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Livro-Texto Unidade I - DIREITO AGRÁRIO

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Direito Agrário
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quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
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APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Seja bem-vindo ao sistema EAD.
Nesta nossa disciplina, trataremos de assuntos como: evolução do Direito Agrário; conceito de 
imóvel rural; propriedade privada da terra; formação territorial; usucapião; dicotomia do Direito Agrário; 
instrumentos de distribuição de terras; a reforma agrária no contexto jurídico constitucional brasileiro; 
contratos agrários; e Justiça Agrária.
O objetivo principal é desenvolver conteúdos relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade, 
tendo como enfoque as medidas para a proteção do meio ambiente, considerando a exploração de 
recursos naturais de forma sustentável, os mecanismos e instrumentos de ordenação e planejamento 
territorial, assim como a função social da terra.
Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você 
dedique ao menos sete horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e 
realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que 
estudar, semana a semana.
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo os assuntos que deverão ser estudados e, 
para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo, você 
deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão 
será maior se você acompanhar também a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo 
dos estudos. 
A – CONTEÚDOS (ASSUNTOS) E LEITURAS SUGERIDAS
Assuntos/módulos
Leituras Sugeridas
Fundamental Complementar
MÓDULO 01
1. Visão Histórica sobre o Direito 
Agrário e sua Evolução.
2. Histórico do Direito Agrário no Brasil 
– Surgimento e Desenvolvimento, até 
a Situação Atual. 
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito 
agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito 
agrário contemporâneo. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito 
agrário brasileiro. São 
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MÓDULO 02
3. Teoria Geral do Direito Agrário.
3.1. Conceitos, Autonomia, Objeto, 
Atividade Agrária.
3.2. Natureza Jurídica e 
Importância do Direito Agrário Na 
Realidade Atual.
3.3. Fontes, Interpretação e 
Aplicação do Direito Agrário.
3.4. Princípios do Direito Agrário. 
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito 
agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito 
agrário contemporâneo. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
MÓDULO 03
4. Imóvel Rural: Conceito, 
Elementos, Critério Distintivo do 
Imóvel Urbano.
5. Função Social da Terra e seus 
Elementos Componentes.
6. Dimensionamento Eficaz do 
Imóvel Rural: Módulo Rural, 
Módulo Fiscal e Fração Mínima de 
Parcelamento. 
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado.
Princípios de direito agrário na 
constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito 
agrário e reforma agrária. 2ª ed. 
Florianópolis: OAB/SC, 2006.
MÓDULO 04
7. Classificação dos Imóveis Rurais: 
Latifúndio, Minifúndio, Propriedade 
Familiar, Pequena, Média e Grande 
Propriedade, Propriedade Produtiva, 
Propriedade Improdutiva.
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito 
agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito 
agrário contemporâneo. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. 
Princípios de direito agrário na 
constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004. 
MÓDULO 05
8. Formação Territorial: Terras 
Públicas e Particulares; Direito de 
Propriedade, Limitações Atuais ao 
Direito de Propriedade. Cadastro de 
Imóveis Rurais. 
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. 
Princípios de direito agrário na 
constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito 
agrário e reforma agrária. 2ª ed. 
Florianópolis: OAB/SC, 2006. 
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MÓDULO 06
9. Usucapião.
9.1. Modalidades e suas Diferenças.
9.2. Requisitos do Usucapião Agrário.
AGRELI, Vanusa Murta; SILVA, Bruno 
Campos. Direito urbanístico e 
ambiental. Rio de Janeiro: Lúmen 
Júris, 2008.
REIS, Jair Teixeira dos. Direito 
ambiental e urbanístico. Rio de 
Janeiro: Campus, 2008.
SILVA, José Afonso da. Direito 
urbanístico brasileiro. 5ª ed. São 
Paulo: Malheiros, 2008. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito 
agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito 
agrário contemporâneo. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito 
agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
MÓDULO 07
10. Dicotomia do Direito Agrário: 
Reforma Agrária, PolíticaAgrícola (Conceito, Objetivos e 
Instrumentos).
11. Instrumentos de Distribuição 
de Terras: Desapropriação, 
Colonização, Tributação da Terra, 
Aquisição. Plano Nacional de 
Reforma Agrária.
12. A Reforma Agrária no Contexto 
Jurídico Constitucional Brasileiro.
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. 
Princípios de direito agrário na 
constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito 
agrário e reforma agrária. 2ª ed. 
Florianópolis: OAB/SC, 2006. 
MÓDULO 08
13. Contratos Agrários.
13.1. Conceito e Características.
13.2. Modalidades.
13.3. Elementos Obrigatórios nos 
Contratos.
13.4. Diferenças entre 
Arrendamento e Parceria.
13.5. Forma de Contratos, Prazos, 
Valor, Prorrogação e Renovação 
do Contrato.
13.6. Extinção dos Contratos.
14. Justiça Agrária. 
BARROS, Wellington Pacheco. Curso 
de direito agrário. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito 
agrário na constituição. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. 
Curso completo de direito agrário. 
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BORGES, Antonino Moura. Curso 
completo de direito agrário. São 
Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito 
agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito 
agrário contemporâneo. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. 
Direito agrário brasileiro. São 
Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. 
Princípios de direito agrário na 
constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004. 
Nota: ver as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
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Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
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DIREITO AGRÁRIO
Unidade I
MÓDULO 01
1. Visão histórica sobre o Direito Agrário e sua evolução
A Declaração de Virgínia, de 12 de junho de 1776, contemporânea ao movimento de independência 
dos Estados Unidos, constitui o registro inaugural dos direitos humanos na História. Seu artigo I 
proclamou que “Todos os seres Humanos são, pela sua natureza, igualmente livres e independentes, 
e possuem certos direitos inatos, dos quais, ao entrarem no estado da sociedade, não podem, por 
nenhum tipo de pacto, privar ou despojar sua posteridade, notadamente, a fruição da vida e da 
liberdade, com os meios de adquirir e possuir a propriedade de bens, bem como de procurar e obter 
a felicidade e a segurança”.
O direito agrário, pois, inquestionavelmente, está ligado diretamente à atividade agrária, à 
agricultura, para dizer melhor, que é a ação exercida diretamente pelo braço humano sobre a terra 
a fim de que ela produza os gêneros alimentícios indispensáveis à sobrevivência mesma do homem. 
Não se pode compreender direito agrário sem que a primeira figura que nos venha à mente seja a 
agricultura, logo, para que se tenha um direito agrário vivo, atuante, realista, cogente e coercitivo, temos 
de ter uma agricultura forte, pujante, viva, dinâmica, assistida e bem sustentada técnica, econômica e 
financeiramente, do contrário haverá o fracasso, a falta de alimentos, a miséria, enfim, a fome – senhora 
soberana de todas as desgraças.
Ninguém sobrevive na face da terra sem a agricultura. Ela é básica, fundamental, para a sobrevivência 
humana. Nenhum rei, nenhum imperador, nenhum papa, nenhum governante, enfim, nenhum ser, 
pensante ou irracional, conseguirá sobreviver na face deste globo terrestre sem uma agricultura 
sustentável. E foi essa atividade, que retira da terra o sustento de todos os seres humanos, que levou 
o homem a instituir o conceito de propriedade, pois onde estava o homem lavrando, aí estaria a sua 
propriedade, conceito que se alargou ao longo do tempo até chegar aos nossos dias, não mais como 
um produto de mero deleite pessoal, de status de grandeza entre os iguais, mas como autêntico bem de 
produção, regrado, assim, pelo princípio da função social da propriedade.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-brasileiro-atual#ixzz2epxChmSX
2. Histórico do Direito Agrário no Brasil – Surgimento e Desenvolvimento até a Situação Atual.
Não se pode negar que o Brasil é um país eminentemente agrícola, embora se vislumbre já um 
grande índice de industrialização.
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Unidade I
Hoje já não se discute a existência do direito agrário, em face das disposições legais que regulam 
a propriedade territorial rural e os contratos agrários. Uso e posse do prédio rural estão regulados por 
normas constantes do Estatuto da Terra e leis que o integram.
A origem do Direito Agrário Brasileiro está na primeira legislação sobre terras, a legislação das 
sesmarias. Trata-se de legislação de Portugal aplicada no Brasil Colônia. A origem da legislação de 
Sesmarias data de 1.375, quando, em Portugal, visava corrigir as distorções no uso das terras, forçando 
os proprietários a trabalhar a terra, tendo em vista a falta de alimentos na época. Assim, as terras não 
aproveitadas seriam confiscadas. A lei Régia de Dom Fernando, portanto, tentava reverter o quadro de 
êxodo rural existente na época. O objetivo, como dito, era o aumento da produção, o aproveitamento 
das terras pelos proprietários.
No Brasil, a utilização da mesma legislação teve um objetivo bem diferente. Visava à ocupação dos 
imensos espaços vazios, sendo suporte para a colonização. Esta lei determinava a colonização, a moradia 
habitual e cultura permanente, o estabelecimento de limites e a cobrança de impostos.
O Tratado de Tordesilhas (07/06/1494) é outra referência histórica importante para a formação 
territorial do Brasil. Este tratado, homologado pelo Papa, dividia entre Portugal e Espanha, o direito 
sobre as terras que fossem descobertas, garantindo a Portugal as terras à direita de uma linha imaginária 
definida a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde.
O território brasileiro, no processo de colonização, foi loteado e, por concessões feitas pela Coroa 
Portuguesa, entregue em grandes áreas para os colonizadores, visando principalmente ao povoamento 
e a defesa, sendo MartimAfonso de Souza o 1º, em 1531, recebendo área de 100 léguas de terras, ou 
seja, 660 Km, medidas na costa marítima, sem limites para o interior.
A distribuição de terras, por sesmarias, vigorou no Brasil até 1822, amparado nas ordenações 
Afonsinas (1.494), Manuelinas (1.512) e Filipinas (1.603) com a prática de entrega de extensas áreas a 
pessoas privilegiadas e, muitas vezes, sem condições ou interesse em explorar a terra, o que deu origem 
ao processo de latifundização da terra no Brasil. Ainda assim, o sistema garantiu a povoação do interior 
do Brasil. Além disso, o sesmeiro tinha a obrigação de cultivar a terra, delimitá-la e pagar impostos sobre 
a área possuída. Na prática, porém, isto não se confirmou. A Carta Régia, garantindo a abertura dos 
portos brasileiros ao comércio exterior, em 1.808, foi fato histórico importante.
Em 1.822, com a independência, deu-se o fim da distribuição de terras por Sesmarias. Entre 1822 
e 1850 (“posses”), tivemos um período de maior vazio legal referente à propriedade, uso e posse da 
terra, em que se multiplicaram as posses de fato sobre áreas não pertencentes a sesmeiros, de forma 
indiscriminada e desorganizada sem qualquer controle, seja de pequenas ou grandes áreas de terras. Assim 
surgiram também as ocupações de sobras de sesmarias, resultando em pequenas posses, principalmente 
nas proximidades dos povoados, vilas e cidades, o que, por sua vez, garantiu o abastecimento local.
Em 1850 surge a Lei de Terras (Lei 601), tendo como principais objetivos: proibir o domínio sobre 
as terras devolutas, a não ser pela compra e venda; garantir títulos aos detentores de sesmarias não 
confirmadas, garantir títulos aos detentores de terras por concessão feita no regime anterior; transformar 
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DIREITO AGRÁRIO
a posse mansa e pacífica anterior à lei na aquisição do domínio. O registro das terras passou a ser 
efetuado no Vigário ou Registro Paroquial, tendo valor até os dias atuais como prova da posse e não 
como título de domínio. A partir daí a aquisição da terra se fazia por compra e registro. Pela mesma lei 
foi instituída a ação discriminatória (processo de separação de terras públicas e particulares, que existe 
até os dias atuais). Qual importância da Lei de Terras naquele momento histórico brasileiro? A partir da 
Lei de terras passamos a ter vários tipos de terras, a saber:
- proprietários legítimos, com seus direitos oriundos de títulos de sesmarias cedidas e confirmadas;
- possuidores com títulos de sesmarias, mas sem confirmação (por inadimplência);
- possuidores sem título hábil (posses anteriores à lei de terras);
- e terras devolutas (devolvidas).
A Constituição de 1891 transferiu o domínio das terras devolutas aos estados, permitindo a estes 
legislar sobre impostos e transmissão da propriedade, porém, as terras em faixa de fronteira, na Amazônia 
e no litoral continuaram sendo de domínio federal.
De 1889 a 1930 a estrutura fundiária brasileira ficou inalterada, com uma massa camponesa pobre e uma 
minoria aristocrata detentora da maior parte das terras. Isto foi gerando inconformismos e, em consequência, 
o surgimento de projetos de Código Rural. Porém, fato importante neste período foi o surgimento do Código 
Civil, em 1.916, inclusive regulando as relações jurídicas rurais (posse, contratos agrários, etc.).
A CF de 1934, referência histórica importante, tratou da usucapião, da colonização e da proteção do 
trabalhador. A CF de 1946, além da desapropriação por necessidade ou utilidade pública contemplou, 
pela primeira vez, a desapropriação por interesse social. Leis específicas (Dec. Lei 3.365/41 e Lei 4.947/66) 
tratam de desapropriação e de direito agrário. Porém, a lei regulando a desapropriação por interesse 
social surgiu apenas em 1.962 (Lei nº 4.132). Além disso, outras leis específicas regularam a fauna, 
florestas, águas, etc.
Entre 1951 e 1964 surgiram inúmeros projetos de Código Rural, de reforma agrária, etc., com inspiração, 
sobretudo nos códigos rurais da Argentina e do Uruguai. Em 1962, foi criada a SUPRA (Superintendência 
Nacional de Reforma Agrária). Paralelamente a isso, tivemos experiências de organização camponesa em 
diversas regiões do país, o que contribuiu para a aceleração na elaboração de um conjunto de normas 
reguladoras das relações atinentes à atividade agrária, inclusive atendendo a pressões internacionais. No 
encontro de cúpula dos países da américa, realizado em Punta Del Este (Uruguai), o Brasil, assim, como 
outros países, assumiram o compromisso de aprovar leis referentes à reforma agrária, como estratégia 
para evitar a organização da esquerda no campo. É dali que surge a nossa legislação agrária.
A Emenda Constitucional Nº 10, de 9/11/64, modificou a CF de 46 no seu art. 50, para inserir a 
competência da União para legislar sobre Direito Agrário. Desta forma institucionalizou o Direito Agrário 
no Brasil, garantindo a sua autonomia legislativa. Em 30/11/64 foi promulgado o Estatuto da Terra (Lei 
4.504 – referência do Direito Agrário Brasileiro, ficando estruturado como ramo autônomo).
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O Dec. 554/69 – Regulava o procedimento de desapropriação de terras para fins de reforma agrária 
(já revogado). No período histórico que se segue, período da ditadura militar, apesar da legislação, 
somente se tratou de colonização no tocante à distribuição da terra.
O 1º PNRA – 1984/5 – Governo Sarney –1º Plano Nacional de Reforma Agrária, que não chegou a 
ser executado.
A Constituição de 88 tratou a questão agrária no Art. 5º, incisos XXII, XXIII, XXIV e XXVI, entre outros; 
apontou em seu art. 170 o conceito de justiça social, inserido no conteúdo da ordem econômica.
Ademais, a Constituição tratou nos artigos 184 a 191 – da Política Agrária, fundiária e reforma 
agrária, além de um capítulo referente à questão ambiental (225).
Leis regulando o Texto Constitucional: Lei 8.171 e 8.174 (leis sobre Política Agrícola); Lei 8.257/91 
(tratando do confisco de terras que tenham plantação de psicotrópicos, regulando o art. 243 da CF); Lei 
8.629/93 e a LC nº 76/93 – com os seus regulamentos, acréscimos e modificações posteriores (inclusive 
por medida provisória) disciplinam vasta matéria do Direito Agrário, ao mesmo tempo que o Estatuto 
da Terra continua em vigor naqueles institutos não modificados pela CF/88 e legislação posterior. Além 
disso, a parte específica referente ao ITR (Imposto Territorial Rural) foi modificado por lei nova (Lei nº 
9.393/96) que, atualmente, regulamenta a matéria.
O Novo Código Civil (Lei nº 10.406/02) – mesmo que de aplicação subsidiária no Direito Agrário, traz 
uma orientação nova, sobretudo superando a visão individualista e inserindo em seu conteúdo a função 
social da propriedade e, igualmente, a função social do contrato. Além disso, o novo Código Civil repetiu 
a redação da CF referente à usucapião constitucional (de 5 anos).
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FALCÃO, Ismael Marinho. Direito Agrário no século XVI e o desenvolvimento rural brasileiro 
atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 38, 1.jan.2000. Disponível em: <http://jus.com.br/
artigos/1666>. Acesso em: 15 set. 2013. 
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DIREITO AGRÁRIO
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-
brasileiro-atual#ixzz2f0AttiS3
MÓDULO 02
3. Teoria geral do Direito Agrário
Direito Agrário é o conjunto, acervo, sistemático de normas jurídicas que visam disciplinar as relações 
do homem com a terra, tendo em vista o progresso social e econômico do rurícola e o enriquecimento 
da comunidade.
Os fatos jurídicos que emergem do campo, decorrentes de atividade agrária, estrutura agrária, 
empresa agrária, tudo o que caracteriza a relação jurídica agrária, ou seja, as relações do homem com a 
terra que geram efeitos, configurando-se o objeto do direito agrário.
3.1. Conceitos, Autonomia, Objeto, Atividade Agrária
O objeto do direito agrário é toda ação humana no sentido da produção orientada, no qual há a 
participação ativa da natureza, visando à conservação das fontes produtivas naturais, pois a atividade 
agrária é o resultado da atuação humana sobre a natureza com participação funcional do processo 
produtivo e tem três aspectos fundamentais, que são:
- Explorações rurais típicas: que compreendem a lavoura (lavoura temporária: arroz, feijão e milho 
e lavoura permanente: café, cacau, laranja, etc.); o extrativismo animal e vegetal; a pecuária de 
pequeno, médio e grande porte e a hortifrutigranjeira (hortaliças, ovos, etc.).
- Exploração rural atípica ou beneficiamento ou transformação dos produtos rústicos (matéria-
prima): que compreende a agroindústria, que são os processos industrializantes desenvolvidos no 
limite territorial da produção (produção de farinha, beneficiamento de arroz, etc.);
- Atividade complementar da exploração agrícola, ou seja, e a atividade final do processo 
produtivista: que compreende o transporte e a comercialização dos produtos. No qual se situa 
no setor terciário da economia, sendo a primeira considerada como prestação de serviços e a 
segunda como comercialização, atividade tipicamente mercantil (comercial).
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Unidade I
3.2. Natureza jurídica e importância do Direito Agrário na realidade atual
O Direito Agrário é matéria de natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito público, por 
dois fundamentos: o acervo de normas cogentes (a quantidade de normas de direito público) é mais 
amplo do que as de direito privado.
3.3. Fontes, interpretação e aplicação do Direito Agrário
As fontes do Direito Agrário podem ser assim classificadas e estudadas:
a) A lei – é uma expressão racional e objetiva do Direito. Portanto, é uma regra de direito que emana 
de um órgão especializado, sancionada pelo poder público. 
 No contexto legal, as fontes do Direito Agrário são a Constituição, que estabelece diretrizes e 
princípios para a matéria agrária, como ficou claro no presente trabalho. Há de se ressaltar que, 
mesmo as constituições liberais, que não se preocuparam com uma ordem econômica e social, 
mencionaram no seu texto institutos de Direito Agrário, sem que ainda este novo ramo do direito 
tivesse conquistado a sua autonomia, como ocorreu com as constituições de 1824 e 1891 e as 
subsequentes que se filiaram ao constitucionalismo social, sensível às questões econômicas e 
sociais, como as de 1934, 1937, 1946, 1967, emenda de 1969, 1988.
 Além dos textos constitucionais, o Estatuto da Terra, Lei nº 4.504, de 20 de novembro de 1964, e 
toda legislação complementar do Estatuto.
b) Os costumes – para se falar cientificamente sobre os costumes, é mister incursionar na seara 
da Sociologia. Para os sociólogos, há uma diferença entre os mores e os folkways. Esta diferença 
reside na maneira pela qual a referida forma de conduta é considerada pelo povo que a pratica. 
Daí porque os mores são os costumes considerados essenciais à continuidade da vida do grupo. 
Enquanto os folkways são as maneiras de agir (ways) que caracterizam um povo (folks). São as 
formas de conduta que um povo desenvolveu durante sua vida. São os costumes que os membros 
do grupo consideram menos importantes.
c) Jurisprudência – como fonte do direito, a jurisprudência é o conjunto de soluções elaboradas 
pelos juízes às questões jurídicas. Ou, na linguagem de Miguel Reale, é uma forma de revelação do 
Direito que se processou através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica 
de decisões dos tribunais.
d) Doutrina – é o conjunto de soluções às questões de direito, ministradas pelos jurisconsultos. A 
atividade doutrinária é trabalho de jurista e jurisconsultos. Pressupõe objetividade e método, vez 
que é trabalho estritamente científico.
 Ora, a doutrina do Direito Agrário começou a ser valorizada na Itália, com a criação da Revista do 
Direito Agrário, pelo professor Giangastone Bolla. E, com o I congresso Internacional de Direito 
Agrário, em 1954, convocado por esse insigne mestre, divulgou os princípios doutrinários do novo 
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DIREITO AGRÁRIO
direito em toda a Europa. No Brasil, há todo um trabalho de doutrina, elaborado por mestres, como 
Ruy Cirne Lima, Nestor Duarte, Fernando Sodero, J. Motta Maia, Raymundo Laranjeira, Octávio 
Mello Alvarenga, Paulo Garcia, e, especialmente, pelo então coordenador do Curso de Mestrado 
em Direito Agrário, da Faculdade de Direito da UFG, professor emérito Paulo Torminn Borges, 
que guardava as devidas proporções, por ser alcunhado de Giangastone Bolla do Centro-Oeste 
brasileiro, pela sua dedicação ao Direito Agrário Brasileiro, quer como professor, conferencista, 
escritor e pesquisador.
3.4. Princípios do Direito Agrário
Dois princípios se sobrepõem no Direito Agrário:
a) Princípio da adequação da propriedade imobiliária ao progresso social e ao desenvolvimento 
econômico.
 Este princípio ensina como deve ser explorado o imóvel rural, e é usado para dirimir qualquer 
conflito agrário. 
 A base para este princípio é que a terra não está ali para ostentar patrimônio e, sim, gerar riqueza. 
b) Princípio da redistribuição das propriedades imobiliárias inadequadas e reestruturação das 
tituloriedades fundiárias no país.
 Este princípio possui caráter sancionatório. Se não há capacidade de se adequar 
as propriedades imobiliárias, a terra será desapropriada – característica socialista. 
O art. 5° da Constituição em seu inciso XXII garante o direito à propriedade, mas logo abaixo no 
inciso XXIII coloca uma condição a essa garantia. A propriedade há de ser protegida, desde que 
atendida à sua função social.
 O que a CF expõe é que uma vez inadmitida a terra para ostentação de patrimônio, todo e 
qualquer pedaço de chão deverá ter um fim específico, como gerar frutos, riqueza. A terra deve 
ser trabalhada, gerando assim empregos e rendas. Aquele que não cumprir a orientação, assume 
para si o risco de sofrer sanções. A sanção prevista em lei é a desapropriação agrária, que consiste 
em instrumento para a Reforma Agrária, que, por sua vez, é uma tentativa de correção ao pífio 
quadro latifundiário do país. “O acervo de medidas jurídicas pautadas na reformada realidade de 
terras não-utilizadas”.
Outros 
- utilização da terra se sobrepõe à titulação dominical;
- propriedade condicionada à função social;
- dicotomia do direito agrário: política de reforma agrária e política de desenvolvimento rural;
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Unidade I
- supremacia do interesse público sobre o individual;
- proteção à propriedade familiar e a pequena e média propriedade;
- conservação e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.
BLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Silva, Jônathas Silva. O Direito Agrário, um enfoque interdisciplinar. Revista da OAB Goiás Ano 
XI nº 31, In http://www.oabgo.org.br/Revistas/31/materia-2.htm
MÓDULO 03
4. Imóvel Rural: conceito, elementos, critério distintivo do imóvel urbano
Imóvel Rural
Art. 4º Para os efeitos desta lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da Terra), definem-se:
I – “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se 
destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos 
de valorização, quer através de iniciativa privada;
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DIREITO AGRÁRIO
II – “Propriedade Familiar”, o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua 
família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social 
e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente 
trabalho com a ajuda de terceiros;
III – “Módulo Rural”, a área fixada nos termos do inciso anterior;
IV – “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar;
V – “Latifúndio”, o imóvel rural que:
a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em 
vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine;
b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão 
do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, 
econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente 
explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural;
VI – “Empresa Rural” é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que 
explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico 
(...) vetado (...) da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo 
padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas 
cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias;
VII – “Parceleiro”, aquele que venha a adquirir lotes ou parcelas em área destinada à Reforma Agrária 
ou à colonização pública ou privada;
VIII – “Cooperativa Integral de Reforma Agrária (C.I.R.A.)”, toda sociedade cooperativa mista, 
de natureza civil, (...) vetado (...) criada nas áreas prioritárias de Reforma Agrária, contando 
temporariamente com a contribuição financeira e técnica do Poder Público, através do Instituto 
Brasileiro de Reforma Agrária, com a finalidade de industrializar, beneficiar, preparar e padronizar 
a produção agropecuária, bem como realizar os demais objetivos previstos na legislação vigente;
IX – “Colonização”, toda a atividade oficial ou particular, que se destine a promover o 
aproveitamento econômico da terra, pela sua divisão em propriedade familiar ou através de 
Cooperativas (...) vetado (...).
Parágrafo único. Não se considera latifúndio:
a) o imóvel rural, qualquer que seja a sua dimensão, cujas características recomendem, sob o 
ponto de vista técnico e econômico, a exploração florestal racionalmente realizada, mediante 
planejamento adequado;
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Unidade I
b) o imóvel rural, ainda que de domínio particular, cujo objeto de preservação florestal ou de outros 
recursos naturais haja sido reconhecido para fins de tombamento, pelo órgão competente da 
administração pública.
 Art. 5°. A dimensão da área dos módulos de propriedade rural será fixada para cada zona de 
características econômicas e ecológicas homogêneas, distintamente, por tipos de exploração rural 
que nela possam ocorrer.
 Parágrafo único. No caso de exploração mista, o módulo será fixado pela média ponderada das 
partes do imóvel destinadas a cada um dos tipos de exploração considerados.
5. Função social da terra e seus elementos componentes
Segundo o artigo 186: A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Segundo o Art. 9º (lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993), a função social é cumprida 
quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, 
os seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
§ 1º Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e 
de eficiência na exploração especificados nos §§ 1º a 7º do art. 6º desta lei.
§ 2º Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz 
respeitando a vocação natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.
§ 3º Considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio 
natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio 
ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas.
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§ 4º A observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às 
leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às disposições que disciplinam os 
contratos de arrendamentoe parceria rurais.
§ 5º A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é a que objetiva o 
atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança 
do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel.
6. Dimensionamento eficaz do imóvel rural: módulo rural, módulo fiscal e fração mínima 
de parcelamento
As dimensões de um módulo rural são definidas de região para região, conjugando a questão da 
localidade (qualidade do solo, clima, etc.) mais o tipo de atividade agrária ali possível de desenvolver.
O módulo rural padrão é aquele mínimo de área necessária a uma propriedade familiar.
O módulo médio da propriedade é o módulo factível onde se desenvolva as cinco atividades agrárias 
(agricultura, pecuária, etc.). Seiscentas vezes a dimensão de um módulo médio é o cálculo usado para a 
medida de latifúndio por dimensão.
O módulo rural não pode ser fracionado, uma vez que sua divisão acarretaria no surgimento de 
minifúndios, configurando-se em objetos de desapropriação.
Módulo Fiscal
O Módulo Fiscal nasceu apenas com a finalidade de atuar como base para cálculo do ITR, hoje ele 
define as dimensões da pequena, média ou grande propriedade rural.
Segundo a lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, em seu Art. 4º, para os efeitos desta lei, 
conceituam-se:
I – Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine 
ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial;
II – Pequena Propriedade – o imóvel rural:
a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;
III – Média Propriedade – o imóvel rural:
a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais;
b) (Vetado).
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Unidade I
Parágrafo único. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e a 
média propriedade rural, desde que o seu proprietário não possua outra propriedade rural.
Art. 5º. A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que não cumpra sua função 
social, importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza 
a União a propor ação de desapropriação.
§ 3º Os títulos da dívida agrária, que conterão cláusula assecuratória de preservação de seu valor 
real, serão resgatáveis a partir do segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao 
prazo, observados os seguintes critérios:
I – do segundo ao décimo quinto ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área de 
até setenta módulos fiscais (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001);
II – do segundo ao décimo oitavo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área 
acima de setenta e até cento e cinquenta módulos fiscais e (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001);
III – do segundo ao vigésimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área 
superior a cento e cinquenta módulos fiscais (Redação dada pela Medida Provisória nº 
2.183-56, de 2001).
§ 4o No caso de aquisição por compra e venda de imóveis rurais destinados à implantação de projetos 
integrantes do Programa Nacional de Reforma Agrária, nos termos desta Lei e da Lei no 4.504, de 
30 de novembro de 1964, e os decorrentes de acordo judicial, em audiência de conciliação, com 
o objetivo de fixar a prévia e justa indenização, a ser celebrado com a União, bem como com os 
entes federados, o pagamento será efetuado de forma escalonada em Títulos da Dívida Agrária – 
TDA, resgatáveis em parcelas anuais, iguais e sucessivas, a partir do segundo ano de sua emissão, 
observadas as seguintes condições: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001).
I – imóveis com área de até três mil hectares, no prazo de cinco anos (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001);
II – imóveis com área superior a três mil hectares: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001);
a) o valor relativo aos primeiros três mil hectares, no prazo de cinco anos (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001);
b) o valor relativo à área superior a três mil e até dez mil hectares, em dez anos (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001);
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DIREITO AGRÁRIO
c) o valor relativo à área superior a dez mil hectares até quinze mil hectares, em quinze anos e 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001);
d) o valor da área que exceder quinze mil hectares, em vinte anos (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001).
§ 5o Os prazos previstos no § 4o, quando iguais ou superiores a dez anos, poderão ser reduzidos em 
cinco anos, desde que o proprietário concorde em receber o pagamento do valor das benfeitorias 
úteis e necessárias integralmente em TDA (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001).
§ 6o Aceito pelo proprietário o pagamento das benfeitorias úteis e necessárias em TDA, os prazos 
de resgates dos respectivos títulos serão fixados mantendo-se a mesma proporcionalidade 
estabelecida para aqueles relativos ao valor da terra e suas acessões naturais (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001).
Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, 
atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo 
índices fixados pelo órgão federal competente.
§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá ser igual ou superior a 
80% (oitenta por cento), calculado pela relação percentual entre a área efetivamente utilizada e 
a área aproveitável total do imóvel.
§ 2º O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior a 100% (cem por cento), 
e será obtido de acordo com a seguinte sistemática:
I – para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos respectivos 
índices de rendimento estabelecidos pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada 
Microrregião Homogênea;
II – para a exploração pecuária, divide-se o número total de Unidades Animais (UA) do rebanho, 
pelo índice de lotação estabelecido pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada 
Microrregião Homogênea;
III – a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, dividida pela 
área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), determina o grau de eficiência 
na exploração.
§ 3º Considera-se efetivamente utilizadas:
I – as áreas plantadas com produtos vegetais;
II – as áreas de pastagens nativas e plantadas, observado o índice de lotação por zona de pecuária, 
fixado pelo Poder Executivo;
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Unidade I
III – as áreas de exploração extrativa vegetal ou florestal, observados os índices de rendimento 
estabelecidos pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea, 
e a legislação ambiental;
IV – as áreas de exploração de florestas nativas, de acordo com plano de exploração e nas condições 
estabelecidas pelo órgão federal competente;
V – as áreas sob processos técnicos de formação ou recuperação de pastagens ou de culturas 
permanentes, tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas, mediante documentação e 
Anotação de ResponsabilidadeTécnica (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001).
§ 4º No caso de consórcio ou intercalação de culturas, considera-se efetivamente utilizada a área 
total do consórcio ou intercalação.
§ 5º No caso de mais de um cultivo no ano, com um ou mais produtos, no mesmo espaço, considera-
se efetivamente utilizada a maior área usada no ano considerado.
§ 6º Para os produtos que não tenham índices de rendimentos fixados, adotar-se-á a área utilizada 
com esses produtos, com resultado do cálculo previsto no inciso I do § 2º deste artigo.
§ 7º Não perderá a qualificação de propriedade produtiva o imóvel que, por razões de força maior, caso 
fortuito ou de renovação de pastagens tecnicamente conduzida, devidamente comprovados pelo 
órgão competente, deixar de apresentar, no ano respectivo, os graus de eficiência na exploração, 
exigidos para a espécie.
§ 8º São garantidos os incentivos fiscais referentes ao Imposto Territorial Rural relacionados com os 
graus de utilização e de eficiência na exploração, conforme o disposto no art. 49 da Lei nº 4.504, 
de 30 de novembro de 1964.
Art. 7º Não será passível de desapropriação, para fins de reforma agrária, o imóvel que comprove 
estar sendo objeto de implantação de projeto técnico que atenda aos seguintes requisitos:
I – seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;
II – esteja cumprindo o cronograma físico-financeiro originalmente previsto, não admitidas 
prorrogações dos prazos;
III – preveja que, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do imóvel seja 
efetivamente utilizada em, no máximo, 3 (três) anos para as culturas anuais e 5 (cinco) anos 
para as culturas permanentes;
IV – haja sido aprovado pelo órgão federal competente, na forma estabelecida em regulamento, 
no mínimo seis meses antes da comunicação de que tratam os §§ 2o e 3o do art. 2o (Redação 
dada pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001).
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Parágrafo único. Os prazos previstos no inciso III deste artigo poderão ser prorrogados em até 
50% (cinquenta por cento), desde que o projeto receba, anualmente, a aprovação do órgão 
competente para fiscalização e tenha sua implantação iniciada no prazo de 6 (seis) meses, 
contado de sua aprovação.
Art. 8º Ter-se-á como racional e adequado o aproveitamento de imóvel rural, quando esteja 
oficialmente destinado à execução de atividades de pesquisa e experimentação que objetivem o 
avanço tecnológico da agricultura.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, só serão consideradas as propriedades que tenham 
destinado às atividades de pesquisa, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável 
do imóvel, sendo consubstanciadas tais atividades em projeto:
I – adotado pelo Poder Público, se pertencente a entidade de administração direta ou indireta, ou 
a empresa sob seu controle;
II – aprovado pelo Poder Público, se particular o imóvel.
§ 6º (Vetado).
Art. 10. Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se não aproveitáveis:
I – as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins 
produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reprodução e criação de peixes e 
outros semelhantes;
II – as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola, pecuária, 
florestal ou extrativa vegetal;
III – as áreas sob efetiva exploração mineral;
IV – as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por legislação relativa 
à conservação dos recursos naturais e à preservação do meio ambiente.
BIBLIOGRAFIA DO MÓDULO
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007.
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Unidade I
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SILVA, Jônathas Silva O Direito Agrário, um enfoque interdisciplinar. Revista da OAB Goiás Ano 
XI nº 31, In http://www.oabgo.org.br/Revistas/31/materia-2.htm
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
SILVA, Flávia Martins André da. Direito Agrário e sua relação com outros ramos do Direito. In 
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1222
SILVA, Thiago Paixão. Direito Agrário sem complicações. In http://www.boletimjuridico.com.br/
doutrina/texto.asp?id=2227
MÓDULO 04
7. Classificação dos Imóveis Rurais: Latifúndio, Minifúndio, Propriedade Familiar, Pequena, 
Média e Grande Propriedade, Propriedade Produtiva, Propriedade Improdutiva
Conforme estabelecido pelo legislador, no Estatuto da Terra, existiam, ao menos, até 1988, os 
seguintes tipos de imóveis rurais: propriedade familiar, minifúndio, latifúndio e empresa rural.
A CF/88 passou a utilizar novas terminologias, estabelecendo novos institutos ou novas categorias 
de imóveis rurais, como a pequena propriedade, a média propriedade, a grande propriedade, a 
propriedade produtiva e, por via de consequência, a propriedade improdutiva. Contudo, o texto 
constitucional não definiu estas novas categorias, o que ficou para a legislação complementar, 
vindo depois inserido no texto da Lei nº 8.629/93. Esta nova lei não se valeu dos mesmos critérios 
utilizados pelo Estatuto da Terra, sobretudo no tocante ao fiel cumprimento da função social da terra 
pelas novas categorias definidas, uma vez que a definição de propriedade produtiva ficou restrita 
ao aspecto econômico da função social da terra. Assim, para alguns autores não cabe mais falar 
em minifúndio e em latifúndio. Contudo, os contornos dos novos institutos ainda não estão bem 
definidos doutrinariamente. Estes tipos de imóveis rurais, definidos no ET e na Lei nº 8.629/93, serão 
objeto de estudo específico.
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DIREITO AGRÁRIO
Para o Estatuto da Terra, em seu Art. 4º, definem-se:
I – “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se 
destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos 
públicos de valorização, quer através de iniciativa privada;
II – “Propriedade Familiar”, o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua 
família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social 
e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente 
trabalho com a ajuda de terceiros;
III – “Módulo Rural”, a área fixada nos termos do inciso anterior;
IV – “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar;
V – “Latifúndio”, o imóvel rural que:
a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em 
vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine;
b) não excedendoo limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão 
do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, 
econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente 
explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural;
VI – “Empresa Rural” é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que 
explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico 
(...) vetado (...) da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo 
padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas 
cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias;
VII – “Parceleiro”, aquele que venha a adquirir lotes ou parcelas em área destinada à Reforma Agrária 
ou à colonização pública ou privada;
VIII – “Cooperativa Integral de Reforma Agrária (C.I.R.A.)”, toda sociedade cooperativa mista, 
de natureza civil, (...) vetado (...) criada nas áreas prioritárias de Reforma Agrária, contando 
temporariamente com a contribuição financeira e técnica do Poder Público, através do Instituto 
Brasileiro de Reforma Agrária, com a finalidade de industrializar, beneficiar, preparar e padronizar 
a produção agropecuária, bem como realizar os demais objetivos previstos na legislação vigente;
IX – “Colonização”, toda a atividade oficial ou particular, que se destine a promover o aproveitamento 
econômico da terra, pela sua divisão em propriedade familiar ou através de Cooperativas (...) 
vetado (...). 
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Unidade I
Parágrafo único. Não se considera latifúndio:
a) o imóvel rural, qualquer que seja a sua dimensão, cujas características recomendem, sob o 
ponto de vista técnico e econômico, a exploração florestal racionalmente realizada, mediante 
planejamento adequado;
b) o imóvel rural, ainda que de domínio particular, cujo objeto de preservação florestal ou de outros 
recursos naturais haja sido reconhecido para fins de tombamento, pelo órgão competente da 
administração pública.
 Art. 5°. A dimensão da área dos módulos de propriedade rural será fixada para cada zona de 
características econômicas e ecológicas homogêneas, distintamente, por tipos de exploração rural 
que nela possam ocorrer.
Parágrafo único. No caso de exploração mista, o módulo será fixado pela média ponderada das 
partes do imóvel destinadas a cada um dos tipos de exploração considerados.
Já o artigo 4º da lei (lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993), conceituam-se:
I – Imóvel Rural – o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que 
se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou 
agroindustrial;
II – Pequena Propriedade – o imóvel rural:
a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;
b) (Vetado)
c) (Vetado)
III – Média Propriedade – o imóvel rural:
a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais;
b) (Vetado). 
BIBLIOGRAFIA DO MÓDULO
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
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DIREITO AGRÁRIO
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007.
http://www.incra.gov.br/
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006. 
	art4ii
	art4iii
	art9iii
	art9§1
	art9§4
	art4iia
	art4iiia
	art5
	art5§3i
	art6
	art6§3
	art6§3v
	art6§4
	art6§5
	art6§6
	art7
	art7iv
	art9
	art11
	art11.

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