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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS- CSHNB CURSO: BACHARELADO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA: BIOQUÍMICA DE ALIMENTOS PROFA: MA. ANA CIBELE PEREIRA SOUSA CASSIO BRUNO DA SILVA MOURA JACIHELEM DE FATIMA FERREIRA VIANA LENILSON JOAQUIM DA COSTA MARIANY DE ALENCAR ADITIVOS ALIMENTARES PRESENTES EM REFRIGERANTES DIET E SEUS EFEITOS NOCIVOS A SAÚDE PICOS – PI 2019 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 5 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 6 3.1 CARAMELO IV ................................................................................................... 6 3.2 ÁCIDO FOSFÓRICO ......................................................................................... 6 3.3 CICLAMATO DE SÓDIO .................................................................................... 7 3.4 ACESULFAME DE POTÁSSIO .......................................................................... 7 3.5 ASPARTAME ..................................................................................................... 8 3.6 BENZOATO DE SÓDIO ..................................................................................... 8 3.7 CITRATO DE SÓDIO ......................................................................................... 9 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 10 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 11 3 1 INTRODUÇÃO A fabricação e o preparo de alimentos têm se modificado muito ao longo dos anos, particularmente nos últimos trinta anos. No passado, os alimentos provinham da região onde eram produzidos ou de regiões muito próximas. Atualmente, boa parte dos alimentos é proveniente de regiões longínquas e necessitam frequentemente de aditivos para manter a sua integridade. Portanto, a indústria alimentícia passou a utilizar um grande número de aditivos nos alimentos, para melhorar as condições de armazenagem e oferecer alimentos seguros, e assim atender às expectativas do mercado consumidor. Além disso, a variedade e a apresentação dos alimentos são preocupações constantes das indústrias alimentícias. Tudo isto tem motivado as indústrias de engenharia e tecnologia de alimentos a utilizarem agentes químicos para conservar, colorir ou aromatizar os alimentos, com o objetivo de atrair cada vez mais os consumidores (ANTUNES & ARAÚJO, 2000) Os aditivos alimentares são substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos, para, por exemplo, aumentar a durabilidade do produto, ou intensificar ou modificar as suas propriedades organolépticas, desde que não tenham fins nutricionais. Podem ser substâncias de origem natural ou sintética, normalmente sem valor nutricional apreciável, que são adicionadas aos alimentos na quantidade mínima necessária para se atingir o propósito tecnológico, durante o fabrico ou alteração industrial, ou durante o seu acondicionamento (ROMEIRE & DELGADO, 2012) De um ponto de vista tecnológico, os aditivos alimentares desempenham um papel importante no desenvolvimento de alimentos. Entretanto, o uso de aditivos é um tema que desperta a preocupação dos consumidores quanto à segurança, fundamentalmente quando se trata de corantes artificiais, uma vez que estudos epidemiológicos têm apontado a relação entre a exposição a determinadas substâncias como nitratos e outros aditivos alimentares encontradas na dieta humana e o desenvolvimento de câncer específico, tais como o de estômago, esôfago, cólon, reto, mama e ovário (POLONIO & PERES, 2009) Existem duas classes de aditivos alimentares, sendo a primeira composta pelos aditivos intencionais, que são adicionados intencionalmente aos alimentos a fim de desempenhar funções específicas, onde pode-se incluir os conservantes, os agentes bacterianos, agentes de branqueamento, antioxidantes, edulcorantes, corantes, aromatizantes e os suplementos nutricionais. A segunda classe é referente aos 4 aditivos incidentais, que podem estar presentes nos alimentos por causa da migração ou transferência da embalagem ou das máquinas de processamento. Aproximadamente 300 substâncias são identificadas como aditivos alimentares (BARBOSA, 2016). Segundo a ANVISA, os aditivos alimentares, antes de serem liberados para consumo, são avaliados de acordo com a necessidade tecnológica e de segurança. O aditivo antes de ser autorizado para uso do consumidor, deve ser submetido a uma adequada avaliação toxicológica, onde leva-se em consideração aspectos como, qualquer efeito acumulativo, sinérgico e de proteção, decorrente do seu uso. Sendo feita uma reavaliação quando necessário, à luz do conhecimento científico disponível, para que sejam realizadas modificações em suas condições de uso. A avaliação dos aditivos alimentares no âmbito mundial é baseada no controle das IDAs (Ingestão Diária Aceitável), desenvolvida pelo Comitê de Expertos em Aditivos Alimentares da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, mesmo que a ingestão diária aceitável tenha sido determinada e que cada produto permaneça dentro dos limites estabelecidos, a ingestão de certos aditivos ainda poderá exceder o IDA, causando os efeitos indesejados (POLONIO & PERES, 2009; BARBOSA, 2016). Os refrigerantes, possuem muitos aditivos em sua composição e o seu consumo começa bem cedo no Brasil. Há pais que oferecem refrigerantes a bebes com menos de um ano de idade, o que o leva a se acostumar, desde tenra idade, com o produto em discussão. Os aditivos neles contidos, tais como acidulantes, conservantes e corantes artificiais são substâncias que podem causar males à saúde, como câncer, processos alérgicos, hiperatividade etc (FIALHO et al., 2019). Desse modo, o presente trabalho tem o objetivo de contextualizar, por meio da literatura, os aditivos alimentares presentes em refrigerantes diet, bem como os consequentes riscos à saúde devido ao seu consumo. 5 2 METODOLOGIA Foi realizada uma revisão de literatura, por meio de buscas bibliográficas nos bancos de dados informatizados Scielo, google acadêmico, Anvisa e Pubmed, no período de outubro de 2019. Considerou-se os artigos que investigaram os efeitos nocivos dos aditivos sobre a saúde. 6 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O refrigerante diet de uma determinada empresa é composto por água gaseificada, extrato de noz de cola, cafeína, aroma natural, aditivos alimentares como: corante caramelo IV, acidulante ácido fosfórico, edulcorantes ciclamato de sódio (27 mg), acesulfame de potássio (15 mg) e aspartame (12 mg) por 100 ml, conservador benzoato de sódio, estabilizante citrato de sódio. Na tabela a seguir está exposto os aditivos presentes em refrigerante de cola sem açúcar de uma determinada marca, separados em classe e em número do INS. Tabela 1 - Aditivos presentes em refrigerante sem açúcar e suas respectivas classes funcionais. Classe funcional INS Aditivos Corantes 150d Caramelo IV Acidulante 338 Ácido fosfórico Edulcorantes 952950 951 Ciclamato de sódio Acessulfame de potássio Aspartame Conservante 211 Benzoato de sódio Estabilizante 331 iii Citrato de sódio Fonte: alunos do curso de nutrição, 2019.2 3.1 CARAMELO IV O corante caramelo tipo IV corresponde a 70% de todo o corante caramelo produzido mundialmente. Esse tipo de corante artificial em refrigerantes “tipo cola” é gerado por meio da reação da amônia com açúcares sulfitos em alta pressão e temperaturas. Estas reações químicas acarretam na formação de 4-metil-imidazol (MARINI; FUMAGALLI, 2016). Estudos epidemiológicos têm relacionado a ingestão de corantes na dieta humana com o desenvolvimento de cancro, como do esôfago, cólon, reto, ovário e mama. Essas substâncias modificam o “turn-over” das células durante o seu crescimento normal ou no processo de hiperplasia regenerativa e assim, colaboram para a incidência de câncer (POLÔNIO; PERES, 2009). 3.2 ÁCIDO FOSFÓRICO A maioria dos refrigerantes no Brasil possui alto teor de ácido fosfórico, ficando com o pH abaixo de 3. Ele é utilizado principalmente como acidulante da bebida, baixando seu pH, regulando sua doçura, e realçando o paladar. O ácido fosfórico está 7 presente numa proporção de 0,6 g para cada cada litro de refrigerante, o que é uma quantidade muito pequena. Além disso, ele não faz mal para o nosso organismo, porque o ácido fosfórico é essencial para o funcionamento das células do nosso corpo. O único efeito adverso que se pode ter é o excesso de fosfato (componente do ácido fosfórico) em nosso organismo, pois ele pode reagir com o cálcio dos ossos e dentes, causando problemas dentários e ósseos, como a osteoporose (GUASTALDI, 2010). 3.3 CICLAMATO DE SÓDIO Um estudo realizado pelo US Department of Health, mostrou no final da década de 60 que o ciclamato de sódio adicionado juntamente a sacarina, foi associado ao câncer de bexiga em ratos, concluindo que o ciclamato não servia como tratamento para obesidade e diabetes. Embora alguns estudos da época comprovarem essas afirmações, o ciclamato de sódio foi aprovado como adoçante em mais de 40 países, incluindo o Brasil (ARRUDA, 2003). O ciclamato ingerido em grandes quantidades pode causar diarréias em humanos resultante de um efeito osmótico afirma Egeberg et al., contudo, poucos efeitos fisiopatológicos foram associados a administração dessa substância em pequenas quantidades. De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO) e o World Health organization (WHO) a dose ideal do ciclamato corresponde a 50mg/kg de peso corporal de cada indivíduo (ARRUDA, 2003). 3.4 ACESULFAME DE POTÁSSIO Trata-se de um sal orgânico constituído de carbono, nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, enxofre e potássio. É cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose, tem estabilidade ao calor, pode-se ser usado em cozimentos e assados. Não tem gosto prolongado, porém pode acontecer em quantidades maiores. Na ingestão, passa sem nenhumas modificações pelo sistema digestivo, não é calórico. O acessulfame-K foi disponibilizado para consumo em meados de 60, nos dias de hoje, os edulcorantes estão presentes em mais de 6.000 produtos, como bebidas, gelatinas, iogurtes, geleias, além de cremes dentais e medicamentos (BARREIROS, 2012). Pacientes com DRC devem seguir uma série de orientações para o consumo de nutrientes, potássio e sódio devem ser restringidos, inclusive para pacientes em hemodiálise. Esses dois nutrientes são ingredientes dos principais edulcorantes comercializados no Brasil, acesulfame de potássio (K), ciclamato de sódio e a sacarina 8 sódica. Portanto, diabéticos com DRC devem ficar atentos quanto ao consumo desses produtos (JÚNIOR; GOMES, 2015). 3.5 ASPARTAME É um éster metílico de um dipeptídeo formado por fenilalanina e ácido aspártico, sendo este um intenso adoçante artificial de baixa calorias. Após a ingestão, o aspartame é metabolizado no trato intestinal, pela atividade de esterases e peptidases, em metanol, fenilalanina e ácido aspártico, de forma que quase nenhum aspartame atinge o sangue (VILLEGAS; FLORES, 2014). O IDA de aspartame para humanos foi fixado em 40 mg / kg de peso corporal / dia pelo JECFA (Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO / OMS) em 1981 (FAO, 2014). Se a ingestão exceder o IDA, o nível de fenilalanina no sangue pode aumentar proporcionalmente à dose administrada. No entanto, esses valores não são importantes, exceto para pessoas com fenilcetonúria (PKU) (aspartame, sd). Por isso, na UE e em outros países, os produtos alimentícios que contêm aspartame devem indicá-lo no rótulo, com seu nome ou número. O aspartame tem efeitos colaterais neuropsíquicos, como dor de cabeça, insônia, irritabilidade, depressão, fadiga, vertigem, problemas visuais, gastrointestinais e menstruais. Quando consumido em altas doses, pode causar inibição do inibidor de apetite (VILLEGAS; FLORES, 2014). 3.6 BENZOATO DE SÓDIO É utilizado para inibir a oxidação do piruvato em nível do acetato (Acetil-Coa), fazendo com que Bacillus, que é conhecida por ser uma bactéria presentes em algumas bebidas, utilize da via fermentativa produzindo ácido lático, diminuindo sua eficiência energética e velocidade de reprodução. Com a concentração maior, de benzoato teve a diminuição até ser totalmente inibido (LÓPEZ; COELHO; LIRA, 2008). As temperaturas elevadas e a luz podem estimular a conversão do benzoato em benzeno. Pode ser encontrado na maioria dos refrigerantes, e também em alimentos do tipo Light e Diet. O açúcar inibe a formação de benzeno e a restrição dele na bebida tipo light e diet pode favorecer a sua formação (LÓPEZ; COELHO; LIRA, 2008). Os conservantes quando usados em quantidades excessivas, podem ocasionar riscos à saúde humana e alteração no sabor, variando desde pequenas 9 intolerâncias até casos de urticária, asma, renites, aumento de peso, cáries dentárias, osteoporose e diabetes ou mesmo de choque anafilático. 3.7 CITRATO DE SÓDIO O citrato de sódio é um estabilizante natural utilizado na fabricação de diversos produtos industrializados, principalmente na indústria alimentícia, destacando-se na fabricação de produtos de origem láctea e refrigerantes (ROMEIRO & DELGADO, 2013). Os estabilizantes são substâncias que favorece e mantém as características físicas de emulsão e suspensão. Eles evitam que com o tempo os ingredientes se separem em diferentes fases, onde atuam promovendo uma interação homogênea de ingredientes (HONORATO, et al., 2013). 10 4 CONCLUSÃO Conclui-se por tanto, que aditivos presentes em refrigerantes sem açúcar, causam muitos danos maléficos a saúde humana. Ressaltamos então, a importância de o consumidor optar por bebidas mais naturais, como suco da fruta, e diminuir o consumo desse tipo de alimento. 11 REFERÊNCIAS ARRUDA, J. G. F.; MARTINS, A. T.; AZOUBEL, R. Ciclamato de sódio e rim fetal. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 2003. ANTUNES, L. M. G.; ARAÚJO, M. C. P. Mutagenicidade e antimutagenicidade dos principais corantes para alimentos. Ver. de Nutrição, v.13, n.2, p.81-88, mai./ago. 2000. BARBOSA, M. X. L. Aditivos químicos em alimentos ultraprocessados consumidos por adolescentes: análise dos corantes quanto ao potencial alergênico. Natal. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016. BARREIROS, R. C. Adoçantes nutritivos e não-nutritivos.Rev. Fac.Ciênc. Méd. Sorocaba, v.14, n.1, p.6, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria 540, de 27 de outubro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico: Aditivos alimentares – definições, classificação e emprego. FIALHO, M. L. et al. Fatores de risco à saúde por ingestão excessiva de refrigerante e as suas principais doenças causadas ao ser humano. Intraciencia, 2019. GUASTALDI, A. C.; APARECIDA, A. H. Fosfatos de cálcio de interesse biológico: importância como biomateriais, propriedades e métodos de obtenção de recobrimentos. Rev.Química nova., São Paulo, 2010. HONORATO, T. C. et al. Aditivos alimentares: aplicações e toxicologia. Revista Verde. v. 8, n. 5, p.01 - 11, 2013 JÚNIOR, A. P. P; GOMES, D. L. O uso de edulcorantes por diabéticos com doenças renais: análise dos edulcorantes disponíveis nos mercados de Brasília. Tese de doutorado, p.55, Brasília, 2015. LÓPEZ, A. M. Q; COELHO, S.F.; LIRA, G. M. Efeito de diferentes concentrações de conservantes sobre o crescimento in vitro de bactérias veiculadas por alimentos. p.6. Maceió, 2009. MARINI, B. L. V; FUMAGALLI, F. O AUMENTO NO CONSUMO DE ADITIVOS ALIMENTARES: malefícios do corante caramelo IV para o consumo humano e sua alta concentração em bebidas com cola no Brasil. Rev. Vol.13, n.1, p.6-7, Três Lagoas, 2016. Organização das nações unidas para agricultura e alimentação (FAO). 2014. Acessado em: http://www.fao.org/search/es/?cx=018170620143701104933%3Apvqiwqrhhhq&q=as partame&x=4&y=5&cof=FORID%3A9 POLÔNIO, M. L. T.; PERES, F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: Desafios para a saúde pública brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, 2009. 12 ROMEIRO, S.; DELGADO, M. Aditivos Alimentares: Conceitos Básicos, Legislação e Controvérsias. Rev. nutrícias. v.18: p.22-26, APN, 2013 VILLEGAS, T. G; FLORES, G. M; Possíveis riscos para a saúde devido ao consumo de aspartame.p.5-6 vol.5 Equador, 2014.
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