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www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia
Professor Enrico Blota
www.acasadoconcurseiro.com.br 3
Biologia
BIOQUÍMICA
Leitura complementar – Água, sais minerais e vitaminas
Água 
A água não é só a substância mais abundante no ambiente, ela representa cerca de 75% 
das substâncias que compõem o corpo dos seres vivos, podendo variar em idade, espécie e 
metabolismo celular. Aproximadamente 65% da massa do indivíduo humano adulto é água e 
nosso encéfalo apresenta em média 90% dessa molécula. Os músculos possuem até 85% e os 
ossos variam de 20% a 40%. É importante salientar as propriedades que a água apresenta. As 
propriedades da água são: solvente universal; calor específico (energia para elevar de 1°C a 
quantidade de 1g de água); regulação térmica; adesão, coesão e tensão superficial; transporte 
de substâncias (capilaridade); hidrólise.
Sabe-se, da calorimetria, que a capacidade térmica refere-se a determinado corpo (pois 
considera a massa), enquanto o calor específico diz respeito à substância. A água apresenta 
um alto calor específico (maior que o álcool e o mercúrio, por exemplo), o que faz dela um 
excelente protetor térmico contra variações de temperatura do ambiente. Mesmo que 
ocorram alterações bruscas de temperatura no meio externo, as condições biológicas internas 
do organismo que contém muita água permanecem mais estáveis. Os endotermos mantêm a 
temperatura constante com auxílio da água, principalmente em regiões quentes. As reações 
químicas também dependem da água para ocorrer e, sem água, não há atividade enzimática. 
Sais minerais
São classificados de acordo com as quantidades presentes no corpo e necessárias a uma dieta 
equilibrada.
Macronutrientes – nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, cloro, magnésio, enxofre, carbono, 
hidrogênio e oxigênio.
Micronutrientes (oligoelementos) – ferro, zinco, cobre, iodo, flúor, cromo, selênio, cobalto, 
manganês, molibdênio, vanádio, níquel, estanho e silício. 
 
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Alguns sais minerais:
 • Cálcio – Componente dos ossos e dentes. Importante para a coagulação e contração 
muscular. Encontrado em diversos vegetais, leite e derivados.
 • Cloro – Principal ânion do meio extracelular. Importente para o balanço hídrico do corpo. 
Presente no sal de cozinha e diversos tipos de alimento.
 • Cobre – Componente de muitas enzimas. Essencial para a síntese da hemoglobina. 
Encontrado no fígado, ovos, peixes, feijão e outros.
 • Enxofre – Componente de proteínas diversas, é essencial para a síntese das proteínas, já 
que está presente no aminoácido metionina. Encontrado em carnes e legumes.
 • Ferro – Componente da hemoglogina, mioglobina e enzimas respiratórias. É fundamental 
para a respiração celular e no transporte dos gases respiratórios. Encontrado no fígado, 
carnes, gema de ovo, legumes e vegetais verdes.
 • Fósforo – Importante componente dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), do ATP, ossos e 
dentes. Encontrado no leite e derivados, carnes e cereais.
 • Magnésio – Envolvido nas contrações musculares e impulso nervoso. Ativa reações químicas 
que produzem energia nas células. Está presente na clorofila e, portanto, é importante para 
a fotossíntese. Encontrado em castanhas, peixes, leite, cereais, soja, verduras.
 • Potássio – Auxilia na saúde dos músculos, impulso nervoso e ajuda no equilíbrio hídrico do 
corpo. É muito concentrado no meio intracelular. Encontrado em grandes concentrações 
na banana.
 • Sódio – Com funções semelhantes às do potássio. É muito concentrado no meio extracelular. 
Encontrado em quase todos os alimentos.
Vitaminas
O termo vitamina é empregado para substâncias orgânicas necessárias em pequenas 
quantidades, importantes em atividades metabólicas do organismo e que, como regra geral, não 
são sintetizadas por ele. Podem ser hidrossolúveis (solúveis em água) ou lipossolúveis (solúveis 
em lipídios). De maneira geral, as vitaminas lipossolúveis podem ficar mais tempo armazenadas 
no organismo. As vitaminas lipossolúveis são a vitamina K,A.D e E e as hidrossolúveis são a C e 
as do complexo B.
Algumas vitaminas:
 • Vitamina K (filoquinona) – Atua na coagulação do sangue prevenindo hemorragias. 
Presente em vegetais verdes, tomate e castanhas.
 • Vitamina A (retinol) – Essencial para o funcionamento dos olhos, pois é precursora 
de pigmentos da retina. Previne a cegueira noturna e xeroftalmia (olho seco). Fontes 
importantes são os vegetais amarelos, gema de ovo e fígado. 
 • Vitamina D (calciferol) – Atua no metabolismo do cálcio e fósforo. Mantém ossos e dentes 
saudáveis. Previne o raquitismo. Principais fontes são óleo de fígado de bacalhau, fígado e 
gema de ovo. 
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota
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 • Vitamina E (tocoferol) – Auxilia na fertilidade masculina, atua no sistema nervoso 
involuntário e músculos involuntários. Previne a esterilidade masculina e envolvida na 
prevenção do aborto. Suas fontes são carnes magras, laticínios, alface e outras.
 • Vitamina C (ácido ascórbico) – Mantém a integridade dos vasos sanguíneos e dos tecidos 
conjuntivos. É precursora do colágeno. Previne o escorbuto (mal das gengivas). Encontrada 
nas frutas cítricas, tomate, pimentão e outras.
 • Vitamina B1 (Tiamina) – Atua no tônus muscular e no bom funcionamento do sistema 
nervoso. Previne o beribéri. Encontrada em cereais, feijão, fígado, carne de porco e outros.
 • Vitamina B3 (Niacina) – Como a B1, auxilia no funcionamento dos músculos e sistema 
nervoso. Também ajuda no funcionamento do sistema digestório. Previne o pelagra (pele 
seca) e distúrbios do tubo digestivo. Encontrada em carnes magras, ovos, fígado e leite.
 • Vitamina B5 (ácido pantotênico) – Componente da Coenzima A, que atua em processos 
energéticos celulares. Previne anemia, fadiga e dormência dos membros. Encontrada na 
carne, leite e derivados, verduras e cereais.
 • Vitamina B9 (ácido fólico) – Importante para a síntese do DNA e para a formação do 
sistema nervoso durante o desenvolvimento embrionário. Previne anemia e má formação 
fetal (espinha bífida). Encontrada em vegetais verdes, frutas e cereais integrais.
 • Vitamina B12 (cianocobalamina) – Importante para maturação das hemácias e síntese 
dos nucleotídios. Previne anemia perniciosa e distúrbios nervosos. Suas fontes são carnes, 
ovos, leite e derivados.
Principais moléculas orgânicas
Carboidratos
São moléculas orgânicas formadas por C, H e O. Podem ser chamados de açúcares ou glicídios 
e a glicose é um dos açúcares mais comuns na natureza, sendo produzida pelo processo de 
fotossíntese (nos cloroplastos) e aproveitada durante a respiração celular para produção de 
energia ATP. No caso dos vegetais a glicose pode ser armazenada em caules e raízes na forma 
de amido. Já nos animais a glicose pode ser armazenada no fígado e nos músculos na forma de 
glicogênio.
Podem ser divididos em três grupos
1. Monossacarídeos
Apresentam fórmula (CH2O)n, em que “n” pode variar de 3 a 7. Assim, teremos trioses (3 
carbonos), tetroses (4 carbonos), pentoses (5 carbonos), hexoses (6 carbonos) e heptoses (7 
carbonos). Os monossacarídeos mais comuns são as hexoses, como por exemplo a glicose 
C6H12O6. As pentoses, como a ribose e a desoxirribose, também são monossacarídeos 
 
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importantes e apresentam fórmula C5H10O5. Os monossacarídeos são sólidos, cristalinos e 
solúveis em água e apresentam sabor doce como regra geral. Os carboidratos são usados como 
fonte energética para o processo de respiração celular.
 Desoxirribose Glicose
Outros tipos de monossacarídeos como as trioses e heptoses participam nos processos 
bioquímicos de respiração celular e fotossíntese, como compostos intermediários.
2. Oligossacarídeos
São açúcares formados pela união de 2 a 10 moléculas de monossacarídeos. Há vários tipos de 
oligossacarídeos, porém destacam-se os dissacarídeos, importantes na alimentação humana. 
São formados pela união de 2 monossacarídeos. 
Sacarose – glicose + frutose– encontrado na cana de açúcar.
Maltose – glicose + glicose – encontrada em cereais e resultado da quebra do amido na digestão 
humana.
Lactose – glicose + galactose – encontrada no leite.
Os dissacarídeos e também os polissacarídeos podem ser sintetizados pela reação de 
desidratação. Cada dois monossacarídeos unidos liberam uma molécula de água. A síntese 
da maltose é um exemplo desse processo. Porém, eles também podem sofrer digestão por 
reações de hidrólise (na presença da água e enzimas), onde são novamente transformados em 
monossacarídeos ou dissacarídeos. A rafinose (presente no feijão) é um exemplo formado pela 
união da galactose + glicose + frutose, sendo um outro exemplo de oligossacarídeo.
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota
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3. Polissacarídeos
São açúcares formados pela união de muitas moléculas de monossacarídeos. Podem ter 
função estrutural, como é o caso da quitina (açúcar importante na formação do exoesqueleto 
dos artrópodes e cerdas dos anelídeos) e da celulose. Apresentam também função de reserva 
energética, como é o caso do amido (reserva nos vegetais) e do glicogênio (reserva em fungos 
e animais). O glicogênio também é armazenado nos nossos músculos para uso no exercício 
muscular. Outros polissacarídeos importantes são a heparina (anticoagulante) e o ácido 
hialurônico (que participa da reação acrossômica e é um dos componentes das membranas das 
células e permite união entre elas). São pouco solúveis ou insolúveis em água e possuem alto 
peso molecular.
Lipídeos
São moléculas formadas pela união de ácidos graxos e um álcool (no geral esse álcool é o glicerol). 
Assim como os hidratos de carbono (açúcares) são formados por C, H e O, mas podem apresentar 
outros constituintes associados a molécula (o fósforo por exemplo). Encontramos lipídeos em 
diversas partes no nosso corpo e dos animais, assim como nos vegetais. Além da função energética 
que apresentam, estão presentes na composição da membrana celular e, isolam, nos neurônios, 
a condução dos impulsos nervosos (bainha de mielina) além de servir como isolante térmico sob 
a pele dos mamíferos. O tecido adiposo e o colesterol são exemplos de lipídios encontrados nos 
animais. As ceras são importantes lipídios encontrados nos vegetais. Os lipídios são insolúveis em 
água e solúveis em solventes orgânicos (éter, benzina, clorofórmio e álcool)
Classificação dos lipídeos
Podem ser simples, apenas apresentando C, H e O. Os glicerídeos (óleos e gorduras), as 
ceras (abelha, frutos e ouvido) e os esteroides (hormônios sexuais, hormônios corticoides, 
colesterol, sais biliares, vitaminas lipossolúveis). Já os complexos são aqueles que possuem 
em sua composição o nitrogênio, fósforo ou enxofre, como é o caso dos lipídios conjugados 
fosfolipídios, glicolipídeos e cerebrosídeos.
As moléculas de glicerídeos, óleos em estado líquido (insaturados) e gorduras em estado 
sólido (saturados), são formadas por glicerol e três ácidos graxos. Os glicerídeos estão na 
composição da manteiga, da banha, dos queijos, do leite e nos óleos de origem vegetal. As 
ceras ou cerídeos são formados por uma grande cadeia de álcool, bem maior que o glicerol, 
ligada a um ácido graxo (permitem, por exemplo, impermeabilização – encontramos, também, 
 
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na planta carnaúba). Os esteroides são formados pela combinação de ácidos graxos com 
alcoóis policíclicos, ou seja, de cadeias fechadas. Formam importantes hormônios (estrógeno, 
progesterona e testosterona) do corpo, além do colesterol. Este é um esteroide encontrado 
na membrana plasmática. Parte do colesterol é produzido pelo fígado, outra parte obtemos 
na alimentação (nas gorduras de origem animal). Lembre que a vitamina D (calciferol) e os sais 
biliares também estão enquadrados neste grupo. 
Os fosfolipídios (glicerídeo + fosfato) são constituintes da membrana plasmática e os 
carotenoides são pigmentos amarelos (caroteno – na cenoura) e vermelho (licopeno – no 
tomate). Os glicolipídeos são outros tipos de lipídeos complexos encontrados no glicocálix da 
membrana plasmática de certas células e os cerebrosídeos são lipídios complexos encontrados 
no tecido nervoso.
Proteínas
São formadas pela união de vários aminoácidos (cinquenta ou mais). Correspondem ao grupo de 
substâncias orgânicas com maior versatilidade de funções biológicas. Na natureza encontramos 
20 tipos de aminoácidos e alguns organismos são capazes de sintetizar todos os tipos. Em 
alguns casos, os seres utilizam o esqueleto carbônico da glicose e do nitrato absorvido do solo 
e montam os aminoácidos para seu metabolismo, como ocorre nas plantas. Outros seres vivos 
são incapazes de produzir todos os aminoácidos de que necessitam, sendo obrigados a obtê-los 
pela dieta, como é o caso dos humanos.
As proteínas são formadas por ligações peptídicas (entre os aminoácidos), assim poderemos 
formar pequenos fragmentos chamados de peptídeos. Por exemplo: dois aminoácidos 
formam um dipeptídeo, três formam um tripeptíeo. Até dez unidades temos os chamados 
oligopeptídeos. Acima disso temos os polipeptídeos. Proteínas são polipeptídeos 
biologicamente ativos.
Alguns aminoácidos e seus radicais
A ligação peptídica é aquela que 
se estabelece entre o grupo amina 
de um aminoácido com o grupo 
carboxila do outro aminoácido, 
nesse processo ocorre saída de água 
(síntese por desidratação).
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota
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A ligação peptídica:
Os aminoácidos são divididos em dois grupos quanto à necessidade. Na espécie humana são os 
seguintes:
Naturais (não essenciais) – Produzidos pelo próprio organismo. São eles: Tirosina, alanina, 
ácido aspártico, arginina, histidina, ácido glutâmico, aspargina, cisteína, glicina, serina, prolina, 
glutamina e histidina (não produzido pelo recém nascido) 
Essenciais – Não são produzidos pelo próprio organismo. São eles: Fenilalanina, lisina, 
triptofano, treonina, isoleucina, metionina, valina, leucina.
O leite, a carne, os ovos, a gelatina e outros alimentos podem ser utilizados como fonte de 
aminoácidos para o organismo. A proteína caseína, que é utilizada pelo organismo como fonte 
de aminoácidos naturais, está presente no leite.
Classe das proteínas Exemplo 
Enzimas Amilase, tripsina
Transporte Hemoglobina, mioglobina
Protetoras (defesa) Anticorpos, imunoglobulinas
Hormônios (regulatórias) Insulina, prolactina
Estruturais Colágeno, elastina, queratina
Movimento (contração) Actina, miosina
Estrutura das proteínas
 
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Enzimas
São proteínas que aceleram reações químicas, aumentando a velocidade da reação e não 
são consumidas durante o processo. Isso justifica o fato de serem necessárias em baixas 
concentrações. Para catalisarem as reação devem interagir com os “reagentes” (substratos). 
Assim, numa certa região da enzima (o centro ativo), encontramos uma forma que se encaixa 
ao substrato. Numa analogia teremos então uma chave de fenda (enzima) se encaixando no 
parafuso (substrato). Portanto existe alta especificidade enzima-substrato (chave-fechadura), 
dessa forma uma enzima atua em algum tipo de substrato, mas não em outro. Por exemplo, 
a maltase quebra a maltose, mas não a sacarose. Os fatores que interferem em uma atividade 
enzimática são a temperatura, o pH e a concentração do substrato (salinidade). 
ATENÇÃO: 
A miosina é a proteína que, associada à actina, produz a contração muscular. CD4 é 
a proteína de membrana de alguns linfócitos (glóbulos brancos), lembre que ela é a 
proteína que liga-se à proteína viral. Albumina é a proteína de reserva energética, 
tendo importante ação osmótica no sangue. Queratina é a proteína de ação estrutural 
de revestimento, presente na epiderme e em anexos epidérmicos dos vertebrados. 
Imunoglobulinas são os chamados anticorpos, proteínas específicas que atacam e 
inativam agentes estranhos que entram no organismo. Hemoglobina é a proteína que 
transporta oxigênio dospulmões para as células. Quando as proteínas são submetidas 
à elevação de temperatura, a variações de pH ou a certos solutos como a ureia, sofrem 
alterações na sua configuração espacial, e sua atividade biológica é perdida. Este 
processo se chama desnaturação. Ao romper as ligações originais, a proteína sofre 
novas dobras ao acaso. Geralmente, as proteínas se tornam insolúveis quando se 
desnaturam. É o que ocorre com a albumina da clara do ovo que, ao ser cozida, se 
torna sólida.
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Biologia
MEMBRANAS BIOLÓGICAS – PARTE 1
Todas as células, sejam elas procariontes ou eucariontes apresentam um revestimento 
membranoso lipoproteico chamado membrana plasmática. É uma fina membrana capaz 
de realizar diversas funções. Sua constituição só pode ser vista com auxílio da microscopia 
eletrônica. Além da membrana plasmática, procariotos e muitos eucariotos ainda apresentam 
a parede celular, com constituição diversificada nos diferentes reinos dos seres vivos. Veremos 
nesse capítulo as membranas biológicas e os transportes através da membrana.
Parede celular
A parede celular é composta por 3 camadas mais ou menos distintas: a lamela média (camada 
mais externa compartilhada com células vizinhas), a parede primária e a parede secundária. 
Estas camadas são formadas essencialmente por celulose, lignina (responsável pela rigidez das 
células), gorduras (protegem as células dos tecidos em contato com o exterior) e outras como 
a pectina. A parede celular é encontrada em bactérias, em algas do reino protista, nos fungos e 
nos vegetais.
 
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Membrana plasmática
Todas as células apresentam a membrana plasmática como revestimento celular. Ela 
delimita a célula e regula as substâncias que entram ou saem, regulando inclusive o sentido 
do movimento. Isso é essencial para o metabolismo celular, pois este só se processa se as 
substâncias estiverem presentes nas quantidades adequadas. Esta capacidade de selecionar as 
substâncias que entram ou saem da célula é designada por permeabilidade seletiva ou semi-
permeabilidade (substâncias lipossolúveis). Outra importante característica da membrana é 
quanto a sua composição formada por fosfolipídios e proteínas (lipoprotéica). A membrana 
plasmática apresenta-se como um mosaico-fluido, modelo estabelecido por Singer e Nicholson. 
Leitura Obrigatória
As junções celulares e especializações da membrana das células
São diversas estruturas que mantém as células epiteliais e outros tipos celulares firmemente 
unidas entre si ou auxiliam na função de absorção. As principais são os desmossomos, as zonas 
de adesão, as zonas de oclusão, as junções do tipo gap (comunicantes), as interdigitações e as 
microvilosidades. 
 • Interdigitações: são dobras que ampliam a superfície de contato e também facilitam 
passagens.
Biologia – Membranas Biológicas – Prof. Enrico Blota
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 • Microvilosidades: são áreas que ampliam a superfície de absorção dos nutrientes. 
Encontradas nas células do duodeno (primeira porção do intestino delgado).
 • Desmossomos: são discos de adesão entre as células, funcionando como pontes. São 
formados por duas porções que se unem (uma em cada célula).
 • Hemidesmossomos: são semelhantes aos desmossomos, porém, permitem que as células 
epiteliais se conectem com a lâmina basal, porção que faz contato do tecido epitelial com o 
tecido conjuntivo.
 
 
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 • Zonas de adesão: são zonas onde as células vizinhas estão firmemente unidas por uma 
substância intercelular adesiva, mas suas membranas plasmáticas não chegam a se tocar. 
Na zona citoplasmática dessa região existem filamentos de actina, conferindo maior 
resistência.
 • Zonas de oclusão: zonas onde há 
junção da membrana de células ad-
jacentes nas áreas mais próximas do 
pólo apical, estabelecendo uma bar-
reira à entrada de macromoléculas 
no espaço entre as células vizinhas. 
As macromoléculas só podem pene-
trar passando pelo interior das cé-
lulas, o que possibilita o controle do 
que entra nas diferentes estruturas 
revestidas por epitélios.
 • Junções do tipo gap (nexos): apresentam grupos de proteínas específicas, que se dispõem 
formando canais que atravessam as camadas de lipídios das membranas. Esses grupos de 
proteínas tocam-se no espaço intercelular, estabelecendo canais de comunicação entre as 
células.
 • Plasmodesmos: São pequenos orifícios, onde uma célula mantém contato com outra 
vizinha. Permite passagem de substâncias entre os citoplasmas vizinhos.
Biologia – Membranas Biológicas – Prof. Enrico Blota
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MEMBRANAS BIOLÓGICAS – PARTE 2
Os transportes através da membrana
A morfologia da membrana plasmática permite que algumas substâncias passem livremente 
ou sejam transportadas do meio intracelular para o extracelular e vice-versa. Assim, temos os 
seguintes transportes através da membrana:
 • Transporte passivo – Não há gasto energético. Pode ocorrer do meio onde há maior 
concentração de substâncias para o meio em que há menor concentração delas. Exemplos: 
Difusão simples e facilitada.
Difusão simples – Esse tipo de transporte se processa a favor do gradiente de concentração 
(do meio mais concentrado para o menos concentrado). Ocorre comumente com substâncias 
solúveis nos fosfolipídeos da bicamada. É o caso dos gases oxigênio e gás carbônico.
Difusão facilitada – Assim como a difusão simples o movimento das substâncias se processa 
a favor do gradiente de concentração, porém, o tamanho ou constituição da molécula não 
é favorável a uma difusão simples. Isso requer a intervenção de proteínas especializadas da 
membrana (permeases, que são específicas para cada tipo de substância). Como exemplo 
temos o processo de entrada da glicose nas células. 
 
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Osmose – É um caso especial de transporte passivo, pois se processa do meio menos 
concentrado (hipotônico) para o mais concentrado (hipertônico). Nesse caso não se trata de 
um soluto e sim de um solvente (a água). O objetivo do transporte é tornar o meio em questão 
isotônico. É importante acrescentar que ainda existem as porinas (aquaporinas) são proteínas 
que formam poros (ou canais), verdadeiros túneis para passagem de água e íons. 
 • Transporte ativo: Há gasto energético. O processo ocorre com as substâncias sendo 
transportadas do meio menos concentrado para o meio mais concentrado. Os principais 
são as bombas de íons ou moléculas, endocitoses e exocitoses.
Bomba de sódio e potássio – A concentração de potássio é geralmente 10 a 20 vezes maior no 
interior da célula do que no exterior. Já a concentração de sódio é maior no meio extracelular. 
Essa diferença de concentrações é mantida sempre pela bomba de sódio e potássio. Isso exige 
consumo energético evidente. 
Biologia – Membranas Biológicas – Prof. Enrico Blota
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Endocitoses – É a incorporação de macromoléculas pela célula. Podemos dizer que há dois tipos: 
a fagocitose (englobamento de partículas sólidas – formam-se pseudópodes) e a pinocitose 
(englobamento de partículas em meio líquido – “gotículas” – não há emissão de pseudópodos). 
Há formação de uma vesícula contendo as partículas (fagossomo ou pinossomo) que poderá se 
fundir com o lisossomo da célula para uma futura degradação. 
Exocitoses – O metabolismo celular exige produção e degradação de moléculas distintas. Esse 
processo pode gerar resíduos que devem ser eliminados para fora das células. Formam-se 
vesículas que são eliminadas para o meio externo. Ao aproximar-se da membrana plasmática, a 
membrana da vesícula funde-se com a membrana plasmática libertando, assim, o seu conteúdo 
para o exterior da célula. Esse processo descrito de exocitose é conhecido como clasmocitose. 
Há outros casos de exocitose, como a secreção celular, quando a célula produz e elimina um 
produto útil no meio extracelular. Um exemplo desse tipo é a secreção de hormôniosno sangue.
 
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O citoesqueleto
Apesar de parecer vazio, quando observado ao microscópio óptico, o hialoplasma é formado 
por uma matriz de fibras denominada citoesqueleto. O citoesqueleto tem como função dar 
suporte à célula e aos diferentes organóides, bem como auxiliar o seu deslocamento. Fazem 
parte do citoesqueleto os microfilamentos, os microtúbulos e os filamentos intermediários. 
Biologia – Membranas Biológicas – Prof. Enrico Blota
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Chama-se ciclose o movimento interno sofrido pelas células, com participação especial 
do citoesqueleto. A ciclose é uma corrente citoplasmática capaz de deslocar substâncias e 
organelas como mitocôndrias, vacúolos digestivos e cloroplastos. Abaixo um exemplo de ciclose 
em vegetais.
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Biologia
CITOPLASMA E ORGANELAS
O citoplasma é um espaço entre a membrana e o núcleo preenchido por um material conhecido 
como citosol ou hialoplasma onde estão mergulhadas as organelas citoplasmáticas. Pode ser 
dividido da seguinte forma:
 
Principais organelas citoplasmáticas
Ribossomos livres – São organelas com função de produção de proteínas que atuam no citosol 
e no núcleo celular e das proteínas que formam o citoesqueleto. Inicialmente são produzidas no 
interior do núcleo (nucleolo) e são formados por duas subunidades (uma maior e outra menor) 
que unem-se durante o processo de síntese protéica. Vão atuar livremente no citoplasma ou 
fazer parte do Retículo Endoplasmático Rugoso. “núcleo celular”.
 
Retículo Endoplasmático (Liso ou agranular e Rugoso ou granular ou ainda ergastoplasma) 
– São tubos e bolsas membranosas que podem apresentar ribossomos aderidos (granular 
ou rugoso) ou não (agranular ou liso). O Retículo Rugoso faz produção de proteínas para 
exportação, incluindo hormônios de origem protéica; produção de enzimas lisossômicas; 
 
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produção de proteínas que compõem as membranas celulares; transporte e armazenamento 
de substâncias. Já o Retículo Liso faz produção de ácidos graxos, de fosfolipídios e de esteróides, 
que ocorre no interior de suas bolsas e tubos membranosos; transporte e armazenamento de 
substâncias. Nas células do fígado é bem desenvolvido.
Complexo Golgiense – Constituído por bolsas membranosas achatadas, denominadas cisternas 
ou vesículas, empilhadas umas sobre as outras. Nas células vegetais há conjuntos dessas 
cisternas dispersos pelo citoplasma (dictiossomo ou golgiossomo). O Golgi é responsável 
por fazer glicosilação de proteínas (adição de glicídios às proteínas); síntese de carboidratos; 
secreção celular; armazenamento de proteínas; forma os lisossomos e o acrossoma do 
espermatozoide.
 
Lisossomos – São bolsas membranosas que contém dezenas de tipos de enzimas digestivas, 
capazes de digerir diversas substâncias. Algumas enzimas são as nucleases (digerem DNA 
e RNA), proteases, fosfatases, além de enzimas que digerem polissacarídeos e lipídios. As 
células animais podem conter centenas de lisossomos. Podem digerir material capturado do 
exterior por fagocitose ou por pinocitose (heterofagia) ou digerir partes desgastadas da própria 
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célula (autofagia). Os lisossomos são também responsáveis pela autólise celular, onde há 
rompimento dos lisossomos e posterior morte da célula e do tecido. Um caso de autólise é o 
que ocorre na doença Silicose, onde ocorre rompimento dos lisossomos de células pulmonares 
em trabalhadores das minas devido ao contato com o pó de sílica. Outros problemas são a 
artrite reumatoide e a doença de Tay-Sachs.
Peroxissomos – São organelas presentes nas células animais e em muitas células vegetais. Elas 
contém diversos tipos de oxidases, enzimas que utilizam gás oxigênio para oxidar substâncias 
orgânicas. Por exemplo, a água oxigenada (H2O2- peróxido de hidrogênio) é uma substância 
tóxica para as células, mas os peroxissomos apropriadamente contêm a enzima catalase, que 
transforma o peróxido de hidrogênio (em água e gás oxigênio. São organelas abundantes no 
fígado e nos rins. Os peroxissomos são responsáveis por oxidação de ácidos graxos para serem 
utilizados na respiração celular e na síntese de compostos importantes, como o colesterol. 
Também participam na produção dos ácidos biliares. As enzimas peroxissômicas são produzidas 
por ribossomos livres no citosol. 
Certas sementes dos vegetais, principalmente as oleaginosas, possuem um tipo especial de 
peroxissomo, o glioxissomo, cuja função é fazer com que os lipídios armazenados na semente 
se transformem em açúcares, consumidos durante o processo de germinação.
 
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Plastos – São organelas presentes apenas em células de plantas e algas. Variam conforme o 
organismo. Há três tipos de plastos: cloroplastos, cromoplastos e leucoplastos.
Os cloroplastos são os principais e caracterizam-se pela cor verde pelo pigmento clorofila. 
Em um cloroplasto há enzimas, DNA, RNA, além de ribossomos semelhantes aos das células 
bacterianas. É nos cloroplastos que ocorre a fotossíntese, processo no qual moléculas de gás 
carbônico (CO2) e de água (H2O) reagem formando glicídios e gás oxigênio (O2). A energia 
necessária para tal processo é a energia luminosa e, por meio da fotossíntese, algas e plantas 
produzem açúcares utilizados em suas próprias mitocôndrias para a produção de ATP. Como 
produzem sua própria energia química dizemos que são organismos autotróficos. 
  
Alguns plastos não têm clorofila, e sim pigmentos vermelhos ou amarelos, sendo por isso 
chamados de cromoplastos. Essas organelas são responsáveis pelas cores de certos frutos 
e flores, de algumas raízes, como a cenoura, e de folhas que se tornam amareladas ou 
avermelhadas no outono. A função dos cromoplastos nas plantas ainda não é pouco conhecida. 
Outros plastos não possuem pigmentos e são chamados de leucoplastos. Estão presentes 
em certas raízes e caules, e sua função é o armazenamento de amido. Esse polissacarídio é 
fabricado a partir de glicídios produzidos na fotossíntese e acumula-se no leucoplasto, podendo 
ocupar totalmente o interior da organela, que cresce e se transforma em um amiloplasto (ou 
grão de amido). Esse amido pode ser convertido em glicose e ser usado na respiração celular.
Vacúolos – São pequenos em células vegetais jovens e vão aumentando gradativamente de 
tamanho e fundindo-se uns aos outros até constituir o grande vacúolo vegetal. É delimitado 
por uma membrana, o tonoplasto. O vacúolo de célula vegetal contém uma solução aquosa 
ácida composta de íons orgânicos, açúcares, aminoácidos, ácidos orgânicos e, em alguns casos, 
proteínas, como ocorre nas células das sementes. Esses sais podem cristalizar assumindo formas 
geométricas espaciais em forma de estrelas (drusas) ou em forma de agulhas (ráfides). Pode 
desempenhar função dos lisossomos nas células, já que também apresenta algumas enzimas 
digestivas. Há nos protistas um vacúolo de regulação osmótica chamado vacúolo contráctil ou 
pulsátil.
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Centríolos – Com exceção dos fungos e das plantas superiores as células eucariotas apresentam 
um par de centríolos orientados perpendicularmente na região do centrossomo. Pouco antes 
de uma célula dividir-se eles se autoduplicam. Ao lado de cada centríolo do par original forma-
se um novo, pela agregação de moléculas de tubulina presentes no citosol. Quando a célula 
inicia a divisão propriamente dita o centrossomo divide-se em dois, cada um com um par de 
centríolos. Participam da divisão celular e são responsáveis pela cinética celular; originam os 
cílios e os flagelos. 
 
Mitocôndrias – Seu número varia de dezenas a centenas, dependendo do tipo celular. As 
mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas. A mais externa é lisa e 
semelhante às demais membranas celulares,enquanto a membrana interna é diferente e 
apresenta dobras chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o interior da organela. 
O interior é preenchido por um líquido viscoso – a matriz mitocondrial – que contém diversas 
enzimas, DNA, RNA e ribossomos menores que os citoplasmáticos (mitorribossomos) e muito 
semelhantes aos ribossomos bacterianos. Nelas ocorre a respiração aeróbia, processo em que 
moléculas orgânicas reagem com o gás oxigênio, formando gás carbônico e água e liberando 
 
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energia, que é armazenada em moléculas de ATP (trifosfato de adenosina). O ATP produzido nas 
mitocôndrias difunde-se para outras regiões da célula e fornece energia para as mais diversas 
atividades celulares. O conjunto de mitocôndrias em uma célula é conhecido pelo nome de 
condrioma. 
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Biologia
CÓDIGO GENÉTICO
NÚCLEO E SÍNTESE PROTEICA
O núcleo é de fundamental importância para grande parte dos processos que ocorrem nas 
células, dentre eles, a produção dos ribossomos, divisão celular, produção de RNAm e outros. 
Algumas células podem apresentar um ou mais núcleos e outras podem ser até anucleadas, 
como ocorre com os eritrócitos (hemácias). Assim, o núcleo é o responsável por manter 
grande parte do metabolismo celular, já que apresenta o material hereditário dos organismos 
eucariotos, o DNA. 
Recentemente descobriu-se uma organela chamada retículo nucleoplasmático (no interior do 
núcleo) com função de armazenamento de cálcio para sua posterior utilização.
Algumas estruturas do núcleo:
 • Carioteca – É a membrana nuclear, formada por duas membranas lipoprotéicas, cada uma 
delas com organização estrutural semelhante à das demais membranas celulares. Entre as 
membranas existe um espaço denominado perinuclear. A membrana externa comunica-se 
com o retículo endoplasmático granuloso, e, como ele, apresenta ribossomos aderidos em 
sua superfície. 
 
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 • Complexo do poro – A carioteca apresenta poros ou annuli, delimitando espaços através 
dos quais ocorrem trocas de substâncias entre o núcleo e o citoplasma. Em cada poro há 
um complexo de proteínas que regula a entrada e saída de substâncias, de modo que há 
controle sobre o que entra e sai do núcleo.
 • Cariolinfa (nucleoplasma) – é constituído de substâncias (íons, vários tipos de enzimas, 
moléculas de ATP) dissolvidas em água.
 • Nucleolo – É uma região mais densa no interior do núcleo não delimitada por membrana. É 
o local de intensa síntese do ácido ribonucleico ribossômico (RNAr). Essa síntese ocorre em 
regiões de determinados cromossomos, denominadas regiões organizadoras do nucléolo 
– RON, onde estão os genes responsáveis por esse processo.
 • Cromatina – consiste em DNA associado a proteínas chamadas histonas. A cromatina 
é o material que forma cada um dos cromossomos. Há duas formas, a eucromatina e a 
heterocromatina.
Os tipos de cromossomos:
Os cromossomos são classificados quanto à posição do centrômero, que corresponde a uma 
região de “estrangulamento” (de heterocromatina). 
Conforme abaixo, essa região pode estar no centro (cromossomo metacêntrico- A), um 
pouco deslocado do centro (cromossomo submetacêntrico- B), próxima da região terminal 
(acromcêntrico- C) ou na porção terminal (telocêntrico – D).
 
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Ácidos Nucleicos (DNA e RNA)
Fazem parte de um grupo de moléculas orgânicas de enorme importância para os seres vivos. 
Tanto o DNA (ácido desoxirribonucléico) como o RNA (ácido ribonucléico) são compostos por 
sua unidade estrutural, o nucleotídeo. Tanto o DNA como o RNA são formados por quatro 
nucleotídeos diferentes. Cada nucleotídeo apresenta um grupo fosfato, uma pentose (açúcar) e 
uma base nitrogenada. 
Existem cinco bases nitrogenadas: ADENINA, CITOSINA, GUANINA, TIMINA E URACILA. Essas 
bases podem ser purinas (guanina e adenina) ou pirimidinas (citosina, timina e uracila) Observe 
abaixo o esquema que representa um nucleotídeo com seus constituintes:
 
O DNA
É formado por duas cadeias polinucleotídicas enroladas entre si, formando uma estrutura 
de dupla hélice. As duas cadeias encontram-se ligadas entre si pelas bases nitrogenadas dos 
nucleotídeos através de ligações de hidrogênio, sendo que a base guanina (G) liga-se à citosina 
(C) e a base adenina (A) liga-se à timina (T). O DNA tem a função bioquímica de assegurar a 
transmissão da informação genética de uma geração para a próxima bem como de, ao ser 
portador dessa informação, controlar a síntese proteica.
O DNA foi decifrado em 1953 por James Watson e Francis Crick como uma molécula helicoidal 
com duas cadeias de nucleotídeos que são complementares e antiparalelas.
 
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A estrutura do DNA
Anotações:
OBS.: os filamentos externos de açúcares e de fosfatos se dispõem em direções opostas. A dupla 
ligação dos fosfatos, que inicia no C5 de uma pentose e termina no C3 de outra, determina a 
polaridade da cadeia, sempre no sentido 5’-3’. Os filamentos transversais são constituídos de 
pares de bases orgânicas A-T e C-G (e vice-versa).
De acordo com a “Regra de Chargaff” caso tenhamos 24% de adeninas em uma das fitas do 
DNA, teremos 24% de timinas na fita complementar desse DNA. Assim, teremos também 26% 
de citosinas e 26 % de guaninas. 
O processo de replicação
Durante a divisão celular o material genético presente na célula é transmitido às células-filhas. 
A replicação do material genético tem de ser o mais fiel possível ao original para que todas as 
características sejam transmitidas. Cada uma das duas novas moléculas de DNA possui uma 
cadeia da molécula inicial, obtendo-se assim uma replicação semi-conservativa. A outra cadeia, 
de cada uma das moléculas é obtida através de um processo em que se forma uma cadeia 
complementar à que já existe. Esse processo é catalisado por diversas enzimas (a enzima DNA 
polimerase e enzima Helicase, por exemplo). Observe o esquema com atenção:
 
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Anotações:
O RNA
É formado através da transcrição de segmentos de uma das duas cadeias de moléculas do 
DNA. A transcrição é catalisada por uma enzima, a RNA polimerase. Ela tem a capacidade de 
reconhecer o local exato onde deve iniciar a transcrição, iniciando a síntese de RNA e iniciando 
o percurso ao longo da cadeia de DNA até o local onde reconhece o sinal de “stop”, libertando a 
cadeia de RNA sintetizada. No RNA existem riboses, e a base timina (T) é substituída pela base 
uracila (U). 
Existem três tipos de RNA – todos são produzidos no interior do núcleo:
RNAr – É o RNA ribossômico, é o mais abundante e constituinte fundamental dos ribossomos
RNAm – É o RNA mensageiro, que contém sequências de nucleotídeos utilizadas na síntese 
protéica (Tradução)
RNAt – É o RNA transportador ou de transferência, que tem o papel de transportar os 
aminoácidos até os ribossomos, para que estes realizem a formação das proteínas. 
 
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Resumo da Transcrição:
Comparação entre DNA e RNA
Hélices 
(fitas)
Açúcar 
(pentose) Bases Local
DNA
“Hereditariedade”
Duas Desoxirribose A-T-C-G Núcleo
RNA
“Síntese protéica”
Uma Ribose A-U-C-G
Núcleo e Citopl.
Tipos: RNAr, RNAm e RNAt
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Aminoácidos
A tabela apresenta as possíveis combinações no RNA mensageiro que codificam as aminoácidos. 
Há 4 importantes ressalvas: a trinca AUG indica o códon de iniciação da proteína (a metionina) e 
as trinca UAA, UAG e UGA indicam códons de terminação da proteína. Logo, temos 64 possíveis 
códons (que são trincas do RNAm).
A Síntese de Proteínas
A sede da síntese de proteínas é o Ribossomo que recebe o RNAm livre no citoplasma ou 
no RER. Abaixo todas as etapas da formação dos ribossomos e da Tradução, a produção das 
proteínas.
 
 
www.acasadoconcurseiro.com.br34Anotações:
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Biologia
DIVISÃO CELULAR
Os seres vivos precisam cumprir um ciclo de vida. Para isso, nascem, se desenvolvem e 
amadurecem para reproduzir. A reprodução depende fundamentalmente das divisões celulares, 
principalmente a meiose. 
Cada célula também cumpre um ciclo de vida, o ciclo celular, que corresponde a dois momentos: 
o período no qual a célula não está se dividindo, a Intérfase, e o período da divisão celular. 
Antes de apresentarmos as divisões celulares, observe abaixo a estrutura mais importante 
envolvida nesses processos, o cromossomo:
Anotações:
Nos organismos, a taxa de divisão celular é variável dependendo do grupo celular analisado. 
Por exemplo, células da pele e células formadoras dos elementos figurados do sangue estão 
se dividindo continuamente. Já as células do tecido ósseo entram em divisão nos adultos após 
alguma lesão ou fratura.
Durante a interfase, a célula encontra-se em intensa atividade metabólica e síntese protéica. 
A replicação do DNA nesse período é fundamental para que o número de cromossomos se 
mantenha constante nas duas células formadas (caso da mitose). Há células que permanecem 
em um estado modificado chamado G0 e não se dividem mais, como é o caso das fibras 
musculares. Algumas, ao serem estimuladas, podem reiniciar um novo ciclo celular. Neste 
grupo estão as células do fígado, por exemplo.
 
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O ciclo celular
Mitose
É a divisão conhecida como equacional, na qual uma célula divide-se originando duas células 
com igual ploidia. A mitose é importante para que ocorra crescimento, desenvolvimento 
embrionário, regeneração de tecidos e para a reposição celular. 
Biologia – Divisão Celular – Prof. Enrico Blota
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Fases da Mitose
Prófase
Os centríolos sofrem duplicação (fato que também pode ocorrer na interfase); 
desaparecem a carioteca e o nucléolo; formam-se as fibras do fuso (a partir dos 
centríolos); os cromossomos continuam o processo de condensação.
Metáfase
As fibras do fuso prendem-se aos cinetócoro do centrômero do cromossomo; os 
cromossomos passam a ficar dispostos na região mediana da célula (placa equatorial); 
os cromossomos atingem o máximo grau de condensação (fase ideal para fazer o 
cariótipo)
Anáfase
Ocorre duplicação dos centrômeros; as fibras do fuso encolhem; cromátides migram 
para os polos opostos da célula.
Telófase
Reaparecimento da carioteca e do nucléolo; desaparecem as fibras do fuso; 
cromossomos se descondensam; ocorre a citocinese dando origem a duas células 
2n=4.
Cariótipo humano
Anotações:
 
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Meiose
É a divisão que reduz à metade o número de cromossomos da célula que entra em divisão. 
Nesse processo, por duas divisões sucessivas, uma célula diploide origina quatro células 
haploides. Nos animais, de uma forma geral, a meiose é realizada por células especiais nos 
testículos (nos túbulos seminíferos) do macho ou nos ovários da fêmea. Também é precedida 
pela interfase. Veremos também a meiose de uma célula 2n=4.
Fases da Meiose
Prófase I
É uma fase de fundamental importância pois é nela que ocorre o Crossing-over (recombinação 
ou permutação), fenômeno de aumento da variabilidade genética dos cromossomos. Observe 
as cinco etapas da prófase I para a ocorrência desse processo.
Metáfase I
Cromossomos homólogos dispostos lado a lado na região mediana da célula; cromossomos 
atingem o seu maior grau de condensação.
Anáfase I
Não ocorre a duplicação dos centrômeros; cromossomos homólogos migram para os polos 
opostos da célula.
Biologia – Divisão Celular – Prof. Enrico Blota
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Telófase I
Reaparecem a carioteca e o nucléolo temporariamente; cromossomos se descondensam, 
sendo cada uma das células formadas já hapliides n=2, porém com cromossomos duplicados. 
Intercinese
Corresponde ao intervalo entre as duas divisões (meiose I e meiose II). Cada célula com n 
cromossomos duplicados (com duas cromátides) prepara-se para iniciar a meiose II. Essa etapa 
diferencia-se da intérfase, principalmente por não ocorrer a replicação.
Prófase II
Cada célula com n cromossomos duplicados inicia a divisão e os cromossomos voltam a se 
condensar. Formam-se as fibras do fuso.
Metáfase II
Cromossomos dispostos na região mediana da célula (placa equatorial). 
Anáfase II
Duplicação dos centrômeros; cromátides irmãs migram para os polos opostos celulares.
 
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Telófase II
Cromossomos se descondensam; reaparecem a carioteca e o nucléolo; desaparecem as fibras 
do fuso. As células formadas são haploides, agora com cromossomos simples n=2. 
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Biologia
FOTOSSÍNTESE
Processo de formação de matéria orgânica (principalmente a glicose) a partir de gás carbônico 
e água. Essa capacidade é encontrada em muitos procariotos e eucariotos. As cianobactérias, 
algas e vegetais são os principais exemplos de seres fotossintetizantes. Todos os seres 
fotossintetizantes, exceto algumas bactérias, utilizam o processo geral conforme abaixo, na 
presença da luz e com o pigmento clorofila:
Estudaremos a fotossíntese com base na seguinte equação geral:
Vamos dividir a fotossíntese em duas etapas nos cloroplastos:
1. Etapa Fotoquímica (fase clara) – Nos tilacoides
Nesta etapa a luz é convertida em energia elétrica, com fluxo de elétrons através de aceptores 
especiais. Essa energia é convertida em energia química, que será armazenada em moléculas 
de ATP e NADPH2. O oxigênio é um produto importante nesta etapa e é resultado da quebra da 
água (fotólise). A etapa fotoquímica é dividida em duas: “Fotofosforilação e Fotólise da água 
ou ciclo de Hill”.
 
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Anotações:
2. Etapa Química (Fase escura – ciclo de Calvin) – No estroma
Esta etapa é altamente dependente das moléculas produzidas durante a fase clara, como o ATP 
e o NADPH2. Ela também pode ocorrer na presença da luz, mas não ocorrerá caso não haja luz, 
pois, nesse caso, não aconteceria nem a primeira fase (fotoquímica).
O processo principal é a utilização da energia assimilada na fase clara. Assim, há incorporação 
de átomos de carbono em moléculas orgânicas, produzindo substâncias mais convenientes 
para o consumo, transporte e armazenamento. Essa incorporação vai ocorrer em sequências 
cíclicas de reações que chamamos de ciclo de Calvin (ou ciclo das pentoses). Assim, a partir da 
pentose ribulose, CO2, ATP e NADPH2, teremos a produção final de glicose (C6H12O6). No ciclo 
não será mostrada a participação da água.
Anotações:
Biologia – Fotossíntese – Prof. Enrico Blota
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Leitura obrigatória
Metabolismo C3, C4 e CAM
Nas plantas C3 a assimilação do CO2 forma um primeiro produto com 3 carbonos. Em torno de 
95% das plantas apresentam metabolismo C3. Assim, ele é caracterizado pela produção inicial 
de um composto de três carbonos e fotorrespiração quando há elevação da temperatura. Cerca 
de 95% das árvores possuem esse metabolismo. 
Em plantas C4 a fixação do CO2 forma um ácido orgânico com 4 carbonos. Devido ao seu sistema 
fotossintético altamente eficaz, crescem rapidamente em condições favoráveis de temperatura, 
água e nutrientes. Apresentam diferenças anatômicas e fisiológicas que as permite utilizar 
com maior eficiência o gás carbônico, mesmo em altas temperaturas e em altas intensidades 
luminosas. São exemplos, o milho e a cana-de-açúcar.
No metabolismo CAM os ácidos orgânicos são armazenados em vacúolos nos vegetais e as 
taxas de fixação de C estão limitadas pela capacidade de armazenamento dos vacúolos. Ocorre 
em plantas suculentas dos desertos (cactáceas) ou em epífitas dos trópicos (muitas bromélias). 
Assim, ocorre em plantas adaptadas a ambientes com falta de água ou em altas temperaturas 
e, nesse processo, a absorção de CO2 ocorre durante a noite e a sua conversão em carboidratos 
durante o dia, para evitar que a planta percaágua. 
Quimiossíntese
Certas espécies de bactérias e arqueas são autótrofas e produzem substâncias orgânicas a partir 
da quimiossíntese, processo que utiliza a energia liberada por reações oxidativas de substâncias 
inorgânicas simples. Arqueas metanogênicas, por exemplo, obtém energia a partir da reação 
entre o gás hidrogênio (H2) e o gás carbônico (CO2), com produção de gás metano (CH4). Essa 
arqueas vivem em ambientes pobre em gás oxigênio (anaeróbios), tais como depósitos de 
lixo, fundos de pântanos e tubos digestórios de animais. Outras bactérias quimiossintetizantes 
são conhecidas na ciclagem dos nutrientes durante o ciclo do nitrogênio, as Nitrosomonas e a 
Nitrobacter. As bactérias quimiossintetizantes podem vivem em ambientes desprovidos de luz 
e de matéria orgânica, uma vez que a energia necessária ao seu desenvolvimento é obtida de 
oxidações inorgânicas.
Anotações:
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Biologia
RESPIRAÇÃO CELULAR
A bioenergética é o estudo dos processos do metabolismo celular de produção e quebra de 
energia nos seres vivos. Os principais processos são Fermentação, Respiração Celular Aeróbia, 
Fotossíntese e Quimiossíntese. 
A energia necessária para a realização dos processos celulares que consomem energia é retirada 
principalmente a partir da molécula de ATP. Porém, para produzir essa molécula a célula utiliza 
moléculas orgânicas como fonte (energia química), principalmente carboidratos e lipídios e isso 
ocorre a partir do catabolismo dessas moléculas.
A respiração e a fermentação são os principais processos de catabolismo para a síntese de ATP. 
Podemos resumir os processos de utilização de energia química a partir do esquema abaixo:
A glicólise é uma das principais vias catabólicas da bioenergética, conforme abaixo:
 
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Fermentação 
Organismos que só vivem na presença de oxigênio são chamados aeróbios obrigatórios e 
organismos que vivem na ausência de oxigênio são chamados de anaeróbios. Porém, alguns 
eucariotos, como as leveduras, alguns moluscos, alguns anelídeos e certas bactérias são 
chamados anaeróbios facultativos, pois podem viver tanto na presença como na ausência de 
oxigênio. O principal processo anaeróbio de produção de ATP a partir de substâncias orgânicas 
é a fermentação. Além disso, nossas próprias células executam fermentação se faltar oxigênio 
para a respiração celular. Podemos definir fermentação como um processo de degradação 
incompleta de moléculas orgânicas com liberação de energia para formação de ATP, em que 
o aceptor de elétrons e de H+ é uma molécula orgânica. A parte final da fermentação, em que 
o ácido pirúvico é transformado em ácido lático – fermentação lática, ou em etanol e gás 
carbônico – fermentação alcoólica, é uma reação de oxirredução, sendo o ácido pirúvico a 
molécua que atua como aceptor final de elétrons e dos H+ liberados na glicólise e captados pelo 
NAD+. Um outro processo é conhecido como fermentação acética e é empregado na produção 
de vinagre. Ele é realizado por bactérias dos gêneros Acetobacter e Acetomonas, que crescem 
espontaneamente em bebidas alcoólicas, como vinho, expostas ao ar, oxidando o álcool, que se 
transforma em ácido acético. 
Anotações:
Respiração celular
É o processo de formação de energia para o metabolismo. Consiste na liberação da energia 
química continua em compostos orgânicos. Os transportadores desta energia são moléculas 
de ATP (trifosfato de adenosina) que serão utilizadas mediante a necessidade da célula. A 
fonte energética da respiração é a glicose que será degradada lentamente para um melhor 
aproveitamento energético da molécula. A degradação da glicose compreende quatro etapas:
1. GLICÓLISE – Consiste na conversão de açúcares em piruvato e que se processa no 
citoplasma.
2. OXIDAÇÃO DO PIRUVATO – O piruvato formado na glicólise é transformado em acetil com 
liberação de CO2.
3. CICLO DE KREBS – Conhecida também por ciclo do ácido cítrico, é uma sequência de reações 
interligadas que ocorrem na matriz mitocondrial com o objetivo de oxidar completamente 
moléculas de Acetil CoA e liberar CO2.
Biologia – Respiração Celular – Prof. Enrico Blota
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4. CADEIA RESPIRATÓRIA (FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA) – Envolve a fosforilação do ADP para 
formar ATP associado à transferência de elétrons para o oxigênio com a libertação de água. 
Ocorre nas cristas mitocondriais.
EQUAÇÃO GERAL DA RESPIRAÇÃO
Glicólise – Sequência de 10 reações químicas catalisadas por enzimas livres no citosol. Nela, 
uma molécula de glicose é quebrada em duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3), com saldo 
líquido de duas moléculas de ATP.
Anotações:
Oxidação do piruvato e Ciclo de Krebs – O ácido pirúvico produzido na glicólise é transportado 
através das membranas das mitocôndrias, na matriz mitocondrial, se transforma em acetil e 
reage imediatamente com uma substância denominada coenzima A (CoA). Nessa reação, são 
produzidas uma molécula de acetilcoenzima A (acetil-CoA) e uma molécula de gás carbônico 
(CO2). Dela também participa uma molécula de NAD
+, que se transforma em NADH ao capturar 
2 elétrons de alta energia.
 
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Cadeia respiratória (fosforilação oxidativa) – A síntese de maior parte do ATP gerado na 
respiração celular está acoplada à reoxidação das moléculas de NADH e FADH2, que se 
transformam em NAD+ e FAD respectivamente. Nessa reoxidação, são liberados elétrons com 
alto nível de energia que, após perderem seu excesso de energia, reduzem o gás oxigênio a 
moléculas de água.
A energia liberada gradativamente pelos elétrons durante sua transferência até o gás oxigênio 
é usada na produção de ATP. O termo fosforilação oxidativa refere-se justamente à produção 
de ATP, pois a adição de fosfato ao ADP para formar ATP é uma reação de fosforilação. Ela é 
chamada oxidativa porque ocorre diversas oxidações sequenciais, nas quais o último grande 
oxidante é o gás oxigênio (O2).
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Biologia
TECIDO EPITELIAL (OU EPITÉLIO)
Apresenta funções de revestimento, absorção de substâncias e proteção de diversas estruturas 
do organismo (a pele, por exemplo, possui tecido epitelial de revestimento – a epiderme) e 
função de secreção de substâncias (glandular), podendo ser endócrinas (tiroide, por exemplo) 
ou exócrinas (glândula sebácea, por exemplo). Há ainda epitélios muito especializados, como 
os que fazem a percepção de estímulos ambientais (epitélio sensorial), permitindo reações 
adaptativas do animal. 
As células do tecido epitelial apresentam-se unidas e com pouco ou nenhum espaço entre elas 
e são conectadas pelo glicocálix, mas existem também especializações de suas membranas 
que exercem essa função. Os epitélios não são atravessados por vasos sanguíneos, sendo 
alimentados por difusão a partir dos capilares do tecido conjuntivo próximo aos epitélios. Os 
epitélios de revestimento apresentam uma nítida polaridade, pois mostram dois polos: um livre 
e outro preso a uma membrana basal (ou lâmina basal), uma fina rede de fibrilas associada a 
glicoproteínas. 
Epitélio de revestimento
A epiderme, camada mais externa da nossa pele, é um dos principais exemplos de tecido 
epitelial de revestimento. A função de revestimento é garantida pela união entre as células 
epiteliais, formando uma espécie de “parede”. 
Abaixo o esquema apresenta a pele e também as principais camadas celulares da epiderme:
 
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Um olhar mais aprofundado da pele:
Na epiderme da nossa pele encontramos um estrato formado por queratina (camada córnea), 
uma proteína abundante na pele de muitos animais (como os répteis). Os melanócitos estão 
na camada germinativa, com atividade mitótica intensa. Já na derme temos tecido conjuntivo 
com gordura (hipoderme, na base), glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e terminações 
nervosas.
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Tipos de epitéliosde revestimento:
Os epitélios podem ser formados por uma única camada de células (uniestratificado) ou por 
várias camadas (estratificado ou multiestratificado), há uma grande variedade de formas e 
função desses epitélios. 
 
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Resumo dos epitélios de revestimento:
OBS.: AS MUCOSAS REVESTEM INTERNAMENTE AS CAVIDADES DO ORGANISMO, COMO POR 
EXEMPLO A MUCOSA BUCAL, ANAL E GÁSTRICA. JÁ AS SEROSAS REVESTEM EXTERNAMENTE 
ALGUNS ÓRGÃOS DO TÓRAX E ABDÔMEN, COMO POR EXEMPLO A DO ESTÔMAGO (PERITÔ-
NIO), DO INTESTINO (MESENTÉRIO), DOS PULMÕES (PLEURA) E DO CORAÇÃO (PERICÁRDIO).
Epitélio glandular (glândulas)
As células desse epitélio são especializadas na produção e eliminação de substâncias úteis ao 
organismo, as secreções. Quanto à forma de secretar, as glândulas podem ser classificadas em 
exócrinas (secreção liberada em um ducto) e endócrinas (secreção diretamente no sangue).
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Glândulas exócrinas
Eliminam suas secreções para fora 
do corpo ou cavidades internas dos 
órgãos, através de um canal ou ducto. 
As glândulas sudoríparas eliminam suor 
por um ducto que se abre na superfície 
externa da pele, enquanto as glândulas 
salivares eliminam a saliva por ductos 
que se abrem na cavidade bucal. 
Podem ser classificadas com base em 
diferentes critérios. Um deles é a forma 
da porção secretora: se ela é tubular 
a glândula é chamada de tubulosa; se é arredondada, a glândula é considerada alveolar ou 
acinosa; se a glândula contém longos ductos tubulares com porções secretoras arredondadas 
nas extremidades, ela é denominada túbulo-alveolar ou túbulo-acinosa. 
Quanto ao tipo de ducto, uma glândula pode ter o ducto sem ramificações (simples) ou ser 
ramificado (composta). 
Quanto à maneira de secretar, podem liberar apenas a secreção, mantendo o citoplasma intacto 
(glândula merócrina – ex.salivar); liberar a secreção junto a uma quantidade de citoplasma da 
célula (glândula apócrina – ex.mamária) ou liberar a célula como um todo após a sua morte 
(glândula holócrina – ex.sebácea).
Glândulas endócrinas
São aquelas que não possuem ductos e liberam suas secreções, genericamente chamadas de 
hormônios, diretamente no sangue. A glândula tiroide, por exemplo, localizada na região do 
pescoço, é uma glândula que libera seu produto de secreção (o hormônio tiroxina – iodo + 
aminoácido tirosina) na corrente sanguínea.
 
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Glândulas mistas
Quando a glândula desempenha simultaneamente funções endócrinas e exócrinas, chamamos 
de glândula mista ou anfícrina (secreção dupla). O pâncreas apresenta uma porção secretora 
exócrina localizada nos ácinos pancreáticos (com lipases, amilases e outras substâncias) e uma 
porção endócrina localizada nas ilhotas pancreáticas (com os hormônios insulina e glucagon).
 
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Biologia
TECIDOS CONJUNTIVOS
São constituídos predominantemente por material intercelular (matriz extracelular) que 
mantém as células conjuntivas separadas umas das outras e cuja composição caracteriza os 
diversos tipos de tecidos conjuntivos. Essa matriz consiste, em geral, de uma rede de fibras 
de proteínas mergulhadas em um material cuja consistência pode variar desde líquida até 
relativamente sólida, a substância fundamental amorfa. 
Tipos de Fibras dos Tecidos Conjuntivos
 • Fibras colágenas: as fibras colágenas são esbranquiçadas. Muitas vezes suas moléculas 
estão dispostas paralelas umas às outras. O colágeno representa boa porção do total de 
proteínas do corpo humano.
 • Fibras elásticas: fibras proteicas mais delgadas que o colágeno, muito ramificadas e formam 
malhas irregulares. Seu principal componente é a proteína elastina.
 • Fibras reticulares: são fibras delicadas, dispostas em rede. São encontradas abundante-
mente nas tramas internas de numerosos órgãos, como o baço, os gânglios linfáticos e nas 
cápsulas externas dos órgãos. Também possuem colágeno.
Algumas células que podem ser encontradas nos diferentes tecidos conjuntivos:
Fibroblastos: Produzem fibras e substância amorfa da matriz extracelular.
Macrófagos: Fagocitam agentes invasores e alertam o sistema imunológico. São oriundos dos 
monócitos (um tipo de leucócito)
 
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Mastócitos: São ricos na produção de heparina (anticoagulante) e histamina (vasodilatadora).
Plasmócitos: Rico em RE granuloso. Produzem anticorpos (imunoglobulinas) que combatem 
agentes invasores.
Adipócitos: Armazenam substâncias energéticas para momentos de necessidade. 
Mesenquimatosas: São as células capazes de originar diversas células do tecido conjuntivo.
Condroblastos: Produzem fibras e a substância amorfa da matriz cartilaginosa. Transformam-se 
em condrócitos quando adultas.
Condroclastos: São células ricas em lisossomos e responsáveis pela remodelagem da matriz.
Osteoblastos: Produzem as fibras e substância amorfa da matriz óssea. Transformam-se em 
osteócitos.
Osteoclastos: São multinucleados. Degradam a matriz óssea, promovendo a reciclagem do 
tecido ósseo.
As funções dos tecidos conjuntivos variam conforme o tipo celular podendo ser energética, 
de sustentação, de nutrição, de preeenchimento, de transporte de substâncias, participa de 
processos de regeneração em diferentes órgãos, faz conexão entre os tecidos e órgãos e proteja 
contra infecções. A seguir os diferentes tipos de tecidos conjuntivos.
TCPD (tecido conjuntivo propriamente dito)
1. Tecido conjuntivo frouxo: Consiste de uma rede de fibras elásticas e finas fibras colágenas 
dispostas em todas as direções. Os espaços são preenchidos por uma matriz e por células 
conjuntivas. A principal função desse tecido é unir estruturas corporais. Um exemplo típico 
é a capada papilar da derme, localizada imediatamente abaixo da lâmina basal da epiderme 
(lembre da figura da pele).
Um tipo especial de tecido conjuntivo frouxo é o Tecido adiposo, em que se encontram as 
células adiposas, ou adipócitos, especializadas no armazenamento de substâncias lipídicas 
(triglicerídeos). Essas células originam-se de células indiferenciadas, conhecidas como 
mesenquimatosas (células mesenquimais).
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O tecido adiposo é dividido em dois tipos: O adiposo unilocular (ou amarelo) e o multilocular 
(ou marrom).
O principal tipo de tecido adiposo é a tela subcutânea (ou hipoderme), localizada sob a 
pele. Outros tecidos adiposos preenchem espaços entre órgãos internos, como o espaço em 
torno dos rins, são reserva energética, isolante térmico e também proteção contra choques 
mecânicos.
2. Tecido conjuntivo denso: Dividido em não modelado e modelado. O tecido conjuntivo 
denso não modelado (imagem da derme abaixo) é também chamado fibroso ou irregular 
e é pobre em células e rico em fibras colágenas entrelaçadas em três direções. Isso lhe dá 
resistência e elasticidade. Presente nas cápsulas protetoras que envolvem órgãos internos, 
como rins, baço e fígado. Também é um dos constituintes da derme. O tecido conjuntivo 
denso modelado (imagem do tendão abaixo) é também chamado de tendinoso e 
apresenta grande quantidade de fibras colágenas orientadas paralelamente e em algo 
 
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grau de compactação, o que lhe confere alta resistência e pouca elasticidade. É o caso dos 
tendões (que ligam músculos aos ossos) e dos ligamentos (que ligam os ossos entre si).
Tecido hemocitopoiético (Reticular)
Dá origem as células sanguíneas. Contém duas linhagens de células: a linfoide, que origina os 
linfócitos e a mieloide, que origina os demais leucócitos e também as hemáceas (eritrócitos 
ou glóbulos vermelhos). Esse tecido se encontra na medula óssea vermelha, na extremidade 
(cabeça) dos ossos longos e no osso esterno. Observe abaixo a figura que apresenta a 
hematopoiese ou hemocitopoiese (formação das células sanguineas).
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O sangue
Pelo fato de ser líquido, revela uma de suas importantes funções, a de transportar substâncias 
no interior do organismo. Isso é feito pelas hemácias e pelo plasma (substância fundamental). 
O plasma é um líquido incolor, de composição complexa no qual estão dissolvidos sais e um 
grande número de substâncias orgânicas. O sangue também participa ativamente da regulação 
hídrica ácido-básica (constância do pH) e osmótica, mantendo-se em isotonia com os demais 
tecidos. Também distribui o calor atuando como um mecanismo interno regulador. Assim 
mantém a homeostase.
A hemoglobina
É um pigmento formado por um radical “Heme” contendo ferro, responsável pela cor vermelha e 
pela globina, uma proteína. As moléculas de hemoglobina ficam distribuídas homogeneamente 
por todo o citoplasma de uma hemácia, que pode, assim, captar os gases respiratórios que 
atravessam sua delicada membrana plasmática. Observe os compostos formados abaixo 
formados pela hemoglobina e os gases respiratórios.
 
Leitura obrigatória – Os leucócitos (glóbulos brancos) e a inflamação 
Tem a propriedade de atravessar as paredes dos capilares sanguíneos (diapedese) e deslocam-
se em diferentes tecidos, emitindo pseudópodes, com os quais podem fazer fagocitose de 
corpos estranhos de várias naturezas, incluindo microorganismos. Grandes variações no 
número dessas células podem ocorrer em curtos períodos de tempo, muitas vezes revelando 
processos infecciosos e alérgicos no organismo. Um pequeno aumento no número de leucócitos 
é chamado de leucocitose; na leucemia, o número é exageradamente alto, de dezenas de 
milhares por milímetro cúbico, enquanto o normal é de 7 a 9 mil. Uma diminuição desse 
número é chamado de leucopenia.
 
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Inflamalação:
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As plaquetas (ou trombócitos) e a coagulação
 
Tecido ósseo
O tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados. 
É um tecido rígido graças à presença de matriz rica em sais de cálcio (carbonato de cálcio), 
fósforo (fosfato). Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem 
certa flexibilidade ao osso além de mucopolissacarídeos. Os ossos são órgãos ricos em vasos 
sanguíneos. Além do tecido ósseo, apresentam outros tipos de tecido: reticular, adiposo, 
nervoso e cartilaginoso. Por ser um estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam 
sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração. Os ossos também fazem a 
hemocitopoese (na medula óssea vermelha) e constituem reserva de gordura na medula óssea 
amarela, promovem a troca contínua de cálcio e fósforo com o plasma sanguíneo, protegem o 
encéfalo, a medula espinhal, o coração e os pulmões. Um osso é dividido em duas regiões: osso 
compacto e osso esponjoso. 
 
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As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas 
de matriz mineralizada. Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos (do grego osteon, 
osso, e blastos, “célula jovem”) e apresentam longas projeções citoplasmáticas, que tocam 
os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos 
ficam presos dentro de pequenas câmaras, das quais partem canais que contêm as projeções 
citoplasmáticas. Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito (do grego 
osteon, osso, e kyton, célula), e seus prolongamentos citoplasmáticos se retraem, de forma que 
ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos onde ficavam os prolongamentos 
servem de comunicação entre uma lacuna e outra para trocas. Além dos osteoblastos e dos 
osteócitos, existem outras células importantes no tecido ósseo: os osteoclastos, ativas na 
destruição de áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a regeneração do 
tecido pelos osteoblastos.
Fratura óssea
Tecido cartilaginoso
Apresenta função de sustentação mecânica e proteção de algumas partes do organismo. 
Apresenta boa resistência a trações e pressões e uma boa flexibilidade. Na fase embrionária 
e durante o crescimento, o processo de ossificação dos ossos longos ocorre a partir de um 
molde prévio de tecido cartilaginoso, que vai sendo substituído por tecido ósseo. Chamamos 
essa ossificação de endocondral (endo = interno, condro = cartilagem)
A cartilagem é encontrada no nariz, nos anéis da traquéia e dos brônquios, na orelha externa 
(pavilhão auditivo), na epiglote e em algumas partes da laringe. Além disso, existem discos 
cartilaginosos entre as vértebras, que amortecem o impacto dos movimentos sobre a coluna 
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vertebral. No feto, o tecido cartilaginoso é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente 
formado por esse tecido, que depois é em grande parte substituído pelo tecido ósseo. Há dois 
tipos principais de células nas cartilagens: os condroblastos, que produzem as fibras colágenas 
e a matriz. Após a formação da cartilagem, a atividade dos condroblastos diminui e eles sofrem 
uma pequena retração de volume, quando passam a ser chamados de condrócitos. No tecido 
cartilaginoso não há vasos sanguíneos nem nervos, e a nutrição é feita pela difusão lenta de 
substâncias a partir de vasos sanguíneos periféricos. Isso explica seu baixo nível metabólico 
e sua dificuldade de regeneração. Temos a cartilagem hialina (cabeça dos ossos e anéis da 
traqueia); a elástica (epiglote e orelha) e a cartilagem fibrosa (discos intervertebrais).
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Biologia
TECIDO MUSCULAR / TECIDO NERVOSO
TECIDO MUSCULAR
O tecido muscular é composto pelas fibras musculares (miócitos). A fibra é uma célula complexa, 
diferente das fibras do tecido conjuntivo, que são apenas filamentos proteicos, produzidos 
pelos fibroblastos. São especializadas e com a propriedade de contração. Por estímulo nervoso 
elas se encurtam, proporcionando o movimento dos órgãos e do corpo como um todo. Em 
seu citoplasma, são ricas em dois tipos de filamentos protéicos: os de actina e os de miosina, 
responsáveis pela grande capacidade de contração e distensão dessas células. Quando um 
músculo é estimulado a se contrair, os filamentos de actina deslizam entre os filamentos de 
miosina. A célula diminui em tamanho, caracterizando a contração.
A organização de um músculo:
 
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Anotações:
Três diferentes tipos de fibras musculares formam os tecidos musculares dos animais (músculo 
liso, estriado esquelético e estriado cardíaco). 
Liso Estriado esquelético Estriado cardíaco
Forma Fusiforme Filamentar Filamentar ramificada(anastomosada)
Estrias transversais Não há Sim Sim
Núcleo 1 central Muitos periféricos(sincício) 1 ou 2 centrais
Discos intercalares Não há Não há Sim
Contração Lenta, involuntária Rápida voluntária Rápida, involuntária
Apresentação
Forma camadas que 
envolvem os órgãos 
(tubo digestivo, bexiga 
útero, vasos sang.)
Forma pacotes bem 
definidos, os músculos 
Esqueléticos.
Forma o miocárdio
A fibra muscular estriada
Biologia – Tecido Muscular - Tecido Nervoso – Prof. Enrico Blota
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O sarcômero e a contração
A contração inicia com a liberação de íons cálcio do retículo sarcoplasmático, após um estímulo 
oriundo do sistema nervoso (que passa para o túbulo T e, posteriormente para o retículo). 
Com isso o sarcômero altera a conformação dos filamentos de Actina e isso permite a ligação 
das miosinas nas actinas. Como as miosinas gastam ATP para executar o movimento e “puxar” 
as actinas, os filamentos de actinas deslizam sobre os de miosina, encurtando o sarcômero. 
Observe na imagem acima que após a contração as linhas Z se aproximam e diminuem as faixas 
I e a zona H do sarcômero.
Funcionamento geral do processo:
TECIDO NERVOSO 
Nesse tecido a substância intercelularpraticamente não existe e apresenta dois componentes 
celulares:os neurônios e as células da glia. As células da glia (ou neuroglia) são vários tipos 
celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de 
mielina e com a fagocitose. 
 
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Os neurônios, ou células nervosas, têm a propriedade de receber e transmitir estímulos 
nervosos, permitindo ao organismo responder a alteração do meio. 
 
Os neurônios são alongados, podendo atingir, em alguns casos, cerca de 1 metro de 
comprimento, como nos neurônios que se estendem desde nossas costas até o pé. São células 
formadas por um corpo celular, de onde partem dois tipos de prolongamentos: dendritos 
e axônio. Muitos neurônios são envolvidos por células especiais, as células de Schwann 
(enquadrada como célula glia por alguns autores). Essas células se enrolam dezenas de vezes 
em torno do axônio e formam uma capa membranosa de natureza lipídica, chamada bainha 
de mielina. A bainha de mielina atua como um isolamento elétrico e aumenta a velocidade 
de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio. Na doença degenerativa conhecida 
como esclerose múltipla, por exemplo, ocorre um deterioração gradual da bainha de mielina, 
resultando na perda progressiva da coordenação nervosa. As fibras mielínicas (com bainha 
de mielina) conduzem o impulso nervoso a uma velocidade de mais de 100 m/s. Já as fibras 
amielínicas (sem bainha de mielina) conduzem o impulso muito lentamente.
As células glia:
 • Astrócitos – fazem a sustentação e suas ramificações ligam capilares a neurônios, 
transportando nutrientes.
 • Micróglia – fazem a fagocitose de corpos estranhos e restos celulares.
 • Oligodendrócitos e Células de Schwann – Formam bainhas de mielina de axônios, sendo os 
oligodendrócitos no sistema nervoso central e as células de Schwann no sistema nervoso 
periférico.
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Leitura obrigatória – Tipos de neurônios
A condução do impulso nervoso 
Os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, seguem 
pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte 
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é 
de origem elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna 
da membrana celular. Quando essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está 
polarizada. Essa diferença de cargas elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. 
Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem uma energia elétrica potencial através da 
membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso (diferença entre as cargas 
elétricas através da membrana). Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega 
ao neurônio, ocorre alteração da permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada 
de sódio na célula e pequena saída de potássio dela. Com isso, ocorre uma inversão das 
cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada gerando um potencial de ação. Essa 
despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso nervoso. Imediatamente 
após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu estado de 
repouso, e a transmissão do impulso cessa. 
 
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OBS.: a condução do impulso nervoso é um pouco diferente nas fibras mielínicas que inervam 
os músculos esqueléticos. Nelas, apenas há inversão de polaridade nas regiões dos nódulos de 
Ranvier. A onda, então, “salta” diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda 
a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se então em condução saltatória e 
com isso há um bom aumento da velocidade do impulso nervoso quando comparado às fibras 
amielínicas.
 
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“LEI DO TUDO OU NADA”
Um neurônio só consegue enviar um impulso se a intensidade do impulso for 
acima de um determinado nível. Este valor mínimo que permite a transmissão do 
potencial de ação é conhecido como potencial limiar. Os valores abaixo do potencial 
limiar são conhecidos como sublimiares. Acima desse valor o potencial ocorrerá 
independentemente da intensidade. (adaptado de: ced.ufsc.br)
Sinapse
Anotações:
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Biologia
TECIDOS VEGETAIS – PARTE 1
Desde as sementes, os vegetais apresentam tecidos embrionários e, à medida que crescem, 
as plantas formam tecidos organizados com diversas funções. Esse processo é chamado 
diferenciação e vai formando novos tecidos ou novas estruturas. 
Os tecidos vegetais podem ser divididos em:
1. Meristemáticos ou embrionários
1.1 Meristemas primários
São os tecidos que permitem o crescimento longitudinal dos vegetais. Estão localizados 
nas extremidades das plantas. As células meristemáticas deste tecido demonstram uma 
permanente capacidade de efetuar mitoses, promovendo um crescimento contínuo.
Em uma planta jovem, por exemplo, os meristemas apicais existentes na ponta do caule estão 
em grande atividade. Os meristemas primários são divididos em:
 • Dermatogênio (protoderme) – Forma a epiderme e anexos da epiderme.
 • Periblema (meristema fundamental) – Forma a casca ou córtex. Desse tecido surgem os 
parênquimas e os tecidos de sustentação.
 • Pleroma (procâmbio) – Forma o cilindro central. Origina os vasos do xilema e floema.
Anotações:
 
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1.2 Meristemas secundários
Promovem o crescimento em espessura do vegetal. Ao longo do tempo suas células perdem 
a capacidade de efetuar mitoses, voltando à característica embrionária (desdiferenciação). Os 
meristemas secundários são divididos em câmbio e felogênio.
 • Câmbio – Instala-se entre os tecidos vasculares primários, produzindo os tecidos 
vasculares secundários. Quando em atividade, são células altamente vacuoladas, com 
núcleo pequeno. A porção diferenciada a partir do procâmbio formará os elementos de 
condução (xilema e floema). Existe uma parte do câmbio diferenciada a partir de um outro 
meristema, chamado periciclo, que produzirá raios parenquimáticos.
 • Felogênio – É o meristema lateral que origina a periderme, um tecido secundário que 
substitui a epiderme em muitas dicotiledôneas e gimnospermas lenhosas. Pode ser 
observado em cortes transversais, como uma faixa mais ou menos contínua e suas células 
iniciais são retangulares.
Obs.: Periciclo: tecido primário que origina o felogênio e a parte do câmbio (câmbio 
interfascicular, em frente aos polos de protoxilema) que origina os raios parenquimáticos 
(presentes entre o xilema).
Visão geral do crescimento primário e secundário
Biologia – Tecidos Vegetais – Prof. Enrico Blota
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2. Adultos ou permanentes
2.1 Revestimento – Epiderme e súber
A epiderme das plantas vasculares é um tecido formado, de modo geral, por uma única camada 
de células de formato irregular, achatadas, vivas e aclorofiladas. É um tecido de revestimento 
típico de órgãos jovens (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra uma camada 
cilíndrica de revestimento, com uma zona pilífera, cujos pelos nada mais são do que extensões 
de uma célula epidérmica.
 
Leitura obrigatória – Anexos vegetais
Tricomas (secretores ou absorventes)
São geralmente estruturas especializadas contra a perda de água por excesso de transpiração, 
ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto, secretores, produzindo secreções 
oleosas, digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras possuem tricomas “digestivos” e a 
urtiga, planta que provoca irritação da pele, possui tricomas urticantes.
 
 
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Cutícula
As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que formam 
uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da

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