa de refeições (abaixo). s delicadas flores conhe cidas como íberis devem seu nome à Ibéria, anti ga Espanha. A íberis umbellata, bastante utilizada como planta de corte, é também excelente para bordaduras e jardins de pedra. Os cachos são achatados na parte superior, e as flores não têm per fume. No Brasil é mais conhecida a íberis branca, mas a flor pode ser encontrada em carmim, lilás, púrpura e alguns tons de rosa. A variedade branca possibilita ótimos efeitos decorativos, com binada com zínias pequenas e co loridas ou calêndulas amarelas e alaranjadas. A fim de obter gra ciosos arranjos para ambientes descontraídos, informais e rústi cos, misture íberis de várias cores em um vaso rústico de cerâmica ou coloque somente flores bran cas em contraste com um vaso de cor forte. Como as íberis se ressentem muito ao serem transplantadas, o ideal é cultivá-las diretamente no canteiro, e daí retirá-las para o vaso. O corte ativará a formação de novos brotos, e você atingirá duas finalidades ao mesmo tem po: terá mais flores no jardim e enfeitará sua casa. Plante as se mentes em canteiros preparados conforme as instruções das pági nas 518 e 519, com uma distân cia de 15 a 25 cm entre as mudas. O período ideal para o cultivo das íberis vai de setembro a mar ço. A planta alcança de 17 a 30 cm de altura, e as flores apare cem cerca de 8 a 10 semanas após a semeadura. 582 s tagetes são as flores co nhecidas popularmente como cravo de-defunto. As várias espécies e alguns híbri dos, que constituem o gênero Ta getes, apresentam flores muito atraentes, com tons que vão do amarelo ao marrom, do laranja ao ferrugem. Singelas ou dobra das, elas sempre correspondem às expectativas do jardineiro que as plantou,seja dando um efeito de corativo muito bonito e alegre aos canteiros, seja enfeitando a casa, dispostas em vasos. O tagetes lembra um cravo, na forma, principalmente a espécie Tagetes erecta, e apresenta um perfume forte e característico. Por isso, essas plantas, quando colhidas, devem ficar em local onde haja certa movimentação de ar, para que este não fique muito impregnado. Porém, estão sendo produzidas variedades novas que, embora conservem as caracterís ticas de cor, são inodoras. Todos os tagetes descendem de espécies selvagens mexicanas que foram desenvolvidas e hibridiza- das, resultando finalmente em quatro tipos diferentes. O mais alto deles é o Tagetes erecta, que geralmente cresce até 50 cm de altura e produz flores dobradas, globóides, de 8 a 12 cm de diâme tro, a maioria em creme, amarelo ou nuances de laranja. Entre os Tagetes erecta, encontram-se flo res semelhantes a cravos e a cri sântemos. Os Tagetes patula são de crescimento relativamente bai xo: a altura das plantas varia de 15 a 45 cm. As flores, de 3 a 5 Tagetes Popularmente conhecidos como cravos de-defunto, os tagetes podem ser cultivados em qualquer época do ano, tanto a partir de sementeiras, quanto por meio de semeadura no canteiro definitivo. Abaixo, uma variedade do Tagetes patula. 583 Ju ss i L eh to /A b ri l P re ss Abaixo, uma combinação alegre e informal de tagetes amarelos e zínias vermelhas e alaranjadas em um arranjo circular. À direita, um Tagetes patula. Na página ao lado, um funcionário de uma companhia californiana coleta sementes de tagetes para distribuição comercial. cm de diâmetro, apresentam-se em vários tons de amarelo, laran ja, vermelho-mogno ou combina ções dessas cores. As plantas híbridas de Tagetes erecta e Ta getes patula combinam as cores de ambas as espécies em suas flo res dobradas de 5 a 8 cm; em ge ral, são plantas vigorosas, com 30 a 45 cm de altura. Os Tagetes tenuifolia geralmente têm cerca de 30 cm de altura e possuem uma folhagem rendada semelhan te à da samambaia, muito mais fina do que a dos outros três ti pos. As hastes são encimadas por massas de flores singelas, amare las ou laranja-douradas, com cer ca de 3 cm de diâmetro. Os tipos mais altos de tagetes suportam bem as chuvas e o ven to e por isso podem ser cultiva dos em áreas desabrigadas. Sur preendentemente, pesquisas de monstraram que os nematóides (pragas que costumam aparecer no solo impedindo o cultivo pro dutivo de qualquer planta) desa parecem, quando se planta tage tes na área infestada. Por isso, o cultivo de tagetes num solo infes tado por nematóides permite que, posteriormente, outra cultura possa se estabelecer r.o solo antes condenado. Os tagetes crescem bem em qualquer solo, mas precisam de muita luz. Você pode semeá-los em qualquer época do ano, em se menteiras ou diretamente no local de plantio. As plantas mais altas devem ser distanciadas de 30 a 45 cm e as variedades anãs cerca de 12 cm. 584 Ervilhas- de-cheiro TÉCN ICA ESPECIAL PA R A O C U L T IV O DE ER VILHAS D E CH EIRO 1. Para cultivar com sucesso as ervilhas-de-cheiro, cave um sulco de 30 cm de largura por 60 cm de profundidade. Encha o sulco até 10 cm do topo com uma mistura de 2 partes de esterco de curral bem curtido, 2 partes de terra argilosa e I parte de areia lavada de rio. Coloque as sementes a 1 cm de profundidade, deixando um espaço de 5 cm entre elas. Use o restante da mistura de solo para form ar uma barreira ao longo das bordas do sulco. 2. Quando as mudas estiverem com 5 cm de altura, disponha uma camada de terra de I cm sobre a superfície plantada, para firm ar as hastes. 3. Acrescente uma camada de I cm de solo para cada 5 cm que a planta crescer, repetindo a operação até que o sulco esteja cheio até quase o nível do solo. 4. Providencie um suporte adequado, dispondo estacas de 1,8 m de comprim ento a intervalos de l ,8 m. Entre as estacas, estique uma rede de fio s plásticos, por onde as ervilhas de cheiro subirão facilm ente, com suas gavinhas. s ervilhas-de-cheiro são plantas originárias da Itália. Elas apresentam hastes com flores de colorido ri co: há flores listradas, bicolores, manchadas, surgindo em quase todas as cores. Muitas têm péta las onduladas e seu aspecto é leve e delicado. Possuem um delicioso perfume; seu nome científico — Lalhyrus odoratus — faz referên cia a esse perfume, como uma ca racterística da espécie (odoratus - perfumado). A maioria das ervilhas-de- cheiro cresce entre 1,5 e 3 m de altura, agarrando-se a suportes com as gavinhas — seus órgãos de fixação. Mas há variedades não trepadeiras, como a ‘Bijou’ e a ‘Little Sweethearts’, que produ zem imensa quantidade de flores, em plantas de apenas 20 a 30 cm de altura. Você pode semear as ervilhas- de-cheiro conforme o lugar, de fevereiro a julho; devem ser se meadas depois de passado o perío do mais quente do ano. Nas re giões montanhosas, que são mais frias, elas são semeadas em feve reiro. Nos lugares onde o verão é muito quente, é melhor semeá- las um pouco mais tarde. Além da 586 Se você não dispõe de muito espaço, cultive suas ervilhas-de-cheiro em um canteiro construído jun to a uma cerca. Você pode preparar um suporte original para as plantas com fio s de plástico dispostos em diagonal e presos à cerca. temperatura, a umidade é outro fator importante para o cresci mento dessas plantas: providencie as condições favoráveis, para que elas se desenvolvam bem. Nas re giões de clima predominantemen te quente, pode ser experimentado o cultivo de variedades que supor tam melhor o calor, como 'Cuth- bertson’, ‘Galaxy’ e ‘Zvolanek’. Um cuidado especial deve ser dispensado às sementes: mergu lhe-as em água morna por uma ou duas horas, antes de serem planta das, para amolecer suas cascas. O plantio deve ser feito em sulcos de 30 cm de largura e 60 cm de pro fundidade (veja instruções à pági na 586). Preencha-os, até 10 cm do nível do solo, com uma mistura de 2 partes de esterco bem curtido de curral, 2 partes de terra argilo sa e 1 parte de areia. Se você não encontrar o esterco de curral, use composto orgânico em seu lugar. Faça a beliscada na plantinha, para desenvolver um maior nú mero de hastes, quando ela tiver atingido 10 cm de altura (veja a página 524). Se você tem um espaço com plantas que, por serem muito no vas, não começaram ainda a de sempenhar suas funções — como um canteiro de vivazes, trepadei ras recém-plantadas ou arbustos — , aproveite a área próxima para semear ervilhas-de-cheiro, de al guma das variedades trepadeiras e providencie para elas os supor tes necessários. Nesse mesmo es paço, as ervilhas formarão uma cerca viva provisória, como plan tas anuais que são. C a p í t u l o 5 0 FLORES DE CORTE > Entre as flores de corte mais procuradas para arranjos de grandes dimensões encontram-se as aves-do-paraíso, helicônias, bastões-do-imperador e as perfumadas alpíneas e lírios-do-brejo. Fáceis de cultivar, essas vigorosas plantas perenes das famílias das musáceas e zingiberáceas requerem apenas um clima tropical para florescerem em abundância. O cultivo de papoulas em canteiros, bordaduras e jardins rochosos espalha-se por quase todo o mundo. Com o não se dão bem com transplantes, convém semeá-las diretamente no local definitivo, na primavera ou no outono. Acim a, uma variedade de papoulas vermelhas, em plena estação de florescimento. 589 Margarida A s margaridas são plan tas rústicas que dão belos canteiros flo ridos e flores de corte bastante duráveis. A baixo e na página ao lado,margaridas em flor. r \ s margaridas são plantas y ^ \ muito conhecidas. O que -> muitos não sabem é que elas produzem dois tipos de flores numa mesma inflorescência e ne nhuma delas é reconhecida como tal pela maioria dos amadores. Eles tomam o conjunto, tecnica mente denominado capítulo, co mo sendo a flor. Uma única m ar garida, porém, é formada por um grande número de florezinhas si tuadas no “miolo” e outras tantas nas “pétalas”. As primeiras são chamadas de flores do disco e as outras, flores do raio. Essas pe quenas flores são fecundadas pela polinização provocada por inse tos, no ambiente natural. As plantas que possuem essa peculiaridade (dois tipos de flores numa mesma inflorescência) constituem a família das compos tas, à qual pertencem, além das margaridas, as dálias, os crisân temos, as calêndulas e os giras sóis, entre outras. Ótimas plantas de corte, as margaridas e os crisântemos mais rústicos, conhecidos como mon- senhores, não oferecem maiores dificuldades para o cultivo. Você pode semeá las anualmente ou aproveitar as soqueiras que ficam escondidas no solo depois da fio- rada. Essas plantas podem ser di vididas e replantadas quando as soqueiras começarem a brotar. Prepare o solo para os cantei ros com areia lavada de rio, ester co de curral bem curtido e terra comum em partes iguais. (O es terco poderá ser substituído por composto orgânico.) Misture bem, deixando o substrato fofo. A F LO R D A S C O M P O ST A S A inflorescência da margarida, m ostrada abaixo, é típica da fam ília das com postas. C om o a palavra indica, a com posta não é uma única flo r , mas muitas flo res numa mesma inflorescência. A s flo res menores, agrupadas no centro, ou disco, chamam -se flo res do disco, e cada uma delas tem anteras e ovário (detalhe, à esquerda). Cada pétala, ou f lo r do raio (à direita), tem na base um ovário, que pode ser funcional ou estéril. A f lo r com posta perm ite uma reprodução altamente eficiente: uma abelha carregada de pólen pode, em segundos, polinizar m uitíssim as flo res do disco. Plante as mudas em covas dis tanciadas 40 cm umas das outras. A melhor época para isso vai de maio a agosto. Em março do ano seguinte, os botões das novas flo res começarão a desabrochar. Os monsenhores podem ser multiplicados pela divisão das so queiras ou por semeadura. Plante as sementes entre setembro e fe vereiro. Como nessa época costu ma chover muito, cuide para que os canteiros fiquem protegidos das enxurradas. A floração apa rece no verão ou no outono. o v a r i o o v a r i o FLOR DO DISCO FLOR DO RAIO 592 s bocas-de-leão são des cendentes, por meio de mutação, do Antirrhi num majus, planta mediterrânea que apresenta diferentes forma tos. A forma exótica da boca-de leão, que pode, quando devida mente manipulada, abrir e fechar como a boca de um bicho feroz, é um divertido brinquedo para as crianças, e motivou o seu nome popular. Nos arranjos florais, ela sempre confere um belo efeito. Embora as bocas-de-leão se jam plantas vivazes, são cultiva das, geralmente, como anuais, por causa da propensão dessas plantas às doenças (que compro metem a floração seguinte). Elas podem florescer o ano inteiro, se cultivadas de fevereiro a março e de setembro a dezembro. Para fins de cultivo, as varie dades de boca-de-leão são classi ficadas em três categorias, de acordo com sua altura. Cada uma delas oferece uma grande possibilidade de escolha de cores: branca, creme, laranja, tonalida des de amarelo, vermelho, escar late, carmim, malva. As Grandiflorum, variedades de grande porte, têm altura variá vel de 60 cm a 1 m. As Nanum, variedades intermediárias, têm de 45 a 60 cm de altura, e, por fim, as Nanum compactum, apresen tam plantas de 15 a 25 cm de al tura. As duas primeiras catego rias são indicadas para o corte, ao passo que a Nanum compac tum é recomendada para compor bordaduras de canteiros. Seja qual for a categoria da planta, as bocas-de-leão precisam ser cultivadas a pleno sol e em lo cais com boa drenagem. A multi plicação é feita por meio de se mentes. Quando, porém, se pre tende conservar uma nova muta ção surgida, convém adotar a téc nica de estaquia de galhos. O espaçamento para o plantio varia em função da categoria das plantas: as Grandiflorum devem ser plantadas em covas distancia das em 40 cm umas das outras; as Nanum, em 30 cm; e as N a num compactum, em 20 cm. Se você quiser formar arranjos florais com as bocas-de-leão, convém tomar alguns cuidados no momento da colheita das flo res. Escolha para o corte hastes abertas apenas até a metade. Isso, além de diversificar o arranjo, confere-lhe maior durabilidade. Boca-de-leão Com o as bocas-de-leão são plantas vivazes de grande propensão às doenças, convém cultivá-las com o se fossem anuais, se se deseja obter belas hastes para os vasos. 593 As zínias Zínias plantadas em solo fér til e toca! ensolarado suportam bem os períodos de seca, mas a produção de flores será espetacular se os canteiros forem regados sempre que o solo se mostrar ressequido. 'l d ) lantas originárias das J \ Américas, as zínias se agrupam em cerca de quinze espécies muito difundidas na jardinagem, principalmente como plantas de corte. Embora a maioria delas seja anual, não ra ro algumas se comportam como vivazes. Popularmente, as zínias são conhecidas como capitão e moças-e-velhas. Como as margaridas e outras plantas de corte, as zínias perten cem à família das compostas: plantas que produzem dois tipos de flores numa mesma inflorescên cia (veja a página 592). Mas, po pularmente, o capítulo, conjunto formado pelas flores do disco e flores do raio, é considerado uma flor. Nas zínias, as cores vão do vermelho vivo ao branco, passan do pelo amarelo, rosa e violeta. A espécie Zinnia elegans é a mais conhecida e comercializada do gênero. Seus ramos, geralmen te altos, atingem de 70 cm a 1 m de altura; mas existem também as variedades conhecidas como anãs, que não ultrapassam os 50 cm de altura. As hastes eretas das zínias apresentam uma ou outra ramificação. Suas folhas são ver des, espessas e ásperas. Além da Zinnia elegans, outras variedades merecem destaque: Zínia com flo r de crisântemo — Esta herbácea atinge 70 cm de al tura. Possui grandes “ flores” , com “pétalas” recurvadas. Zínia dobrada gigante da Califór nia — Possui capítulos enormes, sustentados por longas hastes. Zínia com flo r de dália — Tam bém muito alta, esta variedade produz “flores” com “pétalas” re curvadas na extremidade. Zínia com flo r de escabiosa — Apresenta inflorescências forma das por um “colarinho” de “péta las” achatadas. Em torno do “miolo”, as flores do raio asse melham-se a tubinhos ocos. Zínia dobrada — Produz “flo res” pequenas e recurvadas. O ar busto é de altura mediana. Também as variedades anãs, a ‘Double Lilliput’ e a ‘Double Pompon’, encontram-se no grupo das zínias mais difundidas. Para florescerem abundante mente, as zínias precisam de solo fértil, bem drenado, e locais enso larados. Suportam bem os perío dos de seca e não exigem regas abundantes. Mas para garantir uma boa produção de flores, re gue-as sempre que perceber o so lo ressequido. Você pode adquirir sementes de zínias em lojas especializadas. Plante-as de agosto a março. De pendendo da época do cultivo, fio rescerão no verão ou no outono. Ao semeá las diretamente no can teiro, deixe um espaçamento va riável entre 10 e 40 cm, dependen do da espécie escolhida. 594 gênero Lupinus com preende cerca de 250 es pécies. A maioria delas origina-sena América do Norte, principalmente no oeste dos Esta dos Unidos. Há também espécies nativas da América do Sul e da costa mediterrânea. Estas últimas são usadas, há muito tempo, co mo forragem ou pastagem, e seus grãos entram na alimentação ani mal e humana, particularmente na Itália. Os lupinos também são empre gados em jardinagem, para a efe tivação da chamada adubação verde. Ou seja, podem ser cultiva dos em terras esgotadas para re cuperá-las. O processo consiste em cortar o lupino antes que fio resça e misturar as partes corta das à terra, a fim de adubá la. Excelentes plantas de corte, os lupinos são flores coloridas e per fumadas. As espécies empregadas para a ornamentação são muitas e variadas, destacando-se as ame ricanas Lupinus sulphureus, que produzem flores amarelo-sulfú- reas e laranja; L. subcarnosus, que tem flores azuis e brancas, dependendo da variedade; L. tri color, da qual há um grande nú mero de variedades; L. hartwegii, herbácea de 1 m de altura, que produz flores brancas, azuis, ver melhas e marrons muito perfuma das. As flores do L. mutabilis de sabrocham brancas e azuis, e de pois ficam azuis e amarelas. Nos desertos da Califórnia, de senvolve-se, depois das chuvas, o Lupinus nanus, que a despeito do nome não é uma planta anã. Suas flores são azuis, brancas, rosa, violeta ou vermelhas. Entre as espécies de origem eu ropéia, há as de grande beleza, que, devido à variedade de cores, podem servir para compor arran jos, como o L. hirsutus (azuis, ro sa ou brancas), o perfumado L. lu- teus, o L. angustifolius, com seu belo tom de azul, o L. albus e o L. termis, que além de terem belas flores brancas e azuis, produzem grãos comestíveis. Plantas anuais, os lupinos flo rescem no verão, prolongando o período de floração até o outono. São de fácil cultivo, mas não apre ciam solos alcalinos. Por isso, o índice do pH é fundamental para o cultivo dessas flores: deve estar em torno de 5,5 na escala do pea- gâmetro. A multiplicação deve ser efetuada por meio de sementes, na primavera. Para se obter exempla res mais sadios, convém desenvol vê-los primeiro em sementeiras e depois transplantá-los para os canteiros. As covas precisam es tar distanciadas 40 cm umas das outras. Quando você for colher as fio res para formar arranjos, escolha os cachos semi-abertos a fim de garantir maior durabilidade. Lupino Usados há muito tempo como forragem, principalmente na Itália, os lupinos fornecem belas e perfumadas flores de corte para ornamentação. Na fo to abaixo, arranjo de lupinos azuis e brancos. 595 M ilt on S. S h ir at a/ A b ri l P re ss Papoula A preciadas em todo o mundo po r suas flo res de colorido brilhante, as papoulas são plantas de cultivo relativamente fácil. A o cortá-las, convém queim ar as pon tas das hastes, a f im de que durem mais. s ertencendo ao gênero Pa I r - ' paver, uma centena de espécies de papoulas es palham-se por todo o mundo. Uma delas, a Papaver somnife rum, é largamente cultivada na China para produzir ópio. A maior parte, no entanto, cultiva- se para ornamentação, porque produzem flores grandes e de co lorido brilhante. Costuma-se classificá-ias em três categorias: as anuais e bia nuais, excelentes para canteiros; as vivazes de grande porte, que são admiráveis para bordaduras; e as vivazes de pequeno porte, in dicadas para jardins rochosos. Cultivá-las é relativamente fá cil, mas elas não se dão bem com transplantes; por essa razão, de vem ser semeadas no local defini tivo. O solo não precisa ser fértil, mas deve ser bem drenado. Bas tante sol faz com que elas cres çam melhor. As sementes não devem ser en terradas, mas misturadas com um pouco de areia e espalhadas em fileiras na superfície do solo. A areia serve para distingui-las me lhor, pois são muito pequenas (7 000 sementes pesam apenas 1 g). Para não serem carregadas pe lo vento, convém cobri-las com finíssima camada de terra penei rada. À medida que forem germi nando, retiram-se as mudas me nos desenvolvidas, de forma a manter um espaçamento de 40 cm entre as melhores. Semeadas na primavera, as pa poulas florescerão de dezembro a janeiro; se no outono, as flores surgirão em junho e julho. Se vo cê quiser aproveitá-las em vasos, corte as flores ainda em botão e queime levemente a extremidade da haste, passando-a pela chama de um isqueiro. Fazendo isso, vo cê estará aumentando sua durabi lidade por mais alguns dias. 596 rquídeas e melindres, avencas e camélias, dra- cenas e antúrios, à pri meira vista nada têm de comum entre si. São plantas de famílias, gêneros e espécies diferentes. No entanto, é possível incluí-las em um grande grupo de flores e fo lhagens perenes que não exigem grandes cuidados. Semeadura to dos os anos e conservação de so- queiras, por exemplo, são inteira mente dispensáveis para elas. Além disso, são plantas de corte que possibilitam a criação de belíssimos arranjos. Além das citadas, muitas ou tras espécies podem ser incluídas no mesmo grupo. Entre elas, des tacam-se duas famílias de cores vivas, alegres e muito brasileiras: as musáceas e as zingiberáceas. À família das musáceas per tence o gênero das helicônias. Suas inflorescências são muito curiosas e belas, apresentando-se em ziguezague, com brácteas vis tosas que protegem as flores. Elas se multiplicam por sementes ou, com maior freqüência, por meio de divisão de rizomas. Outra mu- sácea muito conhecida e aprecia da é a ave-do-paraíso (Strelitzia reginae), que dura várias semanas em vaso e cujo cultivo é muito simples. As musáceas crescem por si mesmas, quando se reproduz seu habitat tropical. Desenvolvem-se muito bem em quase todo o Bra sil, exceto nos Estados sulinos. As aves-do-paraíso preferem forte luminosidade, diferentemente das helicônias, que florescem melhor onde a luz é filtrada. Ambas se reproduzem por divisão de rizo mas, o que faz as flores surgirem mais cedo. A família das zingiberáceas apresenta várias plantas herbá ceas aromáticas, cujus flores são excelentes para arranjos de gran- © Helicônía, ave -do -paraíso e folhagens A fam ília das zingiberáceas agrupa não só plantas vigorosas, com o o bastão-do-im perador e a alpínea, mas tam bém espécies delicadas do gênero Hedychium, com o as das fo to s abaixo. Abaixo, arranjos de orquídeas do gênero Oncidium (1) e estifítias (3). À direita, a Strelitzia augusta (2) e a S. reginae (4), da fam ília das musáceas. Na página ao lado, arranjos de helicônias e folhas de dracena (5), orquídeas e melindre (6) e duas espécies diferentes de helicônias (7 e 8). de durabilidade. É o caso das alpíneas, dos bastões-do-impera- dor e dos Costus. As alpíneas desprendem delicioso perfume: o da noz-moscada. Quase todas as zingiberáceas apreciam o calor e o ar livre. Nos Estados do sul do Brasil e em re giões de temperatura mais baixa (a cidade de São Paulo, por exemplo), não se dão muito bem. Logo depois de plantadas, pa rece que elas vão morrer. Mas is so dura pouco. Quando as folhas começam a brotar, seu cresci mento está garantido e, em pouco tempo, todo o local será invadi do. Essa dominação do ambiente é particularmente notável no lírio-do-brejo (Hedychium coro- narium), que impregna toda a a t mosfera de um delicioso perfume de limão. Muitos arbustos produzem flo res excelentes para corte, como é o caso da estifítia, planta que se desenvolve em lugares secos e en solarados. Seu porte varia de 2 a 4 m de altura e o melhor espaça mento entre os arbustos é de 3 cm. Dracena (1), eucalipto argentino (2),dracena do gênero C ordyline (3) e delicados ram os verdes próprios para arranjos de rosas (4). A bela folhagem verde é perma nente e ornada de flores laranja, em forma de pompom. Floresce durante quase todo o ano e sua multiplicação pode ser efetuada por sementes ou por estacas semi- lenhosas. Com a estifítia podem-se fazer arranjos que duram meses, sem pre vivos e belos. Um fino jato de spray fixador de penteado au menta sua durabilidade. Entre as folhagens perenes, de fácil cultivo e excelentes para ar ranjos, estão o eucalipto argenti no, que dá um perfume agradá vel; a avenca, que proporciona grande leveza; a dracena, que tor na mais vigorosos os arranjos; e as folhas do guaimbê, que servem para reforçá-los. É preciso, no entanto, saber combinar as qualidades estéticas das flores e das folhagens utili zadas no arranjo. Orquídeas e avencas ficam ótimas, assim co mo rosas e melindre ou crisânte mos e eucalipto; mas helicônias com avencas não produzem um bom efeito. 600 R au l V ic to r O cultivo dos cravos O cravo vermelho ganha especial beleza em contraste com a folhagem verde-azulada (abaixo). Na página ao lado, cravos em várias tonalidades. omo a rosa, o cravo tem sido prestigiado há algu mas gerações por sua be leza e perfume característico. Não possui, porém, uma tradição de cultivo tão longínqua quanto a rosa. Somente no século passa do é que foi encontrada, em solos pobres e pedregosos da Grécia, a espécie selvagem, que apresenta uma flor singela de 5 pétalas. Os cravos e cravinas pertencem ao gênero Dianthus, denominação que significa “flor de Deus” . Em bora ambos pertençam à família das Cariofiláceas, as cravinas, além de menos perfumadas, não servem para corte. O nome botânico do cravo é Dianthus caryophillus, e a plan ta, que é vivaz, chega a durar até 4 anos. Os caules são herbáceos, e cada haste sustenta uma única flor terminal, grande e muito per fumada. A folhagem do craveiro apresenta coloração verde-acin- zentada e as hastes, nas varieda des obtidas mais recentemente, são tão rijas que recebem em francês o nome de tige de fer, que significa “caule de ferro” . No início do século passado, já havia cerca de 350 variedades de cravos. A classificação mais anti ga reuniu os cravos em três gru pos diferentes: cravos de fantasia, flamengos e granadinos. Os três grupos de cravos Os cravos de fantasia caracte rizam-se por flores mais ou me nos dobradas e bem conforma das. As pétalas picotadas podem ser listradas ou salpicadas de duas ou três cores diferentes, so bre fundo amarelo ou branco. Disso depende a subdivisão dos cravos de fantasia em alemães (fundo das pétalas em amarelo) ou ingleses (fundo branco). Os cravos flamengos, aos olhos de certos amadores, corres pondem à mais bela variedade. As flores são dobradas e abaula das no meio, tendo como carac terística principal as pétalas intei ras, sem recortes ou dentes. Os cravos granadinos, também conhecidos como comuns, são flores singelas ou dobradas, de tamanho médio e uma só cor, com pétalas dentadas e delicioso perfume. Empregados para colo rir e aromatizar licores, seu culti vo destina-se também ao forneci mento de essências para a indús tria de perfumaria. Os cravos modernos A classificação inicial foi am pliada com a inclusão do cravo reflorescente (o cravo remontam dos franceses) que até hoje de sempenha papel predominante nos cruzamentos sucessivos. Tem grande vitalidade e a característi- 605 A b ril P re ss A b ri l P r e s s R a u l V icto r Z s ù l /R iz z o l i P re s s A s cravinas (abaixo) são flores do gênero Dianthus, com o os cravos, e apresentam grande variedade de cores. Normalmente, as cravinas não são usadas como flo res de corte. ca de emitir ramos laterais na porção inferior da haste. Termi nada a floração do caule princi pal, os brotos laterais formam outro caule com a respectiva has te floral, desabrochando mais uma ou até duas vezes, alguns meses depois, justificando assim a denominação de reflorescente. Menos expressivos, mas tam bém importantes, são o cravo re florescente anão e o cravo marga rida. Destacam se, ainda, os cravos americanos ou gigantes, que resistem bem às pragas, sen do dos mais procurados nas flori- culturas. O protótipo do cravo moderno surgiu como resultado de cruza mentos entre americanos e reflo- rescentes, e recebeu a denomina ção de americano melhorado. A flor, de cálice perfeito, forte e am plo, desabrocha na extremidade de uma haste longa e rija. As péta las são numerosas, pouco denta das nas margens ou mesmo intei ras. O cravo americano melhora do tem grande durabilidade, flo rescimento abundante e resistên cia máxima às pragas e doenças. A variedade ‘Sim’, de cultura anual e reflorescente, é hoje o pon to culminante da longa evolução dos cravos. Criada em 1948, seu cultivo já se realiza também no Brasil. Como cultivar cravos Você pode plantar cravos dire tamente no solo ou num vaso. Deixe de lado a terra muito argi losa, que forma crostas duras, pois o solo arenoso é mais ade quado ao desenvolvimento dos craveiros. Misture partes iguais de terra comum peneirada e areia lavada de rio. Acrescente uma colher (de sopa) de calcário do- lomítico e outra de farinha de os sos. O calcário dolomítico serve £ Õ < o '<C O U 606 R au l V ic to r para corrigir o pH, que deve per manecer em torno de 6,5. A areia de rio torna o solo poroso, o que dificulta o surgimento de doenças das plantas. Tal é a importância da porosidade do solo, que ulti mamente tem-se experimentado o cultivo do cravo em solos total mente arenosos. Não é necessária uma adubação farta. De preferên cia, acrescente à terra estrume de curral bem curtido, 6 a 8 meses antes do plantio. No período de junho e julho, plante as estacas de galho em caixas quadradas de 40 cm de lado e 25 cm de altura. Com o preparar as estacas Para obter uma boa estaca, se lecione como planta-mãe um cra veiro que tenha apresentado flo ração abundante, flores bem con formadas e resistência a pragas e doenças. Retire um ramo lateral da planta escolhida, separando-o com um canivete. Em seguida, com bastante cuidado, corte a es taca com uma lâmina bem afia da, logo abaixo de um nó. Logo após, arranque as duas folhas da parte inferior (veja ilustração na página 608). Para facilitar o en raizamento, corte alguns milíme tros da extremidade da haste em 4 partes. Para conservar essas partes separadas coloque no meio um pedacinho de madeira, ou mesmo uma folha de cravo. As estac is devem permanecer nas caixas de 4 a 8 semanas, até enraizarem bem. Durante esse pe ríodo, você precisa protegê las de chuvas e umidade excessiva. De pois pode passá-las para cantei ros, com profundidade superior a 40 cm, onde tomarão novo im pulso de crescimento. Se quiser transplantá-las para vasos, faça-o apenas depois de um mês, colo cando quatro a oito mudas da mesma variedade. Os vasos de- Para evitar que o cravo se abra assimetricamente, rom pendo o cálice, convém circundar os botões com tira elástica ou arame revestido de borracha (abaixo e na fo to à esquerda). 607 C O M O P R E P A R A R A ESTACA DE G A L H O 1. Separe um ramo lateral do craveiro utilizando um canivete. Com uma lâmina bem afiada, faça um corte logo abaixo de um dos nós. 2. Rem ova cuidadosamente as duas fo lhas inferiores da haste cortada. Prepare uma mistura de partes iguais de terra comum peneirada e areia lavada de rio. Acrescente l colher (sopa) de calcário dolom ítico e outra de farinha de ossos.Plante as estacas e conserve-as protegidas da chuva e da umidade excessiva. Elas estarão enraizadas em 4 a 8 semanas. vem ser de barro comum, com 30 cm de diâmetro. Para a obtenção de uma boa drenagem, coloque no fundo uma camada de 3 cm de pedrisco e 1 cm de areia. Dei xe os vasos junto à janela durante 6 horas por dia e, assim que co meçarem a brotar novas folhas, garanta-lhes 12 horas de ilumina ção natural. No período que vai de novembro a fevereiro verifique regularmente a camada superfi cial de terra. Se você notar a for mação de uma crosta, retire-a e substitua-a por uma camada de folhas secas semidecompostas. Regas e adubação Uma vez por mês, a partir de novembro, irrigue o solo com um adubo de fórmula 20-20-20, na proporção de 10 gramas para 15 litros de água, até o fim do flores cimento. A drenagem dos cantei ros e vasos de cravos deve ser perfeita, para que a terra se con serve fresca e úmida, mas não en charcada. Essas flores sofrem mais com o excesso de umidade do que com a seca, porém ambas precisam estar sob controle. E preferível esquecer uma rega a molhar demais os craveiros. Cuidados especiais Além dos cuidados comuns a todas as culturas, os craveiros precisam de “tutoramento”. Para isso, enfie estaquinhas de bambu ou ripinhas de madeira no solo dos canteiros ou vasos, conforme ilustrações da página ao lado. Amarre o conjunto de hastes com um fio, formando um círculo frouxo em torno delas. Outro cuidado importante con siste em envolver o botão com um anelzinho de borracha, para manter o cálice fechado, evitando que algumas das sépalas se desta quem das demais (veja página 607). Isso evita que a flor penda para um dos lados ou desabroche assimetricamente, o que lhe daria aspecto pouço gracioso. Caso o número de plantas seja pequeno, você pode auxiliar o desabrocha- mento dos cravos rompendo o cá lice com um alfinete ou a ponta de um canivete, nas linhas que correspondem às chanfraduras das 5 sépalas do cálice. Se você pretende obter uma floração exuberante, convém sa crificar algumas flores, suprimin do um certo número de botões, pouco tempo depois que eles co- 608 meçam a aparecer. Essa supres são faz. com que os cravos que permanecem alcancem um tama nho maior, pois as energias ficam concentradas em seu desenvolvi mento. Outra prática consiste na “be liscada” que se dá na planta quando ela começa a se desenvol ver. Isso força o adensamento da folhagem e o aparecimento de maior número de flores (veja a página 524). No cultivo dos cravos também é comum a rotação da cultura, devido ao cansaço do solo. Se vo cê colocá-los em vasos, não há maiores problemas, porque para um novo plantio o vaso será lava do, recebendo nova mistura de terra. Já em canteiros, a terra tor na se “cansada” e no ano seguin te a produção de flores diminui consideravelmente. Torna-se en tão conveniente fazer um plantio de uma leguminosa na área (lupi no ou soja, por exemplo). Antes que ela floresça, deve ser cortada e misturada ao solo. Tal processo recebe o nome de “adubação ver de” . Quando não existe essa al ternativa, costuma se escavar o solo até a profundidade de 30 cm, e substituir a terra por outra, vin da de lugar onde não se tenham cultivado cravos. Precauções contra as pragas Se você cultivar cravos, evite o aparecimento de pragas que, além de reduzir a floração, estra gam o aspecto da flor. Muitos pulgões costumam se estabelecer nos craveiros, sendo preciso estar atento para combate los tão logo apareçam, pois se multiplicam muito rapidamente. Outro inseto que ataca os cravos é o trips, tão pequeno que você conseguiria enxergá-lo somente por meio de uma lupa. C O M O ESTAQUE A R OS C R A V E IR O S Os craveiros apresentam caules finos e frágeis, e por isso torna-se necessário estaqueá-los, tanto em vasos quanto em canteiros. Para isso, firm e estacas ao lado das plantas, tendo o cuidado de fincá-las a uma distância segura das raízes. O arame revestido de borracha é o material mais adequado para atar a planta à estaca. Corte um pedaço de arame em comprimento suficiente para form ar um amarrilho frouxo, como se vê na ilustração. Feche uma das extremidades em form a de alça e dobre a outra como um gancho. À medida que o craveiro cresce, coloque mais amarrilhos. 609 R ob er to W o lf en so n /A b ri l P re ss Calêndula A s calêndulas de cores vibrantes compõem belos arranjos informais, quando reunidas a centáureas azuis e margaridas ou íberis brancas. e você deseja muita cor no jardim e flores alegres para os vasos, escolha a calêndula, conhecida também co mo malmequer. Como muitas ou tras flores de corte, a Calendula officinalis pertence à família das compostas. Planta anual de fácil cultivo, a calêndula é conhecida desde os tempos antigos, e muito piocurada por suas propriedades medicinais. Com suas hastes espessas e bem revestidas de folhas, as ca lêndulas constituem uma escolha apropriada para arranjos destina dos a ambientes simples. A floração das calêndulas é prolongada: dois ou três meses. Desenvolvem-se melhor em solo fértil, com bastante sol. Mas tam bém florescem, embora com has tes menores, sob qualquer condi ção, excluindo-se sombra ou calor excessivos. Encontramos atualmente variedades com flores grandes e maior exuberância, bem como variedades simples, em que se nota contraste entre o centro e as “pétalas” ao redor da flor. Entre os malmequeres mais cultivados estão as variedades ‘Ball’s Abricot’, amarelo-alaran- jado com centro marrom; ‘Juran çon’, amarelo-dourado com flores bem cheias; ‘Corniche D’Or’, ala ranjado com centro marrom; ‘Ka- blouna’, amarelo dourado com centro laranja; ‘Ball’s Lemon’, amarelo limão com centro negro. Faça a semeadura de agosto a março, tantò em locais definiti vos, quanto em sementeiras: as calêndulas são facilmente trans plantáveis. Plante as sementes a 3 cm de profundidade e observe, entre cada planta, uma distância de 30 a 40 cm. Com os cuidados adequados, você verá desabro char grandes flores solitárias nas estações em que elas florescem: verão e outono. Se for colhê las em seu jardim, corte-as semi abertas. Nas flori- culturas, procure flores apenas li geiramente abertas. As flores to talmente desabrochadas não du ram muito nos vasos. Recuse as por estarem “ passadas” quando as “pétalas” estiverem enroladas como canudinho: isso indica que já estão fenecendo. Uma curiosidade: os malme queres abrem se ao nascer do sol e fecham-se no fim do dia. Calên dula, do latim calendae (primeiro dia do mês), é uma denominação ligada ao fato de que essas flores acompanham o ciclo de cada dia. 610 esporinha, muito conhe cida e cultivada no Bra sil, recebeu esse nome de vido a uma expansão estreita da corola da flor, em forma de espora. Nativas do sul da Europa, as esporinhas dão belas hastes flo rais, com flores pequenas em tons de azul, rosa, lilás e púrpura, cores análogas que se prestam a arran jos de grande efeito. Usadas em vasos, elas terão longa duração, se forem colhidas quando a meta de da haste floral tiver desabro chado e metade dela estiver em botão. Como as esporinhas dificilmen te suportam o transplante, faça a semeadura no local definitivo mantendo um espaçamento de 30 cm. A época propícia para a se meadura vai de julho a setembro e as flores aparecem 6 meses de pois. Para apoiar as hastes florais é necessária a utilização de tuto res, caso a variedade seja alta. O lugar escolhido para a semeadura deve ser livre de ventos, apresen tar solo fértil e receber boa insola ção. É importanteque haja boa drenagem, pois as esporinhas não se desenvolvem bem em solos úmidos. Esporinha Arranjos florais de muita suavidade podem ser obtidos com a reunião de variedades de esporinhas de cores análogas, como as que se vê abaixo. 61 1 R au l V ic to r Gipsófila Hastes delicadas e Jlores miúdas caracterizam a gipsófila, conhecida popularmente como mosquitinho. A variedade branca (abaixo) é a mais conhecida e cultivada no Brasil. S p ') opularmente conhecida I r * como mosquitinho, a gip sófila é uma planta anual que dá flores pequenas, de apenas 1 cm. Normalmente, usa-se a gip sófila para dar leveza a buquês e arranjos de flores maiores e mais vigorosas, como rosas e crisânte mos. Sozinhas em vasos, com põem arranjos originais. Na França, o nome popular da gipsófila é cravo-do-amor, pois, apesar de sua aparência lembrar muito pouco um cravo, ela per tence à mesma família dos cravos e cravinas; é também uma cario- filácea. A Gypsophila elegans cresce de 30 a 50 cm de altura e suas flores apresentam-se em branco, tons de josa e carmim (varieda des alba, alba grandiflora, carmi- nea, hermesinea e rosea). O período mais adequado para a semeadura vai de setembro a fe vereiro. As gipsófilas florescem no verão e outono, três meses após a semeadura. Elas crescem tão rapidamente que podem ser semeadas no local definitivo. Es sas plantas desenvolvem-se me lhor em solos alcalinos e por isso a avaliação e correção do pH do solo é muito importante no seu cultivo. O próprio nome do gêne ro traduz essa necessidade — Gypsophila vem do grego gyp sos, que significa “gesso”, e ph i los, que quer dizer “amigo”. Con vém providenciar a calagem do solo com algumas semanas de antecedência. As plantas devem receber sol pleno e o solo não de ve ser muito rico. Se o solo for muito fértil haverá uma produção excessiva de flores e as plantas não suportarão as chuvas pesadas de verão, porque a grande massa de flores oferecerá muita resistên cia às gotas de chuva e, como as hastes são muito frágeis, elas con seqüentemente tombarão. 612 Sumárionull ROSAS inull ROSAS 3null ROSAS 4null ROSAS«null Os segredos da podanull ROSAS«null As rosas da imperatriznull Como multiplicar roseirasnull A arte de enxertarnull Como criar novas rosasnull ROSAS,null Como cortar as rosasnull Arranjos florais com rosasnull Formalidade elegantenull Arranjos informaisnull ANUAIS Inull As plantas anuaisnull Planejamento do jardimnull Preparação do solonull A escolha das sementesnull Como enraizar estacasnull A utilidade dos estuSinsnull Cuidados importantesnull ANUAIS 4null A arte de secar floresnull ANUAIS snull Um jardim coloridonull v«l£null »V «\ ;null Como combinar as coresnull §fc^W4$Jnull ANUAIS *null Alegre os pequenos espaçosnull Flores anuais na cidadenull Jardins portáteisnull Jardins rochososnull Jardins em declivesnull FLORES DE CORTE.null As flores de cortenull As belas formas das dáliasnull FLORES DE CORTE,null Iberísnull Tagetesnull Ervilhas- de-cheironull FLORES DE CORTE >null Lupinonull Papoulanull Helicônía, ave -do -paraíso e folhagensnull