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TransTorno do EspEcTro auTisTa - TEa curso sobre Ler Ebook eTAPA 3 AusTIsMo: cAusAs, DIAGNÓsTIco e TrATAMeNTo AuTor: JoelMA crIsTA sANDrI boNeTTI ADrIANA PrADo sANTANA sANTos orGANIzAção: ANA clArIsse AleNcAr bArbosA Continue Lendo APoIo: NuAP - Núcleo De APoIo PsIcoPeDAGÓGIco, NIA - Núcleo De INclusão e AcessIbIlIDADe e GruPo De APoIo eDucAcIoNAl AuTIsMos Continue Lendo rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa 3 MaTEriais coMpLEMEnTarEs 1 INTroDução Quando abraçamos uma profissão de educador, seja na área educacional ou outra, sabemos que um dos fatores primordiais para sermos bem-sucedidos é dominar o máximo de conhecimento das variadas temáticas envolvidas. E então surge um desafio duplo: dominar o conteúdo e ensiná-lo, ajudando outros na construção de seus conhecimentos. O contexto social dá espaço aos relacionamentos, o que resulta na construção de uma família. A família, por sua vez, vem se formando a partir das expectativas e das realidades das pessoas envolvidas. Essa expectativa indica, em sua maioria, a ideia de “bebês estrela”, onde apresentam-se apenas potencialidades e o desenvolvimento humano contínuo e interrupto. E então, quando os pais se deparam com desenvolvimento fora dos padrões sociais estabelecidos, busca-se compreender os porquês, e estes tendem a ser trabalhados junto aos genitores, logo identificados a partir de desenvolvimentos distintos de outras crianças com a mesma idade, até a identificação de atrasos no desenvolvimento. Continue Lendo rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa 4 MaTEriais coMpLEMEnTarEs Esse processo de desenvolvimento interfere na forma com que os genitores e seu grupo familiar irão lidar com essa constatação, pois entende-se que esse processo depende de intervenção profissional de orientação, apoio e diagnóstico. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento neurológico, identificado a partir de alterações na comunicação social e comportamentos repetitivos e estereotipados (APA, 2014). Ainda, de acordo com as pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU), existem mais de 70 milhões de autistas em todo o mundo, e no Brasil já são contabilizados mais de 3 milhões de autistas, sendo um número maior do que crianças com AIDS, câncer e diabetes juntas no mundo (GRUPO AUTISMOS, 2018, p. 6). Assim, iniciamos uma caminhada rumo às especificidades relacionadas a alguns indícios como causa do autismo, a importância do diagnóstico precoce, bem como várias comorbidades que o Transtorno de Espectro Autista – TEA acompanha. Esperamos que, ao final deste assunto, você aprimore sua compreensão sobre esse quadro, enriquecendo seu conhecimento acerca das especificidades desses indivíduos que desafiam nossa prática profissional. Continue Lendo rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa 5 MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 19 - AUTISMO FONTE: <http://bit.ly/2UN74UY>. Acesso em: 20 jan. 2019. Continue Lendo 6 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs 2 DesMIsTIFIcANDo o TeA Buscamos descrever de maneira clara a interpretação científica atribuída ao TEA na contemporaneidade, a partir de uma visão mais ampla, tentando contemplar desde questões mais simples até as mais complexas sobre o TEA. O Transtorno do Espectro Autista – TEA está descrito no último guia de classificação para diagnósticos, o Manual de Saúde Mental – DSM-5, como condições específicas a um determinado grupo de pessoas que apresenta desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento, que ao longo dos anos foram unificadas como um único diagnóstico: de Transtornos do Espectro Autista (Transtorno autista; Transtorno desintegrativo da infância; Transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger (APA, 2014). Continue Lendo 7 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Algumas características em relação ao comportamento das pessoas diagnosticadas com TEA são semelhantes, como: • Contato visual disperso; • Interação social de maneira isolada; • Expressões corporais e emocionais próprias; • Comunicação restrita; • Estereotipias • Interesses intensos por objetivos específicos • Incompreensão do abstrato. Quando a criança apresenta algumas dessas características associadas, é possível que seja identificado atraso neuropsicomotor, e esse precisa ser melhor compreendido, para não antecipar um diagnóstico equivocado, mas é importante considerar que o transtorno é identificado geralmente nos primeiros anos de vida. Nesse sentido é importante ressaltar que a criança autista se tornará um adulto autista e, dependendo de seu grau de acometimento, este pode ou não influenciar nas estratégias de organização pessoal, familiar, profissional e social(VISANI; RABELO, 2012). Continue Lendo 8 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FONTE: <http://bit.ly/2D70DSH> Acesso em: 20 jan. 2019 FIGURA 20 - CRIANÇA AUTISTA O QUE FAZER? Por se tratar de um espectro, ele tende a se manifestar de forma diferente em cada indivíduo, a comunicação e o comportamento não são padronizados, embora possam aparecer situações semelhantes. Há casos mais complexos que apresentam comportamentos agitados, com episódios de agressividade e automutilação. Continue Lendo 9 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Ao ter um diagnóstico de autismo, primeiramente é preciso compreender o processo de transição que acontece com a família, pois é necessária uma reconstrução pessoal e social a fim de oportunizar qualidade de vida às pessoas com autismo.Geralmente os pais restringem os contatos à família e amigos e buscam criar um mundo à parte a fim de defender os filhos da exposição e da crítica social a que são expostos, pois as especificidades apresentadas em cada pessoa manifestam-se de formas diferentes, e o primeiro grande desafio no diagnóstico é a aceitação por parte dos pais e seus familiares. A dificuldade de realizar um diagnóstico se deve ao fato de algumas pessoas desenvolverem comportamentos com indícios de TEA, porém nem todas elas desenvolvem comportamentos óbvios na infância, eles podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do seu desenvolvimento. O diagnóstico de TEA pode ter associação com a deficiência intelectual e outras comorbidades, como: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia pode apresentar interferência na capacidade de concentração e elaboração conceitual, bem como interferir na coordenação motora, distúrbios do sono e gastrointestinais. Continue Lendo 10 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicandoo TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Acompanhando as fases de desenvolvimento e a manifestação do TEA, podem ser evidenciadas situações de isolamento e falta de autonomia, que podem acarretar a associação com episódios de ansiedade e depressão. O desenvolvimento intelectual cognitivo também é variável, dependendo da capacidade e da percepção de cada indivíduo, podem apresentar dificuldade em realizar atividades da vida prática, necessitando de supervisão ou apoio na realização destas (higiene corporal, vestuário e alimentação). Dificuldade de compreender o pedagógico ou mesmo apresentar fragilidades, porém estas não o limitam em seu processo de aprendizagem, essa condição é relativa, podendo ser temporal ou acompanhar a pessoa durante toda a sua vida. DI CA Dispraxia: Conhecida pejorativamente como “sín- drome do desastrado”, caracteriza-se como uma disfunção neurológica que atua nas ações do cérebro, no que diz re- speito à coordenação comandada pelo cérebro. As partes afetadas são aquelas que se referem aos aspectos mo- tor, verbal e espacial. É inegável que isso causa impacto na vida da criança e de seus familiares. Disponível em: <http://bit.ly/2KvGfkC>. Acesso em: 20 jan. 2019. Continue Lendo 11 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Outra questão bastante importante refere-se aos sentidos, em que a pes- soa com TEA pode ter maior ou menor sensibilidade na visão, audição, olfato, tato e paladar. No caso daqueles que apresentam estímulos visuais ou mesmo auditivos, po- dem sofrer sensações e comportamentos diferentes, desde um simples “oi” na escola até um barulho ensurdecedor como sendo insuportável, são situações que não podem ser ignoradas. A relação com a dor, bem como a questão sensorial seguem essa mesma linha, alguns podem suportar longas exposições a temperaturas, enquanto que para outros se torna um sofrimento encostar determinada parte do corpo. Há casos em que nos surpreendemos pela facilidade com que um indivíduo com TEA se relaciona e se envolve com habilidades relacionadas à música, à arte e con- ceitos lógico-matemáticos e organizacionais, estes podem ser evidenciados a partir da percepção visual, com riqueza de detalhes e exatidão. Igualmente a memorização, repetição de processos e rotinas, podendo haver também variação de momentos de concentração, ora podem ser rápidos e, em outro momento, morosos. Um aspecto interessante na personalidade de alguns indivíduos com TEA é a simplicidade e lealdade, sendo um dos pontos fortes de convivência. Vimos, assim, que a forma com que alguns aspectos se manifestam, e sua intensidade, determinam muitas particularidades, e cada situação tende a desenvolver estratégias familiares, educacionais e sociais. O que pode ter um excelente resultado para alguns, pode ser totalmente ignorado por outros. Continue Lendo 12 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs 3 PossÍVeIs cAusAs Do TrANsTorNo De esPecTro AuTIsTA – TeA Os estudos sobre as causas do autismo têm tido muito destaque nos últi- mos anos, dada a circunstância de que o número de crianças com esse transtorno tem aumentado. Com o diagnóstico feito por especialistas tende-se a buscar compreender as causas, porém estas ainda permanecem sem explicação. Durante muitos anos, a leitura psicanalítica relacionou o papel afetivo da figura materna e paterna ao aparecimento do autismo. Isso baseado por muitos estudiosos na área, como Bruno Bettelheim, psicólogo austríaco, que entre 1950- 1960 difundiu a ideia do médico psiquiatra austríaco Léo Kanner – “mães-ge- ladeira”, em seu artigo “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. Como vimos anteriormente, ele usa o termo para descrever o que hoje sabemos ser um mito, acreditava-se que a indiferença emocional das mães explicava o isolamento e indiferença das crianças que participaram de seus estudos. Estudos indicam uma herdabilidade alta, principalmente em casos onde ocorreu o diagnóstico de TEA com o filho primogênito, a chance é bem acentuada em relação ao segundo. A relação a partir de mutações do código genético pode ou não ser associada a fatores ambientais como estresse, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, complicações na gravidez, além de desequilíbrios metabólicos que também podem ter relação com a ocorrência de TEA (VISANI; RABELO, 2012). Continue Lendo 13 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 21 - POSSÍVEIS CAUSAS DO AUTISMO FONTE: <http://bit.ly/2D6OwVR>. Acesso em: 20 jan. 2019. DI CA Você deve ter achado estranho a utilização do termo “mães-geladeira”, não é mesmo?! Porém, esta era uma referência muito comum utilizada na época para denominar as crianças com esse transtorno, usada em muitos estudos. Com os avanços das pesquisas, hoje não se usa mais esse termo. Continue Lendo 14 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Mais tarde, pensou-se em um transtorno orgânico, conseqüência de uma do sistema nervoso central. Hoje os estudos mais recentes indicam que se trata da associação de fatores ambientais e causa genéticas. Relacionado ao ambiente podemos citar fatores como: complicações vivenciadas na gestação ou mesmo durante o parto. E falando sobre causas genéticas, existe a possibilidade de alterações bioquímicas serem as responsáveis, pois têm sido relatados achados de grandes quantidades de serotonina, por exemplo, no sangue de pacientes com TEA, bem como anormalidade cromossômica, que em alguns casos apresentam a ausência ou duplicação do cromossomo 16. Além disso, cogitou-se o fato de algumas vacinas serem as responsáveis por esse transtorno, o que se comprovou ser um mito. O que se sabe é que se trata de um “transtorno cerebral presente desde a infância em qualquer grupo socioeconômico e étnico-racial” (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009, p. 36). O fato é que, como já mencionado, ainda não há provas científicas que comprovem essas causas. Mas, é certo que somente uma equipe multiprofissional e especializada pode dar um diagnóstico preciso. Todas essas hipóteses podem ser fatores associados ao autismo, porém suas causas ainda se apresentam como um desafio contemporâneo, estas impedem conclusões, apenas indicam possibilidades. Continue Lendo 15 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Enquanto isso, a informação mais concreta utilizada pelos estudiosos na área, é a contida no DSM-5 elaborado pela American Psychiatry Association (APA, 2014). Ali é colocado as causas como genéticas e ambientais. Veja a seguir: “Ambientais: Uma gama de fatores de risco inespecíficos, como idade parental avançada, baixo peso ao nascer ou exposição fetal a ácido valproico, pode contribuir para o risco de transtorno do espectro autista” (APA, 2014, p. 56). FIGURA 22 – IMAGEM DOS ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICO DO CÉREBRO DE UM AUTISTA FONTE: <http://bit.ly/2UsrG5z>. Acesso em: 20 jan. 2019. Continue Lendo 16 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Genéticos e fisiológicos. Estimativas de herdabilidade para o transtorno do espectro autista variam de 37% até mais de 90%, com base em taxas de concordância entre gêmeos. Atualmente, até 15% dos casos de transtorno do espectro autista parecem estar associados a uma mutação genética conhecida, com diferentes variações no número de cópias de novo ou mutações de novo em genes específicos associados ao transtorno em diferentes famílias. No entanto, mesmo quando um transtorno do espectro autista está asso- ciado a uma mutação genética conhecida, não parece haver penetrância completa. O risco para o restante dos casos parece ser poligênico, possivelmente com cente- nas de loci genéticos fazendo contribuições relativamente pequenas (APA, 2014). Chegou-se a essa conclusão por meio de características associadas que apóiam esse diagnóstico. Conforme compartilha a doutora neuropediatra Lúcia Haertel em uma entrevista concedida ao grupo de apoio educacional Autismos na cidade de Blumenau, acompanhem: Existem inúmeras pesquisas em andamento tanto no sentido de identificar os genes envolvidos, assim como estabelecer algum marcador biológico e medicamentos que possam atuar no déficit primário do autismo e não apenas nos sintomas comportamentais. Acredito que nos próximos anos teremos novidades, no entanto neste momento não há nada concreto no mercado que tenha tido comprovação científica. Recomendo que as famílias tenham cautela, procurem profissionais habilitados e evitem confiar em propostas Continue Lendo 17 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs de tratamento milagrosas e sem fundamento científico que são amplamente propagadas nas redes sociais. A existência de grupos de apoio é importante para acolher os pais neste momento difícil que é o do diagnóstico. Neste momento eles estão mais sensíveis e mais propensos a caírem em certas armadilhas (GRUPO AUTISMOS, 2018, p. 14). Sendo o autismo um distúrbio do neurodesenvolvimento, as questões neurais ficam bem aparentes, inclusive a idade mental, se comparada à idade cronológica. Relacionado a essas possíveis causas, acompanhem as comorbidades mais comuns apresentadas por esses indivíduos a partir de agora. DI CA Ácido valproico é um medicamento (fármaco) usado principalmente para controlar certas crises con- vulsivas, diminuindo a gravidade e a frequência. Fonte disponível em:https://labtestsonline.org.br/tests/aci- do-valproico. Acesso em: 20. Jan. 2019. Continue Lendo 18 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs 4 DIAGNÓsTIco A complexidade do TEA e os diferentes sintomas e severidade podem variar (espectro), provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes. Assim, o diagnóstico do TEA é complexo e exige uma avaliação médica adequada que tende a encaminhar para avaliações mais específicas por profissionais especializados no transtorno. Esse diagnóstico resulta do acompanhamento e observação do desen- volvimento associado ao comportamento e suas especificidades, sendo utilizados testes específicos. Nos primeiros anos de vida (dois a três anos) acaba sendo uma ferramenta de apoio para o fechamento de diagnóstico. O quadro pode ser analisado durante mais tempo, tendo seu diagnóstico mais próximo aos cinco anos de idade. Dessa forma, conforme o desenvolvimento da criança, essa análise é feita baseada em contextos e parâmetros comportamentais, que podem ou não ser contemplados na avaliação. Vejamos alguns deles: • Problema de comunicação social; • Atraso no processo de comunicação oral; Continue Lendo 19 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs • Ausência de reciprocidade social; • Isolamento; • Comportamentos motores ou verbais estereotipados; • Comportamentos sensoriais incomuns; • Apego a rotinas e padrões ritualizados de comportamento; • Interesses restritos, fixos e intensos. Ressalta-se que estas características podem se manifestar em distintos graus. Como é o caso de diagnóstico de autismo em grau leve, tende a ser mais cauteloso, pois a probabilidade de analisar o comportamento e confundir com timidez, excentricidade ou dificuldade de atenção é grande. O diagnóstico é apenas uma etapa inicial, quando os pais se familiarizam com o resultado, estes tendem a buscar tratamentos e a criança recebe o tratamento adequado, identificando e amenizando sintomas ao longo da vida, melhorando o prognóstico, resultando em uma melhor qualidade de vida pessoal, familiar e comunitária (VISANI; RABELO, 2012) Continue Lendo 20 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs A partir do diagnóstico, o que vai fazer a diferença é a dedicação da família. Não é um processo fácil e nem rápido, ele necessita de persistência e organização, pois as estratégias utilizadas precisam ser acordadas entre as partes: profissionais e família, seja com terapias convencionais ou mesmo procedimentos pedagógicos e bioquímicos. Esse envolvimento vai ao encontro do contexto familiar e social no qual a pessoa está inserida, sendo essa uma estratégia de fortalecer a efetividade e os vínculos, além de desenvolver habilidades sociais. Porém, há de se considerar que os pais também apresentam limitações e nem todos eles conseguem trabalhar essa inserção conjunta. Por isso faz-se necessário o trabalho interdisciplinar. 21 Continue Lendo 21 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs 5 coMorbIDADes Como presenciamos até o momento, as características essenciais do Transtorno do Espectro Autista são: prejuízo persistente na comunicação social recíproca, interação social com padrões restritos e repetitivos de comportamento, além de interesses específicos. Mas, como profissionais da área de educação entre outras, esses sintomas estão presentes desde o início da infância, desta forma o que pode limitar ou prejudicar o cotidiano dessa criança? Essa pergunta advém principalmente devido ao fato de o diagnóstico de autismo vir acompanhado de comorbidades. “Em outras palavras, é quando a condição – neste caso o TEA– está junto de alguma outra condição”. Neste sentido, as intervenções e terapias devem ser diferenciadas para ajudar o indivíduo a se desenvolver e superar essas dificuldades associadas ou não ao transtorno. 22 Continue Lendo 22 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 23 - COMORBIDADES EM AUTISTAS FONTE: <http://bit.ly/2X0G2a9>. Acesso em: 20 jan. 2019. 23 Continue Lendo 23 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5º Ed. Versão impressa:2014 continua nos trazendo informações importantes sobre algumas condições que acompanham o indivíduo com TEA. Muitos indivíduos com transtorno do espectro autista apresentam sintomas psiquiátricos que não fazem parte dos critérios diagnósticos para o transtorno (cerca de 70% das pessoas com transtorno do espectro autista podem ter um transtorno mental comprido, e 40% podem ter dois ou mais transtornos mentais comórbidos) (APA, 2014, p. 58). São muitas as condições que podem acompanhar o indivíduo com TEA, por isso no momento iremos nos ater às comorbidades mais comuns: • Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH: pode ser mani- festado em qualquer idade e qualquer grau. A chamada tríade sintomatológica do TDAH é composta por: déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Salientamos que não há uma necessidade de que os sintomas se manifestam em conjunto, pode haver predomínio de um ou outro combinado. 24 Continue Lendo 24 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um “transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD”. Acesse o site e pesquise mais. Sobre essa condição no indivíduo com TEA, o DSM-V afirma que: Déficits primários do TDAH podem causar prejuízos na comunicação social e limitações funcionais na comunicação efetiva, na participação social ou no sucesso acadêmico. (APA, 2014,). 25 Continue Lendo 25 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 24 - CRIANÇA SENDO DIAGNOSTICADA COM TDAH FONTE: <http://bit.ly/2UMdAvg>. Acesso em: 20 jan. 2019. Após essa reflexão, entendemos que o comportamento dos indivíduos com TDAH precisa ser autorregulado ou bem administrado desde a sua infância, por eles próprios e pelos que o cercam, caso contrário podem apresentar sérios prejuízos da adolescência até a vida adulta. Saiba mais sobre esse transtorno com a indicação do livro abaixo: 26 Continue Lendo 26 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 25 - MENTES INQUIETAS FONTE: <http://bit.ly/2uWowbd>. Acesso em: 20 jan. 2019. IM PO RT AN TE A autorregulação significa a habilidade de poder monitorar e modular sentimentos, a cognição e o com- portamento a fim de “atingir um objetivo e adaptar-se às demandas cognitivas e sociais para situações específi- cas”. Fonte disponível em: https://neurosaber.com.br/o- que-e-autorregulacao-no-tea/.Acesso em: 20.jan.2019. 27 Continue Lendo 27 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs • Transtornos Motores: Desde o nosso nascimento, e durante nossa vida, a motricidade fina e ampla precisa ser estimulada. Mas quando se trata de indivÍduo com TEA, esse estÍmulo deverá ser bem direcionado. Segundo Broun (2009), Os pesquisadores encontraram significantes diferenças e anormalidades neuroanatomiais no cerebelo de pessoas com TEA, tanto em nível celular quanto estrutural. Essas diferenças causam anormalidades neurológicas que podem gerar os déficits nos movimentos e na execução de tarefas motoras pelos autistas. (BROUN, 2009, p. 19) A motricidade ampla em especial é importante na infância, pois ela permite o aprendizado de movimentos maiores, como: mexer os braços, pernas e mãos, andar, correr, sentar, pular, carregar, empurrar, rolar etc. Estas são atividades que utilizam grande parte de nossos músculos maiores, como: (dorsal, glúteo, peitoral, abdominal, quadríceps, gêmeo etc.). Como estão em desenvolvimento, serão melhor trabalhados, com uma das funções mais importantes, que é a de proteger nossos órgãos internos. Isso se torna ainda mais vital nos autistas devido aos cuidados relacionados com movimentos estereotipados. 28 Continue Lendo 28 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 26 - MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS FONTE: <http://bit.ly/2uZQ3IE>. Acesso em: 20 jan. 2019. 29 Continue Lendo 29 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Neste sentido, o esporte pode ser um aliado na estimulação motora para o indivíduo com TEA, conforme o relato abaixo do professor Giovani de Oliveira Ferreira. Pai de João Vitor, autista e X Frágil, de 21 anos. Coordenador do Para desporto da Federação Catarinense de Judô; técnico da seleção brasileira de judô de DI (deficientes intelectuais). Em entrevista ao grupo Autismos, revelou: “Ganho significativo na coordenação motora com um todo, movimentos que pareciam impossíveis para eles começam a fazer parte de sua rotina”.(GRUPO AUTISMOS, 2018, p.28). Já a motricidade fina exige o uso de músculos menores do corpo. Por exemplo, exige a coordenação de mãos com variados movimentos, como de pinça, na hora de escrever, recortar, pintar. Mover os lábios para mandar beijo, sugar e sorrir, tudo faz parte desse conjunto de habilidades envolvendo os músculos menores. Os transtornos motores do neurodesenvolvimento incluem o transtorno do desenvolvimento da coordenação, o transtorno do movimento estereotipado e os transtornos de tique. O transtorno do desenvolvimento da coordenação caracteriza-se por déficits na aquisição e na execução de habilidades motoras coordenadas, manifestando-se por falta de jeito e lentidão ou imprecisão no desempenho de habilidades motoras, causando interferência nas atividades da vida diária. [...] Os movimentos interferem em atividades sociais, acadêmicas ou outras (APA, 2014, p. 76). 30 Continue Lendo 30 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Tendo em vista essa dificuldade comumente encontrada na população diagnosticada com TEA, é fundamental que, na terapia individualizada, seja aplicado um programa de treino de habilidades motoras finas e amplas. • Transtornos de ansiedade: Podemos dizer que a ansiedade está por trás de muitos dos problemas de comportamento encontrados no espectro autista, dentre eles estão os comportamentos repetitivos, aderência rígida a rituais, evitação social, agressividade, medos e fobias. Essa ansiedade é aumentada se sua rotina for alterada, pessoas diferentes, ambientes diferentes do casual, muito barulho, entre outros. FIGURA 27 - A IDEIA DE ANSIEDADE POR PARTE DE UMA MENINA AUTISTA FONTE: <http://bit.ly/2IqtTas>. Acesso em: 20 jan. 2019. 31 Continue Lendo 31 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicandoo TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Em todos os casos, orienta-se que o familiar ou profissional preste atenção e antecipe novas situações para evitar mais ansiedade e estresse. Porém, algumas famílias decidem por expor seus filhos com TEA a novas situações sem fazer essa antecipação, com o objetivo de que eles se adaptem a todas as situações que irão enfrentar durante sua vida. Neste sentido, deve-se tomar cuidado para que essa ansiedade não seja diagnosticada com outro transtorno, conforme alerta o DSM-V: crianças com transtorno do espectro autista frequentemente apresentam explosões de raiva quando, por exemplo, sua rotina é perturbada. Nesse caso, as explosões de raiva seriam consideradas secundárias ao transtorno do espectro autista e a criança não deveria receber o diagnóstico de transtorno disruptivo da desregulação do humor (APA, 2014, p.160.) • Transtorno no sono ou na alimentação: É muito comum escutarmos familiares de crianças com TEA mencionarem alterações relacionadas ao sono, isto envolve dormir menos ou dormir demais, podendo acontecer desde bebê. A seletividade por alguns alimentos em específico também é bem comum em indivíduos com TEA, além de relatos de convulsividade por alimentar-se e problemas estomacais e intestinais. Sobre as alterações no sono, buscamos algumas orientações que podem auxiliar neste momento, veja: 32 Continue Lendo 32 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Soluções que podem ajudar na hora de dormir • Diminua os estimulantes durante a noite: itens como açúcar e cafeína não são indicados para quem tem dificuldades para dormir. Procure dar alimentos que estimulem o relaxamento muscular e que proporcionem mais sono ao pequeno. • Estabeleça uma rotina durante a noite que favoreça o pequeno. Você pode ler uma história, adotar um horário padrão para deitá-lo na cama, fazer uma massagem nas costas e até mesmo colocar uma música suave. Por outro lado, nada de televisão ou jogos eletrônicos. • Procure se certificar de que a porta do quarto não fica rangendo ou se há algum outro objeto que impeça o sono da criança. • Se a criança apresentar hipersensibilidade a cores, deixe o quarto de seu filho com o ambiente mais ameno possível. • Antes do horário de dormir, procure dar um banho morno na criança. • Toda e qualquer medicação só pode ser ministrada sob acompanhamento médico, sendo proibido o uso de remédio sem o conhecimento do profissional. FONTE: <http://bit.ly/2Idf5Ns>. Acesso em: 21 jan. 2019. 33 Continue Lendo 33 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs • Epilepsia: A definição mais recente de epilepsia a descreve como uma doença cerebral. Ela é marcada por crises convulsivas e pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade. Estudos apontam que, embora ainda não seja possível prever quais crianças com TEA desenvolverão epilepsia, no entanto, há uma associação entre os transtornos do espectro autista que não deve ser negligenciada pelos familiares e profissionais que o atendem. Esta comorbidade pode estar presente na hora do sono, conforme o documento do DSM-V sinaliza: As convulsões noturnas imitam quase à perfeição os transtornos de despertar do sono não REM, porém tendem a ser de natureza mais estereotípica, ocorrem várias vezes durante a noite e têm mais probabilidade de ocorrer a partir de cochilos durante o dia. A presença de convulsões relacionadas ao sono não exclui a presença de transtornos de despertar do sono não REM. Esse tipo de convulão deve ser classificado como uma forma de epilepsia (APA, 2014, p. 447). Com respeito às comorbidades, ainda é importante relacionar algumas doenças ou mesmo deficiências. Entre as mais comuns diagnosticadas estão: a Síndrome do X-frágil, esclerose, Síndrome de Williams e Síndrome de Rett. Sabemos da importância de os familiares e profissionais que o atendem ter essas informações para se apropriar das intervenções necessárias. Assim, falaremos de uma forma geral da Deficiência Intelectual como uma das comorbidades. 34 Continue Lendo 34 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs • Deficiência Intelectual – DI: Essa deficiência também é responsável por atrapalhar o desenvolvimento adaptativo e acadêmico de autistas. Em outras palavras, isso significa que essa comorbidade associada faz com que muitas vezes os autistas sejam incapazes de cuidar de si mesmos de forma independente. O documento DSM-V conceitua essa deficiência como: A deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) caracteriza-se por déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência (APA, 2014, p.75). Notamos assim como são importantes as informações sobre as comorbidades em indivíduos com TEA, bem como a necessidade de um tratamento sempre pautado em intervenções realizadas, seja por meio de terapias com uma equipe multidisciplinar, fundamental para melhorar a vida deste individuo, ou terapia medicamentosa que procura amenizar os efeitos dos transtornos. Mas essa temática é muito ampla, mostrando ser um verdadeiro desafio para os familiares e profissionais. É preciso continuar a busca por estudos, pesquisas e informações por meio de parceria entre família, profissionais da medicina e educacionais, além de grupos de apoio espalhados em vários estados e municípios. 35 Continue Lendo 35 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs DI CA Não deixe de assistir a esse vídeo da Neuro sa- ber com o Dr. Clayr Brites, neurologista infantil e neu- ropediatra. Ele explica sobre as comorbidades mais co- muns em autistas. Disponível em: <https://www.you- tube.com/watch?v=brP-q9YO2cA>. Continue Lendo 36 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs 6 o TrATAMeNTo O diagnóstico pressupõe um tratamento, porém este ainda não é consenso entre os profissionais da saúde, pois as medicações ainda estão sendo estudadas e seus efeitos analisados, as medicações disponíveis no mercado não são totalmente efetivas no tratamento para amenizar os sintomas do TEA. Mas todos concordam que o diagnóstico precoce vai facilitar o tratamento, é o que nos diz a neuropediatra doutora Lúcia Haertel ao grupo de apoio educacional Autismos. [...] O tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança, afinal cada autista é único.[...] (GRUPO AUTISMOS, 2018, p. 16). Continue Lendo 37 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs FIGURA 28 - AUTISMO TEM CURA? FONTE: <http://bit.ly/2U9lD0Q>. Acesso em: 20 jan. 2019. Continue Lendo 38 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Desde o diagnóstico, o acompanhamento com uma equipe interdisciplinar é de suma importância, a fim de desenvolver estratégias de atendimento e a possibilidades de terapias que auxiliem no seu desenvolvimento. Esta análise parte dos sintomas, do tipo de comprometimento apresentado e idade da pessoa, pois esse acompanhamento multiprofissional identifica as fragilidades no sentido de buscar desenvolver e potencializar as capacidades. Essa lógica de acompanhamento é individualizada, sendo uma decisão coletiva entre os familiares e os profissionais, pois é um processo de respon- sabilidade de todos os envolvidos. A indicação de ações apenas em espaços de saúde, sem o acompanhamento dos familiares, acaba sendo mais demorada e seus resultados podem ser menos evidentes. Assim, dividimos com vocês a fala do Grupo Autismos do Estado de Santa Catarina (2018, p. 4), que com sua experiência em estudos, pesquisas e participações em seminários com estudiosos brasileiros e estrangeiros, nos nos diz que autismo: a) não é uma doença, é uma condição neurológica, há uma desorganização sensorial cerebral; b) é genético, muitos pais se descobrem autistas adultos, após a comprovação do diagnóstico do filho; Continue Lendo 39 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs c) não tem cura, mas tem tratamento, portanto ter um diagnóstico precoce é fundamental para o desenvolvimento e qualidade de vida desse autista; d) pode apresentar um ou mais transtornos psiquiátricos associados, comorbidades; e) não há medicação para autismo, somente para comorbidades; f) não possuem características físicas diferenciadas. Mesmo com todas essas informações, ainda não é possível determinar com precisão as causas, conforme já especificado. Além disso, o diagnóstico baseia-se na presença de determinados padrões de comportamento que, ao serem identificados e trabalhados de maneira correta, contribuem muito para o desenvolvimento e aquisição dos repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motora, fundamentais para o desenvolvimento da criança. Salientamos que profissionais que atendema esse público, devem considerar que, assim como qualquer indivíduo, o autista carrega consigo sua cultura e identidade, que devem ser respeitadas, principalmente aqueles na faixa etária maior, com suas experiências de vida, histórias profissionais, enfim, suas relações sociais diárias. Continue Lendo 40 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Hoje fica claro que não há regras no tratamento para autistas, caso haja uma evolução significativa e uma resposta positiva, os especialistas e seus familiares optam por continuar aquele tratamento. Por outro lado, quando buscam um tratamento que não dá resultado, continua a tentativa para se fazer acertos, tanto na questão profissional como medicamentosa. Neste sentido, a formação continuada, uma vez que, sendo realizada quando o professor já exerce sua prática, permite que se ofereça a ele um apoio mais direto para a reflexão sobre os problemas encontrados no cotidiano escolar. A oportunidade de saber mais de perto como funciona a mente de um autista, e aprender mais características sobre o aluno autista, se faz necessário para formular práticas pedagógicas que vão ao encontro das necessidades dele. Por isso, formações continuadas são importantíssimas para nós, educadores. Para finalizar essa etapa, convidamos você a refletir mais profundamente nessa temática lendo a fala breve de uma entrevista concedida ao Grupo Autismos de Santa Catarina, por Adriana Silva Ferreira: bacharela em Direito (UNIASSELVI), graduanda em pedagogia (A.C.E); pós-graduanda em Direito de Família (F.G.V) e em Neuropsicopedagogia (UNIASSELVI). Integrante do grupo TEA de Timbó. Mãe de Giovani, Pedro e João Vitor, autista e X-Frágil, de 21 anos. Acompanhe: Continue Lendo 41 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs João Vitor nasceu aos oito meses de idade, com circular de cordão, num parto bem difícil, depois de uma gravidez conturbada, devido a um atropelamento. Dos quatro meses a um ano de idade, João apresentou quadros de convulsões diários, foi diagnosticado epiléptico e, mais tarde, com refluxo gastroesofágico grau 4. Passamos por uma longa jornada entre hospitais, médicos e especialistas. Ao ingressar no jardim de infância, João mostrava maneiras atípicas: não socializava com os demais, não falava e brincava, apenas engatinhando. Aos seis anos, começou a falar apenas algumas palavrinhas e com bastante dificuldade para entendermos. O médico sugeriu retirada das amígdalas, pois diagnosticou que elas eram grandes, o que o impedia de falar. Fez a cirurgia e continuou não falando (apenas algumas palavras). Aos oito anos, ingressou no Ensino Fundamental com muitas dificuldades, além da fala. Passou quase toda sua infância e adolescência em tratamentos com fono. Víamos que João era diferente dos demais, pois se isolava, não respondia a estímulos, ficava a maioria do tempo disperso. Os médicos nunca falaram em autismo, apenas em um leve atraso. Aos seis anos de idade, deu início ao esporte, natação para ajudá-lo na respiração e coordenação e judô por trabalhar a socialização, o toque, a iniciativa, a disciplina e a concentração. João era hipotônico e sua coordenação motora fina e grossa eram comprometidas. E como natação e judô são esportes completos para o desenvolvimento, começou aí sua jornada de atleta. O esporte o desafiou às “pequenas grandes vitórias”. Até os 18 anos, não amarrava o tênis sozinho, hoje ele faz exercícios complexos em seu treinamento de coordenação motora, também sua postura corporal e autoestima. João sempre precisou de segundo professor devido às dificuldades no aprendizado. Mesmo fazendo terapias com fono, psicóloga, psicopedagoga, era visto como diferente e com um leve retardo mental. Seu diagnóstico foi tardio, apenas aos 14 anos. Após realizar exames genéticos, João foi diagnosticado Síndrome X Frágil e autista. Hoje aprendi que, se for desafiado, ele rompe obstáculos para superá-los, e chegou aqui como campeão mundial de judô, com grande luta e mérito. Continue Lendo 42 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs DI CA Entrevista: Temple Grandin – O cérebro do autista: <http://www.blogdaeditorarecord.com.br/2015/12/28/ o-cerebro-autista-detemple-grandin-e-richard-panek>. Acesso em: 20 jan. 2019. Após toda essa reflexão sobre as causas, diagnósticos e tratamento, entraremos em um aspecto em que muitos se enganam, é pensar que pessoas com autismo não gostam de carinho, aconchego, afeto. Isso se dá devido à falta de habilidade social aliada às dificuldades no processamento sensorial (principalmente ligadas ao toque), faz parecer que crianças com autismo não gostam de proximidade e atenção. Elas precisam, sim! Têm necessidade de ser amadas, notadas, compre- endidas, como qualquer indivíduo e a família poderá contribuir grandemente. E todo esse apego contribui para seu desenvolvimento em todas as áreas. É o que veremos na próxima temática do curso.Continue Lendo 43 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs reFerÊNcIAs APA - American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders - DSM-5. 5. ed. Washington: American Psychiatric Association, 2014. BROUN, L. Take de pencil out of the process. Teaching Exceptional Children, v. 42, n. 1, p. 14-21, 2009. CAUSAS DO AUTISMO. https://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o- autismo/causa-do-autismo/. Acesso em: 15 jan. 2019. CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: Wak, 2012. GRUPO AUTISMOS. Austismo - causas, diagnóstico e tratamento. Timbó, 2018. KANNER, L. Os distúrbios do contato afetivo. In: ROCHA, P. S. (Org.). Autismos. São Paulo: Escuta, 1997. Continue Lendo 44 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs MERCADANTE, Marcos T.; ROSÁRIO, Maria C. Autismo e cérebro social. São Paulo: Segmento Farma, 2009. SILVA, Micheline; MULICK, James A. Diagnosing autistic disorder: fundamental aspects and practical considerations. Psicol. cienc. prof.[on-line]. V. 29, n. 1, pp.116-131, 2009. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414- 98932009000100010&script=sci_abstract. Acesso em: 15 jan. 2019. VISANI, Paola; RABELLO, Silvana, Considerações sobre o diagnóstico precoce na clínica do autismo e das psicoses infantis. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 2012. http://www.redalyc.org/articulo. oa?id=233022805006. Acesso em: 16 jan. 2019. Continue Lendo 45 rEFErÊncias 1 inTroduÇÃo 4 diaGnÓsTico 5 coMorBidadEs 6 o TraTaMEnTo 2 dEsMisTiFicando o TEa 3 possÍVEis causas do TransTorno dE EspEcTro auTisTa – TEa MaTEriais coMpLEMEnTarEs Para ampliar seus estudos nesta etapa, indicamos a leitura da obra Olhe Nos Meus Olhos, do autor John Elder Robison. Clique aqui para fazer a leitura. Mais uma opção de leitura é a obra Mundo Singular, da autora Ana Beatriz Barbosa Silva. Clique aqui para fazer a leitura. Para ilustrar o que você conferiu nesta etapa de estudo, indicamos assistir ao filme “Temple Grandin”. Baseado em uma história real, o filme conta a trajetória de suces- so de Temple Grandin, professora de Ciência Animal da Universidade do estado do Colorado e especialista em manejo de bovinos, métodos de abate humanitário e bem-estar animal. Uma referência mundial em história de vida e profissionalismo. Saiba mais sobre a história de Temple Grandin, clicando aqui. E para assistir ao filme dela, na íntegra, acesse aqui. Como complemento, indicamos ainda o vídeo “Vídeo gráfico: o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?”. Para assistir, clique aqui. MATerIAIs coMPleMeNTAres
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