Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Plantas 
e cFlores
‘Plantas
e Tlores
Volume 3
ABRIL CULTURAL
Abril Cultural
Editor e Diretor: VICTOR CIVITA
© C o p y rig h t 19 7 1 , 1972 T im e L ife In te rn a tio n a l (N e d e rla n d ) BV D ire ito s 
e x c lu s iv o s p a ra a lín g u a p o rtu g u e s a A b ril S /A C u ltu ra l e In d u s tria l, 1977, 
S ã o P a u lo B ra s il, c a ix a p o s ta l 2372, E d iç ã o o rg a n iza d a po r A b ril S/A 
C u lt e Ind l (a rt 15 da lei n° 5988, de 14 /12 /1973 ). Esta ob ra lo i 
in te g ra lm e n te c o m p o s ta e im p re ssa e m o t ic in a s p ró p ria s
Sumário
Capítulo 35 Rosas 1 409
Capítulo 36 Rosas 2 421
Capítulo 37 Rosas 3 433
Capítulo 38 Rosas 4 445
Capítulo 39 Rosas 5 457
Capítulo 40 Rosas & 469
Capítulo 41 Rosas 7 481
Capítulo 42 Anuais 1 493
Capítulo 43 Anuais 2 505
Capítulo 44 Anuais 3 517
Capítulo 45 Anuais 4 529
Capítulo 46 Anuais 5 541
Capítulo 47 Anuais & 553
Capítulo 48 Flores de Corte 1 565
Capítulo 49 Flores de Corte 2 577
Capítulo 50 Flores de Corte 3 589
Capítulo 51 Flores de Corte 4 601
ABRIL CULTURAL
Editor e Diretor: VICTOR CIVITA 
Diretores: Edgard de Sílvio Faria, Richard Civita, 
Roberto Civita, Rubens Vaz da Costa
DIVISÃO DE FASCÍCULOS E LIVROS
Diretor Gerente: Roger Karm an 
Diretora Editorial: Elizabeth di Cropani 
D iretor de Marketing: Élcio Capalbo
CONSELHO EDITORIAL
Diretor: Luiz Laerte Fontes 
Editora-chefe: M aria Otilia Bocchini 
Chefe de Arte: Ricardo Rego M artins 
Secretaria Editorial: M aria Elizabeth Gobbi 
(coordenação), M aria de Lourdes Carvalho 
Editor de Texto: Vicente de Paulo T. Adorno 
Iconografia: M aria Elena Litardo, Edenir da Silva 
Redatores: Elisabeth Justino C arastan, Geraldo 
Carlos do Nascimento, Neusa Pinheiro, Vera 
M aria Arantes 
Assistentes de Arte: Cleuza Andreato, José 
Fernandes de Oliveira 
Serviços Editoriais Auxiliares: Nilza S. B. Alvarez, 
Marise Simões, Maria Erminia Ferreira Soares 
Coordenação Gráfica: Samuel L. Silvério 
Preparador de Texto: Eliel Silveira Cunha
COLABORADORES
Consultoria: Alice M aria Capelari Galvão de M iranda 
Ilustração: Helena Vieira Franco do Amaral,
Michele, João Xavier de Campos, Valdir 
Zacarias, Akiko Gushiken, Ernesto da Silva,
Lúcia Vianna Lacourt
Fotos: H. Takada, Jorge Butsuem/Abril Press,
Luiz G arrido/Abril Press, J. A. Tavares/Abril 
Press, Milton S. Shirata/Abril Press, Carlos 
Namba/Abril Press, José Carlos de M oraes/Abril 
Press, M arcus Cappelano/Abril Press, Jussi 
Lehto/Abril Press, Silperg/Rizzoli Press,
Roselândia, Sérgio Jorge/Abril Press, Fernando 
Abrunhosa/Abril Press, José Antônio/Abril Press,
Keiju Kobayashi, M arcos M orato, Geraldo Mori/Abril 
Press, Luiz Humberto/Abril Press, Alípio Silva 
Jr./A bril Press, Shostal Associates, Abril Press,
Roberto W olfenson/Abril Press, Georges Tresca/Abril 
Press, Raul Victor, Arnaldo K lajn/Abril Press,
Roger Bester/Abril Press, Josaffá, Zsúl/Rizzoli Press 
Texto: Nelly Rachel, Ubirajara Coutinho, Vera Lúcia 
Borin, Amélia Fernandez Gomes, Hélio Leite de Barros, 
Maria Emilia Pagnozzi de Carvalho, Gerson 
Ferreira de Faria 
Tradução: Maria Inês Luchesi Dauman, Vera Maria 
Arantes, Rosália Guim arães Galliano, Celso 
Paciornick
D EPARTAM ENTO COM ERCIAL
Diretor: Marcos Pennacchi 
Gerente de Produto: M árcia Bagnolesi 
Gerente de Operações: Pedro Mingati 
Gerente de Promoções: José Carlos Mádio 
Serviço de Atendimento aos Leitores: Maria 
Eleonora Rocha
Fotos e desenhos não creditados pertencem à obra original.
CAPA: H. Takada
C a p ít u l o 3 5
ROSAS i
Cultivadas desde tempos remotos, as rosas foram sendo selecionadas e sofreram 
grandes transformações. As novas variedades, conhecidas como rosas de 
jardim, não podem mais viver sem o auxílio do homem. Os sucessivos cruzamentos 
as tornaram muito diferentes das espécies silvestres, cujas flores 
apresentam apenas cinco pétalas, uma das características típicas da família das rosáceas.
Há muitos anos as rosas híbridas-de chá são as preferidas dos cultivadores e do público consumidor. Delas derivaram 
novos grupos, como o dasfloribundas e grandifloras. Mas suas excelentes 
qualidades ainda não foram ultrapassadas. Acim a, as flores bem form adas da híbrida-de-chá 'Montezuma
409
Lu
iz
 
G
ar
ri
d
o/
A
b
ri
l 
P
re
ss
Um pouco 
da história 
das rosas
A creditam os cientistas que as 
rosas apareceram há 60 milhões de 
anos. O fóssil, abaixo, 
é de uma roseira de 40 milhões de 
anos. A o lado, a rosa ‘Torch', 
do tipo polianta. Ela produz cachos 
com pactos de flores com 
pétalas bem abertas, que lembram 
as flores das rosas silvestres.
ão há, talvez, beleza que 
se compare à de um bo­
tão de rosa que desabro­
cha, ainda molhado pelo orvalho, 
numa manhã ensolarada. Seu in­
tenso colorido, a doce fragrância 
e a aparente fragilidade das péta­
las aveludadas exercem grande 
poder de atração que conquista a 
todos.
Os jardineiros, mesmo acostu­
mados a apreciar belezas extraor­
dinárias, cedo ou tarde acabam 
por não resistir ao encanto das 
rosas. Afinal, do ponto de vista 
da jardinagem, a rosa apresenta 
muitas vantagens. Elas superam 
outras plantas de jardins pelo nú 
mero de flores que produzem de 
uma só vez e, embora estas não 
durem muito, novos botões conti­
nuam a desabrochar por um lon 
go período. Além disso, pode-se 
explorar muito bem a ampla va­
riedade de cores, formas e tama­
nhos de suas flores. Mas é neces­
sário lembrar-se de que as rosei­
ras não apresentam o mesmo 
charme de suas flores e, por isso, 
devem ficar em locais discretos, 
onde não quebrem a harmonia do 
jardim.
O êxito com as roseiras requer 
certos cuidados especiais. Elas 
são dependentes da mão humana 
para sobreviverem, com exceção 
das verdadeiras rosas silvestres, 
que se parecem muito pouco com 
as de jardim. As rosas silvestres 
(bem diferentes das não-híbridas, 
às vezes designadas por esse no­
me) têm só cinco pétalas singe­
las. Com suas corolas abertas, as 
rosas silvestres facilitam a polini­
zação e garantem a perpetuação 
da espécie, o que não ocorreria 
com facilidade entre as rosas de 
jardim, que têm as flores pratica­
mente fechadas.
A s prim eiras rosas de jardim
Acredita-se que as rosas te 
nham aparecido há 60 milhões de 
anos. Como testemunha, existe o 
fóssil de uma rosa silvestre de 40 
milhões de anos. O cultivo de ro­
sas também é muito antigo. Por 
volta de 5000 a.C., os chineses já 
as cultivavam e, pouco antes da 
Era Cristã, elas já apareciam em 
seus parques e jardins. Nesse 
mesmo período, os egípcios tam 
bém cultivavam rosas.
410
Acim a e ao lado, duas variedades 
de híbridas-de chá, grupo 
que apresenta rosas muito 
diversificadas quanto à cor, 
como se pode notar com o 
vermelho-vivo da 'Grande Amore ’ 
e o amarelo-pálido da ‘Van Run
411
Abaixo, fru tos da roseira que 
amadurecem após a queda das pétalas 
e, embaixo, um roseiral. Na 
página ao lado, a ‘K atherine Marshall'.
Do Egito as rosas chegaram a 
Roma. Segundo a lenda, os roma­
nos, antes de terem suas próprias 
roseiras, importavam rosas fres­
cas do Egito, não se sabendo co 
mo elas suportavam a longa via­
gem através do Mediterrâneo. O 
fato é que os romanos se apaixo­
naram pelas rosas e criaram 
grandes viveiros no sul da Itália, 
particularmente em Paestum 
(local próximo à atual cidade de 
Salerno). No governo de Nero, 
elas eram as flores preferidas pa­
ra enfeitar as mesas de banquetes.
Todas as rosas antigas e suas 
descendentes pertencem ao gêne­
ro Rosa, que faz parte de uma 
grande família de arbustos, ervas 
e árvores, denominada ROSA- 
CEAE. Dentre os parentes próxi­
mos da rosa encontram-se mo­
rangos, pêssegos, cerejas e ma 
çãs. A característica comum en­
treessas plantas é a flor: geral 
mente de cinco pétalas singelas 
como as da rosa silvestre.
O fato de muitas rosáceas pro 
duzirem frutos comestíveis nào 
deve causar espanto, pois a rosa 
não constitui exceção. Depois 
que as pétalas das rosas caem, 
surgem pequenos frutos verme- 
lho-alaranjados. Na Inglaterra e 
outros países de cultura inglesa, 
o fruto da roseira é usado para se 
fazer geléia.
A s rosas híbridas
As modernas rosas de jardim 
são descendentes de oito espécies 
de rosas que chegaram à Europa, 
vindas da Ásia, por volta de
J. 
VI
 
a\
ar
es
/A
b
ri
 I 
P
re
ss
Foram necessários m uitos anos 
de pesquisa para que se obtivesse 
uma rosa amarela. Hoje, no entanto, 
elas são comuns. A baixo, a 
rosa 'G r isb iu m a híbrida-de-chá.
1700. Elas possuíam uma carac­
terística muito interessante para 
os cultivadores: eram capazes de 
florescer continuamente, algumas 
durante toda uma estação.
Embora as variedades híbridas 
derivadas dessas espécies fossem 
plantas muito resistentes, algu 
mas apresentavam um sistema 
radicular fraco, faltando-lhes 
aquilo que os cultivadores cha 
mam de vigor. A solução para es­
se problema foi conseguida por 
meio de um artifício: enxertaram- 
se caules de roseiras fracas em 
caules enraizados de rosas silves­
tres. Inicialmente essa prática era 
efetuada utilizando-se apenas as 
rosas silvestres; depois, passou se 
a cultivar rosas especiais para es­
se fim, como a R. multijlora ou 
a R.japonica.
Surge a rosa amarela
No fim do século XIX, já ha 
viam sido criadas rosas de todos 
os matizes conhecidos, exceção 
feita a uma ambicionada rosa 
amarela. Os asiáticos, é verdade, 
produziam uma rosa amarela, 
mas ela não apresentava uma to 
nalidade convincente, era mais 
sulfurosa do que amarela. Preo­
cupado com isso, um criador de 
rosas, o francês Joseph Pernet 
Ducher, iniciou suas pesquisas.
Tudo teria começado num pas 
seio que o criador de rosas fizera 
pelo Parque do Tête d ’Or, no jar 
dim municipal de Lyon, França. 
Pernet Ducher sentiu se atraído 
pelas manchas douradas de uma 
variedade conhecida como ‘Per 
sian Yellow’. Embora ela não 
possuísse as características ideais 
para cruzamentos, como as ro 
sas-chá, tinha qualidades genéti 
cas suficientes para a realização 
de um bom enxerto.
Depois de treze anos de pes­
quisas e vários cruzamentos, o 
criador de rosas francês obteve a 
‘Soleil d 'Or’. Ela tinha a parte 
exterior amarelo-forte e o interior 
vermelho ou rosa. Ainda hoje ela 
é muito popular. Foram precisos 
ainda mais doze anos para se 
chegar a uma rosa inteiramente 
amarela: a ‘Rayon d’O r\ Dela e 
de suas variedades surgiram to 
das as rosas amarelas e laranja 
hoje conhecidas.
O valor das novas variedades
A descoberta de uma nova va 
riedade de rosa, principalmente 
se ela tiver cor diferente, é muito 
valiosa. A descoberta é patentea 
da, e o autor da proeza pode ga 
nhar muito dinheiro com isso. As 
espécies raras e produtivas são 
apreciadas e requisitadas por cul 
tivadores do mundo inteiro.
414
S xistem cerca de 13 000
I Qís) variedades de rosas de 
jardim, produto de cru­
zamentos e recruzamentos efetua­
dos desde tempos remotos. Em 
jardinagem, para facilitar a iden 
tificação, elas são distribuídas 
por nove grupos, alguns caracte­
rizados pelo tipo e outros pela fi­
nalidade paisagística.
Híbridas-de-chá — Classificadas 
pelo tipo, as híbridas-de-chá ofe­
recem uma excepcional série de 
cores, fragrâncias, formas e ta­
manhos. O primeiro exemplar de 
rosa híbrida de-chá apareceu por 
acaso no jardim de um criador de 
rosas, em 1867. O francês J. B. 
Guillot plantara sementes de al 
gumas rosas e o resultado foi sur 
preendente. Um dos arbustos pro
duziu flores de cor rosa prateada, 
muito bonitas. Em 1880, a nova 
criação — ‘La France’ — passou 
a fazer parte de uma classe pró­
pria: a das rosas híbridas-de-chá.
Poliantas — O grupo das polian 
tas surgiu no último quartel do 
século XIX pelo cruzamento das 
variedades anãs da rosa da China 
(R. chinensis) e da rosa japonesa 
(R. mulliflorá). As poliantas são 
plantas muito resistentes, de bai 
xo crescimento e produzem pe 
quenas flores em cachos.
Floribundas — Produto do sécu 
lo XX, as floribundas aparece­
ram como resultado do cruza­
mento de uma polianta com rosas 
híbridas de-chá. Seu criador foi o 
dinamarquês Sven Poulsen que,
Os nove 
tipos 
de rosas
M uito elegante na ponta de uma 
haste com prida, a rosa ‘M ount Shasta ’ 
(grandiflora) é uma das rosas 
brancas preferidas pelos consumidores, 
que tam bém apreciam seu tamanho.
415
Jo
rg
e 
B
ut
su
em
/A
br
il 
P
re
ss
Jo
rg
e 
Bu
ts
ue
m
 
A
b
ri
l 
P
re
ss
A híbrida-de-chá ‘Sam ba ’(ao lado) 
sofre uma variação de cores: 
os botões desabrocham amarelo-ouro, 
mas vão adquirindo tonalidade 
avermelhada; quando a rosa acaba 
de se abrir, suas pétalas já estão 
inteiramente vermelhas. A baixo, 
a ‘Trade W in ds', que tem pétalas 
vermelhas com reverso prateado, e a 
rosa trepadeira 'Elmshorn ’com 
suas flores dobradas reunidas em 
cachos. Na página ao lado, a 
floribunda ‘Fee ’e um cacho 
típico da rosa polianta ‘Torch '.
416
dando seqüência às pesquisas de 
seu pai, conseguiu, em 1924, in­
troduzir a primeira floribunda, 
que foi batizada com o nome de 
‘Else Poulsen'. As floribundas, co 
mo sugere seu nome latino, pro­
duzem muitas flores e, se forem 
cuidadas adequadamente, flores­
cem o ano inteiro. Seu apareci­
mento determinou um declínio no 
cultivo das poliantas.
Grandifloras — Grupo recente, 
as grandifloras originaram se do 
cruzamento das híbridas-de chá 
com as floribundas. Formam um 
grupo de rosas vigorosas, geral­
mente mais altas que as híbridas- 
de chá. Suas flores, que aparecem 
em grande quantidade, são pe 
quenas e delicadas. Uma varieda­
de desse grupo, a ‘ Queen Eliza­
beth’^ muito popular.
Rosas trepadeiras — As trepa­
deiras não constituem um tipo es­
pecífico. Formam um agrupa 
mento de plantas diversas, carac­
terizadas apenas pelos longos ra 
mos arqueados. Além disso, o 
termo trepadeira chega a ser ina­
dequado para designar o grupo, 
pois nenhuma dessas rosas possui 
órgãos de fixação que lhes permi 
tam subir num suporte. Todas 
precisam de amarrilhos para se 
fixarem; são, na verdade, arbus 
tos escandentes. Com o auxílio 
dos amarrilhos, porém, elas fun 
cionam como trepadeiras.
Híbridas-perpétuas — Elas são 
altas e viçosas. Seu aparecimen­
to, no fim do século XIX, deter 
minou o fim de uma era: as rqsas 
que as precederam denominam-se 
antigas e as posteriores, moder­
nas. Cerca de 800 variedades de 
híbridas-perpétuas predomina­
ram por mais de cinqüenta anos. 
Hoje, elas estão cedendo lugar 
para as híbridas-de-chá.
(J
o•«
Õu
417
Rosas-chá — Elas surgiram mui­
tos anos atrás, provavelmente da 
R. chinensis. Sua forma de trepa 
deira é derivada da R. odora ta gi 
gantea, uma trepadeira capaz de 
atingir 12 m e produzir flores de 
13 cm de diâmetro. As rosas-chá, 
trazidas do Extremo Oriente, re­
ceberam esse nome porque seu 
perfume lembrava a fragrância de 
uma lata de chá recentemente es­
vaziada. Suas cores variam do 
branco ao rosado e apresentam 
vários tons de amarelo, inclusive 
o limão, além das variedades 
marrom claro, castanho-claro e 
salmão. São propagadas com fa 
cilidade por estacas de galho.
Rosas antigas — Esse grupo é 
constituído por espécies vetera­
nas da história das roseiras. Mui­
tas delas não apresentam qual­
quer característica comum, ou 
tras relacionam se apenas vaga 
mente entre si e, ainda, algumas 
são produtos recentes de cruza 
mentos de rosas antigas.
Especiais — Este agrupamento é 
o que abarca maior número de 
variedades,pois praticamente to­
das as variedades podem integrá 
lo. O que o caracteriza é a finali 
dade do uso da roseira. Assim, as 
roseiras arbóreas — qualquer ro 
seira enxertada num caule alto — 
e os enxertos comuns, que produ­
zem roseiras de 60 cm a 1,5 m 
de altura, entram nessa categoria. 
O mesmo ocorre com as roseiras 
miniaturizadas, tão pequenas que 
não chegam a atingir 30 cm de 
altura.
Para se obter os efeitos paisagísticos 
desejados, pode-se apelar para grupos 
de rosas para Jins especiais: você 
pode encontrar desde as roseiras anãs, 
como a variedade ‘Carol '(ao lado), 
até as gigantescas trepadeiras.
ultivar rosas é uma tare­
fa que requer muita dedi­
cação. Apesar de sua va­
riedade de tipos, todas necessi­
tam de cuidados especiais. Elas 
não se desenvolvem como plantas 
silvestres, pois são muito sensí­
veis às raízes de outras plantas.
As rosas não se adaptam com 
algumas plantas vivazes, embora 
alguns jardineiros tentem combi­
nar os dois tipos, o que será pre­
judicial às rosas.
Para que as roseiras cresçam 
bonitas, seus canteiros devem ser 
bem preparados e localizados de 
modo que as rosas possam rece­
ber sol num mínimo de 5 a 6 ho­
ras diárias, e algumas horas de 
sombra que ajudarão a proteger 
a cor das flores. O sol da manhã 
é o ideal para que as plantas pos­
sam secar durante o dia, evitan 
do-se assim a enfermidade das fo­
lhas, que é muito comum em con­
dições úmidas.
Uma boa drenagem deverá ser 
providenciada a fim de evitar o 
acúmulo de água ao nível das raí­
zes: elas também necessitam de 
ar. Se o jardim não apresentar 
uma drenagem natural, faça a 
drenagem artificialmente.
A drenagem de ar frio constitui 
um outro cuidado muito impor­
tante: as roseiras normalmente 
morrem em locais onde o ar frio 
fica estagnado (isso ocorre nas 
baixadas). Mesmo em um jardim 
que recebe brisas leves, as plantas 
podem ser prejudicadas pelos 
ventos de inverno. Por isso, con­
vém utilizar a proteção de um 
muro vazado ou uma cerca viva.
Os
cuidados
essenciais
A produtividade de um roseiral 
depende de uma série de fatores, a 
começar pelo plantio num terreno 
que possa garantir uma boa 
drenagem. Os exemplares devem 
ficar devidamente espaçados uns 
dos outros e dispostos de 
modo a form ar corredores que 
facilitem a circulação. Para a 
proteção do solo, convém usar 
uma camada de cobertura morta.
Abaixo, a 'Climbing Orange Triumph', 
uma rosa trepadeira vigorosa, que 
apresenta intenso ritmo de 
crescimento. Suas pequenas Jlores 
amarelo-alaranjadas são muito 
graciosas. A o lado, 'Madame 
A . M eilland’,fam osa híbrida-de chá.
Alguns ajustamentos da acidez 
do solo são sempre necessários: 
para determiná los, teste o solo 
com o peagâmetro. Os solos mais 
adequados ao plantio das rosas 
são os “pesados” (os argilosos), 
aos quais deve-se adicionar maté­
ria orgânica, para obter uma mis­
tura macia e porosa. Se o solo for 
“ leve” (muito arenoso), mais ma­
téria orgânica deverá ser adicio­
nada, para evitar que a água seja 
drenada muito rapidamente.
A matéria orgânica que melhor 
se adapta às rosas é o esterco de 
curral bem curtido. Pode-se usar 
também terra vegetal, que se 
constitui de restos vegetais em 
decomposição. Para que as raízes 
se desenvolvam fortes, misture ao 
solo adubo fosforado a 20%, nu­
ma média de 150 a 200 g por m 2.
A farinha de ossos degelatinados. 
uma fonte alternativa de fósforo, 
pode ser aplicada na proporção 
de 150 a 300 g por m 2. Além des­
ses cuidados no momento do pre 
paro do solo, os fertilizantes são 
indispensáveis durante o cresci 
mento das plantas.
Comece a preparar os cantei 
ros 3 meses antes do plantio, para 
que os aditivos tenham tempo de 
se incorporarem ao solo. E im 
portante escavar toda a área a 
uma profundidade de 45 a 60 cm. 
para que as raízes penetrem ade­
quadamente no solo.
A melhor época para o plantio 
das roseiras vai de abril a agosto, 
quando a temperatura é menos 
elevada. Nesse período elas não 
sofrerão com os rigores do sol ou
o excesso de umidade.
420
H
. 
T
ak
ad
a/
C
ol
cç
ào
 
A
lic
e 
C
ap
cl
ar
i
As
resistentes
rosas
silvestres
S çn) xistem cerca de 200 va­
I Qln riedades de rosas silves­
tres ou semi-silvestres. 
Elas são tão resistentes que, du­
rante muito tempo, seus caules 
eram os únicos usados como por- 
ta-enxerto.
A maioria delas caracteriza-se 
por seu desenvolvimento arbusti­
vo, mas muitas são classificadas 
como trepadeiras. Todas elas de­
senvolvem-se com facilidade e
N esta página e na do lado, 
híbridos de rosas silvestres que 
m antêm as características 
f lo res de poucas péta las: 1) a 
trepadeira 'Max Graf', criada pelo 
cruzam ento da R osa rugosa, 
alta e ereta, com a Rosa wichuraiana, 
planta rasteira; 2 ) a Rosa 
fo e tid a bicolor (am arelo e larar\ja), 
levada para a Europa pelos mouros, 
no século X II; 3 ) a R osa rugosa 
rubra, de cor vermelho-arroxeada; 
ela é m uito resistente e suporta 
viver em qualquer tipo de solo, 
mas prefere os arenosos, próxim os do 
mar. Na página ao lado, uma 
am pliação da Rosa spinosissima: 
podem se notar os estam es com as 
anteras carregadas de pólen.
(N as páginas seguintes, um jardim 
com extensa sebe de ‘M ax G raf.)
grande parte produz flores de cin 
co pétalas. Normalmente as ro­
seiras florescem apenas na prima­
vera, mas ocasionalmente podem 
repetir a floração no outono.
Embora ainda seja possível 
transplantar para jardins domés­
ticos rosas silvestres em seu esta­
do nativo, quase todas as silves­
tres cultivadas atualmente são 
versões das originais ou híbridas 
criadas por cultivadores.
424
1
Î ^ V T
*&m i7 • - < * i v * - \ y
rKfc Bp àf■* '■
K ' 1B j "1
-^ / VJISf m -
y * (>|SfWarn||gg®f
M O T I j
fe ^ A -7.-
sBB^Ê£^_à
f r f
. < . i'* V * S f^ 
â®i '• ? Æ ÿ p & *
11
• ^ c - , « s a "- <;*<v ->?L—
As enormes 
hibridas 
perpétuas
Abaixo, a rosa 'Ferdinand P ichard’, 
uma das poucas híbridas perpétuas 
desenvolvidas neste século.
Na página ao lado, a vistosa 
‘J. B. Clark cujos ram os longos 
precisam ser apoiados em suportes.
omo resultado de muitos 
cruzamentos e recruza- 
mentos de rosas, apare­
ceram as primeiras rosas híbridas 
modernas, batizadas com o nome 
de híbridas perpétuas por flores­
cerem durante mais tempo do que 
as rosas anteriores.
O período áureo das híbridas 
perpétuas ocorreu na era vitoria­
na da Inglaterra. Suas flores 
grandes e quase esféricas, de tão 
cheias, atingiram naquela época 
o máximo de sua popularidade, 
enfeitando parques e jardins. 
Apareceram as variedades ‘Paul 
Neyron’, que produz flores com
até 18 cm de diâmetro, e a ‘Prince 
Camille de Rohan’, cujas flores 
têm cerca de cem pétalas.
Outras 3 000 variedades de 
híbridas perpétuas foram criadas 
ao longo dos séculos XVIII e 
XIX, caracterizadas pela sua for­
te resistência, sobretudo ao frio. 
Depois do século XIX, as híbri- 
das-de-chá, rosas que apresentam 
cores mais destacadas e florações 
mais regulares, as eclipsaram. 
Mesmo assim, sua superior resis­
tência ao frio as tornam, ainda 
hoje, uma das melhores escolhas 
para jardins situados em regiões 
de baixas temperaturas.
428
As
vigorosas
Horibundas
Abaixo, a ‘Lili Marteen '.Jloribunda 
de beleza excepcional. Na página 
ao lado, a ‘Europeana ’, que num único 
ramo produz dúzias de rosas.
riginadas do cruzamento 
de uma vigorosa polianta 
com uma bela, porém 
frágil, híbrida de-chá, as floribun- 
das herdaram as principais carac­
terísticas para uma boa roseira: 
resistência e beleza. Além disso, 
florescem continuamente, com 
exceção de um curto período de 
dormência no inverno.
A maioria das floribundas pro 
duz flores de5 a 10 cm de diâme­
tro, que aparecem em graciosos 
cachos, na extremidade de ramos 
alongados. Algumas variedades 
apresentam flores dobradas de 
até sessenta pétalas, outras com 
pouco mais de vinte, e algumas 
possuem flores singelas de apenas 
cinco pétalas. As roseiras geral 
mente não são grandes, variam 
de 60 a 90 cm de altura, o que 
as torna ideais para cercas vivas 
ou cultivo em canteiros.
J. 
A
. 
T
av
ar
es
/A
b
ri
l 
Pr
es
s 
L*
j 
A
br
il 
P
re
ss
Belas, resistentes e produtivas, 
asßoribundas ganharam destaque no 
com ércio de rosas e algumas 
variedades, com o as das fo to s abaixo, 
estão se popularizando: 1) 'Apricot 
N ectar 2) ‘Schneewittchen ’(botão); 
3) ‘Schneewittchen ’; 4) ‘B etty Prior
Dentre as floribundas, merece 
destaque especial a variedade 
‘Floradora’. Suas excepcionais 
qualidades de beleza, produtivi­
dade e vigor revolucionaram o 
comércio de flores de corte, antes 
quase exclusivo das híbridas-de- 
chá. Também merecem menção, 
pelo vívido colorido vermelho- 
alaranjado, as variedades conhe­
cidas como ‘Jiminy Cricket’, 
‘Spartan’, ‘Wild Fire’ e ‘Circus’.
Durante muito tempo as varie­
dades de rosas floribundas eram 
todas chamadas híbridas-polian- 
tas. Embora a primeira delas ti­
vesse sido criada em 1924, so­
mente em 1951 é que as floribun­
das, por uma proposta de E. L. 
D. Seynour e Charles Perkins à 
Sociedade Americana de Rosas, 
passaram a constituir um grupo 
separado, com a denominação 
própria usada atualmente.
C a p í t u l o 3 7
ROSAS 3
A s roseiras mais adequadas para o plantio em jardins são as trepadeiras. Elas 
podem subir em treliças, pérgulas ou caramanchões, sempre causando 
bom efeito. Os outros tipos, no entanto, não têm as mesmas propriedades ornamentais. 
Embora produzam flores maravilhosas, seus arbustos raramente são 
bonitos: as podas constantes deixam-lhes marcas pouco estéticas nos ramos.
Com pétalas vermelho-sangue. m arcadas p o r som bras enegrecidas, a 'American H om e'(acim a) 
é uma das m ais significativas representantes do grupo das híbridas-de-chá: produz flo re s grandes, 
perfumadas, que aparecem na extrem idade de longas hastes, sendo ideais para o corte.
433
As
majestosas
grandifloras
Originária do cruzamento da 
híbrida-de-chá ‘Charlotte Armstrong ’ 
com a floribunda ‘Floradora ’, a 
'Queen Elizabeth ’(abaixo) deu origem 
à linhagem das grandifloras. Na 
página ao lado, a grandiflora ‘Duet ’.
íbrida criada a partir de 
outras híbridas, a grandi­
flora representa a con­
cretização de u'm ideal dos cria­
dores de rosas: obter um tipo de 
rosa que tivesse a beleza das flo­
res e os longos caules das híbri- 
das-de-chá, assim como a resis­
tência e os abundantes cachos 
das floribundas.
Essa etapa de desenvolvimento 
das rosas foi prenunciada com o 
aparecimento da ‘Queen Eliza­
beth’ (abaixo). Ela é uma roseira 
que pode atingir mais de 2 m de
altura, superando nesse particu 
lar as híbridas-de-chá. Produz, 
como as floribundas, muitas flo­
res, que podem aparecer isolada­
mente na extremidade de um ra­
mo ou em cachos.
Introduzida nos Estados Uni­
dos em 1954, a ‘Queen Elizabeth’ 
tornou-se a base para a criação 
das grandifloras (na Inglaterra, 
elas ainda são consideradas uma 
subclasse das floribundas), como 
a ‘Duet’, cultivada no Texas, que 
produz magníficos cachos de flo­
res (página ao lado).
434
As rosas 
trepadeiras
Aqueles que dispõem de 
espaço suficiente para cultivar 
roseiras trepadeiras podem 
optar pelas novas 
variedades que, além de muito 
flexíveis, produzem 
flo res em abundância, como a ‘Pillar 
o f Fire ’(I ) ou a ‘Don Juan ' (2).
A ‘Bloom field C ourage'(3), 
que tem flores singelas de cinco 
pétalas, é uma roseira 
muito resistente.
Na página ao lado, uma cerca rústica 
revestida pela
‘Paul 's Scarlet C l im b e r Seus 
ramos longos e flexíveis, 
quando devidamente enrolados na 
cerca, atingem vários 
metros. Na época da floração, eles 
ficam cobertos de flores.
s roseiras trepadeiras são 
plantas cujos caules se 
alongam tanto que po­
dem ser levadas a subir em treli- 
ças, pilares, gradis, dispostas ao 
longo de uma cerca e, até mesmo, 
em telhados. Como não consti­
tuem um tipo específico de rosei­
ra, podem ser encontradas entre 
as floribundas, as híbridas-de-chá 
e as silvestres.
Geralmente, as trepadeiras são 
roseiras extremamente vigorosas 
e não raro crescem até 6 m em 
uma única estação. Não consti­
tuem uma novidade, pois já eram 
muito difundidas desde o século 
passado, e podem ser encontra­
das entre elas algumas espécies 
silvestres. Recentemente, no en­
tanto, as trepadeiras têm sido 
substituídas por variedades mais 
flexíveis e que produzem flores 
mais bonitas. Exemplos disso são 
a ‘Don Juan’, cujo botão aveluda­
do pode ser observado abaixo, à 
esquerda, e a ‘Paul’s Scarlet 
Climber’ (página ao lado) que se 
desenvolve com facilidade ao lon­
go de uma cerca.
3
436
A trepadeira ‘American Pillar ’
(abaixo e ao lado) é muito popular 
na ilha de Nantucket (M assachussets), 
onde as casas cobertas de rosas 
já se tornaram verdadeira tradição. 
A m arradas a treliças, elas cobrem, 
com sua densa folhagem , a casa inteira, 
do chão ao telhado. Também podem se 
estender ao longo de uma cerca.
S —i . - *• « < - - m * * •'
' U i : ' » p i
• • Hv-jÊ ■ I
• • ’ ' * * ’ ,
• w. ■ * ’■
- - Ê *' * t % 4 ‘ ” a yY i * • •' ' 'i »•*? ■ ‘ «
’ •
Híbridas- 
de-chá: 
as favoritas
‘T iffany’(1), ‘S im one’(2) 
e ‘La Jo lla ' (3), abaixo. Na página 
ao lado, a singela ‘D ain ty Bess ’.
arco do início de uma su­
cessão de conquistas na 
hibridação de rosas, as 
híbridas-de-chá transformaram- 
se, num período de pouco mais de 
cinqüenta anos, na maior classe 
dessas flores.
Suas cores, formas e tamanhos 
variam muito, como se pode ter 
uma idéia com as ilustrações des­
ta página e das seguintes. A rosa 
‘Tiffany’ (1), por exemplo, possui 
as características básicas das 
híbridas-de-chá: cor notável (mis­
tura de rosa-suave com dourado-
pálido), botões longos e pontiagu­
dos, flores grandes e longas has 
tes, próprias para corte e arranjos 
ornamentais.
Outras variedades têm atribu­
tos específicos, como a tonalida­
de róseo-arroxeada da ‘Simone’ 
(2) ou o colorido matizado e a 
singular textura da "La Joila’ (3). 
Até uma requintada simplicidade 
pode ser encontrada em algumas 
híbridas-de-chá, como a ‘Dainty 
Bess’ (página ao lado) que, a 
exemplo das antigas silvestres, 
tem apenas cinco pétalas.
3
440
C a p í t u l o 3 8
ROSAS 4
O cultivo de rosas exige uma série de cuidados, a começar pela preparação prévia 
dos canteiros, que deve ser efetuada pelo menos três meses antes 
do plantio. A escolha das variedades, a maneira de se fazer as covas e conservar 
as mudas, tudo deve ser feito cuidadosamente, a fim de que o resultado 
final seja satisfatório: roseiras sadias, que produzam flores belas e perfumadas.
O aparecimento de novos tipos de rosas, como as poliantas, floribundas e grandifloras, perm itiu aos 
jardineiros uma ampla possibilidade de escolha para o cultivo. Acim a, a ‘L ili Marleen floribunda que produz 
flores vermelhas em cachos que se abrem nas extremidades de suas longas e elegantes hastes.
445
Como
plantar
roseiras
IR RIG A Ç Ã O E D REN A GEM
Em locais secos e quentes, onde as 
roseiras necessitam de regas 
quase diárias, convém fazer, para 
poupar trabalho e água, um 
sistema de irrigação subterrâneo (1). 
Para isso, abra uma vala de 
60 cm de profundidade (a largura 
ideal ê 1 m e o comprimento 
depende das condições da área 
disponível). Revista o fundo da 
vala com uma camada de 5 cm 
de altura de pedregulhos. Sobre eladisponha canos perfurados de 
3 a 4 polegadas de diâmetro, de 
m odo a percorrer o canteiro 
no sentido do comprimento.
Tape uma das extremidades 
dos canos; na outra, acople um 
pedaço de cano sem furos no sentido 
vertical. Junto ao nível do solo, 
coloque na boca do cano um 
filtro, para evitar possíveis 
entupimentos nos canos. Sobre os 
canos do fundo do canteiro, disponha 
outra camada de pedregulhos e 
complete com terra do canteiro.
Para os locais muito úmidos, 
construa um sistema de drenagem 
artificial (2). O processo de 
construção é semelhante ao do sistema 
de irrigação. Só que, neste caso, 
dispensa-se a necessidade de um 
pedaço de cano na vertical e 
é necessário que os canos de drenagem 
tenham saída num leve declive.
cu ltivo de ro sa s requer 
p re p a ra çã o inicial. A p ri­
m eira p rov idência a ser 
to m ad a é a av a liação do local do 
p lan tio . A s ro se iras gostam da 
um idade, m as não suportam solo 
e n ch a rcad o . Isto significa que 
elas p rec isam de solo bem d re n a ­
do. A ssim , o local ideal p ara o 
p lan tio de ro se iras é aquele que 
ap resen ta um ligeiro declive, de 
fo rm a que a drenagem se faz n a ­
tu ra lm en te . Se você d ispuser de 
um te rren o com essa c a ra c te rís ti­
ca, d ific ilm en te terá p rob lem as, a 
não ser que a reg ião seja m uito 
úm ida. N esse caso , será necessá
rio p ro v idenc ia r um sistem a de 
d renagem artific ia l (veja ilustra 
ções abaixo).
M as o local ideal nem sem pre 
fica onde você pre tende cu ltivar 
suas ro se iras. Se po r acaso seu 
terreno for p lan o , a so lução con 
siste em elevar os can te iro s ac im a 
do nível do solo.
Evite p lan ta r as ro sa s em lo­
ca is ba ixos, su jeitos a in u n d ação 
nas ép o cas de chuvas. N esses lo­
cais, a té m esm o a drenagem a r ti­
ficial não será suficiente p a ra re­
solver o p rob lem a, e você poderá 
perder su as rosas.
D efin ido o local onde você
446
pretende plantar as rosas, a etapa 
seguinte é a preparação do can­
teiro. As rosas precisam de um 
solo rico, bem preparado. Por is­
so, essa operação precisa ser rea­
lizada três meses antes do plantio 
(veja página 419).
Inicialmente, você deve limpar 
bem o terreno. Em seguida, afofe 
bem a terra numa profundidade 
de cerca de 30 cm, retire-a e mis­
ture-a com composto orgânico 
- um terço da quantidade de ter­
ra — , e adicione farinha de ossos 
ou superfosfato. Recoloque a 
mistura na cova e deixe a descan 
sar até a época do plantio.
Como comprar mudas de rosas
Como você tem que esperar 
pelo menos três meses até que o 
canteiro fique pronto para o culti 
vo, terá tempo suficiente para es­
colher bem as variedades de ro­
sas que serão plantadas. As 
amostragens das flores são sem­
pre encantadoras, mas, nesse mo­
mento, leve em conta considera­
ções de ordem prática, como, por 
exemplo, a resistência da varieda­
de às doenças, a manutenção que 
ela exigirá, o tamanho da planta 
e a finalidade do plantio.
Além disso, se você encomen­
dar mudas de roseiras com raízes 
nuas, convém plantá las o mais 
rápido possível e, de preferência, 
numa época amena. Embora a 
época ideal de plantio varie de 
acordo com a região, se você 
comprar as mudas de uma em­
presa conceituada, elas chegarão 
no período próprio para o plan­
tio. As mudas acondicionadas em 
vasos podem ser transplantadas 
em qualquer época, mesmo se es­
tiverem florescendo.
Como a maior parte das rosas 
só pode ser comprada pelo reem 
bolso postal, provavelmente você 
verá o exemplar adquirido so­
mente quando desembrulhá lo. 
Uma boa roseira apresentará 
caules finos, frescos e esverdea­
dos (se estiverem enrugados e 
desbotados, é sinal de que o teci­
do está desidratado). As raízes 
perfeitas são finas, longas e bem 
distribuídas em torno dos caules.
Como plantar e cuidar
Os cultivadores de rosas expe 
rientes têm seus próprios segre­
dos e técnicas específicas para 
obter das roseiras uma floração 
abundante. Mas, as técnicas bási­
cas, na verdade, são simples.
Os botões compridos que se abrem 
em flores de muitas pétalas 
caracterizam a 'Orchid M asterpiece 
uma híbrida de chá rosada.
PLA N TIO DE M U D A S C O M 
R A ÍZ E S N U A S
1. Se você não pode plantar uma 
roseira de raízes nuas de um dia 
para o outro, proteja-as do 
ressecamento, enterrando-as numa 
cova inclinada. A profundidade 
deve ser suficiente para 
proteger adequadamente as raízes.
2. A ntes de plantar roseiras de 
raízes nuas, deixe-as no interior 
de um balde com água. Misture à 
água um pouquinho de terra: isso 
manterá as raízes úmidas 
enquanto você as ajeita na cova.
3. N o canteiro preparado, abra 
covas de 50 cm de profundidade. 
Encha-as de modo a form ar
um cone e coloque a muda 
da roseira sobre ele. A s raízes 
que aparecem logo abaixo do nó 
de articulação devem ser 
espalhadas em volta do cone, 
m as não as force. O nó deve ficar
2.5 cm abaixo do nível do solo, 
se a sua região fo r fria , e
2.5 cm acima, se fo r quente, como 
no norte e nordeste brasileiros.
Se você usar um pedaço de
tábua como nível, achará a medida 
indicada com maior facilidade.
4. O preenchimento posterior
da cova deve ser fe ito aos poucos.
A cada 10 ou 15 cm, firm e a 
terra com os pés, tomando cuidado 
para não ferir as raízes.
5. Quando faltarem 7 cm para tapar 
toda a cova, interrompa a 
operação e complete o buraco com 
água (use uma mangueira de 
flu xo suave). D epois que a água 
tiver sido drenada, complete
o fecham ento do buraco.
6. Faça um montículo de terra 
ju n to ao caule principal, de modo 
a proteger o nó de articulação; 
normalmente ele poderá ter
até 20 cm de altura. Você deverá 
regá -lo com freqüência, pois 
ju n to ao nó nascerão as gemas.
448
O processo inicia-se com o 
plantio das mudas. Isso deve ser 
feito quando a temperatura é 
mais baixa e os raios solares não 
são intensos, de abril a agosto, no 
período da manhã. As mudas que 
você vai usar devem estar em per­
feitas condições. Por isso, quan­
do receber suas plantas, retire-as 
imediatamente da embalagem e 
umedeça suas raízes. Para mantê- 
las úmidas, envolva-as num peda­
ço de saco de estopa molhado, ou 
deixe-as no interior de um balde 
com água, de modo que apenas 
as raízes fiquem submersas.
As plantas podem ficar na água 
até 24 horas, se preciso. Mas 
você deverá ter outras preocupa 
ções: à noite, elas não podem fi­
car ao relento, pois a temperatura 
tende a cair e o vento seco pode 
desidratá-las. Aliás, não convém 
plantar rosas em dias de vento.
Quando você não puder plan­
tar a muda de um dia para o ou­
tro, proteja-a de uma maneira 
simples: enterre a planta numa 
cova rasa e inclinada (veja ilus­
tração na página ao lado).
Profundidade da cova
Na hora de plantar as suas ro­
seiras, você precisa pensar ini­
cialmente no espaçamento das 
covas, pois elas crescem e se ex­
pandem lateralmente. Roseiras 
grandes, como as híbridas-de- 
chá, devem distanciar-se 1,2 m 
uma da outra; roseiras comuns 
podem ter espaçamento de 1 m; 
e as mais baixas, distância de 40 
a 50 cm. As trepadeiras exigem 
espaçamentos maiores; geralmen­
te o mínimo é de 1,8 m.
Para fazer a cova no canteiro, 
use uma cavadeira com lâminas 
curvas, para obter buracos cilín­
dricos. Cada buraco deve ter cer­
ca de 50 cm de diâmetro e 50 cm 
de profundidade.
As plantas, de modo geral, têm 
uma profundidade ideal para o 
plantio, que é determinada pela 
forma do desenvolvimento das 
raízes.
Para as roseiras, a chave da 
profundidade ideal de plantio é o 
nó de articulação do caule princi­
pal com o porta-enxerto, que apa­
rece nas híbridas-de-chá, flori- 
bundas, grandifloras e muitas tre­
padeiras, enfim, nas plantas que 
foram enxertadas.Esse nó é a 
marca do enxerto realizado. 
Quando você for plantar uma ro­
seira de raiz nua, o nó deve ficar 
ao nível da superfície do solo. Em
A baixo, um roseiral bem cuidado. 
Em primeiro plano, um canteiro da 
variedade 'Castanet ’, que 
produz grandes flores cor-de-rosa.
449
C O M O PLA N TA R UMA 
ROSEIRA A C O N D IC IO N A D A
1. Para plantar uma roseira comprada 
em vaso ou lata, cave um
buraco no canteiro preparado (veja 
página 419). A cova deve ter duas 
vezes o diâmetro e duas vezes a 
profundidade do recipiente.
C om plete o buraco até a metade 
com a terra retirada. Coloque o 
recipiente no fundo do buraco 
e verifique se suas bordas ficarão 
acim a do nível do solo.
2. Retire o recipiente da cova e 
regue-o abundantemente. Se
ele fo r de lata, abra a inicialmente 
pelo fundo. Se fo r vaso, bata 
suas bordas contra uma superfície 
fixa , até que o torrão se solte.
3. Coloque o torrão bem centralizado 
no buraco. Se ele ainda estiver 
envolvido p o r lata, corte-a
em sentido vertical, mas sem mexer 
na terra ao redor das raízes.
4. Preencha o buraco pressionando a 
terra para baixo. Trace um 
círculo correspondente à boca
do vaso e, com punhados de terra, 
construa uma "coroa "de 4 cm de 
altura. Regue até transbordar a 
"coroa D epois que a água 
tiver sido drenada, preencha o 
espaço deixado com esfagno.
regiões de clima mais frio, con­
vém deixá-lo de 2,5 a 5 cm abai­
xo da superfície do solo. Em re­
giões muito quentes, ao contrá 
rio, ele deve ficar de 2,5 a 5 cm 
acima do nível do solo.
Para manter a planta no nível 
apropriado, a cova deve ser ajus­
tada no momento do plantio. C o­
mo as raízes nuas de uma roseira 
se abrem a partir do caule princi­
pal, amontoe terra apenas no 
meio do buraco até o ponto em 
que deverá ficar o nó de articula­
ção. Verifique se a cova está no 
tamanho suficiente, e lembre-se 
de que nunca se deve cortar as
raízes. Aprofunde o buraco, se 
necessário, de modo que elas cai­
bam naturalmente. Às vezes, a 
planta apresenta uma única raiz 
comprida ao lado de outras me­
nores. Faça um buraco especial 
para ela no fundo da cova.
Com a planta fixada no nível 
desejado, preencha gradativa- 
mente o buraco: a cada 10 ou 15 
cm firme bem a terra com os pés, 
mas seja cuidadoso para não que­
brar as raízes e não pise muito 
próximo ao caule. Quando falta­
rem 7 cm para atingir o topo do 
buraco, interrompa o processo. 
Com uma mangueirinha aberta,
450
A trepadeira 'Elmshorn ’produz 
grandes cachos de flores. Observe, 
na fo to abaixo, suas flores 
dobradas, de form a quase esférica.
água repartido em duas ou três 
aplicações que apenas umedeçam 
a superfície do solo.
Aparentemente uma tarefa fá 
cil, a rega das roseiras deve ser 
cercada de alguns cuidados bási­
cos, para não pôr a perder todo 
o trabalho de cultivo.
Um cuidado inicial é evitar 
molhar as folhas, porque a folha­
gem úmida facilita o aparecimen­
to de doenças. Por essa razão, fa­
ça a rega pela manhã; isso vai 
permitir que a superfície das fo­
lhas fique exposta ao sol durante 
o dia inteiro, facilitando assim a 
sua secagem.
Para molhar somente o solo, 
use uma mangueira com fileiras 
de furos ao longo do tubo. A 
água que sai pelos orifícios pene­
tra lentamente no solo, em toda 
a extensão da mangueira.
O trabalho de rega também po­
de ser feito utilizando-se um bico 
que, adaptado a uma mangueira 
comum de jardim, faz sair a água 
em forma de gotículas. Regue 
apontando a mangueira cuidado­
samente para o solo, ao redor de 
cada planta.
Alguns jardineiros mais econô­
micos costumam adaptar uma 
meia velha ao bico da mangueira. 
Trata-se de um expediente casei­
ro, mas bastante funcional, pois 
quebra a força da água, protegen­
do assim o solo e mantendo a co­
bertura morta intacta.
A cobertura vegetal morta
Tanto quanto a água, a cober­
tura vegetal morta desempenha 
um papel de grande importância 
na conservação do seu canteiro, 
pois é ela a responsável pela re 
tenção da umidade do solo. Além 
disso, um manto de cobertura 
morta, com 5 a 10 cm de espessu­
ra, poderá encarregar-se de impe­
dir o excessivo aquecimento do 
solo, barrar a intromissão de er­
vas daninhas e, por fim, oferecer 
ao seu jardim uma aparência de 
bom trato.
A cobertura morta pode se 
constituir de quase qualquer tipo 
de matéria orgânica. Além de es- 
fagno, outras boas matérias vege­
tais são tiras de cortiça, folhas, 
“agulhas” de pinheiro, cascas de 
arroz ou amendoim, bagaço de 
cana, palha de espiga de milho ou 
serragem.
Mas, qualquer que seja o tipo 
de proteção que você use, ela de 
ve ser aplicada no início da pri­
mavera e certamente antes que o
454
sol fique realmente quente. Antes 
de espalhar a matéria vegetal, 
afofe o canteiro com um cultiva­
dor em forma de garra, para sol­
tar a superfície do solo, e remova 
qualquer erva daninha que tenha 
brotado. Em seguida, distribua a 
matéria vegetal uniformemente 
sobre o canteiro e ao redor da ba 
se de cada planta, numa camada 
de 5 a 10 cm de espessura.
Ao fazer a rega não se preocu­
pe em umedecer a matéria vege­
tal; é o solo abaixo que deve 
manter-se úmido. Assim, faça 
uma pequena abertura na cober­
tura morta e aí assente a man
gueira. Desta maneira, a água 
não será desperdiçada, saturando 
a matéria orgânica da superfície.
Como a matéria orgânica usa 
nitrogênio do solo ao se decom­
por, esse elemento pode se tornar 
escasso para as roseiras, que pas­
sarão a apresentar folhas verde 
pálido. Nesse caso, aplique um 
adubo rico em nitrogênio.
A adubação adequada
Antigamente, adubo, para a 
maioria dos jardineiros, era si­
nônimo de estrume de curral 
decomposto. Consagrado como
Os canteiros da ‘Peter Frankenfeld' 
são valorizados pelas longas 
hastes das flores , característica 
de muitas das híbridas-de-chá.
Os pequenos arbustos das rosas 
miniaturas, que geralmente não crescem 
m ais do que 30 cm, permitem 
vários arranjos ornamentais.
Abaixo, a miniatura tipo ‘G arnette’.
uma combinação de cobertura 
morta, adubo e condicionador de 
solo, essa matéria de base orgâni­
ca acabou afinal por revelar-se de 
um conteúdo nutritivo bastante 
escasso em relação aos fertilizan 
tes químicos. Verificou-se, po­
rém, que o estrume de vaca bem 
decomposto, pela sua proprieda­
de característica de facilitar a ab­
sorção dos nutrientes do solo pe­
las plantas, constitui-se num ferti­
lizante insubstituível. Como nas 
cidades não é fácil encontrar es­
trume de curral, a maioria dos 
cultivadores usa fertilizantes quí­
micos, embora muitos continuem
a preferir adubos orgânicos, tais 
como farinha de ossos e torta de 
caroço de algodão.
Os fertilizantes químicos com­
põem-se de três elementos, cada 
qual com determinada função no 
desenvolvimento de sua roseira: o 
nitrogênio, que estimula o cresci­
mento, produzindo caules, hastes 
e folhas; o fósforo, que ativa o 
crescimento das raízes e aumenta 
a produção de flores; e o potás­
sio, que promove o fortalecimen­
to das plantas. Todo fertilizante 
apresenta uma fórmula que reve­
la a porcentagem de cada um dos 
elementos. O adubo químico 
mais usado para rosas é o de fór­
mula 6-12-6; ou seja, o que con­
tém 6% de nitrogênio, 12% de 
fósforo e 6% de potássio. Mas há 
outros, compostos em diferentes 
proporções, de forma a produzi­
rem diferentes efeitos.
Normalmente roseiras novas 
não precisam de adubação até o 
aparecimento de flores. Plantas 
adultas, por outro lado, requerem 
fertilizantes justamente antes que 
os botões brotem, na primavera. 
Para elas, aplique 1/2 xícara (chá) 
de adubo 6-12-6 por planta. Caso 
você já tenha protegido a terra 
com cobertura morta, espalhe o 
adubo uniformemente por cima e 
regue abundantemente. Para man­
ter um crescimentovigoroso por 
toda a estação, adube tanto as ro­
seiras novas como as velhas, logo 
após a primeira floração, e, nova­
mente, em pleno verão, usando 
1/4 de xícara (chá) de adubo por 
planta, em cada aplicação. Na re­
gião sul, se uma alimentação pos­
terior for necessária, use um adu­
bo sem nitrogênio, para não favo­
recer novos crescimentos de ra­
mos. Nas outras regiões, uma no 
va adubação, no final do verão, 
acrescentando-se 1/3 a 1/2 xícara 
(chá) por planta, garantirá lindas 
flores por todo o outono.
456
C a p í t u l o 3 9
ROSAS«
O controle das doenças e pragas constitui um dos cuidados básicos para o êxito 
no cultivo de rosas. Identificados os agentes causadores da 
moléstia num ramo infestado, pode-se tomar providências antes que as plantas 
fiquem seriamente comprometidas. Mas são os cuidados preventivos, 
como podas e aplicações de defensivos, que garantem a boa saúde das roseiras.
Para produzirem flores solitárias nas extremidades de longas hastes, as híbridas-de-chá, como a 
‘Grande Am ore ’acima, precisam apenas de poda alta, aplicada logo após o período de dormência da planta, 
ou seja, no início da primavera, quando aparecem os prim eiros brotinhos.
457
Como 
controlar 
pragas 
e doenças
f~ \ s rosas sofrem o ataque 
de um grande número de 
pragas e doenças. Embo 
ra algumas variedades sejam 
mais resistentes que outras, ne­
nhuma delas pode prescindir da 
proteção contra esses inimigos.
O controle sistemático e pre­
ventivo de pragas e doenças im­
põe-se como uma prática normal 
no cultivo de rosas, mas convém 
lembrar que o controle mais efi­
caz resulta do cuidado adequado 
com as plantas: as roseiras bem 
adubadas e regadas ganham 
maior resistência. Também é im 
portante, como medida preventi­
va, remover as folhas e pétalas 
murchas, pois elas tendem a abri­
gar as pragas nocivas e propiciar 
o aparecimento de doenças.
Mas os cuidados acima apon­
tados precisam ser complementa­
dos com a aplicação de defensi-
DOENÇAS SIN AIS DE INFECÇÃO ROSAS M AIS SUSCEPTÍVEIS
CANCRO
Pode ser identificado pelas manchas m arrons que 
circundam os caules e que, depois, a tingem as fo ­
lhas. É causado por fun gos que penetram pelos 
cortes de poda, nó de articu lação do enxerto ou 
ferim entos deixados por esp inhos arrancados.
híbridas-de-chá 
híbridas perpétuas 
rosas-chá
G ALHA
Doença bacteriana, a galha é um tu m o r arredon­
dado e áspero, que aparece nos caules ju n to ao 
n íve l do solo. As p lantas infectadas — geralm ente 
a pa rtir de fe rim e ntos fe ito s por ferram entas de po­
da — perdem o viço e m orrem .
todas
M ILDIO
Uma camada em poeirada, de cor branca ou cinza, 
aparece nos caules, fo lhas e botões. As fo lhas en­
rolam -se e secam; os bo tões se enrugam . 0 m ildio 
é provocado por fungos e se manifesta quando há 
m uita umidade ou pouco sol.
híbridas-de-chá
floribundas
trepadeiras
políantas
PINTA PRETA
Pintas pretas fo rm am -se nas folhas; o tecido ao 
redor da pinta to rna-se am arelo. A doença geral­
m ente ocorre em tem po úm ido e espalha-se por 
esporos form ados nas p in tas e levados para outras 
p lantas pela água da chuva ou das regas.
h íb r id a s - d e - c h á 
h íb r id a s p e r p é tu a s 
r o s a s - c h á 
p o l ia n ta s
%?
FERRUGEM
Pústulas laranja-averm elhadas, sem elhantes a pa­
pilas, aparecem na página in fe rio r da fo lha, que lo ­
go m urcha e cai. No o u to n o , os esporos to rna m - 
se pretos, sobrevivem ao inverno , e com eçam no ­
vo c ic lo na prim avera.
h íb r id a s - d e - c h á 
t r e p a d e ir a s 
h íb r id a s p e r p é tu a s
ANTR ACNOSF
Fungos provocam nas fo lh as manchas brancas 
com anéis verm e lho -escu ros (eventualm ente, as 
m anchas ficam am arelas). Surgem vários buracos 
e as fo lhas caem. Nos cau les aparecem manchas 
m arrons com uma pinta clara no centro.
t r e p a d e ir a s
458
vos químicos para garantir a boa 
saúde dás roseiras. Para diminuir 
o trabalho, você poderá aplicá- 
los quando fizer as adubações fo­
liares, misturando inseticidas e 
fungicidas aos fertilizantes.
Os cultivadores profissionais 
costumam fazer aplicações sema­
nais, desde o início do crescimen­
to da planta na primavera. Quan­
do termina essa estação, as apli 
cações são feitas a cada 15 dias.
Aqueles que têm poucas plan 
tas num jardinzinho caseiro po­
derão optar pelo polvilhamento de 
defensivos em pó, que não exigem 
a compra de equipamento para a 
aplicação e não dão o trabalho de 
um pulverizador, que exige lim­
peza após cada aplicação.
A pulverização, no entanto, é 
mais eficiente do que o polvilha­
mento. O equipamento escolhido 
deve ter capacidade suficiente pa
CONTROLES Q U ÍM IC O S OUTROS MÉTODOS DE CONTROLE
Faça pulverizações à base de enxofre, an tes que se 
in ic ie o desenvo lv im ento da prim avera. Durante a 
estação de crescim ento, use sem analm ente fo lpe t, 
captan, zineb, maneb ou ferbam.
Com o os fun gos se desenvolvem nos restos de tecidos 
m ortos ju n to aos cortes de poda, pode-se ev ita r isso fa ­
zendo cortes ren tes a um bro to ou fo lha. Pode e queime 
todos os ga lhos infectados. Desinfete a tesoura de poda 
com álcool.
Aplique estrep tom ic ina em pó a cada duas semanas, 
durante toda a prim avera.
Remova e queim e as partes infectadas. Q uando estiver po­
dando, m ergulhe a tesoura, en tre um corte e outro, em 
form alde ído ou álcool, para ev ita r o contágio. Isole o 
exem plar atacado.
Faça pulverizações à base de enxofre antes da pri­
m avera. Pulverize então com enxofre uma vez por 
semana, em dias com tem peratura abaixo de 30°C.
Escolha variedades resistentes, com o as trepadeiras de fo ­
lhas brilhantes. Evite o excesso de plantas em locais úm i­
dos e escuros. Regue no com eço do dia para que as fo lhas 
tenham tem po de secar.
Faça pulverizações à base de enxofre antes que se 
in icie o crescim ento da prim avera. D urante o pe río ­
do de desenvo lv im ento , pulverize com D ithane Z-78 
e Fermate, sem analm ente.
Regue sem pre no período da manhã. Remova as folhas 
e pode os ga lhos doentes antes do crescim ento da prim a­
vera. Procure não co locar as p lantas m uito próxim as um as 
das outras.
Pulverize no in íc io da prim avera com enxofre, zineb 
ou maneb. Não se esqueça de pulverizar as páginas 
in feriores das folhas.
Escolha espécies resistentes, com o as poliantas. Remova 
e queim e as partes infectadas. Espace as plantas para uma 
boa circu lação do ar. Evite m o lhar as fo lhas mais do que 
o necessário.
Faça pulverizações à base de enxofre no in íc io da 
prim avera, quando a planta está dorm ente . Uma vez 
por semana, durante o período de crescim ento , pu l­
verize com maneb ou zineb.
Pode os caules in fectados na prim avera.
459
ra cobrir todas as plantas sem ne­
cessidade de reabastecimento. 
(Existem no mercado pulveriza­
dores de diferentes tamanhos.)
A plicação
O tratamento mais conveniente 
é o que combina produtos quími­
cos para todas as finalidades, 
contendo pesticidas, fungicidas e 
acaricidas. Esse procedimento é
geralmente adotado por jardinei 
ros que têm mais do que meia dú­
zia de roseiras. Ao comprar os 
produtos verifique no rótulo se 
eles contêm a fórmula adequada, 
ou seja, os produtos químicos ca­
pazes de combater as doenças ou 
pragas que podem estar amea­
çando suas rosas.
Como os ingredientes quími 
cos utilizados são muito fortes, 
você precisa acompanhar atenta­
PRAGAS DESCRIÇÃO SIN AIS DE INFESTAÇÃO
w
p u l o Oks
Insetos em form a de pêra, com ou sem pequenas 
asas, de várias cores e com m enos de 1 cm de 
com prim ento .
Aparecem com freqüência nos novos 
rebentos, mas tam bém podem ser en­
contrados nas páginas in ferioresdas 
fo lh as e nos caules.
###
1 2 3 
BESOUROS
M uito s besouros atacam as roseiras. A o lado, os 
m ais com uns: 1) m arrom -am arelado, de 1,5 cm de 
com prim en to ; 2) m arrom -acinzentado, 1 cm; 3) 
verm elho com trom pa preta, 0 ,5 cm.
A tacam as folhas, os caules e flo res 
das roseiras, deixando buracos arre­
dondados. Suas larvas a lim entam -se 
de raízes.
f
l a c r a in h a
Inseto que se alim enta à noite. É m arrom -escuro , 
tem de 1,5 a 2,5 cm de com prim ento . Na parte 
posterior, apresenta p inças sem elhantes a um pe­
gador de gelo.
A tacam as fo lhas e pétalas das rosas, 
deixando m u itos buraquinhos.
n e m a t ô id e s
Finos, freqüentem ente m icroscópicos, os nem a- 
tó ides são incolores e lem bram vermes.
A lim entam -se particu la rm ente de raí­
zes, mas tam bém atacam as fo lhas, 
caules e brotos, tirando o v ig o r da 
planta.
COCHONILHAS
D iversas variedades deste inseto sugador atacam 
as rosas. A lguns lem bram pintas m arrons ou cinza, 
de tam anho in ferior a 3 mm. O utros assem elham - 
se a con ch in ha sde 7 mm.
Sugam a seiva das fo lh as e caules. A 
p lanta acaba m urchando e fre q ü e n te ­
m ente morre.
ià
ÁCAROS
D esenvolvem -se em clim as quentes e úm idos em 
locais onde a circulação do ar não é satisfatória. 
A tacam as plantas, particu larm ente asfo lhas, e su­
gam sua seiva.
Provocam nas fo lhas o aparec im en to 
de po n tos verm elhos, am arelos, cinza 
ou m arrons. C onstroem teias na pág i­
na in fe rio r das folhas.
TRIPS
Insetos sugadores, de pouco m ais de 1 mm de 
com prim ento . São am arelos ou am arelo-am arron- 
zados. Têm asasfranjadas.
A tacam os tecidos dos caules, fo lh a s 
e flores. Têm preferência pelas rosas 
de cores claras.
460
que esteja comendo, bebendo ou 
fumando. Alguns elementos quí­
micos que compõem as fórmulas 
dos defensivos são perigosos para 
o ser humano e animais domésti­
cos; outros são prejudiciais aos 
peixes, passarinhos e abelhas. 
Guarde sempre os produtos longe 
do alcance das crianças e tenha 
o cuidado de fazer uma limpeza 
completa no pulverizador após 
cada aplicação.
CONTROLES Q U ÍM IC O S OUTROS MÉTODOS DE CONTROLE
Aplique m ala th ion, duas ou três vezes na prim avera 
a in te rva los de duas semanas. Não deixe de pu lve ri­
zar a página in fe rio r dasfo lhas.
- .......
Pulverize com m alath ion, sem analm ente, o arbusto 
e o solo.
Pode-se e lim iná -los apanhando-os m anualm ente e jo g a n ­
d o -os no in te rio r de uma lata com água e querosene.
A s lacrainhas esconderp-se, duran te o dia, em cer­
cas e fundações. Pulverize esses esconderijos com 
carbaryl.
M antenha o jardim livre de fo lhas m ortas e ou tros de trito s 
que servem de esconderijo aos insetos.
Seguindo instruções do fabricante de nem aticidas, 
tra te o solo duas ou três semanas antes do p lan tio 
ou logo após.
Destrua as p lantas doentes. Cubra o solo com um a cam a­
da grossa de m atéria orgânica para desencorajar a in festa­
ção. Plante cravo-de-defun to (tagetes) no local, durante 
um ou do is anos.
Aplique óxido de enxofre ou vaporize a p lanta com 
óleo em ulsionável, antes do crescim ento da prim a­
vera. Se aparecerem cochon ilhas, pulverize com 
m alathion.
Corte os caules infestados.
Na primavera, pulverize sem analm ente clorobenzila- 
to ou parathin.
No in ício, a infestação pode ser com batida com ja to s de 
água sobre as plantas. Limpe to ta lm e n te o jardim na p ri­
m avera e no outono.
Faça duas ou três aplicações de m alath ion, no in íc io 
da primavera.
Rem ova botões e bro tos infestados.
mente as instruções do fabricante 
do produto para .a diluição e apli­
cação da solução. Tome muito 
cuidado na hora da aplicação dos 
pesticidas: proteja-se com roupas 
que cubram todo o corpo. É im 
portante tapar o rosto com um 
lenço e a cabeça com um chapéu 
para evitar intoxicação.
Nenhum produto químico deve 
ser usado quando o vento pode 
espalhá lo, ou perto de alguém
461
Os segredos 
da poda
A conformação perfeita dos botões 
e flores é resultado de 
podas criteriosas. Abaixo, a 'IdylV, 
uma híbrida-de-chá; na página ao 
lado, a ‘Rossella C o m o ', híbrida-de-chá 
com hastes excepcionalmente longas.
PODA DE R A M O S M O R TO S
s podas são cuidados in­
dispensáveis para o culti­
vo das roseiras. Devem 
ser efetuadas considerando-se o 
objetivo do plantio (produção de 
flores, paisagismo, etc.) e as ne­
cessidades das plantas. As híbri 
das-de-chá, por exemplo, têm há­
bitos de crescimento diferentes 
dos das floribundas, e isso deve 
ser levado em consideração na 
hora da poda.
Como e quando podar, no en 
tanto, é assunto polêmico entre 
os cultivadores de rosas. Alguns 
recomendam podas drásticas; ou 
tros estão convencidos de que se
deve podar o mínimo possível. A 
adoção de um desses critérios, no 
entanto, depende da avaliação de 
cada caso. A época ideal para a 
poda também não deve ser consi­
derada em abstrato, sem se fazer 
a avaliação de cada caso.
A prática tem demonstrado 
que as podas mais eficazes são as 
realizadas no fim do inverno ou 
início da primavera, quando o pe­
ríodo de dormência das plantas 
terminou. Deve-se, no entanto, 
evitar o risco de podar cedo ou 
tarde demais. No primeiro caso, 
as temperaturas ainda baixas po­
dem prejudicar bastante as rosei-
O corte de ramos m ortos deve ser 
efetuado cuidadosamente para 
que aferida deixada não provoque 
apodrecimento. O melhor 
instrumento para isso é uma tesoura 
de duas lâminas, bem afiadas, 
que não esmaguem o tecido do 
caule. Também é conveniente 
que você execute a poda com uma 
luva grossa a fim de se 
proteger dos espinhos.
O corte deve ser 
num ângulo de 45° em relação 
ao eixo do caule. Para 
maior garantia, cubra-o 
com uma pasta cicatrizante.
462
PO D A D A S R O S A S 
TRE PA D E IR A S
I ■ Tenha o cuidado de distinguir os 
ramos de um ano de idade dos 
novos, que se arrastam peto chão.
2. N o f im do verão, depois de 
terminado o florescim ento, pode 
apenas os caules que produziram 
flores. Eles precisam ser
podados rente ao chão, mas convém 
cortá-los aos poucos para 
facilitar a rem oção da massa 
de galhos espinhentos.
3. Am arre os ramos novos no local 
anteriormente ocupado pelos 
velhos. Os novos rebentos, que 
estão brotando da base da planta, 
devem ser amarrados assim
que atingirem tamanho suficiente.
ras; no segundo, a planta perde 
muita seiva e se enfraquece. O 
índice mais seguro para se efetuar 
as podas é o aparecimento de no­
vos brotinhos. Corte então os ra­
mos fracos, as hastes e os caules 
infectados ou mortos e efetue a 
poda planejada.
Poda alta ou moderada
Cada tipo de roseira deve ser 
podado de maneira diferente. As 
híbridas-de-chá, grandifloras e al­
gumas arbustivas, que predomi­
nam nos jardins modernos, po­
dem ser podadas de duas formas: 
“alta” (apenas ramos secos ou 
doentes) ou “moderada” (até a 
metade do comprimento de todos 
os caules). A opção por uma des­
sas alternativas depende das con­
dições climáticas e do padrão de 
crescimento que se deseja (veja 
ilustrações na página 468).
As híbridas-de-chá, quando 
podadas moderadamente, respon­
dem emitindo um número limita­
do de ramos vigorosos.
Para aqueles que pretendem ter 
roseiras sadias e com muitas flo­
res, aconselha-se não podar mais 
do que a metade do arbusto. Ro­
seiras drasticamente podadas
produzem menos flores tanto na 
primeira floração quanto em todo 
o período de florescimento. Além 
disso, as podas drásticas produ­
zem flores malformadas e redu­
zem o armazenamento de alimen­
tos nos caules. No entanto, algu­
mas variedades de rosas, mesmo 
entre as híbridas-de-chá, têm há­
bitos de crescimento diferentese, 
se forem podadas até a metade 
dos caules, soltarão brotos sucu­
lentos que produzem poucas flo­
res. Para elas, a poda moderada 
pode ser demasiada.
Na chamada poda alta, corta- 
se apenas parte do que cresceu na 
estação anterior, de metade a um 
terço dessa parte (veja instruções 
na página 468). Esse método pro­
picia o aparecimento de grande 
quantidade de rosas no verão e 
no outono.
As podas, no entanto, qualquer 
que seja o seu tipo, devem ser 
orientadas pelo hábito de cresci­
mento de cada roseira. Varieda­
des de crescimento naturalmente 
alto não precisam de uma poda 
tão acentuada como as de cresci­
mento baixo (na Enciclopédia a 
altura média de cada roseira é 
descrita, e você poderá usá-la co­
mo guia para as podas).
464
No momento de podar, tenha 
em mente que é desejável que os 
raios do sol penetrem até o centro 
da planta. Para evitar a sombra 
úmida que favorece o apareci­
mento de doenças, remova cuida­
dosamente os caules que crescem 
para dentro do centro da roseira, 
especialmente se estão encosta­
dos em outros caules. E convém 
fazer as podas logo acima de uma 
gema voltada para o lado exter­
no, para que o novo crescimento 
se oriente na direção correta.
Se você vive em regiões de cli­
ma quente, onde raramente existe 
um ramo morto para ser removi­
do, a poda moderada deve ser 
atenuada. Limite-se, quando se 
tratar de híbridas-de-chá, ã elimi­
nação de caules fracos, que usa 
riam as energias da planta impro­
dutivamente, e à poda de caules 
finos, com diâmetro não maior 
do que o de um lápis. Esta poda, 
assim limitada, garante uma boa 
produção de flores durante uma 
longa estação. Em alguns casos, 
no entanto, uma poda adicional 
pode se tornar necessária: as 
híbridas-de-chá têm a tendência 
de crescerem altas e finas, ou se­
ja, com poucos caules e raras fo­
lhas próximas ao chão.
Para solucionar esse problema, 
é preciso podar as plantas indivi­
dualmente de tempos em tempos, 
de modo a forçar o aparecimento 
de brotos junto à base dos caules. 
Também é possível obter o mes­
mo efeito, podando alguns caules, 
de mais de quatro anos de idade, 
rente ao chão. Para maior eficiên­
cia, faça isso na primavera.
Poda de roseiras especiais
Outros tipos de roseiras (que 
não fazem parte do grupo das 
híbridas-de-chá) exigem podas di 
ferentes das anteriormente men­
cionadas. As roseiras arbustivas 
e as miniaturas (roseiras que não 
crescem além de 30 ou 45 cm) 
são tão resistentes que dificilmen 
te apresentam ramos mortos para 
serem removidos. Já as plantas 
que produzem flores em cachos, 
como as fioribundas, requerem 
uma operação quase contínua de 
podas: remova as flores que mur­
cham e os ramos velhos, depois 
de passada a sua melhor época de 
produção. Alguns tipos de trepa 
deiras também exigem a remoção 
de seus caules velhos. Elas geral­
mente produzem flores em caules 
de menos de quatro anos de ida-
CO M O M A N TE R UMA 
TREPADEIRA FLO R ID A
1. Para estimular o contínuo 
florescim ento das trepadeiras, 
pode a parte superior de
cada haste (sem cor no desenho) 
depois que as flores murcharem.
2. O corte deve ser fe ito
a 1 cm acima da segunda fo lh a de 
cinco folíolos. Faça o corte 
inclinado para cima, do lado das 
folhas, para não danificar 
a gema da futura haste floral.
3. Seis ou sete semanas depois, 
sai um brotinho acima da folha 
mais alta (um outro poderá surgir 
acima da folha mais baixa). 
Repita o processo, quando as 
outras flores murcharem.
465
PODA DE R A M O S L A D R Õ E S E 
DE ROSEIRAS A R B U STIV A S
1. A s roseiras enxertadas, às 
vezes, emitem ramos ladrões. Se 
eles não forem eliminados a 
tempo, podem até matar a planta. 
Assim, ao notar um ramo que 
saia diretamente do chão e que 
apresenta folhas serrilhadas, 
pequenas ou pálidas, você
deve verificar se se trata 
realmente de um ramo ladrão.
2. Cave cuidadosamente ao lado do 
porta enxerto até deixá-lo 
exposto. Se você verificar que
o ramo está brotando abaixo 
do ponto de enxertia, ele é 
realmente um ramo ladrão, e deve 
ser podado bem junto ao caule.
3. Para as roseiras arbustivas, 
dispostas em sebes, convém realizar 
podas mínimas: corte apenas
os ramos mortos, doentes ou que 
estejam cruzados, conforme indica a 
ilustração (partes sem cor).
4. O resultado da poda deve ser 
semelhante ao da ilustração. A pós 
os arbustos terem florescido,
não elimine as flores murchas.
No outono e no inverno, 
no lugar das flores surgem fru tos 
brilhantes, de cor vermelha 
ou laranja, muito atraentes.
de. Esses caules devem ser corta­
dos o mais próximo possível do 
solo (veja ilustrações nas páginas 
464 e 467).
Na hora de podar
Para efetuar podas adequadas 
em seus canteiros de rosas, você 
dispõe de muitos recursos. Exis­
tem no mercado vários tipos de 
tesouras de poda. Algumas têm 
duas lâminas afiadas que traba­
lham como uma tesoura comum. 
Este tipo é indicado para podas 
pesadas. Outras tesouras têm 
só uma lâmina afiada que corta
1
contra uma barra de metal sem 
corte. São ótimas para cortar ra ­
mos grossos, mas esmagam as cé­
lulas delicadas dos caules finos.
Se você cultivar rosas trepadei­
ras, necessitará de tesourões com 
lâminas longas, capazes de alcan­
çar os ramos que ficam além dos 
gradis e treliças, emaranhados na 
massa espinhenta. Caules resis­
tentes só podem ser cortados com 
um pequeno serrote.
Todas essas ferramentas preci­
sam de limpeza meticulosa após 
o uso e devem ser afiadas fre­
qüentemente para que não provo­
quem o esmagamento dos ramos
2
466
T
av
ar
es
/A
b
ri
l 
P
re
ss
A o lado, o cacho de flores da 
trepadeira 'Chevy Chase Para obter 
essa produtividade, basta 
podar os caules antigos e aparar 
adequadamente os mais jovens.
PODA DE TREPAD EIRAS QUE 
FL ORE SC EM A PENA S 
UMA VEZ POR A N O
1. Para mostrar claramente como se 
deve efetuar a poda, a 
trepadeira aparece sem suporte. 
Inicialmente, corte os ramos 
grossos, de cinco anos ou mais, 
bem rente ao chão.
2. Em seguida, remova os caules 
mortos, doentes ou que
se cruzam no centro do arbusto.
3. Com o indica o detalhe 
(ampliação do lado direito do 
arbusto), pode também as partes 
superiores dos caules menores, 
deixando apenas três ou quatro 
gemas que produzirão flores.
467
(lembre-se de que um caule m a­
chucado é uma porta aberta às 
doenças). Quando estiver podan­
do caules infectados, mergulhe o 
instrumento numa solução de ál­
cool a 70% após cada corte.
Os cortes devem ser feitos de 
modo preciso e num ângulo cor­
reto (veja instruções na página 
462). Além disso, para evitar o 
perigo de contágio, muitos jard i­
neiros costumam cobrir os cortes 
das podas com substâncias cica 
trizantes e de ação fungicida. Se­
ria aconselhável adotar essa prá 
tica pelo menos para os caules fi­
nos, de diâmetro equivalente ao
de um lápis. Antes de aplicar a 
pasta cicatrizante, certifique-se 
de que não sobraram detritos do 
ramo doente ou morto (a parte in­
terna de um ramo sadio é branca 
e cremosa, a de um ramo doente 
é amarronzada).
Mesmo tendo como referência 
os padrões de podas anteriormen­
te referidos, você terá que adaptá- 
los às necessidades específicas de 
suas plantas, e terá que decidir, 
lembrando-se de que se deve po­
dar apenas o necessário. Não há 
técnica em jardinagem que não 
deva ser avaliada pelo bom sen­
so, antes de ser aplicada.
PODA A LT A E P O D A 
M O D E R A D A
1. A melhor maneira de se podar as 
roseiras arbustivas modernas 
(híbridas-de-chá.floribundas e 
grandifloras) é rem over 
apenas os ramos m ortos e os que 
se cruzam no centro do 
arbusto (partes não coloridas
do diagrama), método 
denominado poda alta.
2. O resultado da poda alta é um 
arbusto que cresce mais
largoe cheio, e que produz mais 
flo res do que quando se efetua 
a chamada poda moderada.
3. Na poda moderada, além dos 
ramos mortos e cruzados, são 
removidas partes de caules 
sadios (metade de sua 
altura, como na ilustração).
4. O resultado da poda moderada, 
seguida pela rem oção dos brotos 
que surgem nas partes mais 
baixas dos caules, é um arbusto 
com menor número de flores, 
mas dotadas de longas hastes, 
que as tornam ideais para o corte.
468
C a p í t u l o 4 0
ROSAS«
O jardineiro amador que cultiva roseiras não resistirá à tentação, cedo ou tarde, 
de produzir suas próprias rosas. Isso, no entanto, exige um perfeito 
domínio das técnicas adequadas para a multiplicação, hibridação e polinização 
controlada. Em si mesmas, essas técnicas não oferecem maiores 
dificuldades, mas requerem muita paciência, certa prática e, sobretudo, bom senso.
Somente com o trabalho paciente, que requer múltiplos cruzamentos e técnicas de 
multiplicação, é que os produtores de rosas conseguem obter variedades maravilhosas, com o a 'Bronze M asterp iece' 
(acima). Mas, mesmo assim, no cultivo de rosas, não se pode excluir o fa to r sorte.
469
As rosas 
da 
imperatriz
“La R ose de la M almaison ", do 
pintor francês Jean-Louis Vigier, 
retrata Napoleão oferecendo 
uma rosa à imperatriz Josefina. 
Ela fo i a responsável pela 
difusão das rosas no Ocidente.
grande difusão de rosas 
no Ocidente deveu-se à 
imperatriz Josefina, es­
posa de Napoleão Bonaparte. Em 
1799, quando o general combatia 
no Egito, Josefina adquiriu uma 
casa de campo, denominada Mal­
maison, às margens do Sena.
O local foi transformado num 
parque onde eram exibidos vege­
tais e animais exóticos. Mas a de­
licadeza e fragrância das rosas 
sabiam mais ao gosto francês, e 
elas se tornaram a maior atração 
de Malmaison.
Cuidava das rosas uma equipe 
especializada em horticultura e 
botânica, incluindo um famoso 
especialista inglês, John Kenne 
dy, que visitou Malmaison, mes­
mo durante a guerra entre a 
França e a Inglaterra.
A partir das variedades de ro 
sas provindas de diferentes partes 
do mundo, os especialistas de 
Malmaison criaram muitas ou­
tras, depois de terem descoberto 
uma nova técnica de hibridaçào: 
a polinização. Em pouco tempo, 
eram quase duzentas as varieda­
des exibidas no jardim imperial.
A paixão da imperatriz pelas 
rosas transformou-se em moda, e 
possuir roseiras em jardins pas­
sou a ser símbolo de status. O 
cultivo de rosas em jardins, ini­
cialmente uma atividade circuns­
crita à corte francesa, acabou 
atingindo as camadas populares, 
e tornou-se cada vez mais difun 
dido, embora os paisagistas prefi 
ram as roseiras em locais onde os 
arbustos — pouco estéticos — 
não fiquem visíveis.
470
s cultivadores de rosas, 
cedo ou tarde, sentem-se 
tentados a reproduzir 
suas roseiras. A maneira de se fa­
zer isso é muito simples, pois a 
maioria das roseiras multiplica-se 
por estacas de galho ou mergu- 
lhia, métodos de reprodução ve­
getativa muito fáceis de serem 
executados.
Para a multiplicação por esta­
cas de galho é suficiente induzir 
o galho a criar raízes (veja a pá­
gina 472) e, posteriormente, plan­
tá-lo. Existem, no entanto, algu­
mas dificuldades: as híbridas-de 
chá, por exemplo, dificilmente se 
desenvolvem bem com suas pró­
prias raízes. Por isso, você terá 
maior êxito se optar por uma boa 
trepadeira ou pela rosa-chá, cujos 
caules se desenvolvem com facili 
dade, particularmente em climas 
quentes.
Você precisa também escolher 
um caule adequado. A melhor 
época para isso é o fim da prim a­
vera, quando a planta ainda está 
florida. Selecione o caule e espere 
as pétalas das flores começarem 
a cair. Remova então alguns 
centímetros da parte superior do 
caule junto com a flor, cortando 
em diagonal logo acima de uma 
folha de cinco folíolos. Faça ou 
tro corte idêntico a 12 ou 15 cm 
abaixo, para obter a estaca (veja 
instruções na página 472). Tam ­
bém se pode enraizar estacas de 
ramos em crescimento no período 
de dezembro a janeiro.
O resultado desse processo é a 
obtenção de uma planta idêntica 
à anterior, o que é impossível 
quando se multiplicam roseiras 
por meio de sementes.
A estaquia, ou enraizamento de 
caules, é pré-requisito para um 
processo mais sofisticado de mul­
tiplicação: a enxertia, no qual se 
usa uma estaca de uma roseira de 
raízes fortes para servir de porta
enxerto a uma variedade bela mas 
frágil (veja a página 475).
Um método ainda mais sim 
pies e eficaz para a multiplicação 
de roseiras é a mergulhia. Mas 
ela só pode ser adotada para va­
riedades que têm caules longos e 
flexíveis. A vantagem desse méto­
do resulta da alimentação do ra­
mo que está sendo enraizado, pe 
la planta-mãe. Para pôr esse mé 
todo em prática, você precisa fa­
zer uma cova ao lado da plan­
ta-mãe e fixar o caule a ser 
enraizado em seu interior (veja 
instruções na página 473). De­
pois que o ramo brotar, desli­
gue-o da planta-mãe e plante-o 
no local definitivo. Se você mora 
em local frio, convém manter as 
mudas numa estufa até passar o 
primeiro inverno.
Como 
multiplicar 
roseiras
O delicado m atizado de cores, que 
vão do amarelo-claro às 
sombras avermelhadas (no botão) ou 
alaranjadas (na f lo r aberta), são 
resultados dos cruzamentos que 
originaram a híbrida-de-chá 'Susan
471
I a
ka
da
/C
ol
eç
ào
 
A
lic
e 
C
ap
el
ar
i
M U LTIPLICAÇÃO POR 
ESTACAS DE C A L H O
1- Selecione, no fin a l da primavera, 
hm galho florido e sadio.
Quando as pétalas da flo r estiverem 
Para cair, remova a parte 
Superior do caule, cortando-o 
diagonalmente logo acima de uma 
]<>lha de cinco fo lío los (linha 
Pontilhada superior). Faça 
outro corte a 10 ou 15 cm mais 
abaixo para obter a estaca.
2- tlim in e todas as fo lh as da estaca, 
C'im exceção do par superior.
3- Molhe a base da estaca para 
umedecê la; em seguida, 
mergulhe-a em hormônio em pó 
indicado para estimular o 
aparecimento de raízes.
4- Plante as mudas num recipiente 
com mistura de areia
comum e vermiculita (em lugar 
da vermiculita você poderá 
utilizar, se quiser, com posto 
orgânico). Num vaso de 15 cm de 
profundidade você poderá 
phintar até seis mudinhas. Firme
i terra ao redor das 
•’siacas, e regue bem a mistura.
5. Envolva o vaso com as mudas 
' i um saco plástico, amarrando-o 
l'mbaixo do recipiente. Coloque-o 
em local bem iluminado, mas 
solt luz indireta do sol. Cerca 
de seis semanas depois, aparecem 
"ovos brotinhos nas estacas.
6- Transplante as mudas para um 
va.\o pequeno preenchido com 
Partes iguais de terra comum e 
c oinposto orgânico. Regue-as 
e cubra-as com sacos plásticos, 
d e p o is de três semanas,
l , ansplante as mudas para o 
h'Cal definitivo no jardim .
472
M U L T IP L IC A Ç Ã O POR 
M E R G U LH IA
1. Roseiras que têm caules flexíveis 
podem ser multiplicadas por 
mergulhia. Para isso, prepare umii 
cova de 18 a 20 cm de 
profundidade. Vergue o caule de 
m odo que um ponto a cerca de
30 cm da sua extremidade fiqui' ,,a 
parte mais funda da cova.
2. Na secção a ser enterrada, faça 
um corte superficial, logo 
abaixo de uma gema (indicada por 
um pon to preto no desenho).
Coloque um palito de fósforo no 
corte para mantê-lo aberto.
A rranque as fo lhas de ambos os 
lados do ramo; umedeça o 
corte e pulverize-o com hormôni<>-
3. Para manter o ramo curvado no 
interior da cova, prenda-o 
com uma forquilha. D epois
de ter fechado a cova, disponha 
uma pedra para sustentar a 
forquilha na posição. Uma outra 
pedra deve ser usada para 
manter a extremidade do caule 
não enterrada acima do nível do 
solo. A melhor mistura para a cova 
é constituída por partes iguais 
de com posto orgânicoe areia.
4. Se o caule fo r enterrado na 
prim avera (melhor época), por 
volta do f im do outono as 
raízes já estarão form adas.
Deixe-o enterrado e ligado
à planta-m ãe até a primavera.
5. Corte então o caule, antes de 
aparecerem os novos brotos.
R em ova o solo acima da estaca e 
corte a parte do caule aquém 
das raízes (linha pontilhada).
6. Plante a muda na cova definitiva, 
lendo cuidado com as raízes.
A arte 
de enxertar
D epois do período de dormência, 
os caules das roseiras soltam brotos 
que se transformam em hastes 
laterais, de onde surgem folhas com 
nove, sete, cinco, três ou apenas 
um folíolo. Em seguida, aparece o 
prim eiro botão na extremidade 
da haste e depois outros a partir 
das borbulhas (esquema abaixo).
A o lado, a f lo r aberta da roseira 
híbrida de chá 'Vai dA uth ion ’.
enxertia é também um 
método vegetativo de re 
produçào das plantas, 
mas exige uma técnica apurada, 
e, como é demorado, muita pa 
ciência. No entanto, por ser 
muito eficaz, a enxertia é o mé 
todo usado para reproduzir quase 
todas as rosas destinadas a finali 
dades comerciais.
Em si mesma, a enxertia é sim 
pies: basta introduzir uma parte 
do caule de uma rosa que se quer 
multiplicar no caule enraizado de 
outra variedade que tenha raízes 
fortes.
A produção de boas roseiras 
costuma levar, em um viveiro, 
dois anos: cerca de meio ano até 
o “ cavalo” ou porta-enxerto de­
senvolver raízes adequadas e 
mais um ano e meio para que as 
variedades enxertadas que produ­
zirão as flores (os “cavaleiros” 
ou enxertos) se adaptem.
O cavalo adequado geralmente 
provém de um tipo especial de ro­
sa silvestre. É muito comum se 
usar, aqui no Brasil, as rosas Ro 
sa multijlora, R. canina e R. chi 
nensis como porta-enxerto.
A melhor época para se fazer 
a estaquia do porta enxerto vai 
de abril a agosto. Os viveiristas
preparam os porta-enxertos com 
estacas de 20 a 25 cm. Removem 
folhas, espinhos e gemas, com ex­
ceção das duas gemas superiores. 
No final do outono, ou do inver­
no, plantam a estaca preparada 
numa caixa com areia ou em es- 
tufins, enterrando cerca de 8 cm. 
Nessa fase eias são alimentadas 
apenas com água, e logo formam 
raízes. Na primavera, quando as 
mudas já se estabeleceram, os en- 
xertadores iniciam outra fase do 
trabalho (veja ilustrações na pá­
gina ao lado). Limpam a parte do 
caule mais próxima ao solo, e fa­
zem um corte, em forma de T, na 
casca. Em seguida abrem a casca 
e aí introduzem uma borbulha 
(gema) da variedade desejada. O 
local deve ser amarrado com rá 
fia ou tiras de pano encerado. Es­
pera-se mais vinte dias para reti­
rar os amarrilhos e aparar o ca­
valo logo acima do local do en­
xerto. Pouco depois, a borbulha 
brota. Quando o broto atingir de 
5 a 8 cm, ele é despontado, ou se­
ja, corta-se 1 ou 2 cm da porção 
terminal, obrigando-o a se ramifi 
car. Essa operação, ao mesmo 
tempo em que reforça a base do 
enxerto, cria os primeiros ramos 
da copa do arbusto.
474
H
. 
T
ak
ad
a/
C
o
le
çà
o
 
A
lic
e 
C
ap
cl
ar
i
CO M O FA ZER ENXER TOS
1. No outono, corte uma estaca de 
10 a 12 cm de um caule 
maduro. Rem ova seus espinhos 
e todas as folhas.
2. Escolha uma roseira de raízes 
fortes para servir de porta enxerto. 
Com um canivete afiado, faça um 
corte em T (linhas pontilhadas), 
suficiente para abrir a casca.
3. Segurando a estaca como indica 
o desenho, remova um pedaço 
de casca, de cerca de 2 cm de 
comprimento, que contenha 
uma borbulha (gema) sadia.
Para evitar que a borbulha ftque 
danificada, faça um corte
mais profundo do que a espessura 
da casca. Em seguida, retire 
delicadamente a madeira jun to à 
casca (como indicado pela seta).
4. Abra o corte doporta-enxerto
em duas abas e enfie a borbulha no 
interior da incisão, de modo 
que a gema fique voltada para fora. 
Feche as abas da casca do "cavalo ” 
para prender a base da borbulha.
5. Amarre o enxerto com ráfia ou 
tiras de pano encerado, enrolando 
cuidadosamente acima e 
abaixo do local do enxerto.
6. Se o enxerto “pegar ”, o broto 
continuará verde. D epois de 
vinte dias, pode o “cavalo "acima 
do local do enxerto. Desponte
o broto quando ele alcançar 
cerca de 8 cm, ou seja, elimine
2 cm de sua extremidade. Isso o 
obrigará a se ramificar.
475
Como 
criar novas 
rosas
A descoberta da técnica de
polinização controlada tornou
possíveis as pesquisas
que levaram à criação das mais
espetaculares rosas modernas, como
a 'Queen E lizabeth', cuja
árvore genealógica aparece abaixo.
experimentação no culti 
vo de rosas é um proces 
so que se desencadeia 
quase que naturalmente, depois 
que o amador domina bem as téc 
nicas de cultivo. Afinal, descobrir 
uma nova variedade ou chegar 
com as próprias mãos a resulta­
dos a que outros já chegaram é 
algo fascinante.
A chance de se encontrar uma 
nova variedade, no entanto, é pe 
quena: estima-se que são necessá­
rios 10 mil cruzamentos para que 
surja uma nova variedade mere­
cedora de ser introduzida no co 
mércio de rosas. Mas isso não de 
ve desanimar o jardineiro ama­
dor, pois, certamente, ele conse 
guirá, senão novas variedades co­
mercializáveis, pelo menos belos 
exemplares para o seu jardim.
Esse encorajamento não é gra­
tuito, pois a complexidade da he­
reditariedade de cada roseira é 
tão grande que ela poderá produ-
zir flores ou desenvolver carac­
terísticas antes desconhecidas. 
Uma mutação, manifestada num 
exemplar, poderá ser preservada 
e propagada enraizando-se uma 
estaca do exemplar.
Um exemplo notável deste fe­
nômeno é a rosa ‘New Dawn’, 
uma trepadeira de florescimento 
constante. Sua origem foi a muta­
ção ocorrida num ramo da rosa 
‘Dr. W. Van Fleet’, uma espécie 
que só floresce uma vez por ano.
O modo mais simples para se 
criar uma nova roseira consiste 
em selecionar um fruto maduro, 
plantar as sementes e cuidar das 
novas plantas até elas atingirem 
a maturidade. Cada uma delas é 
diferente da planta que produziu 
o fruto. E o resultado só poderá 
ser inteiramente avaliado quando 
os novos arbustos florirem.
Mesmo as características da 
planta que produziu o fruto são 
um índice pouco valioso para se
seed ling” O p h e lia '. 1915
M rs. C h a r le s E R ussell '. 1914 
h íb n d a -d e c h á — verm elho m édio
M m e. M elan ie S o u p c r t'. 1905 
h íb r id a d e c h á - m aiiz d e a m arelo
“ seed ling" Soleil d ’O r'
K itc h en e r o f K hartoum '. 1917 
h íb r id a d e c h á — verm elho m édio
R ed L etter D a y '. 1914 
h íb r id a de c h á - ve rm e lho c laro
M iss E d ith C a v e » ’. 1917 
p o lia n ta ve rm elho escu ro
_ J. C T h o rn to n '. 1926
híb rid a de c h á ve rm e lh o m édio
R o b in M ood '. 1927 
v e rm elho m édio
'W illow m ere .' 1913 
h íb r id a d e c h á — m a tiz d e ro sa
M m e C a ro lin e T e s to u t '; 1890 
h íb rid a de c h á — ro sa m édio
h íb rid a d e c h á ro sa m éd io
H o o sie r B e au ty '. 1915 
-h íb rida d e c h á — ve rm e lh o e scu ro
R ay o n d 'O r '. 1910 
h íb rid a de chá — a m a re lo m édio
M m e M éha S a b a tie r ', 1916 
h íb r id a d e c h á — v erm elho e scu ro
— S e n sa tio n ’. 1922
h íb r id a de c h á — ve rm e lh o m éd io
C o n s tan c e" . 1915 
h íb r id a d e c h á — a m a re lo m éd io
A m i Q u in a rd '. 1927 
h íb r id a d e c h á ve rm elho e scu ro
E va . 1933 
h íb r id a ve rm e lh o m éd io
C a th r in e K o rd e s ', 1930 
h íb r id a d e c h á — 
verm elho e scu ro
W . E . C h a p lin '. 1929 
h íb rid a de c h á — , 
v e rm elho escu ro
Souvenir de C lau d iu s 
P e rn c t'. 1920 
h íb rid a de chá 
am are lo médio
A ro m a'. 1931 
h íb rid a dc chá 
verm e lho escu ro
_____ C rim so n G lo ry . 1935
h íb rid a de ch á — verm elho escu ro
. S oeur T hérèse . 1931 j
h íb rid a d e chá m a tiz dc a m a re lo 1
C h a rlo tte \ r m s t r ) n g '. 1940 
h íb rida d e chá — ros» p ro fu n d o
R osa ro ib u rg h n 
ro sa pálido
Baby C h â te a u '. 1936 
flo rihunda verm elho m édio
E lo ra d > ra \ 1944 ' 
verm elho i a ra n ja d o
Soleil d 'O r '. 1900 
R.foelida h íb r id a — m a tiz dc a m arelo
'Q ueen E lizabe th . 1954 
grand iflo ra - -osa m éd io
476
prever as características das no­
vas rosas. Com certeza sabe se 
apenas que ela forneceu o óvulo 
para a fecundação, mas ele pode­
ria ter sido fecundado por pólen 
de outro exemplar.
Da fecundação natural decorre 
uma limitação no cruzamento 
das rosas, pois só a parte femini 
na é que pode ser selecionada, e 
as chances de se obter assim uma 
variedade nova são remotas.
Esse tipo de cruzamento semi 
controlado, no entanto, foi muito 
difundido e obteve muito sucesso, 
ao longo dos séculos, nos jardins 
orientais e, mais tarde, nos euro 
peus. Acredita-se que as famosas 
rosas-chá originaram-se dessa 
maneira.
No século XIX, no jardim da 
imperatriz Josefina, em Malmai­
son, foi desenvolvida uma nova 
técnica de cruzamento que visava 
controlar a polinização, provo 
cando a fecundação artificial 
com pólen colhido especialmente 
para tal propósito. Com isso, a 
possibilidade de se combinar ca­
racterísticas de duas rosas conhe­
cidas aumentou.
Foi a polinização controlada 
que levou à criação das mais be­
las variedades conhecidas: surgi­
ram as magníficas híbridas-de 
chá, as resistentes poliantas, as 
produtivas floribundas. Conse­
guiu-se obter a ambicionada rosa 
amarela e uma gama vastíssima 
de tonalidades, perfumes e for­
mas. Somente uma variedade 
azul ainda não foi encontrada, 
embora o trabalho cuidadoso de 
seleção tenha levado às varieda­
des roxas e lilases. E, recentemen­
te, uma criadora de rosas ameri­
cana, Dorothy Whisler, obteve 
resultados encorajadores.
Usando técnicas sofisticadas 
de análises químicas, a Sra. 
Whisler selecionou rosas híbri 
das-de-chá de cor lilás claro, com
a finalidade de produzir descen­
dentes com pigmentações roxas 
ou magenta. Em 1960, ela cruzou 
duas rosas de coloração lilás, a 
‘Simone’ com a ‘Sterling Silver’. 
Três anos depois, cruzou a rosa 
originária desse cruzamento com 
a rosa lilás claro ‘Song of Paris’. 
Desse cruzamento resultou uma 
rosa de tonalidade distintamente 
azulada, que foi batizada com o 
nome de ‘Blue Heaven’.
Embora a própria Sra. Whisler 
não considere a ‘Blue Heaven’ a 
ambicionada rosa azul, e ache 
muito difícil consegui-la, o resul­
tado foi muito promissor e, tal­
vez, cruzamentos posteriores com 
essa rosa originem uma verdadei­
ra rosa azul. Para isso, os criado­
res de rosas contam com um apa­
rato tecnológico que permite a al­
teração genética das sementes 
por aplicações de raios X, radia­
ção atómica ou agentes químicos.
Naturalmente os jardineiros
M ais de cinqüenta anos e múltiplos 
cruzamentos foram necessários 
para se obter a 'Queen Elizabeth ’
(veja sua árvore genealógica na página 
ao lado). Suas qualidades 
excepcionais, no entanto, deram 
origem ao grupo das grandifloras.
477
CR UZA MEN TO D E R OS A S
1. Escolha duas roseiras de 
variedades diferentes e selecione 
um botão de cada uma, quando 
estiverem começando a desabrochar. 
Um dos botões será a ",mãe ”
e o outro será o "pai Corte 
o botão-“p a i” com uma haste de 
cerca de 15 cm e deixe-o num 
recipiente com água, de modo que 
as pétalas não sejam molhadas.
A rranque todas as pétalas do 
botão-“mãe", delicadamente.
2. Com o auxílio de uma lente
e uma pinça, retire os estames 
(parte masculina) do botão “mãe ” 
para evitar a autopolinização.
3. Amarre um saquinho de pape! 
envolvendo o botão desfolhado 
e protegendo-o de possíveis 
contatos com pólen de outras 
flores trazido pelo vento. No dia 
seguinte, remova o saquinho e 
examine os pistilos com a lente de 
aumento. Se eles se tornaram 
pegajosos na parte superior, é 
sinal de que a flo r está pronta 
para ser polinizada.
4. Nesse meio tempo, o botão-“pa i ” 
deve estar aberto. Verifique, com 
a lente, se ele já começou
a liberar o pólen (pó dourado), 
Esfregue, então, as anteras com 
pólen sobre os pistilos pegajosos.
5. Em seguida, ainda com a tente, 
verifique se cada p istilo tem na 
sua superfície dois ou três
grãos de pólen. Se não os perceber, 
repita a operação do item 4.
6. Coloque o saquinho para envolver 
novamente a flo r-“mãe Uma 
semana depois ele pode ser retirado. 
Se houve fecundação, o ovário
(à direita no desenho) começará a 
se desenvolver. Espere de quatro 
a seis meses, até que o fru to 
fique maduro. Depois, é só plantar 
as sementes e esperar o resultado.
478
amadores não contam com esses 
métodos complexos: eles simples­
mente cruzam duas plantas em 
seus jardins e esperam que elas 
dêem boas sementes.
Preparação para a polinização
Para obter um cruzamento, o 
trabalho deve ser iniciado antes 
que se abra a flor da roseira esco­
lhida para desenvolver o fruto 
que conterá as sementes. Nessa 
fase, os grãos do pólen ainda es­
tão imaturos e os órgãos sexuais 
da flor ainda estão cobertos pelas 
pétalas. Inicialmente, corte, com 
uma pequena tesoura, as pétalas 
(veja instruções na página 478); 
as sépalas, que ficam abaixo das 
pétalas coloridas, podem ser cor 
tadas ou escamadas. As anteras, 
partes sexuais masculinas, devem 
ser retiradas com pinça, uma a 
uma. Com isso, a flor fica apenas 
com seus órgãos reprodutores fe­
mininos, os pistilos, localizados 
no centro.
Para evitar que ela seja fecun 
dada por grãos de pólen carrega­
dos pelo vento ou insetos, cu­
bra a com um saquinho de papel. 
Um ou dois dias depois, o felpu 
do estigma, parte superior dos 
pistilos de cor dourada, torna-se 
pegajoso e a flor está pronta para 
receber o pólen.
Nesse meio tempo, você já de­
ve ter preparado a flor que forne­
cerá o pólen. Ele fica maduro de 
pois que a flor se abre; pode ser 
visto e assemelha se a uma poeira 
dourada presa às anteras. Você 
deve cortar a flor nessas condi 
ções e esperar um dia para usar 
o seu pólen.
Para o amador, o modo mais 
simples de transferir o pólen con 
siste em esfregar as anteras da 
"flor-pai” nos estigmas da “flor 
mãe”. Os cultivadores profissio­
nais preferem, geralmente, trans-
A rosa ‘Milagros de Fonte Cuberta ' 
(embaixo) tem uma estranha 
tonalidade malva-violácea. Ela é 
uma das mais recentes conquistas dos 
cultivadores de rosas, que ainda 
sonham em obter uma variedade azul. 
Abaixo, esquema dos órgãos de 
reprodução das rosas. Nas flores, 
eles são protegidos pelas pétalas.
479
C
or
te
si
a 
da
 
R
o
se
là
n
d
ia
Jo
rg
e 
B
u
ts
u
em
/A
b
ri
l 
P
re
ss
A híbrida-de-chá ‘Nachtfalter ’ 
caracteriza-se por sua tonalidade 
vermelho-escura; ela é considerada 
a rosa mais escura do mundo.
ferir o pólen para um recipiente 
e depois aplicá lo com um pincel 
de pêlo de camelo.
Depois da polinização, o sa­
quinho de papel é recolocado, pa 
ra proteger a “flor”, e aí deve per 
manecer por várias semanas. Se 
houve a fecundação e tudo deu 
certo o fruto verde começa a cres­
cer. Quatro a seis meses depois 
ele estará maduro e mudará de 
cor (vermelho-cereja, amarelc- 
brilhante ou laranja brilhante). 
Quando estiver bem maduro deve 
ser colhido para o aproveitamen 
to das sementes.
A seleção das sementes
Para selecionar as sementes 
coloque-as numa vasilha com 
água: as que boiarem devem ser 
retiradas e jogadas fora. Sua leve 
za indica que elas são porosase 
dificilmente germinarão. As res­
tantes, que ficaram no fundo da
vasilha, devem ser plantadas a 
uma profundidade de 1 cm e 2,5 
cm de distância uma da outra. 
Para isso prepare uma mistura de 
partes iguais de areia, terra e 
composto orgânico. Você deve 
providenciar um recipiente sufi 
ciente para plantar as sementes 
na distância acima indicada.
É muito importante que você 
coloque uma etiqueta no recipien­
te para posteriormente identificar 
quais foram os ancestrais das 
plantas que surgirão. Em seguida, 
coloque o recipiente na geladeira, 
cuja tem peratura estimulará a 
germinação. M antenha o reci­
piente na geladeira durante três 
meses. Depois desse tempo, 
transfira-o para próximo de uma 
janela ensolarada.
Depois de duas ou três sema 
nas aparecem as folhinhas de al 
gumas sementes que germinarão; 
outras dem orarão mais tempo (há 
casos de sementes que ficaram 
dormentes durante sete anos an­
tes de germinarem). Como medi 
da prática, no entanto, você po­
derá jogá las fora depois de oito 
meses, caso ainda não tenham 
germinado.
Com irrigações cuidadosas, as 
mudinhas crescem. Quando o ar­
busto tiver três folhas verdadei­
ras, sem contar as pequeninas fo­
lhas da semente, você poderá 
transplantá-la para um vaso (não 
se esqueça de rotulá-lo).
Para surpresa dos cultivadores 
inexperientes, as primeiras flores 
aparecem quando o arbusto con­
ta com apenas 10 ou 15 cm de 
altura. Embora essas flores não 
indiquem o formato e o tamanho 
da flor que a futura roseira pro­
duzirá, revelam a sua cor.
Na primavera seguinte, a nova 
rosa poderá ser enxertada num 
porta-enxerto mais resistente ou 
ser transplantada diretamente no 
jardim.
480
C a p í t u l o 4 1
ROSAS,
Flores de corte, as rosas são muito usadas para arranjos decorativos. Apresentam, 
no entanto, um inconveniente: são efêmeras. Mas esse problema pode 
ser facilmente contornado com alguns artifícios, como a realização de colheitas 
na época certa e a execução de cortes adequados. Além disso, existem 
produtos químicos que tornam as rosas de um vaso tão duráveis quanto as outras flores.
Em quase todo o mundo, as pessoas utilizam rosas para compor arranjos Jlorais, desde os clássicos, 
adequados aos am bientes form ais, até os mais ousados, próprios para locais bem iluminados e descontraídos. 
O arranjo informal da fo to acim a encontrou, na simplicidade da jarra de louça, o recipiente ideal.
Como cortar 
as rosas
A s rosas que têm longas hastes, 
como a ‘Tropicana’(página ao lado), 
causam bom efeito colocadas 
num recipiente para uma só rosa.
E LIM IN A Ç Ã O DE BRO TOS 
C O N C O R R E N TE S
1. Você pode obter botões maiores 
deixando que eles cresçam 
naturalmente até atingirem cerca 
de 1 cm de diâmetro. Quando 
isso acontecer, retire todos os 
botões concorrentes e deixe 
apenas o que está se desenvolvendo 
na extremidade da haste.
2. Com isso, o botão do topo
da haste não precisará repartir 
a alimentação do caule com 
os demais. Como conseqüência, 
desenvolve-se uma flo r esplêndida, 
que pode ser consideravelmente 
maior do que as normais.
e os trabalhos de m anu­
tenção de suas roseiras 
forem feitos rotineira­
mente, você terá tempo suficiente 
para desfrutar a beleza de suas flo­
res e colher algumas para decorar 
sua casa. Como as roseiras sadias 
produzem grande número de flo­
res, a colheita não prejudicará o 
jardim, e, se for feita com critério, 
será muito benéfica.
Para colher uma rosa de forma 
correta, você deve, inicialmente, 
providenciar equipamentos ade­
quados, como tesoura de poda 
bem afiada e limpa e um par de 
luvas resistentes para a proteção 
contra os espinhos. Depois, você 
precisa cortar no lugar certo.
Se você examinar uma híbrida- 
de-chá ou qualquer outra roseira 
que tenha uma única flor em cada 
haste poderá observar folhas com 
um, três e cinco folíolos (folhas 
compostas). Como a folha de cin 
co folíolos é a mais apropriada 
para proteger um novo brotinho 
que surgirá futuramente, você de 
verá cortar a haste da flor esco­
lhida para a decoração acima da 
folha de cinco folíolos. Com isso, 
as energias da planta se dirigem 
para um botão em formação jun ­
to à base dessa folha.
Você deverá, no entanto, ter o 
cuidado de não cortar a haste 
muito distante da folha de cinco 
folíolos. Se isso acontecer, o cabi 
nho que sobra acima da folha se 
ca e pode ser um canal para a 
contaminação da planta; risco 
que praticamente desaparece se 
você cortar na medida correta: 1 
cm acima da folha.
Para as roseiras que dão flores 
em cachos, como as floribundas 
e poliantas, você poderá estimu 
lar a produção de novas flores 
eliminando do cacho aquelas que 
murcharem. Quando a última fior 
desaparecer, corte o caule 1 cm 
acima da primeira folha de cinco 
folíolos.
A quantidade excessiva de cor­
tes, no entanto, danifica a roseira. 
O corte de um botão com haste 
longa, por exemplo, leva consigo 
muitas folhas e, se forem corta 
dos vários, a folhagem necessária 
à planta fica reduzida.
Você também pode arrancar 
botões concorrentes para que ou­
tros tenham maior vigor e desa­
brochem como uma flor grande e 
bonita. Essa técnica pode ser usa­
da para as híbridas de chá e simi 
lares, quando os botões têm ape 
nas I cm de diâmetro.
482
Arranjos 
florais 
com rosas
Abaixo, um arranjo deliberadamente 
simples com rosas ‘Queen E lizabeth ' e 
'Regal G o ld ’, realçadas por 
um vaso de porcelana chinesa. Abaixo, 
à direita, um arranjo multicolorido, 
próprio para uma sala ensolarada.
Na página ao lado, a original reunião 
de rosas e cravos brancos ao 
redor da vela, no alto do castiçal.
om hastes longas, pétalas 
perfumadas e coloridas, 
as rosas são flores ideais 
para a decoração de interiores. 
Elas causam bom efeito dispostas 
em conjunto ou solitárias num 
pequeno vaso. O único inconve 
niente é a sua efemeridade: rara­
mente elas têm longa duração.
Para fazer com que as rosas de 
um arranjo ornamental durem pe­
lo menos como as outras flores, 
tome algumas providências. Co­
mece por selecioná las quando o 
botão ainda não se abriu; depois, 
mergulhe alguns centímetros da 
extremidade da haste em água 
morna, de preferência misturada 
com um produto para conservar 
flores. Esses produtos (à venda em 
floriculturas) contêm nutrientes e 
agentes antibacterianos, e podem 
dobrar a durabilidade das rosas de 
seu arranjo.
Uma outra providência muito 
importante é deixar as rosas des­
cansando, pelo menos durante 
uma hora, num local fresco para 
que o processo de transpiração e
perda de umidade seja reduzido. 
Depois disso, elimine as folhas 
indesejáveis e aquelas que ficarão 
abaixo do nível da água do reci­
piente. Aproveite para arrancar 
os espinhos e apare a extremida­
de da haste com um corte oblíquo 
de cerca de 2,5 cm. Essa última 
providência aumenta a superfície 
que absorve água. Feito isso, vo­
cê pode começar a pensar no ar­
ranjo que fará.
As regras fundamentais para o 
arranjo de rosas são idênticas às 
aplicadas para outras flores: não 
se deve encher muito o vaso para 
evitar que as flores fiquem umas 
contra as outras. Do ponto de 
vista estético, convém fazer um 
arranjo equilibrado, com as flores 
mais claras e os botões mais fe 
chados na parte inferior.
O toque final depende da ade 
quação do tipo do vaso ao am ­
biente em que será colocado. Em 
bora isso dependa do gosto pes 
soai, é importante considerar al­
guns aspectos básicos, tratados 
nas páginas seguintes.
484
Formalidade 
elegante
O estilo clássico de um am biente 
exige arranjos sóbrios e uma 
combinação sutil de cores e form as. 
O form a to do vaso tem, então, 
papel fundam ental, com o se pode 
observar abaixo e na página ao lado.
um ambiente requintado 
e sóbrio,como uma sala 
de visitas onde predomi­
na o estilo clássico, o arranjo de 
rosas deve refletir a harmonia do 
ambiente. As cores das flores es­
colhidas devem ser compatíveis 
com o padrão crom ático do am­
biente. Cores contrastantes pro­
vocariam uma sensação de dese­
quilíbrio, de desordem, e o arran­
jo pareceria fora de lugar. A es­
colha do vaso, neste caso, é fun­
damental. Os mais adequados
para o ambiente requintado são 
os de materiais nobres, como 
bronze e porcelana. Suas cores e 
linhas precisam se integrar sutil- 
mente ao ambiente. Além disso, 
para valorizar o arranjo, convém 
que o vaso o eleve acima do nível 
da mobília em que será sobrepos­
to (veja fotos abaixo e ao lado).
Caso você pretenda completar 
o arranjo com folhagens, escolha 
plantas de folhas delicadas, como 
as do eucalipto argentino (foto 
abaixo).
Arranjos 
informais
O sucesso de um arranjo informal 
depende, entre outras coisas, 
da escolha de um recipiente adequado, 
como se pode observar abaixo, na 
página ao lado e nas duas seguintes.
uando as rosas são usa­
das para decorar am ­
bientes informais — 
uma varanda, um pátio, ou uma 
ampla sala descontraída — , as 
combinações de cores podem ser 
audaciosas e vibrantes e torna-se 
possível selecionar uma gama 
mais variada de outras flores pa­
ra compor o arranjo. Essa grande 
possibilidade de escolha, no en­
tanto, náo quer dizer que você 
não precisa pensar na integração 
do arranjo com o ambiente.
Convém lembrar que o arranjo 
informal, por ser normalmente 
disposto num ponto central do 
ambiente, requer um tipo de cui­
dado especial. Planeje-o conside­
rando que será visto sob todos os 
ângulos. Ao fim do trabalho, cir­
cule ao redor do vaso e certifique- 
se de que ele apresenta um belo 
efeito em toda a volta.
Para o arranjo apresentado 
abaixo, escolheu-se um recipiente 
oval de estanho, ornam entado 
com bronze. A nota original está
488
Na composição de um arranjo de 
rosas com flores vigorosas como os 
crisântemos, convém usar ramos de 
gipsófila, para suavizar o conjunto.
na harmonização de delicadas ro­
sas brancas com uma nova e rara 
criação: a zínia especialmente 
cruzada para produzir flores de 
um verde suave.
Na página 489, um arranjo in­
formal planejado para uma mesa 
de terraço, apresenta rosas em 
quatro tonalidades (vermelho, 
amarelo, cor-de-rosa e branco) e 
hastes de sálvia roxa. O padrão 
das linhas da cesta de metal é rei­
terado pelas graciosas curvas das 
hastes de sálvia.
Uma sala de jantar de paredes 
escuras pode ser iluminada por 
um arranjo vigoroso, como o das 
páginas 490 e 491, que reúne ro­
sas amarelas, branca: e cor-de 
rosa e delicados ramos de gipsófi­
la (também chamada mosquiti- 
nho). O vaso é uma artiga e pre­
ciosa terrina de porcekna.
A delicadeza da gipsófila rea­
parece no arranjo desta página, 
conferindo leveza e harmonia de 
cores à reunião de rosas entrea­
bertas e opulentos crisântemos.
C a p í t u l o 4 2
ANUAIS I
Plantas que completam seu ciclo de vida em apenas um ano, as anuais são 
próprias para quebrar a monotonia de um velho jardim ou para serem usadas por aqueles 
que não dispõem de amplos espaços. Em pouco tempo, geralmente não mais 
do que seis meses, elas transformam o canteiro num arranjo espetacular, de cores 
vivas e variadas. E elas precisam apenas de sol e solo adequado.
P o r não atingir rnais do que 20 cm de altura, o amor-perfeito (acima) é muito usado para a fon ação 
de h o rd a s de canteiro onde form a uma massa de colorido intenso e aveludado. M as como sua padronagem é 
rico e ielicada, ele também pode ser explorado com êxito no cultivo em vasos.
493
M
ilt
on
 
S.
 S
h
ir
at
a/
A
br
il
 
P
re
ss
As 
plantas 
anuais
Na página ao lado, um canteiro
com diferentes espécies de plantas
anuais. N ote que as variedades
mais baixas foram plantadas na frente
das mais altas. Abaixo, em
detalhe, uma haste de boca-de leão
e cosm os (variedade rosada).
494
s plantas anuais comple­
tam seu ciclo vital no pe 
ríodo máximo de um 
ano. Para perpetuar a espécie, 
são obrigadas a produzir grande 
número de sementes e, para que 
isso aconteça, muitas flores.
Quase toda a energia das plan 
tas anuais é consumida na produ­
ção de espetaculares e abundan 
tes florações. Afinal, elas não 
precisam armazenar energias em 
suas raízes como as demais plan 
tas. Para se ter uma idéia concre­
ta disso, basta lembrar que, no 
fim da estação, cerca de 50% do 
peso de uma anual seca corres­
ponde às sementes.
Em condições ótimas, ou seja, 
bom solo, água e luz suficientes, 
as anuais desenvolvem se muito 
bem. E para isso sequer é neces­
sário muito espaço.
Elas são extremamente práti­
cas. Como são temporárias, po­
dem ser usadas em canteiros em 
torno de casas alugadas ou resi­
dências de verão. Pela mesma ra­
zão, servem para preencher locais 
do jardim onde as plantas pere­
nes ainda não cresceram o sufi­
ciente. E, ainda, por terem siste­
mas de raízes pequenos, a maio 
ria delas pode ser removida de
um lado para outro do jardim 
(basta arrancá-las cuidadosamen 
te com o torrão de terra). Jardi 
neiros experientes costumam 
plantar espécies que florescem 
mais tarde em sacos plásticos pa­
ra depois transplantá las no ja r­
dim, à medida que outras plantas 
fenecem. Outros as cultivam em 
vasos ou recipientes portáteis pa­
ra poderem levá-las aos locais 
que quiserem.
As anuais trepadeiras, que 
crescem rapidamente e produzem 
muitas flores, podem fornecer ta ­
pumes quase instantâneos e, as­
sim, conferir a um local desagra­
dável uma vista bonita em ques­
tão de semanas.
Naturalmente, as plantas 
anuais requerem cuidados espe 
ciais e são indicadas apenas para 
pequenos canteiros, vasos, jardins 
rochosos; enfim, pequenas áreas. 
Plantar as anuais num terreno 
grande pode ser muito perigoso 
para o solo: depois de produzi­
rem as sementes, elas secam e 
deixam a área desprotegida e ao 
sabor da erosão (o que não ocor­
re em áreas pequenas ou terrenos 
rochosos).
Quanto à escolha de plantas, 
há centenas de espécies e milha­
res de variedades à disposição de 
quem pretende cultivá-las. Aliás, 
o difícil é optar pelas mais boni 
tas e interessantes, pois todas elas 
são excelentes. De qualquer for 
ma, convém consultar a Enciclo­
pédia no momento da escolha das 
plantas para melhor orientação.
Algumas plantas anuais como 
as petúnias sempre-floridas e as 
prímulas não requerem mais do 
que seis meses para se transfor­
marem de uma simples semente 
em uma planta abundantemente 
florida. Também o amor-perfeito, 
a flox, a boca-de-leão, a papoula 
não exigem muito trabalho e fio 
rescem rapidamente.
Planejamento 
do jardim
Algumas anuais, como a Phlox 
drummondii (esquerda) e a Alyssum 
(direita), produzem flores 
pequenas e delicadas, que são ideais 
para comporem bordas de canteiros.
t/3
c/i
s flores das plantas 
anuais possibilitam a 
criação de canteiros mul- 
ticoloridos, desde que se combi 
nem espécies ou variedades dife­
rentes. Mas, para isso, é necessá­
rio um planejamento adequado, 
pois, caso contrário, o resultado 
será caótico e desagradável.
Para fazer um bom planeja­
mento, comece pela seleção de es­
pécies que florescem na mesma 
época e que tenham altura e for­
mas diferenciadas. Decidindo 
com quantas espécies pretende 
fazer o canteiro, procure idealizar 
a localização de cada uma delas 
no canteiro. Para isso, convém 
fazer um esboço numa folha de 
papel. Com o desenho você terá 
uma idéia de como o canteiro fi­
cará depois de florido. E, o que 
é muito mais interessante, você 
poderá enriquecer a idéia origi­
nal, criando novas soluções ini­
cialmente inimagináveis.
Na hora de esboçar suas idéiasno papel, não cometa o erro de 
pensar nas flores individualmen­
te. Elas devem ser consideradas 
como parte de um todo, não co­
mo entidades separadas. Lembre- 
se de que o efeito contrastante 
das cores das flores entre si ou
com outros elementos do jardim 
dá um toque vivo e alegre a um 
ambiente externo.
É conveniente colocar as plan­
tas mais altas atrás das mais bai­
xas, mas não seja muito rígido ao 
adotar essa regra. Uma pequena 
variação na altura das plantas em 
todo o canteiro proporciona um 
efeito mais agradável e elimina a 
possibilidade de ele parecer duro, 
compactado.
Se o canteiro ficar junto a uma 
parede, muro ou qualquer su­
perficie pintada, considere a cor 
desse “pano-de-fundo” ao fazer a 
combinação das cores das flores. 
E lembre-se de que o uso de mui­
tas cores poderá neutralizar o 
efeito pretendido e transformar o 
canteiro em algo tão caótico 
quanto o resultado de uma solu­
ção não planejada.
Convém, ainda, adotar algu­
mas regras básicas de disposição: 
nas proximidades da casa, o can­
teiro geralmente fica melhor com 
formas mais delineadas, geomé­
tricas; quando afastados, ficam 
melhor com linhas sinuosas que 
acompanhem a calçada do ja r­
dim ou a silhueta das plantas de 
forma orgânica, ou seja, form an­
do um todo integrado.
O formato das flores das espé­
cies escolhidas para formar o 
canteiro poderá influir muito no 
efeito final. Exemplo disso são as 
esporinhas e tremoços que produ­
zem espiguinhas floridas, muito 
delicadas. As papoulas e os amo- 
res-perfeitos merecem, em função 
de sua beleza peculiar, local de 
destaque.
C ondições de cultivo
Ao selecionar as plantas 
anuais para o seu jardim , você 
não pode se esquecer de conside­
rar as condições de clima e solo. 
A maioria delas prefere o sol di­
reto, embora algumas espécies 
possam viver e florescer à som­
bra. As anuais precisam de uma 
boa quantidade de água e não su 
portam temperaturas altas ou 
baixas demais. O problema do 
frio, no entanto, pode ser facil­
mente resolvido: cultive a planta 
num recinto fechado até que o pe­
rigo de geada tenha passado.
As qualidades que as plantas 
exigem do solo variam em função 
das necessidades de cada espécie: 
aquele que é excelente para algu­
mas pode não ser para outras. 
Felizmente, um bom solo para
jardinagem apresenta algumas 
qualidades genéricas que permi 
tem sua identificação. Deve ser 
profundo, fértil e bem drenado. 
Precisa contar com suprimentos 
de matéria orgânica para manter 
a umidade necessária. Em contra­
partida, deve ser poroso, para 
possibilitar a penetração da água 
e do ar. O solo com essas carac­
terísticas é habitado por miríades 
de bactérias benéficas, que de­
compõem a matéria orgânica em 
seus componentes básicos, for­
mando o que se chama de húmus. 
Seria supérfluo dizer que um solo 
sem húmus é estéril.
Mas por melhor que seja o solo, 
ele precisa ser cuidado para man­
ter ou desenvolver suas qualida­
des. E, sob esse aspecto, há duas 
escolas de ja rd in ag em : um a delas 
sustenta que os fertilizantes quí­
micos não devem ser usados, pois 
estragariam e até envenenariam o 
solo; a outra, ao contrário, consi­
dera o solo apenas como um local 
conveniente para que as plantas 
obtenham apoio para manter-se 
erguidas, pois os alimentos quími­
cos podem ser controlados de mo­
do mais eficiente. Para que — per­
guntam — se submeter ao traba­
lho pesado de transportar e aplicar
Abaixo, duas variedades de 
amor-perfeito: a Viola tricolor 
(esquerda) e a Viola wittrockiana 
(direita), plantas também 
adaptáveis ao cultivo em vasos.
497
A
br
il
 
P
re
ss
V
al
di
r 
Z
ac
ar
ia
s
A s plantas anuais cabem em qualquer 
cantinho. Você pode plantá las 
nas bordas das calçadas do jardim , 
ao lado da casa ou numa área 
sem flores do jardim . Na página ao 
lado, você pode observar um grande 
número de variedades, plantadas 
num espaço relativamente pequeno. 
Para as bordas de um caminho 
curvo (!) convém seguir um padrão 
irregular que o acompanhe. Numa 
borda reta (2), de uma calçada 
ou canteiro, o padrão deve 
organizar áreas de ângulos retos.
adubo orgânico nos canteiros, se 
as plantas precisam esperar que 
eles se decomponham para depois 
aproveitá-los?
As discussões entre os defenso­
res ortodoxos desses dois pontos 
de vista vão longe. Mas há um es­
paço amplo na área entre esses 
dois extremos, ocupado pela 
maioria dos jardineiros, que se 
preocupa mais com a beleza e vi­
ço de suas plantas do que com o 
purismo da técnica utilizada para 
obtê-las.
Os jardineiros ecléticos acei­
tam o fato de que a matéria orgâ­
nica beneficia o solo e aumenta 
seu valor nutriente. Ela contribui 
para melhorar a estrutura física 
do solo, dando-lhe a capacidade 
de manter a umidade e facilitar a 
entrada de ar até as raízes. Mas, 
por outro lado, reconhecem que 
os fertilizantes químicos são ines­
timáveis no suprimento do que 
pode ser chamado energia rápida. 
Assim, os adubos químicos são 
usados como complementares no 
processo de desenvolvimento da 
planta, na época da produção de 
flores, etc. Para as plantas 
anuais, o adubo complementar é 
geralmente aplicado junto à su­
perfície do solo, até 5 cm de pro­
fundidade. A água da chuva ou 
das irrigações se encarrega de le­
vá-lo até as raízes.
Genericamente, pode-se dizer 
que são três os fatores relaciona­
dos ao solo que influenciam o 
crescimento das plantas anuais (e 
das outras também, é claro): a 
porosidade, que determina a rapi­
dez com que a água penetra e es­
coa do canteiro, a fertilidade e a 
acidez. Se um ou mais desses fa­
tores não forem considerados 
bons, eles podem ser alterados.
Se o solo for leve demais, ou 
seja, tão poroso que a água se es­
coa muito depressa e a umidade 
não pode penetrar nele, ou, ao 
contrário, tão pesado (argiloso) a 
ponto de a água não poder pene­
trá-lo, trará problemas ao cultivo. 
O remédio para os dois casos é 
o mesmo: basta acrescentar ma­
téria orgânica em quantidade su­
ficiente para deixá-lo no ponto 
ideal. Quanto à fertilidade, adu 
bos orgânicos ou químicos, de­
pendendo da urgência da solução 
do problema, poderão melhorá- 
lo. O problema da acidez geral­
mente ocorre com maior freqüên­
cia e a correção só pode ser feita 
depois de uma avaliação mais 
complexa (veja pág. 500).
498
Preparação 
do solo
Com hastes longas e cores marcantes, 
as papoulas (duas espécies 
abaixo) ficam muito bem quando 
usadas para form ar massas coloridas.
S n A ificilmente se encontra 
) U J um solo pronto para o 
plantio. Ele poderá ser 
fértil e poroso, mas com índice de 
acidez ou alcalinidade fora do 
padrão ideal.
A correção do solo, no entan­
to, é perfeitamente possível, desde 
que se identifique previamente 
suas carências. Ao preparar um 
canteiro, a primeira providência 
a ser tomada é avaliar o seu grau 
de acidez. Para isso, basta usar 
um peagâmetro (instrumento que 
você pode adquirir em lojas espe 
cializadas em artigos para jard i­
nagem) ou mandar uma am ostra­
gem do solo para um laboratório. 
Como as plantas anuais reque­
rem solo ligeiramente ácido, com 
pH entre 6 e 6,5, você certamente 
precisará modificar o solo de seu 
jardim se ele estiver fora dessas 
especificações. Para solucionar 
problemas de excesso de acidez, 
deve-se acrescentar calcário do- 
lomítico e, se o solo for muito al­
calino, enxofre (consulte a tabela 
da página 102, para saber qual a 
quantidade necessária).
Resolvido o problema da aci­
dez, você poderá aumentar a fer­
tilidade do solo, se necessário, 
com a adição de adubos químicos
ou orgânicos. Mas seja qual for 
o tipo de adubo escolhido, ele de­
verá ser aplicado com precau­
ções, pois o excesso pode ser tão 
danoso quanto a falta desse in 
grediente.Aliás, algumas anuais 
se dão melhor com solos relativa­
mente inférteis. As doses genero­
sas de nitrogênio, por exemplo, 
fazem com que essas plantas con­
centrem suas energias no cresci­
mento de hastes e folhas, em de­
trimento das flores.
De uma maneira geral, os três 
elementos de um adubo balancea­
do — nitrogênio, fósforo e potás­
sio — são benéficos também pa­
ra as anuais. O nitrogênio con­
corre para o viço da planta; o 
fósforo estimula o florescimento, 
o crescimento das raízes e dá 
energia extra às plantas jovens; e 
a resistência às doenças e pragas 
é garantida pelo potássio.
Esses três elementos, distribuí­
dos em porcentagens diferentes, 
constituem as fórmulas de vários 
adubos químicos. O melhor para 
as plantas anuais é o de fórmula 
6-12-6, que tem menor porcenta­
gem de nitrogênio. Maiores quan­
tidades de nitrogênio devem ser 
aplicadas apenas em solos muito 
carentes desse componente.
A s folhas verdes e arredondadas 
da chagas (Tropaeolum majus) 
form am contraste natural com as 
flores intensamente coloridas.
501
M
ilt
on
 
S.
 
Sh
ir
at
a/
A
br
il
 
Pr
es
s 
A
br
il 
P
re
s
Abaixo, as delicadas flores 
da begônia sempre florida, que 
form am cachos róseos sobre 
folhagem verde-escura. Embaixo, 
a variedade laranja de chagas.
O nitrogênio, o fósforo e o po­
tássio encontram-se presentes em 
fertilizantes orgânicos, como es­
terco e torta de caroço de algo­
dão. A farinha de ossos contém 
nitrogênio e fósforo e a cinza de 
madeira, potássio.
Você poderá usar tanto os adu 
bos químicos quanto os orgâni 
cos. Mas reserve os primeiros pa­
ra as situações mais difíceis, 
quando sentir que suas plantas 
necessitam com urgência de no­
vas energias. Caso contrário, o 
esterco de curral é o mais indica­
do. Como alternativa para o es­
terco de curral, muitos jardinei­
ros adotam um composto enri 
quecido. A vantagem que se tem 
com isso é que, além de se ali 
mentar as plantas, melhora-se a 
estrutura física do solo, tornan 
do-o mais leve se for pesado ou 
dando-lhe maior consistência se 
for leve demais. Uma camada de 
2 ou 3 cm de profundidade desse 
composto sobre um canteiro é su 
ficiente para uma excelente pro­
dução de flores anuais.
Composto enriquecido
Nada mais encorajador para 
aqueles que cultivam plantas em 
jardim, do que preparar seu pró­
prio composto para o enriqueci­
mento do solo. Para isso, apro 
veite folhas, aparas de grama e 
outros resíduos de plantas. Quan­
do você tiver juntado bastante 
material, prepare uma cova e 
preencha-a com camadas de m a­
terial orgânico de 10 a 25 cm de 
espessura. Entre uma camada e 
outra, salpique uma mistura de 
seis partes de sulfato de amónia, 
três partes de superfosfato e qua­
tro partes de calcário dolomítico. 
Um litro dessa mistura deve ser 
espalhado sobre 30 litros de ma­
terial vegetal. Convém, ainda, 
adicionar um pouco de esterco de 
curral curtido à mistura.
Faça um montículo de 1,2 a 
1,5 m de altura (ele se encolherá 
consideravelmente ao se decom 
por). Ao amontoar o material em 
camadas, mantenha uma conca­
vidade na parte central, a fim de 
que a água da chuva e de regas 
possa ser captada. De tempos em 
tempos, revire todo o material em 
decomposição e mantenha o 
montículo sempre úmido.
Depois de um período de três 
a seis meses, o material estará 
transformado num composto en 
riquecido, excelente para suas 
plantas.
ultiplicar plantas anuais 
por sementes constitui 
uma tarefa fácil e com­
pensadora, mas elas precisam ser 
muito bem escolhidas, pois, caso 
contrário, põem a perder todo o 
trabalho com a preparação do so­
lo. A primeira regra é escolher se­
mentes novas, pois as sementes 
das anuais perdem o vigor depois 
de dois ou três anos.
Embora as plantas de seu ja r ­
dim produzam um grande núme­
ro de sementes, não convém usá- 
las: a prática tem demonstrado 
que essas experiências são geral 
mente frustrantes. A produção de
boas sementes requer um cultivo 
orientado para tal finalidade, em 
local especial. A solução mais 
simples é, pois, comprá las em 
floriculturas ou lojas especializa­
das em jardinagem .
Geralmente as sementes são 
embaladas em envelopes com a 
descrição das características da 
espécie e o ano em que foram 
produzidas. As vantagens dessas 
sementes, em relação às que fo­
ram produzidas por suas plantas, 
decorrem basicamente da seleção 
dos exemplares ideais para a pro­
dução de sementes, que implica 
no conhecimento da história pre-
A escolha 
das sementes
N ativas do Brasil, as petúnias 
hoje usadas em jardinagem são todas 
híbridas. Abaixo, a borda de 
um gramado decorada com 
petúnias nas cores branca e púrpura.
A s abundantesßoradas das anuais 
perm item que você colha flores 
para fa zer arranjos em vasos sem 
prejudicar a beleza do canteiro. 
Abaixo, a f lo x e a flor-de-palha.
gressa de seus ancestrais. Isso ga­
rante uma certeza prévia das ca­
racterísticas das flores que serão 
produzidas por elas, tais como 
forma, cor e tamanho.
Quem planta suas próprias se­
mentes, portanto, corre o risco de 
ter surpresas desagradáveis; mes­
mo porque muitas anuais se dege­
neram na segunda geração. As 
petúnias, por exemplo, geram 
muitas sementes capazes de pro­
duzirem mudas vigorosas, mas 
que não apresentarão bom rendi­
mento: as flores da segunda gera­
ção são poucas e com tonalidade 
pálida, sem graça.
O que foi dito acima não quer 
dizer que você não deve fazer 
suas experiências. Apenas elas 
não devem ser feitas quando se 
pensa num canteiro decorativo, 
pois elas não oferecem condições 
para um planejamento adequado.
Sem entes híbridas
No mercado de plantas exis­
tem as chamadas sementes F, 
(onde F é igual a filho e 1 igual 
a primeira geração). Essas se­
mentes são produzidas com técni­
ca especial para garantir as quali­
dades de duas espécies ou varie­
dades diferentes. O processo co­
meça com a seleção de dois 
exemplares, cujas características 
tenham sido apuradas e preserva­
das por várias gerações. Uma de 
las funcionará como planta- 
mãe, a outra como planta-pai. 
Quando surgem os botões, os téc­
nicos retiram os estames produto­
res de pólen das flores da planta 
mãe. Recolhem o pólen da plan­
ta escolhida para funcionar como 
pai e com ele polinizam a planta- 
mãe. Em seguida, cobrem os bo 
tões para evitar uma outra polini 
zação, que pode ser causada pelo 
vento ou por insetos. As sementes 
resultantes dessa flor herdarão 
uma combinação determinada 
das características dos dois 
exemplares escolhidos. Isso ga­
rante o aparecimento de flores 
novas de boa qualidade ou uma 
réplica perfeita dos exemplares 
anteriores, se eles forem de espé­
cies apuradas.
Naturalmente as sementes F, 
são mais caras do que as semen­
tes comuns, dado o trabalho exi­
gido para sua produção. Nos Es­
tados Unidos e no Canadá essa 
prática é comum, e realizam-se 
concursos para avaliar as quali­
dades das novas variedades obti­
das por esse processo.
K
ei
ju
 
K
o
b
a
y
a
sh
i
as mudas que nela se desenvol­
vem sejam transplantadas com 
maior facilidade. Mas como os 
chamados “solos sem terra” não 
têm valor nutritivo, a mistura 
precisa ser enriquecida com ou 
tros componentes.
O recipiente
O recipiente mais simples para 
plantar sementes dentro de casa 
é um vaso de barro ou de plás­
tico. O de plástico tem a vanta­
gem de não secar tão rapida­
mente quanto o de barro. Porém, 
é necessário muito cuidado para 
não molhá-lo demais. Quanto ao 
tamanho, os mais indicados de­
vem ter de 10 a 15 cm de diâme­
tro (para funcionar como semen 
teiras, eles não precisam ser 
muito profundos).
Para maior comodidade, use 
um vaso para cada espécie de 
planta que você vai semear. Lem­
bre-sede que as espécies diferen­
tes, mesmo quando florescem 
numa mesma época, não têm o 
mesmo processo de desenvolvi­
mento e, se forem plantadas no 
mesmo recipiente, é provável que 
o desenvolvimento de algumas 
delas seja prejudicado.
Para obter uma grande quanti­
dade de mudas, convém adotar 
uma sementeira maior, de ma 
deira ou plástico. Normalmente 
usam-se como sementeiras cai­
xotes com 7,5 a 10 cm de profun­
didade, 30 a 45 cm de largura, e 
45 a 60 cm de comprimento. Elas 
devem ter aberturas de 0,5 cm 
para a drenagem. Para isso, basta 
fazer o fundo com ripas pregadas 
de modo a deixar vãos nessa me­
dida e forrar o fundo com pedri- 
nhas para a terra não se perder 
(veja instruções na página 510).
C om o sem ear
M arque a superfície do solo 
com uma régua, pressionando-a 
levemente, de modo a formar sul­
cos paralelos. A maioria das se­
mentes não deve ser semeada a 
uma profundidade maior do que 
duas vezes o seu diâmetro e as 
pequenas não precisam ser cober­
tas com terra. A distância entre 
um sulco e outro depende tam­
bém do tam anho das sementes: 
as grandes, por exemplo, devem 
ficar a 8 cm de distância entre si. 
No alinhamento do sulco, mante­
nha a mesma distância. Lem­
bre-se de que quanto menos uma
Os cravos (esquerda) e as cravinas 
(direita), plantas do gênero 
Dianthus, produzem flo res delicadas, 
coloridas e perfumadas. Os cravos 
form am massas de cores atraentes 
e são excepcionais para o corte.
C O M O OBTER M U D A S 
A PA R T IR DE SEMENTES
1. Um vaso de 15 cm de diâmetro pode 
servir como sementeira. Para
isso, form e uma camada de 
pedrinhas ou cacos de vasos 
quebrados no fundo.
Sobre ela disponha uma 
camada fin a de composto orgânico. 
Preencha o resto do vaso, até 
1,5 cm do topo, com terra de vaso. 
Junto à superfície, ponha uma 
camada de 0,5 cm de vermiculita.
2. Se você fo r plantar sementes 
grandes, firm e-as no solo antes de 
dispor a camada de vermiculita.
Se forem pequenas, deixe-as soltas 
sobre a última camada.
3. Coloque o vaso no interior de
um recipiente com água. Ela subirá 
pelo buraco de drenagem. Quando 
a superfície se apresentar úmida, 
retire o vaso do recipiente.
4. Coloque o vaso no interior de um 
saco plástico transparente.
Para que ele não encoste
nas mudas, coloque algumas estacas. 
M antenha-o em local com 
luminosidade suave, que apresente 
temperatura entre 20 e 25°C.
5. Quando aparecerem as primeiras 
fo lh as verdadeiras, logo acima das 
folhinhas embrionárias, retire o 
saco plástico. Regue o vaso e 
repique as mudas para vasinhos 
individualizados. Erga as mudas 
com um lápis ou marcador de 
plantas, tomando cuidado para 
que um pouco de terra se 
mantenha ju n to às raízes. Segure
a planta por uma das fo lhas e 
cuide para não machucar a haste.
6. Prepare os vasinhos de 5 a 7,5 cm 
com terra de vaso. Firme a 
mudinha delicadamente. Coloque os 
vasinhos em bandejas de madeira
e disponha-as junto a peitoris de 
janelas ensolaradas. Regue a 
bandeja a cada manhã, mas com 
uma quantidade de água que 
possa ser absorvida até o meio-dia.
508
muda tiver que competir com ou­
tras, mais forte ela será.
A técnica para semear com nú­
mero reduzido de sementes é sim­
ples. Ela só requer uma batidinha 
do indicador na borda de um en 
velope de sementes dobrado entre 
o dedo médio e o polegar. As se­
mentes grandes podem ser despe­
jadas na palma da mão e coloca­
das uma a uma na posição. As 
muito pequenas podem ser mistu­
radas com areia grossa. Espa­
lhando uma leve camada dessa 
mistura na superfície do subs­
trato, elas ficam naturalmente es­
paçadas. E quanto maior for a 
quantidade de areia mais se espa­
lham, quando bem misturadas. 
Caso as sementes sejam escuras 
demais para se distinguirem do 
solo, a superfície da terra pode 
ser polvilhada com areia clara e 
fina para torná-las mais visíveis.
Depois da semeadura, as exi­
gências para a germinação são 
poucas, mas devem ser rigi­
damente observadas: as semen­
tes precisam de uma atmosfe­
ra úmida, morna e sombreada. 
Quando se usa vasos, convém 
deixá-los sobre uma vasilha com 
água até que esta, penetrando 
pelo buraco de drenagem, atinja 
a superfície da mistura (mas não 
deixe que o solo fique ensopado). 
Em seguida, para preservar a 
umidade, introduza o recipiente 
no interior de um saco de plástico 
transparente e incolor. Para que 
o saco plástico não fique colado 
na superfície do recipiente, fato 
que impediria a formação de 
uma atmosfera permanentemente 
úmida, coloque estacas para 
mantê-lo na posição. Lápis ou ca­
netas esferográficas fora de uso 
são ideais para isso.
Disponha a sementeira num 
local relativamente quente (25°C 
é a temperatura ideal), porém não 
a deixe receber sol direto. Faça
uma tenda com folhas de jornal 
para produzir a sombra necessá 
ria às sementeiras até que elas 
germinem.
A necessidade de luz
Quando as sementes brotarem, 
deve-se remover a cobertura de 
jornal e plástico do recipiente. A 
exigência de sombra acaba e as 
mudinhas passam a necessitar de 
luz. Coloque o recipiente junto a 
uma janela ensolarada ou sob 
lâmpadas fluorescentes.
Se você deixar sua sementeira 
junto a uma janela, lembre-se de 
virá-la com freqüência; caso con­
trário, ela recebe luz só de um 
lado, o que provoca um desenvol­
vimento irregular das mudas. 
Para evitar esse trabalho, muitos 
jardineiros preferem a luz artifi­
cial. Você pode comprar lâmpa-
A baixo, recipientes próprios para 
o transplante das mudas obtidas por 
meio de sementes: 1) bolachas de 
turfa; 2) vaso comum; 3) blocos de 
celulose; 4) vaso de turfa.
Embaixo, a delicada e frá g il flo r 
da papoula, do gênero Papaver.
C O M O PRE P A R A R A 
SEMENTEIRA
1. Uma caixa qualquer de madeira, 
desde que tenha o fundo form ado 
por ripas pregadas a cerca de
0,5 cm de distância uma da outra, 
serve como recipiente (você 
pode aproveitar um caixotinho de 
frutas, vazio). Lave bem o 
recipiente e coloque pedrinhas 
nos vãos das ripas para propiciar 
uma boa drenagem e impedir 
que a terra escape pelos vãos.
2 Sobre a camada de pedrinhas, 
disponha uma mistura porosa para 
facilitar a aeração. Uma 
sugestão: partes iguais de areia, 
xaxim e terra vegetal não peneirada.
3 A próxima camada deverá
ser constituída por terra vegetal 
peneirada. Lembre-se de que quanto 
mais fina a terra, mais fá c il 
será para as sementes germinarem.
4 Para que a terra fique bem 
distribuída e o excesso seja 
retirado, use uma régua de 
madeira, movimentando-a de um 
lado a outro da caixa e de
form a a preencher todo o espaço.
5 Com uma prancha, soque levemente 
a terra, deixando a superfície
do solo bem nivelada. N ão coloque 
mais terra, po is convém que a 
sementeira tenha uma pequena borda.
6 Para umedecer o solo, coloque 
a sementeira numa bacia com 
alguns centímetros de água. Em 
algumas horas a superfície do 
solo estará umedecida. Retire 
então a sementeira do recipiente 
com água e disponha soore dois 
pedaços de madeira a fim de que o 
excesso de água possa escorrer.
A
ki
ko
 
G
u
sh
ik
cn
CO M O SEM EAR
1. Comece espalhando cuidadosamente 
as sementes para não haver 
concentração de mudinhas em alguns 
pontos. Se elas forem grandes,
faça linhas sulcadas, distantes 2 cm 
uma da outra, e disponha as 
sementes no interior dos sulcos.
2. Peneire uma porção de terra para 
recobrir com uma leve camada
as sementes. Caso elas sejam muito 
pequenas, essa camada é 
dispensável: basta que você as 
misture com areia grossa (mais ou 
menos do tamanho das sementes) 
e peneire tudo sobre a sementeira.
3. Coloque na sementeira uma 
plaquinha com o nome da planta 
e a data da semeadura,
para que possa acompanhar melhor 
o desenvolvimento da mudinha.
4.Como o calor e a umidade são 
muito importantes para a 
germinação, disponha sobre a 
sementeira uma placa de vidro, 
apoiada em calços de madeira.
A função desses calços é
deixar a placa de vidro na posição 
adequada: se ela fica r alta 
demais, não atenua a evaporação; 
caso contrário, sufoca as sementes.
5. Cubra a sementeira com folhas 
de jornal. Elas qjudam a manter o 
calor e vedam a luz, que nessa 
fase do cultivo é prejudicial.
D epois que as sementes germinarem, 
retire as fo lhas de jom al.
6. O tampo de vidro deve ser retirado 
mais tarde, po is as mudinhas 
precisam se adaptar aos poucos ao 
ar livre. M as como, agora,
elas precisam de luz, limpe o vidro 
sempre que se form ar vapor de água.
511
C O M O A C E L E R A R O 
C R E SC IM E N TO U SAN D O 
L U Z AR TIF IC IA L
1. Quando se pretende desenvolver 
poucas mudas, basta um peitoril de 
jan ela e o trabalho de virar os 
vasos com freqüência para que
as mudas recebam luz por igual. Mas 
quando elas são muitas ou não se 
dispõe de janelas iluminadas, 
convém apelar para a luminosidade 
artificial. Para tanto, basta deixar 
as mudas sob o fo co de dois tubos 
fluorescentes, colocados a 15 
ou 20 cm dos vasos. Estes devem 
estar numa bandeja rasa, contendo 
um pouco de água e pedregulhos.
2. D epois de repicar as mudas 
para vasos individuais — o
que deve ser fe ito quando surgirem 
as prim eiras fo lhas verdadeiras — , 
eleve o fo c o de luz para 25 
ou 30 cm da superfície dos vasos. 
M antendo a luz ligada cerca de 
18 horas p o r dia, as mudas se 
desenvolverão homogeneamente. Você 
poderá construir um “acelerador ”, 
com o o dos desenhos, ou improvisar 
algo que produza o mesmo efeito.
das especiais para o cultivo de mu­
das, em lojas especializadas, ou 
usar lâmpada fluorescente co­
mum, rotulada como “branco 
frio”, “branco” ou “ luz do dia” 
(veja instruções abaixo).
Repicagem
Assim que as mudas apresen­
tarem seu primeiro par de folhas 
verdadeiras (não confundir com 
as folhinhas que aparecem 
quando a semente brota), já estão 
prontas para a repicagem, o que 
deve ser feito o mais rápido possí­
vel. Embora alguns jardineiros 
transfiram suas mudas para outras 
sementeiras, o melhor é transferi- 
las para vasos individuais, de 5 a
7.5 cm de diâmetro.
Encha o recipiente com terra 
de vaso até 1 cm da borda. Faça 
um buraco suficiente para aco­
modar o sistema de raízes (use 
um lápis ou uma varinha com 
ponta, girando-a para fazer um 
furo em forma de cone). Remova 
as mudas da sementeira uma a 
uma. Use para isso uma espátula, 
e providencie para que venha 
com as raízes uma pequena por­
ção do solo da sementeira. Isso 
evita que as raízes sequem.
Caso as raízes estejam muito 
entrelaçadas, bata o fundo da se­
menteira contra a superfície de 
uma mesa ou bancada, a fim de 
que o solo fique mais compacto. 
Em seguida, levante um grupo de 
mudas e coloque-o delicadamente 
sobre a superfície de trabalho: a 
terra se solta das raízes e as mu­
das se separam. Segurando a 
muda mais pelas folhas do que 
pelas raízes, disponha-a no bu­
raco aberto no interior do vaso 
preparado. Cuide para que ela 
não fique enterrada num nível 
superior ao que estava na semen­
teira (o peso do solo ao redor do 
caule poderá matá-la). Pressione 
o solo delicadamente em torno da 
planta, não tocando na haste. 
Deixe o vaso com a nova planta 
à sombra durante dois dias. De 
pois disso, leve-o para um local 
onde receba a luz direta do sol.
Quando as mudas atingirem 
cerca de 5 a 10 cm de altura já 
podem ser transplantadas para o 
local definitivo. Ou seja, você po­
derá mantê-las em vasos para 
cultivo em interiores ou trans­
plantá-las em canteiros previa­
mente preparados no jardim. 
Poucas semanas depois, elas esta­
rão florindo.
512
uitas plantas considera­
das anuais, não o são de 
fato. Em suas regiões de 
origem, elas podem ser plantas 
vivazes ou perenes. Transfor­
mam-se, porém, em anuais em 
virtude da mudança do clima. 
Por isso, podem ser multiplicadas 
por estacas de galho como alter­
nativa para o método de reprodu­
ção por sementes. Plantas típicas 
desse grupo são os gerânios, a 
maria sem-vergonha, a begônia- 
sempre-florida e os coléus.
A vantagem de reproduzi-las 
por estacas de galho consiste na 
diminuição do trabalho e na 
maior rapidez do processo.
Para obter uma boa estaca, es­
colha um galho sadio e comprido 
e retire, da extremidade, um pe­
daço com 5 a 15 cm de compri­
mento, cortando logo abaixo de 
um nó. Remova as folhas dos pri­
meiros 3 cm da extremidade infe­
rior e elimine qualquer botão ou 
flor existente na estaca.
Para enraizá-la, providencie 
um vaso de 15 cm de diâmetro e 
encha-o com uma mistura de par­
tes iguais de vermiculita e areia, 
ou, como alternativa, de com­
posto orgânico e areia.
Antes de plantar a estaca, con­
vém mergulhar 2,5 cm da extre­
midade inferior, previamente mo­
lhada, em hormônio em pó, para 
incentivar o desenvolvimento de 
raízes, mas. certifique-se de ter 
comprado o hormônio correto: 
alguns deles dificultam o enraiza­
mento ao invés de incentivá-lo.
Você pode colocar várias mu­
das para enraizar no mesmo 
vaso. Elas devem ser enterradas 
a uma profundidade de 2,5 cm e 
distantes umas das outras o sufi­
ciente para não ficarem amontoa-
Como 
enraizar 
estacas
O canteiro, à esquerda, em local
sem i-som breado,foi form ado
por marias-sem-vergonha vermelhas
e por ageratos azuis, que
contrastam com as brancas margaridas.
A s begônias sempre-floridas foram
aproveitadas num local ensolarado.
513
M U L TIPLICA Ç Â O POR 
E S T A C A S
1. Plantas vivazes cultivadas com o 
anuais podem ser multiplicadas por 
meio de estacas de galho.
Para isso, corte um pedaço de 5 a 
15 cm de com prim ento ju n to à 
extremidade da haste, logo abaixo 
de um nó. R etire as fo lhas 
que estiverem ju n to à base 
da haste. R em ova todas as flores.
2. Mergulhe a extremidade da estaca 
na água (cerca de 2,5 cm ) e depois 
em hormônio em p ó para 
prom over o crescim ento de raízes.
Se houver excesso de hormônio,
dê uma pancadinha na haste.
3. Prepare um vaso com material 
inerte (areia grossa, vermiculita 
ou com posto orgânico). Regue 
a mistura e f ix e as mudas numa 
profundidade de 2,5 cm. Firme o 
substrato ao redor da haste.
N ão perm ita que as fo lh as de uma 
muda encostem nas de outra.
4. Coloque o vaso com as mudas no 
interior de um saco p lástico 
transparente. D isponha algumas 
estacas a f im de que o p lástico 
não encoste nas folhas.
D eixe o vaso num local iluminado. 
Uma ou duas semanas depois, 
as raízes já terão se form ado.
5. Você poderá dispensar o saco 
p lástico se colocar um vasinho 
com água no interior do outro:
a água passa pelas paredes do vaso 
e mantém o substrato úmido. 
N aturalmente, você precisará tapar 
o fu ro de drenagem do vasinho.
6. Quando as raízes atingirem 2,5 cm 
de com prim ento (erga uma das 
mudas depois do tem po previsto 
para o enraizamento a f im de 
verificar se já estão com o tamanho 
requerido) estão prontas para
o plan tio num vaso definitivo.
514
das. O substrato de enraizamento 
deve ser firmemente apertado em 
torno de cada estaca. Em se­
guida, regue o vaso, mas tenha 
cuidado para não encharcá-lo.
Para manter a umidade e uma 
temperatura adequada, coloque o 
vaso com as estacas no interior 
de um saco plástico transparente.
Como regra geral, é desneces­
sário molhar o vaso novamente 
até que as novas mudas se enraí­
zem. Mas, se não for usado o 
saco plástico ou se ele não ficar 
bem vedado, a água poderá se 
evaporar e tornar necessária uma 
nova rega.
Caso não seja providenciada 
nenhuma cobertura de plástico, é 
uma boa idéia colocar um pe­
queno vaso de barro nointerior 
do vaso com as estacas (o furo de 
drenagem do vasinho deve ser ta­
pado com uma rolha). Mantendo
o vasinho cheio de água, ela se 
infiltra gradativamente, pelas pa­
redes porosas do vaso, no subs­
trato, mantendo-o com a umi­
dade necessária.
O recipiente de enraizamento, 
vedado ou não com o saco plás­
tico, deve ficar afastado de locais 
excessivamente iluminados, ou 
seja, um pouco de sombra é es­
sencial para as estacas se aclima­
tarem. Alguns dias depois, no en­
tanto, elas devem ser expostas à 
luz: um local bem iluminado, 
mas não sob luz direta do sol.
A maioria das plantas forma 
raízes depois de uma ou duas se­
manas. Nesse período, você deve 
levantá-las cuidadosamente do 
substrato e verificar se elas já es­
tão crescidas. Quando tiverem
2,5 cm de comprimento, as mu 
das já podem ser transplantadas 
para o local definitivo.
A maria-sem-vergonha (à esquerda) 
e os coléus (à direita) fa zem parte 
do grupo de plantas que se pode 
multiplicar anualmente pelo processo 
de enraizamento de estacas de galho.
515
A
br
il 
P
re
ss
A utilidade 
dos estuSins
Para garantir luminosidade e 
temperatura ideais para 
as sementeiras, convém construir 
estufins (foto e desenho 
abaixo). O tamanho padrão de um 
estufim é de 90 cm po r 1,8 m.
A parte de trás, que deve sempre 
ficar voltada para a face 
sul, deve ter de 50 a 90 cm 
de altura; a parte da frente, 
voltada para a fa ce norte,
35 a 70 cm de altura. O tam po pode 
ser de vidro ou veneziana de 
madeira (a segunda alternativa é 
mais indicada para locais 
muito luminosos). Se o tam po fo r 
de vidro, convém abri-lo um 
pouco nos dias muito ensolarados.
s mudas das anuais obti­
das a partir do cultivo 
de sementes requerem 
muito espaço, uma vez que não 
podem ser levadas diretamente 
para o jardim. E como, nessa 
fase, elas precisam ficar expostas 
à luz, os peitoris de janelas po­
dem ser insuficientes. A solução 
ideal, principaímente quando se 
deseja formar um canteiro relati­
vamente grande, consiste em lan­
çar mão de um estufim.
Os estufins são estruturas ge­
ralmente retangulares, com tama­
nho usual de 90 cm por 1,8 m, 
mas podem ser maiores ou meno­
res. A parte de trás da estrutura, 
que deve ser sempre voltada para 
o sul, deve ter de 50 a 90 cm de 
altura; e a parte da frente, de 35 
a 70 cm. Essa armação é coberta 
com vidro ou plástico transpa­
rente ou ainda veneziana de ma­
deira. As paredes laterais podem 
ser de alvenaria ou madeira resis­
tente, se se quiser uma estufa per­
manente. Mas um estufim barato 
e simples pode ser feito apenas 
com suportes de madeira e uma 
janela envidraçada.
No interior do estufim, acondi­
cionadas em vasinhos ou numa 
sementeira, as mudas resistem ao
inverno e recebem mais sol do 
que se estivessem no peitoril de 
uma janela. Como conseqüência, 
crescem mais robustas e capazes 
de se adaptarem com maior faci­
lidade quando transplantadas 
para o jardim.
Nesse meio tempo, seu único 
trabalho será o controle da tem­
peratura. Ela deve variar entre 20 
e 25°C durante o dia e não deve 
cair abaixo de 8°C durante a 
noite. Convém, pois, pendurar 
um termômetro dentro do estu­
fim, num local onde você possa 
vê-lo com facilidade através do 
vidro, mas, é claro, sem que o sol 
incida diretamente sobre ele.
Nos dias muito quentes e enso­
larados, levante o tampo do estu­
fim e calce-o com uma escora de 
madeira de modo a deixar uma 
fresta para circulação do ar. Por 
outro lado, nas noites frias, cubra 
o estufim com uma lona para 
manter o máximo de calor acu­
mulado durante o dia.
Quando a superfície do vaso 
ou da sementeira der mostra de 
estar ressequida, você deve re­
gá-la. Mas faça-o pela manhã, 
pois a umidade excessiva durante 
a noite pode propiciar o apareci­
mento de doenças e pragas.
516
posto orgânico. Espalhe essa ca­
mada com o ancinho, aprofun­
dando-a até 5 a 8 cm. Regue bem 
o canteiro, até ficar ensopado, e 
passe novamente o ancinho.
Espaçamento das plantas
Chega a ser surpreendente o 
esquecimento de muitos jardinei­
ros amadores a respeito das ne­
cessidades de espaço que têm as 
plantas. As florações espetacula­
res que aparecem nos catálogos 
acontecem, em grande parte, de 
vido à observância correta deste 
pressuposto: é necessário que
cada planta tenha espaço sufi­
ciente para desenvolver todas as 
suas potencialidades. Antes de 
plantar, consulte a Enciclopédia e 
verifique qual é o espaçamento 
necessário para a espécie que 
você pretende cultivar.
Conhecida a medida, um modo 
simples para distribuir as plantas 
consiste em traçar no canteiro 
um quadriculado baseado nessas 
distâncias. Por exemplo, se os 
exemplares adultos necessitam de 
20 cm de distância entre si, as li­
nhas do quadriculado devem es­
tar a 20 cm de distância umas 
das outras.
Q U A D R IC U L A D O PARA 
O E SPA Ç A M E N TO 
D A S P L A N T A S
1. A o plantar as sementes no canteiro, 
você precisa considerar o
espaço que cada espécie requer ao 
atingir a idade adulta. (Veja a 
Enciclopédia.) A seguir, trace um 
quadriculado baseado nas medidas 
necessárias. Meça as distâncias 
com uma trena e trace sulcos 
pressionando o cabo da enxada.
2. A s sementes devem ser plantadas no 
cruzamento das linhas. A s 
grandes podem ser dispostas com
as mãos, uma a uma. Cubra as 
na profundidade indicada 
na embalagem. A s pequenas não 
devem ser enterradas; você 
pode despejá-las diretamente do 
envelope. Mas tenha cuidado para 
não colocar sementes demais.
3. O quadriculado facilita também 
a capina: o que nasceu fora dos 
cruzamentos só podem ser ervas 
daninhas. Comece a capina 
por um dos lados do canteiro, 
limpando a área que terá que pisar 
posteriormente para prosseguir.
4. Elimine cuidadosamente as mudas 
mais frágeis, de form a a perm itir 
um desenvolvimento adequado 
aos exemplares mais vigorosos.
519
H
. 
T
ak
ad
a/
C
ol
eç
ào
 
A
lic
e 
C
ap
cl
ar
i
D evido aos m odernos m étodos de 
hibridação, as petúnias, 
nativas do Brasil, tornaram-se 
m uito populares. Elas podem ser 
cultivadas em vasos (página ao lado) 
ou em canteiros no jard im (abaixo).
Para marcar o quadriculado, 
use uma trena e, a cada 20 cm, 
pressione o cabo da enxada con­
tra o solo. para formar um sulco 
até a outra borda do canteiro, e 
assim sucessivamente (veja ins­
truções da página 519). Em cada 
cruzamento das linhas ponha 
uma muda ou algumas sementes.
O ponto de cruzamento das li 
nhas será de grande utilidade, 
pois você saberá onde as mudi- 
nhas deverão nascer, caso tenha 
semeado diretamente no canteiro. 
Tudo o que brotar fora desses 
pontos poderá ser eliminado sem 
receios.
Caso você pretenda plantar es­
pécies diferentes num mesmo 
canteiro, a demarcação da área 
que elas ocuparão fica um pouco 
mais complicada, principalmente 
quando se pretende formar mas­
sas coloridas.
Como semear
Se você não tiver condições ou 
interesse em desenvolver mudas 
para serem transplantadas poste­
riormente no jardim, poderá fazer 
a semeadura diretamente nos 
canteiros. É claro que com isso o 
risco é maior: o canteiro poderá
520
Com folhagem rendada, de cor 
verde-prateada, eflores intensamente 
coloridas, a papoula da-califórnia 
form a canteiros alegres e vistosos, 
como o da página ao lado, onde 
se utilizaram diferentes variedades, 
e o canteiro abaixo, no qual se 
deu preferência à variedade amarela.
apresentar algumas falhas; algu­
mas sementes podem nào germi­
nar; certos exemplares podem se 
desenvolver menos do que outros. 
Mas, se o terreno for bem prepa­
rado e o local oferecer boas con 
dições, os riscos diminuem e 
pode valer a pena arriscar.
A semeadura direta nos cantei­
ros é muito simples, mas requercertos cuidados. Você precisa 
distribuir adequadamente as se­
mentes, pois de nada adianta um 
quadriculado ou desenho para 
delimitar o espaço se houver con­
centração ou carência de semen­
tes em alguns pontos.
Lembre-se de que as sementes 
grandes devem ser colocadas nc 
palma da mão e dispostas uma a 
uma no canteiro. As de tamanho 
médio, como as de zínias, podem 
ser despejadas do envelope, mas 
com cuidado para que não se 
concentrem em demasia. Para 
isso, corte ou rasgue a borda 
superior do envelope. Com os de­
dos polegar e indicador pressione 
os lados para que ele se abra. In 
cline levemente o envelope em di­
reção ao chão, o mais próximo 
possível, e dê uma batidinha leve 
na parte de trás para que as se­
mentes deslizem para fora, aos
C O M O A U M EN TAR A 
P R O D U Ç Ã O D E F LO R ES
1. D epois que a mudinha se firm ou 
e está com vários pares de 
fo lhas, ela precisa de uma 
poda chamada "beliscada ”. Com 
isso, elimina se o ponteiro e a 
planta começa a se ramificar.
2. N ovos ramos surgem ju n to
à base das folhas, depois que 
o ponteiro tiver sido cortado.
3. Se o ponteiro não fo r cortado, 
ele continua a crescer sozinho.
A planta não desenvolverá mais 
ramos e produzirá menos flores. 
Se ''beliscada”, ela se abre e 
produz muitas flo res (à esquerda).
poucos. Quanto às sementes 
muito pequenas, misture-as com 
areia fina e espalhe a mistura nos 
cruzamentos.
A profundidade em que as se­
mentes devem ser dispostas de­
pende também de seu tamanho. A 
espessura do solo que as reco­
brirá nunca deverá ser maior do 
que elas. Se forem arredondadas, 
a camada de solo deve ser igual 
a duas vezes o seu diâmetro.
Logo após ter espalhado as se­
mentes, pressione o solo firme 
mente sobre elas, com as palmas 
das mãos ou com as costas de 
uma enxada. O resultado é a for­
mação de uma pequena depres­
são no local, que atua como re­
servatório de água, além de dei­
xar mais nítido o ponto em que 
elas foram plantadas.
Com um regador de crivo bem 
fino, regue abundantemente o 
local de plantio. Mantenha as se­
mentes sempre umedecidas até 
que germinem. Se o local do j a r ­
dim for muito ensolarado, cubra 
os canteiros com sacos de ania­
gem. Para mantê-los na posição, 
fixe-os com estacas ou pedras, 
nas bordas. Esta cobertura tem 
dupla função: protege contra a 
seca, retendo a umidade, e evita
que as chuvas fortes carreguem 
as sementes (lembre-se de que 
elas são plantadas muito próxi­
mas à superfície).
Assim que as sementes germi 
narem, retire a cobertura, caso 
contrário o sombreamento inibirá 
o desenvolvimento das mudas.
O cuidado com as mudas
As sementes das anuais, em 
sua grande maioria, levam duas 
ou três semanas para germinar. 
Três ou quatro dias depois, apa­
recem as folhinhas embrionárias. 
Tecnicamente, elas não consti­
tuem folhagem verdadeira, pois 
aparecem somente nesse estágio 
do desenvolvimento das plantas. 
Pouco depois, acima das embrio­
nárias, surgem as primeiras fo­
lhas verdadeiras.
Quando isso acontecer, você 
pode começar a tratar das planti- 
nhas. Isole as maiores e mais ro­
bustas, retirando as pequenas e 
frágeis, para que as primeiras se 
desenvolvam sem concorrência. 
Antes de arrancar as mudas pe­
quenas, molhe bem o solo e reti­
re-as com cuidado para não pre­
judicar as raízes das plantas dei­
xadas para crescer.
524
Uma semana depois, aproxi­
madamente, quando as plantas 
selecionadas já atingiram de 5 a 
10 cm de altura e desenvolveram 
vários grupos de folhas, elas es­
tão prontas para o processo de 
poda em que serão “beliscadas”. 
Essa operação também deve ser 
efetuada com mudas desenvolvi­
das em sementeiras, ou compra­
das em viveiros para serem trans­
plantadas em canteiros.
O “beliscão” consiste na reti­
rada do ponteiro. Essa providên­
cia é básica, pois força a planta 
a desenvolver ramos laterais e, 
como conseqüência, ela se torna 
cheia e muito produtiva (as flores 
das anuais, geralmente, se abrem 
na extremidade dos ramos). Exe­
cutar o “beliscão” é muito sim­
ples: com o polegar e o indicador, 
belisque e remova a ponta do 
caule, imediatamente abaixo do 
par superior de folhas.
A necessidade de apoios
Atingindo um terço de sua al­
tura total, as plantas de cresci­
mento alto ou de caules frágeis, 
como as esporinhas e os cosmos, 
precisam de apoio para resistirem 
aos ventos e chuvas fortes.
O suporte ideal para uma 
planta frágil, de altura pequena 
ou média, é um ramo seco com 
galhos finos. Eles devem ficar de 
10 a 15 cm abaixo da altura da 
planta adulta, de modo que ela os 
esconda depois de crescida.
Já as plantas altas precisam de 
estacas feitas de varetas de 
bambu, longas e finas. Sarrafi- 
nhos de madeira de 2 cm de es­
pessura podem ser usados como 
alternativa.
Essas estacas devem ser enter­
radas no solo até uma profundi­
dade de 25 cm e convém que fi­
quem 10 cm abaixo da altura da 
planta crescida. Precisam ser dis­
postas o mais próximo possível 
da planta, mas não tão juntas que 
possam ferir as raízes.
Plantas altas e com muitas 
hastes, como as esporinhas, de­
vem contar com uma estaca para 
cada exemplar. O caule deve ser 
atado ao suporte com nós tipo 8 
bem folgados. Para plantas que 
têm hastes muito delicadas, como 
os cosmos, o nó poderá ser preju­
dicial. Por isso, use fios cruzados 
em forma triangular para apoiá- 
las (veja ilustração abaixo). O fio 
verde para jardinagem é próprio 
para isso.
SU PO R TE S P A R A M A N TE R 
A S A N U A IS E R E T A S
1. Um ramo seco de galhos fin os 
fornece bom apoio para as plantas 
de caules frágeis. Se o ramo 
Jicar 10 cm abaixo da altura
da planta adulta, ele será 
totalmente escondido pelas folhas.
2. Plantas altas e esguias requerem 
estacas individuais, fixadas a 
uma altura média, como
se observa no desenho central.
3. Plantas de hastes delgadas, com o os 
cosmos, podem ser apoiadas
por uma arm ação de fio s que 
form em triângulos, segundo o 
esquema m ostrado na ilustração.
525
Cuidados 
importantes
A simplicidade das form as das 
zínias, anuais originárias do México, 
é compensada pela sua ampla 
gama de cores, que vai dos tons 
mais intensos aos mais pálidos.
ais do que a maioria das 
outras plantas, as anuais 
alcançam pleno desen­
volvimento com um mínimo de 
cuidados. De tempos em tempos 
você deve capiná-las com a mão, 
porque a enxada pode prejudicar 
as raízes. Capine a área quando 
o solo estiver úmido, para poder 
arrancar as ervas daninhas com 
mais facilidade. Não deixe de re­
gá-las, ocasionalmente, em espe­
cial durante os períodos de seca. 
Embora muitas plantas anuais se­
jam nativas de regiões áridas, 
aceitam a falta de umidade so­
mente por um tempo limitado. Se
voce notar que a terra em torno 
das plantas está secando, é hora 
de pegar a mangueira.
Como as plantas anuais devem 
ser molhadas delicadamente, con­
vém usar uma mangueira com 
um bocal de crivo fino, ou então 
uma mangueira especial que con 
siste em um tubo plástico triplo, 
perfurado em toda a sua extensão 
por orifícios pequenos. Outra al­
ternativa é o tubo de lona perfu­
rada, acoplado à mangueira co­
mum, através do qual a água 
vaza suavemente para o solo 
(veja ilustrações na página 528). 
Lembre-se de que uma boa rega,
mesmo a intervalos irregulares, é 
melhor do que regas diárias que 
apenas umedecem a superfície. 
Como para qualquer planta, a 
melhor hora para regar é de ma 
nhã cedo, para que as folhas pos­
sam secar durante o dia. Se você 
molhá-las à tardinha ou á noite, 
favorecerá o surgimento de doen­
ças causadas por fungos.
A importância das coberturas
Nas regiões secas e quentes, 
convém proteger as plantas com 
uma cobertura vegetal morta, que 
impedirá o sol de incidir direta­
mente sobreo solo, bloqueará a 
evaporação e reterá a umidade 
durante semanas, de modo a dimi 
nuir a freqüência das regas. Ou 
tra vantagem da cobertura é re­
duzir as ervas daninhas, por pri­
var suas sementes do sol de que 
necessitam para germinar. Você 
pode utilizar, como cobertura, 
materiais orgânicos como restos 
de folhas, palha, casca de amen­
doim ou de arroz, fibras de coco, 
serragem, etc. Espalhe uma ca­
mada de 2,5 cm de altura de um 
desses materiais sobre o canteiro. 
Coloque apenas 1,5 cm ao redor 
das hastes das plantas.
O crescimento rápido, a graciosa 
aparência das flores, que lembram as 
margaridas, e a folhagem delicada 
tornam o cosm os (abaixo) uma planta 
ideal para combinar com gramados.
527
M
ilt
on
 
S. 
Sh
ir
at
a/
A
br
il
 P
rc
?
P R O T E Ç Ã O E REG A
1. Para manter o solo úm ido em 
locais ensolarados, proteja-o 
com camadas de 2,5 a 5 cm de 
cobertura vegetal morta. Junto à 
base da planta, a camada pode 
ser reduzida, p o is esse local já
é parcialm ente sombreado.
2. C om o as mudas necessitam de 
regas delicadas, a melhor maneira 
de efetuá-las é usar uma 
mangueira perfurada e regular a 
pressão da água para que os 
borrifos sejam bem leves.
3. C om o alternativa para a 
mangueira perfurada, você pode 
acoplar um tubo de lona perfurada 
à mangueira comum de jardim . 
D essa form a a água penetra 
gradativam ente no solo.
Se você tem pouco tempo para 
a jardinagem, ou se dedica a ela 
apenas nos fins de semana, a co­
bertura vegetal morta ajudará 
você a obter lindas flores.
Entretanto, apesar de ser bené­
fica, a cobertura apresenta uma 
séria desvantagem: à medida que 
a cobertura se decompõe, os mi­
crorganismos do solo se multipli­
cam, esgotando o nitrogênio con­
tido na terra. Você percebe essa 
deficiência quando as folhas das 
plantas protegidas adquirem um 
tom verde-pálido. Nesses casos, 
convém aplicar uma dose auxiliar 
de nitrogênio. Uma maneira sim­
ples de suprir essa carência é uti 
lizar “ adubo lateral", termo em­
pregado para o fertilizante usa­
do nas colheitas em desenvolvi­
mento. Escolha um adubo rico 
em nitrogênio, como o de fór­
mula 12-8-5. Espalhe-o ao redor 
da base de cada planta, em um 
círculo pouco maior que a expan­
são de suas folhas (em geral as 
raízes se estendem ligeiramente 
além da expansão da folhagem). 
Mas não deixe que o fertilizante 
toque as hastes, pois ele pode 
queimar as plantas em cresci­
mento. Continue aplicando uma 
colher (café) por planta a cada 2
ou 3 semanas até que as folhas 
obtenham uma saudável cor ver- 
de-escura.
O mesmo fertilizante pode ser 
aplicado quando os botões come­
çam a mostrar a cor, pouco antes 
de desabrocharem. Nesse estágio, 
uma dose extra de nitrogênio in­
tensifica a cor das flores e pro­
longa o tempo de floração das 
plantas. Para isso você também 
pode utilizar o “adubo lateral”, 
ou optar pelo método da “aduba- 
ção foliar” , que consiste em mis­
turar o pó solúvel ou líquido con­
centrado com água e borrifar di­
retamente sobre as folhas. A adu 
bação foliar representa rápida 
fonte de energia e possibilita re­
sultados espetaculares, mas, em­
pregada inadequadamente, pode 
exaurir as plantas. Usado em ex­
cesso, o fertilizante foliar produz 
folhas enormes, não sendo muito 
aconselhável para as flores.
Qualquer que seja o adubo es­
colhido, você deve tomar o cui­
dado de aplicá-lo nas proporções 
indicadas pelo fabricante e nunca 
mais do que uma vez a cada 2 ou 
3 semanas. Lembre-se de que é 
melhor usar pequenas doses vá­
rias vezes do que sobrecarregar 
as plantas com doses maciças.
528
C a p í t u l o 4 5
ANUAIS 4
A s margaridas (acima) são anuais de fá c il cultivo e de grande beleza. Elas podem ser usadas 
para form ar grandes ou pequenos canteiros, que ficam sempre valorizados pela singeleza de suas cores 
Também se prestam para a secagem e prensagem, quando se pretendem arranjos com Jlores secas.
Plantas de vida curta, as anuais não sofrem o assédio intensivo das pragas 
e, geralmente, não são acometidas por doenças. Cuidando bem 
dos canteiros, mantendo-os limpos e livres de ervas daninhas, hastes e flores 
mortas, essa resistência natural aumenta ainda mais. Mas, como 
as anuais não estão imunes a esses males, convém prevenir-se contra eles.
Como 
combater 
pragas 
e doenças
Quando sadias, as anuais alegram 
os canteiros com flores quase 
perfeitas. Abaixo, um campo de 
margaridas; margaridas amarelas 
(abaixo, à direita); e a australiana 
perpétua rosa (à direita, embaixo).
epois que as mudas 
são transplantadas nos 
canteiros, as anuais rara 
mente dão muito trabalho. Por 
serem plantas de vida curta - 
geralmente elas não duram mais 
do que seis meses — , não sofrem 
com a mesma intensidade que as 
outras plantas o assédio das pra 
gas. E, quando cultivadas em lo 
cais adequados, não têm tendên 
cia às doenças.
Mas, infelizmente, elas não es­
tão inteiramente imunes a esses 
males. Por isso, é preciso man 
ter-se atento, pois, caso contrário, 
o trabalho com o planejamento 
do canteiro, o desenvolvimento 
das mudas e o cultivo poderão 
ser, senão perdidos, comprometi­
dos seriamente.
A melhor maneira de se evitar 
o aparecimento de doenças e pra 
gas é cuidar bem dos canteiros, 
ou seja, mantê-los sempre limpos 
e remover folhas, hastes e flores
mortas. Se aparecem sinais de 
que o jardim está sendo atacado 
por algum tipo de praga ou 
doença, você deverá tomar outras 
providências.
Nas épocas chuvosas e úmi 
das, por exemplo, há possibilida­
des de as anuais serem atacadas 
por vírus ou fungos. Eles se mani­
festam, geralmente, nas folhas 
das plantas, formando manchas 
feias e impedindo o desenvolvi­
mento normal das mudas.
Além disso, as anuais têm 
como inimigos muitos insetos. Os 
mais incômodos, provavelmente, 
são os pulgões. Também as lagar­
tas, vários tipos de besouros e um 
minúsculo membro da família 
das aranhas, conhecido por ácaro 
vermelho, costumam tirar pro­
veito das folhas e hastes macias 
das anuais.
Nos quadros das páginas 532, 
533, 534 e 535, há instruções 
para o combate das doenças e
530
pragas que atacam, com maior 
freqüência, as anuais. Mas antes 
de adotar medidas mais drásti­
cas convém solucionar os pro­
blemas de modo que as plantas se 
ressintam menos. Por exemplo, 
quando as pragas atacam em nú 
mero limitado, melhor é fazer 
uma catação manual do que eli­
miná-las com produtos químicos.
Os pulgões, por exemplo, po 
dem ser destruídos com jatos de 
água de uma mangueira de ja r ­
dim, pois, se forem derrubados 
das folhas, jamais conseguirão 
efetuar uma viagem de volta. (No 
entanto, você deve ter cuidado, 
pois um jato de água muito forte 
pode derrubar também uma 
planta frágil.)
Os besouros podem ser elimi 
nados com iscas (veja quadro das 
páginas 534 e 535) ou serem apa 
nhados manualmente e jogados 
no interior de uma vasilha com 
uma mistura de água e querosene,
onde se afogarão. Proteções de 
cartolina junto às hastes impe 
dem a aproximação das lesmas e 
caracóis (veja quadro das pági 
nas 534 e 535). As lagartas (tatu 
ranas), que se escondem durante 
o dia em tocas subterrâneas, po­
rém rasas, junto aos caules, po 
dem ser facilmente descobertas 
com o auxílio de uma vareta, e 
depois serem destruídas.
Esses métodos tradicionais, no 
entanto, podem ser inoperantes 
quando as infestações se agra 
vam, e, sendo assim, a solução 
ideal é a aplicação de produtos 
químicos. Mas convém que você 
distinga bem os praguicidas dos 
fungicidas.
A ação mais eficiente dos fun 
gicidas ocorre antes da manifes­
tação da moléstia, ou seja, têm 
maior eficiência preventiva. Por 
isso você deve recorrer a eles 
quando houver evidências de que 
seus canteiros de anuais possamA s hastes suculentas e as pétalas 
macias das anuais acabam por atrair 
as pragas, se não se cuidar bem 
dos canteiros. Abaixo, duas espécies 
de cosm os (branco e amarelo), uma 
haste de boca-de-leão e lobélia azul.
531
ser contaminados. Já os praguici- 
das devem ser usados depois da 
manifestação das pragas, pois 
atuam diretamente sobre os agen 
tes causadores, matando-os.
Esses produtos — praguicidas 
e fungicidas — são vendidos em 
lojas especializadas em jardina­
gem em fórmulas já prontas, es­
pecíficas para determinados pro­
blemas. Eles são embalados em 
latas, que devem ser agitadas an­
tes do uso, em recipientes plásti­
cos tipo “spray” ou vasilhames 
pressurizados.
Para as grandes aplicações, 
existem pós ou líquidos concen­
trados, que devem ser misturados
com outros ingredientes na hora 
da aplicação.
Antes de comprar esses produ­
tos, certifique-se de que sua fór 
mula contém os componentes in­
dicados para o extermínio das 
pragas que infestam o seu jardim 
(veja quadros). Use sempre a do­
sagem indicada nos rótulos, pois 
o excesso polui o ambiente, e 
quantidades reduzidas servem 
apenas para tornar os insetos 
mais resistentes ao veneno.
Quando você tiver que apelar 
para esses produtos químicos, 
tome cuidado. Lembre-se de que 
muitos deles são perigosos para o 
ser humano, podendo queimar a
DOENÇAS SINTOMAS
JM“ DAMPING OFF" 
(apodrecimento 
pela umidade)
0 excesso de umidade e a tem peratura baixa propiciam o aparecim ento de fungos 
que causam o apodrecimento da haste junto ao solo. As mudinhas tom bam e morrem.
MANCHAS
NAS FOLHAS ^ \
Manchas vermelhas, m arrons ou amarelas, de vários tamanhos, surgem nas folhas 
quando o tempo está úmido. As vezes, o tecido manchado cai, deixando furos 
na folhagem. As primeiras m anchas geralm ente são pequenas e aparecem 
nas folhas mais baixas. Com o tempo, form am-se grandes manchas irregulares.
'—
As plantas ficam recobertas por um pó branco ou cinza. As folhas, geralmente, 
se enrolam e secam, e os botões m urcham antes de se abrirem. A doença 
é provocada por fungos que se desenvolvem em locais úm idos e sombreados.
A
l-l RKl CiHM
Inicialmente, surgem nasfo lhas inferiores protuberâncias amarelas, laranja 
ou marrom-avermelhadas. As protuberâncias rebentam, especialmente quando 
chove, e a doença pode ser levada para outras plantas, pela água ou pelo vento 
A ferrugem prospera com maior facilidade nos dias úmidos e noites frias.
l iMURCHA / D ) Ocorre com maior freqúência nos periodos de seca. As fo lhas ficam moles, tornam -se amarelas ou marrons e caem prematuramente.Antes de diagnosticar a doença, verifique se o solo está úmido.
Se ele estiver, o problema é realm ente com a planta.
532
pele e ferir os olhos no momento 
da aplicação. Use, pois, uma 
roupa que cubra bem o corpo e 
proteja o rosto com um lenço. Há 
no comércio produtos que não 
causam danos aos seres huma­
nos, mas são capazes de matar 
pequenos animais domésticos, 
peixes, pássaros e abelhas.
Seja qual for o produto a ser 
usado, não faça aplicações em 
dias de vento, nem em momentos 
em que alguém esteja comendo, 
bebendo ou fumando nas proxi­
midades. Não os aplique em lo­
cais próximos a canteiros de ver­
duras, árvores frutíferas ou poços 
de água potável.
Depois de ter efetuado as apli­
cações, convém que você tome 
um bom banho, mas não o faça 
com água muito quente, o que 
abriria demais os poros. Ainda 
como medida de precaução, reco­
menda-se tomar um copo de leite 
depois das aplicações.
Feche bem os recipientes que 
contêm os produtos químicos e 
guarde-os em locais longe do al­
cance das crianças, pois, se inge­
ridos, eles provocam envenena­
mento. Entretanto, não tenha 
receio de usá-los quando for ne­
cessário. Tomando se todas as 
precauções apontadas não haverá 
perigo.
EXEMPLOS DE ANUAIS AFETADAS
C O NTR OLES
Q U ÍM ICOS
OUTROS M ÉTO D O S DE C O N T R O L E
açafates, amaranto, boca-de-leão, 
coléus, crista-de-galo 
onze-horas, petúnia, zínia
captan
ferban
fo lpet
zineb
Use mistura de solo estéril nas sem enteiras quando 
for desenvolver as mudas. No m om ento 
do transplante, assegure-se de que as mudas estejam 
no espaçamento recom endado para evitar 
o adensamento. 0 canteiro deve ter boa drenagem.
chagas, crista-de-galo, coléus, 
flox, malva-rosa, tagetes
captan
ferban
fo lpe t
maneb
zineb
Evite molhar excessivamente a fo lhagem . Elimine 
as fo lhas m ortas e machucadas, que 
podem provocar o aparecim ento da 
doença. Mantenha o canteiro sempre limpo.
agerato, centáurea, dália, 
ervilha-de-cheiro. flox, íberis, zínia
dinocap
fo lpet
enxofre
Evite o adensamento exagerado das plantas e os 
lugares particularm ente úm idos ou som brios.
agerato, boca-de-leão, calendula, 
cravo, malva-rosa, 
rainha-margarida, tagetes
ferban
maneb
zineb
Compre sementes de boa qualidade. Deixe, 
entre as plantas, espaço suficiente para 
boa circulação de ar. Evite 
m olhar asfo lhas mais do que o necessário.
boca-de-leão, dália, ervilha-de-cheiro,
maria-sem-vergonha,
miosótis, rainha-margarida, tagetes
Compre sementes de boa qualidade. Adube e regue 
as plantas regularmente a fim de obter 
um desenvolvim ento vigoroso. Embora 
nenhum produto qu ím ico possa con tro la r 
diretam ente a doença, o carbaryl 
impede a sua difusão por m eio de insetos.
533
PRAGAS DESCRIÇÃO SINAIS DE INFESTAÇÃO
1
PULGÕE S
Insetos em form a de pêra, geralmente 
sem asas. Podem aparecer 
nas cores verde, preta, amarela, 
marrom e rosa. Eles não 
ultrapassam 3 mm de com prim ento.
Os pulgões se fixam na página inferior das Jolhas, ao longi
das hastes, na base dos botões e, principalmente,
nos novos brotos. Eles sugam a seiva da planta, fazendo
as fo lhas se enrolarem, e tornam os botões e
brotos malformados. Soltam uma substância adocicada
e pegajosa, que atrai formigas. Podem
transm itir doenças provocadas por fungos ou bactérias.
CIGARR1NHAS
Inseto sugador alado, de corpo alongado, 
com 1,5 a 8 mm de com prim ento.
Pode aparecer nas cores verde-clara, 
amarela, cinza ou branca.
As cigarrinhas atacam na página inferior da folha, 
fazendo aparecer um pontilhado esbranquiçado na 
página superior. As bordas da folha se enrolam e parecem 
queimadas. Como os pulgões, podem transm itir doenças.
V 
© 
MOSCAS BRANCAS
Insetos sugadores de asas brancas. 
M uito pequenos (os maiores 
têm apenas 1,5 mm de comprim ento), 
eles são quase invisíveis 
quando ficam im óveis sobre a 
planta. Se perturbados, voam como 
uma fina poeira branca.
Sugam a página inferior das folhas, que ficam sarapintada 
de amarelo ou prateado, e chegam a cair. As moscas 
brancas segregam uma substância adocicada e bolorenta.
M m
BESOUROS
Grandes, de cor marrom, com cerca 
de 1 cm de com prim ento 
e hábitos alimentares noturnos, 
os besouros são os maiores 
inim igos das plantas anuais.
Mascam as folhas, as hastes e as flores, fazendo furos 
redondos ou irregulares, de tam anho considerável. 
Suas larvas se alimentam das raízes das plantas.
LAGARTAS
Gordas, de aparência suculenta, 
as lagartas sem pêlos têm de 2,5 a 
5 cm de com prim ento. Geralmente, 
elas são de cor amarronzada.
Durante o dia, elas ficam escondidas em tocas junto 
à superfície do solo. À noite, abandonam seus 
esconderijos para se alimentarem dos brotos 
e hastes próximas ao solo. Mas existem algumas 
espécies que sobem pelas hastes 
para se alim entarem das folhas, flores e botões.
ÁCAROS
M uito pequenos, os ácaros não 
podem ser vistos a olho nu.
Ao microscópio, pode-se notar que 
eles são semelhantes a uma 
aranhazinha, e podem ser vermelhos, 
verdes, brancos ou rajados.
Sugam a seiva dasfolhas, deixando pontilhados 
vermelhos,amarelos, verdes ou marrons. Formam teias 
prateadas na página inferior das folhas. Proliferam 
em locais quentes e com ar estagnado; por isso, 
suas vítim as são quase sempre plantas que ficam 
próximas a uma parede aquecida pelo sol.
LESMAS F. CARACÓIS
Ambos são moluscos. As lesmas têm 
de 2 a 1 2 cm de com prim ento. Não 
têm pernas e podem aparecer nas cores 
areia, cinza, marrom e preta.
Os caracóis têm de 1,5 a 4 cm de 
com prim ento e caracterizam-se 
pela concha protetora.
A lim entam -se à noite e nos dias úmidos e nublados. 
Atacam as fo lhas próximas ao chão, abrindo 
buracos e deixando uma trilha viscosa e prateada.
534
EXEM PLOS DE ANUAIS AFETADAS
CONTROLES
QUÍMICOS OUTROS MÉTODOS DE CONT R OL E
calêndula, chagas, cinerária, cosmos, cravo, 
ervilha-de-cheiro, esporinha, 
girassol, goivo, lobélia, maria-sem-vergonha, 
rainha-margarida, tagetes
m alathion Derrube os pulgões da planta com o jato 
de água de uma mangueira de jardim. 
Tome cuidado, porém, para não danificar 
a planta com a violência da água.
amaranto, calêndula, centáurea azul,
clárkia, dália, gerânio,
lobélia, rainha-margarida, tagetes
m alathion As plantas mais sensíveis devem ser 
protegidas por uma estrutura leve, 
coberta com gaze grosseira de algodão.
agerato, cinerária, coléus, rainha-margarida diazinon, m alathion Plante as mudas com espaçamentos adequados, 
a fim de que haja boa circulação de ar.
agerato, cinerária, coléus, cosmos, 
dália, rainha-margarida
carbaryl, m alathion Com as mãos protegidas por luvas, derrube 
os besouros em uma vasilha contendo uma 
m istura de água e óleo ou água e querosene.
cinerária, cravina, cravo iscas envenenadas Proteja as plantas com "co la rinhos" dispostos 
ao redor das hastes. Eles podem ser 
fe itos com tiras de cartolina de 8 a 1 0 cm 
de largura e 20 a 25 cm de com prim ento. 
Enrole-as em torno da haste e grampeie.
agerato, boca-de-leão, esporinha, 
gerânio, girassol, malva-rosa, 
petúnia, prímula, tagetes
dicofol, malathion, 
clorobenzilato
cinerária, malva-rosa, prímula metaldeído, 
iscas envenenadas
Use com o isca uma tigela com cerveja; 
as lesmas são atraídas e morrem 
afogadas. Contorne a borda interna 
do canteiro com uma muretinha 
de areia grossa, cinza ou calcário.
535
A técnica de secagem tradicio­
nal é muito simples: basta deixar 
as flores penduradas em varais 
para secagem ou cobri las com 
substâncias secantes, como areia 
ou bórax. O processo inicia-se no 
momento da colheita das flores.
Ao contrário das flores frescas 
para os arranjos em água, as fio 
res destinadas à secagem devem 
ser colhidas na hora mais quente 
do dia, a fim de perderem, já 
nesse momento, o máximo possí­
vel de água. Além disso, a co­
lheita só deve ser feita quando as 
cores das “pétalas” externas atin­
girem o apogeu, e antes que seus 
núcleos se abram.
Depois de colhidas as flores, 
todas as folhas devem ser removi­
das. Em seguida, elas devem ser 
juntadas em pequenos feixes, a ta­
dos com tiras de borracha, e pen­
duradas, de cabeça para baixo, 
num varal, no interior de um ar 
mário escuro e seco. Se o tempo 
estiver quente, depois de uma ou 
duas semanas, as flores já estão 
prontas para o uso. Contudo, se 
elas forem expostas em locais 
cuja umidade relativa do ar seja 
alta, as hastes poderão se curvar. 
Por isso, nào as deixe expostas 
antes de verificar se as condições 
atmosféricas são favoráveis.
Secagem com produtos químicos
Além das flores do tipo das 
sempre-vivas, muitas anuais fo­
ram submetidas ao processo de 
secagem. O êxito dessa prática, 
no entanto, era dificultado pelo 
método tradicional de secagem 
que, no caso dessas flores, provo­
cava a descoloração das pétalas. 
Esse problema foi resolvido com 
a introdução de um novo produto 
para secagem, a sílica gel.
Com isso, muitas flores das es­
pécies anuais podem ser secadas 
satisfatoriamente. Entre elas des-
A arte 
de secar 
flores
Abaixo, flores que ficam muito 
bem em arranjos secos: agerato (1), 
sempre-vivas, ainda no 
canteiro (2), e perpétua rosa (3).
efemeridade das flores 
sempre foi um problema 
para aqueles que gostam 
de aproveitá-las em arranjos. Os 
floricultores, ao longo do tempo, 
desenvolveram muitas técnicas 
para conservá-las e aumentar sua 
durabilidade, transformando-as 
em flores secas.
Algumas espécies, como a per- 
pétua-rosa, a imortal, a sempre 
viva, a estátice e a fior de palha 
sempre permitiram um aproveita 
mento maior, pois elas se trans­
formam em belas e duráveis flo­
res secas após um período de se 
cagem relativamente curto.
tacam-se o agerato, a boca-de- 
leão, a calêndula, a rainha mar 
garida, a centáurea azul, a crista- 
de-galo, o cosmos, a dália, a cra- 
vina, a esporinha, e a zínia.
A capacidade de absorção de 
umidade da sílica gel é muito 
grande: ela consegue absorver 
cerca de 40% de seu peso em 
água. Por isso, ela é usada indus 
trialmente para proteger instru 
mentos e aparelhos delicados 
contra a umidade. Na forma em­
pregada para a secagem de flores, 
os pequenos cristais básicos de 
sílica gel, semelhantes aos do 
açúcar, são misturados a cristais
maiores, impregnados com um 
composto de níquel. Estes últi 
mos apresentam coloração azul 
quando secos, mas ficam cor-de- 
rosa quando molhados. Esse fe­
nômeno facilita o usuário, pois a 
coloração rosada indica que a 
sílica já absorveu toda a água que 
podia. E como esse fenômeno é 
reversível, isto é, quando aque­
cida a sílica perde a água absor 
vida, você pode aproveitar nova 
mente o material.
Para isso, leve a sílica gel a um 
forno. Se você o regular para 
125°C, depois de 30 minutos os 
cristais tornam se azuis outra vez
CO M O SECAR FLORES
1. O método tradicional de secagem 
funciona muito bem para as 
chamadas sempre-vivas. Basta 
cortá-las quando as “pétalas "(na 
verdade flores) atingirem sua 
cor característica e pendurá las, 
em pequenos maços, num varal, 
no interior de um armário escuro 
e seco. Uma semana depois, já 
estão secas e prontas para o uso.
2. Se você quiser, poderá obter 
flores secas com hastes curvas.
Para isso, amarre as extremidades 
da haste num cabide de arame.
J. Para secar flores das plantas anuais, 
use sílica gel. Cubra o fundo de 
uma lata com uma camada de 4 cm de 
sílica gel, e disponha as flores.
4. A os poucos, coloque mais pó para 
cobrir inteiramente as flores.
Feche e lacre a lata com 
f ita adesiva. D epois de 4 a 7 dias, 
as flores já estão secas. Monte-as, 
então, em hastes de arame.
537
A s Bellisperennis, popularmente 
conhecidas como sempre-vivas, 
são flores anuais freqüentemente 
utilizadas na composição de arranjos 
de Jlores secas. Para secar as 
sempre-vivas, bastapendurá las em 
maços, de cabeça para baixo, 
dentro de um armário escuro e seco.
e já podem ser usados nova­
mente. Caso você não pretenda 
usá la imediatamente, guarde-a 
num recipiente hermeticamente 
fechado e em local seco, a fim de 
que ela não absorva umidade.
A secagem de flores com sílica 
gel não oferece maiores dificulda­
des. As flores secadas devem ser 
colhidas na hora mais quente do 
dia e as folhas das hastes preci­
sam ser eliminadas. Se as hastes 
forem muito frágeis, elas devem 
ser removidas também (neste 
caso, você deverá montar uma 
haste de arame para sustentar a 
flor depois de seca).
Providencie um recipiente para 
a secagem (uma lata de sorvete 
vazia é ideal para isso, se você 
pretende secar poucas flores) e 
disponha, no fundo, uma camada 
de sílica gel de 4 cm de espessura. 
Sobre ela, acomode as flores, 
com as pétalas voltadas para 
cima (veja página 537). Em se­
guida, polvilhe sílica gel em torno 
das flores, até que fiquem inteira­
mente cobertas.
Verifique se as flores nãoestão 
encostadas umas nas outras, e 
tampe o recipiente. Para maior 
garantia, lacre a tampa com fita 
adesiva. Coloque o recipiente
num local seco. Depois de quatro 
a sete dias, dependendo da espes­
sura das flores — as papoulas, 
por exemplo, secam mais de 
pressa do que as zínias — , as flo­
res estão prontas e podem ser re­
tiradas do recipiente.
Com uma escova de dentes, de 
cerdas bem macias, remova deli 
cadamente os cristais de sílica 
que estão sobre as flores. Caso 
você perca uma pétala, não se de­
sespere: uma gota de cola trans­
parente, aplicada com a ponta de 
um palito, poderá fixá la nova 
mente em seu lugar.
Prensagem de flores
A sílica gel também acelera a 
técnica de prensagem. Natural 
mente, as melhores flores para isso 
são as achatadas, como as papou 
las e as margaridas africanas. Elas 
devem ser colhidas quando atingi­
rem o apogeu de sua beleza. Neste 
processo, convém prensar as has 
tes separadamente, quando se pre­
tende usá las.
Comece por revestir uma tá 
bua com papel mata-borrão. So 
bre ele disponha uma camada de 
sílica gel. Em seguida, cubra essa 
camada com duas folhas de papel 
de seda sobrepostas. Coloque en 
tão as flores a serem prensadas. 
Sobre elas coloque mais duas fo 
lhas de papel de seda, outra ca ­
mada de sílica gel, mais uma ca­
mada de papel mata borrão e ou 
tra tábua com as mesmas dimen 
sões da primeira. Coloque o 
"sanduíche" no interior de um 
saco plástico. Sobre ele disponha 
objetos pesados, como tijolos e li­
vros. Por fim, lacre a abertura do 
saco plástico com fita adesiva, 
excluindo todo o ar possível. 
Após uma semana, as flores já es 
tarão prontas para serem usadas 
na confecção de marcadores de 
livros e quadros ornamentais.
M
ar
co
s 
M
r
C a p í t u l o 4 6
ANUAIS s
Na medida em que requer o jogo adequado das cores e o aproveitamento funcional 
e estético do espaço, o cultivo das anuais ultrapassa o campo da 
jardinagem, e, nesse momento, ganha relevância o aspecto decorativo. Com 
algumas noções sobre a teoria das cores, você poderá combinar as massas coloridas 
dessas plantas e criar, a cada ano, estilos diferentes para o seu jardim.
Produzindo flores constituídas p o r cores quentes, os tagetes (acima) são ótim os para form ar 
bordas de grandes gramados, quando se pretende quebrar a monotonia de uma área excessivamente 
verde. Eles também podem ser com binados com anuais de cores contrastantes ou análogas.
541
Um jardim 
colorido
cultivo de anuais só tem sentido 
em função de sua finalidade, ou 
seja, a produção de um grande 
número de flores em pouco tempo. E 
elas podem ser aproveitadas para o 
corte, a fim de se fazer arranjos em inte­
riores, ou para formar canteiros decora­
tivos no jardim. Nos dois casos, as cores 
das flores e sua disposição exercem pa­
pel fundamental.
Assim, o cultivo das anuais — de 
modo mais marcante do que no caso das 
plantas floríferas perenes — transcende 
a esfera da jardinagem pura e simples 
para ganhar um aspecto que poderíamos 
chamar de decorativo: uma decoração 
especial, feita com seres vivos. Por isso, 
o jogo adequado das cores e o aproveita 
mento funcional e estético do espaço se 
impõem no cultivo dessas plantas; e os 
canteiros precisam ser planejados de 
modo a se obter o efeito desejado.
Com suas flores ricamente coloridas, 
capazes de comporem massas densas e 
homogêneas, as anuais propiciam a re­
novação do jardim a cada ano, podendo 
valorizá-lo com pontos coloridos e ale­
gres. Dispostas em bordaduras, em 
torno de um ou mais lados do gramado, 
as anuais definem e realçam o espaço 
central. Podem também, como no jardim 
da foto ao lado, dividir uma área muito 
ampla, quebrando-lhe a monotonia e 
tornando os espaços mais aconchegan­
tes. São, ainda, excelentes para compor 
uma faixa de transição gradativa entre 
plantas de portes diversos.
Trabalhando com essas flores, como 
se fosse um pintor, você pode criar am­
bientes excitantes, calmos e tranqüilos 
ou ligeiramente alegres. Dê asas à sua 
imaginação.
542
. ï : V ,
4 ^ . V -
*0 . - . -
V ^
X \ l >
■i. . ' '
i *
Br? > ‘s*vi m <X * .
. ‘ 5 \- ' ’■ « '
<*
>
v «l£
\k ■ •
^ 4
*> ' • f •
9 H Í
#<v * + * * £
, h *v
i«;
» V « \ ;
* # * ' ' V 1- *>
;,W > ' - • ^ ’ /
r îjr i, . +t. X:‘. : :.y '- • • A •:..................................... ... • • •
543
Como 
combinar 
as cores
Numa área grande, você poderá 
adotar o esquema policrom ático, ou 
seja, misturar todas as cores, 
com o no jardim abaixo. Mas, se o 
canteiro fo r pequeno, o esquema das 
cores análogas (ao lado) fica melhor.
distribuição das anuais 
de acordo com suas co 
res é o segredo que está 
por trás de um belo jardim. E isso 
não depende apenas, como se 
pode pensar à primeira vista, do 
bom gosto. Existe uma técnica 
de combinação de cores que, 
quando usada com imaginação, 
produz efeitos surpreendentes.
Quando se pensa em jogar com 
as cores para obter certos efeitos, 
a primeira coisa a lembrar é que 
uma cor não é bonita em si 
mesma: sua beleza depende da re­
lação com outras cores. Uma cor 
pálida e quase sem brilho, como
o creme, pode parecer sem graça. 
Mas em determinadas relações 
cromáticas adquire um encanto 
especial. Já uma cor brilhante e 
vistosa, como alguns matizes de 
vermelho e amarelo, pode ficar 
destoante em certos contextos. É 
o que ocorre com arranjos forma­
dos com flores bonitas e dispostas 
num belo vaso, mas que não se 
integram ao ambiente.
A segunda regra a ser lem 
brada, quando se projeta um can­
teiro de anuais, é que as cores 
mudam a atmosfera do jardim. 
As tonalidades fortes de amarelo, 
vermelho, laranja, por exemplo,
são vivas e quentes. Quando pre­
dominam num jardim, criam um 
clima excitante. Já o verde, o azul 
e o violeta são cores frias e cal­
mas. Elas são ideais para propor 
cionar sensações de frescor, am­
plitude e tranqüilidade.
O disco das cores
As cores do espectro solar fo­
ram agrupadas em um círculo, o 
disco das cores. Dele podem ser 
extraídas todas as combinações 
possíveis entre as chamadas co­
res, primárias, secundárias e ter­
ciárias (veja ilustração abaixo).
As cores primárias — ama 
relo, um azul (tecnicamente cha­
mado ciano) e um vermelho (tec­
nicamente, magenta) — dão ori­
gem às outras. As secundárias 
são formadas pela mistura de 
partes iguais de duas primárias. 
Assim, magenta e ciano dão ori­
gem ao azul violeta; magenta e 
amarelo, ao vermelho alaran­
jado; e o verde é resultado da 
combinação de partes iguais de 
amarelo e ciano. As cores terciá 
rias são as intermediárias, que re­
sultam da combinação de primá­
rias e secundárias em proporções 
diferentes. Por exemplo, o la
O D ISC O D A S CORES
Com base no espectro solar, as 
cores foram agrupadas em um círculo 
denominado disco das cores. Com 
ele à mão, você poderá extrair todas 
as combinações de cores possíveis.
No centro do disco estão as 
cores primárias (1, 3, 5) e as 
secundárias (2, 4, 6). Amarelo, 
ciano e magenta são chamados 
de cores primárias porque originam 
as demais cores. A s secundárias, 
por exemplo, são form adas p o r partes 
iguais de duas primárias. A ssim , 
o verde é resultado da combinação de 
partes iguais de amarelo e ciano.
A mistura de uma primária com uma 
secundária produz as cores 
terciárias. O amarelo-limão, por 
exemplo, é resultado da combinação 
de amarelo e verde, com predom ínio, 
neste caso, da cor amarela.
545
O Tagetes patula (abaixo) é uma 
anual de grande riqueza 
cromática. Seus tons de laranja e 
amarelo, por serem cores 
análogas, suavizam em parte a 
intensidade dessas cores quentes.
ranja, o verde-amarelado, o ver- 
melho-arroxeado, etc.
A partir da posição dascores 
no disco, pode-se obter três tipos 
básicos de combinações: o es­
quema monocromático, o de co­
res análogas e o de cores comple­
mentares. No esquema monocro­
mático a combinação é feita com 
matizes diferentes de uma mesma 
cor (uma combinação de vários 
tons de verde, por exemplo). O 
esquema de cores análogas per­
mite a combinação de cores afins, 
ou seja, as que são vizinhas no 
disco das cores (por exemplo, a 
cor vermelha com tons alaranja­
dos ou arroxeados). Por fim, o es­
quema das cores complementares 
permite a combinação de cores 
que ficam diametralmente opos­
tas no disco (tons de amarelo 
com tonalidades de azul-violeta, 
por exemplo).
A hora de planejar o jardim
Ao esboçar no papel um can­
teiro de anuais (veja página 492), 
tenha à mão o disco de cores e 
decida o esquema a ser adotado 
(lembre-se de que as anuais podem 
formar massas coloridas com os 
mais diversos matizes).
548
O esquema monocromático, 
realizado com a combinação de 
matizes de uma mesma cor, per­
mite integrar homogeneamente as 
plantas de um jardim, mesmo que 
o tamanho e as formas delas se­
jam diferenciados. Essa homoge­
neidade confere ao ambiente um 
ar de tranqüilidade e calma, até 
mesmo quando se formam cantei­
ros com uma cor predominante 
mente vistosa, como o vermelho. 
Combinada com flores de cores 
próximas, como o vinho e o rosa, 
a intensidade das flores verme­
lhas diminui e todo o ambiente 
fica, por assim dizer, suavizado.
As cores análogas, representa­
das umas ao lado das outras no 
disco das cores, proporcionam 
sensações perceptíveis muito vivi­
das. Isso pode ser observado, por 
exemplo, nas pétalas da papoula 
que tem tons de laranja, magenta 
e amarelo. Esse colorido confere 
brilho e profundidade à superfície 
lisa das pétalas dessa flor. Ob­
serve, nas páginas 550 e 55 í, o 
efeito conseguido com massas de 
tagetes em cores análogas (la­
ranja e amarelo).
Canteiros em esquema mono­
cromático podem sugerir a idéia 
de movimento da sombra para a
Esta variedade de amor-perfeito 
(abaixo) contém em suas pétalas duas 
cores contrastantes (que se opõem 
no disco das cores). Por isso, 
ela form a uma massa colorida intensa, 
que causa grande im pacto visual.
549
H
. 
T
ak
ad
a/
C
ol
eç
ào
 
A
lic
e 
C
ap
el
ar
i
. - ♦
»,«i* *!•*■ _ - .* *■*•, * v^- • f ,#• î» ' . *'<ir *.-
■» .s ***»-*?00 • ** - , * * 7 ? * . í . 3 r ^ ' ^ " * • - * • >»/ - " , • .
. . ' . * • ■ ~ 5 * ' * ■ .' , - •. .. V ' ••
£ ;-»‘*** ;rf:
*%,
. í * * f • t f » ,* f - W r^* *
l < / ,
Á * » í "
A W ' r ^ v <
b
 ^ ;ih r
;■
§ fc ^ W 4 $ J
H
. 
T
ak
ad
a/
C
o
le
çà
o
 
A
lic
e 
C
a
p
e
la
rí
Um canteiro de flo res mim osas 
pode ler a sua delicadeza acentuada 
quando se usam flo res de 
cores pálidas, com o as esporinhas 
(abaixo), ou ser transformado 
em algo mais vivo com flo res de 
tonalidades mais quentes, com o os 
tons das cravinas (abaixo, à direita).
luz quando se dispõem as cores 
gradativamente das mais escuras 
para as mais claras. A percepção 
do espaço também é alterada 
quando se utiliza o esquema das 
cores análogas. Quando se dis­
põem os canteiros formando fai­
xas, as mais claras ficam, aparen­
temente, maiores do que as mais 
escuras, mesmo que na realidade 
elas sejam da mesma largura.
As cores que compõem o es­
quema das complementares, tam ­
bém chamadas de contrastantes, 
provocam grande impacto visual. 
Um canteiro de flores vermelhas, 
em meio a folhagens verdes, so­
bressai de modo intenso. O 
mesmo ocorre com as flores ro­
xas, distribuídas esparsamente 
num canteiro de flores amarelas.
Mas a aplicação pura e sim­
ples desses esquemas torna o ja r ­
dim muito esquematizado. Você 
deve adotá-los apenas como pa­
râmetros, para dar o tom ao am­
biente que pretende criar. Cabe 
muito bem, num jardim onde pre­
domina o esquema monocromá 
tico, um canteirinho com flores 
de cores contrastantes. Num con­
texto como esse, elas dão um to­
que sutil de alegria e aquele algo 
mais que você ambiciona.
552
C a p í t u l o 4 7
ANUAIS *
Quando o problema é cultivar em espaços muito limitados, terrenos 
em declive, terrenos rochosos, ou mesmo numa área muito extensa, a solução, às 
vezes, pode ser uma só: flores anuais, plantadas nos espaços 
entre as pedras, em jardineiras, canteiros construídos ou recipientes portáteis. 
Elas não darão muito trabalho e o resultado será surpreendente.
Nos jardins rochosos, as pedras funcionam como paredes que dificultam a erosão do solo pela água ou 
pelo vento. Para cultivar entre pedras, escolha plantas que, como a begônia sempre-florida (acima), apresentem 
um sistema de raizes pouco desenvolvido, já que a quantidade de terra disponível não será muita.
553
Alegre 
os pequenos 
espaços
m
Gerânios e begônias sempre-floridas 
são flores que podem ser cultivadas 
em espaços mínimos, como se vê 
na fo to da página ao lado. Abaixo, 
bordaduras de maria sem-vergonha.
escubra o que você quer 
cultivar, e cultive-o em 
grande quantidade.” 
Com estas palavras Lord Aber 
crombie, famoso cultivador in 
glês, aconselhava os jardineiros 
novatos. A frase aplica se tam 
bém ao jardineiro que tenta culti 
var flores em espaços limitados, 
seja em um terraço, seja em um 
pequeno jardim.
O êxito será completo se as flo­
res escolhidas forem as anuais. 
Nenhum outro tipo de planta 
combina melhor com espaços 
restritos e sob condições ambien 
tais nem sempre favoráveis.
As plantas anuais apresentam 
um sistema de raízes de pouca 
profundidade, e por isso reque­
rem pequena quantidade de terra, 
o que facilita o cultivo de diferen­
tes espécies delas num mesmo 
canteiro, jardineira ou vaso. O re­
sultado será surpreendente: lin­
das flores e variados matizes.
Quanto à luz, elas são pouco 
exigentes, desde que recebam al­
gumas horas de sol por dia. Sob 
essa condição, os tagetes, as petú 
nias e as zínias crescerão rapida­
mente. Se houver menor quanti­
dade de luz, como acontece no 
pequeno jardim da página ao 
lado, plante begônias sempre-flo­
ridas e gerânios.
Comparadas às outras plantas, 
as anuais são mais resistentes à 
poluição das grandes cidades. 
Enquanto arbustos, árvores e flo­
res perenes fenecem sob o efeito 
acumulado da fuligem e dos ga­
ses poluentes, as anuais conse­
guem sobreviver com facilidade. 
As plantas que brotam de semen­
tes frescas a cada ano florescem 
sem enfermidades e, devido à sua 
curta vida, são pouco vulneráveis 
às doenças comuns das plantas.
Os jardins de anuais podem ser 
idealizados em qualquer espaço. 
Mesmo com poucos conhecimen­
tos de jardinagem, as pessoas que 
dispõem de grandes áreas podem 
facilmente cultivar um ou mais 
canteiros repletos de flores anuais 
para decorar seus pátios.
Para quem mora em aparta­
mento, onde a área externa é res­
trita, algumas tinas de plantas 
anuais dispostas num pequeno 
terraço dão um toque primaveril 
ao ambiente.
Onde nada mais é possível, 
consegue-se um colorido todo es­
pecial e um efeito encantador 
com apenas uma jardineira colo­
cada na janela, repleta de petú 
nias, flores fáceis de cultivar.
554
0
Flores 
anuais na 
cidade
Petúnias brancas e vermelhas, 
tagetes amarelos, maria-sem-vergonha 
e begônia sempre-florida com põem 
o pequeno jardim , na cobertura de um 
edifício de 6 andares (abaixo).
Na página ao lado, petúnias alegram 
a fachada austera do edifício.
no centro das grandes 
cidades, onde cada centí 
metro quadrado de um 
apartamento deve ser aprovei 
tado, que as plantas anuais pro­
vam seu valor. Elas transformam 
um pequeno terraço, como o da 
foto abaixo, em um pequeno ja r ­
dim rochoso florido, ou embele­zam um velho edifício, como o 
que se vê na página ao lado, com 
jardineiras de janela cheias de pe­
túnias cor-de-rosa.
A maioria das plantas anuais, 
que florescem em amplos jardins, 
adapta-se facilmente à vida na ci­
dade e algumas variedades tor
nam-se as favoritas. O gerânio, 
por exemplo, ganhou a reputação 
de gutêntica “flor da cidade”, por 
se desenvolver bem, em vasos ou 
jardineiras, em praticamente 
qualquer lugar.
Zínias e tagetes, nas varieda­
des gigantes ou anãs, florescem 
profusamente se forem cultivados 
em um cantinho ensolarado. As 
delicadas petúnias, por outro 
lado, toleram as sombras projeta­
das durante parte do dia pelos 
edifícios vizinhos, ao passo que 
as begônias sempre-floridas flo­
rescerão em locais mais sombrea­
dos ainda.
556
Jardins 
portáteis
o redor das residências, muitas 
' vezes vê-se um pátio cimen­
tado tomando um espaço que 
poderia ser transformado em um pe 
queno jardim. Na realidade, a existên 
cia de uma churrasqueira no quintal 
não é motivo para que aí não se culti 
vem flores: basta que elas sejam d is 
postas fora dos locais de passagem, 
seja em canteiros construídos, seja em 
vasos ou jardineiras que possam ser 
transportados para onde se desejar.
Você pode conseguir efeitos maravi 
Ihosos com o cultivo de flores c plantas 
anuais em vasos, jardineiras ou tinas. 
A ilustração à direita mostra o que 
pode ser feito com recipientes portá 
teis, a fim de ampliar a beleza de um 
canteiro construído. Um vaso baixo, 
em forma de tartaruga, repete as begó 
nias sempre-floridas do canteiro sus 
tentado por uma mureta de tijolos apa 
rentes. Construído ao redor do tronco 
de uma árvore, o canteiro parte da área 
pavimentada para dentro do gramado. 
Em frente à porta envidraçada está co­
locada uma jardineira com tagetes 
amarelos e gerânios brancos. Montada 
sobre rodas, essa jardineira tem a van 
tagem de poder ser mudada de um lu 
gar para outro.
A ampliação visual do espaço pode 
ainda ser obtida por meio de combina­
ções coloridas dentro de um único reci­
piente, como se vê à direita, em cima. 
As cores vibrantes das cristas de-galo 
harmonizam-se com os tons de ocre e 
marrom do vaso. Além disso, o con­
junto é valorizado pela proximidade da 
massa de tagetes amarelos.
Uma tina rústica, coroada pela fo 
lhagem delicada do coléus, constitui 
outra sugestão original para recipientes 
portáteis (foto à direita, embaixo).
558
Jardins 
rochosos
ma solução adequada para pe 
quenas áreas em declive é a 
criação de um jardim rochoso. 
Ao mesmo tempo em que evitam a ero­
são do solo, as pedras funcionam como 
limites dos bolsòes de terra, onde po 
dem ser plantadas diferentes espécies 
de anuais.
Ao planejar um jardim rochoso com 
plantas anuais, selecione as de menor 
tamanho e que possuam reduzidos sis­
temas de raízes, isto é, plantas que pos­
sam sobreviver nas minúsculas áreas 
de terra entre as pedras.
O jardim da foto à esquerda é dormi 
nado por Godelia cor de-rosa. verme­
lhas e brancas. À esquerda encon 
tram-se bocas-de-leào vermelhas, ver 
benas roxas e urzes. Você pode obter 
um efeito semelhante com flores anuais 
adaptadas ã região em que você vive.
Uma sugestão para um jard im rochoso 
consiste na combinação de flores 
anuais miúdas e de cores vibrantes: 
massas de açafates brancos e duas belas 
variedades de amor perfeito (acima).
561
M
. 
T
ak
ad
a/
C
o
le
ça
o
 
A
lic
e 
C
a
p
e
la
ri
Jardins 
em 
declives
que faz um jardineiro quando 
o espaço de que dispõe para 
um jardim se estende por um 
declive? A solução é criar um minús­
culo jardim dentro do jardim.
O terraço ajardinado da foto ao lado 
foi cavado na rampa que existia atrás 
da casa. A parte restante do declive foi 
deixada para um jardim livre e infor 
mal, acessível por meio de degraus e de 
um caminho sinuoso. A parte plana 
que rodeia a área pavimentada apre 
senta, atrás e dos lados, muros de ar 
rimo em madeira, que evitam um desli 
/amento de terra e formam uma base 
rústica para os canteiros. Nesses can 
teiros construídos florescem plantas 
anuais selecionadas por sua aparência 
e fragrância: açafates brancos (à es 
querda. em primeiro plano), tagetes 
amarelos e petúnias.
A s begônias sempre floridas (foto acima), 
que florescem mesmo em locais levemente 
sombreados, constituem ótima escolha 
para o cultivo em pequenos jardins rochosos.
563
Si
lv
a 
Jr 
A
br
il 
Pr
cs
:
Abaixo, dois recursos simples, 
de grande efeilo: o jardim de anuais 
disposto no declive e as flores 
plantadas em recipientes portáteis 
distribuídos pelo terraço.
Na criação de um jardim em 
declive é importante que se provi 
dencie a contenção do solo por 
meio de muros de arrimo, porque 
a troca das plantas anuais dei 
xará o solo exposto e. se não hou 
ver essa contenção, ele poderá ser 
arrastado pela água, pela chuva e 
pelo vento.
Na residência da foto abaixo, 
implantou-se um jardim rochoso 
no declive, utilizando se as pe
dras para impedir a erosão do 
solo. A escolha das flores recaiu 
sobre espécies que se dão bem no 
Brasil: flox, amor perfeito, cha 
gas e açafates. Observe o efeito 
dos açafates plantados entre os 
degraus da escada, embaixo, à 
direita. No alto, uma solução 
simples: vasos com flores que 
dão um toque alegre e acolhedor 
ao terraço e à escada que conduz 
à piscina.
M u a o M i
C a p í t u l o 4 8
FLORES DE CORTE.
As flores colhidas no jardim, para a composição de arranjos em vasos, 
podem ter sua vida bastante prolongada, se o corte for cercado de certos cuidados, 
como o uso de instrumentos bem afiados e a observação dos horários 
mais convenientes. Para que as flores conservem a maior quantidade possível de água, 
deve-se cortá-las pela manhã, bem cedo, ou então, no fim da tarde.
A s anuais constituem a maioria das flo res utilizadas para corte e proporcionam duplo prazer 
aos seus cultivadores: alegram o jardim e embelezam o interior da casa. Elas não prejudicam o colorido do jardim , 
pois, quanto mais cortadas, mais florescem . Acim a, em primeiro plano, bocas de-leão em várias cores.
565
Sh
os
ta
l 
A
ss
oc
ia
te
s
A
br
il 
P
re
ss
As flores 
de corte
N ativas do M éxico, as dálias são 
flo res de corte muito 
populares no Brasil. Apresentam 
tão grande variedade de form as, 
cores e tamanhos, que estão 
agrupadas internacionalmente 
em nada menos do que 16 categorias.
rande parte das flores 
usadas para corte pro 
vêm de plantas anuais, 
que proporcionam um prazer du­
plo: alegram seu jardim e embele­
zam o interior da casa.
A maioria dura quase uma se 
mana no vaso, e algumas espé­
cies, como zínias, calêndulas, 
margaridas e crisântemos, podem 
permanecer frescas e bonitas por 
quinze dias. Certas plantas 
anuais são até apreciadas indefi­
nidamente, em forma de flores se­
cas. O melhor é que nenhuma de­
las rouba a cor dos jardins por 
que, quanto mais são cortadas, 
mais florescem.
As flores continuam a se de 
senvolver nos vasos, e sua vida 
pode ser prolongada pelo tipo de 
corte e por cuidados apropriados. 
Elas devem ser colhidas antes 
de desabrocharem totalmente, 
quando os botões estão abertos 
até a metade ou até três quartos. 
No caso das flores que se abrem 
em cachos, como a íberis, colha 
aqueles em que só a metade dos 
botões tenha desabrochado; os 
restantes se abrirão mais tarde na 
água, dentro de casa. Zínias, dá 
lias, ou rainhas-margaridas, cujo 
desenvolvimento cessa pouco de­
pois de colhidas, devem ser apa­
nhadas assim que se abrem, e 
nunca em botão.
Sempre que possível, corte as 
flores logo acima de um ramo la 
teral em que uma flor esteja se 
formando; isso estimula o apare 
cimento demais botões. Faça o 
corte com um canivete bem 
afiado ou tesoura de jardinagem 
de duas lâminas, para não esma 
gar nem machucar as hastes.
Como conservar a umidade
Entre as inúmeras funções de 
sempenhadas pela água na planta 
incluem-se duas muito importan 
tes: transportar alimento para as 
células e torná-las túrgidas. O au­
mento de tamanho das células é 
que mantém a planta ereta; sem 
água ela murcha e morre.
Você deve colher as flores de 
manhã ou no fim da tarde, pois 
as hastes murcham rapidamente 
se cortadas ao sol do meio dia, 
quando estão perdendo água. 
Conserve algumas folhas como 
fonte de energia, e retire as folhas 
inferiores, pois elas e as flores 
continuam a transpirar mesmo 
depois de colhidas. Por esse mo­
tivo, convém que as hastes corta 
das sejam mergulhadas rapida 
mente na água.
Muitos pensam que a água fria 
é o ideal para refrescar as flores, 
e esquecem-se de que o processo 
vital dos vegetais, como o de to­
dos os seres vivos, é estimulado 
pelo calor moderado, e diminuído 
pelo frio. Quando você for ao jar 
dim apanhar flores, leve um balde 
com água morna, numa tempera 
tura entre 38° e 45°C. Mergulhe 
cada haste na água, logo depois 
de cortá-la. Em seguida, colo­
que-o em um lugar frio, e só ar 
rume as flores no vaso após duas 
horas. Isso fará com que elas du 
rem mais, pois é a combinação 
da água quente em torno das has­
tes com o ar frio em volta das fio 
res que realiza o fenómeno: as 
flores cortadas absorvem água 
mais depressa do que a perdem.
C uidado com as folhas e hastes
Ao arrumar o vaso, retire to­
das as folhas que permanecerão 
abaixo da linha da água. Quando 
deixadas, elas se decompõem e, 
além de provocar odor desagra­
dável, turvam a água com bacté­
rias e entopem os tubos conduto­
res de água da haste, apressando
o fim da flor. Nesse momento 
você precisa cortar novamente as 
pontas das hastes, com um ins­
trumento bem afiado, a fim de 
não esmagá las e assim compri­
mir as células, dificultando a en­
trada da água.
Algumas flores necessitam de 
um tratamento especial. Dálias e 
papoulas, por exemplo, devem ser 
fechadas na extremidade das has­
tes, pois gotejam um líquido que 
se coagula nas pontas cortadas, 
entupindo os tubos que absorvem 
a água. Para estancar o vaza­
mento, cauterize as extremidades 
das hastes com uma chama de 
gás ou fósforo, ou mergulhe-as 
momentaneamente em água fer 
vendo. Se escolher o último mé
todo, mantenha a extremidade 
superior da haste floral afastada, 
mergulhando-a obliquamente, e 
fazendo penetrar na água apenas
I a 1,5 cm.
Prolongue a vida das flores
Há incontáveis receitas para fa­
zer com que as flores durem mais. 
Contudo, a maioria não passa de 
simples crença. A prática de colo­
car um comprimido de aspirina na 
água não traz prejuízo, mas tam­
bém não faz qualquer efeito. Al 
guns hábitos muito divulgados, 
porém, às vezes podem até causar 
danos. Algumas pessoas afirmam,
Com suas flo res miúdas e hastes 
delicadas, as esporinhas devem ser 
colhidas quando apenas metade das 
flo res da haste estiverem abertas.
Nas páginas seguintes, arranjo 
com bocas-de-leão, nicotianas brancas 
e dálias de miolo amarelo.
567
A
br
il 
Pr
es
:
Abaixo, à direita, um arranjo 
com heliotrópios, nicotianas e 
rainhas-margaridas nas cores rosa e 
roxa. A s anuais fornecem 
excelentes flores para vasos tanto 
frescas quanto secas, como as que 
compõem o arranjo à esquerda.
por exemplo, que o açúcar pro­
longa a vida das flores. É verdade 
que ele dá energia às plantas, 
quando constitui um dos ingre­
dientes de produtos próprios para 
preservá-las. Mas o açúcar sozi­
nho estimula o crescimento de 
bactérias que entopem os vasos 
condutores das hastes. Os produ­
tos destinados a prolongar a vida 
das flores cortadas possuem com­
ponentes que controlam o desen­
volvimento desses microrganis­
mos, além de açúcar (que fornece 
energia) e sais metálicos (que 
mantêm a cor das pétalas).
A maioria dos produtos para 
preservar flores realmente ajuda 
as plantas. Contudo, nada benefi­
cia mais a duração das flores do 
que um vaso bem limpo. Verifique 
se o recipiente está livre de qual­
quer sujeira deixada pelo arranjo 
anterior, e, feito o arranjo, acres­
cente água diariamente, a uma 
temperatura variável entre 38° e
45°C. Se você tiver tempo, o me­
lhor é trocar toda a água do vaso. 
Mantenha-o distante de correntes 
de ar e da luz muito forte do sol, 
porque ambas aceleram o pro­
cesso de transpiração.
Como escolher flores 
para os arranjos
Não é necessária uma ampla 
seleção de flores para fazer arran­
jos atraentes. Um vigoroso con­
junto de crisântemos amarelos, 
por exemplo, produz um ótimo 
resultado. Multiplicidade de co­
res e diversos tipos de flores tam ­
bém criam harmonia e contraste. 
Se você optar por flores de uma 
só cor, utilize tamanhos, texturas 
e formas de diferentes espécies: 
para um arranjo em azul, reúna 
variedades azuis de esporinhas, 
centáureas e agerato. Você tam ­
bém pode conseguir belíssimos 
efeitos ornamentais por meio da
570
mistura de uma mesma espécie de de água, torna-se suficientemente
flor, em várias cores, como no ar- suave para qualquer haste. Para
ranjo de ervilhas-de-cheiro apre- maior facilidade, faça furos na
sentado á página 587. espuma com um lápis.
A escolha do vaso
As flores de corte disponíveis 
para arranjos apresentam vários 
tamanhos, formas e cores. Para 
cada espécie de flor ou for­
mato de arranjo use o recipiente 
adequado: um jarro, vaso ou até 
uma terrina. As papoulas de has­
tes curtas, por exemplo, condi­
zem com recipientes pequenos e 
baixos, como um açucareiro, en­
quanto os girassóis, bocas-de- 
leào e gladíolos, de longas hastes, 
ficam melhor em vasos mais altos 
e sólidos. Evite peças muito orna­
mentadas com linhas complexas 
ou decoração trabalhada, porque 
elas chamam demais a atenção e 
diminuem o efeito decorativo das 
próprias flores.
Escolhido o vaso, verifique se 
ele é suficientemente fundo para 
que a água cubra a ponta das 
hastes, pelo menos de 2,5 a 5 cm. 
Os vasilhames de boca larga têm 
a vantagem de não apertar as 
hastes. Além disso, neles as flores 
ganham mais graça, pois as has­
tes se curvam com naturalidade, 
ao invés de se apresentarem rigi­
damente eretas.
Existem vários tipos de supor­
tes para facilitar a execução de 
arranjos florais. Você pode ad­
quirir aquele pesado bloco de 
metal com pontas de agulha, em 
que as hastes são espetadas. 
Também é possível optar por 
uma bola de tela de arame amas­
sado, acessório bem mais barato 
por ser feito em casa. Mas, sem 
dúvida, o suporte mais prático 
continua sendo o bloco de es­
puma de plástico, que você corta 
com uma faca para acomodar no 
fundo do vaso. Quando saturado
Flores na casa inteira
Com um pouco de imaginação, 
você consegue compor belos ar 
ranjos para todos os aposentos de 
seu lar. Uma tigela de papoulas 
na mesa de café, por exemplo, 
alegra a cozinha sem ocupar es­
paço. Um arranjo na mesa de ca 
beceira do quarto refresca o am­
biente com delicado perfume.
Uma outra idéia é colocar um 
arranjo de flores como enfeite 
central da mesa de refeições ou 
da mesinha colocada diante do 
sofá da sala.
Colocando flores por toda a 
casa, você criará um ambiente 
aconchegante e agradável, tra­
zendo os prazeres do jardim para 
mais perto de você.
Quando se pretende compor um arranjo 
informaI para obter uma vigorosa 
exibição de cores, pode se escolher 
um conjunto de flores da mesma 
espécie ou optar por uma combinação 
de diferentes espécies, como 
calêndulas e margaridas (abaixo).
As belas 
formas 
das dálias
A esquerda, um buquê compacto de 
dálias anãs, enfeitando 
uma cozinha, sem ocupar muito 
espaço. A direita e na páginaao 
lado, diferentes variedades de 
dálias cultivadas em pleno sol.
ativas do México, as dá 
lias só mereceram a aten 
çào dos floricultores de­
pois de introduzidas na Europa, 
em 1789. No Brasil essas flores 
estão entre as preferidas.
Há dálias em todas as cores, 
com exceção do azul-claro. As 
flores miniaturas mal alcançam 
2,5 cm de diâmetro, enquanto 
que as gigantes podem atingir até 
30 cm. Todas elas começam a de 
sabrochar a partir do meio do ve­
rão, fornecendo cores vibrantes 
ao jardim e ótimas flores de corte 
para os vasos. As plantas cres­
cem de raízes tuberosas, chama 
das tubérculos. Essas raízes en 
grossadas armazenam reservas 
para o crescimento da planta e a 
cada outono encerram um ciclo 
vegetativo.
As dálias cultivadas atual 
mente são híbridas de diversas es 
pécies nativas do México e apre 
sentam tal variedade de formas.
cores e dimensões, que se encon 
tram agrupadas em nada menos 
do que 16 categorias diferentes.
A classificação das dálias 
parte das características da flor. 
na verdade uma inflorescència 
(conjunto de flores), onde cada 
pétala é na realidade uma flor. As 
dálias pertencem à família das 
compostas, da mesma forma que 
as margaridas, calendulas e giras 
sóis. Todas essas flores apresen 
tam o mesmo tipo de inflorescén 
cia (chamada capítulo). Assim, o 
que chamamos de flor da dália é 
um conjunto de flores em forma 
de línguas, sem pedúnculo (cabi 
nho). Essas flores ficam inseridas 
num eixo dilatado, que nós cha 
mamos de “ miolo’' da flor, e que 
recebe o nome botânico de disco.
Cada uma das categorias de 
dálias descritas a seguir tem uma 
denominação própria, abreviada 
em uma sigla internacionalmente 
reconhecida.
Abaixo, dálias das categorias anã 
miniatura (à esquerda) e pom pom 
(à direita). A dália-anã apresenta 
apenas uma carreira de "pétalas ”, 
e a dália-pompom é quase esférica, 
com grande número de “pétalas
A n — As dálias-anémona apre 
sentam as flores centrais do capí­
tulo em forma de tubinhos, cir 
cundadas por uma única carreira 
de “pétalas” achatadas irradian­
do-se para fora.
Ba — As dálias-bola têm capítu 
los esféricos, com 10 cm ou mais 
de diâmetro, e as “pétalas” são 
curtas, bem juntinhas.
C — Dálias com “flores” pareci­
das com as flores dos cactos: 
apresentam grande quantidade de 
“pétalas” , muitas das quais em 
forma de tubinhos ocos. Em algu­
mas regiões do Brasil, essas dá­
lias são conhecidas popularmente 
como crisandálias.
IC — As dálias-cacto-encurva- 
das apresentam “flores” pareci­
das com as da categoria C, mas 
com “pétalas” curvadas para 
dentro, em vez de para fora.
SC — As “pétalas” das dálias- 
semicacto têm só a extremidade 
em forma de tubinho.
St-C — As dálias-flor-de-cacto 
têm “pétalas” eretas, tubulares 
desde a extremidade até mais da 
metade de seu comprimento.
CoII — As “flores” das dálias 
Collarelte apresentam uma única 
carreira de “pétalas” irradian­
do-se para fora, ao redor de uma 
carreira interna de “pétalas” pe­
quenas, freqüentemente em cor 
contrastante, a qual circunda o 
centro aberto da flor.
D w f — As plantas das dálias- 
anãs alcançam até 80 cm de al­
tura e produzem grande número 
de “flores” formadas por uma 
única carreira de “pétalas” .
FD — As numerosas “pétalas” 
das dálias form ais decorativas 
apresentam igual comprimento e 
uma disposição simétrica.
ID — As dálias informais deco­
rativas compõem-se de grande 
número de “pétalas” longas, 
quase sempre torcidas e desigual­
mente distribuídas.
574
R
ob
er
to
 
W
o
lf
en
so
n
/A
b
ri
l 
P
re
ss
M — As chamadas dálias minia 
turas produzem “flores” em to­
dos os formatos, exceto bola e 
pompom, mas com apenas 6 a 11 
cm de diâmetro. As plantas rara­
mente crescem além de 1,2 m. 
M Ba — As dálias-bola miniatu­
ras apresentam “flores” seme 
lhantes às da categoria Ba (dá- 
lias-bola), porém com diâmetro 
inferior a 10 cm.
Pom — As “pétalas" das dálias- 
pom pom sào abundantes como 
as das dálias-bola, mas as “flo­
res” não sào tão arredondadas, e 
a maioria delas mede cerca de 5 
cm de diâmetro.
O — As dálias-orquídea apresen­
tam “flores” em forma de estrela. 
As “pétalas” longas curvam-se 
para trás nas extremidades.
P — Os centros abertos das dá 
lias-peônia apresentam-se circun 
dados por 2 ou 3 carreiras de 
“pétalas”, geralmente torcidas ou 
enroladas.
S — As “flores” das dálias singe 
las têm centros abertos, circunda 
dos por uma carreira de “péta­
las” que se irradiam para fora.
Como cortar dálias
Para que as dálias durem bas­
tante depois de cortadas, convém 
ter alguns cuidados e precauções. 
Como a seiva que goteja na hora 
do corte se coagula e entope os 
tubos condutores de água, tor­
na-se necessário aplicar um trata 
mento especial às extremidades 
da haste, para evitar que isso 
aconteça. Uma solução consiste 
em mergulhar 3 cm da ponta da 
haste em água fervente, imediata 
mente após o corte, conservando 
as flores longe do alcance do va­
por. A alternativa para esse pro 
cedimento é queimar rapida­
mente as pontas das hastes com 
a chama de uma vela, fósforo ou 
isqueiro.
A dália-flor-de-cacto caracteriza-se 
por suas "pétalas"tubulares 
(à esquerda). A s dálias-anêmona 
apresentam "pétalas "centrais, em 
form a de tubinhos, circundadas 
por "pétalas "achatadas (à direita).
A
br
il
 
P
re
ss
A
br
il 
Pr
es
s
Para maior durabilidade, as dálias 
destinadas aos arranjos devem 
ser cortadas quando estiverem ainda 
entreabertas, como a da fo to 
abaixo. Elimine os botões laterais, 
deixando só uma flo r po r haste.
Corte apenas as dálias já aber 
tas e, antes de acomodá-las no 
vaso, elimine eventuais botões la­
terais, deixando apenas uma flor 
em cada haste.
Como cultivar as dálias
Os tubérculos, raízes engrossa 
das das dálias, são conhecidos 
popularmente como “ batatas”, 
pois realmente se assemelham a 
elas. A divisão das “ batatas” 
constitui o processo mais conhe­
cido e também o mais simples de 
se multiplicar dálias, de forma a 
obter uma planta com as mesmas 
características da planta mãe.
A melhor época para o plantio 
dos tubérculos vai de meados ao 
fim do verão, isto é, abrange os 
meses de janeiro e fevereiro. 
Cada tubérculo deve estar acom 
panhado de uma porção do caule 
original, onde estão as gemas que 
formarão a nova planta.
Disponha os tubérculos deita­
dos em covas de 15 cm de pro 
fundidade e cubra os, inicial 
mente, com apenas 5 cm de terra, 
conforme instruções da página 
89. À medida que os ramos forem 
aparecendo, coloque mais solo, 
pouco a pouco, até encher a cova. 
Mantenha uma distância de 40 
cm entre os tubérculos, aumen­
tando-o até 80 cm para as varie­
dades maiores .
A mistura de solo ideal para as 
dálias compõe-se de 5 partes de 
terra comum, 4 partes de esterco 
bem curtido e 1 parte de areia la 
vada de rio. Acrescente à mistura 
um fertilizante de fórmula 
0 20-20, nas proporções indica­
das na embalagem. Quando as 
plantas começarem a crescer, 
adube-as com um fertilizante 
6 12 6, incorporando-o à superfí 
cie do solo e irrigando em seguida. 
Repita a operação a cada 30 dias, 
até o término da floração.
Os caules herbáceos das dá 
lias, por seu rápido crescimento, 
apresentam-se às vezes excessiva­
mente frágeis. Nessfs casos será 
necessário providenciar tutores 
para apoiá los. Em áreas onde 
venta muito, é comum os jardi 
neiros retirarem os ponteiros das 
plantas, a fim de obter plantas 
mais baixas e mais fortes.
Se você pretende obter mudas 
de dálias, espere o final do pe 
ríodo de florescimento e então de­
senterre os tubérculos (“bata 
tas” ), juntamente com um pedaço 
do caule. Deixe-os secar por a! 
gumas horas e armazene-os por 
todo o período do inverno. Forreuma caixa de plástico, disponha 
nela os tubérculos e preencha os 
espaços entre eles com esfagno 
ou vermiculita. Mantenha a caixa 
em um local seco e arejado, até 
que os tubérculos comecem a 
brotar, na primavera, e possam 
então ser divididos e plantados.
C a p ít u l o 4 9
FLORES DE CORTE,
Em quase todos os países do mundo, os cultivadores profissionais 
reservam grandes áreas à produção de flores de corte, destinadas à comercialização. 
Embora algumas delas como, por exemplo, os crisântemos, exijam 
cuidados muito especiais, outras, como a íberis, a ervilha-de-cheiro e o tagetes, 
podem ser facilmente cultivadas nos jardins residenciais.
Flores de corte de excepcional beleza, os crisântemos só podem ser cultivados com sucesso sob 
condições de iluminação, umidade e temperatura extremamente controladas, de ta lform a que sua produção fica restrita 
aos profissionais. Acim a, campo de crisântemos de uma grande companhia produtora, no Estado de São Paulo.
577
Crisântemos
Cultivados apenas por produtores 
especializados, os crisântemos 
de corte exigem cuidados especiais 
como temperatura, rega, luz e 
proteção contra pragas e doenças.
crisântemo, pertencente 
ao mesmo gênero botâni 
co da margarida comum, 
vinha sendo cultivado por jardi 
neiros orientais há mais de 2 000 
anos, antes de chegar à Europa, 
no século XVII. Nessa época o 
Oriente já produzia quase todos 
os tipos das 13 categorias exis­
tentes (veja ilustrações das pági 
nas 104 e 105). Os japoneses ve­
neravam essa flor como “A Rai 
nha do Oriente” — emblema pes­
soal do imperador. Botânicos eu­
ropeus deram ao gênero o nome 
de Chrysanthemum, que significa 
“flor de ouro”. Existem hoje mais 
de 1 000 espécies, em dezenas de 
tonalidades.
Os crisântemos destinados ao 
corte precisam de tantos cuida­
dos que sua produção fica restrita
a cultivadores altamente especia 
lizados. O cultivo tem inúmeros 
"segredos” , que os profissionais 
não divulgam, a fim de evitar 
concorrência.
O trabalhoso cultivo 
dos crisântemos
Em geral, os especialistas im 
portam mudas sem raízes da Ho 
landa ou da Flórida. Tanto du­
rante a viagem como depois de 
plantá-las em caixas rasas con 
tendo bagaço de cana fermenta 
do, os viveiristas mantêm as mu 
das em câmaras especiais, a uma 
temperatura de 3o a 4°C e com 
80% de umidade. Durante o pe 
ríodo de enraizamento é preciso 
aumentar a porcentagem de água, 
aparando-se também as folhas
578
C O M O OBTER M AIOR 
N Ú M E R O D E
FLORES OU FLORES M AIO RES
1. Para aumentar o tamanho das 
flores em plantas que 
apresentam uma folhagem densa 
como os crisântemos, remova 
algumas hastes quando
elas estiverem com 10 a 15 cm 
de altura. Corte as hastes 
bem rente ao solo deixando
4 ou 5 em cada grupo.
2. Com menor número de hastes para 
alimentar, as plantas
crescerão mais vigorosas. As 
flores serão duas ou 
três vezes maiores do que 
seriam se não houvesse desbaste.
3. Para dobrar a colheita de 
flores, se fo r essa a intenção, 
tire o ponteiro de cada 
haste, quando as plantas 
estiverem com 15 cm de altura.
Isso estimulará a form ação
de maior número de ramos 
laterais e, conseqüentemente, 
maior produção de flores.
4. Dentro de uma semana aparecerão 
novos brotos nas junções
das fo lhas (nós). Essa prática 
não só aumenta a quantidade 
de flores, como também torna a 
planta muito mais densa.
5. Para produzir um crisântemo 
digno de ser apresentado 
numa exposição, retire os botões 
que se desenvolvem
junto ao caule, assim que eles 
aparecerem. Esse processo 
força a planta a colocar toda 
a sua energia na flo r 
remanescente, que está na 
ponta da haste floral.
6. A única flo r resultante de toda 
essa técnica será enorme.
Para a composição de arranjos 
em vasos, colha a flo r
assim que as pétalas começarem a 
se abrir, deixando algumas 
folhas na parte mais baixa da 
haste para manter 
a planto mais vigorosa.
579
R
au
l 
V
ic
to
r
Abaixo, pequenos e delicados botões 
de crisântemos brancos recobertos 
por sépalas sedosas. Na página 
ao lado, crisântem os plenam ente 
desabrochados, numa exibição 
vigorosa de form as e cores.
para reduzir a transpiração. An 
tes de transplantá-las, os produ 
tores fertilizam o solo com baga­
ço de cana e adubos minerais ri­
cos em nitrogênio. Tomam ainda 
o cuidado de desinfetá-lo contra 
insetos, fungos, etc. Para isso uti­
lizam basamit granulado, incor­
porado à terra bem molhada com 
o auxílio de um rolo compressor. 
Só depois disso os profissionais 
transplantam as mudas, distri­
buindo-as na proporção aproxi­
mada de 60 por metro quadrado. 
Semanalmente, os canteiros são 
pulverizados e adubados.
Os grandes produtores sepa­
ram a área destinada ao plantio 
de mudas da área de produção de 
flores, por causa do perigo de 
contaminação. Se estão cuidando 
de uma variedade e vão tratar de 
outra, os funcionários desinfetam 
as mãos com álcool.
Na cultura dos crisântemos, a 
iluminação tem grande importân­
cia e, nos viveiros, sua intensidade 
é controlada eletronicamente. Nas 
áreas de produção de mudas há 
4 horas de luz para outras 4 de 
escuridão e, durante o período de 
florescimento, utilizam-se seqüên­
cias de 10 minutos de iluminação 
para 20 minutos sem luz. Esse 
controle regula o momento em que 
as plantas devem florescer, para 
atendimento do mercado.
Quanto à irrigação, aspersores 
especiais a realizam sob a forma 
de garoa. Aproveita-se a mesma 
aparelhagem para a adubação e 
aplicação de pesticidas.
As flores são colhidas com bo­
tões abertos até a metade e, em 
seguida, passam aos galpões de 
classificação e embalagem, fican 
do prontas para o embarque e 
venda ao comércio.
A
rn
al
do
 
K
la
jn
/A
b
ri
l 
P
re
ss
Iberís
No Brasil, são mais conhecidas as
íberis brancas, embora essas
flores apresentem várias tonalidades.
Seus delicados cachos achatados
(à direita) perm item a composição
de arranjos adequados
para a mesa de refeições (abaixo).
s delicadas flores conhe 
cidas como íberis devem 
seu nome à Ibéria, anti­
ga Espanha. A íberis umbellata, 
bastante utilizada como planta de 
corte, é também excelente para 
bordaduras e jardins de pedra. Os 
cachos são achatados na parte 
superior, e as flores não têm per­
fume. No Brasil é mais conhecida 
a íberis branca, mas a flor pode 
ser encontrada em carmim, lilás, 
púrpura e alguns tons de rosa.
A variedade branca possibilita 
ótimos efeitos decorativos, com 
binada com zínias pequenas e co­
loridas ou calêndulas amarelas e 
alaranjadas. A fim de obter gra 
ciosos arranjos para ambientes 
descontraídos, informais e rústi 
cos, misture íberis de várias cores 
em um vaso rústico de cerâmica
ou coloque somente flores bran­
cas em contraste com um vaso de 
cor forte.
Como as íberis se ressentem 
muito ao serem transplantadas, o 
ideal é cultivá-las diretamente no 
canteiro, e daí retirá-las para o 
vaso. O corte ativará a formação 
de novos brotos, e você atingirá 
duas finalidades ao mesmo tem­
po: terá mais flores no jardim e 
enfeitará sua casa. Plante as se­
mentes em canteiros preparados 
conforme as instruções das pági 
nas 518 e 519, com uma distân­
cia de 15 a 25 cm entre as mudas. 
O período ideal para o cultivo 
das íberis vai de setembro a mar 
ço. A planta alcança de 17 a 30 
cm de altura, e as flores apare­
cem cerca de 8 a 10 semanas 
após a semeadura.
582
s tagetes são as flores co­
nhecidas popularmente 
como cravo de-defunto. 
As várias espécies e alguns híbri­
dos, que constituem o gênero Ta­
getes, apresentam flores muito 
atraentes, com tons que vão do 
amarelo ao marrom, do laranja 
ao ferrugem. Singelas ou dobra­
das, elas sempre correspondem às 
expectativas do jardineiro que as 
plantou,seja dando um efeito de­
corativo muito bonito e alegre 
aos canteiros, seja enfeitando a 
casa, dispostas em vasos.
O tagetes lembra um cravo, na 
forma, principalmente a espécie 
Tagetes erecta, e apresenta um 
perfume forte e característico. 
Por isso, essas plantas, quando 
colhidas, devem ficar em local 
onde haja certa movimentação de
ar, para que este não fique muito 
impregnado. Porém, estão sendo 
produzidas variedades novas que, 
embora conservem as caracterís­
ticas de cor, são inodoras.
Todos os tagetes descendem de 
espécies selvagens mexicanas que 
foram desenvolvidas e hibridiza- 
das, resultando finalmente em 
quatro tipos diferentes. O mais 
alto deles é o Tagetes erecta, que 
geralmente cresce até 50 cm de 
altura e produz flores dobradas, 
globóides, de 8 a 12 cm de diâme 
tro, a maioria em creme, amarelo 
ou nuances de laranja. Entre os 
Tagetes erecta, encontram-se flo­
res semelhantes a cravos e a cri­
sântemos. Os Tagetes patula são 
de crescimento relativamente bai 
xo: a altura das plantas varia de 
15 a 45 cm. As flores, de 3 a 5
Tagetes
Popularmente conhecidos como 
cravos de-defunto, os tagetes podem 
ser cultivados em qualquer época 
do ano, tanto a partir de sementeiras, 
quanto por meio de semeadura 
no canteiro definitivo. Abaixo, 
uma variedade do Tagetes patula.
583
Ju
ss
i 
L
eh
to
/A
b
ri
l 
P
re
ss
Abaixo, uma combinação alegre e 
informal de tagetes amarelos 
e zínias vermelhas e alaranjadas em 
um arranjo circular. À direita, um 
Tagetes patula. Na página ao 
lado, um funcionário de uma companhia 
californiana coleta sementes de 
tagetes para distribuição comercial.
cm de diâmetro, apresentam-se 
em vários tons de amarelo, laran­
ja, vermelho-mogno ou combina­
ções dessas cores. As plantas 
híbridas de Tagetes erecta e Ta­
getes patula combinam as cores 
de ambas as espécies em suas flo­
res dobradas de 5 a 8 cm; em ge­
ral, são plantas vigorosas, com 
30 a 45 cm de altura. Os Tagetes 
tenuifolia geralmente têm cerca 
de 30 cm de altura e possuem 
uma folhagem rendada semelhan­
te à da samambaia, muito mais 
fina do que a dos outros três ti­
pos. As hastes são encimadas por 
massas de flores singelas, amare­
las ou laranja-douradas, com cer­
ca de 3 cm de diâmetro.
Os tipos mais altos de tagetes 
suportam bem as chuvas e o ven­
to e por isso podem ser cultiva­
dos em áreas desabrigadas. Sur­
preendentemente, pesquisas de­
monstraram que os nematóides 
(pragas que costumam aparecer 
no solo impedindo o cultivo pro­
dutivo de qualquer planta) desa 
parecem, quando se planta tage­
tes na área infestada. Por isso, o 
cultivo de tagetes num solo infes­
tado por nematóides permite que, 
posteriormente, outra cultura 
possa se estabelecer r.o solo antes 
condenado.
Os tagetes crescem bem em 
qualquer solo, mas precisam de 
muita luz. Você pode semeá-los 
em qualquer época do ano, em se­
menteiras ou diretamente no 
local de plantio. As plantas mais 
altas devem ser distanciadas de 
30 a 45 cm e as variedades anãs 
cerca de 12 cm.
584
Ervilhas- 
de-cheiro
TÉCN ICA ESPECIAL PA R A O 
C U L T IV O DE 
ER VILHAS D E CH EIRO
1. Para cultivar com sucesso as 
ervilhas-de-cheiro, cave um sulco 
de 30 cm de largura por 60 cm
de profundidade. Encha o sulco até 
10 cm do topo com uma mistura 
de 2 partes de esterco de curral 
bem curtido, 2 partes de terra 
argilosa e I parte de areia lavada 
de rio. Coloque as sementes 
a 1 cm de profundidade, deixando 
um espaço de 5 cm entre elas.
Use o restante da mistura de solo 
para form ar uma barreira 
ao longo das bordas do sulco.
2. Quando as mudas estiverem com
5 cm de altura, disponha
uma camada de terra de I cm 
sobre a superfície plantada, 
para firm ar as hastes.
3. Acrescente uma camada de
I cm de solo para cada 5 cm que a 
planta crescer, repetindo 
a operação até que o sulco esteja 
cheio até quase o nível do solo.
4. Providencie um suporte adequado, 
dispondo estacas de 1,8 m de 
comprim ento a intervalos de l ,8 m. 
Entre as estacas, estique uma 
rede de fio s plásticos, por onde
as ervilhas de cheiro subirão 
facilm ente, com suas gavinhas.
s ervilhas-de-cheiro são 
plantas originárias da 
Itália. Elas apresentam 
hastes com flores de colorido ri­
co: há flores listradas, bicolores, 
manchadas, surgindo em quase 
todas as cores. Muitas têm péta­
las onduladas e seu aspecto é leve 
e delicado. Possuem um delicioso 
perfume; seu nome científico — 
Lalhyrus odoratus — faz referên 
cia a esse perfume, como uma ca­
racterística da espécie (odoratus 
- perfumado).
A maioria das ervilhas-de- 
cheiro cresce entre 1,5 e 3 m de 
altura, agarrando-se a suportes
com as gavinhas — seus órgãos 
de fixação. Mas há variedades 
não trepadeiras, como a ‘Bijou’ e 
a ‘Little Sweethearts’, que produ 
zem imensa quantidade de flores, 
em plantas de apenas 20 a 30 cm 
de altura.
Você pode semear as ervilhas- 
de-cheiro conforme o lugar, de 
fevereiro a julho; devem ser se 
meadas depois de passado o perío­
do mais quente do ano. Nas re­
giões montanhosas, que são mais 
frias, elas são semeadas em feve 
reiro. Nos lugares onde o verão 
é muito quente, é melhor semeá- 
las um pouco mais tarde. Além da
586
Se você não dispõe de muito espaço, 
cultive suas ervilhas-de-cheiro 
em um canteiro construído jun to a 
uma cerca. Você pode preparar 
um suporte original para as plantas 
com fio s de plástico dispostos 
em diagonal e presos à cerca.
temperatura, a umidade é outro 
fator importante para o cresci­
mento dessas plantas: providencie 
as condições favoráveis, para que 
elas se desenvolvam bem. Nas re­
giões de clima predominantemen­
te quente, pode ser experimentado 
o cultivo de variedades que supor­
tam melhor o calor, como 'Cuth- 
bertson’, ‘Galaxy’ e ‘Zvolanek’.
Um cuidado especial deve ser 
dispensado às sementes: mergu­
lhe-as em água morna por uma ou 
duas horas, antes de serem planta­
das, para amolecer suas cascas. O 
plantio deve ser feito em sulcos de 
30 cm de largura e 60 cm de pro­
fundidade (veja instruções à pági­
na 586). Preencha-os, até 10 cm 
do nível do solo, com uma mistura 
de 2 partes de esterco bem curtido 
de curral, 2 partes de terra argilo­
sa e 1 parte de areia. Se você não 
encontrar o esterco de curral, use 
composto orgânico em seu lugar. 
Faça a beliscada na plantinha, 
para desenvolver um maior nú­
mero de hastes, quando ela tiver 
atingido 10 cm de altura (veja a 
página 524).
Se você tem um espaço com 
plantas que, por serem muito no­
vas, não começaram ainda a de­
sempenhar suas funções — como 
um canteiro de vivazes, trepadei­
ras recém-plantadas ou arbustos 
— , aproveite a área próxima para 
semear ervilhas-de-cheiro, de al­
guma das variedades trepadeiras 
e providencie para elas os supor­
tes necessários. Nesse mesmo es­
paço, as ervilhas formarão uma 
cerca viva provisória, como plan­
tas anuais que são.
C a p í t u l o 5 0
FLORES DE CORTE >
Entre as flores de corte mais procuradas para arranjos de grandes 
dimensões encontram-se as aves-do-paraíso, helicônias, bastões-do-imperador e 
as perfumadas alpíneas e lírios-do-brejo. Fáceis de cultivar, 
essas vigorosas plantas perenes das famílias das musáceas e zingiberáceas requerem 
apenas um clima tropical para florescerem em abundância.
O cultivo de papoulas em canteiros, bordaduras e jardins rochosos espalha-se por quase todo 
o mundo. Com o não se dão bem com transplantes, convém semeá-las diretamente no local definitivo, na primavera ou 
no outono. Acim a, uma variedade de papoulas vermelhas, em plena estação de florescimento.
589
Margarida
A s margaridas são plan tas rústicas 
que dão belos canteiros 
flo ridos e flores de corte bastante 
duráveis. A baixo e na página 
ao lado,margaridas em flor.
r \ s margaridas são plantas 
y ^ \ muito conhecidas. O que 
-> muitos não sabem é que 
elas produzem dois tipos de flores 
numa mesma inflorescência e ne­
nhuma delas é reconhecida como 
tal pela maioria dos amadores. 
Eles tomam o conjunto, tecnica­
mente denominado capítulo, co­
mo sendo a flor. Uma única m ar­
garida, porém, é formada por um 
grande número de florezinhas si 
tuadas no “miolo” e outras tantas 
nas “pétalas”. As primeiras são 
chamadas de flores do disco e as
outras, flores do raio. Essas pe­
quenas flores são fecundadas pela 
polinização provocada por inse­
tos, no ambiente natural.
As plantas que possuem essa 
peculiaridade (dois tipos de flores 
numa mesma inflorescência) 
constituem a família das compos­
tas, à qual pertencem, além das 
margaridas, as dálias, os crisân­
temos, as calêndulas e os giras­
sóis, entre outras.
Ótimas plantas de corte, as 
margaridas e os crisântemos mais 
rústicos, conhecidos como mon-
senhores, não oferecem maiores 
dificuldades para o cultivo. Você 
pode semeá las anualmente ou 
aproveitar as soqueiras que ficam 
escondidas no solo depois da fio- 
rada. Essas plantas podem ser di 
vididas e replantadas quando as 
soqueiras começarem a brotar.
Prepare o solo para os cantei­
ros com areia lavada de rio, ester 
co de curral bem curtido e terra 
comum em partes iguais. (O es­
terco poderá ser substituído por 
composto orgânico.) Misture 
bem, deixando o substrato fofo.
A F LO R D A S C O M P O ST A S
A inflorescência da margarida, 
m ostrada abaixo, é típica da fam ília 
das com postas. C om o a palavra 
indica, a com posta não é uma única 
flo r , mas muitas flo res numa mesma 
inflorescência. A s flo res menores, 
agrupadas no centro, ou disco, 
chamam -se flo res do disco, e cada 
uma delas tem anteras e ovário 
(detalhe, à esquerda). Cada pétala, 
ou f lo r do raio (à direita), tem 
na base um ovário, que pode ser 
funcional ou estéril. A f lo r com posta 
perm ite uma reprodução altamente 
eficiente: uma abelha carregada de 
pólen pode, em segundos, polinizar 
m uitíssim as flo res do disco.
Plante as mudas em covas dis­
tanciadas 40 cm umas das outras. 
A melhor época para isso vai de 
maio a agosto. Em março do ano 
seguinte, os botões das novas flo­
res começarão a desabrochar.
Os monsenhores podem ser 
multiplicados pela divisão das so­
queiras ou por semeadura. Plante 
as sementes entre setembro e fe­
vereiro. Como nessa época costu­
ma chover muito, cuide para que 
os canteiros fiquem protegidos 
das enxurradas. A floração apa 
rece no verão ou no outono.
o v a r i o
o v a r i o
FLOR DO DISCO
FLOR DO RAIO
592
s bocas-de-leão são des­
cendentes, por meio de 
mutação, do Antirrhi­
num majus, planta mediterrânea 
que apresenta diferentes forma­
tos. A forma exótica da boca-de 
leão, que pode, quando devida­
mente manipulada, abrir e fechar 
como a boca de um bicho feroz, 
é um divertido brinquedo para as 
crianças, e motivou o seu nome 
popular. Nos arranjos florais, ela 
sempre confere um belo efeito.
Embora as bocas-de-leão se­
jam plantas vivazes, são cultiva­
das, geralmente, como anuais, 
por causa da propensão dessas 
plantas às doenças (que compro­
metem a floração seguinte). Elas 
podem florescer o ano inteiro, se 
cultivadas de fevereiro a março e 
de setembro a dezembro.
Para fins de cultivo, as varie­
dades de boca-de-leão são classi­
ficadas em três categorias, de 
acordo com sua altura. Cada 
uma delas oferece uma grande 
possibilidade de escolha de cores: 
branca, creme, laranja, tonalida­
des de amarelo, vermelho, escar 
late, carmim, malva.
As Grandiflorum, variedades 
de grande porte, têm altura variá­
vel de 60 cm a 1 m. As Nanum, 
variedades intermediárias, têm de 
45 a 60 cm de altura, e, por fim, 
as Nanum compactum, apresen­
tam plantas de 15 a 25 cm de al­
tura. As duas primeiras catego­
rias são indicadas para o corte, 
ao passo que a Nanum compac­
tum é recomendada para compor 
bordaduras de canteiros.
Seja qual for a categoria da 
planta, as bocas-de-leão precisam 
ser cultivadas a pleno sol e em lo­
cais com boa drenagem. A multi­
plicação é feita por meio de se­
mentes. Quando, porém, se pre­
tende conservar uma nova muta 
ção surgida, convém adotar a téc­
nica de estaquia de galhos.
O espaçamento para o plantio 
varia em função da categoria das 
plantas: as Grandiflorum devem 
ser plantadas em covas distancia­
das em 40 cm umas das outras; 
as Nanum, em 30 cm; e as N a­
num compactum, em 20 cm.
Se você quiser formar arranjos 
florais com as bocas-de-leão, 
convém tomar alguns cuidados 
no momento da colheita das flo­
res. Escolha para o corte hastes 
abertas apenas até a metade. Isso, 
além de diversificar o arranjo, 
confere-lhe maior durabilidade.
Boca-de-leão
Com o as bocas-de-leão são plantas 
vivazes de grande propensão às 
doenças, convém cultivá-las com o se 
fossem anuais, se se deseja 
obter belas hastes para os vasos.
593
As zínias
Zínias plantadas em solo fér til e 
toca! ensolarado suportam bem 
os períodos de seca, mas a produção 
de flores será espetacular se 
os canteiros forem regados sempre 
que o solo se mostrar ressequido.
'l d ) lantas originárias das 
J \ Américas, as zínias se 
agrupam em cerca de 
quinze espécies muito difundidas 
na jardinagem, principalmente 
como plantas de corte. Embora a 
maioria delas seja anual, não ra 
ro algumas se comportam como 
vivazes. Popularmente, as zínias 
são conhecidas como capitão e 
moças-e-velhas.
Como as margaridas e outras 
plantas de corte, as zínias perten­
cem à família das compostas: 
plantas que produzem dois tipos 
de flores numa mesma inflorescên 
cia (veja a página 592). Mas, po 
pularmente, o capítulo, conjunto 
formado pelas flores do disco e 
flores do raio, é considerado uma 
flor. Nas zínias, as cores vão do 
vermelho vivo ao branco, passan­
do pelo amarelo, rosa e violeta.
A espécie Zinnia elegans é a 
mais conhecida e comercializada 
do gênero. Seus ramos, geralmen
te altos, atingem de 70 cm a 1 m 
de altura; mas existem também 
as variedades conhecidas como 
anãs, que não ultrapassam os 50 
cm de altura. As hastes eretas das 
zínias apresentam uma ou outra 
ramificação. Suas folhas são ver­
des, espessas e ásperas.
Além da Zinnia elegans, outras 
variedades merecem destaque: 
Zínia com flo r de crisântemo — 
Esta herbácea atinge 70 cm de al­
tura. Possui grandes “ flores” , 
com “pétalas” recurvadas.
Zínia dobrada gigante da Califór­
nia — Possui capítulos enormes, 
sustentados por longas hastes. 
Zínia com flo r de dália — Tam­
bém muito alta, esta variedade 
produz “flores” com “pétalas” re­
curvadas na extremidade.
Zínia com flo r de escabiosa — 
Apresenta inflorescências forma­
das por um “colarinho” de “péta­
las” achatadas. Em torno do 
“miolo”, as flores do raio asse­
melham-se a tubinhos ocos.
Zínia dobrada — Produz “flo­
res” pequenas e recurvadas. O ar­
busto é de altura mediana.
Também as variedades anãs, a 
‘Double Lilliput’ e a ‘Double 
Pompon’, encontram-se no grupo 
das zínias mais difundidas.
Para florescerem abundante­
mente, as zínias precisam de solo 
fértil, bem drenado, e locais enso­
larados. Suportam bem os perío­
dos de seca e não exigem regas 
abundantes. Mas para garantir 
uma boa produção de flores, re­
gue-as sempre que perceber o so­
lo ressequido.
Você pode adquirir sementes de 
zínias em lojas especializadas. 
Plante-as de agosto a março. De­
pendendo da época do cultivo, fio 
rescerão no verão ou no outono. 
Ao semeá las diretamente no can 
teiro, deixe um espaçamento va­
riável entre 10 e 40 cm, dependen 
do da espécie escolhida.
594
gênero Lupinus com­
preende cerca de 250 es­
pécies. A maioria delas 
origina-sena América do Norte, 
principalmente no oeste dos Esta­
dos Unidos. Há também espécies 
nativas da América do Sul e da 
costa mediterrânea. Estas últimas 
são usadas, há muito tempo, co­
mo forragem ou pastagem, e seus 
grãos entram na alimentação ani­
mal e humana, particularmente 
na Itália.
Os lupinos também são empre­
gados em jardinagem, para a efe­
tivação da chamada adubação 
verde. Ou seja, podem ser cultiva­
dos em terras esgotadas para re 
cuperá-las. O processo consiste 
em cortar o lupino antes que fio 
resça e misturar as partes corta 
das à terra, a fim de adubá la.
Excelentes plantas de corte, os 
lupinos são flores coloridas e per 
fumadas. As espécies empregadas 
para a ornamentação são muitas 
e variadas, destacando-se as ame 
ricanas Lupinus sulphureus, que 
produzem flores amarelo-sulfú- 
reas e laranja; L. subcarnosus, 
que tem flores azuis e brancas, 
dependendo da variedade; L. tri­
color, da qual há um grande nú­
mero de variedades; L. hartwegii, 
herbácea de 1 m de altura, que 
produz flores brancas, azuis, ver 
melhas e marrons muito perfuma­
das. As flores do L. mutabilis de­
sabrocham brancas e azuis, e de­
pois ficam azuis e amarelas.
Nos desertos da Califórnia, de­
senvolve-se, depois das chuvas, o 
Lupinus nanus, que a despeito do 
nome não é uma planta anã. Suas 
flores são azuis, brancas, rosa, 
violeta ou vermelhas.
Entre as espécies de origem eu­
ropéia, há as de grande beleza, 
que, devido à variedade de cores, 
podem servir para compor arran­
jos, como o L. hirsutus (azuis, ro­
sa ou brancas), o perfumado L. lu-
teus, o L. angustifolius, com seu 
belo tom de azul, o L. albus e o 
L. termis, que além de terem belas 
flores brancas e azuis, produzem 
grãos comestíveis.
Plantas anuais, os lupinos flo­
rescem no verão, prolongando o 
período de floração até o outono. 
São de fácil cultivo, mas não apre­
ciam solos alcalinos. Por isso, o 
índice do pH é fundamental para
o cultivo dessas flores: deve estar 
em torno de 5,5 na escala do pea- 
gâmetro. A multiplicação deve ser 
efetuada por meio de sementes, na 
primavera. Para se obter exempla­
res mais sadios, convém desenvol­
vê-los primeiro em sementeiras e 
depois transplantá-los para os 
canteiros. As covas precisam es­
tar distanciadas 40 cm umas das 
outras.
Quando você for colher as fio 
res para formar arranjos, escolha 
os cachos semi-abertos a fim de 
garantir maior durabilidade.
Lupino
Usados há muito tempo como 
forragem, principalmente na Itália, 
os lupinos fornecem belas 
e perfumadas flores de corte para 
ornamentação. Na fo to abaixo, 
arranjo de lupinos azuis e brancos.
595
M
ilt
on
 
S.
 S
h
ir
at
a/
A
b
ri
l 
P
re
ss
Papoula
A preciadas em todo o mundo po r 
suas flo res de colorido brilhante, as 
papoulas são plantas de cultivo 
relativamente fácil. A o cortá-las, 
convém queim ar as pon tas das 
hastes, a f im de que durem mais.
s ertencendo ao gênero Pa
I r - ' paver, uma centena de 
espécies de papoulas es­
palham-se por todo o mundo. 
Uma delas, a Papaver somnife­
rum, é largamente cultivada na 
China para produzir ópio. A 
maior parte, no entanto, cultiva- 
se para ornamentação, porque 
produzem flores grandes e de co­
lorido brilhante.
Costuma-se classificá-ias em 
três categorias: as anuais e bia 
nuais, excelentes para canteiros; 
as vivazes de grande porte, que 
são admiráveis para bordaduras; 
e as vivazes de pequeno porte, in 
dicadas para jardins rochosos.
Cultivá-las é relativamente fá 
cil, mas elas não se dão bem com 
transplantes; por essa razão, de­
vem ser semeadas no local defini 
tivo. O solo não precisa ser fértil, 
mas deve ser bem drenado. Bas­
tante sol faz com que elas cres­
çam melhor.
As sementes não devem ser en­
terradas, mas misturadas com um 
pouco de areia e espalhadas em 
fileiras na superfície do solo. A 
areia serve para distingui-las me­
lhor, pois são muito pequenas 
(7 000 sementes pesam apenas 1 
g). Para não serem carregadas pe­
lo vento, convém cobri-las com 
finíssima camada de terra penei 
rada. À medida que forem germi­
nando, retiram-se as mudas me 
nos desenvolvidas, de forma a 
manter um espaçamento de 40 
cm entre as melhores.
Semeadas na primavera, as pa 
poulas florescerão de dezembro a 
janeiro; se no outono, as flores 
surgirão em junho e julho. Se vo­
cê quiser aproveitá-las em vasos, 
corte as flores ainda em botão e 
queime levemente a extremidade 
da haste, passando-a pela chama 
de um isqueiro. Fazendo isso, vo 
cê estará aumentando sua durabi 
lidade por mais alguns dias.
596
rquídeas e melindres, 
avencas e camélias, dra- 
cenas e antúrios, à pri­
meira vista nada têm de comum 
entre si. São plantas de famílias, 
gêneros e espécies diferentes. No 
entanto, é possível incluí-las em 
um grande grupo de flores e fo­
lhagens perenes que não exigem 
grandes cuidados. Semeadura to­
dos os anos e conservação de so- 
queiras, por exemplo, são inteira­
mente dispensáveis para elas. 
Além disso, são plantas de corte 
que possibilitam a criação de 
belíssimos arranjos.
Além das citadas, muitas ou­
tras espécies podem ser incluídas 
no mesmo grupo. Entre elas, des­
tacam-se duas famílias de cores 
vivas, alegres e muito brasileiras: 
as musáceas e as zingiberáceas.
À família das musáceas per­
tence o gênero das helicônias. 
Suas inflorescências são muito 
curiosas e belas, apresentando-se
em ziguezague, com brácteas vis­
tosas que protegem as flores. Elas 
se multiplicam por sementes ou, 
com maior freqüência, por meio 
de divisão de rizomas. Outra mu- 
sácea muito conhecida e aprecia­
da é a ave-do-paraíso (Strelitzia 
reginae), que dura várias semanas 
em vaso e cujo cultivo é muito 
simples.
As musáceas crescem por si 
mesmas, quando se reproduz seu 
habitat tropical. Desenvolvem-se 
muito bem em quase todo o Bra­
sil, exceto nos Estados sulinos. 
As aves-do-paraíso preferem forte 
luminosidade, diferentemente das 
helicônias, que florescem melhor 
onde a luz é filtrada. Ambas se 
reproduzem por divisão de rizo­
mas, o que faz as flores surgirem 
mais cedo.
A família das zingiberáceas 
apresenta várias plantas herbá­
ceas aromáticas, cujus flores são 
excelentes para arranjos de gran-
© Helicônía, ave -do -paraíso 
e folhagens
A fam ília das zingiberáceas 
agrupa não só plantas vigorosas, 
com o o bastão-do-im perador 
e a alpínea, mas tam bém espécies 
delicadas do gênero Hedychium, 
com o as das fo to s abaixo.
Abaixo, arranjos de orquídeas do 
gênero Oncidium (1) e estifítias (3). 
À direita, a Strelitzia augusta (2) 
e a S. reginae (4), da fam ília das 
musáceas. Na página ao lado, 
arranjos de helicônias e folhas de 
dracena (5), orquídeas e melindre 
(6) e duas espécies diferentes 
de helicônias (7 e 8).
de durabilidade. É o caso das 
alpíneas, dos bastões-do-impera- 
dor e dos Costus. As alpíneas 
desprendem delicioso perfume: o 
da noz-moscada.
Quase todas as zingiberáceas 
apreciam o calor e o ar livre. Nos 
Estados do sul do Brasil e em re­
giões de temperatura mais baixa 
(a cidade de São Paulo, por 
exemplo), não se dão muito bem.
Logo depois de plantadas, pa­
rece que elas vão morrer. Mas is­
so dura pouco. Quando as folhas 
começam a brotar, seu cresci­
mento está garantido e, em pouco 
tempo, todo o local será invadi­
do. Essa dominação do ambiente 
é particularmente notável no 
lírio-do-brejo (Hedychium coro- 
narium), que impregna toda a a t­
mosfera de um delicioso perfume 
de limão.
Muitos arbustos produzem flo­
res excelentes para corte, como é 
o caso da estifítia, planta que se 
desenvolve em lugares secos e en­
solarados. Seu porte varia de 2 a 
4 m de altura e o melhor espaça­
mento entre os arbustos é de 3 cm.
Dracena (1), eucalipto argentino (2),dracena do gênero C ordyline (3) 
e delicados ram os verdes próprios 
para arranjos de rosas (4).
A bela folhagem verde é perma­
nente e ornada de flores laranja, 
em forma de pompom. Floresce 
durante quase todo o ano e sua 
multiplicação pode ser efetuada 
por sementes ou por estacas semi- 
lenhosas.
Com a estifítia podem-se fazer 
arranjos que duram meses, sem­
pre vivos e belos. Um fino jato de 
spray fixador de penteado au­
menta sua durabilidade.
Entre as folhagens perenes, de 
fácil cultivo e excelentes para ar­
ranjos, estão o eucalipto argenti­
no, que dá um perfume agradá 
vel; a avenca, que proporciona 
grande leveza; a dracena, que tor 
na mais vigorosos os arranjos; e 
as folhas do guaimbê, que servem 
para reforçá-los.
É preciso, no entanto, saber 
combinar as qualidades estéticas 
das flores e das folhagens utili­
zadas no arranjo. Orquídeas e 
avencas ficam ótimas, assim co­
mo rosas e melindre ou crisânte 
mos e eucalipto; mas helicônias 
com avencas não produzem um 
bom efeito.
600
R
au
l 
V
ic
to
r
O cultivo 
dos cravos
O cravo vermelho ganha especial 
beleza em contraste com a folhagem 
verde-azulada (abaixo). Na página 
ao lado, cravos em várias tonalidades.
omo a rosa, o cravo tem 
sido prestigiado há algu­
mas gerações por sua be­
leza e perfume característico. 
Não possui, porém, uma tradição 
de cultivo tão longínqua quanto 
a rosa. Somente no século passa­
do é que foi encontrada, em solos 
pobres e pedregosos da Grécia, a 
espécie selvagem, que apresenta 
uma flor singela de 5 pétalas.
Os cravos e cravinas pertencem 
ao gênero Dianthus, denominação 
que significa “flor de Deus” . Em­
bora ambos pertençam à família 
das Cariofiláceas, as cravinas, 
além de menos perfumadas, não 
servem para corte.
O nome botânico do cravo é 
Dianthus caryophillus, e a plan­
ta, que é vivaz, chega a durar até 
4 anos. Os caules são herbáceos, 
e cada haste sustenta uma única 
flor terminal, grande e muito per­
fumada. A folhagem do craveiro 
apresenta coloração verde-acin-
zentada e as hastes, nas varieda­
des obtidas mais recentemente, 
são tão rijas que recebem em 
francês o nome de tige de fer, que 
significa “caule de ferro” .
No início do século passado, já 
havia cerca de 350 variedades de 
cravos. A classificação mais anti­
ga reuniu os cravos em três gru 
pos diferentes: cravos de fantasia, 
flamengos e granadinos.
Os três grupos de cravos
Os cravos de fantasia caracte­
rizam-se por flores mais ou me­
nos dobradas e bem conforma­
das. As pétalas picotadas podem 
ser listradas ou salpicadas de 
duas ou três cores diferentes, so­
bre fundo amarelo ou branco. 
Disso depende a subdivisão dos 
cravos de fantasia em alemães 
(fundo das pétalas em amarelo) 
ou ingleses (fundo branco).
Os cravos flamengos, aos 
olhos de certos amadores, corres­
pondem à mais bela variedade. 
As flores são dobradas e abaula­
das no meio, tendo como carac­
terística principal as pétalas intei­
ras, sem recortes ou dentes.
Os cravos granadinos, também 
conhecidos como comuns, são 
flores singelas ou dobradas, de 
tamanho médio e uma só cor, 
com pétalas dentadas e delicioso 
perfume. Empregados para colo­
rir e aromatizar licores, seu culti­
vo destina-se também ao forneci­
mento de essências para a indús­
tria de perfumaria.
Os cravos modernos
A classificação inicial foi am­
pliada com a inclusão do cravo 
reflorescente (o cravo remontam 
dos franceses) que até hoje de­
sempenha papel predominante 
nos cruzamentos sucessivos. Tem 
grande vitalidade e a característi-
605
A b ril P re ss
A b ri l P r e s s
R a u l V icto r
Z s ù l /R iz z o l i P re s s
A s cravinas (abaixo) são flores 
do gênero Dianthus, com o os cravos, 
e apresentam grande variedade 
de cores. Normalmente, as cravinas 
não são usadas como flo res de corte.
ca de emitir ramos laterais na 
porção inferior da haste. Termi 
nada a floração do caule princi­
pal, os brotos laterais formam 
outro caule com a respectiva has­
te floral, desabrochando mais 
uma ou até duas vezes, alguns 
meses depois, justificando assim 
a denominação de reflorescente.
Menos expressivos, mas tam 
bém importantes, são o cravo re­
florescente anão e o cravo marga­
rida. Destacam se, ainda, os 
cravos americanos ou gigantes, 
que resistem bem às pragas, sen­
do dos mais procurados nas flori- 
culturas.
O protótipo do cravo moderno 
surgiu como resultado de cruza 
mentos entre americanos e reflo- 
rescentes, e recebeu a denomina 
ção de americano melhorado. A 
flor, de cálice perfeito, forte e am­
plo, desabrocha na extremidade 
de uma haste longa e rija. As péta­
las são numerosas, pouco denta­
das nas margens ou mesmo intei­
ras. O cravo americano melhora­
do tem grande durabilidade, flo­
rescimento abundante e resistên 
cia máxima às pragas e doenças. 
A variedade ‘Sim’, de cultura 
anual e reflorescente, é hoje o pon­
to culminante da longa evolução 
dos cravos. Criada em 1948, seu 
cultivo já se realiza também no 
Brasil.
Como cultivar cravos
Você pode plantar cravos dire­
tamente no solo ou num vaso. 
Deixe de lado a terra muito argi 
losa, que forma crostas duras, 
pois o solo arenoso é mais ade­
quado ao desenvolvimento dos 
craveiros. Misture partes iguais 
de terra comum peneirada e areia 
lavada de rio. Acrescente uma 
colher (de sopa) de calcário do- 
lomítico e outra de farinha de os­
sos. O calcário dolomítico serve
£
Õ
<
o
'<C
O
U
606
R
au
l 
V
ic
to
r
para corrigir o pH, que deve per 
manecer em torno de 6,5. A areia 
de rio torna o solo poroso, o que 
dificulta o surgimento de doenças 
das plantas. Tal é a importância 
da porosidade do solo, que ulti­
mamente tem-se experimentado o 
cultivo do cravo em solos total­
mente arenosos. Não é necessária 
uma adubação farta. De preferên­
cia, acrescente à terra estrume de 
curral bem curtido, 6 a 8 meses 
antes do plantio. No período de 
junho e julho, plante as estacas 
de galho em caixas quadradas de 
40 cm de lado e 25 cm de altura.
Com o preparar as estacas
Para obter uma boa estaca, se­
lecione como planta-mãe um cra­
veiro que tenha apresentado flo­
ração abundante, flores bem con­
formadas e resistência a pragas e 
doenças. Retire um ramo lateral 
da planta escolhida, separando-o
com um canivete. Em seguida, 
com bastante cuidado, corte a es­
taca com uma lâmina bem afia­
da, logo abaixo de um nó. Logo 
após, arranque as duas folhas da 
parte inferior (veja ilustração na 
página 608). Para facilitar o en­
raizamento, corte alguns milíme 
tros da extremidade da haste em
4 partes. Para conservar essas 
partes separadas coloque no meio 
um pedacinho de madeira, ou 
mesmo uma folha de cravo.
As estac is devem permanecer 
nas caixas de 4 a 8 semanas, até 
enraizarem bem. Durante esse pe 
ríodo, você precisa protegê las de 
chuvas e umidade excessiva. De 
pois pode passá-las para cantei­
ros, com profundidade superior a 
40 cm, onde tomarão novo im­
pulso de crescimento. Se quiser 
transplantá-las para vasos, faça-o 
apenas depois de um mês, colo­
cando quatro a oito mudas da 
mesma variedade. Os vasos de-
Para evitar que o cravo se abra 
assimetricamente, rom pendo o cálice, 
convém circundar os botões com 
tira elástica ou arame revestido de 
borracha (abaixo e na fo to à esquerda).
607
C O M O P R E P A R A R A ESTACA 
DE G A L H O
1. Separe um ramo lateral do craveiro 
utilizando um canivete. Com uma 
lâmina bem afiada, faça um corte 
logo abaixo de um dos nós.
2. Rem ova cuidadosamente as duas 
fo lhas inferiores da haste 
cortada. Prepare uma mistura de 
partes iguais de terra comum 
peneirada e areia lavada de rio. 
Acrescente l colher (sopa)
de calcário dolom ítico e outra 
de farinha de ossos.Plante 
as estacas e conserve-as 
protegidas da chuva e da umidade 
excessiva. Elas estarão 
enraizadas em 4 a 8 semanas.
vem ser de barro comum, com 30 
cm de diâmetro. Para a obtenção 
de uma boa drenagem, coloque 
no fundo uma camada de 3 cm 
de pedrisco e 1 cm de areia. Dei­
xe os vasos junto à janela durante
6 horas por dia e, assim que co­
meçarem a brotar novas folhas, 
garanta-lhes 12 horas de ilumina­
ção natural. No período que vai 
de novembro a fevereiro verifique 
regularmente a camada superfi­
cial de terra. Se você notar a for­
mação de uma crosta, retire-a e 
substitua-a por uma camada de 
folhas secas semidecompostas.
Regas e adubação
Uma vez por mês, a partir de 
novembro, irrigue o solo com um 
adubo de fórmula 20-20-20, na 
proporção de 10 gramas para 15 
litros de água, até o fim do flores­
cimento. A drenagem dos cantei­
ros e vasos de cravos deve ser 
perfeita, para que a terra se con 
serve fresca e úmida, mas não en­
charcada. Essas flores sofrem 
mais com o excesso de umidade 
do que com a seca, porém ambas 
precisam estar sob controle. E 
preferível esquecer uma rega a 
molhar demais os craveiros.
Cuidados especiais
Além dos cuidados comuns a 
todas as culturas, os craveiros 
precisam de “tutoramento”. Para 
isso, enfie estaquinhas de bambu 
ou ripinhas de madeira no solo 
dos canteiros ou vasos, conforme 
ilustrações da página ao lado. 
Amarre o conjunto de hastes com 
um fio, formando um círculo 
frouxo em torno delas.
Outro cuidado importante con­
siste em envolver o botão com 
um anelzinho de borracha, para 
manter o cálice fechado, evitando 
que algumas das sépalas se desta­
quem das demais (veja página 
607). Isso evita que a flor penda 
para um dos lados ou desabroche 
assimetricamente, o que lhe daria 
aspecto pouço gracioso. Caso o 
número de plantas seja pequeno, 
você pode auxiliar o desabrocha- 
mento dos cravos rompendo o cá­
lice com um alfinete ou a ponta 
de um canivete, nas linhas que 
correspondem às chanfraduras 
das 5 sépalas do cálice.
Se você pretende obter uma 
floração exuberante, convém sa­
crificar algumas flores, suprimin 
do um certo número de botões, 
pouco tempo depois que eles co-
608
meçam a aparecer. Essa supres­
são faz. com que os cravos que 
permanecem alcancem um tama 
nho maior, pois as energias ficam 
concentradas em seu desenvolvi­
mento.
Outra prática consiste na “be­
liscada” que se dá na planta 
quando ela começa a se desenvol­
ver. Isso força o adensamento da 
folhagem e o aparecimento de 
maior número de flores (veja a 
página 524).
No cultivo dos cravos também 
é comum a rotação da cultura, 
devido ao cansaço do solo. Se vo 
cê colocá-los em vasos, não há 
maiores problemas, porque para 
um novo plantio o vaso será lava 
do, recebendo nova mistura de 
terra. Já em canteiros, a terra tor 
na se “cansada” e no ano seguin 
te a produção de flores diminui 
consideravelmente. Torna-se en 
tão conveniente fazer um plantio 
de uma leguminosa na área (lupi 
no ou soja, por exemplo). Antes 
que ela floresça, deve ser cortada 
e misturada ao solo. Tal processo 
recebe o nome de “adubação ver 
de” . Quando não existe essa al­
ternativa, costuma se escavar o 
solo até a profundidade de 30 cm, 
e substituir a terra por outra, vin­
da de lugar onde não se tenham 
cultivado cravos.
Precauções contra as pragas
Se você cultivar cravos, evite
o aparecimento de pragas que, 
além de reduzir a floração, estra 
gam o aspecto da flor. Muitos 
pulgões costumam se estabelecer 
nos craveiros, sendo preciso estar 
atento para combate los tão logo 
apareçam, pois se multiplicam 
muito rapidamente. Outro inseto 
que ataca os cravos é o trips, tão 
pequeno que você conseguiria 
enxergá-lo somente por meio de 
uma lupa.
C O M O ESTAQUE A R OS 
C R A V E IR O S
Os craveiros apresentam caules finos 
e frágeis, e por isso torna-se 
necessário estaqueá-los, tanto em 
vasos quanto em canteiros. Para isso, 
firm e estacas ao lado das plantas, 
tendo o cuidado de fincá-las a uma 
distância segura das raízes. O 
arame revestido de borracha é o 
material mais adequado para 
atar a planta à estaca. Corte um 
pedaço de arame em comprimento 
suficiente para form ar um amarrilho 
frouxo, como se vê na ilustração.
Feche uma das extremidades em form a 
de alça e dobre a outra como um 
gancho. À medida que o craveiro 
cresce, coloque mais amarrilhos.
609
R
ob
er
to
 
W
o
lf
en
so
n
/A
b
ri
l 
P
re
ss
Calêndula
A s calêndulas de cores vibrantes 
compõem belos arranjos informais, 
quando reunidas a centáureas 
azuis e margaridas ou íberis brancas.
e você deseja muita cor 
no jardim e flores alegres 
para os vasos, escolha a 
calêndula, conhecida também co­
mo malmequer. Como muitas ou­
tras flores de corte, a Calendula 
officinalis pertence à família das 
compostas. Planta anual de fácil 
cultivo, a calêndula é conhecida 
desde os tempos antigos, e muito 
piocurada por suas propriedades 
medicinais.
Com suas hastes espessas e 
bem revestidas de folhas, as ca­
lêndulas constituem uma escolha 
apropriada para arranjos destina­
dos a ambientes simples.
A floração das calêndulas é 
prolongada: dois ou três meses. 
Desenvolvem-se melhor em solo 
fértil, com bastante sol. Mas tam 
bém florescem, embora com has­
tes menores, sob qualquer condi­
ção, excluindo-se sombra ou 
calor excessivos. Encontramos 
atualmente variedades com flores 
grandes e maior exuberância, 
bem como variedades simples, 
em que se nota contraste entre o 
centro e as “pétalas” ao redor da 
flor. Entre os malmequeres mais 
cultivados estão as variedades 
‘Ball’s Abricot’, amarelo-alaran- 
jado com centro marrom; ‘Juran­
çon’, amarelo-dourado com flores 
bem cheias; ‘Corniche D’Or’, ala­
ranjado com centro marrom; ‘Ka- 
blouna’, amarelo dourado com 
centro laranja; ‘Ball’s Lemon’, 
amarelo limão com centro negro.
Faça a semeadura de agosto a 
março, tantò em locais definiti­
vos, quanto em sementeiras: as 
calêndulas são facilmente trans­
plantáveis. Plante as sementes a 
3 cm de profundidade e observe, 
entre cada planta, uma distância 
de 30 a 40 cm. Com os cuidados 
adequados, você verá desabro­
char grandes flores solitárias nas 
estações em que elas florescem: 
verão e outono.
Se for colhê las em seu jardim, 
corte-as semi abertas. Nas flori- 
culturas, procure flores apenas li­
geiramente abertas. As flores to­
talmente desabrochadas não du­
ram muito nos vasos. Recuse as 
por estarem “ passadas” quando 
as “pétalas” estiverem enroladas 
como canudinho: isso indica que 
já estão fenecendo.
Uma curiosidade: os malme­
queres abrem se ao nascer do sol 
e fecham-se no fim do dia. Calên­
dula, do latim calendae (primeiro 
dia do mês), é uma denominação 
ligada ao fato de que essas flores 
acompanham o ciclo de cada dia.
610
esporinha, muito conhe­
cida e cultivada no Bra­
sil, recebeu esse nome de 
vido a uma expansão estreita da 
corola da flor, em forma de 
espora.
Nativas do sul da Europa, as 
esporinhas dão belas hastes flo­
rais, com flores pequenas em tons 
de azul, rosa, lilás e púrpura, cores 
análogas que se prestam a arran­
jos de grande efeito. Usadas em 
vasos, elas terão longa duração, 
se forem colhidas quando a meta­
de da haste floral tiver desabro­
chado e metade dela estiver em 
botão.
Como as esporinhas dificilmen 
te suportam o transplante, faça a 
semeadura no local definitivo 
mantendo um espaçamento de 30 
cm. A época propícia para a se­
meadura vai de julho a setembro 
e as flores aparecem 6 meses de­
pois. Para apoiar as hastes florais 
é necessária a utilização de tuto­
res, caso a variedade seja alta. O 
lugar escolhido para a semeadura 
deve ser livre de ventos, apresen­
tar solo fértil e receber boa insola­
ção. É importanteque haja boa 
drenagem, pois as esporinhas não 
se desenvolvem bem em solos 
úmidos.
Esporinha
Arranjos florais de muita suavidade 
podem ser obtidos com a reunião 
de variedades de esporinhas de cores 
análogas, como as que se vê abaixo.
61 1
R
au
l 
V
ic
to
r
Gipsófila
Hastes delicadas e Jlores miúdas 
caracterizam a gipsófila, conhecida 
popularmente como mosquitinho.
A variedade branca (abaixo) é a mais 
conhecida e cultivada no Brasil.
S p ') opularmente conhecida
I r * como mosquitinho, a gip 
sófila é uma planta anual 
que dá flores pequenas, de apenas
1 cm. Normalmente, usa-se a gip 
sófila para dar leveza a buquês e 
arranjos de flores maiores e mais 
vigorosas, como rosas e crisânte 
mos. Sozinhas em vasos, com­
põem arranjos originais.
Na França, o nome popular da 
gipsófila é cravo-do-amor, pois, 
apesar de sua aparência lembrar 
muito pouco um cravo, ela per 
tence à mesma família dos cravos 
e cravinas; é também uma cario- 
filácea.
A Gypsophila elegans cresce 
de 30 a 50 cm de altura e suas 
flores apresentam-se em branco, 
tons de josa e carmim (varieda 
des alba, alba grandiflora, carmi- 
nea, hermesinea e rosea).
O período mais adequado para 
a semeadura vai de setembro a fe 
vereiro. As gipsófilas florescem
no verão e outono, três meses 
após a semeadura. Elas crescem 
tão rapidamente que podem ser 
semeadas no local definitivo. Es­
sas plantas desenvolvem-se me­
lhor em solos alcalinos e por isso 
a avaliação e correção do pH do 
solo é muito importante no seu 
cultivo. O próprio nome do gêne 
ro traduz essa necessidade — 
Gypsophila vem do grego gyp 
sos, que significa “gesso”, e ph i­
los, que quer dizer “amigo”. Con 
vém providenciar a calagem do 
solo com algumas semanas de 
antecedência. As plantas devem 
receber sol pleno e o solo não de 
ve ser muito rico. Se o solo for 
muito fértil haverá uma produção 
excessiva de flores e as plantas 
não suportarão as chuvas pesadas 
de verão, porque a grande massa 
de flores oferecerá muita resistên 
cia às gotas de chuva e, como as 
hastes são muito frágeis, elas con 
seqüentemente tombarão.
612
	Sumárionull
	ROSAS inull
	ROSAS 3null
	ROSAS 4null
	ROSAS«null
	Os segredos da podanull
	ROSAS«null
	As rosas da imperatriznull
	Como multiplicar roseirasnull
	A arte de enxertarnull
	Como criar novas rosasnull
	ROSAS,null
	Como cortar as rosasnull
	Arranjos florais com rosasnull
	Formalidade elegantenull
	Arranjos informaisnull
	ANUAIS Inull
	As plantas anuaisnull
	Planejamento do jardimnull
	Preparação do solonull
	A escolha das sementesnull
	Como enraizar estacasnull
	A utilidade dos estuSinsnull
	Cuidados importantesnull
	ANUAIS 4null
	A arte de secar floresnull
	ANUAIS snull
	Um jardim coloridonull
	v«l£null
	»V «\ ;null
	Como combinar as coresnull
	§fc^W4$Jnull
	ANUAIS *null
	Alegre os pequenos espaçosnull
	Flores anuais na cidadenull
	Jardins portáteisnull
	Jardins rochososnull
	Jardins em declivesnull
	FLORES DE CORTE.null
	As flores de cortenull
	As belas formas das dáliasnull
	FLORES DE CORTE,null
	Iberísnull
	Tagetesnull
	Ervilhas- de-cheironull
	FLORES DE CORTE >null
	Lupinonull
	Papoulanull
	Helicônía, ave -do -paraíso e folhagensnull

Mais conteúdos dessa disciplina